Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ASTRONOMIA X ASTROLOGIA Texto para a coluna “Filosofando” JAILTON DOS SANTOS FILHO Departamento de Física, Universidade Federal de Sergipe. DATA: 02 de maio de 2016 O Universo, toda sua complexidade e todos os seus mistérios sempre foi motivo de curiosidade para nós, desde os tempos mais remotos da nossa civilização. Olhar para o céu, ao longo dos anos, se tornou umas das atividades mais magníficas e mais inspiradoras para a compreensão da vida na Terra. Avançar em tais explicações requer mais estudos, principalmente mais perguntas, afinal são elas que movem o mundo. A ciência que estuda os astros e a formação do Universo é chamada de Astronomia. Como tal, todo seu estudo, depois de teorizado é comprovado. Diferente da Astrologia, que estudas as “possíveis” influências dos Astros na personalidade de cada ser humano. No inicio das observações celestes ambas andavam juntas, e as diferentes denominações não existiam, restringindo-se apenas ao “estudo dos astros”. A separação se deu no momento em que a comprovação científica de tal estudo foi um quesito crucial. Entendamos, não existe nenhuma prova de que Júpiter influencia a vida de quem nasce em certo mês do ano. Agora, é mais do que provado que existe uma força chamada Gravidade, que faz com que dois corpos se atraiam e com que os planetas girem em torno do Sol.¹ Eis a diferença, Astrologia é crença, Astronomia é Ciência. Para exacerbar tal distinção, vejamos o exemplo do planeta-anão chamado Plutão. De acordo com os estudos astronômicos, para ser um planeta, o Astro deve apresentar as três principais características: 1 – Ser esférico; 2 – Girar em torno de uma Estrela; 3 – Ser dominante em sua órbita. Plutão não se encaixa na terceira característica, pois em certo ponto, sua órbita cruza com a de Netuno, que é muito maior (dominante) que ele. Por isso foi rebaixado para a categoria de planeta-anão. É de simples compreensão o motivo, porém foi preciso muito estudo e comprovação para poder ser feita tal distinção. Incrivelmente isso rendeu (na época do rebaixamento em 2006) um processo à NASA (Agência Espacial Norte Americana). Sim é verdade! Astrólogos ficaram indignados com essa mudança de “status” e disseram que era um absurdo, digno de um processo jurídico. Ora, pensem comigo, se Plutão tivesse que influenciar a minha vida, ele continuaria influenciando, pois ele continua no mesmo lugar, orbitando o mesmo caminho ao redor do Sol. Apenas mudamos sua categoria, à grosso modo, mudamos apenas seu nome. Não o tiramos do lugar! Optei por este exemplo para ficar claro a diferença de algo que se acredita e algo que é comprovado. Outros exemplos e outras teorias poderiam ser abordados, porém o intuito deste texto, é no mínimo aguçar a curiosidade de quem lê, lançando a semente de inspiração para o conhecimento. Desta feita, leia e o seu silêncio será ouvido. Saudações Astronômicas! 1 – Optei por essa frase para ser mais didático. Na verdade, os planetas giram em torno do centro de massa do nosso Sistema Solar. Este se encontra no Sol, que também executa tal movimento em torno deste mesmo centro.
Compartilhar