Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
FIBRAS QUÍMICAS PRINCÍPIOS BÁSICOS RUBENS FERRARI 1 HISTÓRICO Antes de surgimento das fibras químicas, os produtos têxteis, em geral, sobretudo no que se refere aos tecidos para vestuário, somente podiam ser conseguidos através dos tipos de fibras oferecidas pela natureza: o algodão, a lã, a seda e o linho. Limitação que perdurou até meados do século passado, quando foram iniciadas, nos Estados Unidos, em bases experimentais das fibras químicas. Foi somente em 1910, no entanto que se conseguiu chegar à produção em escala comercial da primeira fibra química: o raiom, cuja introdução no Brasil aconteceu cerca de vinte anos mais tarde, já na década de trinta. Na mesma época, aliás, em que se iniciava, também nos Estados Unidos, a produção em escala comercial da primeira fibra química sintetizada a partir da petroquímica: o náilon. RUBENS FERRARI 2 HISTÓRICO Hilaire de Chardonnet foi quem em 1889 produziu a primeira seda (fibra) artificial. Alguns anos mais tarde iniciou-se a produção industrial da “seda Chardonnet”, que era constituída por nitrocelulose. Logo a seguir, na Alemanha, produz-se a celulose cupromoniacal (Max Fremery e Johannes Urban). Por seu lado, a Inglaterra desenvolveu a produção de viscose, cujo processo industrial somente em 1921 alcançou a viabilidade técnica para a produção de Raions (fibras continuas) e de fibras descontinuas para a cardação e fiação. RUBENS FERRARI 3 O aparecimento das fibras sintéticas se deu a partir do desenvolvimento do americano Wallace H. Carothers, que através da conceituação e testes laboratoriais das macromoléculas chegou a produção de uma revolucionaria fibra têxtil a qual chamou “nylon”. Esta fibra poliamidica produziu um impacto decisivo na industria têxtil, levando a fabricação de novos artigos, com propriedades até então inimagináveis, principalmente resistência e finura, e despertou o interesse para o aparecimento de outras fibras sintéticas ou artificiais. HISTÓRICO RUBENS FERRARI 4 As fibras não naturais foram desenvolvidas inicialmente com o objetivo de copiar e melhorar as características e propriedades das fibras naturais. A medida que suas aplicações foram crescendo, elas se tornaram uma necessidade, principalmente porque o crescimento da população mundial aumentou a demanda de vestuários a um custo mais baixo, reduzindo ao mesmo tempo, a vulnerabilidade da industria têxtil as eventuais dificuldades da produção agrícola. HISTÓRICO RUBENS FERRARI 5 Hoje, em sua maioria, as fibras químicas são produzidas a partir de matérias-primas conseguidas, quase sempre, de subprodutos do petróleo. Características que lhes permite a obtenção de qualidades específicas e especiais para determinadas finalidades. Por exemplo: os filamentos e tecidos podem ser feitos, exclusivamente, a partir de um único tipo de fibra, ou podem se obtidos a partir da mescla ou mistura de varias fibras naturais ou químicas, proporcionado uma gama enorme de variações nas características dos produtos finais. A rigor, os tipos de fibras químicas podem ser incluídos em duas divisões: artificiais (ou celulósicos) e sintéticas. DENOMINAÇÕES GENÉRICAS RUBENS FERRARI 6 FIBRAS QUÍMICAS Entende-se por fibra sintética aquela produzida com matérias-primas simples, normalmente do petróleo, com as quais se sintetiza o polímero que irá compor a fibra. As fibras artificiais são também chamadas de “fibras feitas pelo homem” (Man Made Fibers em inglês). Desde quando os cientistas adquiriram conhecimento sobre a estrutura dos polímeros, tentaram imitar as fibras naturais. Nas décadas de 40 e de 50, enormes indústrias cresceram simplesmente desviando suas pesquisas e produção para o campo das fibras sintéticas. A DuPont e a ICI são apenas dois exemplos. O desenvolvimento das fibras são em principalmente duas categorias: Estrutura e geometria. RUBENS FERRARI 7 O QUE SÃO FIBRAS QUÍMICAS As fibras químicas são substâncias de alto peso molecular que apresentam, em sua estrutura, um número bastante elevado de pequenas unidades químicas, denominadas monômeros. São esses monômeros que, em conjunto constituem o polímero propriamente dito. O termo fibra química é utilizado para diferenciar o produto dos tipos de fibra que, em sua forma final de produção, tem origem natural (algodão, lã, seda e linho). Atualmente, as fibras químicas são utilizadas em todos os tipos de produtos têxteis fabricados quase a metade do consumo total de fibras têxteis. Com um índice de participação que cresce a cada ano. RUBENS FERRARI 8 IMPORTÂNCIA DAS FIBRAS SINTÉTICAS A produção destes materiais têxteis não depende das oscilações das colheitas. O volume da produção pode ser aumentado à vontade e o preço dos artigos têxteis pode ser mantido numa altura sustentável. Muitas fibras químicas possuem propriedades de uso que em determinados campos a fazem superar as fibras naturais, por exemplo, a alta resistência à ruptura, o reduzido poder de absorção de umidade e a estabilidade dimensional durante o tratamento a úmido, (p. ex. durante a lavagem). Elas soltam com facilidade a sujeira durante a lavagem. São fáceis no trato, possuem alta solidez à luz e resistem a insetos nocivos, bem como à ação de bolor e bactérias de apodrecimento. RUBENS FERRARI 9 IMPORTÂNCIA DAS FIBRAS SINTÉTICAS Principais fibras sintéticas e o símbolo usado para designação. Nome Símbolo Poliéster PES Poliamidas PA Poliacrílicas PAC Elastanos PUE Polipropileno PP RUBENS FERRARI 10 A maior vantagem das fibras químicas é a possibilidade de serem modificadas ao longo do processo de fabricação, criando