Buscar

Geoquimica-Do-Petroleo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 14 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

GEOQUÍMICA DE PETRÓLEO 
 
Cabe a Geoquímica do Petróleo a identificação de rochas geradoras nas bacias sedimentares e 
a avaliação do potencial gerador dessas rochas. 
A Geoquímica pode ser definida como a aplicação de métodos químicos aos estudos de 
fenômenos de geologia. No caso particular da Geoquímica do Petróleo, trata-se da aplicação de 
métodos da Química Orgânica à Geologia do Petróleo. 
O desenvolvimento da Geoquímica de Petróleo nas três últimas décadas pode ser considerado 
como explosivo. Esse desenvolvimento notável se processou, em grande parte, nos laboratórios de 
pesquisa das grandes companhias petrolíferas. A motivação para esses estudos foi resultante do 
reconhecimento, por essas companhias, do papel fundamental que a Geoquímica do Petróleo 
poderia vir a representar como ferramenta auxiliar na busca de novas jazidas de óleo ou gás. 
A Geoquímica do Petróleo, nos dias atuais, participa ativamente do processo exploratório, 
orientando as pesquisas para as áreas e profundidades mais apropriadas à existência de acumula-
ções petrolíferas comerciais. 
O petróleo formado basicamente de Carbono e Hidrogênio (hidrocarbonetos) tem cerca de 82-
87 % de carbono e 12-15 % de hidrogênio e em menor proporção Oxigênio (0,1 – 2 %), Enxofre 
(0,1 – 5 %) e Nitrogênio (0,2). 
 
 
ONDE A MATÉRIA ORGÂNICA É PRODUZIDA 
A Teoria Orgânica moderna postula que o petróleo se origina da matéria orgânica depositada 
juntamente com os sedimentos finos numa bacia sedimentar. Como essa matéria orgânica é 
produzida e quais as condições para a sua preservação nas rochas sedimentares? 
O petróleo, do mesmo modo que o carvão, jamais teria existido se não tivesse se processado a 
fotossíntese nos vegetais que viveram no passado. 
A fotossíntese é um processo biológico que se deve à ação da clorofila. Este pigmento é en-
contrado em organelas microscópicas de certas células vegetais. Embora o processo da fotossíntese 
ainda seja imperfeitamente conhecido, sabe-se que o ponto de partida é a excitação da clorofila 
pela ação da luz. 
A energia das moléculas de clorofila assim ativadas é utilizada para sintetizar monossacarí-
deos (açúcares simples como a glicose) e polissacarídeos (como a celulose e o amido), ponto de 
partida para as sínteses mais complexas de matéria orgânica nas células vegetais. 
A fotossíntese pode ser representada pela equação 
 
12H2O + 6CO2 Clorofila ⇒⇒⇒⇒ C6H12O6 + 6O2 + 6H2O 
 (energia= 674 Cal) açúcar 
 
Nas plantas terrestres a fotossíntese se processa principalmente no parênquima paliçádico 
(Figura 1). Pelos poros (estômatos) a planta absorve gás carbônico da atmosfera, ao mesmo tempo 
que recebe água e sais minerais proveniente do solo através dos vasos condutores. A glicose e 
outros açúcares solúveis resultantes da fotossíntese atravessam as paredes da membrana celular e 
são captados pelos vasos condutores, que se encarregam de distribui-los por todas as partes dos 
vegetais. 
Deve-se assinalar, de passagem, que somente as plantas clorofiladas (seres autótrofos) podem 
sintetizar matéria viva (orgânica) a partir de matéria sem vida (inorgânica). Os animais (seres 
2 
heterotróficos) necessitam de alimentos já elaborados pelas plantas clorofiladas. O mar é a 
principal fonte de matéria orgânica que aí é sintetizada, principalmente pelas algas 
microscópicas (Figura 2). 
 
