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Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
Aula 1: Conceitos básicos 
 
Diariamente, temos que fazer escolhas do que comprar, do que abrir mão de comprar em detrimento de outro 
bem ou um plano futuro, enfim... tomamos decisões a todo momento nas nossas vidas. As escolhas fazem parte e 
elas também compõem o cerne da Economia. 
 
Tanto indivíduos como a sociedade precisam tomar uma série de decisões econômicas, de forma a conciliar o 
uso dos recursos escassos com as infinitas necessidades e desejos. É importante estudar Economia para entender o 
mundo que nos cerca e as escolhas necessárias que fazemos e perceber o objeto do estudo da Economia. 
Objetivos: 
Ao fim desta aula, você deverá ser capaz de cumprir os objetivos abaixo descritos: 
- Reconhecer a importância do estudo da Economia. 
- Analisar as questões econômicas fundamentais. 
 
Tempos modernos: uma breve contextualização 
A todo o momento somos “bombardeados” por questões econômicas nos jornais, na televisão e nas 
redes. 
 
Questões como aumento de preços, desemprego, comportamento das taxas de juros, déficit 
governamental, vulnerabilidade externa, período de crise econômica ou de crescimento dentre outros, 
são temas que fazem parte da nossa rotina e são discutidos por cidadãos comuns. 
 
Outras questões que a Economia estuda e que afetam o consumidor, assalariado, empresário etc.: 
 
Como controlar a inflação? 
Como fazer a Economia crescer mais? O que foi a crise econômica mundial? 
Ela já acabou? 
Qual o problema do aumento da importação de produtos chineses? 
Por que os impostos são tão altos no Brasil? 
O que é uma reforma fiscal? 
Por que a renda no Brasil é muito concentrada? 
 
O estudo da Economia nos ajuda a despertar o interesse por esses assuntos e a tentar 
formular respostas para essas e outras perguntas. 
 
 
A importância de estudar Economia 
O conhecimento de Economia é muito útil no dia a dia. É tão útil, que vários desses dados você já 
tem e não se deu conta disso. 
 
Vejamos um exemplo do nosso material didático (p. 11): seu time de futebol, que tem uma grande 
torcida, vai ter um jogo decisivo no sábado. Você vai deixar para comprar o ingresso, no próprio 
sábado, um pouco antes da partida? 
Claro que não! Pois, nesse caso, você vai comprar de cambista e pagar muito caro. 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
 
 
Foi a “escola da vida” que te ensinou, não foi um curso de Economia. 
 
Ensinou, e você aprendeu, por que é algo útil no dia a dia. Mas a “escola da vida” não ensina tudo, 
caso contrário ninguém estudaria, nem faria faculdade. Vejamos agora um tipo de situação em que o 
conhecimento de Economia é importante. 
 
 
Suponha que você queira comprar uma televisão nova e existam duas opções, a vista ou em 24 
vezes com juros de 2% ao mês, mas com uma prestação baixa. Suponha também que a inflação seja 
de 0,5% ao mês e a caderneta de poupança renda 0,6% ao mês. A maioria das pessoas optaria por 
pagar a prazo, afinal a prestação é baixa e cabe bem no salário. Essa solução é a mais cômoda, mas 
não é a melhor. 
 
Você estará pagando de juros o equivalente a 4 vezes o valor da inflação e durante 24 meses! Não é 
necessário fazer cálculos para confirmar, é evidente que, nesse caso, “o barato sai caro”. 
 
Para chegar a essa conclusão você comparou a taxa de juros com a taxa de inflação e o 
rendimento da caderneta de poupança, e (implicitamente) confrontou o preço a vista com o preço a 
prazo. Com noções de Economia é mais fácil fazer esse tipo de raciocínio. 
 
O objeto de estudo da Economia 
Mas o que trata a Economia? 
Qual o objeto de estudo da Economia? 
 
A definição mais conhecida de Economia é: “uma ciência social que estuda como o indivíduo e a 
sociedade escolhem empregar recursos produtivos escassos na produção de bens e serviços, de modo 
a distribuí-los entre as várias pessoas e os grupos da sociedade, a fim de satisfazer as necessidades 
humanas da melhor maneira possível” (BRAGA; VASCONCELLOS, 2011). 
 
Nessa definição, temos vários conceitos importantes: recursos produtivos, escolha, escassez, 
necessidades, distribuição. 
Para satisfazer o maior número dessas necessidades, a sociedade conta com recursos ou fatores de 
produção como: 
 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
Esses recursos, no entanto, são bastante limitados e, assim, nem todas as necessidades podem 
simultaneamente ser satisfeitas. 
 
A escassez desses recursos, então, torna-se o problema fundamental de cada sociedade. Como 
resultado, a sociedade, através do instrumental fornecido pela Ciência Econômica (princípios, teorias, 
modelos) procura usar recursos escassos (fatores de produção) tão eficientemente quanto possível, a 
fim de produzir o máximo de bens e serviços que deseja. O campo de atuação da Economia seria, 
então, o estudo e a administração da escassez dos fatores de produção. 
 
 
Desejos de consumo da sociedade 
 
Como já foi dito, o objetivo principal da atividade econômica é o de atender as necessidades 
humanas. Hoje, pelos novos conceitos e realidades, pode-se ampliar esse entendimento para as 
necessidades do planeta (sustentabilidade). 
 
 
Objetivando apenas em nós, seres humanos, as necessidades representam os desejos de consumo 
da sociedade. 
Observa-se que são ilimitadas e diversificadas. De um modo geral, quando as necessidades básicas 
(alimentação, moradia, vestuário) são atendidas, o indivíduo passa a ter outras como educação, lazer, 
melhoria do seu padrão de vida (maior casa, melhores roupas, automóvel etc.). 
Uma vez atendidas plenamente as necessidades ditas materiais, o indivíduo passa a sentir outro tipo 
de necessidade: a estima dos amigos, o reconhecimento e a aceitação do grupo social que frequenta, 
necessidade de status e assim por diante. 
 
 
 
 
 
 
É fato que toda ciência possui sua própria terminologia, e a Ciência Econômica não é diferente. 
 
Por esse motivo, para que você já possa ir se familiarizando e conseguindo mais facilidade nas 
leituras dos textos, apresentamos, a seguir, alguns dos conceitos mais frequentes encontrados na 
literatura econômica. 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
Conceitos frequentes na literatura econômica 
 Fatores de produção: meios disponíveis para gerar os produtos que a sociedade necessita. Sua principal característica é a escassez; 
 Custo de oportunidade de um fator de produção: sua melhor utilização no processo produtivo; 
 Bens livres: existem em relativa abundância e, por isso, não caracterizam um problema econômico(a água do mar, o ar etc.); 
 Bens econômicos: existem com uma relativa escassez, não suficientes para todos. Como tal, têm um valor (preço) de mercado; 
 Processo produtivo: vem a ser o processo de produção utilizado naquele produto que a sociedade deseja obter; 
 Produto: o que se obtém do processo produtivo. Subdivide-se em bens e serviços; 
 Bens: a parte física ou tangível (palpável) do produto gerado na Economia (pão, móveis, livros, roupas etc.); 
 Serviços: parte intangível (não palpável) do produto total da Economia (educação, saúde, turismo etc.); 
 Bens e serviços de consumo: resultam do processo produtivo destinado ao consumo (alimentos, lazer etc.); 
 Bens e serviços de capital ou de produção: destinam-se à produção de outros bens e serviços (máquinas, construções, equipamentos 
etc.); 
 Bens e serviços intermediários: aqueles que, depois de produzidos, retornam ao processo produtivo para produzir outros bens e 
serviço; 
 Curva de possibilidades de produção: é uma figura gráfica, representada por uma curva, mostrando as diversas combinações de 
produção de uma economia quando todos os seus fatores de produção estão sendo utilizados, ou seja, quando não há desemprego dos 
fatores de produção. Serão, portanto, alternativas de produção máxima; 
 Agentes econômicos: definidos como sendo as famílias, as empresas e o governo; 
 Sistema econômico: o modelo escolhido para administrar a economia (capitalismo, socialismo etc.); 
 Demanda ou procura de um produto: representa as quantidades que se deseja comprar de um determinado produto, por unidade de 
tempo, aos vários níveis de preços possíveis; 
 Oferta de um produto: representa as quantidades de um determinado bem que a empresa deseja produzir e vender, por unidade de 
tempo, aos vários níveis de preços possíveis; 
 Equilíbrio de mercado: aquela situação que uma vez alcançada, tende a ser mantida; 
 Função de produção de um produto: a forma como os fatores de produção são combinados no processo produtivo; 
 Exportações: uma parte do que é produzido por um país e vendido ao exterior; 
 Importações: as compras que um país faz de outros países; 
 Taxa de câmbio: o preço da moeda estrangeira (que se esteja considerando) em relação à moeda do país; 
 Balanço de pagamentos: registro de todas as operações do país com o resto do mundo. 
 Balança comercial: uma das contas do balanço de pagamentos que trata das transações internacionais de bens. Suas principais 
rubricas são: exportações e importações; 
 Balança de serviços: outra conta do balanço de pagamentos que trata das transações dos serviços; 
 Moeda: tudo aquilo que, tendo aceitação, sirva de instrumento de troca entre bens e serviços; 
 Inflação: uma alta sucessiva e consecutiva nos níveis de preços da economia; 
 Liquidez: a capacidade de algo ser comercializado. Assim, quanto maior for a procura de um bem ou serviço, maior sua liquidez; 
 Taxa de juros: o preço do dinheiro; 
 Produto interno bruto: a soma dos valores de todos os bens e serviços produzidos em uma economia, durante certo período de 
tempo (normalmente, 1 ano); 
 Renda nacional: a soma das remunerações dos fatores de produção sob a forma de salários, juros, lucros e aluguéis. Quanto mais 
elevada, maior a possibilidade de consumo na economia; 
 Crescimento econômico: ocorrerá quando o produto gerado pela economia, em um determinado período de tempo, crescer mais do 
que a população; 
 Desenvolvimento econômico: situação em que, além do crescimento econômico, ocorre uma melhor distribuição do produto pela 
sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
As questões econômicas fundamentais, escassez e necessidades 
A escassez dos recursos ou fatores de produção e as necessidades ilimitadas da sociedade geram os 
chamados “problemas econômicos fundamentais”: 
 
