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As inelegibilidades são circunstâncias previstas na CF- 88 e em Lei Complementar que impedem o cidadão de exercitar sua capacidade de eleger-se. São circunstâncias que restringem a elegibilidade do cidadão, limitam a sua possibilidade de candidatar-se em uma eleição. Antes de particularizarmos o tema das inelegibilidades, cabe aqui fazer uma pequena diferenciação terminológica, que evitará possíveis dúvidas aos alunos: 1. INELEGIBILIDADE – obsta a elegibilidade do cidadão eleitor (a capacidade eleitoral passiva); 2. INALISTABILIDADE – impede o exercício do direito de ser eleitor (a capacidade eleitoral ativa). 3. INCOMPATIBILIDADE – o cidadão já eleito é impedido do exercício do mandato. A incompatibilidade configura-se após a eleição, obrigando o candidato à escolha entre o mandato e o cargo. As fundamentais causas de inelegibilidades estão previstas no art. 14, §§ 4º-8º, da CF-88. A principal sede normativa das inelegibilidades é a CF-88. Contudo, o próprio texto constitucional prevê a possibilidade de instituição de outras circunstâncias que obstariam a elegibilidade do cidadão. Esta previsão está insculpida no art. 14, §9º, da CF-88: www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 3 CF-88 Art. 14 § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) A CF-88 previu que apenas LEI COMPLEMENTAR poderá estabelecer novos casos e regrar as inelegibilidades. Não confundir com Lei Ordinária! As inelegibilidades são previstas unicamente na CONSTITUIÇÃO FEDERAL e em LEI COMPLEMENTAR! Em atenção ao comando da CF-88, foi editada a Lei Complementar nº 64/90, que disciplina mais casos de inelegibilidade e prazos de cessação. O estudo deste diploma legal será estudado neste curso em aula posterior. Por isso, passaremos ao estudo das inelegibilidades previstas no texto da constituição. As causas de inelegibilidades podem ser absolutas ou relativas: o INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS – constituem impedimento para assunção de qualquer cargo eletivo. O cidadão impedido absolutamente não poderá concorrer em nenhuma eleição, não poderá pleitear nenhum mandato eletivo. São os seguintes, conforme o (art. 14, §4º, da CF-88): CF-88 Art. 14 www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 4 § 4º - São inelegíveis os inalistáveis e os analfabetos. ? INALISTÁVEIS – A elegibilidade tem como pressuposto inicial a alistabilidade. Se não pode sequer ser eleitor, não poderá também, por óbvio, ser candidato. Segundo a CF-88, são Inalistáveis os Estrangeiros e os Conscritos, durante o serviço militar obrigatório. No entanto, caso a banca cobre a literalidade do Código Eleitoral, devemos ficar atentos que, segundo o art. 5 do referido diploma, são também inalistáveis os que não saibam exprimir-se na língua nacional e os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos. Art. 5º Não podem alistar-se eleitores: I - os analfabetos; (Revogado pelo art. 14, § 1º, II, "a", da Constituição/88) II - os que não saibam exprimir-se na língua nacional; III - os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos. Desse modo, caso na questão seja afirmado que são inalistáveis os estrangeiros e os conscritos, estará correta, pois remonta ao texto constitucional. Caso afirme: “segundo o Código Eleitoral, são inalistáveis os estrangeiros e os conscritos”, a questão estará errada. Até porque o Código Eleitoral nem trata destes inalistáveis, apenas a CF-88. Por outro lado, se a questão listar estas 2 hipóteses previstas no Código Eleitoral (não saibam exprimir-se na língua nacional e os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos), com certeza estará cobrando o conhecimento do art 5º da Lei Eleitoral. www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 5 Resumo: São INALISTÁVEIS: 1) os Estrangeiros e os Conscritos! (segundo a CF-88); 2) os que não saibam exprimir-se na língua nacional e os que estejam privados, temporária ou definitivamente dos direitos políticos (segundo o Código Eleitoral). ? ANALFABETOS – apesar de ter direito a ser eleitor (por ser facultativo o seu alistamento e voto), o analfabeto não pode ser eleito. Por disposição constitucional expressa no art. 14, §4º, da CF-88, o analfabeto não tem capacidade eleitoral passiva. Observação 1: A jurisprudência do TSE tem apontado que a inelegibilidade do analfabeto, quando não apresentado pelo candidato documento de escolaridade mínima, deve ser aferida por submissão à prova elementar de alfabetização perante o Juiz Eleitoral. Poderá, desse modo, ser realizado teste simples, na presença do Juiz, para aferição se o candidato é ou não analfabeto. Observação 2: o semi-analfabeto, aquele que demonstra mínimos atributos de alfabetização, é considerado pela Jurisprudência como elegível. INELEGIBILIDADES ABSOLUTAS: Não poderão concorrer para qualquer cargo, estão absolutamente impedidos de elegerem-se, os INALISTÁVEIS e os ANALFABETOS! Gente, não confundir alguns conceitos! Considerações: 1. O Inalistável é ≠ de Inelegível: o inalistável não poderá sequer se alistar como eleitor; o inelegível apenas não poderá eleger-se para determinados cargos (inelegibilidade relativa) ou para todos os cargos(inelegibilidade absoluta); www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 6 2. Todo inalistável é inelegível! mas nem todo inelegível é inalistável; os analfabetos são inelegíveis e nem por isso são inalistáveis (ao contrário, tem como facultativa sua alistabilidade); se fossem inalistáveis, os analfabetos seriam considerados “não-cidadãos”, pois não teriam participação democrática em nosso país. o INELEGIBILIDADES RELATIVAS – são inelegibilidades não vinculadas diretamente com a pessoa do candidato (se é inalistável ou analfabeto), mas referentes apenas a determinados cargos ou mandatos. Em linguagem simples, o cidadão inelegível relativamente ficará apenas impedido de concorrer a algum ou alguns cargos eletivos específicos, o que não o impedirá de eventualmente concorrer outros que não esteja inelegível. A doutrina costuma dividir as inelegibilidades relativas em: 1. por Motivos Funcionais 2. por Motivos de Parentesco 3. dos Militares 4. Legais 1. Inelegibilidades por Motivos Funcionais. Por sua vez, divide-se em: a) para o MESMO CARGO – é simples! O Presidente da República, os Governadores de Estado e do DF, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído (Chefes do Poder Executivo) no curso dos mandatos não poderão ser reeleitos para um TERCEIRO MANDATO! Em suma: os Chefes do Poder Executivo (Presidente da República, os Governadores de Estado e do DF, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído) somente poderão ser reeleitos uma única vez consecutiva!! Esta norma está prevista no art. 14, §5º, da CF-88: www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 7 CF-88 Art. 14 § 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente. (Redação da EC 16/97) Este dispositivo foi inserido pela Emenda Constitucional nº 16/1997, que trouxe o instituto da REELEIÇÃO no Brasil. Antes não existia reeleição no Brasil, está lembrado disso. No Governo de Fernando Henrique Cardoso é que foi instituída tal possibilidade. Friso que a CF-88 veio a permitir apenas uma única reeleição consecutiva. Professor, após 2 mandatos, eles poderão se candidatar novamente? ou estarão sempre impedidos de se candidatarem para o mesmo cargo? O impedimento é para uma 2ª reeleição consecutiva no mesmo cargo! Isto é, o impedimento é para reeleições logo após o termino da primeira reeleição! Com isso, poderão os Chefes do Poder Executivo, passado pelo menos 1 pleito (4 anos), voltarem a se candidatar em uma nova eleição para o mesmo cargo que ocuparam por pelo menos 2 mandatos. Isso pode ocorre com o LULA! Nosso atual Presidente, se