Figura 2 - Algas microscópicas típicas: Diatomáceas e Dinoflagelados 
 
As algas do grupo das diatomáceas são, atualmente, as responsáveis pela maior parte da fo-
tossíntese realizada na Terra, fato que as tornam as maiores produtoras de matéria orgânica neste 
planeta -- matéria orgânica potencialmente geradora de petróleo. Essas algas são encontradas, atu-
almente, em todas as regiões do globo terrestre: no mar, nos lagos, nos rios, no solo úmido. 
As algas dinoflageladas também ocupam um lugar de destaque como produtoras de matéria 
orgânica. As algas desse grupo se locomovem, lentamente, com o auxílio de dois flagelos ou mais 
pares de flagelos. 
Os raios de luz solar cujos comprimentos são adequados à fotossíntese só penetram uns 100 
metros de profundidade nos oceanos. Assim sendo, a síntese de matéria orgânica primária está res-
trita, essencialmente, às águas superficiais que cobrem a superfície terrestre. Nos primeiros dez 
metros a produtividade orgânica é maior, daí decrescendo com a profundidade. Entretanto, abaixo 
de cem metros de profundidade, vivem e se multiplicam organismos diversos, mas estes são 
heterotróficos, dependendo dos alimentos produzidos pelos organismos que vivem próximo à 
superfície, isto é, pelo fitoplâncton. 
As algas diatomáceas contém 5 a 50% de lipídeos, matéria prima a partir da qual a maior 
parte do petróleo é formada. 
Os animais marinhos, inclusive os pertencentes ao plâncton (zooplâncton), são pouco 
importantes, do ponto de vista de preservação de matéria orgânica potencialmente geradora de 
petróleo. Esses organismos são facilmente decompostos antes de serem incorporados aos 
sedimentos, não podendo participar significamente da gênese do petróleo. 
3 
As plantas terrestres não contribuem de maneira notável para a gênese do petróleo. Calcula-se 
que, atualmente, a matéria orgânica trazida pelos rios representa menos de 1% das substâncias 
orgânicas dos oceanos. Aliás, é fato bem conhecido que quantidades substanciais de petróleo foram 
geradas no passado antes do aparecimento das plantas terrestres. São encontradas grandes 
acumulações de petróleo em rochas devonianas e mesmo mais antigas, muito embora as primeiras 
plantas terrestres só tenham se desenvolvido notavelmente no final do Devoniano. 
 
 
 
3. FATORES CONTROLADORES DA PRODUÇÃO DE MATÉRIA ORGÂNICA 
 
Nas áreas continentais o fator mais importante no processo de produção de matéria orgânica 
é o clima. Nas regiões desérticas a produtividade é mínima, ao passo que nas regiões de clima fa-
vorável desenvolvem-se florestas exuberantes - a produtividade é máxima. Não devemos nos 
esquecer de que o clima na superfície da Terra tem variado drasticamente no decorrer do tempo 
geológico. As condições climáticas hoje observadas em determinada área com certeza não são 
representativas daquelas do passado. 
Nos mares a produtividade orgânica é controlada pela luz, pela temperatura e pelo teor de 
nutrientes dissolvidos na água. Já foi mencionado que a produção de matéria orgânica primária está 
restrita à zona eufótica, isto é, até a profundidade de 100 metros onde a luz penetra. A zona abaixo 
é denominada zona afótica. 
O clima, principalmente no que se refere à temperatura, tem efeito significativo na produção 
de matéria orgânica nos mares. As regiões polares apresentam baixa produtividade, bem como as 
regiões equatoriais. O máximo de produtividade se encontra nas regiões de clima temperado. 
O fitoplâncton para se desenvolver necessita de nutrientes, isto é, de nitrogênio, fósforo, síli-
ca, ferro, enxofre etc. A concentração desses elementos, sob a forma dissolvida, é em geral muito 
baixa nas águas superficiais, pois a atividade biológica que aí se desenvolve é intensa, extraindo 
esses nutrientes da água. A figura 3 mostra a distribuição nitratos de e fosfatos nos oceanos 
Atlântico, Pacífico e Ïndico. 
4 
 
 
FIGURA 3 - Distribuição dos Nitratos (A) e dos Fosfatos (B) nos oceanos. Unidades 
microgramas átomos por litro. (Sverdrup et al., 1946). 
Em certas áreas, fenômenos hidrodinâmicos locais ou regionais podem fazer fluir para a su-
perfície as águas profundas ricas em nutrientes. Esse fenômeno, conhecido por ressurgência 
("upwelling") causa uma grande produtividade orgânica. Atualmente, a ressurgência é muito mais 
comum ao longo das costas ocidentais dos continentes devido à circulação geral dos ventos e cor-
rentes oceânicas, conforme podeser observado na figura 4. Em épocas de clima quente, a calota 
polar de gêlo é reduzida, de modo que não se forma água gelada rica em oxigênio e nutrientes. 
Neste caso, o fenômeno de ressurgência é bastante enfraquecido ou desaparece. Cria-se então um 
oceano com pouca circulação e com deficiências em oxigênio. Vastas áreas então tornam-se 
anóxicas, preservando grande quantidade de matéria orgânica em certos tempos geológicos. 
 