 
 
Como já foi dito, essas questões só existem porque há escassez e necessidades a serem 
atendidas. 
Estamos tratando aqui apenas dos bens econômicos, que são aqueles que são 
relativamente escassos e precisam ser produzidos e, portanto, não são abundantes e 
oferecidos gratuitamente pela natureza, como é o caso dos bens livres (ex.: ar, água, luz solar 
etc.) As necessidades vão definir o tamanho do mercado consumidor de um produto.” 
O modo como as sociedades tentam resolver os problemas econômicos fundamentais 
dependendo da forma que cada país organiza sua economia, ou seja, do sistema 
econômico. 
 
Um sistema econômico pode ser definido da seguinte maneira: 
“Forma política, social e econômica pela qual está organizada a sociedade. É um 
particular sistema de organização da produção, distribuição e consumo de todos os bens e 
serviços que as pessoas utilizam buscando uma melhoria no padrão de vida e no bem-estar”. 
 
 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
 
 
 
Grupos de sistemas econômicos 
De forma geral, os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos. 
Nos dois sistemas, ocorrem as trocas econômicas que são vantajosas para os agentes econômicos 
perante a escassez de recursos porque possibilitam a divisão e a especialização da produção, da 
distribuição, da comercialização e do consumo em uma organização econômica. 
 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
Aula 2: Fatores de produção e Agentes econômicos 
 
Pela existência da escassez dos fatores ou recursos de produção, a produção total de um país tem um limite 
máximo, ou seja, há uma produção potencial quando todos os recursos disponíveis estão empregados. Precisamos 
de um modelo que de forma simplificada, mas suficientemente exata, represente esses dilemas na alocação de 
recursos, incorporando, necessariamente as noções de eficiência e de crescimento em um sentido econômico. 
A curva de possibilidades de produção é que nos permite conhecer e operar, em bases simplificadas, um 
modelo que retrate essas condições, e o custo de oportunidade, ou custo da escolha, ou custo alternativo. 
Para entender o funcionamento do sistema econômico há necessidade de analisar os fluxos reais e monetários 
assim como os agentes econômicos e os fatores de produção. 
 
Fatores ou recursos de produção 
Na primeira aula, abordamos superficialmente o conceito de fatores de produção. Agora, chegou o 
momento de nos determos um pouco mais sobre esse tema. Como vimos, consideram-se fatores de 
produção os meios disponíveis para se gerar os produtos que a sociedade necessita. 
 
Sua principal característica é a escassez, no sentido de que, na maioria das vezes, são limitados em 
quantidade. Esse é, sem dúvida, o cerne da questão econômica: a escassez dos fatores de produção. 
 
Outra característica é a versatilidade, significando que um mesmo fator de produção possui a 
capacidade de poder ser utilizado em vários processos produtivos. Isso fica demonstrado, por exemplo, 
ao observarmos que um mesmo trator pode ser utilizado... 
 
Sua principal característica é a escassez, no sentido de que, na maioria das vezes, são limitados em 
quantidade. Esse é, sem dúvida, o cerne da questão econômica: a escassez dos fatores de produção. 
 
Fator de produção terra ou recursosnaturais 
Constitui a base sobre a qual se exercem as atividades dos demais recursos. 
 
Tratam-se das reservas naturais (solo e subsolo), águas (oceanos, mares, rios, lagos), pluviosidade e 
clima, flora e fauna e até fatores extraterrestres (como, por exemplo, a fonte inesgotável da energia 
solar e a influência lunar sobre as marés). 
 
 
Fator de produção trabalho 
A parcela da população apta a desenvolver uma atividade econômica é considerada de fator 
trabalho. 
 
 
Trata-se, portanto, da população total deduzindo-se as crianças e os idosos. A esse contingente de 
pessoas aptas dá-se o nome de população econômica (PE). 
 
 
Fator de produção capital 
 
Vem a ser o somatório de construções, máquinas e equipamentos. Isso significa dizer que é 
considerado como fator de produção capital de uma economia as suas disponibilidades para a 
geração de novas riquezas. 
 
 
 
 
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Fator de produção capacidade tecnológica 
 
O conjunto de conhecimentos e habilidades que uma sociedade possui. 
 
Fator de produção capacidade empresarial 
 
Vem a ser a capacidade de organizar o fluxo de produção, ou seja, a capacidade de gestão. Em 
última análise, é a forma de administrar da melhor maneira possível a utilização dos quatro primeiros 
fatores de produção no processo produtivo. 
 
 
 
 
 
Custo de Oportunidade 
Vimos, na aula anterior, que a Economia é uma ciência que lida com escolhas, pois devemos decidir 
quais desejos serão atendidos com a utilização de quais recursos. 
 
Sempre que escolhemos produzir determinado bem devemos abrir mão de recursos que poderiam 
ser empregados na produção de outros bens, significando o custo de oportunidade na produção de 
um bem. 
Nota: 
Custo de oportunidade 
O custo de oportunidade não é o ganho relativo a uma escolha, nem ao custo da produção do que foi 
escolhido, mas corresponde ao que se deixou de ter ou ao sacrifício do que se deixou de produzir ao se fazer 
determinada escolha 
 
Este é um dos conceitos mais importantes da Economia, se aplicando tanto à alocação de recursos 
como às decisões entre investimentos alternativos. 
 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
Curva de Possibilidades de Produção 
Deslocamento “para fora”. 
O custo de oportunidade não é o ganho relativo a uma escolha, nem ao custo da produção do que 
foi escolhido, mas corresponde ao que se deixou de ter ou ao sacrifício do que se deixou de produzir ao 
se fazer determinada escolha. 
 
Esse dilema nas escolhas é representado pela Curva de Possibilidades de Produção (ou Curva de 
Transformação da Produção). A curva é um bom exemplo de um modelo utilizado para, de forma 
simplificada, representar a realidade. Essa curva, que é uma representação simplificada de uma 
economia, é sempre côncava e, em cada eixo, há um produto. 
 
 
Curva de Possibilidades de Produção 
Deslocamento “para fora”. 
Isso significa que qualquer ponto além da curva é impossível de ser alcançado. A produção máxima 
é alcançada quando a economia está em algum ponto da borda da curva. Esse é seu limite, o limite 
das possibilidades de produção. 
 
Havendo maior produtividade ou disponibilidade de fatores a curva se desloca para a direita (“para 
fora”). 
 
 
 
 
A área delimitada pela curva é dada pela capacidade produtiva da economia, que por sua vez 
depende da disponibilidade de fatores produtivos. Portanto, quanto maior a disponibilidade de fatores 
de produção, maior a capacidade produtiva da economia. 
 
 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
Curva de Possibilidades de Produção 
Deslocamento “para dentro”. 
Havendo menor produtividade ou disponibilidade, o deslocamento é para a esquerda (“para 
dentro”). 
 
 
 
A curva expressa o dilema clássico da Economia. Não há recursos para se produzir tudo o que se 
deseja e é necessário fazer escolhas. Sempre para se produzir mais de um produto é necessário se 
produzir menos de outro, até a situação limite em que toda a capacidade produtiva da economia está 
voltada para a produção de apenas um produto. 
 
