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www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 1 Abril 2006 Inventário Florestal 100% Atividade Pré-exploratória em Explorações de Impacto Reduzido 32 www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 2 Edição Abril 2006 Coordenação Geral: Cesar Pinheiro Johan C. Zweede Organização: Fundação Floresta Tropical Projeto Gráfico e Editoração Eletrônica: [J] Alessandro Filizzola alefilizzola@yahoo.com.br Ilustrações: Alessandro Filizzola Revisão: José Natalino Macedo Silva Colaboração: Celso dos Santos Couto Marley Nogueira Maximiliano Roncoletta Iram Pires Paulo Bittencourt IFT - INSTITUTO FLORESTA TROPICAL Rua dos Mundurucus, 1613, Jurunas CEP. 66025-660 • Belém • Pará • Brasil Fone: (91) 3202-8300 Fax: (91) 3202-8310 Site: www.ift.org.br 31 ANOTAÇÕES www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 3 SUMÁRIO Inventário Florestal a 100% ....................................................... 7 Variáveis de um bom inventário ..................................... 8 Equipe de trabalho ....................................................... 14 Iniciação do inventário ................................................... 16 Observações sobre o inventário ...................................... 18 Benefícios e pontos críticos ......................................... 19 Corte de cipós ......................................................................... 20 Equipe de trabalho .......................................................... 20 Benefícios e pontos críticos ......................................... 22 Produtividade ............................................................................. 24 Tabela de produtividade .................................................. 26 Material e equipamento ............................................................ 28 Tabela da FFT/IFT de códigos para árvores inventariadas ..... 25 30 www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 4 29 91 M el an ci ei ro A le xi a gl an di flo ra Fa ba ce ae 92 S uc up ira b ab on a NI Fa ba ce ae 93 Lo ur o pi m en ta NI La ur ac ea e 93 S uc up ira b ab on a NI Fa ba ce ae www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 5 INTRODUÇÃO O planejamento prévio é um mecanismo necessário para desenvolver as praticas de manejo florestal e explora- ção de impacto reduzido, (MF-EIR). Obter informações quantitativas e qualitativas das espé- cies que compõem a floresta, conhecer o terreno, os igarapés que cortam a área, o chamado “micro-plane- jamento”, será de fundamental importância para toma- da de decisão do manejo, esse detalhamento da área só será possível se desenvolvermos um bom inventário florestal 100%. Essas informações serão possíveis se obtermos medi- ções confiáveis. Portanto podemos considerar que, sem o conhecimento prévio da área será impossível o plane- jamento para a exploração dos recursos da floresta seja ele madeira ou não madeireiro. Nessa cartilha vamos abordar de forma simples, todos os passos para executar um bom inventário florestal 100%, demonstrando passo a passo como executá-lo e mostrar os benefícios dessa atividade que é conside- rada a base do planejamento para exploração. 