quiser, poderá se candidatar nas eleições de 2014 para o mesmo cargo que agora ocupa. Destaco que o impedimento de REELEIÇÃO é somente para os Chefes do Poder Executivo, não abrangendo os ocupantes dos cargos do Poder Legislativo (Deputados Federais e Estaduais, Senadores, Vereadores)! Atenção que o impedimento a sucessivas reeleições é aplicável a quem tenha “sucedido ou substituído no curso dos mandatos”! Assim, se o Vice sucedeu ou substituiu o titular, terá ele a mesma limitação a uma única reeleição consecutiva. A sucessão dar-se-á ocorrendo a vacância do cargo e a substituição em hipóteses de impedimento de caráter temporário. A doutrina é discordante a respeito da simples substituição do www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 8 titular, pelo caráter temporário, ser um impeditivo para reeleições sucessivas do Vice. O TSE entende que a simples substituição, apesar da CF-88 assim prevê, não gera a assunção do cargo do titular, fato que não impossibilita a reeleição do Vice por 2 mandatos sucessivos. Sobre o Vice, o TSE foi consultado, diante de divergências de decisões dos Tribunais Regionais. O TSE decidiu mediante a Resolução-TSE nº 20.889/01, de 14.12.2001, que, caso o Vice tivesse sucedido o titular no cargo e quisesse concorrer ao mesmo cargo do atual Presidente, Governador ou Prefeito, poderia apenas candidatar-se por um único período subseqüente em virtude da transmissibilidade do cargo com a sucessão. O Supremo Tribunal Federal (STF) tem referendado este entendimento do TSE. In literris: “(...) Vice-prefeito que ocupou o cargo de prefeito por força de decisão judicial que determinou o afastamento do titular. Registro de candidatura a uma terceira assunção na chefia do Poder Executivo municipal. (...) Nos termos do § 5º do art. 14 da CF, os Prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subseqüente.” (RE 464.277-AgR, Rel. Min. Carlos Britto, julgamento em 9-10-2007, Primeira Turma, DJE de 4-4-2008.) “Vice-governador eleito duas vezes para o cargo de Vice- governador. No segundo mandato de vice, sucedeu o titular. Certo que, no seu primeiro mandato de vice, teria substituído o Governador. Possibilidade de reeleger-se ao cargo de Governador, porque o exercício da titularidade do cargo dá- se mediante eleição ou por sucessão. Somente quando SUCEDEU o titular é que passou a exercer o seu primeiro mandato como titular do cargo. Inteligência do disposto no § 5º do art. 14 da CF." (RE 366.488, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 4-10-2005, Segunda Turma, DJ de 28-10-2005). b) para OUTROS CARGOS – serão considerados inelegíveis para outros cargos eletivos o Presidente da República, os Governadores dos Estados e do DF e os Prefeitos que não renunciarem aos respectivos www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 9 mandatos até 6 (seis) meses antes do pleito. Esta limitação está disposta no art. 14, §6º, da CF-88: CF-88 Art. 14 § 6º - Para concorrerem a outros cargos, o Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito Federal e os Prefeitos devem renunciar aos respectivos mandatos até seis meses antes do pleito. Esta renúncia prevista na CF-88 é o chamado instituto da DESINCOMPATIBILIZAÇÃO. O que Professor? Este não é um Palavrão? Palavrão acredito que não, é apenas uma palavra grande! Rsrs. A desincompatibilização é ato pelo qual o candidato é obrigado a se afastar do cargo eletivo ocupado com vistas à disputa eleitoral. A CF-88 reza que a desincompatibilização dos Chefes do Poder Executivo que queiram concorrer a outros cargos deve dar-se até 6 meses antesdo pleito. Caso não se afaste, serão considerado inelegível para concorrer a outros cargos. O afastamento antes dos 6 meses, portanto, elimina a inelegibilidade e, também, a incompatibilidade para o exercício do mandato. Assim, os Chefes do Poder Executivo que queiram se candidatar a outros cargos (ex: um Prefeito Municipal que queira concorrer à eleição do cargo de Deputado Federal) deverão se afastar definitivamente do cargo, através da renúncia, em até 6 meses da eleição. Porém, importa considerar que a desincompatibilização só é aplicável quando o Chefe do Poder Executivo for concorrer a outros cargos diversos do que atualmente ocupa. Para concorrer à reeleição ao mesmo cargo que ocupa, não há que se falar em renúncia. Interessante questão é que o TSE já exarou entendimento no sentido de que o Parlamentar ou Vereador que, no exercício da Presidência da Câmara dos Deputados, Assembléia Legislativa ou Câmara de Vereadores, substituir o Chefe do Poder Executivo (Presidente, Governador e Prefeito) nos últimos 6 meses antes das eleições, torna-se inelegível para a reeleição no www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 10 mesmo cargo do Poder Legislativo. Exemplo: um Vereador que, no exercício da Presidência da Câmara de Vereadores, substitui o Prefeito Municipal nos últimos 6 meses antes das eleições, torna-se inelegível para concorrer às eleições para o cargo de Vereador! O TSE afirma que é irrelevante a circunstância de ser a candidatura à reeleição ao mandato parlamentar. In verbis: “Inelegibilidade (CF, art. 14, § 6º). Substituição de Chefe de Poder Executivo por Presidente de Poder Legislativo nos seis meses anteriores ao pleito eleitoral”. “Presidente da Câmara Municipal. Substituição de prefeito. Candidatura a vereador. Inelegibilidade. O presidente da Câmara Municipal que substitui ou sucede prefeito nos seis meses anteriores à eleição torna-se inelegível para o cargo de vereador. (...)” (Ac. nº 16.813, de 27.11.2001, rel. Min. Garcia Vieira.) Assim sendo, por esse posicionamento do TSE, está impossibilitado o Presidente da Câmara de assumir o cargo de Prefeito Municipal no período dos seis meses que antecedem as eleições, sob pena da inelegibilidade constitucional. 2. Inelegibilidade por Motivos de Parentesco. Regra prevista no art. 14, § 7º, da CF-88, que impõe a inelegibilidade, no território da circunscrição do titular, do cônjuge e dos parentes consangüíneos e afins, até 2º grau ou por adoção dos Chefes do Poder Executivo (Presidente da República, Governadores dos Estados e do DF e Prefeitos), ou de quem os haja substituído dentro dos 6 (seis) meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato á reeleição. Esta é a inelegibilidade chamada de reflexa pela doutrina, pois é uma inelegibilidade decorrente da titularidade de um mandato eletivo que reflete diretamente nos parentes do titular. Texto constitucional: Art. 14 www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 11 § 7º - São inelegíveis, no território de jurisdição do titular, o cônjuge e os parentes consangüíneos ou afins, até o segundo grau ou por adoção, do Presidente da República, de Governador de Estado ou Território, do Distrito Federal, de Prefeito ou de quem os haja substituído dentro dos seis meses anteriores ao pleito, salvo se já titular de mandato eletivo e candidato à reeleição. Esta regra proibitiva tem fundamento para existir: evitar a perpetuação de famílias no Poder! Nessa linha, decisão do STF: “Inelegibilidade. Art. 14, § 7º, da Constituição do Brasil. O art. 14, § 7º, da Constituição do Brasil, deve ser interpretado de maneira a dar eficácia e efetividade aos postulados republicanos e democráticos da Constituição, evitando-se a perpetuidade ou alongada presença de familiares no poder.” (RE 543.117-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento em 24-6-2008, Segunda Turma, DJE de 22-8-2008.) Cabem aqui algumas considerações: 1. a inelegibilidade é no território da circunscrição do titular. Assim, na esfera Municipal, o cônjuge, e parentes até o 2º grau do Prefeito não poderão candidatar-se aos cargos de Prefeito e Vereador; por sua vez, na esfera Estadual, o cônjuge e referidos parentes do Governador não poderão candidatar-se a qualquer cargo eletivo em todo o Estado (Governador, Deputado Federal, Senador, Deputado Estadual, Prefeito e Vereador de qualquer Município pertencente ao Estado); por fim, quanto ao Presidente da República, estão impedidos de pleitearem qualquer cargo eletivo no país inteiro! 