Exemplo 
No exemplo a seguir, 9 é a quantidade máxima que pode-se produzir de máquinas, e 3 toneladas o 
máximo de alimentos. 
Suponha que se esteja no ponto A (8 máquinas e 1 tonelada de alimentos) e se passe para o ponto B 
(5 máquinas e 2 toneladas de alimentos). Nesse caso, a produção de alimentos aumentou, de 1 
tonelada para 2 toneladas, mas em compensação a produção de máquinas caiu de 8 para 5. 
 
 
 
Para se produzir 1 tonelada a mais de alimentos foi necessário abrir mão de 3 máquinas. Essas 3 
máquinas que deixaram de ser produzidas representam o custo de oportunidade. Portanto, custo de 
oportunidade é o que abre mão ao se fazer uma escolha. É o custo de uma escolha. 
Note que o ponto D é impossível de ser atingido. Esse não é o caso do ponto C. Esse último ponto 
representa uma situação em que está produzindo menos do que se poderia, pois estamos dentro da 
curva e não na sua borda. 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
No ponto C estamos produzindo 1 tonelada de alimento, mas apenas 5 máquinas, quando 
poderíamos produzir 8. Isso ocorre porque, por algum motivo, não estamos utilizando todos os recursos 
que temos, e, portanto, estamos com recursos ociosos. Um exemplo seria a situação de desemprego. 
Parte da mão de obra não está trabalhando, e por isso a produção é menor do que poderia ser. 
 
Fluxo circular de renda e produção 
A contrapartida da utilização dos fatores de produção no processo produtivo é sua remuneração. 
No caso do trabalho, a contrapartida são os salários, e no caso do capital são os lucros. 
Supondo-se uma economia onde existam apenas famílias e empresas, os proprietários dos fatores de 
produção são as famílias, que emprestam esses fatores produtivos às empresas, para que elas viabilizem 
a produção de bens. Os agentes econômicos são, portanto, as famílias e as empresas, que são as 
entidades que propiciam o processo produtivo. 
As famílias e as empresas interagem em dois mercados, o de fatores e o de produtos. 
No mercado de fatores as famílias emprestam capital e trabalho para as empresas utilizarem na 
produção em troca de uma remuneração, no caso salários e lucros/dividendos. O valor da 
remuneração é negociado entre as partes. 
 
Trata-se apenas de empréstimo, com regras definidas, dos fatores produtivos e não venda desses 
fatores. Se fosse venda, no caso do trabalho, estaríamos no regime de escravidão e não de trabalho 
assalariado. O trabalhador pode, a hora que quiser, pedir demissão, e o acionista pode vender suas 
ações quando desejar. 
 
 
No mercado de produtos as empresas vendem seus produtos às famílias que para comprá-los 
utilizam a renda obtida no mercado de fatores. Portanto, os dois mercados estão interligados como 
mostra a figura do fluxo circular. 
Essa vinculação dos mercados mostra que pagar baixos salários — se por um lado diminuio custo de 
produção das empresas — por outro diminui seu mercado consumidor, pois as famílias ficam com 
menos dinheiro para gastar. Essas relações estão sintetizadas no fluxo circular, que mostra como para 
cada fluxo real, há uma contrapartida monetária. Afinal, a economia trata de acompanhar transações 
que ocorrem em valores em moeda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
Aula 3: História do pensamento econômico 
 
Para entender as discussões acadêmicas sobre a economia atual temos que nos debruçar no que já foi escrito 
e estudado. A evolução sumária da Economia, ao longo dos tempos, faz-se necessária para o entendimento das 
teorias e pressupostos atuais. 
Outro objetivo dessa aula é diferenciar o sistema econômico capitalista do socialista e destacar como a 
Economia se divide de forma didática para seu estudo. Nas próximas aulas, inclusive, vamos trabalhar 
sumariamente com essas divisões: Microeconomia e Macroeconomia. 
Por fim, vamos fazer uma contextualização da Ciência Econômica e, principalmente, da sua relação com as 
diferentes profissões. 
Notas: 
Adam Smith 
Com a publicação da Riqueza das nações , em 1776, ele estabeleceu as bases científicas da teoria econômica 
moderna. Ao contrário dos mercantilistas e fisiocratas que acreditavam serem os metais preciosos e a terra, 
respectivamente, os geradores da riqueza nacional, para Adam Smith a riqueza da nação é dada pelo trabalho 
produtivo. 
Microeconomia 
Como veremos, a Microeconomia é o ramo da Economia que estuda a interação, no mercado, entre empresas 
e consumidores. 
 
 
História do pensamento econômico 
Há um consenso em que a teoria econômica foi sistematizada, em 1776, com Adam Smith. 
 
Mas coimo era tratada a economia nos períodos anteriores? 
Na antiguidade, a atividade econômica era tratada como parte da Filosofia, Moral e Ética. 
No século XVI, podemos destacar o mercantilismo, com as preocupações sobre a acumulação de 
riquezas de uma nação pela quantidade de metais preciosos que a nação possuía. E, no século XVII, a 
fisiocracia, com a ideia da sustentação da economia regida pela lei natural. 
 
 
Mas foi Adam Smith (imagem) que conseguiu sintetizar, estabelecer um corpo teórico próprio. 
 
 
Escola clássica 
A Economia, como uma ciência específica, nasce com os economistas clássicos. Para eles, o 
liberalismo e o individualismo estavam associados ao bem comum: o homem, ao maximizar sua 
satisfação pessoal, como o mínimo de esforço, estaria contribuindo para o máximo do bem-estar social. 
Vamos destacar alguns pensadores da Escola Clássica: 
 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
 
As duas principais ideias de Adam Smith permanecem no debate econômico atual: a “mão invisível” 
e a “divisão de trabalho”. 
Vamos começar pela questão da “mão invisível” do mercado. 
Segundo Adam Smith, somos todos individualistas e procuramos, no mundo econômico, sempre o 
que é melhor para nós. Só que ao fazer isso, como que guiados por uma mão invisível, estamos 
contribuindo para o melhor da sociedade. Ou seja, imagine a costureira, ela fará a melhor costura 
possível; assim como o padeiro fará o melhor pão. No final das contas, a sociedade terá a melhor 
costura e o melhor pão, pelo melhor preço. 
Mas por que a costureira e o padeiro agem dessa forma? Por existir a pressão da concorrência e 
porque querem ser bem-sucedidos e ter lucro. 
O interessante, na teoria de Smith, é que os agentes econômicos não possuem plano prévio ou 
orientação externa, é a mão invisível! Ou seja, se cada um procurar fazer o melhor, chega-se a uma 
situação que é a melhor para a sociedade. 
Mas é necessário destacar um ponto importante: isso só é possível frente a livre concorrência, e a 
não intervenção do governo nas questões econômicas. Essa filosofia se perpetua nos dias de hoje, por 
aqueles que defendem pouca intervenção do governo na economia: “deixe o mercado em paz, não 
intervenha governo, pois a mão invisível vai solucionar os problemas econômicos”. 
A ideia de Smith era a menor intervenção do governo na economia, mas não uma ausência de 
governo. O governo tinha um papel importante, por exemplo, nas áreas sociais e de infraestrutura. 
 
Outro ponto a ser destacado é a divisão do trabalho. Ela traz a especialização, uma maior produção 
por trabalhador (maior produtividade) e, consequentemente, o barateamento do produto, pois se 
produz mais com o mesmo número de trabalhadores. 
 
O crescimento do mercado é o que impulsiona a especialização. 
 
 
O trabalho de Adam Smith foi aperfeiçoado pelo discípulo David Ricardo. A maior contribuição de 
Ricardo à teoria econômica foi provavelmente a teoria das vantagens comparativas, apresentada no 
livro Princípios de Economia política e tributação. 
 
Para Ricardo, o país deveria se especializar no produto em que tem mais vantagens comparativas. O 
que significa isso? Um país tem vantagem comparativa em um produto, quando o outro, com quem 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
compete, tem alto custo de oportunidade ao fabricar produto, mesmo sendo mais eficiente na 
produção. 
 
No exemplo construído por esse autor, existem dois países (Inglaterra e Portugal), dois produtos 
(tecido e vinho) e apenas um fator de produção (mão de obra). A partir da utilização do fator trabalho, 
obtém-se a produção dos bens mencionados, conforme o quadro a seguir: 
 
Quantidade de homens/hora para a produção de uma unidade de mercadoria 
 
 
Em termos absolutos, Portugal é mais produtivo em ambas as mercadorias. Mas, em termos relativos, 
o custo de produção de tecidos, em Portugal, é maior que o da produção de vinho; e, na Inglaterra, o 
custo da produção de vinho é maior que o da produção de tecidos. Comparativamente, Portugal tem 
vantagem relativa na produção de vinho, e a Inglaterra na produção de tecidos. 
 
 
 
 
 
 
A Economia Neoclássica 
Podemos destacar como o principal economista da corrente neoclássica, Alfred Marshall (1842-
1924). 
 