28 69 P au a m ar el o E ux yl op ho ra p ar ae ns is R ut ac ea e 71 Pi qu ia C ar yo ca r vi llo su m C ar yo ca ra ce ae 72 P iq ui ar an a C ar yo ca r g la br um C ar yo ca ra ce ae 73 R ox in ho P el to gy ne le ic oi nt ei C ae sa lp in ia ce ae 74 S ap uc ai a Le cy th is p ar ae ns is Le cy th id ac ea e 75 Su m au m a T. F B om ba x pa ra en si s B om ba ca ce ae 77 S uc up ira p re ta B ow di ch ia n iti da Fa ba ce ae 78 S uc up ira te nt o O rm os ia s p. Fa ba ce ae 79 S uc up ira /a m ar el a/ pe le d e sa po D ip lo tro pi s pu rp ur ea Fa ba ce ae 82 Ta ni m bu ca B uc he na vi a ca pi ta ta C om br et ac ea e 83 Ta ta ju ba B ag as sa g ui an en si s M or ac ea e 84 Ta ua ri C ou ra ta ria g ui an en si s Le cy th id ac ea e 85 Ta xi ra na S cl er ol ob iu m p ar ae ns is C ae sa lp in ia ce ae 86 Ti m bo ra na N ew to ni a su av eo le ns M im os ac ea e 87 U ch i E nd op le ur a uc hi H um iri ac ea e 89 Vi ro la T .F V iro la m el in on i M yr is tic ac ea e 90 A nd iro ba C ar ap a gu ia ne ns is M el ia ce ae www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 6 27 49 Ja to ba H ym en ae a co ur ba ril C ae sa lp in ia ce ae 50 Ju ta i m iri m H ym en ae a pa rv ifl or a C ae sa lp in ia ce ae 51 Lo ur o ab ac at e/ ab ac at e ca sc ud o O co te a gl om er at a La ur ac ea e 52 Lo ur o am ar el o Li ca ria ri gi da La ur ac ea e 54 Lo ur o ca ne la O co te a fra ga nt is si m a La ur ac ea e 55 Lo ur o ra ja do NI La ur ac ea e 56 Lo ur o fa ia E up la ss a pi nn at a La ur ac ea e 57 Lo ur o pr et o O co te a ca ud at a La ur ac ea e 58 Lo ur o ve rm el ho O co te a r ub ra La ur ac ea e 59 M ac ac au ba P la ty m is ci um fi lip es Fa ba ce ae 60 M an di oq ue ira NI Fa ba ce ae 62 M ar up a S im ar ou ba a m ar a S im ar ou ba ce ae 63 M or ot ot o S ch ef fle ra m or ot ot on i A ra lia ce ae 64 M ui ra ca tia ra A st ro ni um le co in te i A na ca rd ia ce ae 66 M ur ur é B ro si m um o bo va ta M or ac ea e 67 P ar ap ar a Ja ca ra nd a co pa ia B ig no ni ac ea e 68 P au ja ca re La et ia p ro ce ra Fl ac ou rti ac ea e www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 7 INVENTÁRIO FLORESTAL A 100% É o fundamento básico para o bom planejamento e exe- cução do manejo florestal (MF)e da exploração de im- pacto reduzido. Consiste em localizar, identificar, medir e avaliar as árvores de uma área, podendo ser uma Uni- dade de Trabalho (UT), de acordo com as necessida- des e objetivos do Plano de MF. Nesse levantamento sistemático, são quantificadas e qualificadas 100% das árvores e/ou espécies existentes na área, a partir de um diâmetro pré-estabelecido,com o fim de obter não ape- nas uma noção básica da quantidade de árvores e es- pécies, mas também sua qualidade para a exploração. Antes de iniciar o inventário na floresta, é fundamental definir as variáveis que serão investigadas. Esta defini- ção depende dos objetivos do Plano de Manejo Flores- tal, dos prazos, mercado e recursos financeiros para sua realização. Via de regra, quanto mais detalhado for o in- ventário, maior o tempo necessário para sua realização e, conseqüentemente, seu custo. Por outro lado, mais informações são inventariadas e podem ser estratégi- cas para o fututo Plano de Manejo Florestal 26 24 C ur ru pi xa M ic ro ph ol is m el in on ia na S ap ot ac ea e 26 E nv ira q ui ab o St er cu lia s pe ci os a St er cu lia ce ae 27 E sc or re ga m ac ac o M ac ro sa m an ea p ed ic el la re s M im os ac ea e 30 Fa va a ta na P ar ki a gi ga nt oc ar pa M im os ac ea e 32 Fa va b ol ot a P ar ki a pe nd ul a M im os ac ea e 34 Fa va o re lh a de m ac ac o E nt er ol ob iu m s ch om bu rg ki i M im os ac ea e 35 Fa va c or é P ar ki a op po si tif ol ia Le gu m in os ea 36 Fa va f ol ha f in a P ip ta de ni a su av eo le ns M im os ac ea e 37 Fa va ta m bo ri En te ro lo bi um m ax im um M im os ac ea e 40 Fr ei jo c in za C or di a go el di an a B or ag in ac ea e 41 G ua ja ra b ol ac ha S yz yg io ps is o pp os iti fo lia S ap