5 
 
FIGURA 4 - Áreas de ressurgência nos oceanos. Adaptada de Fairbridge (1966) 
 
 
Figura 5. A ressurgência produz alta produção de microrganismos e anoxia no subtrato 
marinho. 
Os grandes rios também podem trazer para os oceanos uma quantidade significativa de nu-
trientes nas imediações de seus estuários. Cerca de 80% da matéria orgânica nos oceanos 
encontra-se dissolvida e apenas 20% mantém-se sólida, sob a forma de partículas que é 
constantemente oxidada ou soterrada. A matéria orgânica dissolvida não é incorporada às rochas, 
mas é continuamente reciclada e reutilizada pelos organismos marinhos. 
6 
 
 
 
FIGURA 5 - Distribuição vertical do oxigênio dissolvido nas águas dos oceanos. 
 
FATORES CONTROLADORES DA PRESERVAÇÃO DA MATÉRIA ORGÂNICA 
 
Condições para a preservação de uma quantidade significativa de matéria orgânica só existem 
em meio aquático. O ar atmosférico é um fluido altamente oxidante, desde que contém 21% de 
7 
oxigênio. Ele se difunde facilmente nos sedimentos de origem continental, destruindo rapidamente 
a matéria orgânica neles porventura existente. Portanto, os cadáveres dos dinossauros ou de outros 
vertebrados não contribuem para a formação de petróleo. A lignina e a celulose dos vegetais são 
mais resistentes e tem maior capacidade de preservação, mas também não geram petróleo. 
Por outro lado, o conteúdo de oxigênio das águas dos oceanos e lagos é muito baixo (alguns 
centímetros cúbicos por litro) e a água circula mais lentamente através dos sedimentos, o que 
permite melhor preservação da matéria orgânica. Os sedimentos marinhos e lacustres, por isso, 
são os únicos aptos a se tornarem rochas potencialmente geradoras de petróleo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura . Distribuição de hidrocarbonetos na costa e mar aberto em função dos organismos 
que lhes deram origem 
 
 
Uma percentagem elevada da matéria orgânica, produzida na zona eufótica (zona com luz), é 
destruída e oxidada em seu percurso antes mesmo de atingir o fundo da bacia de sedimentação. 
Caso a profundidade for muito grande, praticamente nenhuma matéria orgânica atinge o fundo. 
Por outro lado, a profundidade do mar na área de sedimentação não deve ser muito pequena. 
As águas rasas superficiais são muito ricas em oxigênio, em geral são supersaturadas nesse gás. 
A zona favorável à preservação das partículas da matéria orgânica no mar se encontra, 
geralmente, entre 200 e 800 metros de profundidade. É entre esses limites de profundidade também 
que se encontra a zona de concentração mínima de oxigênio. 
A baixa concentração de oxigênio nessa zona se deve aos fenômenos respiratórios que aí se 
processam e às fermentações oxidativas (decomposição), ambos consumidores de oxigênio. 
Portanto, próximo às áreas costeiras é que há a maior produtividade devido aos nutrientes 
provenientes dos continentes e maior preservação de matéria orgânica. As águas profundas são 
ricas em oxigênio devido às correntes profundas, que trazem águas saturadas em oxigênio das 
regiões polares. Essas águas oxidam a matéria orgânica e sustentam uma vida bentônica no fundo 
do mar. A menor quantidade de nutrientes das áreas oceânicas afastadas dos continentes inibe 
muito a produtividade orgânica. 
8 
Baixa produtividade orgânica e altas taxas de oxigênio resultam em reduzida preservação de 
matéria orgânica nas grandes profundidades marinhas. A maior riqueza em oxigênio nas águas 
profundas do Atlântico se deve ao fato de que as águas provém de ambos os polos (Fig. 5a). A 
figura 5a mostra a distribuição vertical do oxigênio dissolvido nas águas dos oceanos Atlântico, 
Pacífico, Indico e Ártico. 
 
 
 
 
 
 
FIGURA 5a - Distribuição das correntes marinhas no Oceano Atlântico. 
 