 
Ele escreveu o livro Princípios de Economia, que foi a base conceitual fundamental da Microeconomia 
nas suas fórmulas matemáticas e apresentação gráfica. 
 
Escola keynesiana 
O destaque é para John Maynard Keynes (1883-1946), citado como o criador da Macroeconomia. 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
Na sua obra, Teoria geral do emprego, juro e moeda, ele criticava o pensamento dominante da 
época, a Lei de Say. Para essa “lei”, toda oferta gera sua demanda. 
A “revolução keynesiana”, assim chamadas as ideias de Keynes, mudaram a forma de pensar a 
economia e foi dominante até os anos 1970. 
 
Para Keynes, a demanda da economia é composta pelo consumo das famílias, o investimento e os 
gastos do governo, em uma economia fechada. Em épocas de recessão, caberia ao governo gerar a 
demanda através de gastos públicos. 
 
Milton Friedman (1912- 2006), com o monetarismo, significou reação do pensamento neoclássico à 
revolução keynesiana.Celso Furtado (1920-2004), com o estruturalismo, foi o divisor de águas apresentando o pensamento 
de que o desenvolvimento econômico da América Latina dependia da sua industrialização. 
 
Divisões da Economia 
Ao tratar como as pessoas físicas e jurídicas (e a sociedade) decidem empregar recursos produtivos 
escassos na produção de bens e serviços, a Economia pode fazer isso basicamente através de duas 
metodologias ou divisões de análise. 
 
ATENÇÃO (FIXA) 
As duas divisões ocupam as mesmas questões da ciência econômica, mas se fixam em perspectivas 
distintas. 
 
Microeconomia 
Analisa o comportamento individual das unidades econômicas. 
 
Sistema econômico de mercado capitalista X Sistema econômico centralizado ou planificado 
De forma geral, os sistemas econômicos podem ser classificados em dois grandes grupos: 
 
Sistema econômico capitalista ou de mercado 
O funcionamento da economia é regido pelas forças de mercado, predominando a livre-iniciativa e 
a propriedade privada dos fatores de produção. 
 
Sistema econômico centralizado ou planificado 
Organizado diretamente por uma agência de Estado, onde todo e qualquer planejamento das 
condições econômicas está vinculado diretamente às decisões desta entidade e onde os meios de 
produção pertencem, de uma maneira geral, a ela. 
 
Nos dois sistemas, ocorrem as trocas econômicas. As trocas econômicas são vantajosas para os 
agentes econômicos perante a escassez de recursos porque possibilitam a divisão e especialização da 
produção, da distribuição, da comercialização e do consumo em uma organização econômica. 
 
A economia e sua relação com as diferentes profissões 
Os gestores e os contadores precisam de conhecimentos econômicos para obter uma visão do 
mercado onde atuam, assim como o país e o mundo. 
No âmbito do Direito, algumas leis têm implicações econômicas, como na área da concorrência e 
da defesa do consumidor. Além da ligação estreita com o Direito Comercial. 
A relação com Economia é também muito estreita nas áreas de Publicidade, Propaganda e 
Marketing, pois são necessários estudos de mercado, captação de recursos, preferências dos 
consumidores. 
As questões que envolvem a Geografia determinaram as decisões de produção, da localização de 
portos, a Economia do meio ambiente, dentre outras. 
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O curso de História é uma das bases do estudo da Economia. Não é possível entender uma sem a 
outra. 
 
 
 
Aula 4: Abordagem Microeconômica – Análise de Mercado 
 
O estudo da Economia se divide em dois grandes ramos, como já foi visto: a Microeconomia e a 
Macroeconomia. Nesta aula, vamos dar início à abordagem microeconômica, ou seja, analisar como a oferta e a 
demanda interagem e estabelecem o equilíbrio de mercado. 
Par a análise de mercado, vamos apresentar os conceitos de oferta, demanda e equilíbrio. Ou seja, o 
comportamento daqueles que querem adquirir bens e serviços e daqueles que querem vender bens e serviços em 
busca de um ponto de equilíbrio. 
Vamos contextualizar as decisões de consumo da sociedade e os seus reflexos no mercado de bens e serviços, 
e como o estado pode alterar esse equilíbrio com impostos, políticas de subsídios e tabelamento de preços. 
 
 
O que é mercado? 
O mercado é o local onde atuam as forças de demanda e oferta em busca de um equilíbrio. 
 
DEMANDAS E OFERTAS 
As trocas econômicas são realizadas nos mercados interno e externo. 
Nestes mercados, atuam conjuntamente as forças da demanda e da oferta por mercadorias ou 
produtos. 
Então, os preços dos produtos podem ser definidos em função da quantidade de reais (R$) 
necessários para obter em troca de uma determinada quantidade de mercadorias. Fixando preços 
para todos os produtos, o mercado permite a coordenação dos compradores e dos vendedores, 
assegurando a viabilidade do sistema capitalista por meio do chamado livre jogo da oferta e 
demanda. 
Por isso importante estudarmos sobre a demanda e a oferta. Mas ao estudar Microeconomia, 
precisamos estabelecer em mente a hipótese de trabalho: a hipótese de “tudo mais constante”. 
 
A Microeconomia utiliza a hipótese de “tudo mais constante” (coeteris paribus, em latim) na 
construção dos seus modelos. 
O objetivo é isolar a uma determinada variável, cujo efeito se pretende investigar, supondo-se que 
outras variáveis permanecem constantes, ou seja, que não interfiram no fenômeno investigado. 
Como exemplo, sabemos que a demanda (ou a procura) de um bem é afetada pelo preço e pela 
renda dos consumidores. 
 
Em um determinado momento, precisamos analisar o efeito do preço sobre a demanda. 
Para analisar o efeito dessa variável (preço) sobre a demanda, manteremos a renda dos 
consumidores constante (coeteris paribus), faremos a alteração do preço e saberemos o resultado na 
demanda. 
 
Por que precisamos adquirir bens e serviços? 
Porque nos são úteis, ou seja, há uma satisfação de nós, consumidores, proporcionada pelo 
consumo. Podemos, então, hierarquizar nossa cesta de consumo. 
A demanda (ou a procura) de uma determinada pessoa ou grupo de pessoas por um determinado 
produto indica o quanto esta pessoa ou grupo de pessoas desejam consumir, a dado preço, esse 
produto em um determinado período de tempo. 
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Segundo Vasconcellos, na maioria das vezes, os fatores que afetam a quantidade procurada 
(demandada) do produto podem ser representados por uma função, chamada função geral da 
demanda, como segue: 
 
Qx = f (Px, Py, Pz, R)/t 
 
Entendendo a oferta 
Em microeconomia, a empresa (ou firma) é o local onde fatores de produção são combinados, 
segundo um processo de produção escolhido, gerando os produtos, com o objetivo de maximizar seus 
resultados em termos de produção e lucro. 
A oferta (de uma mercadoria em um determinado mercado) é a quantidade de um produto X que 
um produtor ou conjunto de produtores está disposto a vender, a determinado preço, em um período 
de tempo. 
 
O equilíbrio do mercado pode ser definido pela interação entre demanda e oferta de mercado 
para um bem ou serviço. 
Da interação entre essas curvas define-se um ponto de equilíbrio E, ao qual correspondem o preço e 
a quantidade de equilíbrio. 
Desse modo, a noção de equilíbrio de mercado corresponde à coincidência de desejos entre 
consumidores e produtores, evidenciando uma situação onde não há excesso ou escassez de oferta ou 
de demanda. Neste ponto, os planos dos compradores são consistentes com o plano dos vendedores. 
 
 
 
 
Em uma economia de mercado, o mecanismo de preços leva automaticamente ao equilíbrio. 
Na figura apresentada, perceba que para qualquer preço superior a p0 a quantidade que os 
ofertantes desejam vender é maior do que a que os consumidores desejam comprar, evidenciando um 
excesso de oferta. Por outro lado, para qualquer preço inferior a p0, surgirá um excesso de demanda. 
 
Nessas situações, não existe compatibilidade de desejos. No entanto, quando ocorre excesso de 
oferta, os vendedores com estoques não planejados terão que diminuir seus preços, concorrendo pelos 
escassos consumidores. Já quando ocorre um excesso de demanda, os consumidores estarão dispostos 
a pagar mais pelos produtos escassos. Estas ações resultam em ajustes de preços, retornando-se a uma 
situação de equilíbrio no pontoE na qual são eliminadas as pressões para alterar preços. 
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Interferência externa 
Mas é importante salientar que essa “convergência” para o equilíbrio ocorre sem qualquer 
interferência do governo ou de outro agente externo. 
 
E o governo pode interferir nesse equilíbrio? 
Claro que sim! Vejamos a agora. 
 