uma vasta gama de possibilidades de criação de modificação de suas características, como, caimentos, texturas, brilho, tratamentos (anti-bacterianos, anti-chamas), absorção de água, resistência, volume, etc. IMPORTÂNCIA DAS FIBRAS SINTÉTICAS RUBENS FERRARI 11 PROCESSO DE PRODUÇÃO As fibras não naturais, de modo geral, seguem o mesmo processo de produção, por extrusão, que consiste em pressionar a resina, em forma pastosa, através de furos finíssimos numa peca denominada fieira. Os filamentos que saem desses furos são imediatamente solidificados. Esse processo é denominado fiação sintética, embora o termo pouco tenha a ver com a fiação tradicional da industria têxtil. As fibras tomam sua forma final através de estiramento, realizado através de dois processos básicos; no primeiro, as fibras são estiradas durante o processo de solidificação; no segundo, o estiramento é feito após estarem solidificadas. Em ambos os casos o diâmetro da fibra é reduzido, e sua resistência a tração é aumentada. RUBENS FERRARI 12 As substâncias pastosas de origens naturais ou químicas são originalmente conseguidas em estado sólido. Assim para que possam ser extrudadas através das fieiras devem, antes, ser transformadas para o estado líquido, mutação que é conseguida através de uma trituração e posterior imersão em banhos químicos especiais ou uma dissolução em solventes químicos ou, ainda através de fundição com a aplicação de calor. Em linhas gerais, essa substância pastosa pode ser: PROCESSO DE PRODUÇÃO RUBENS FERRARI 13 Uma solução de material fibroso encontrado na natureza (fibra de madeira ou linter de algodão, do qual usava a celulose, por exemplo). Uma substância de origem petroquímica produzida por processos químicos denominados polimerização. No primeiro caso, obtêm-se as chamadas fibras celulósicas ou artificiais. No segundo chega-se às fibras não celulósicas ou sintéticas. PROCESSO DE PRODUÇÃO RUBENS FERRARI 14 Fiação Via- Úmida No caso de fiação da fiação úmida, as fibras são solidificadas ou endurecidas extrudando-se os filamentos diretamente em banhos químicos onde convertem ou regeneram os compostos solúveis nas substâncias insolúveis que constituirão a fibra final. RUBENS FERRARI 15 Fiação Via - Seco Já no caso da fiação a seco, a substância a ser extrudada é dissolvida em um solvente que pode ser evaporado pela exposição ao ar quente, deixando um desejado filamento solidificado. RUBENS FERRARI 16 Fiação Via - Fusão Finalmente, na fiação por fusão, a substância é fundida para a extrusão e solidificação pelo resfriamento. RUBENS FERRARI 17 FORMAS DAS FIBRAS As fibras assim produzidas podem ser apresentadas em três formas distintas, destinadas a usos também distintos: monofilamento, multifilamento e fibra cortada. O monofilamento, como o próprio nome indica, é um único filamento continuo. O multifilamento é a união de pelo menos dois monofilamentos contínuos, unidos paralelamente por torção. A fibra cortada é resultado do seccionamento, em tamanhos determinados, de um grande feixe de filamentos contínuos. A fibra cortada pode ser fiada nos mesmos filatórios que são utilizados para fiar algodão. RUBENS FERRARI 18 Além disso, se presta a mistura com as fibras naturais já na fiação, permitindo a chamada mistura intima, ou seja, os fios mistos produzidos adquirem uma mescla das características de resistência e durabilidade das fibras químicas e do toque e conforto das fibras naturais. FORMAS DAS FIBRAS RUBENS FERRARI 19 Os fios com as fibras cortadas são também mais volumosos do que os filamentos contínuos do mesmo peso, o que possibilita seu uso na produção de tecidos com superfícies não lisas. Essa característica, aliada a maior facilidade de manuseio da fibra cortada em relação ao filamento contínuo, faz com que estes fios sejam mais utilizados, existindo inclusive fibras, como por exemplo o acrílico, em que raramente se utilizam filamentos contínuos na produção de artigos têxteis. Nenhuma fibra isoladamente, seja química ou natural, preenche todas as necessidades da industria têxtil; no entanto, a mistura de fibras químicas com fibras naturais, notadamente o algodão, trouxe a estas melhores desempenhos, resistência, durabilidade e apresentação. O uso das fibras sintéticas e atualmente bastante difundido, abrangendo todos os segmentos da industria têxtil. FORMAS DAS FIBRAS RUBENS FERRARI 20 TIPOS DE SECÇÃO TRANSVERSAL MAIS COMUNS EM FILAMENTOS CONTÍNUOS: 1) REDONDA: este tipo de seção transversal, como o próprio nome indica, tem formato circular. É mais comum e tecnicamente capaz de ser feita nas fibras sintéticas. Na figura abaixo pode-se observar o corte transversal e o perfil do filamento. RUBENS FERRARI 21 2) ESTRIADA OU SERRADA: conforme verificamos na figura, este tipo de seção transversal dá ao filamento continuo um aspecto estriado. É mais comum nas fibras artificiais e, mecanicamente, este perfil melhora um pouco o item resiliência que é quase inexistente nas fibras artificiais se comparadas as sintéticas. Dentro dos filamentos contínuos o encontramos na Viscose. RUBENS FERRARI TIPOS DE SECÇÃO TRANSVERSAL MAIS COMUNS EM FILAMENTOS CONTÍNUOS: 22 3) MULTILOBAL: esta seção transversal também é estriada, mas diferencia da seção serrada no que tange a regularidade das estrias. Mais irregularidades e com perfis mais arredondados, ajudam mecanicamente as fibras artificiais no item resiliência e são comuns nos filamentos contínuos de Acetato. RUBENS FERRARI TIPOS DE SECÇÃO TRANSVERSAL MAIS COMUNS EM FILAMENTOS CONTÍNUOS: 23 4)TRILOBAL: como o próprio nome e a figura mostram a seção trilobal