ot ac ea e 42 G oi ab ao P ou te ria b ilo cu la ris S ap ot ac ea e 43 G ua riu ba C la ris ia r ac em os a M or ac ea e 44 In ha re H el ic os ty lis s p. M or ac ea e 45 Ip e am ar el o Ta be bu ia s er ra tif ol ia B ig no ni ac ea ee 46 Ip e ro xo Ta be bu ia im pe tig in os a B ig no ni ac ea ee 47 Ita ub a M ez ila ur us it au ba La ur ac ea e www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 8 UM BOM INVENTÁRIO DEVE LEVANTAR AO MENOS AS SEGUINTES VARIÁVEIS: Espécies a serem inventariadas É preciso definir quais espécies vão ser inventariadas antes de iniciar os trabalhos de campo. Pra isto defini-se geralmente se a espécie é atualmente comercial ou não. Ou mesmo se a espécie é potencialmente comercial. Esta decisão é importante pois vai influenciar diretamen- te no número de indivíduos a serem medidos. Quanto mais árvores para medir mais caro é o inventário, por isso é importante possuir uma lista que defina, para cada espécie da região, sua categoria quanto ao mercado. Espécie não comercial é aquela que não possui merca- do para sua madeira e nem perspectiva para que isto ocorra; espécie comercial é aquela que atualmente pos- sui mercado estabelecido; e espécie potencialmente co- mercial é aquela que ainda não apresenta um mercado estabelecido, mas que pode ser comercializada em ou- tras regiões ou que possui perspectiva para sua comercialização no futuro. Diâmetro à altura do peito (DAP) É importante definir o DAP mínimo a partir do qual se re- alizará o inventário florestal. A legislação exige que se mesure 10 cm abaixo do dap mínimo de corte. Ex: Quan- do for cortar espécies com 45cm de DAP é preciso me- dir durante o inventário todas as árvores com 35 cm de DAP. 25 TA BE LA D A FF T / IF T DE C ÓD IG OS P AR A ÁR VO RE S IN VE NT AR IA DA S C od ig o In v. I FT N O M E VU G A R N O M E C IE N TÍ FI C O FA M IL IA 1 M ac ar an du ba M an ilk ar a hu be ri S ap ot ac ea e 2 M ap ar aj ub a M an ilk ar a am az on ic a S ap ot ac ea e 3 A m ap a do ce B ro si m um p ar in ar io id es M or ac ea e 3 A ng el im a m ar go so Va ta ire a pa ra en si s Fa ba ce ae 4 A m ap a am ar go so B ro si m um g ui an en si s M or ac ea e 7 A ng el im p ed ra H ym en ol ob iu m p et ra eu m Fa ba ce ae 10 A ng el im v er m el ho D in iz ia e xc el sa M im os ac ea e 14 B re u su cu ru ba Tr at tin ic ki a rh oi fo lia B ur se ra ce ae 15 B re u ve rm el ho P ro tiu m p er ne rv at um B ur se ra ce ae 16 C aj u aç u A na ca rd iu m g ig an te um A na ca rd ia ce ae 19 C ed ro v er m el ho C ed re lla o do ra ta M el ia ce ae 20 C ed ro ra na C ed re lin ga c at en ae fo rm is Vo ch ys ia ce ae 21 C op ai ba C op ai fe ra d uc ke i C ae sa lp in ia ce ae 22 C um ar u D ip te ry x od ot at a Fa ba ce ae 23 C up iu ba G ou pi a gl ab ra C el as tra ce ae www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 9 Modelo de tabela utilizada para condensar informações do inventário * Vide anexo ao final do manual com a lista de códigos da FFT pra as espécies de árvores da amazônia. 05 001 60 1 23 12 18 Início da área de cipó 24 PRODUTIVIDADE DA IFT EM ATIVIDADES DE INVENTÁRIO E CORTE DE CIPOS DAP ha / dia 35 10 45 20 Equipe de Inventário Equipe de Inventário + eq. de corte de cipós DAP ha / dia 35 10 45 20 Equipe de de corte de cipós após inventário DAP ha / dia 35 20 45 30 MATERIAL E EQUIPAMENTO • Facão • Lápis estaca azul • Tinta à óleo • Pregos de alumínio (2¼) • Fitas plásticas • Barbante • Martelo • Plaquetas de alumínio • Bússola e trena/cabo de agrimensor (30/50m). • Kit de Primeiros Socorros www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 