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RESENHA CRÍTICA CASO EXPLORADORES DE CAVERNA

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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC
CURSO DE DIREITO
ALUNO: CÁSSIO RAMOS PEREIRA
PROF: FERNANDA DA SILVA LIMA
RESENHA CRÍTICA
 O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA
O caso dos exploradores de caverna é um livro do autor estadunidense Lon Fuller que foi publicado nos Estados Unidos em 1949, onde o autor conta a história de cinco homens que trabalham com a exploração de minerais em cavernas. Certa vez em que juntos decidem explorar uma determinada caverna, já no interior desta, ocorre um deslizamento de pedras, que por sua vez acabam obstruindo a saída, devido à grande quantidade de materiais, areia e pedras que caíram ao longo do local.
Após a comunidade local ter conhecimento do fato, inúmeros homens e máquinas foram deslocados até o local, com o objetivo de retirar todo o material que havia desmoronado, e liberar a saída da caverna, para o resgate dos cinco homens que lá permaneciam. O trabalho foi árduo, exigindo muito sacrifício de todos que ali estavam para ajudar, com a utilização de grande número de equipamentos e mão de obra dos trabalhadores.
Passaram-se dezenas de dias e os trabalhadores incansavelmente continuavam as buscas no local, removendo as pedras e escombros na caverna, porém todo esse trabalho demandou muitos gastos da comunidade, não haviam mais verbas suficientes para continuar, além de todo o trabalho causar a morte de dez dos trabalhadores que ali estavam.
Enquanto isso dentro da caverna, os cinco homens que lá estavam a dezenas de dias em situação precária de sobrevivência, sem alimentos suficientes para manter a saúde de todos, em total desespero, indagaram um médico através de um aparelho de comunicação se havia possibilidade de sobrevivência sem os alimentos, até serem removidas as pedras, porém a resposta foi negativa, então perguntaram se caso um dos homens servisse de alimento para os demais tinham assim chances de sobreviver, e a resposta foi de que sim.
Um dos homens chamado Whetmore, decide então, realizar um sorteio para que um deles fosse sacrificado em detrimento dos demais, para servir de alimento e garantir a sobrevivência do grupo, vez que lança os dados que possuía no bolso, e a própria sorte foi o escolhido para ter seu corpo como alimento do grupo. E assim o grupo o fez, sacrificando Whetmore, e por consequência, conseguindo aguentar pelos dias que foram suficientes para o término do serviço dos obreiros em resgatá-los.
Diante do ocorrido, os quatro homens sobreviventes, foram levados a julgamento, uma vez ter cometido conduta tipificada como crime, de homicídio, previsto no ordenamento jurídico da época, a discussão surgiu como uma bomba na sociedade. Haviam magistrados que defendiam a tese do direito natural em que os homens estavam privados da razão, não estavam subordinados as normas jurídicas, devido ao estado físico e psicológico em que estavam, e ao isolamento da sociedade, não haviam como pensar em punição, ainda, realizaram tal ato com consentimento de Whetmore, com o objetivo de salvar a vida dos demais.
Havia também magistrados, como o Juiz Keen, que defendiam o direito positivo, onde as normas devem ser requisitos necessários para a execução da lei, defendendo que os homens não estavam em estado natural antes de adentrar na caverna, e sim viviam regidos pelas normas jurídicas, e que deviam ser aplicadas nesse caso concreto, devendo estes homens responder pelo crime de homicídio culposo.
Ao final, após muita discussão da sociedade, dos magistrados e do júri, os quatro homens foram sentenciados, com pena de enforcamento perante toda a comunidade, pelo crime que cometeram, seguindo assim a teoria do Juiz Keen, que defendia o positivismo, e conseguiu a aplicação da norma positivada no ordenamento jurídico.
Apesar de ser uma história fictícia, o caso gera muitas discussões até hoje, relacionadas ao conflito entre direito natural e direito positivo, e sobre sua aplicabilidade em casos concretos, para que haja uma decisão coerente com a situação a ser julgada.
Caso eu fosse um dos magistrados, e tivesse o poder de dar a decisão nesta situação hipotética, não escolheria nenhuma das teorias para chegar a uma conclusão, e sim buscaria a justiça dentro do caso concreto, analisaria as provas, se realmente Whetmore consentiu em abrir mão de sua vida, levaria em consideração o estado psicológico em que aqueles homens estavam, com a capacidade de discernimento abalada, ponderaria pelo princípio do livre convencimento do juiz, e absolveria os réus, uma vez ter cometido tal conduta por extremo estado de necessidade, sem pensar em consequências, sem pensar se sairiam vivos da caverna. 
Ademais, para que haja homicídio a conduta deve ser intencional ou acidental, neste caso concreto não visualizo nenhuma destas situações, vez que a morte de um dos membros foi para salvar a vida do grupo, em uma atitude heroica de Whetmore, caso contrário não haveria a necessidade da conduta do grupo
Por fim, houve também a morte de dez obreiros que trabalhavam no resgate, na tentativa de salvar a vida dos homens, e não foi ponderada, ninguém foi responsabilizado por este acontecimento, caso que se assemelha a mesma conduta dos homens presos no interior da caverna, e que tinham o mesmo objetivo, salvar vidas.

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