2. parentes envolvidos: cônjuge (por casamento), parentes consangüíneos ou afins até o 2º grau ou por adoção. É costume em provas trocarem 2º grau por 3º ou 4º grau, ou afirmarem que são elegíveis os parentes por adoção, para levarem o candidato a erro. Tomem cuidado! 3. os parentes dos substitutos do titular nos últimos 6 www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 12 meses anteriores ao pleito também são alcançados pela inelegibilidade! 4. os parentes que já possuem mandato eletivo poderão normalmente concorrem à reeleição ao mesmo cargo. Ex: filho do Presidente da República que já é Deputado Federal, poderá se candidatar a sua reeleição sem incidir a inelegibilidade; no entanto, caso queira candidatar-se a Governador de Estado, será considerado inelegível. Isto porque a CF-88 faculta apenas concorrer à reeleição, não autoriza a pleitear outro cargo. Observação 1: Renúncia de mandato e inelegibilidade por Motivos de Parentesco. Item interessante de análise no Direito Eleitoral, possivelmente cobrado em provas de nível mais elevado, decorrente da grande casuística desse tema (inelegibilidades), é a questão da renúncia de mandato para que parentes possam concorrer a determinados cargos eletivos. O TSE tinha adotado antigo entendimento na Súmula 6 de que seriam inelegíveis os parentes do Chefe do Poder Executivo independentemente de renúncia antes dos 6 meses do pleito. 1 Este entendimento, contudo, foi superado em novas decisões exaradas pela Corte, que não mais aplicam tal orientação (Acórdão nº 19.442, de 21/08/2001, Resolução nº 20.931, de 20/11/2001 e Acórdão nº 3043. de 27/11/2001). Agora, segundo o TSE, o Cônjuge e os parentes do chefe do Executivo são elegíveis para o mesmo cargo do titular, quando este for reelegível e tiver se afastado definitivamente até seis meses antes do pleito. Desse modo, com o afastamento do Chefe do Executivo 6 meses antes da eleição, seus parentes poderão concorrer a todos os cargos eletivos, inclusive ao cargo por ele ocupado (Prefeito, Governador, Presidente), desde que este pudesse reeleger-se. Assim, poderá ele, através da renúncia, afastar por completo a inelegibilidade reflexa sobre seus parentes.1 Súmula superada: TSE Súmula nº 6 - DJ 28, 29 e 30/10/92.Cargo de Prefeito - Inelegibilidade - Cônjuge, Parentes e Titular que Haja Renunciado. É inelegível para o cargo de Prefeito, o cônjuge e os parentes indicados no § 7º do Art. 14 da Constituição, do titular do mandato, ainda que este haja renunciado ao cargo há mais de seis meses do pleito. www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 13 Outra circunstância é se o Chefe do Executivo estiver em seu 2º mandato! Se não puder mais reeleger-se no mesmo cargo, a renúncia ao mesmo em até 6 meses do pleito não surtirá qualquer efeito sobre a inelegibilidade de seus parentes para o mesmo cargo de Chefe do Executivo. Isto porque, se a lei permitisse os parentes candidatarem-se ao mesmo cargo de Chefe do Executivo com a renúncia do titular 6 meses antes do pleito, estando ele no seu 2º mandato, estaria ela possibilitando um 3º, um 4º..., mandato consecutivo na família. Por outra banda, os parentes não estarão inelegíveis para concorrerem a outros cargos, diversos do titular (ex: Vereador, Deputado Estadual e Federal, Senador, etc), se o titular renunciar antes de 6 meses das eleições, mesmo sendo o 2º mandato do Chefe do Executivo! Assim, o filho do Prefeito poderá concorrer ao cargo de Vereador se o Prefeito, estando no 1º ou mesmo no 2º mandato, renunciar ao cargo em até 6 meses do pleito. Nestas circunstâncias, para o filho do Prefeito concorrer ao cargo de Prefeito Municipal, o atual Prefeito deveria estar em seu 1º mandato e deveria renunciar até 6 meses antes das eleições. Neste caso o filho seria elegível. No entanto, se o Prefeito estivesse em seu 2º mandato, nem com a renúncia prévia do Prefeito o seu filho poderia candidatar-se, pois se fosse possível, haveria pelo menos 3 mandatos na família. Observação 2: Dissolução de casamento e inelegibilidades. Vale consignar que o atual entendimento do TSE é de que com a dissolução do casamento (separação ou divórcio) do titular do cargo executivo na vigência do 1º mandato importa em dissolução também para fins eleitorais. Com isso, com a separação judicial ou divórcio no 1º mandato são eliminadas as inelegibilidades reflexas aos parentes do titular do cargo. No entanto, se a dissolução somente se der no 2º mandato, o TSE tem entendido que as inelegibilidades remanescem em vista do “comprometimento da lisura eleitoral” 2 2 TSE – Resolução nº 21.475 – Consulta nº 923 – Rel. Min. Barros Monteiro, decisão: 26-8-03. www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 14 Resumo: 1. a inelegibilidade reflexa é aquela que decorre da vinculação de parentesco com um Chefe do Executivo, tornando inelegíveis o cônjuge e parentes consangüíneos e afins até 2º, bem como adotivos; 2. com a renúncia do Chefe do Executivo em até 6 meses antes do pleito, estando ele em seu 1º mandato, resta afastada esta inelegibilidade reflexa dos parentes, tanto para concorrerem ao mesmo cargo do titular (Chefe do Executivo), quanto para qualquer outro cargo; 3. caso o Chefe do Poder Executivo esteja em seu 2º mandato, a prévia renúncia afastará a inelegibilidade de seus parentes para concorrerem a outros cargos, mas não afastará para concorrerem ao mesmo cargo de Chefe do Executivo (evitar a perpetuação da família no Poder). 4. com a dissolução do casamento no 1º mandato, as inelegibilidades reflexas são também eliminadas; no 2º mandato as inelegibilidades remanescem. 3. Inelegibilidade dos Militares. O Militar será inelegível se não atender às seguintes condições de elegibilidade específicas: ? se contar com menos de 10 anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; ? se contar com mais de 10 anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. CF-88 Art. 14 § 8º - O militar alistável é elegível, atendidas as seguintes condições: I - se contar menos de dez anos de serviço, deverá afastar-se da atividade; www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 15 II - se contar mais de dez anos de serviço, será agregado pela autoridade superior e, se eleito, passará automaticamente, no ato da diplomação, para a inatividade. 4. Inelegibilidades Legais. A CF-88, em seu art. 14, §9º, que LEI COMPLEMENTAR estabeleceria outros casos de inelegibilidades não dispostos no texto da Constituição. In verbis: CF-88 Art. 14 § 9º Lei complementar estabelecerá outros casos de inelegibilidade e os prazos de sua cessação, a fim de proteger a probidade administrativa, a moralidade para exercício de mandato considerada vida pregressa do candidato, e a normalidade e legitimidade das eleições contra a influência do poder econômico ou o abuso do exercício de função, cargo ou emprego na administração direta ou indireta. (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 4, de 1994) Como já dito, nenhuma outra espécie normativa (Lei Ordinária, Medidas Provisórias, Resoluções, Portarias, etc) poderá estabelecer normas sobre inelegibilidades, sendo inconstitucional qualquer normação sobre inelegibilidade que não seja por Lei Complementar. Ademais, as Leis Complementares somente poderão disciplinar novas inelegibilidades relativas, pois as inelegibilidades absolutas (inalistáveis e analfabetos) são previstas expressamente na Constituição Federal. www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 16 2. PRIVAÇÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS A perda ou suspensão dos direitos políticos geram sérias conseqüências para o indivíduo, visto que implicará na privação simultânea da alistabilidade (capacidade eleitoral ativa) e da elegibilidade (capacidade eleitoral passiva). Ressalto que os direitos políticos jamais poderão ser cassados! Apenas perdidos ou suspensos. É muito comum inserirem em questões de prova com o termo “cassação”. Por isso, o aluno deve ser cuidadoso para ter sempre em mente que as únicas possibilidades de limitação aos direitos políticos restringem-se à perda ou à suspensão. Cuidado! Os Direitos Políticos NUNCA poderão ser CASSADOS! Os Direitos Políticos somente poderão ser PERDIDOS ou SUSPENSOS! CF-88 Art. 15. É VEDADA A CASSAÇÃO de direitos políticos, cuja PERDA ou SUSPENSÃO só se dará nos casos de: I - cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado; II - incapacidade civil absoluta; III - condenaçãocriminal transitada em julgado, enquanto durarem seus efeitos; IV - recusa de cumprir obrigação a todos imposta ou prestação alternativa, nos termos do art. 5º, VIII; V - improbidade administrativa, nos termos do art. 37, § 4º. Doutrinariamente há uma discussão acerca de quais seriam as hipóteses de Perda e quais seriam as de Suspensão. Na seara do Direito www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 17 Eleitoral prevaleça a divisão a seguir. Hipótese de PERDA dos Direitos Políticos: ? CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA TRANSITA EM JULGADO – com o cancelamento da naturalização por meio do Poder Judiciário, o indivíduo voltará ao status de estrangeiro, o que, implica, em automático, na perda dos seus direitos políticos. O indivíduo deixa de ser nacional, logo também perderá sua alistabilidade e elegibilidade; Hipóteses de SUSPENSÃO dos Direitos Políticos: 1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA – os considerados incapazes civilmente também serão incapazes politicamente. Ocorrendo a incapacitação absoluta, a cidadania ficará suspensa enquanto esta permanecer. O Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002), em seu art. 3º elenca os absolutamente incapazes. Cito apenas para entendimento e consulta: Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: I - os menores de dezesseis anos; II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. Atenção! Para suspender os direitos políticos, é preciso que a incapacidade civil seja ABSOLUTA! Não confundir com incapacidade civil RELATIVA, também prevista na Lei Civil. As questões podem trocar os termos para “pegar” o candidato. 2. CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS – enquanto www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 18 pender sobre o cidadão os efeitos de sentença penal condenatória não mais passível de recurso (isto é, enquanto cumprir a pena imposta em sentença criminal), os seus direitos políticos ficam suspensos. É importante atentar que a sentença penal tem que já estar transitada em julgada, da qual não caiba mais reforma (não mais passível de recursos que possam modificá-la). Somente com o transito em julgado é que a decisão judicial se torna definitiva e, por conseqüência, podem os direitos políticos serem suspensos. Entendimento sumulado pelo TSE é de que a suspensão dos direitos políticos cessará automaticamente, tão logo a pena seja cumprida, ou seja, quando extinta a punibilidade: TSE Súmula nº 9 - DJ 28, 29 e 30/10/92 Suspensão de Direitos Políticos - Condenação Criminal - Extinção da Pena - Reparação de Dano A suspensão de direitos políticos decorrente de condenação criminal transitada em julgado cessa com o cumprimento ou a extinção da pena, independendo de reabilitação ou de prova de reparação dos danos. 3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA – o art. 5º, VIII, da CF-88 prevê que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa fixada em lei. CF-88 Art. 5 VIII - ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política, salvo se as invocar www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 19 para eximir-se de obrigação legal a todos imposta e recusar-se a cumprir prestação alternativa, fixada em lei; Nesse caso, para sofrer, como sanção, a declaração de suspensão dos direitos políticos, será preciso que o cidadão inicialmente descumpra obrigação a todos imposta e, depois, recuse a prestação alternativa fixada em lei. 4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – o art. 37, §4º, da CF- 88 preleciona que um dos efeitos da condenação por ato de improbidade administrativa é a suspensão dos direitos políticos do agente. Frise-se que a competência para julgamento de ato de improbidade é exclusiva do Poder Judiciário. O art. 12 da Lei nº 8.429/93 dispõe que uma das sanções aplicáveis pelo Magistrado poderá ser a suspensão dos direitos políticos de 3 a 10 anos, a depender da espécie de ato de improbidade praticado. DICA: O cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado é a única hipótese de Perda dos direitos políticos, pois somente com nova naturalização (“renaturalização”) é que será possível readquirir os direitos políticos. As outras hipóteses são de mera suspensão dos direitos políticos, enquanto subsistirem as situações previstas na Constituição, em tese, de caráter transitório (incapacidade civil, cumprimento de pena criminal, cumprimento de obrigação a todos imposta, improbidade administrativa). Resumindo: Hipótese de PERDA dos Direitos Políticos: CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO POR SENTENÇA TRANSITA EM JULGADO. Hipóteses de SUSPENSÃO dos Direitos Políticos: www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 20 1. INCAPACIDADE CIVIL ABSOLUTA; 2. CONDENAÇÃO CRIMINAL TRANSITADA EM JULGADO ENQUANDO DURAREM SEUS EFEITOS; 3. RECUSA DE CUMPRIR OBRIGAÇÃO A TODOS IMPOSTA OU PRESTAÇÃO ALTERNATIVA; 4. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. Com a suspensão dos direitos políticos, o cidadão tem por paralisado o seu direito de alistar-se e de eleger-se. Contudo, poderá, a qualquer tempo, reaver sua posição política com a interrupção dos motivos que geraram a suspensão. Ex: cumprimento total da pena imposta no juízo criminal; cumprimento da obrigação a todos imposta ou prestação alternativa. Por outro lado, segundo doutrina eleitoral majoritária, com a perda dos direitos políticos, o cidadão ficará definitivamente privado da alistabilidade e da elegibilidade e, desse modo, não terá como readquiri-los. Para alguns constitucionalistas, a reaquisição dos direitos políticos perdidos pelo cancelamento da naturalização por sentença transitada em julgado poderá ser efetivada através de ação rescisória. Vamos praticar!! www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO –ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 21 3. SANÇÕES AO INADIMPLENTE NA JUSTIÇA ELEITORAL. Vamos estudar agora os arts. 7 a 11 do Código Eleitoral. O Código Eleitoral e o regramento constitucional eleitoral, como vimos, impõem a obrigatoriedade do alistamento e do voto. Aquele que se subtrai ao cumprimento desses deveres se sujeita às conseqüências previstas na legislação eleitoral. A partir do art. 7º até o 11º, a Lei Eleitoral estabelece as sanções ao inadimplente eleitoral e a possibilidade de justificação pelo não- comparecimento à eleição. Vejamos o art. 7º, caput: Art. 7º O eleitor que deixar de votar e não se justificar perante o juiz eleitoral até 30 (trinta) dias após a realização da eleição, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o salário-mínimo da região, imposta pelo juiz eleitoral e cobrada na forma prevista no art. 367. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) A sanção de multa pela inadimplência eleitoral somente ocorrerá se conjugados 2 fatores ao mesmo tempo: 1. deixar de votar – não comparecer no dia da eleição para votar; 2. não se justificar no prazo de 30 dias após a eleição. Observo que o art. 80 da Resolução TSE nº 21.538/03 prevê que o prazo de justificação é de 60 dias. Há divergência doutrinária a respeito da revogação ou não do prazo do Código. Atenção ao que a prova está exigindo: Código ou Resolução 21.538/03. www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 22 DEIXAR DE VOTAR + NÃO SE JUSTIFICAR (até 30 dias) Segundo o Código Eleitoral, a multa tem uma variação de 3-10% (três a dez por cento) do salário-mínimo! Atenção! Não é 3-10 salários-mínimos! É um percentual do salário- mínimo > 3-10% do salário-mínimo! Observação: O TSE já exarou entendimento no sentido que na parte referente ao salário-mínimo, os dispositivos do Código Eleitoral não teriam sido recepcionados pela CF-88. Com isso, a multa não poderia ser indexada pelo salário-mínimo (Consulta nº 14.301). De todo modo, devemos ter em mente que os dispositivos ainda não foram declarados inconstitucionais pelo Supremo Tribunal Federal e não foram revogados por Lei Complementar superveniente. A multa é imposta pelo Juiz Eleitoral e não por servidor do TRE. Você quando for servidor, cumprirá formalmente a decisão do Juiz. Convenhamos, na prática, essa multa será aplicada por vocês mesmos! Rsrs. Gente, essa mesma multa é também prevista para o caso de não alistamento do eleitor, de acordo com o art. 8º do Código Eleitoral: Art. 8º O brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o naturalizado que não se alistar até 1 (um) ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira, incorrerá na multa de 3 (três) a 10 (dez) por cento sobre o valor do salário-mínimo da região, imposta pelo juiz e cobrada no ato da inscrição eleitoral através de selo federal inutilizado no próprio requerimento. (Redação dada pela Lei nº 4.961, de 4.5.1966) (Vide Lei nº 6.018, de 2.1.1974) Parágrafo único. Não se aplicará a pena ao não alistado que requerer sua inscrição eleitoral até o centésimo primeiro dia anterior à eleição subseqüente à data em que completar dezenove anos. (Incluído pela Lei nº 9.041, de 9.5.1995) Incorrerão em multa as pessoas que se adequarem à seguinte situação: 1. Brasileiro nato - não se alistar até os 19 anos; 2. Brasileiro naturalizado – não se alistar até 1 ano www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 23 depois de adquirida a nacionalidade. Observe que a intenção da lei é não permitir que indivíduos fiquem mais de 1 ano sem alistar-se como eleitores a contar da data limite para a qual poderiam fazê-lo. Isto é, a lei coage ao brasileiro nato a alistar-se impondo multa caso não o faça em até 1 ano após completar 18 anos de idade (quando começa a obrigatoriedade de alistamento). Da mesma forma o brasileiro naturalizado, é também obrigado a alistar-se com 1 ano após a sua naturalização. Todavia, incentivando o legislador a que todos efetivamente participem das eleições, foi previsto no parágrafo único do art. 8º uma exceção à hipótese de aplicação desta multa eleitoral ao brasileiro nato: Facultou-se a possibilidade do brasileiro nato inscrever-se perante a Justiça Eleitoral até o 101º anterior à eleição subseqüente à data em que completar 19 anos. Exemplo: uma pessoa que completou 18 anos em 15 de dezembro de 2008 tem que se alistar até 15 de dezembro de 2009 para que não receba a multa prevista no caput do art. 8º. No entanto, como em 2010 ocorrerão novas eleições, caso ele inscreva-se até o 101º dia antes das eleições de 2010, ficará isento da multa eleitoral por inadimplência. Essa é uma benesse legislativa estimuladora de inscrições no ano das eleições. Prazo da Lei Eleitoral para alistamento eleitoral. Observação: É forte a discussão doutrinária a respeito do prazo legal de alistamento e se o art. 91 da Lei nº 9.504/97 revogaria as disposições do Código Eleitoral (Lei Complementar) sobre prazos de alistabilidade. Importa termos em mente que a Lei nº 9.504/97, a despeito de ser Lei Ordinária, em tese não revogadora do Código Eleitoral, em seu art. 91 prevê que nos 150 DIAS anteriores à eleição não será recebido nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência. Então, vejam que o Código prevê o prazo de até o 101º dia antes das eleições para o cidadão alistar-se. Já a Lei Eleitoral prevê que o prazo de www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 24 150 DIAS anteriores à eleição. Aconselho a todos a atentarem-se aos prazos concedidos pelo Código Eleitoral e se a prova está referindo-se a qual diploma legal (Lei Eleitoral ou Código Eleitoral). Deveras, nas provas mais recentes, os examinadores tem apontado pela revogação do Código Eleitoral neste aspecto, aplicando-se o prazo de 150 dias anteriores à eleição. Lei nº 9.504/97 Art. 91. Nenhum requerimento de inscrição eleitoral ou de transferência será recebido dentro dos 150 (cento e cinqüenta) DIAS anteriores à data da eleição. Observação: adianto que os brasileiros natos e os naturalizados maiores de 18 anos que não se alistarem como eleitores, além da multa prevista no art. 8º do Código, sofrerão também as limitações previstas no art. 7º, §1º, que estudaremos a seguir. Art. 7 § 2º Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 anos, salvo os excetuados nos arts. 5º e 6º, nº 1, sem prova de estarem alistados não poderão praticar os atos relacionados no parágrafo anterior. Por outro lado, acredito que sanções maiores são as previstas no §1º do art. 7º, pois estas restringem em demasia os direitos daquele eleitor faltoso e negligente com suas obrigaçõeseleitorais. Vamos detalhar melhor: Art. 7º § 1º Sem a prova de que votou na última eleição, pagou a respectiva multa ou de que se justificou devidamente, não poderá o eleitor: I - inscrever-se em concurso ou prova para cargo ou função pública, investir-se ou empossar-se neles; www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 25 II - receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos de função ou emprego público, autárquico ou para estatal, bem como fundações governamentais, empresas, institutos e sociedades de qualquer natureza, mantidas ou subvencionadas pelo governo ou que exerçam serviço público delegado, correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição; III - participar de concorrência pública ou administrativa da União, dos Estados, dos Territórios, do Distrito Federal ou dos Municípios, ou das respectivas autarquias; IV - obter empréstimos nas autarquias, sociedades de economia mista, caixas econômicas federais ou estaduais, nos institutos e caixas de previdência social, bem como em qualquer estabelecimento de crédito mantido pelo governo, ou de cuja administração este participe, e com essas entidades celebrar contratos; V - obter passaporte ou carteira de identidade; VI - renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo; VII - praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda. A despeito da obrigatoriedade do voto prevista na CF-88, este dispositivo da época da Ditadura Militar acaba por ferir a liberdade do cidadão, ao restringir de forma injustificada direitos pessoais. Igualmente, não vamos aqui discutir a eficácia social da norma e sua aplicabilidade pela Justiça Eleitoral. O que precisamos saber é o que se encontra na Lei, e ela elenca essas diversas limitações em caso de inadimplência eleitoral. Para que o eleitor receba todas essas restrições, segundo a Lei Eleitoral, é preciso que ele não consiga provar pelo menos 1 das 3 situações: 1. que votou na última eleição; 2. que pagou a multa eleitoral; www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 26 3. que se justificou devidamente. Caso ele consiga provar pelo menos 1 dessas hipóteses (que justificou, ou que pagou a multa ou, melhor ainda, que votou na última eleição), nenhuma dessas limitações poderão ser-lhe impostas. Para melhor fixação, resumirei as restrições do art. 7º, §1º: 1. inscrever-se em concurso ou prova, investir-se ou empossar-se neles; Percebam que o cidadão não poderá INSCREVER-SE EM CONCURSO! “Pode um negócio desse?” Rsrs. Pior ainda, não poderá INVESTIR-SE e ser EMPOSSADO. Não tomará posse enquanto não comprovar a sua regularidade perante a Justiça Eleitoral! 