10 Altura Esta variável e uma das que mais causa erro pela difi- culdade de estimar a altura em floresta tropical e pela dificuldade de uso de aparelho de medição. Existem várias formas de estimar altura as mais comuns e através da projeção (Fig. 1). Recomenda-se que se estime a altura comercial, somen- te a parte aproveitável do fuste. Esta é uma variável que pode ser des- cartada caso se utilize uma equação de volume bem ajustada para a floresta e as espécies ma- nejadas. www.fft.org.br Fig. 1 - Estimativa da altura comercial da árvore O fuste e a altura comercial da árvore 23 PRODUTIVIDADE A produtividade no corte de cipós é idêntica à produtivi- dade do inventário, já que ambas as atividades aconte- cem ao mesmo tempo. Caso a equipe de corte de cipós execute o serviço após o inventário, sua produtividade pode ser maior, pois não estará atrelada à produtividade da equipe de inventário. PONTOS CRÍTICOS DO CORTE DE CIPÓS • Durante o corte de cipós muitas vezes parase liberar uma árvore se faz necessário cortar os cipós que estão entrelaçados em outras árvores próximas, por isto é importante supervisionar bem com é realizado o corte de cipós, para evitar que se invista nesta ação e não se obtenha êxito; • Aumenta o custo de produção. www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 11 5 Figura 2 – Esquema de Coordenadas (x) e (y) Coordenadas (x) e (y) É uma variável que permite localizar as árvores inventariadas utilizando o eixo cartesiano X e Y , e com isto mapear todas as árvores do inventário. 1122 4 — O corte dos cipós deve ser realizado a uma altura de, aproximadamente, 1m acima do solo. As partes seccionadas do cipó não devem ficar em contato direto uma com a outra ou com o solo, possivelmente isto po- deria ocasionar um novo enraizamento ou provocar a regeneração do cipó. 5 — A FFT não recomenda o corte de 100% dos cipós que estejam presos às árvores, mesmo nas florestas com grande incidência de cipós, pois o custo dessa atividade tornar-se-ia elevado demais e os impactos ecológicos seriam acentuados. BENEFÍCIOS DO CORTE DE CIPÓS • Diminui o tamanho das clareiras abertas na floresta durante a exploração, principalmente durante a derruba das árvores; • Diminui os danos causados as árvores remanescentes; • Oferece mais segurança ao motosserrista no decorrer da derrubada; • Facilita o direcionamento da queda da árvore pelo operador. www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 12 Qualidade de fuste (QF) — Fuste 1: Fuste com 100% de aproveitamento. — Fuste 2: Fuste com 80% de aproveitamento. — Fuste 3: Fuste com até 50% de aproveitamento. Fuste acanalado com pouco aproveitamento. — Fuste 4: Fuste totalmente oco, sem nenhum aproveita- mento comercial; Estas árvores descartadas do corte elas tem um papel ecológico importante, como na deseminação de sementes e abrigo para fauna. Podendo ser uma matriz no manejo florestal. Pois o oco não é exclusivamente uma característica genética, ele pode ser influenciado pelo meio ambiente, e também algumas espécies são mais succeptíveis que as outras. — Fuste 5: São fustes cujo o DAP atingem o tamanho de corte , porém com pouco aproveitamento, pois apresen- tam o fuste cônico, ou seja, a ponta fina. Para evitar prejuízos evita-se corta-la, pois uma árvore assim tem pouco aproveitamento na serraria, justificando então deixá-la para o segundo ciclo de corte, considerando-a com árvore de futura colheita. 21 1 — A equipe de corte de cipós deve acompanhar a equipe do inventário e ser orientada pelo coordenador do inventário. A equipe também poderá realizar o corte de cipós, após a realização do inventário, utilizando a ficha de seleção das árvores a serem abatidas. 