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Material completo Direito Empresarial III

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ACEITE NA LETRA DE CAMBIO.pptx
DIREITO EMPRESARIAL III 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge
AULA 6
ACEITE DA LETRA DE CÂMBIO.
Tema
ACEITE DA LETRA DE CÂMBIO. APRESENTAÇÃO. EFEITOS. RECUSA. MODALIDADES. CLÁUSULA SEM ACEITE.
Objetivos
O aluno deverá ser capaz de entender a função do aceite e seus reflexos jurídicos, e fazer uma correlação aos demais títulos de crédito.
Estrutura do Conteúdo
Aceite
1.     Conceito
2.     Prazo de apresentação
3.     Recusa - Vencimento Antecipado
4.     Efeitos - Aceitante devedor principal
5.   Aceite parcial limitativo e modificativo
1. Conceito
O aceite é uma declaração cambiária facultativa, eventual e sucessiva, por meio da qual o sacado se compromete ao pagamento da letra de câmbio de forma a tornar-se o principal devedor.
Analisando o conceito:
É facultativa porque o sacado não é obrigado a aceitar o título a ele apresentado, não reconhecendo, por conseguinte, a obrigação nele estampada;
É eventual porque sua falta não desnatura a letra de câmbio, uma vez que não é requisito necessário para sua existência;
É sucessiva porque a assinatura do sacado é lançada no título após a assinatura do sacador, ou mesmo após a do tomador, quando esse a endossa para terceiro.
Apresentação para aceite
A apresentação é o meio pelo qual o portador ou o detentor do título se vale para exibir a letra de câmbio ao sacado para que este manifeste sua vontade de aceitar ou não a ordem de pagamento que lhe é dada pelo sacador;
Efeitos:
O aceite é dado por escrito através da assinatura do sacado e a expressão “aceite” na face do título (anverso). A simples assinatura do sacado equivale ao aceite (art º 25 LU); 
No caso de ser positivo o aceite, os demais coobrigados desvinculam-se da responsabilidade como devedores principais, qualidade que o sacado passa a assumir;
No caso de haver recusa, ou seja, se o sacado não aceitar a ordem de pagamento que lhe foi apresentada, o portador poderá levar o título a protesto e a partir desse momento poderá exigir tanto do sacador como dos endossantes o valor da dívida, cujo vencimento se antecipa.
Modalidades de Aceite
aceite puro e simples;
aceite limitativo ou parcial;
aceite modificativo;
aceite por intervenção
 aceite puro e simples
O aceite é puro e simples, quando o sacado acata totalmente a ordem emanada do sacador; 
Resulta da simples assinatura do sacado no anverso do título ou no verso; a assinatura vem seguida da palavra “aceito” ou qualquer outra equivalente;
Neste caso, o aceitante passa a ser o principal obrigado pelo pagamento da quantia estipulada no título, na data do vencimento (artº 26 LU).
aceite limitativo ou parcial
O aceite é limitativo, quando o sacado aceita apenas parte da ordem dada pelo sacador, ou seja, quanto o aceitante se compromete a arcar apenas com parte da quantia estipulada na letra (artº 26 LU);
O aceite parcial enseja o vencimento antecipado da letra, uma vez que ao limitar seu aceite, o sacado acabou por recusar parte da ordem de pagamento emanada pelo sacador (artº 43 LU); 
Esta recusa, mesmo que parcial autoriza o portador a realizar o protesto por falta de aceite (artº 44 LU), para vincular os demais coobrigados pelo título (artº 47 LU);
 A pessoa que pagar a importância pela qual a letra não foi aceita pode exigir que este pagamento seja mencionado na letra e exigir que lhe seja entregue uma cópia do documento e do protesto para exercer o seu direito de regresso contra os demais obrigados pelo pagamento (artº 51 LU).