2. receber vencimentos, remuneração, salário ou proventos PÚBLICOS correspondentes ao segundo mês subsequente ao da eleição; Em tese, segundo a lei, o servidor ou empregado público não receberá a remuneração referente ao 2º mês após a sua eleição! 3. participar de concorrência pública ou administrativa DOS ENTES FEDERADOS; Em suma, não poderá participar de procedimentos licitatórios e de processos seletivos promovidos por qualquer dos entes da federação (União, Estados, DF e Municípios). 4. obter empréstimos EM ESTABELECIMENTOS PÚBLICOS (Empresas Públicas, Instituições Financeiras Públicas, Autarquias, etc); 5. obter passaporte ou carteira de identidade; 6. renovar matrícula em estabelecimento de ensino oficial ou fiscalizado pelo governo; 7. praticar qualquer ato para o qual se exija quitação do serviço militar ou imposto de renda. Obs: assinalei os mais relevantes. www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 27 Atenção que, conforme adiantado, o §2º do art. 7º inclui entre os que receberão referidas limitações aqueles brasileiros natos ou naturalizados que não se alistarem como eleitores, que mantiverem a condição de NÃO ALISTADOS. Art. 7 § 2º Os brasileiros natos ou naturalizados, maiores de 18 anos, salvo os excetuados nos arts. 5º e 6º, nº 1, sem prova de estarem alistados não poderão praticar os atos relacionados no parágrafo anterior. Assim, além daqueles eleitores que não provaram que votaram na última eleição, que pagaram a multa ou que justificaram, o cidadão maior de 18 anos que não se alistar como eleitor também não poderá realizar qualquer ato previsto no §1º do art. 7º enquanto mantiver esta condição. De forma redundante, referido dispositivo previu que os inalistáveis não sofrerão tais limitações, ao excetuar os dispostos no art. 5º e 6º, I. Se a pessoa não pode alistar-se, também não poderá receber sanções decorrentes do não alistamento, não é verdade? Concluindo, até que o maior de 18 anos alistável, ainda não alistado, venha a alistar-se, ficará com esta “Espada de Dâmocles” na cabeça! Rsrs. Isto é, sofrerá todas as limitações previstas no art. 7º, §1º. Cancelamento da Inscrição pelo inadimplemento. Segundo o §3º do art. 7º, o eleitor terá sua inscrição cancelada caso não vote por 3 eleições seguidas, ou não pague a multa ou não justifique o voto no prazo de 6 meses a contar da última eleição (3ª eleição consecutiva) a que deveria ter comparecido. Art. 7º § 3º Realizado o alistamento eleitoral pelo processo eletrônico de dados, será CANCELADA A INSCRIÇÃO do eleitor que não votar em 3 (três) eleições consecutivas, não pagar a multa ou não se justificar no prazo de 6 (seis) meses, a contar da data da última eleição a que deveria ter comparecido. www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 28 Condições legais para o CANCELAMENTO DA INSCRIÇÃO por inadimplemento eleitoral: 1. NÃO VOTAR POR 3 ELEIÇÕES CONSECUTIVAS; ou 2. NÃO PAGAR A MULTA (multa do caput do art. 7º); ou 3. NÃO SE JUSTIFICAR NO PRAZO DE 6 MESES DA 3ª ELEIÇÃO CONSECUTIVA. Vimos que, segundo o caput do art. 7º, se o eleitor deixar de votar e não se justificar em 1 única eleição, incorrerá apenas na pena de multa eleitoral. A sanção de simples multa pela inadimplência eleitoral somente ocorrerá se conjugados 2 fatores ao mesmo tempo: DEIXAR DE VOTAR (1 eleição) + NÃO SE JUSTIFICAR (em 30 dias) Já a sanção de cancelamento da inscrição, somente ocorrerá se o eleitor não votar em 3 eleições. Frise-se que são 3 eleições consecutivas! Isto é, o eleitor não terá sua inscrição eleitoral cancelada na seguinte situação: não ter votado em 2 eleições seguidas, na 3ª tiver comparecido e na 4ª eleição não tiver votado,pois, nesse caso, não foi preenchido o requisito legal de 3 eleições consecutivas para o cancelamento. Ademais, o eleitor tem um PRAZO DE 6 MESES para JUSTIFICAÇÃO após a 3ª eleição consecutiva sem o comparecimento. Na esteira do contido no art. 80, §6º, da Resolução TSE nº 21.538/2003, o cancelamento somente poderá se dar após ausência de justificação do eleitor e do não pagamento da multa. Art. 80 § 6º Será cancelada a inscrição do eleitor que se abstiver de votar em três eleições consecutivas, salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamento de multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, por prerrogativa constitucional, não estejam obrigados ao exercício do voto e cuja idade não ultrapasse 80 anos (parte suprimida pelo Acórdão 649/2005). Com isso, o simples não comparecimento em 3 eleições www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 29 consecutivas não é motivo, por si só, para automaticamente a inscrição ser cancelada. É preciso que se conjugue também o não pagamento da multa e a não justificação no prazo de 6 meses da 3ª eleição consecutiva (prazo do art. 7, §3º do Código Eleitoral). Por oportuno, consigno que o art. 80 da Resolução TSE nº 21.538/2003, prevê que o prazo para justificação na hipótese de abstenção às urnas por 3 vezes consecutivas é de 60 DIAS, contrariamente ao que prevê o art. 7º, §3º, do Código Eleitoral (6 meses). No entanto, temos que ter atenção se a prova está ou não exigindo conhecimento do Código Eleitoral ou de referida Resolução. O prazo de 60 DIAS é o atualmente utilizado pela Justiça Eleitoral, mas não foi o dispositivo do Código revogado. Sanções aos Agentes Públicos. A regra constante do art. 9 do Código Eleitoral é direcionada aos servidores da Justiça Eleitoral e da Administração Pública de todos os Entes da Federação que não cumprirem o disposto nos art. 7 e 8. Ou seja, caso os servidores dos TREs (vocês) não efetivem as multas eleitorais previstas no Código e não cancelem as inscrições na forma do §7º ou, os agentes públicos responsáveis pelo cumprimento das limitações previstas no §1º do art. 7º, não levem a cabo tais determinações, incorrerão em multa de 1-3 salários- mínimos ou suspensão disciplinar de até 30 dias! Algumas vozes apontam também para aplicabilidade aos Juízes Eleitorais de tais sanções do art. 9º. No entanto, importa apenas sabermos de tal previsão de multa e suspensão disciplinar. Art. 9º Os responsáveis pela inobservância do disposto nos arts. 7º e 8º (servidores dos TREs e agentes públicos responsáveis) incorrerão na multa de 1 (um) a 3 (três) salários-mínimos vigentes na zona eleitoral ou de suspensão disciplinar até 30 (trinta) dias. Justificação pelo não comparecimento. Os eleitores ausentes na votação das eleições, mas que devidamente justificaram, como também os inalistáveis, têm direito a www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 30 uma certidão da Justiça Eleitoral que valerá como prova da justificação para os efeitos legais. Assim preleciona o art. 10: Art. 10. O juiz eleitoral fornecerá aos que não votarem por motivo justificado e aos não alistados nos termos dos artigos 5º e 6º, nº 1, documento que os isente das sanções legais. Segundo o art. 10, quem têm direito ao documento isentivo das sanções legais? • Eleitores que justificaram; • Os inalistáveis. O art. 11 apenas prevê a possibilidade do eleitor pagar multa eleitoral na Zona Eleitoral que estiver residindo, quando esta for diversa da que estiver inscrito. Os seus parágrafos merecem apenas uma leitura rápida. Art. 11. O eleitor que não votar e não pagar a multa, se se encontrar fora de sua zona e necessitar documento de quitação com a Justiça Eleitoral, poderá efetuar o pagamento perante o Juízo da zona em que estiver. § 1º A multa será cobrada no máximo previsto, salvo se o eleitor quiser aguardar que o juiz da zona em que se encontrar solicite informações sobre o arbitramento ao Juízo da inscrição. §. 