2 — Devem ser identificadas para o corte de cipós todas as árvores comerciais inventariadas que tenham quali- dade de fuste 1 ou 2 e o DAP de corte. 3 — Realizada a identificação, todos os cipós presos às árvores devem ser cortados. Os cipós que provêm de árvores vizinhas também devem ser cortados na base de suas respectivas árvores (Figura 8). Figura 8 – Cortar os cipós 1m acima do solo e também nas árvores vizinhas www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 13 Figura 3 – Esquema de Qualidade de fuste (QF) Fuste 1 Cilíndrico retilíneo Fuste 2 Tortuosidade e acanalamento leves Fuste 3 Tortuosidade acentuada Fuste 4 Oco (sem aprov.) Fuste 5 Cônico (futura colheita) 100% 80% 50% 0% — Aproveitamento 13 Copa 4 Muito danificada - 50% intacta Copa 3 Danificada 50% intacta Copa 2 Pouco danificada 75% intacta Copa 1 Inteira 100% intacta Figura 4 – Esquema de Qualidade de copa (QC) 20 CORTE DE CIPÓS O corte de cipós facilita a derrubada das árvores, diminui os danos causados às outras árvores (remanescentes) e diminui os riscos de acidentes para as equipes de ex- ploração. É uma Atividade executada em áreas de manejo com incidência de cipós, principalmente se estiverem presos às árvores de valor comercial. Essa atividade deve ser realizada pelo menos um ano antes da exploração, de preferência junto com o inven- tário florestal 100% ou logo após o mesmo. EQUIPE DE TRABALHO: A equipe para a execução dessa atividade varia de acor- do com a freqüência e intensidade de cipós na área a ser manejada podendo ser composta de: • Um a três trabalhadores rurais, acostumados a trabalhar com facões e foices. Os procedimentos da FFT para o corte de cipós, ape- sar de simples, requerem planejamento, muito cuida- do e atenção da equipe: www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 14 EQUIPE DE TRABALHO DA FFT • Um anotador; que pode ser um técnico de nível médio (florestal) ou uma pessoa treinada para o serviço. Ele coordenará e anotará todos os dados coletados durante o inventário; • Um identificador botânico ou mateiro; que deve ser experiente e saber identificar espécies vegetais através de características botânicas e dendrológicas. Ele identificará as árvores (nome vulgar e, se possível, científico), fará a medição do diâmetro e observará a qualidade do tronco e da copa; • Um ajudante; trabalhador florestal que auxiliará 1 1 1 Qualidade de copa (QC): E uma variável que visa verificar como esta a distribuição da copa da árvore inventariada. É útil quando se quer saber o potencial para produção de sementes. Ou se quer saber o direcionamento de queda natural das arvores, para um possível planeja- mento de corte. (Figura 4) • Copa 1: Arvore com copa completa e bem distribuída. • Copa 2: Arvore com a copa parcialmente distribuída. • Copa 3: Arvore com a copa mal distribuída. • Copa 4: Arvore sem copa ou com a copa rebrotando. 19 BENEFÍCIOS DO INVENTÁRIO A realização do Inventário Florestal a 100% proporciona alguns benefícios para o planejamento da exploração e para o gerenciamento e comercialização da madeira: • Permite o conhecimento prévio do potencial madeireiro da floresta, possibilitando à empresa ou ao proprietário um planejamento e/ou uma negociação mais segura da madeira; • Fornece subsídios para a tomada de decisões. • Permite a elaboração de mapas com a localização das árvores na UT. • Permite o conhecimento prévio da quantidade e qualidade da madeira presente na Área de Manejo Florestal, bem como quais as espécies que poderão ser comercializadas; • Promove