tem três estrias com perfis arredondados. São encontradas mais comumente nas fibras sintéticas, pois sua fabricação permite um melhor controle de fusão contribuindo para a regularidade da seção. RUBENS FERRARI TIPOS DE SECÇÃO TRANSVERSAL MAIS COMUNS EM FILAMENTOS CONTÍNUOS: 24 5) DUPLO PINO DE BOLICHE: esta seção transversal surgiu com algumas variações entre fabricantes para suprir a deficiência das fibras sintética no transporte de umidade, dando ao usuário a sensação de um tecido sintético inteligente que absorve e elimina umidade. RUBENS FERRARI TIPOS DE SECÇÃO TRANSVERSAL MAIS COMUNS EM FILAMENTOS CONTÍNUOS: 25 As fibras sintéticas, como as poliamidas e o poliéster se apresentam geralmente lisas longitudinalmente e com seção redonda, mas podem se oferecidas com seções diferenciadas, sendo a mais comum a Trilobal. FORMAS DAS FIBRAS RUBENS FERRARI 26 RUBENS FERRARI 27 Exemplos de seções transversais e da vista Longitudinal das fibras químicas (a) “Feijão” ou “Rim” (b) Trilobal (c) Entalhado (d) Regular (circular) FORMAS DAS FIBRAS RUBENS FERRARI 28 FIBRAS MANUFATURADAS Rayon Viscose Corte transversal Vista longitudinal RUBENS FERRARI 29 29 FIBRAS MANUFATURADAS Triacetato de Celulose Corte longitudinal Corte transversal RUBENS FERRARI 30 FIBRA DE POLIAMIDA Cortes transversais RUBENS FERRARI 31 FIBRA DE POLIÉSTER RUBENS FERRARI 32 Cortes transversais FIBRA DE POLIÉSTER RUBENS FERRARI 33 Cortes transversais FIBRA DE ACRÍLICO RUBENS FERRARI 34 Corte transversal Corte longitudinal FIBRA DE POLIPROPILENO RUBENS FERRARI 35 Efeitos Ópticos produzidos pelo Tipo de Seção Transversal Como o próprio estudo físico da óptica indica, o que nossa retina recebe e identifica como imagem é a reflexão da luz dos objetos. Sua intensidade depende da quantidade de feixes de luz refletida. Como estamos falando do item Brilho, podemos dizer que quanto maior a capacidade de concentrar feixes de luz, maior nossa sensação de brilho. Ainda, voltando para o estudo da óptica, sabemos que superfícies côncavas concentram maior numero de feixes luminosos refletidos se comparados aos convexos, e é deste ponto que podemos classificar o item Brilho, observando suas superfícies de reflexão de luz. RUBENS FERRARI 36 1) MENOR BRILHO: seção redonda, pois toda sua superfície é convexa e não tem poder de reflexão concentrada de luz. Seguem-se desta forma e neste mesmo raciocínio a de Duplo Pino de Boliche, a Estriada e a Multilobal. 2) MAIOR BRILHO: a seção transversal Trilobal. Efeitos Ópticos produzidos pelo Tipo de Seção Transversal RUBENS FERRARI 37 3) C-OPACIDADE: as matérias-primas têxteis artificiais e sintéticas podem, por adição de compostos químicos inseridos em sua produção, produzir também diferentes formas de reflexão de luz dentro do mesmo tipo de seção transversal. VISCOSE: é encontrada no mercado na forma opaca, semi-opaca e brilhante. ACETATO: normalmente encontrada no mercado na forma brilhante. POLIESTER e POLIAMIDA: encontrados normalmente nas formas semi-opacas e brilhantes. Efeitos Ópticos produzidos pelo Tipo de Seção Transversal RUBENS FERRARI 38 QUAL O PADRÃO DE MEDIDA Existem dois tipos de unidades padrão: o denier (já praticamente abandonado) e o decitex (atualmente, o mais utilizado). O denier é o padrão de medida que expressa o peso em gramas de 9000 metros de filamento. Ou seja: a medida de 70 denier de um filamento indica que 9000 metros deste filamento pesam 70 gramas. O decitex, dentro do padrão decimal – já mundialmente utilizado em substituição ao denier – é o peso em gramas de 10000 metros de filamento. Ou seja: se 10000 metros de filamento pesam, por exemplo, 840 gramas o título deste fio será 840 decitex. Para filamentos contínuos a forma de numeração é a seguinte: primeiro o título do fio e em segundo o número de filamentos. Exemplo: 175/34 corresponde a um fio de título 175 com 34 filamentos. RUBENS FERRARI 39 TEXTURIZAÇÃO RUBENS FERRARI 40 FIOS TEXTURIZADOS Fios de filamentos são lisos, duros e possuem poucos espaços cheios de ar. A texturização consiste em dar a estes filamentos diversos tratamentos de modo a resultarem em fios macios, cheios, fofos, com interstícios de ar que conservam o calor, propriedades que caracterizam o fio para fiação. Para conseguir esta característica, dá-se forte crimping aos filamentos, seguido de termofixacão. Só é possível em matérias-primas com características termoplásticas. A texturização pode ser feita por vários processos, como: Falsa torção (FT), Falsa torção fixada (FTF), a ar, a fricção, e outros, em que, a diferença entre eles é o grau de texturização, ou seja, quanto de volume, elasticidade e maciez se deseja dar a fibra. A escolha do processo de texturização dependo do uso final do fio. RUBENS FERRARI 41 1 – Feixe de filamentos lisos; 2, 3, 4 e 5 – fio de filamentos texturizados, 6 – fio de filamentos lisos torcidos FIOS TEXTURIZADOS RUBENS FERRARI 42 FIOS TEXTURIZADOS RUBENS FERRARI 43 TEXTURIZAÇÃO A AR É basicamente mecânico e consiste da sobre alimentação de um fio termoplástico através de uma corrente de ar turbulenta, que transforma o excesso de comprimento em uma serie de loops aleatórios ao longo do eixo do filamento. Ao emergir do jato de ar o feixe de fios dobra e os filamentos em loops ficam amarrados pela fricção interfilamentos. A estrutura estável formada assemelha-se muito a um fio fiado e é caracterizada por maior volume, maior poder de cobertura, brilho menos acentuado e um toque mais agradável que os fios de filamentos contínuos na sua forma não texturizada. RUBENS FERRARI 44 TEXTURIZAÇÃO A AR Os fios processados por jato