2º Em qualquer das hipóteses, efetuado o pagamento través de selos federais inutilizados no próprio requerimento, o juiz que recolheu a multa comunicará o fato ao da zona de inscrição e fornecerá ao requerente comprovante do pagamento. www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 31 4. ÓRGÃOS DA JUSTIÇA ELEITORAL. 4.1. Composição da Justiça Eleitoral. A organização da Justiça Eleitoral (JE) foi primeiramente regulamentada pelo próprio Código Eleitoral nos seus arts. 12 a 41. Com efeito, a Constituição Federal de 1988, por ser uma constituição analítica, trouxe expressamente em seu texto também a estruturação e organização do Poder Judiciário Eleitoral. A Justiça Eleitoral é uma das Justiças Especializadas da União, como também o é a Justiça Militar e a Justiça do Trabalho (todas previstas na CF-88). É uma Justiça atípica, pois exerce atividade jurisdicional eleitoral (julga conflitos na seara eleitoral, crimes eleitorais, declaração de inelegibilidade, entre outros) e, de outro lado, atividade tipicamente administrativa, ao organizar todo o processo eleitoral das eleições (voto, apuração, diplomação dos eleitos, alistamento eleitoral, etc). A Justiça Eleitoral não possui Juízes Eleitorais de Carreira e de Ministério Público próprio, todos são emprestados da Justiça Federal e da Justiça Estadual e do Ministério Público Federal e Estadual. Já os serviços administrativos da Justiça Eleitoral são organizados quase que com exclusividade pela União, remanescendo ainda, em alguns TREs, a utilização de estruturas e de servidores estaduais e municipais. Vocês, futuros servidores de TRE, serão servidores da União, com todas as prerrogativas asseguradas em lei! Mas, afinal, como é organizada a Justiça Eleitoral? quais são os órgãos da Justiça Eleitoral? A organização da JE é hoje definida nos 2 diplomas em estudo: Código Eleitoral (arts. 11-41) e na CF-88 (arts. 118-121). Por isso, www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 32 faremos um estudo conjugado dos dois regramentos. São órgãos da Justiça Eleitoral: 1. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL; 2. TRIBUNAIS REGIONAIS ELEITORAIS (TREs); 3. JUÍZES ELEITORAIS; 4. JUNTAS ELEITORAIS. As peculiaridades apresentadas pelo Código Eleitoral é de que o TSE tem sede na Capital da República e jurisdição em todo o país, e de que cada Estado e o DF terão um Tribunal Regional Eleitoral. Emtese, quanto aos territórios, faz a ressalva da possibilidade do TSE propor a criação na sua capital. Atenção! Parece patente, mas vale asseverar: o Ministério Público Eleitoral não faz parte da Organização da Justiça Eleitoral! Não está nos rols elencados abaixo. Faço essa ressalva, pois pode o aluno embaralhar os conceitos ao achar que o MP Eleitoral faz parte da Justiça Eleitoral. MP é órgão independente (quase um 4º Poder). Código Eleitoral Art. 12. São órgãos da Justiça Eleitoral: I - O Tribunal Superior Eleitoral, com sede na Capital da República e jurisdição em todo o País; II - Um Tribunal Regional, na Capital de cada Estado, no Distrito Federal e, mediante proposta do Tribunal Superior, na Capital de Território; III - juntas eleitorais; IV - juizes eleitorais. CF-88 Art. 118. São órgãos da Justiça Eleitoral: I - o Tribunal Superior Eleitoral; II - os Tribunais Regionais Eleitorais; III - os Juízes Eleitorais; www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 33 IV - as Juntas Eleitorais. Número de Juízes nos TREs. Segundo o Código Eleitoral, o número de Juízes de cada TRE (leia- se aqui Juízes que atuam na própria Corte Estadual Eleitoral e não os Juízes Eleitorais que atuam nas comarcas estaduais) não poderá ser reduzido, mas poderá ser elevado a 9 (nove) Juízes por proposta e aprovação do TSE. NO ENTANTO, a CF-88 previu apenas a composição fixa de 7 Juízes, o que deve ser considerado para concursos. O art. 13 do Código, que prevê a quantidade Juízes dos TREs de até 9 Membros não foi revogado expressamente, mas para provas basta saber que são 7 membros. Número de Juízes nos TREs e no TSE: TREs 7 Juízes TSE No mínimo 7 Juízes Periodicidade das Funções dos Juízes Eleitorais. Os Juízes que exercem a função eleitoral (abarca todos os Juízes Eleitorais: os Membros de Tribunais e os Juízes Eleitorais de 1º Grau) servirão obrigatoriamente por 2 anos (mínimo de tempo), sendo que estão vedados de cumprirem mais de 4 anos consecutivos (2 biênios consecutivos), salvo exceções justificadas perante o TRE de que faz parte. Código Eleitoral Art. 14. Os juizes dos Tribunais Eleitorais, salvo motivo justificado, servirão obrigatoriamente por dois anos, e nunca por mais de dois biênios consecutivos. CF-88 Art. 121 § 2º - Os juízes dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois anos, no mínimo, e nunca por www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 34 mais de dois biênios consecutivos, sendo os substitutos escolhidos na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. A CF-88 apenas faz 1 uma ressalva ao previsto no Código, ao prelecionar que os Juízes servirão por 2 anos, no mínimo, na função eleitoral, e acrescenta, determinando que a escolha de substitutos dos Juízes seja realizada na mesma ocasião e pelo mesmo processo. Esta limitação para até 2 biênios consecutivos decorre do princípio da periodicidade das funções eleitorais, que procura garantir a lisura no trato das questões eleitorais mediante a alternância de Juízes Eleitorais nas respectivas comarcas e funções. A contagem de cada biênio deverá ser ininterrupta, isto é, não será suspensa por qualquer motivo. Ressalva-se a hipótese do Juiz afastar-se em decorrência do impedimento previsto no §3º do art. 14, decorrente de parentesco do Juiz Eleitoral com candidato a cargo eletivo na circunscrição. A Lei Eleitoral também preleciona que, na recondução para novo biênio, as formalidades legais de escolha e investidura de Juízes deverão ser as mesmas utilizadas para na primeira. Art. 14 § 1º Os biênios serão contados, ininterruptamente, sem o desconto de qualquer afastamento nem mesmo o decorrente de licença, férias, ou licença especial, salvo no caso do § 3º. § 4º No caso de recondução para o segundo biênio observar- se-ão as mesmas formalidades indispensáveis à primeira investidura. Destaco que os Juízes de Direito que exercem a função eleitoral afastados por motivos de férias e licença das funções principais que exercem na Justiça Comum, é que também serão afastados automaticamente de suas funções perante a Justiça Eleitoral. O Código faz uma exceção: quando estiver em período de férias coletivas e coincidir com o período eleitoral (realização de eleição, apuração ou encarremento de alistamento), o Juiz deverá permanecer com suas funções eleitorais. Art. 14 www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 35 § 2º Os juizes afastados por motivo de licença férias e licença especial, de suas funções na Justiça comum, ficarão automaticamente afastados da Justiça Eleitoral pelo tempo correspondente exceto quando com períodos de férias coletivas, coincidir a realização de eleição, apuração ou encerramento de alistamento. Como relatado, quando houver algum parente do Juiz Eleitoral ou Desembargador Eleitoral candidato à eleição em cargo na circunscrição em que este exerce suas funções eleitorais, deverá este Juíz ou Desembargador afastar-se. O código delineia os parentes do Juiz candidatos que geram o impedimento (cônjuge, parente consangüíneo ou afim, até o 2º grau). O afastamento do Juiz Eleitoral deverá dar-se, pelo menos, desde a homologação da convenção partidária até