 
Aula 5: Abordagem Microeconômica – Estruturas de mercado 
 
Como visto na aula anterior, existem vários fatores que podem alterar a demanda e oferta do mercado. 
Fundamentalmente, a Teoria Microeconômica enuncia que as empresas pretendem maximizar o seu lucro total, e 
para isso tentam encontrar uma determinada quantidade de produção onde a RMg = CMg. 
Mas todos os mercados são iguais? O comportamento do ofertador no mercado onde ele é o único produtor 
daquele bem é o mesmo de um ofertador que possui concorrentes? Claro que não. As empresas estão envolvidas 
em várias formas, ou estruturas, de mercado. 
Nesta aula, vamos compreender as principais estruturas dos mercados existentes na economia e 
suas características. Apresentar os parâmetros de identificação das estruturas de mercado e suas características: 
concorrência perfeita, monopólio, oligopólio e concorrência monopolística. 
 
Notas 
Acordo e cooperação 
O cartel ou o conluio em oligopólio corresponde a uma situação em que algumas empresas 
estabelecem em conjunto os seus preços ou as quantidades produzidas, repartindo entre si o mercado 
ou tomando em conjunto outras decisões produtivas. Claro que acabam estabelecendo preços 
elevados com a finalidade de aumentar os lucros e reduzir os riscos. 
Preferência 
A diferenciação do produto pode acontecer pelas diferenças físicas, embalagens, promoção de 
vendas (propaganda, atendimento, brindes), e pela manutenção e pós-venda. 
 
 
Premissa 
Na análise padrão, que fizemos de demanda e oferta, implicitamente estava sendo suposta uma 
estrutura de mercado em um contexto de uma estrutura chamada de “concorrência perfeita”. 
Observamos, por outro lado, que as relações entre compradores e vendedores seguem padrões 
diferentes dependendo do tamanho desse mercado, do número de vendedores, do número de 
compradores e, até mesmo, do tipo de produto comercializado. 
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A análise simplista que faremos irá considerar quatro alternativas de estruturas de oferta para 
atender o mercado consumidor de um determinado produto. 
 
Conceitualmente, esses mercados são denominados de concorrência perfeita, concorrência 
monopolística, oligopólio e monopólio. As características de cada um desses apresentaremos a seguir. 
 
 
Concorrência perfeita 
Pelo próprio nome, o mercado de concorrência perfeita é aquele onde a concorrência entre os 
agentes econômicos, devido ao seu grande número, é a mais significativa. 
É uma estrutura utópica, pois os mercados altamente concorrenciais existentes, na realidade, são 
apenas aproximações desse modelo. 
A consequência lógica desse número excessivo de participantes é que cada um deles se torna 
incapaz de, sozinho, alterar as condições de mercado. Assim, tanto consumidores como produtores não 
conseguem afetar os níveis de oferta e procura do produto e o seu preço de equilíbrio. 
Nesse tipo de mercado, existem as seguintes premissas: 
 
 
 
 
Monopólio 
É uma estrutura com condições totalmente opostas à concorrência perfeita. 
O prefixo mono, como se sabe, significa a unidade. Assim, monopólio representa o caso limite de um 
mercado onde só existe um único produtor (ou fornecedor) de um bem ou serviço. 
 
Por esse motivo, preço e quantidades produzidas serão determinadas pela empresa monopolista. 
Normalmente, os produtos vendidos, nesse tipo de mercado, costumam exigir altíssimos níveis de 
investimento, fazendo com que o acesso de algum concorrente seja muito difícil. 
 
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Nesse tipo de mercado, existem as seguintes premissas: 
1) Uma empresa detém 100% da produção de um determinado mercado. 
2) Produto sem substituto próximo. 
3) Elevadas barreiras à entrada de novos concorrentes. 
 
 
Por que os monopólios surgem e/ou são mantidos? 
Uma estrutura onde não há concorrência nem substituto próximo para o produto, os consumidores 
acabam sendo submetidos às condições impostas pelo ofertador. Mas por que os monopólios surgem 
e/ou são mantidos? 
Algumas situações, vejamos: 
A presença de patentes 
Quando a empresa e a única que detém a tecnologia para produzir aquele bem. Dependendo do 
tempo de duração da patente no mercado em que opera, a patente pode promover a uma 
determinada firma uma posição monopolista. 
Controle de matéria-prima básica 
Quando uma empresa tem um acesso exclusivo a uma matéria-prima essencial pode levá-la a 
consolidação de posições de monopólio. 
Monopólio natural ou puro 
Existem situações que promovem esse tipo de monopólio, como por exemplo, quando a empresa já 
está instalada no mercado operando com grandes plantas produtivas, elevadas economias de escala 
e custos unitários baixos. Outra situação é quando o próprio mercado exige um volume de capital 
elevado e acaba por criar barreias à entrada de novos concorrentes. 
Oligopólio 
É uma estrutura de mercado intermediária entre a concorrência perfeita e o monopólio. 
O número de ofertadores é reduzido, mas essa quantidade pode ser variável. Como são poucos, as 
ações de uma das empresas podem afetar as demais. Nesse tipo de mercado, existem as seguintes 
premissas: 
1) Pequeno número de ofertadores; 
2) Produto pode ser homogêneo ou diferenciado; 
3) Elevadas barreiras à entrada de novos concorrentes. 
 
Na economia brasileira, setores oligopolistas são bastante comuns. Temos como exemplo alguns 
segmentos que produzem diferenciados como os automóveis e outros oligopólios com produtos 
homogêneos, como cimento e alumínio. Um outro exemplo está no mercado de telefonia móvel, no 
qual poucas empresas controlam o mercado. Nesse caso, a fusão das empresas TIM e Vivo consistiu no 
primeiro oligopólio nesta área do mercado. 
 
Há uma interdependência entre as firmas, pois a ação de uma empresa pode produzir efeitos diretos 
nas outras do mercado. 
Por outro lado, há momentos nos quais as empresas podem optar por não competir e, sim, cooperar, 
visando, por exemplo, a evitar uma guerra de preços entre elas. 
Geralmente, quando o mercado é muito concentrado, ou seja, quando há poucas empresas no 
mercado, elas acabam buscando algum tipo de acordo e cooperação. 
 
O Brasil possui uma legislação específica que busca coibir os abusos de poder econômico em defesa 
da concorrência e do consumidor. 
 
Concorrência monopolística 
É um mercado que, apesar de ter um grande número de ofertadores e consumidores, há uma 
heterogeneidade dos produtos. 
Nesse tipo de mercado, existem as seguintes premissas: 
 
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É interessante destacar uma característica desse tipode estrutura de mercado: cada empresa possui 
certo poder sobre os preços, uma vez que os produtos são diferenciados, ou seja, o consumidor pode 
escolher, de acordo com a sua preferência, a marca do produto. A empresa americana Apple Inc. é 
um exemplo que cumpre com todas as características. 
 
 
 
Como não há barreiras à entrada de novos competidores... 
A longo prazo: 
A tendência é um lucro normal e a curto prazo um lucro extraordinário. 
A curto prazo: 
Exatamente por ter lucros extraordinários, acabam por atrair novos concorrentes até chegar ao 
ponto de lucro normal. 
 
 
 
 
 
 
 
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Aula 6: Abordagem Macroeconômica - noções de Contabilidade Social 
e metas de 
 
Chegou o momento de nos atermos às questões fundamentais de que se trata a Macroeconomia. Esses 
assuntos, definidos para o curto prazo (conjunturais) e para o longo prazo (estruturais), indicam que seu 
conhecimento é de real importância para o estudante na medida em que determina as prioridades elementares 
de qualquer política econômica. Ou seja, compreender conceitos importantes na área macroeconômica como 
Produto Interno Bruto — PIB, Pib per capita, Renda Nacional Bruta e demais agregados. 
Além disso, você terá contato com os instrumentos de política econômica que o governo dispõe para conduzir 
a economia de acordo com os objetivos que deseja alcançar. Esses instrumentos, as políticas macroeconômicas, 
serão detalhados nas aulas seguintes. 
 
Premissa 
O estudo da Macroeconomia está baseado na atividade econômica global, isto é, de todos os 
indivíduos, empresas, mercados e governo, no que se refere à compreensão dos chamados agregados 
econômicos, tais como o produto interno bruto, PIB per capita. 
 
 Então, vamos começar pelas definições de alguns agregados macroeconômicos. 
 
PIB 
A principal medida do Sistema Nacional de Contabilidade é o Produto Interno Bruto (PIB). 
O PIB de um país representa a produção de todas as unidades da economia (empresas públicas e 
privadas produtoras de bens e prestadoras de serviços, trabalhadores autônomos, governo etc.), em um 
determinado período de tempo, a preços de mercado. Essa medida consegue, de uma forma 
abrangente, medir o porte da economia. 
É importante destacar que a mensuração do Produto Interno Bruto considera todos os bens e 
serviços produzidos em um período, mas não é levado em conta o desgaste do estoque de riqueza da 
Economia. 
 