9 
Em certas áreas de circulação restrita, as águas profundas podem se tornar depletadas total-
mente em oxigênio (isto é, tornam-se anóxicas). Como no caso do Mar Negro, do Golfo de Caríaco 
(no Mar das Caraíbas), de algumas bacias oceânicas profundas. Na ausência de oxigênio, 
organismos anaeróbios (organismos que vivem na ausência de oxigênio) usam matéria orgânica 
como alimento e sulfatos e nitratos para obter oxigênio de que necessitam para os fenômenos 
metabólicos, liberando no processo amônia, nitrogênio e gás sulfídrico. 
A decomposição da matéria orgânica se processa muito lentamente nas condições anóxicas, o 
que permite o soterramento de sedimentos e partículas orgânicas e a formação de rochas 
particularmente ricas em matéria orgânica. No mar Negro, as águas abaixo de 200 metros não 
contém oxigênio e os sedimentos do fundo são muito ricos em matéria orgânica. Outro bom 
exemplo é a Baia de Kaoe, no oceano Pacífico. 
Nos lagos, são frequentemente encontradas condições anóxicas muito favoráveis à preserva-
ção da matéria orgânica. Os sedimentos lacustres podem conter 10% ou mais de matéria orgânica. 
A atividade bacteriana ocorre em ambiente redutor onde bactérias anaeoróbicas 
consomem o oxigênio da matéria orgânica, deixando um material rico em hidrogênio. 
 
 
 
 
 
10 
 
 
5. ROCHAS GERADORAS DE PETRÓLEO 
 
Partindo do princípio estabelecido por James Hutton de que "o presente é a chave do passa-
do", foi discutido nos itens anteriores as condições atuais de produção e preservação de matéria 
orgânica que é incorporada aos sedimentos. Condições idênticas devem ter operado no passado, 
acarretando a formação de rochas geradoras de petróleo. 
Chama-se a atenção novamente para o fato de que uma grande percentagem da matéria or-
gânica é destruída antes de chegar ao fundo da bacia de sedimentação. Spotnisev (1949) calcula em 
70% essa destruição. Por outro lado, mesmo sob condições favoráveis de fundo, apenas uma 
pequena percentagem da matéria orgânica original é preservada. Calcula-se que somente 1% de 
toda a matéria orgânica produzida em determinada área permanece até ser incorporada às ro-
chas sedimentares. Um aporte adequado de material inorgânico é imperativo para a formação de 
rochas potencialmente geradoras de petróleo. Se a razão de sedimentação for muito baixa, o tempo 
de exposição da matéria orgânica (MO) aos agentes hostis é suficiente para reduzi-la a 
percentagens inadequadas. Por outro lado, uma razão de sedimentação muito elevada é um fator 
desfavorável, pois dará origem a rochas pobres em matéria orgânica devido à diluição. 
Consequentemente, uma razão de sedimentação (10-100 mm/1000 anos) que é intermediária em 
relação à produção orgânica resulta na formação das melhores rochas geradoras. 
Desde que organismos bentônicos bioturbadores do substrato oceânico não podem viver em 
condições redutoras, os sedimentos ficam intactos, com a laminação preservada. Para que uma 
rocha seja classificada como geradora é necessário que as seguintes condições sejam satisfeitas: 
a) Contenha MO em quantidade adequada (> 1%); alguns autores mencionam 0.5%. 
b) A MO seja adequada para geração de hidrocarbonetos (qualidade adequada); 
11 
c) A rocha tenha sido submetida às temperaturas requeridas para a geração de quantidades 
substanciais de petróleo (maturação adequada). 
Quantidade, Qualidade (tipos) e Maturação da matéria orgânica, portanto, são os 
parâmetros que a Geoquímica do Petróleo procura determinar para caracterização de rochas 
geradoras. 
 