de ar são volumosos, mas possuem pouca elasticidade. Entretanto pode-se substituir o ar comprimido a temperatura ambiente por vapor ou ar quente, as condições de turbulência e calor não apenas torcem mecanicamente o loop, mas também o estabilizam termicamente para dar fios volumosos com boas propriedades de elasticidade. RUBENS FERRARI 45 TEXTURIZAÇAO POR SIMPLES FALSA TORÇÃO (FT) Consiste em tirar vantagens da alta resiliência e um pouco da termoplasticidade das fibras sintéticas, torcendo e destorcendo o fio filamento continuo, e fazendo com que este movimento mecânico rápido force o filamento a utilizar sua alta resiliência a fim de voltar a sua condição inicial. RUBENS FERRARI 46 TEXTURIZAÇAO POR SIMPLES FALSA TORÇÃO (FT) Como este processo mecânico gera calor, resulta numa pequena ação termoplástica de fixação em baixa temperatura. Este processo confere aos filamentos contínuos uma aparência espiralada, aumentando um pouco seu volume e elasticidade (por efeito de mola) em relação a sua condição inicial. RUBENS FERRARI 47 TEXTURIZAÇÃO POR FALSA TORÇÃO FIXADA (FTF) Este processo consiste em promover torção física entre os filamentos, fixação térmica (utilização da capacidade termoplástica da matéria-prima), seguida por uma torção em sentido contrario, promovendo a distorção. Por promover a fixação termoplástica antes da distorção, o sistema confere aos filamentos uma condição de espiral muito mais definida, aumentando ainda mais a elasticidade e volume deste fio. RUBENS FERRARI 48 TEXTURIZAÇÃO POR FALSA TORÇÃO FIXADA (FTF) Como este processo conta com tecnologia a serviço da característica natural termoplástica destas fibras sintéticas, é mais controlável industrialmente e pode-se variar torções e temperaturas para aumentar mais ou menos o perfil das espirais. Com isso, é possível aumentar e diminuir, com mais controle, o volume e a elasticidade do fio de filamento contínuo. RUBENS FERRARI 49 TEXTURIZAÇÃO POR FALSO CRIMP FIXADO Este processo consiste em dar ao filamento contínuo, por efeitos mecânicos, uma aparência de zig-zag ou crimp, com intuito físico de promover, após a fixação termoplástica desta textura, os efeitos de volume e elasticidade. RUBENS FERRARI 50 TEXTURIZAÇÃO POR FALSO CRIMP FIXADO É bem verdade que esta forma de dar textura aos filamentos contínuos perde volume e elasticidade se comparados a forma espiralada (maior efeito mola) do sistema FTF. RUBENS FERRARI 51 FORMAS DE TINGIMENTO NA PRODUÇÃO A tintura é adicionada a substâncias de extrusão, antes da fiação. A cor, assim integra-se à fibra. Tipos especiais de pigmentos podem ser adicionados aos materiais a serem extrudados, conseguindo-se a produção de fibras com elaboração pura, de considerável resistência à descoloração, mesmo quando expostos aos raios solares, água salgada, transpiração, lavagens, fuligem e aos rigores climáticos. Além disso, quando a opacização da fibra que possui brilho natural é desejada, elementos químicos especiais podem ser adicionados, também antes da extrusão. Ao filamento que recebe pigmentação de cor, antes de sua extrusão, dá – se o nome de tinto em massa. RUBENS FERRARI 52 PROPRIEDADES ESPECIAIS As propriedades das fibras químicas são determinadas por sua composição química, ou pelo tratamento recebido na produção. Nunca, porém, elas podem ser determinadas, exclusivamente, pela composição, ou, unicamente, pelo material têxtil dela produzido. As fibras classificadas de forma genérica, conforme as determinações da Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos, podem variar em sua composição química e ter larga diferença de qualidade. Uma simples base química pode dar origem a fibras de formas e qualidade distintas, cada uma das quais destinada a um tipo específico de utilização final. RUBENS FERRARI 53 A aparência e a durabilidade dos materiais têxteis são determinadas não somente pelo tipo de fibra de que são compostos, mas, também, pelo tipo de tecido do material, seu tingimento, acabamento e estilo de confecções. Daí, aliás, a importância de se conhecer bem mais do que os nomes genéricos das fibras presentes em um determinado artigo, para que se possa entender e definir com mais exatidão o que se pode esperar de seu comportamento durante o uso, bem como os cuidados necessários à sua manutenção. Vale lembrar, além disso, que como exceção das fibras de origem protéica (não produzidas comercialmente no Brasil) – nenhuma das fibras químicas atrai traças ou está sujeita à deterioração ou apodrecimento. Característica que explica, por exemplo, o extraordinário desenvolvimento das sacarias produzidas com fios sintéticos, principalmente o polipropileno. PROPRIEDADES ESPECIAIS RUBENS FERRARI 54 PROPRIEDADES FÍSICAS DAS FIBRAS NATURAIS, ARTIFICIAIS E SINTÉTICAS. 1) ABSORÇÃO DE UMIDADE: sentimos o efeito deste item quando pensamos na capacidade de transporte e absorção do suor, da possibilidade de transpirarmos livremente. Desta forma, percebe-se que quanto maior a capacidade de absorção de umidade, maior sensação de conforto. Neste caso, as fibras naturais tem maior capacidade que as artificiais e sintéticas. RUBENS FERRARI 55 PROPRIEDADES FÍSICAS DAS FIBRAS NATURAIS, ARTIFICIAIS E SINTÉTICAS. 2) TENACIDADE E ELASTICIDADE: a tenacidade é a medida de resistência da fibra a tensão. É fator preponderante a resistência a tensões e a elasticidade até a ruptura, mostrando o quanto se pode esticar a fibra até a resistência de rompimento. Estes dois itens associados é que nos revela porque a maioria das roupas esportivas é fabricada atualmente com fibras sintéticas. Outro caso em que a elasticidade até o momento da ruptura é importante, são os filamentos elastoméricos que tem baixíssima tenacidade, mas uma elasticidade altíssima. RUBENS FERRARI 56 PROPRIEDADES FÍSICAS DAS FIBRAS NATURAIS, ARTIFICIAIS E SINTÉTICAS. RUBENS FERRARI 57 PROPRIEDADES FÍSICAS DAS FIBRAS NATURAIS, ARTIFICIAIS E SINTÉTICAS. 