a apuração final da eleição. Art. 14 § 3º Da homologação da respectiva convenção partidária até a apuração final da eleição, não poderão servir como juizes nos Tribunais Eleitorais, ou como juiz eleitoral, o cônjuge, parente consangüíneo legítimo ou ilegítimo, ou afim, até o segundo grau, de candidato a cargo eletivo registrado na circunscrição. Art. 15. Os substitutos dos membros efetivos dos Tribunais Eleitorais serão escolhidos, na mesma ocasião e pelo mesmo processo, em número igual para cada categoria. O TSE já decidiu que o Membro do TRE deve afastar-se caso parente seu de até 2º grau seja candidato nas eleições federais ou estaduais (circunscrição estadual). Quanto às eleições Municipais o TSE deixou claro que só subsistiria o impedimento para o membro do TRE apenas em relação às eleições do município no qual o parente for candidato, não abrangendo o restante dos Municípios do Estado. Este mesmo raciocínio aplica-se às eleições presidenciais. O TSE assim exarou entendimento na Resolução nº 21.108: Exercício da jurisdição eleitoral. www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 36 Juiz membro de Tribunal Regional Eleitoral. Existênciade candidatura de parente consangüíneo ou afim, até o segundo grau, nas eleições federais ou estaduais. Impedimento absoluto ao exercício das funções eleitorais, no período compreendido entre a homologação da respectiva convenção partidária e a apuração final das eleições (art. 14, § 3o, c.c. 86, ambos do Código Eleitoral). Precedentes do Tribunal Superior Eleitoral. TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (TSE) Composição do TSE. Com a nova regulação pela CF-88 da composição do Tribunal Superior Eleitoral, foram derrogados tacitamente os caputs dos arts. 16 e 17 do Código Eleitoral. A composição mínima do TSE são 7 Ministros. A sua atual composição pode ser assim resumida, conforma CF-88, art. 119: QUANTIDADE DE MEMBROS ORIGEM FORMA DE COMPOSIÇÃO www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 37 3 MINISTROS SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) ELEIÇÃO 2 MINISTROS SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) ELEIÇÃO 2 MINISTROS ADVOGADOS NOMEAÇÃO pelo Presidente da Rep. (entre 6 Advogados). Art. 119. O Tribunal Superior Eleitoral compor-se-á, no mínimo, de sete membros, escolhidos: I - mediante eleição, pelo voto secreto: a) três juízes dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal; b) dois juízes dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça; II - por nomeação do Presidente da República, dois juízes dentre seis advogados de notável saber jurídico e idoneidade moral, indicados pelo Supremo Tribunal Federal. Os Advogados fazem parte de uma lista de 6 nomes, organizada pelo Supremo Tribunal Federal. O notável saber jurídico e a idoneidade moral são os requisitos necessários para a nomeação dos advogados para o TSE. Esta nomeação de Advogados, segundo o Código Eleitoral, não poderá recair: 1. em cidadão que ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum (a qualquer tempos, sob discricionariedade), ou 2. que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com aa administração www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 38 pública, ou que exerça qualquer mandato de caráter político (federal, estadual ou municipal): Art. 16 § 2º A nomeação que trata o inciso II deste artigo não poderá recair em cidadão que ocupe cargo público de que seja demissível ad nutum; que seja diretor, proprietário ou sócio de empresa beneficiada com subvenção, privilégio, isenção ou favor em virtude de contrato com a administração pública; ou que exerça mandato de caráter político, federal, estadual ou municipal. (§ 4º renumerado pelo Decreto-lei nº 441, de 29.1.1969 e alterado pela Lei nº 7.191, de 4.6.1984) Número de Juízes nos TREs e no TSE: TREs 7 Juízes TSE Pelo menos 7 Juízes Observem que o art. 119 da CF-88 prevê que a constituição do TSE é de, no mínimo, de 7 Juízes. Veremos mais à frente que a CF-88 não fala em composição mínima para os TREs. A despeito da desatualização e de eventual derrogação tácita operada pela CF-88 sobre os arts. 16 e 17, devemos enfrentar tais dispositivos, pois, a despeito de referido posicionamento, são ainda cobrados por algumas bancas, a exemplo, a FCC. Vedação de parentesco entre Ministros. É vedada a existência de parentesco de até 4º grau entre os Ministros do TSE. Caso venha a ocorrer, será excluído o último que foi escolhido: Art. 16 § 1º Não podem fazer parte do Tribunal Superior Eleitoral www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 39 cidadãos que tenham entre si parentesco, ainda que por afinidade, até o 4º (quarto) grau, seja o vínculo legítimo ou ilegítimo, excluindo-se neste caso o que tiver sido escolhido por último. (§ 3º renumerado pelo Decreto-lei nº 441, de 29.1.1969 e alterado pela Lei nº 7.191, de 4.6.1984) Presidência, Vice-Presidência e Corregedoria do TSE. O art. 119, parágrafo único, da CF-88 prevê que o Presidente e o Vice-Presidente do TSE devem ser Ministros do STF, enquanto que o Corregedor-Geral é do STJ: CF-88 Art. 119 Parágrafo único. O Tribunal Superior Eleitoral elegerá seu Presidente e o Vice-Presidente dentre os Ministros do Supremo Tribunal Federal, e o Corregedor Eleitoral dentre os Ministros do Superior Tribunal de Justiça. Cargos no TSE: ORIGEM: Presidente e Vice do TSE SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF) Corregedor-Geral Eleitoral SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) Na realidade, o Corregedor-Geral é apenas 1 dos 2 Juízes oriundos do STJ que compõem a corte. Assim, o Ministro do STJ também Corregedor- Geral Eleitoral, acumula as funções de Corregedoria com as funções ordinárias de Ministro do TSE (propriamente como Magistrado da Corte). Nesse aspecto, não se aplica o caput do art. 17 do Código Eleitoral. Sobre o Corregedor-Geral Eleitoral, cabem as seguintes considerações: 1. as atribuições do Corregedor serão fixadas por resolução do TSE; 2. poderá se locomover aos Estados por determinação www.concurseirosocial.com.br l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 l u c i a n o l e i t e p e r e i r a 9 5 2 0 6 8 0 9 3 4 9 DIREITO ELEITORAL - TEORIA E EXERCÍCIOS – TRE/AP ANALISTA E TÉCNICO JUDICIÁRIO – ÁREA ADMINISTRATIVA AULA DEMONSTRATIVA PROFESSOR: RICARDO GOMES Prof. Ricardo Gomes www.pontodosconcursos.com.br 40 do TSE, a pedido dos TREs, a requerimento de partido ou quando necessário; 3. os provimentos emanados da Corregedoria-Geral vinculam as Corregedorias Regionais. Art. 17 § 1º As atribuições do Corregedor Geral serão fixadas pelo Tribunal Superior Eleitoral. § 2º No desempenho de suas atribuições o Corregedor Geral se locomoverá para os Estados e Territórios nos seguintes casos: I - por determinação do Tribunal Superior Eleitoral; II - a pedido dos Tribunais Regionais Eleitorais; III - a requerimento de Partido deferido pelo Tribunal Superior Eleitoral; IV - sempre que entender necessário. § 3º Os provimentos emanados da Corregedoria Geral vinculam os Corregedores Regionais, que lhes devem dar imediato e preciso cumprimento. Procurador-Geral do TSE As funções de Procurador-Geral do TSE serão exercidas pelo Procurador-Geral da República (PGR). Outros membros do Ministério Público da União designados pelo PGR para auxiliá-lo nas funções eleitorais não poderão ter assento no Plenário do TSE. Art. 18. Exercerá as funções de Procurador Geral, junto ao Tribunal Superior Eleitoral, o Procurador Geral da República, funcionando, em suas faltas e impedimentos, seu substituto legal. Parágrafo único. O Procurador Geral poderá designar outros membros do Ministério Público da União, com exercício no Distrito Federal, e sem prejuízo das respectivas
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