5.1 - Quantidade damatéria orgânica 
 
A geração do petróleo é um mecanismo muito ineficiente. Estima-se que, em geral, apenas 
1% a 5% da matéria orgânica incorporada aos sedimentos se transforma em petróleo. 
É intuitivo que, sob condições idênticas, uma rocha mais rica em matéria orgânica gerará 
quantidade maior de petróleo que outra onde os teores de matéria orgânica são menores. Entretanto, 
foi observado pelos geoquímicos que uma rocha, para ceder para os reservatórios o óleo 
eventualmente gerado, deve conter um teor mínimo de matéria orgânica. Qual deve ser esse mí-
nimo? 
Acredita-se que foi Ronov (1958), num trabalho que se tornou clássico em Geoquímica do 
Petróleo, quem primeiro chamou atenção sobre esse fato. Afirma esse autor que os folhelhos das 
regiões petrolíferas contém, em média 1,37% de carbono orgânico e que os folhelhos de regiões 
não petrolíferas apenas 0,42%. Esses resultados, de acordo com Ronov, indicam que existe um 
mínimo de matéria orgânica abaixo do qual não se formam acumulações comerciais de petróleo. 
Esse mínimo se situaria entre 1,4 e 0,4%. Na opinião de Ronov, o teor mínimo se encontra mais 
próximo de 1,4% do que de 0,4%. 
Atualmente, acredita-se que uma rocha clástica para ser classificada como geradora de pe-
tróleo deve conter pelo menos 1% de carbono orgânico. As boas geradoras, entretanto, devem 
apresentar um teor bem mais elevado. Calcários argilosos podem gerar óleo a partir de 0,5 % de 
carbono orgânico. 
 
5.2 - Qualidade (tipo) da matéria orgânica (AMORFA, HERBÁCEA e LENHOSA) 
Resumo: 
 
Numerosos organismos sintetizam hidrocarbonetos, embora em pequeníssimas quantidades. 
Estes hidrocarbonetos, ditos singenéticos, contribuem modestamente para as acumulações petro-
líferas. Alguns compostos de origem bioquímica, tais como álcoois e ácidos graxos, se transfor-
mam em hidrocarbonetos a temperaturas relativamente baixas. Essa geração precoce, entretanto, 
não representa mais do que alguns % do total de petróleo gerado numa bacia sedimentar. 
A maior parte do petróleo resulta do craqueamento do querogênio, polímero poliaromático de 
alto peso molecular originário da matéria orgânica depositada juntamente com os sedimentos numa 
bacia sedimentar. Ao microscópio pode-se distinguir três tipos de matéra orgânica (querogênio): 
AMORFA, HERBÁCEA e LENHOSA. 
 
A matéria orgânica AMORFA apresenta-se de forma subcoloidal (Figura 7). Resulta da de-
composição parcial de algas e bactérias, cujos restos celulares podem ser distinguidos algumas ve-
zes nas lâminas. É a matéria orgânica mais adequada para a geração de óleo e gás. A razão H: C é 
de cerca de 1,6 a 1,8. 
12 
 
FIGURA 7 - A matéria orgânica de rochas sedimentares observada ao microscópio. Amorfa (A), 
Herbácea (H) e Lenhosa (L). A flexa 1 aponta para um esporo de forma triangular. A flexa 2 indica 
um pólen arredondado bem preservado. 
 
Na matéria orgânica HERBÁCEA pode-se distinguir cutículas de folhas vegetais, polens, 
esporos etc. Esse material, proveniente de vegetais superiores, também dá origem a gás, e algum 
óleo porém com abundância de parafinas pesadas (óleo parafínico). A razão H: C é de cerca de 1,4. 
Na matéria orgânica LENHOSA distingue-se nas lâminas partículas com aspeto lenhoso, 
muitas vezes com vasos condutores de seiva bem preservados. Este tipo de matéria orgânica so-
mente gera pouco gás, assim mesmo sob condições mais severas de temperatura. A razão H: C é de 
cerca de 1 ou menos. 
A matéria orgânica carbonizada é denominada tipo IV e sua razão H: C é 0,4 ou menos. 
Pela figura observa-se que, em geral, existe uma mistura dos diversos tipos de matéria 
orgânica nos sedimentos, mas geralmente predomina um tipo. A conversão da matéria orgânica 
(querogênio) em petróleo é quase diretamente proporcional a seu conteúdo em hidrogênio. A 
melhor matéria orgânica para gerar óleo contém mais de 10% de hidrogênio, sendo o teor 
mínimo, de acordo com Momper (1978), em torno de 7%. Aqui surge um problema para a 
avaliação adequada de uma rocha potencialmente geradora. A identificação dos diversos tipos de 
matéria orgânica sob o microscópio é relativamente fácil. Entretanto, fenômenos de oxidação e 
degradação bacteriana, nem sempre aparentes à análise ótica, podem ter reduzido drasticamente o 
teor de hidrogênio da matéria orgânica e, assim, seu potencial gerador. Consequentemente, um 
diagnóstico seguro do potencial gerador deve ser baseado com confirmação por outros métodos. A 
pirólise tem sido o método bastante utilizado, nos últimos anos, para avaliação do potencial de 
produtividade. 
A matéria orgânica AMORFA contém um teor relativamente elevado de hidrogênio e teor 
baixo de oxigênio. A matéria orgânica HERBÁCEA contém menor teor de hidrogênio, porém 
maior teor de oxigênio. Finalmente, a matéria orgânica LENHOSA contém baixo teor de hidro-
gênio, porém alto teor de oxigênio. Assim, a pirólise permite identificar e quantificar o tipo de 
matéria orgânica através dos índices de hidrogênio e oxigênio. 
 