3) DENSIDADE: este item mostra basicamente quantas gramas de fibra são necessárias para ocupar o espaço de um centímetro cubico, ou seja, quanto maior o valor da densidade, maior é o peso relacionado ao volume ocupado, e quanto menor o valor da densidade, menor é o peso. Menores densidades produzem fios mais volumosos com menor peso para cobrir o mesmo espaço, já maiores densidades necessitam de maior peso par produzir os mesmos fios. No que se refere ao toque, conforto e caimento, as fibras de menor densidade, por Ter mais espaço para o ar interno produzem maior isolamento térmico e toque soft, e os de maior densidade menor isolamento térmico. Devido ao maior peso por unidade de volume, elas dão um efeito de caimento de roupas mais pesado. Como indicativo de uso; e em razão principalmente a densidade que se utiliza lã, acrílico e poliamida, quando se deseja fugir do frio. RUBENS FERRARI 58 PROPRIEDADES FÍSICAS DAS FIBRAS NATURAIS, ARTIFICIAIS E SINTÉTICAS. 4) RESISTÊNCIA A ABRASÃO: mostra quanto a fibra resiste ao esfregamento (fricção), que resulta no surgimento de bolinhas (pillings) ou pelosidade. RUBENS FERRARI 59 PROPRIEDADES FÍSICAS DAS FIBRAS NATURAIS, ARTIFICIAIS E SINTÉTICAS. 5) RESILIÊNCIA: representa a capacidade de uma fibra de voltar a posição inicial após ser dobrada. Isto tem influencia direta no amarrotamento de tecidos e malhas. RUBENS FERRARI 60 PROPRIEDADES QUÍMICAS DAS FIBRAS NATURAIS, ARTIFICIAIS E SINTÉTICAS. 1) SENSIBILIDADE AO CALOR: as fibras sintéticas tem a caracteristica importante da termoplasticidade em temperaturas abaixo do ponto de amolecimento. Quando tratamos termicamente numa determinada temperatura e com uma determinada forma física, o efeito termoplástico faz com que esta forma física ou textura só será possível ser alterada num tratamento posterior com igual ou superior temperatura. É o que comumente se chama de termofixação. Se ao passar uma roupa de fibras sintéticas fizermos um vinco com uma determinada temperatura, este permanecerá no tecido até que se trate novamente este vinco com igual ou superior temperatura. Esta caracteristica, utilizada industrialmente, faz com que produtos fabricados com fibras sintéticas tenham estabilidade dimensional muito boa quando tratadas termoplasticamente (com termofixação). RUBENS FERRARI 61 PROPRIEDADES QUÍMICAS DAS FIBRAS NATURAIS, ARTIFICIAIS E SINTÉTICAS. 2) SENSIBILIDADE A LUZ: nos mostra efeitos que ocorrem a exposição de luz continuadamente. Isto pode ser verificado quando notamos, por exemplo, que algumas cortinas perdem resistência e amarelam mais cedo que outras. RUBENS FERRARI 62 PROPRIEDADES QUÍMICAS DAS FIBRAS NATURAIS, ARTIFICIAIS E SINTÉTICAS. 3) SENSIBILIDADE A ÁGUA, ÁLCALIS NA LAVAGEM E AGENTES ALVEJANTES: tem influencia direta na forma e efeitos de como se procede a lavagem de produtos fabricados com estas fibras. RUBENS FERRARI 63 PROPRIEDADES QUÍMICAS DAS FIBRAS NATURAIS, ARTIFICIAIS E SINTÉTICAS. RUBENS FERRARI 64 PROPRIEDADES QUÍMICAS DAS FIBRAS NATURAIS, ARTIFICIAIS E SINTÉTICAS. 4) SENSIBILIDADE A MICROORGANISMOS E ALGUNS INSETOS: as fibras naturais são mais suscetíveis a ação de microorganismos e de outros agentes naturais do que as fibras sintéticas e artificiais. RUBENS FERRARI 65 FIBRAS QUÍMICAS RUBENS FERRARI ALGINA FIBRA DE VIDRO FIBRA DE CARBONO FIBRAS METÁLICAS 66 ALGINA Algina também conhecido como alginato é uma substância gelatinosa sem cor (incolor). É classificada como uma substância polímero do ácido manurônico. A algina comercial é um sal sódico que conjuntamente com a água forma uma solução viscosa. Sua utilização se dá na indústria têxtil e química bem como clarificante no açúcar, uso para produção de massas odontológicas, corantes para sorvetes e cosméticos. Ela é extraída das algas marinhas pardas da classe Phaeophyta. É um colóide de natureza protídica. RUBENS FERRARI 67 FIBRA DE VIDRO A expressão fibra de vidro pode tanto referir-se à própria fibra como ao material compósito polímero reforçado com fibra de vidro (PRFV), que é popularmente conhecido pelo mesmo nome. É um material composto da aglomeração de finíssimos filamentos de vidro, que não são rígidos, altamente flexíveis. Quando adicionado à resina poliéster (ou outro tipo de resina), transforma-se em um composto popularmente conhecido como fibra de vidro, mas na verdade o nome correto é PRFV, ou seja, "Polímero Reforçado com Fibra de Vidro". RUBENS FERRARI 68 FIBRA DE VIDRO O PRFV tem alta resistência à tração, flexão e impacto, sendo muito empregados em aplicações estruturais. É leve e não conduz corrente elétrica, sendo utilizado também como isolante estrutural. Permite ampla flexibilidade de projeto, possibilitando a moldagem de peças complexas, grandes ou pequenas, sem emendas e com grande valor funcional e estético. Não enferruja e tem excepcional resistência a ambientes altamente agressivos aos materiais convencionais. A resistência química do Fiberglass é determinada pela resina e construção do laminado. Os custos de manutenção são baixos devido à alta inércia química e resistência às intempéries, inerente ao material. RUBENS FERRARI 69 FIBRA DE CARBONO As fibras carbônicas ou fibras de carbono são matérias-primas que provém da pirólise de materiais carbonáceos que produzem filamentos