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EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA FUNÇÃO - UNIDADE 3

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UCAM – UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES – NITERÓI RJ
Disciplina: Perícia Contábil
Professor: José Raymundo Sobrinho
2016
3 – EXERCÍCIO PROFISSIONAL DA FUNÇÃO 
1 – Quem pode exercer a função de Perito Contábil?
( Atribuição privativa do bacharel em Ciências Contábeis e daqueles que tenham equiparação legal. (Decreto-lei nº 9.295 de maio 1946) Ornelas p: 40)
A Resolução CFC nº 107, de 13/12/1958, regulamentando o art. 25, do Decreto-lei nº 9.245/45, especificou em seu artigo 1º, item 6, os trabalhos contábeis de natureza pericial:
“6) Apuração de haveres em virtude de entrada, retirada, exclusão e falecimento de sócios, cotistas ou acionistas; liquidação, falência e concordata de quaisquer entidades, inclusive a liquidação extrajudicial de estabelecimentos bancários ou de qualquer outro tipo”.
2- Descreva sobre a escolha do Perito Contábil.
( Realiza-se sob duas formas de atuação técnica:
( nomeado pelo magistrado para assumir o cargo de perito judicial.
( indicado pelas partes para funcionar como assistente técnico.
( nova oportunidade surgiu com nova redação ao art. 427, do CPC: elaboração de parecer pericial contábil que pode ser requisitado pelas partes, de modo que instrua a propositura da ação ou da contestação. Nesse caso, o magistrado pode aplicar o disposto no art. 330, inciso II, CPC, julgando a lide antecipadamente, quando entender não haver necessidade de produção de provas.
3 - Quais são os Direitos e Deveres do Perito Contábil ?
( Lei 10.358, de 27 de dezembro de 2001 modificou o polêmico art. 433 do CPC, e:
 ( fixou o prazo de 10 (dez) dias para entrega do parecer do assistente técnico
 começando a fluir a partir da intimação das partes da apresentação do laudo
 pericial.
 
 ( Essa mesma lei, que acrescentou o art. 431-A, ao CPC, determinou um
 novo dever ao perito judicial, qual seja, o de, caso o magistrado não o tenha
 feito, dar ciência às partes do início da produção da prova pericial, verbis:
Art. 431-A. As partes terão ciência da data e local designados pelo juiz ou indicados pelo perito para ter início a produção da prova.”
Preventivamente deve o expert judicial formalizar o cumprimento desse dever, mediante comunicação escrita às partes, com certa antecedência, de modo que os assistentes técnicos possam estar presentes aos atos por ele praticados.
 ( Dever de esclarecer a matéria técnica, se requerido pelas partes, e ode comparecer
 em audiência é o que determina o CPC no art. 435 e respectivo parágrafo único. 
Dever de lealdade é decorrente da função social exercida pelo perito, pois como
 auxiliar da justiça que é. 
Como diz Amaral Santos:
“insta ao perito espelhar-se no juiz e lembrar-se de que sua missão a deste se avizinha e como o juiz precisa comportar-se: reto, imparcial, sereno, verdadeiro.” 
Esse dever, pela nova redação dada ao art. 422, foi assim tratado:
“O perito cumprirá escrupulosamente o encargo que lhe foi cometido, independen-
temente de termo de compromisso. Os assistentes técnicos são de confiança da
Parte não sujeitos a impedimento ou suspeição.” 
Qualquer desvio funcional do contador pode ser considerado comportamento cri-
minoso, seja na função de perito judicial, seja na de assistente técnico, desde que
comprovado; é o que consta do art. 342, do Código Penal, em face da redação
dada pela Lei 10.268, de 28 de agosto de 2001, verbis:
Art. 342. Fazer afirmação falsa, ou negar ou calar a verdade como testemunha, perito, contador, tradutor ou intérprete em processo judicial, ou administrativo, inquérito policial, ou em juízo arbitral.”
É dever do perito nomeado pelo magistrado recusar sua nomeação pelos motivos
 de impedimento e de suspeição.
art. 147 do CPC:
“O perito que, por dolo ou culpa, prestar informações inverídicas, responderá pelos
Prejuízos que causar à parte, ficará inabilitado por dois (2) anos, a funcionar em outras perícias e incorrerá na sanção que a lei penal estabelecer.”
O não- cumprimento do prazo assinalado pode ensejar a substituição do perito. O
art. 424, CPC, diz:
“ o perito pode ser substituído quando:
 I carecer de conhecimento técnico ou científico;
 II – sem motivo legítimo, deixar de cumprir oencargo no prazo que lhe foi assinado.”
“No caso previsto no inciso II, o juiz comunicará a ocorrência à corporação profissio-
nal respectiva, podendo, ainda, impor multa ao perito, fixada tendo em vista o valor
da causa e o possível prejuízo decorrente do atraso no processo.”
Aos deveres correspondem determinados direitos exercidos pelos peritos. Segundo
Amaral Santos:
“Ao dever de aceitar o encargo, ampara-os o direito de isentar-se de uma tal obri-
gação, dada a ocorrência de razões que tornariam o encargo extremamente gravoso;
ao dever de respeitar os prazos e de comparecer à audiência, surge-lhes o direito de
pedir prorrogação, verificada a existência de motivos relevantes ou de força maior,
respectivamente; ao dever de lealdade, isto é, de corresponder ao princípio de mora-
lidade, arma-os a lei de poderes, que equivalem a legítimos direitos de investigar; ao
dever de servir se emparelham o direito à indenização das despesas e o de perceber
honorários por seus serviços.”
O poder investigativo emana do artigo 429, in verbis:
“Para o desempenho de sua função, podem o perito e os assistentes técnicos utilizar-
Se de todos os meios necessários, ouvindo testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder de parte ou repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas, desenhos, fotografias e outras quaisquer peças.”
O direito de requerer prazo adicional para a conclusão do trabalho pericial é garantido
pelo art. 432.
O perito tem direito ao ressarcimento das despesas que realizou com as diligências
efetuadas, bem assim o de receber os honorários correspondentes ao trabalho pericial
realizado.
Quanto ao ônus pecuniário relativo aos honorários periciais, é de responsabilidade
De quem requer a prova pericial contábil, ou do autor, segundo a regra do art. 33, do
CPC.
Quanto ao ônus pecuniário relativo aos honorários periciais, é de responsabilidade
 e quem requer a prova pericial contábil, ou do autor, segundo a regra do art. 33, do
 CPC.
No que se refere ao desembolso das despesas, cabe às partes prover as mesmas correspondentes aos atos processuais que requereram, segundo regra contida no art. 19 do CPC.

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