 
 
Como é calculado o PIB? 
Existem três diferentes óticas de mensuração do produto da Economia: 
 
Ótica do Produto 
O cálculo do PIB pela ótica do produto mede o valor agregado em cada etapa do processo de 
produção de bens e serviços. 
 
Vamos explicar com um exemplo: Considere a produção de iogurtes por uma firma industrial. 
Suponha que sejam produzidos 500 litros de iogurte por ano, ao preço médio de R$2,00, logo o valor da 
produção da firma no ano será de 500*R$ 2,00=R$1.000,00. Como medir a contribuição da firma para o 
PIB do país? 
 
Para chegarmos a real contribuição, no PIB da economia, devemos descontar do valor da produção 
de cada firma o que foi adquirido de outras firmas, ou seja, o produto intermediário. Desta forma 
estaremos considerando aquilo que cada firma agrega de valor durante o seu processo de produção. 
 
Seguindo no exemplo, suponha que a firma compre o equivalente a R$300,00 de leite para produzir 
os 500 litros de iogurte. Logo, o valor adicionado (ou agregado) da firma produtora de iogurte no ano 
terá sido de R$700,00 (R$1000,00 menos R$300,00), e esta é sua contribuição ao PIB, e não R$1.000,00. 
 
Assim, o PIB pela ótica do produto é calculado: 
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Ótica do produto = Valor da Produção – Valor dos Consumos Intermediários 
 
 
Ótica da Renda 
A medida do PIB pela ótica da renda consiste em somar todos os pagamentos efetuados como: 
 
Salários (remuneração pelo trabalho), 
Aluguéis (remuneração pela propriedade), 
Lucro (remuneração ao capital de risco), 
Juros (remuneração ao capital). 
Ótica da renda = Soma das remunerações dos fatores de produção 
 
 
Ótica da Despesa 
Por fim, a mensuração do PIB pela ótica da despesa considera que, em contas nacionais, toda 
produção de bens e serviços é destinada ou para gasto corrente (consumo) ou gasto em formação de 
capital (investimento). A medida de PIB pode ser obtida então pela soma do total dos gastos dos 
agentes econômicos em consumo de bens e serviços, e em investimento para ampliação de 
capacidade produtiva ou manutenção do equipamento. 
 
Ótica da despesa = Soma dos gastos com bens de consumo final e bens de investimento em capital 
 
 
 
PIB per capita 
Mas podemos afirmar que se o PIB do país está aumentando, a sua população está mais rica? 
Uma das maneiras para medir isso é o PIB per capita, ou seja, dividindo o PIB anual do país pela 
população residente no mesmo período de tempo. 
 
Mas será que o PIB per capita é uma mensuração satisfatória da qualidade de vida dos habitantes 
do país? 
Apesar de muito utilizada, essa medida pode não ser considerada uma representação satisfatória do 
nível de qualidade de vida. O PIB per capita mede a renda média da população. 
 
Por exemplo, suponha a população de um país composta por 1 pessoa ganhando $7000,00 por ano 
e 9 ganhando R$700,00 por ano, que corresponde ao salário mínimo do país. Se for calculada a média 
será de R$1330,00 e estará bem acima do salário mínimo. 
 
Um PIB volumoso é sinal de uma população com renda elevada? 
Não, o cálculo não consegue refletir grande parte da população. 
 
 
Em economias como a nossa, com uma distribuição de renda concentrada, o PIB per capita não 
consegue representar a qualidade de vida do brasileiro. Veremos que precisamos de indicadores como 
IDH para melhorar essa análise. 
 
De qualquer forma, a taxa de crescimento do PIB per capita é uma medida importante para 
qualificar o crescimento do PIB ao longo do tempo. Podemos ter uma taxa de crescimento do PIB 
positiva, porém um PIB per capita negativo. Veja a tabela a seguir mostrando o crescimento real do PIB 
brasileiro, população residente e PIB per capita %. 
 
 
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Renda Nacional Bruta (RNB) 
Como foi visto pelo cálculo do PIB pela ótica da renda, parte da remuneração dos fatores de 
produção pode não ficar dentro do país, se, por exemplo, os fatores de produção forem de não 
residentes. 
 
O PIB de um país considera toda a produção em um território, independente da origem do recurso, e 
a RNB considera a remuneração à produção apenas aos residentes. 
Tendo o valor do PIB, para se chegar ao valor da RNB, é necessário calcular o saldo entre os 
pagamentos de rendas recebidas do exterior e o pagamento das rendas enviadas ao exterior. Se o 
saldo for positivo, ou seja, se o país recebe mais recursos como renda do que paga, então se soma ao 
PIB para se obter a RNB; se o saldo for negativo, ou seja, o país envia ao exterior mais recursos como 
renda do que recebe, então se subtrai do PIB e, neste caso, a RNB será menor do que o PIB. 
Empregoe Desemprego 
Ouvimos nos noticiários, lemos no jornal sobre um grande problema da economia brasileira que é o 
desemprego. 
Mas como se mede o desemprego? 
Para se chegar a uma medida é necessário calcular primeiro a população em idade de trabalhar, 
ou seja, do total da população exclui-se quem não está em idade de formação escolar básica (abaixo 
de 14 anos pela nova pesquisa do IBGE), os idosos, os incapacitados ao trabalho etc. 
 
Temos o fator de produção trabalho, ou seja, a força de trabalho de uma economia, o contingente 
de pessoas em idade de trabalhar e disponível para o trabalho. Dessa força calculam-se quantos estão 
efetivamente trabalhando, em uma data, e quantos desejam trabalhar, mas não encontram 
ocupação. 
 
A medida da taxa de desemprego, ou taxa de desocupação, é a proporção das pessoas que não 
estavam ocupadas (mas que procuraram emprego nos últimos 30 dias em relação à data da 
entrevista) em relação ao total da força de trabalho. 
 
Taxa de desocupação (%) = (pessoas desocupadas/pessoas na força de trabalho) *100 
 
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Metas de curto e longo prazo da Macroeconomia 
Como vimos anteriormente, um sistema econômico (maneira como a economia é administrada) se 
depara com algumas questões fundamentais. Essas questões denominam-se: 
 
Conjunturais 
São questões conjunturais de uma economia o emprego e a inflação. 
 
 
 
 
 
Estruturais 
São questões estruturais de uma economia o crescimento e o desenvolvimento econômico. 
 
 
 
 
 
Instrumentos de política macroeconômica 
As ferramentas de política econômica que o governo dispõe para conduzir a economia a atingir as 
metas de curto e longo prazo, são chamadas instrumentos de política macroeconômica. 
 
Nas próximas aulas, vamos tratar de cada uma delas, por enquanto vamos apenas nos familiarizar: 
 
Política Fiscal 
São instrumentos que o governo dispõe para arrecadar tributos e controlar suas despesas (política 
tributária e política de gastos públicos). 
Por exemplo, para atingir o objetivo de promover crescimento econômico, o governo pode reduzir a 
carga tributária (com isso aumenta a demanda agregada) e aumentar os gastos públicos 
(promovendo mais emprego, produção e consumo). Se o objetivo for o controle de inflação, os 
instrumentos devem seguir o sentido inverso. 
 
 
 
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Política Monetária 
É a atuação do governo na quantidade de moeda, títulos de dívida pública e taxa básica de juros 
(SELIC). 
Por exemplo, se a meta for de reduzir a inflação, as medidas de política monetária devem ser de 
retrair a base monetária, ou seja, aumentar a SELIC, os depósitos compulsórios e/ou a venda de títulos 
de dívida pública. Se a meta for de crescimento econômico, as medidas seriam inversas. 
 
Política cambial e comercial 
A política cambial é a atuação do governo no mercado cambial. Vamos estudar sobre os regimes 
cambiais existentes e o atual modelo brasileiro. 
A política comercial tem a ver com medidas adotadas pelo governo no objetivo de intervir nas 
transações com o exterior. As tarifas alfandegárias cobradas sobre os produtos importados retratam 
bem essa interferência. Quanto maior a tarifa mais dificultadas se tornarão as importações e mais 
protegida da concorrência externa estará a indústria nacional e, consequentemente, seus 
empregados. 
 
Política de rendas 
Refere-se à intervenção do governo na formação de rendas, ou seja, aluguéis e salários, podendo 
também tratar do controle e congelamento de preços. Um exemplo é a determinação do salário 
mínimo pelo governo. 
 
Atividade proposta 
A macroeconomia considera como questões estruturais o nível de emprego e o combate à inflação. 
Falso ou verdadeiro? 
A afirmativa é FALSA. 
A macroeconomia considera como questões estruturais o crescimento e o desenvolvimento 
econômico. 
O nível de emprego e o combate à inflação são questões conjunturais. 
 