de alta resistência mecânica usados para os mais diversos fins, entre estes motores de foguetões (naves espaciais). Durante o século XX foram desenvolvidos diversos materias fibrosos de carbono e grafita. Estes têm desempenhado um papel importante no crescimento do desenvolvimento tecnológico humano. RUBENS FERRARI 70 FIBRA DE CARBONO O carbono possui propriedades refratárias excepcionais, sua temperatura de vaporização chega aos 3.700 °C, e sua resistência às modificações químicas e físicas é bastante grande mesmo em altas temperaturas. RUBENS FERRARI 71 FIBRA DE CARBONO As fibras de carbono são adequadas para a fabricação dos mais diversos materiais tais como: papéis, tecidos, telas, micro-telas para a filtragem de líquidos e gases de grande propriedade corrosiva. As fibras são resistentes à alta temperaturas e servem especialmente em catalisadores utilizados em processos químicos. Para a produção de fibras carbônicas o método utilizado é chamado pirólise , ou seja, a decomposição pelo calor, de algum material rico em carbono que retém a sua forma fibrosa através de tratamentos térmicos que resultam em carbonização com alto resíduo carbonáceo. RUBENS FERRARI 72 FIBRA DE CARBONO Os materiais carbonáceos podem ser naturais ou sintéticos e são utilizados como "fibra precursora". Normalmente o cânhamo, o linho, o algodão entre outros materiais naturais têm rendimento pobre de carbono, suas propriedades físicas, rigidez e resistência mecânica são fracas, não são utilizados como em materiais formadores de estruturas que exigem esforço físico. Fibra de carbono (posicionada do canto inferior esquerdo ao canto superior direito) comparada com um fio de cabelo. RUBENS FERRARI 73 FIBRA DE CARBONO Os tecidos de carbono utilizados como agentes reforçadores de resinas feniólicas, levaram às pesquisas para o desenvolvimento de fibras cujas propriedades mecânicas foram sendo aperfeiçoadas até chegar-se ao "raiom". Ao se desenvolver estas matérias primas iniciando-se na década de 1950 até o final da década de 1960, chegou-se à produção de fibras carbônicas de alta resistência à tração e tensão mecânicas. Um exemplo destes produtos é a fibra de poliacrilonitrila conhecida pela sigla "PAN". Esta é semelhante ao acrílico. As poliimidas, poliamidas e o álcool polivinílico são considerados fibras precursoras poliméricas sintéticas. RUENS FERRARI 74 FIBRA DE CARBONO Para se produzir uma fibra carbônica de boa qualidade a partir de uma fibra precursora, é necessário um processo de tratamento térmico e condições controladas de tensão, atmosfera, tempo e principalmente temperatura. O processo se inicia com um pré tratamento onde a matéria prima recebe tensões mecânicas que provocam o seu alongamento utilizando vapor. Em seguida vem a etapa de onde ocorre a conversão de um precursor polimérico. Seguindo-se ao aquecimento constante e controlado até em torno de 250°C aproximadamente. Em seguida é necessária a sua estabilização físico-química. Isto ocorre através do surgimento de ligações transversais entre as cadeias moleculares. Após a estabilização físico-química vem o processo de carbonização em atmosfera inerte em alta temperatura, o gás mais utilizado neste ponto do processo é o "Argônio" e a temperatura utilizada é em torno de 1.000°C. RUENS FERRARI 75 FIBRA DE CARBONO No momento em que ocorre a pirólise começam a surgir sub-produtos devido à decomposição gasosa. A contração do material passa a ocorrer aumentando assim sua rigidez mecânica. Em alguns tipos de fibras de carbono são liberados Nitrogênio, Dióxido de Carbono, Vapor d'água, Cianureto de Hidrogênio, e Amônia. Após o processo de pirólise vem o processo de "grafitização". Este consiste num tratamento térmico que oscila entre 2.000°C e 3.000°C e proporciona uma "cristalização" ordenada os cristais de carbono no interior da fibra. RUENS FERRARI 76 FIBRA DE CARBONO Na cristalização, os cristais de carbono podem assumir formas cristalinas diversas. Suas propriedades físicas e mecânicas variam conforme a matéria prima utilizada e as condições de produção. As fibras de carbono têm suas características dependentes de sua microestrutura, ou seja, de sua estrutura atômica. Depois de ocorrer o processo de grafitização, a estrutura resultante são fibras chamadas de "fibrilas", que são fibras extremamente finas compostas de 15 camadas de cristal separadas em 150 Ângstros e com um comprimento entre 10.000 Ângstrons a 100.000 Ângstrons, aproximadamente. RUENS FERRARI 77 FIBRA DE CARBONO As fibras carbônicas sozinhas não são apropriadas para uso, porém, ao serem combinadas com materiais matrizes, estas resultam num material com propriedades mecânicas excelentes. A resistência das fibras de carbono à presença ou contato direto com produtos químicos corrosivos, etc, e suas estruturas moleculares têm permitido seu uso em peças móveis para a indústria automotiva. Dependendo de sua composição, os componentes podem ser utilizados em condições adversas de temperatura e pressão. Exemplos do uso de fibras de carbono, são sua utilização concomitante na composição de ligas metálicas, peças cerâmicas, tecidos, materiais ablativos, blindagens resistentes à temperaturas, entre outros. RUENS FERRARI 78 FIBRA DE CARBONO Fibras de carbono em uma estrutura compósita RUBENS FERRARI 79 FIBRAS METÁLICAS Fibras metálicas são fabricadas fibras composto de metal, plástico, metal revestido de metal, revestidas de plástico, ou um núcleo completamente coberto por metal. Ouro e prata têm sido usados desde tempos antigos, como fios de decoração tecido. Mais recentemente, fios de alumínio, fios