a localização das árvores dentro da Unidade de Trabalho, facilitando o planejamento www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 15 L - Lateral A - Anotador I - Identificador T - Trabalhador Florestal Figura 5 – Exemplo da localização de árvore a partir de zero da coordenada (y) na medição das árvores e colocará a placa de identificação; • Dois “laterais”, trabalhadores florestais que localizarão as árvores a serem inventariadas através das coordenadas (x) e (y), e indicarão para o restante da equipe cada árvore a ser inventariada. Também informarão sobre a existência de clareiras, áreas de cipó, declividades, cursos d’água, etc. 22222 L A I T L 18 OBSERVAÇÕES SOBRE O INVENTÁRIO Abaixo, citamos algumas alternativas para a realização do inventário, e o que implicariam no desenvolvimento do manejo: 1 — Na Fazenda Cauaxi, a FFT mensura árvores com DAP de 35 cm acima, pois os custos são quase equiva- lentes quando se mede a partir de 45 cm de DAP, com benefício de ter maiores informações de árvores rema- nescentes inventariadas. Além da perda deinformação sobre árvores com DAP abaixo de 45cm, esse tipo de inventário dificultaria o planejamento e a realização dos tratamentos silviculturais; 2 — Inventário de 100% das árvores de valor comercial com DAP definido pelas bito- las utilizadas pela indústria: essa opção também não é recomendada pela FFT. Os custos podem ser baixos em relação às outras opções de inventário, porém a perda de informação sobre as árvores com DAP abaixo de 45cm será ainda maior, aumentan- do assim as dificuldades do planejamento e realização dos tratamentos silviculturais. Figura 7 – Demonstração de como posicionar as placas nas árvores www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% www.fft.org.br Manual de Inventário Florestal 100% 16 DISTRIBUÍDOS OS MEMBROS DA EQUIPE, INICIA-SE O INVENTÁRIO: 1 — A primeira árvore deve ser localizada por um dos laterais a partir de zero da coordenada (y) (Figura 5). 2 — O anotador, o identificador e o plaqueteador dirigem- se até a árvore. O anotador coleta todos os dados e os registra na ficha de campo: número de ordem, nome vul- gar da espécie, qualidade de fuste (QF), qualidade de copa (QC), coordenadas (x) e (y), altura (comercial ou fuste) e outras observações, como ocorrência de cipós, grotas, baixões, árvores caídas, árvores com ninhos, presença de animais silvestres, etc. 3 — O identificador mede o DAP da árvore e a identifica (nomes vulgar e científico). Em casos de dúvida, faz a coleta de material botânico (alguns ramos e, se possível, flores e frutos) para posterior identificação em herbário. Para agilizar este serviço, pode-se utilizar dois identificadores botânicos. 4 — O trabalhador fixa uma placa numerada na árvore, que deve coincidir com o número que recebeu na ficha de campo. Para facilitar as atividades seguintes, todas as placas devem ficar voltadas para o lado da trilha onde se encontra o lateral que forneceu as coordenadas de cada árvore (Figura 7). 17 5 — Concluído o inventário da árvore, um dos laterais localiza a próxima, sempre tomando por base a coorde- nada (y) em relação à última árvore inventariada . Na nova árvore, são repetidos os mesmos procedimentos da anterior. 6 — Assim, a equipe caminhará na faixa entre duas tri- lhas de orientação (50m de largura), inventariando to- das as árvores segundo os critérios estabelecidos para o inventário. Seguirá por uma faixa e voltará por outra, sucessivamente, até concluir todo o inventário da área. Figura 6 – Exemplo do vai-e-vem da equipe nas faixas
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