 
Aula 7: Abordagem Macroeconômica – Moeda e inflação 
 
A todo o momento lemos nos jornais, ouvimos nos debates sobre e inflação brasileira, vemos o “dragão 
inflacionário” estampado nas revistas... Mas o que é inflação? 
Bom, como a inflação é um fenômeno monetário, é importante esclarecer o que é moeda e quais suas funções. 
Nesta aula, vamos definir moeda e suas funções dentro da economia. Com essas definições, poderemos 
compreender os principais tipos de inflação, ou seja, inflação de demanda, inflação de custos e inflação inercial, e 
os impactos da inflação nos agregados macroeconômicos. 
 
Então vamos começar pela moeda! 
Conceitualmente, o termo “moeda” é usado ora denominar tudo aquilo que geralmente é aceito 
como meio de trocas de bens e serviços. Significa dizer, portanto, que a condição necessária para que 
algo possa ser aceito. 
Mas como chegamos à moeda que utilizamos hoje? Vejamos como foi a evolução do sistema de 
trocas até o dia atual... 
 
Sistema de trocas e a evolução da moeda 
Não se pode afirmar com exatidão quando surgiu e qual foi a primeira moeda. Remontando aos 
primórdios da civilização, imagina-se facilmente que o homem primitivo produzia tudo quanto bastava 
ao seu sustento. Suas necessidades limitavam-se à garantia de sua sobrevivência. 
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As associações e o desenvolvimento natural da vida em grupo criaram, porém, outras necessidades 
para cuja satisfação o indivíduo, isoladamente, se viu impotente. Sua auto suficiência se reduzia na 
medida do crescimento de suas necessidades. 
Nesta cadeia de raciocínio, o próximo elo foi a introdução paulatina da divisão e especialização do 
trabalho: cada indivíduo passou a produzir um ou poucos produtos, consumindo uma parte deles e 
tentando passar a outro o excedente em troca de outros bens que necessitava. 
Estabeleceu-se, então, um sistema de trocas diretas, conhecido por escambo, de mercadorias por 
mercadorias, mercadorias por serviços ou serviços por serviços. 
 
Dificuldades da economia de escambo 
É fácil imaginar as dificuldades para um razoável funcionamento dessa economia de escambo: 
- Primeiro, exige uma permanente coincidência de interesses (o indivíduo “A” dispõe de arroz e quer 
trocar por carne; para se realizar essa troca, é imprescindível que ele encontre um indivíduo “B” que 
tenha carne e queira arroz!). 
- Segundo, há a dificuldade de se estabelecer as relações ou preços de troca (valores entre dois 
bens bastante diferentes). 
 
 
Por tudo isso, esse sistema, que vigorou na mais remota antiguidade, era claramente ineficiente. As 
mudanças requeridas se realizaram lentamente. 
Moeda mercadoria 
Geralmente escolhia-se uma mercadoria que fosse relativamente escassa e não facilmente 
perecível (nem sempre possível). A história registra que, em diferentes locais e épocas, foram usados 
como moeda: sal, peles, fumo, gado, trigo, rum, carne seca, ferro, cobre, dentre outros. 
Moeda metálica 
Sem dúvida, de todas as mercadorias, a preferência maior recaía, geralmente, sobre os metais, não 
só pela sua relativa escassez, mas, também, pela sua durabilidade e fácil divisibilidade. Muito embora o 
ferro,o cobre e o bronze tenham sido bastante utilizados, houve uma predominância do uso dos metais 
preciosos, notadamente a prata e o ouro. 
Moeda papel 
Com o tempo, e diante da crescente demanda por tais certificados, as casas de custódia passaram 
a emitir certificados cujo valor global em circulação excedia o valor total dos metais preciosos ali 
depositados. A experiência acumulada pelos custodiadores mostrava que nem todos os depositantes 
resgatavam, ao mesmo tempo, seus depósitos. Além do mais, enquanto alguns vinham para 
reconverter seus certificados em ouro, outros vinham para depositar. Assim, com um encaixe metálico 
menor, era possível garantir a liquidez dos certificados, isto é, garantir as reconversões que, em média, 
na semana ou no mês, correspondia a apenas uma fração do total dos certificados em circulação. 
Papel moeda 
Com o crescimento do volume e valor das transações, o manejo de grandes quantidades de metais 
preciosos tornou-se problemático pelas dificuldades de transporte e os riscos envolvidos. Pouco a 
pouco, nota-se o aparecimento de casas de custódia desses metais em diversos pontos. Essas casas 
passaram a receber em depósito os metais preciosos dos comerciantes, emitindo em troca um recibo 
ou certificado de valor correspondente. Esse certificado recebeu a denominação de moeda papel e 
era generalizadamente aceito nas transações. Sua característica principal era possuir lastro integral 
(100%) em ouro, isto é, a qualquer momento o possuidor do certificado poderia ir à casa de custódia 
emissora e reconvertê-lo em ouro ou prata. Daí sua crescente aceitabilidade como meio de 
pagamento em substituição aos próprios metais preciosos. 
 
 
Ocorreu, assim, um novo marco histórico na evolução das formas de moeda: a passagem da moeda 
papel para os certificados emitidos sem o correspondente lastro em ouro ou prata e que vieram a ser 
chamados de papel moeda. Pouco a pouco o papel moeda passou a ter uso generalizado como meio 
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de pagamento nas transações pelo simples fato de que sua aceitação era geral, não se questionando 
sobre a possibilidade de convertê-lo ou não em ouro. 
 
O esquema a seguir retrata como se desenvolveu o sistema de trocas e a devolução da moeda: 
 
 
 
Num processo evolutivo normal, e com o intuito de evitar riscos de emissões exageradas, o passo 
seguinte foi a proibição de emissão de papel moeda pelos bancos privados (antigas casas de 
custódia), limitando-se o direito de sua emissão a uma instituição oficial que, pouco a pouco, se 
transformou nos atuais bancos centrais de cada país. 
Tipos de moeda 
Numa classificação didática, temos, hoje, as seguintes espécies ou formas de moeda: 
 
Moeda manual 
Vem a ser aquela emitida pela Casa da Moeda, representada pelas cédulas e moedas metálicas 
em circulação. 
Moeda escritural ou bancária 
Representada pelos depósitos à vista nos bancos comerciais. Vale lembrar que se trata das 
chamadas moedas fiduciárias (isto é, em que se tem fé ou se acredita), já que não possuem valor 
intrínseco, constituindo-se em moeda simplesmente porque têm aceitação generalizada nas transações 
econômicas. 
 
Funções da moeda 
Bom, já que agora sabemos um pouco sobre o sistema de trocas e dos tipos da moeda, vamos às 
suas funções: 
Instrumento de troca 
Tendo aceitação generalizada como meio de pagamento nas transações, a moeda exerce sua 
função mais cristalina e fundamental – que é servir como instrumento ou intermediária de trocas entre 
os indivíduos para satisfação de ambas as partes. 
Padrão de referência de valor 
Nesse caso, a moeda possibilita que todos os fatores de produção e os produtos (bens e serviços) 
possam ter seus valores expressos em unidades monetárias, propiciando a fácil avaliação e 
comparação de todos os recursos e produtos disponíveis na Economia. 
Reserva de valor 
A moeda desempenha, também, a função de reserva de valor no sentido de que o indivíduo pode 
manter sua riqueza (ou parte dela) sob a forma de moeda, por um período de tempo, sabendo que, 
amanhã ou depois, esse ativo será aceito em qualquer transação por ter liquidez absoluta. Trata-se, no 
entanto, de uma função que merece duas ressalvas: primeiro, se o indivíduo prefere manter sua riqueza 
sob a forma de moeda, ele deixa de ganhar, pois a moeda em si não gera rendimentos; segundo, e ao 
contrário, em períodos inflacionários o indivíduo perde com a desvalorização da moeda. 
 
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Inflação 
A inflação é definida como sendo um aumento contínuo e generalizado do nível geral de preços, 
em outras palavras, uma perda progressiva do poder de compra da moeda. Em uma economia com 
inflação é necessário cada vez mais moeda para se comprar a mesma quantidade de bens e serviços. 
Inflação basicamente significa alta de preços. Mas uma alta de preços que têm algumas 
características próprias. Observe: 
- É geral, sobem os preços de todos os bens, serviços etc. na mesma proporção, uns mais, outros 
menos, mas todos sobem. 
- É durável, o movimento de elevação dos preços não é um ponto no tempo, não é feito de avanços 
e recuos estáticos, mas persistente (e às vezes, demorado). 
- É progressiva ou acumulativa. A inflação alimenta-se a si mesmo e pode aos poucos, aumentar a 
sua velocidade de alta (ou até mesmo de baixa). 
 