aluminizados de plástico e fios de nylon aluminizados estam substituído o ouro e a prata. Filamentos metálicos podem ser revestidos com películas transparentes. Um filme comum é de poliéster Lurex. RUBENS FERRARI 80 FIBRAS METÁLICAS O ouro e a prata têm sido usadas desde os tempos antigos como decoração no vestuário e têxteis de reis, líderes, a nobreza e o povo do estado. Muitos destes produtos têxteis elegantes podem ser encontradas em museus espalhados pelo mundo. Historicamente, o fio metálico foi construída por envolver uma tira de metal ao redor de um núcleo de fibras (algodão ou seda), muitas vezes, de tal forma a revelar a cor do o núcleo da fibra para aumentar a qualidade visual da decoração. A Companhia Dobeckmum produziu a primeira fibra metálica moderna, em 1946. No passado, o alumínio era normalmente a base de uma fibra metálica. Mais recentemente, o aço inoxidável se tornou uma base também. RUBENS FERRARI 81 FIBRAS METÁLICAS Método de Produção : Há dois processos básicos que são utilizados na fabricação de fibras metálicas. O mais comum é o processo de laminação, que sela uma camada de alumínio entre duas camadas de acetato ou filme de poliéster. Estas fibras são então cortadas em tiras longitudinalmente e enrolados em bobinas. O metal pode ser colorido e seladas em uma película transparente, o adesivo pode ser colorido, ou o filme pode ser colorido antes da laminação. Há muitas variações diferentes de cores e efeitos que podem ser feitas em fibras metálicas, produzindo uma grande variedade de looks. Fibras metálicas pode também ser feitas usando o processo de metalização. Este processo envolve o aquecimento do metal até que se vaporize em seguida, depositá-lo a uma alta pressão sobre o filme de poliéster. Esse processo produz um fio mais fino, mais flexível, mais durável e confortável. RUBENS FERRARI 82 FIBRAS METÁLICAS A Companhia Lurex fabrica as fibras metálicas na Europa há mais de cinqüenta anos. Eles produzem uma grande variedade de produtos de fibra metálica, incluindo as fibras utilizadas em tecido de vestuário, bordados, tranças, tricô, insígnias militares, guarnições, cordas, cabos e decoração de superfície de renda. A maioria das fibras Lurex ter um filme poliamida abrangendo a vertente do metal, mas de poliéster e viscose são usados também. As fibras também são tratados com um lubrificante chamado PW, um mineral à base de óleo, que ajuda fornecer facilidade de uso. Metlon produz seus fios metálicos envolvendo fios de fenda única com duas pontas de náilon. Um nylon final é enrolado no sentido horário e a outra extremidade está envolto sentido anti-horário em torno do fio metálico. O nylon mais comumente usado é o 15 denier ou 20 denier, mas os mais pesados são utilizados para fins especiais. RUBENS FERRARI 83 ELASTANO O desenvolvimento da fibra de elastano foi realizado pela DuPont por volta de 1950 e sua comercialização, com nome LycraR, foi iniciada em 1958. Atualmente, esta fibra e produzida em oito unidades da DuPont localizadas em diferentes países do mundo. Existem outros produtores de elastano na Alemanha e na Ásia. A fibra elastano não e usada isoladamente, sua utilização industrial se da sempre em conjunto com outras fibras, como a poliamida em maios e meias e o algodão em malharia ou tecelagem plana. A fibra e obtida pela extrusão, através da fieira, numa atmosfera de vapor que promove as ligações transversais. O elastano e normalmente mantido incolor ou na cor branca leitosa pigmentada por dióxido de titânio. Como só e utilizado em combinação com outras fibras, são estas as efetivamente responsáveis pela cor do artigo final. RUBENS FERRARI 84 A principal propriedade destas fibras e conferir elasticidade aos tecidos convencionais (de malha ou tecidos planos), o que permite confeccionar pecas de vestuário que aderem ao corpo, acompanhando as formas e movimentos. Esta característica as torna particularmente apropriadas a confecção de roupas de praia, pecas femininas, esportivas e intimas, meias e artigos para aplicações medicas e estéticas. ELASTANO RUBENS FERRARI 85 As técnicas de recobrimento são: simples e duplo recobrimento, fiação com alma elastano e entrelaçamento. O elastano irá adicionar elasticidade a qualquer tecido. A direção e a quantidade do alongamento irá depender da porcentagem de elastano e a forma como foi agregado. ELASTANO RUBENS FERRARI 86 Recentemente foi desenvolvida uma nova variedade de fibra sintética, a microfibra, que surgiu no mercado por volta de 1990. Produzida a partir de acrílico, poliéster ou poliamida, ela se caracteriza por filamentos extremamente delgados e é utilizada na forma de fios multifilamentos. As características da microfibra permitem a fabricação de tecidos leves e de toque agradável. MICROFIBRA RUBENS FERRARI 87 NOVAS FIBRAS Depois da primeira onda de inovações, uma nova geração de fios sintéticos, em escala industrial, começou a aparecer na segunda metade dos anos 90. Estes novos polímeros e fios sintéticos são: PTT – Politrimetileno Tereftalato SPF – Soybean Protein Fiber PLA – Polilactico PBT – Polibutileno Tereftalato PEN – Polietileno 2,6-Naftalendicarboxilato Estas matérias primas trazem um novo conceito de desenvolvimento. Elas partem de produtos renováveis e biodegradáveis, que são moléculas de origem natural (vegetal), em substituição aos derivados de petróleo (mineral) e com rotas de produção baseadas em novos conhecimentos da biotecnologia para obter, por síntese, os monômeros adequados. RUBENS FERRARI 88 POLITRIMETILENO TEREFTALATO OU CORTERRA (PTT) Desenvolvida pela Shell em 1960, o