13 
5.3 - Maturação da Matéria Orgânica 
A transformação do querogênio em petróleo, conforme já foi mencionado, se deve, 
principalmente a fenômenos termoquímicos. 
Após ter sido formado durante os estágios iniciais da diagênese, o querogênio permanece 
inalterado até que a rocha que o contém seja soterrada a uma profundidade onde a temperatura seja 
adequada para a sua conversão em componentes do petróleo. 
Em Geoquímica do Petróleo, temperatura se refere à paleotemperatura máxima à qual de-
terminada rocha foi submetida durante sua história geológica. Essa temperatura pode ser muito 
diferente da temperatura atual. 
Quanto à maturação as rochas potencialmente geradoras podem ser classificadas em: 
 
Rochas Imaturas - As condições termoquímicas foram insuficientes à geração de quanti-
dades significativas de petróleo. As rochas imaturas podem conter acumulações de gás seco 
(metano de origem bioquímica ou biogênica) e pequenas quantidades de óleo imaturo. Eventual-
mente, podem conter hidrocarbonetos migrados de horizontes mais profundos. 
Rochas Maturas - As condições termoquímicas foram adequadas à geração de quantidades 
substanciais de hidrocarbonetos. 
Rochas Senis - A paleotemperatura máxima foi excessiva, tendo destruído o petróleo líquido 
eventualmente gerado. Somente acumulações de gás (principalmente metano) podem ser esperadas 
em rochas senis. 
Existem diversos métodos para se determinar o grau de maturação das rochas potencialmente 
geradoras numa bacia sedimentar. Todos esses métodos, entretanto, apresentam limitações, razão 
pela qual é necessário utilizar vários deles em conjunto para um diagnóstico mais próximo da 
realidade. 
 
 
a) Índice de Alteração Térmica (IAT) - É um índice determinado a partir da coloração de 
certos componentes da matéria orgânica preservada nos sedimentos, principalmente polens e espo-
ros. Estes componentes, em função da paleotemperatura máxima à qual foram submetidos, adqui-
rem coloração cada vez mais escura: Amarelo (imaturo), Laranja e ### Marron (maduro) ### 
Marron Escuro e ### Negro (senil). A essas variações da coloração são atribuídos índices de 1 a 5, 
com os quais se pode estimar o grau de maturação da matéria orgânica. Valores até 2,5 a matéria 
orgânica é imatura, entre 2,6 e 3,3 a matéria orgânica é matura e acima de 3,3 é senil. 
14 
 
b) Reflectância da Vitrinita (Ro%) - Pode-se também determinar se uma rocha foi 
submetida à temperaturas adequadas à geração de quantidades substanciais de petróleo mediante o 
estudo da reflectância da vitrinita. 
A vitrinita é um dos componentes dos carvões húmicos, nos quais se apresenta sob a forma de 
faixas negras brilhantes características. É encontrada em praticamente todas as rochas sedi-
mentares, sob a forma de partículas microscópicas. O brilho dessas partículas é proporcional à 
paleotemperaturamáxima à qual foram submetidas. Em microscópio especial (Fotomicroscópio) 
pode-se medir a percentagem da luz refletida numa partícula de vitrinita (Ro%). Ro% = 0,6 ca-
racteriza o topo da Zona Matura (zona em que a temperatura é suficiente para iniciar o processo de 
geração de óleo) e Ro% = 1,35 corresponde ao topo da Zona senil onde todo óleo preexistente se 
transforma em gás.

Outros materiais