Mas o que faz aparecer esse fenômeno que chamamos de inflação, melhor dizendo, quais são as 
suas causas, de âmbito socioeconômico, com os seus respectivos efeitos, não só em toda a vida 
econômica, como também na vida política, na vida social e até na vida individual de cada pessoa 
que forma a sociedade de um país? 
Inflação de demanada 
A inflação de demanda é o tipo de inflação causada por um excesso de procura, dada a oferta 
disponível de bens e serviços na economia. Entre os fatores que fazem aparecer este fenômeno, cabe 
destacar: o aumento da renda disponível das pessoas; expansão dos gastos públicos (sendo que o 
governo é um dos agentes que demandam bens e serviços na economia, pressionando o nível da 
demanda agregada, que, dependendo de como o governo mexe com os seus gastos, ele pode até 
gerar um déficit público, e fazer gerar mais ainda um maior nível de demanda global do país); 
expansão do crédito e redução da taxa de juros (aumentando a liquidez, a moeda em circulação e, 
por conseguinte, os gastos da sociedade) e as expectativas dos agentes econômicos. 
 
É importante destacar que o aumento excedente da demanda só causa inflação, se a economia 
do país estiver tendendo a chegar no pleno emprego da utilização dos recursos (ou fatores) de 
produção disponíveis na economia do país. 
 
Inflação de custos (ou de oferta) 
Uma determinada experiência brasileira demonstra que pode haver inflação, mesmo sem a 
presença de um excesso de demanda sobre a oferta: a demanda pode permanecer inalterada, isto é, 
não é excessiva em relação à oferta, e, não obstante, aparece a inflação, porque os custos (despesas 
com a produção) sobem, melhor dizendo, há a chamada inflação de custos (ou de oferta). Entre os 
fatores que fazem aparecer este outro fenômeno inflacionário, cabe destacar: a taxa de juros (ao 
mesmo tempo em que contribui para reduzir a demanda, gera um aumento dos custos de produção, 
pois as empresas muitas vezes pegam dinheiro emprestado em bancos), a desvalorizaçãocambial (pois 
gera um aumento nos preços dos produtos importados que servem de matéria-prima), os preços 
externos de determinados produtos (tais como o preço internacional do petróleo), custo da mão de 
obra (devido a aumentos salariais) e aumento de impostos. 
 
O empresário, a empresa, trata de passar adiante essas elevações de despesas e eleva o preço de 
venda do seu produto. E a maior ou menor proporção que o empresário, ou a empresa, conseguirá 
repassar tais elevações para o preço do seu produto, depende das condições que se tem em relação 
ao seu poder de concentração de mercado, ou a maior ou menor concorrência que se tem neste 
mesmo mercado. 
 
Inflação inercial 
O último tipo de inflação que pode ocorrer, independente de pressões de demanda e/ou de custos, 
é a inflação que está associada aos mecanismos de indexação da economia, melhor dizendo, a 
chamada inflação inercial. Ela é desenvolvida por meio da garantia que se tem de reajustar preços, a 
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partir da constatação da existência de inflação, onde a inflação de hoje passa a ser o piso para a 
inflação de amanhã, mesmo não se tendo pressões de demanda e de custos, onde a inflação pode 
não ceder. 
 
Distorções do Processo Inflacionário 
A principal consequência de um processo inflacionário são as disparidades de preços, porque os 
preços dos produtos variam com taxas diferentes. Portanto, com a inflação, os preços relativos mudam: 
os preços de alguns insumos aumentam mais do que o de outros, as empresas tendem a variar a 
intensidade com que são usados. 
Por outro lado, estes tendem a gerar expectativas de que a inflação tenderá a subir no futuro 
(gerando expectativas de inflação futura), onde procurarão resguardar as suas margens de lucro, 
aumentando os preços dos seus produtos. 
E, ao mesmo tempo, um processo inflacionário provoca distorções sobre as finanças públicas; pois 
este processo acaba gerando uma defasagem entre o fato gerador e o recolhimento efetivo do 
imposto; assim, quanto maior a inflação, menor tende a ser a arrecadação do governo. 
 
Veja um quadro que apresenta as importantes correntes econômicas sobre o tema inflação. 
 
 
 
É importante informar, porém, que nenhuma das correntes econômicas, isoladamente, é suficiente 
para explicar o comportamento da inflação nas últimas décadas da economia brasileira. Na verdade, 
o que se observa é que há algum grau de complementação entre tais teorias. 
 
 
 
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Aula 8: Politicas macroeconômicas – monetária e fiscal 
 
A todo o momento lemos nos jornais, ouvimos nos debates sobre e inflação brasileira, vemos o “dragão 
inflacionário” estampado nas revistas... Mas o que é inflação? 
Bom, como a inflação é um fenômeno monetário, é importante esclarecer o que é moeda e quais suas funções. 
Nesta aula, vamos definir moeda e suas funções dentro da economia. Com essas definições, poderemos 
compreender os principais tipos de inflação, ou seja, inflação de demanda, inflação de custos e inflação inercial, e 
os impactos da inflação nos agregados macroeconômicos. 
 
 
Política Monetária e seus Instrumentos 
A política monetária refere-se à atuação do governo no sentido de controlar as condições de 
liquidez do país. Com esse objetivo, o governo atua sobre a quantidade de moeda na economia, sobre 
a capacidade de concessão de empréstimos por parte dos bancos e, por consequência, sobre os 
níveis das taxas de juros. 
 
Na realidade, o mercado monetário é como outro qualquer, onde existe demanda, oferta e preços 
de equilíbrio. 
 
A política monetária é a maneira pela qual o governo atua, de uma maneira geral, sobre a 
quantidade de moeda, de crédito e das taxas de juros. 
 
Mas, antes de começarmos, umas considerações importantes: 
Conceito de Moeda na Política Monetária 
Muitas coisas são usadas como dinheiro, inclusive o cartão de crédito. Mas o conceito de moeda 
que é usado na Política Monetária é o M1. 
M1 = papel-moeda em poder da sociedade (moeda manual) + depósitos em conta corrente 
bancária (moeda escritural). 
Obs.: Quando se fala “sociedade”, não contabilizamos as moedas que estão em poder do governo. 
 
Demanda por Moeda (M1) 
É a quantidade de moeda (M1) que a coletividade deseja deter em um determinado momento. As 
pessoas demandam moeda (M1): 
 - para Transações (compras/vendas); 
 - por Precaução (contra a incerteza na economia) e 
 - por Especulação (guardar provisão de moedas para quando aparecer um investimento 
interessante). 
 
Oferta de Moeda (M1) 
Quantidade de moeda disponível para a sociedade em um determinado momento; o Banco 
Central é o órgão do governo encarregado por controlar a oferta de moeda. 
 
 
Como o Banco Central controla a Oferta de Moeda (M1)? 
É o que veremos a seguir. 
 
 
 
 
 
 
 
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Emissão de papel-moeda 
 
 
 
 
Percentual de depósito compulsório (ou reservas bancárias) 
 
 
 
 
Linhas de Redesconto 
 
 
 
 
 
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Operações de Mercado Aberto 
 
 
 
Comentários importantes sobre a dívida pública interna 
É gerada quando o governo vende títulos ao público, para captar dinheiro rápido, e oferecendo, 
em troca, um rendimento deste dinheiro em certo prazo. Os bancos comerciais são compradores 
habituais. A dívida surge de uma necessidade de gasto do Estado, que não quer financiá-la 
diretamente por um aumento de tributos. Além disso, a dívida é um dos instrumentos de política 
monetária. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Corato FUNDAMENTOS DE ECONOMIA 
Política fiscal e seus instrumentos 
 
 
 
 
 
Tipos de Política Monetária 
 
Política fiscal contracionista 
Ocorre se o governo corta gastos com o setor privado, ou aumenta os impostos. Se o governo 
diminui gastos, também reduz a demanda agregada. Já se o governo aumenta os tributos, isto afeta 
indiretamente a demanda agregada, por meio de consumo e investimento. Afinal, pagando mais 
impostos, o consumidor poderá reduzir o consumo e as empresas, eventualmente, reduzem o 
investimento. Os preços dos exportados podem se tornar menos competitivos, devido aos impostos 
embutidos: 
Impostos sobem e gastos gov. caem > v inv. produção > v emprego, v consumo, v produto 
 
Uma política fiscal expansionista 
Ocorre se o governo aumenta seus gastos com o setor privado, ou reduz os impostos. Se o governo 
aumenta gastos, também aumenta a demanda agregada. Já se o governo reduz os tributos, isto 
aumenta indiretamente a demanda agregada, por meio de consumo e investimento. A redução de 
impostos se reflete em mais capacidade de gasto, tanto para consumo quanto para investimento: 
Impostos caem e

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