PTT é obtido pela reação do ácido tereftalico com o 1,3 propanodiol. A conformação helicoidal dentro do cristal PTT confere à fibra maior elasticidade (6%), menor rigidez, recuperação à elasticidade, maior volume e manuseio mais suave do que o poliéster convencional, tornando este polímero adequado para a utilização na fabricação de roupas, tanto para uso social como esportivo. Uma outra propriedade diferenciada do PTT em relação aos fios sintéticos tradicionais é a facilidade com que os fios obsorvem os corantes, tornando o processo de tingimento tão simplificado a ponto de em certos casos, dispensar a utilização de carries, ou mesmo trabalhar com temperatura perto do ponto de ebulição da água. RUBENS FERRARI 89 POLITRIMETILENO TEREFTALATO OU CORTERRA (PTT) As matérias primas para a fabricação do PTT são derivadas do petróleo, sendo que uma delas, o ácido Tereftalico (TPA), obtido a partir da oxidação de paraxileno, é normalmente utilizada para a produção do poliéster. O glicol, utilizado para a composição da molécula do polímero PTT, através do processo de esterificação com TPA, é o 1,3 propano diol, obtido através da síntese por hidroxilação do oxido de etileno ou através de técnicas da biotecnologia, conseguida a partir da fermentação alcoólica dos açucares do milho. O processo de polimerização é similar ao do processo de fabricação do poliéster convencional e a fiação do PTT é também realizada com os mesmos equipamentos, apenas ajustando as temperaturas do extrusor e do resfriamento das chaminés, a fim de definir as propriedades finais dos fios. RUBENS FERRARI 90 POLITRIMETILENO TEREFTALATO OU CORTERRA (PTT) Em relação ao beneficiamento, é de fácil preparação. No tingimento pode ser utilizado os equipamentos convencionais, com temperaturas entre 100 a 110ºC. Antes do tingimento deve-se remover toda falsa tinta e óleo lubrificante que estejam presentes no fio. O uso de transportador de corante (carries) não se faz necessário, porem é preciso o uso de um dispersante, igualizante e produtos de acabamento. Para o acabamento, as temperaturas são inferiores as aplicadas para poliester, obtendo-se o equilíbrio ideal de elasticidade e recuperação em uma temperatura de 140º, não devendo exceder a 160ºC. Os tecidos tingidos são resistentes a lavagem, a luz ultravioleta, ao oxido nítrico e ao ozônio. RUBENS FERRARI 91 DESEMPENHO DAS PROPRIEDADES DA FIBRA PTT RUBENS FERRARI 92 POLITRIMETILENO TEREFTALATO OU CORTERRA (PTT) Os fios e fibras de PTT podem ser aplicados na fabricação de carpetes, bem como para uso nos interiores de automóveis, dada a facilidade de texturização, alto volume e permanência deste efeito. Pode também ser utilizado na confecção de roupas intimas, no vestuário para uso externo e em particular para roupas esportivas. Outra aplicação viável com fios bi componentes PET/PTT é no setor de não-tecidos. RUBENS FERRARI 93 POLIESTER ALYA ECO OU ECOFIBRA É produzida 100% a partir de embalagens recicladas de garrafas PET, com 1,4 detex (20% mais fina que uma fibra de algodão) que tem como principais características o toque diferenciado (mais suave) e um brilho mais acentuado, se comparado com algodão, e também tem melhor caimento, amarrota menos e não perde estabilidade dimensional. Com uma tonelada de PET consegue-se produzir uma tonelada de fibra e para se produzir uma camisa, por exemplo, são necessárias duas garrafas plásticas. Esta nova fibra tem desempenho semelhante ao do poliéster convencional, tanto no tingimento quanto na estamparia e pode ser combinada com algodão, viscose, linho, lyocell, entre outros. RUBENS FERRARI 94 COMPARAÇAO COM AS PROPRIEDADES DAS FIBRAS RUBENS FERRARI 95 POLIBUTILENTEREFTALATO (PBT) As matérias primas para a fabricação do PBT são derivadas do petróleo, sendo que uma delas, o ácido Tereftalico (TPA), obtido a partir da oxidação de paraxileno, é normalmente utilizada para a produção do poliéster. O glicol, utilizado para a composição da molécula do polímero PBT, através do processo de esterificação com TPA, é o butilenglicol. Possui propriedades como elasticidade e alongamento relativamente altas para um fio que não é um elastômero. O tingimento ocorre a temperatura de 95 a 105ºC que é a temperatura mais indicada para obtenção das propriedades como elasticidade e alongamento e utiliza os mesmos corantes dispersos e auxiliares indicados para o poliéster normal. RUBENS FERRARI 96 POLIETILENO-NAFTALENDICARBOXILATO (PEN) Esta fibra não pode ser considerada como fibra de poliéster, pois conforme definição, esta fibra não possui o ácido tereftálico em sua composição. É obtido por transesterificação/policondensação do etileno glicol e do dimetil-2,6-naftalendicarboxilato (NDC). Da estrutura química do PEN se derivam propriedades muito favoráveis, como a rigidez, estabilidade dimensional, elevada resistência ao calor e a flexibilidade. O PEN tem sido um dos polímeros mais estudados depois do PET, foi sintetizado pela ICI em 1946 e podia ser facilmente ser transformado em fibras, porem devido a suas propriedades, foi dedicado o máximo de interesse para fabricar cordões para pneumáticos, tecidos de reforço, filmes para fitas de gravação, aplicações eletrônicas, isolamentos de motores, meios filtrantes, tecidos ou feltros para a industria papeleira, reforço para borracha, cerdas para escovas, cabos submarinos, cabos e cordas em geral, velas para barcos, etc. Possui maior resistência aos agentes químicos corrosivos, a hidrolise e a radiação ultravioleta do que o PET. RUBENS FERRARI 97 COMPARAÇÃO ENTRE ALGUMAS FIBRAS SINTETICAS RUBENS FERRARI 98
Compartilhar