aceite modificativo
O aceite modificativo é aquele em que o sacado insere uma condição, suspensiva ou resolutiva, para efetuar o pagamento de uma letra;
O artº 26 LU prevê que qualquer modificação introduzida pelo aceite no enunciado do documento equivale a uma recusa de aceite, porque altera a ordem emitida pelo sacador;
Assim, o aceite modificativo equivale a uma recusa do aceite, por isso, enseja o vencimento antecipado da letra (art. 43 LU), após o protesto, para a comprovação que o sacado modificou a literalidade do documento (artº 44 LU);
Este protesto autoriza o portador a exigir a quantia de todos os obrigados, individualmente, sem estar adstrito a ordem por que elas se obrigaram (artº 47 LU);
 Contudo, se a condição introduzida pelo sacado se implementar, o aceitante fica vinculado às modificações que introduziu através de seu aceite e passa a ser o principal obrigado ao pagamento do título, em seu vencimento (art 26 LU).
 aceite por intervenção
O aceite por intervenção é a modalidade em que o sacador indica uma terceira pessoa para que esta, em caso de recusa do aceite pelo sacado, promova o aceite e o pagamento da letra (Artº 55 LU);
Aquele que dá o aceite por intervenção e promove o pagamento da letra tem direito a obter a quitação do título (artº 58 LU); e pode exigir a quantia paga dos demais obrigados pela letra (artº 63 LU).
Letra não aceitável
A cláusula que proíbe a apresentação, ou seja, aquela que determina ser a letra não aceitável, somente poderá ser aposta pelo sacador e tem a função de evitar que, por falta de aceite, a letra tenha seu vencimento antecipado com relação ao sacador, endossantes e avalistas (artº 22 LU).
A letra terá a seguinte redação: “ aos trinta de janeiro de...pagará V.Sa. Por esta única via de letra de câmbio não aceitável, a importância ...”, inserida a cláusula o tomador (ou o portador) somente poderá apresentar o título ao sacado na data designada para o seu vencimento.
Prazo do aceite 
Letra de Cambio a vista => até 1 ano após saque, art. 34 LU. 
LC a certo termo de vista => Até 1 ano após saque, art. 23 LU – Termo “a quo”é data do aceite, não se admitindo clausula não aceitável, art. 22LU. 
LC a certo termo de data => até a data do vencimento, art. 21LU – termo “a quo” data do saque.
A perda desses prazos não acarreta perda do crédito; exceto contra os coobrigados. 
2. Prazo de apresentação
A regra geral é a eventualidade da apresentação da letra para aceite, ou seja, a princípio ela somente será apresentada para aceite caso assim queira o seu portador (Artº 21 LU);
Nada impede que o portador da letra a apresente ao sacado somente para o seu pagamento, neste caso o portador e coobrigados somente saberão se a letra será paga pelo sacado no vencimento;
Conforme o Artº 21 LU, o sacador poderá fixar prazo para que seja efetuada a apresentação. No caso em que o portador não venha a cumprir tal determinação perderá ele o direito de cobrar a dívida dos devedores indiretos (sacador, endossantes e avalistas) Artº 43 LU;
O sacador pode também estipular que a apresentação ao aceite não poderá ser efetuada antes de determinada data.
Todo o endossante pode estipular que a letra deve ser apresentada ao aceite, com ou sem a fixação de prazo, salvo se ela tiver sido declarada não aceitável pelo sacador;
Conforme estabelecido no Artº 23 LU “As letras a certo termos de vista devem ser apresentadas ao aceite dentro do prazo de um ano das suas datas. O sacador pode reduzir este prazo ou estipular um prazo maior;
Pode-se dizer que as letras a certo termo de vista terão o fluir de seu prazo após a apresentação para aceite ao sacado, respeitando o limite de um ano, mas este prazo poderá ser aumentado ou diminuído pelo sacador e o endossante reste apenas diminuir esse prazo.
 
Prazo de respiro
Na apresentação da letra para o aceite, o sacado pode pedir que a letra lhe seja apresentada, uma segunda vez, no dia seguinte ao da primeira apresentação, para verificar se ordem foi regularmente emitida pelo sacador;
Neste caso, o possuidor do título não pode ser obrigado a entregar o documento ao sacado para tal verificação, uma vez que a entrega do título ao devedor equivale à quitação (artº 24 LU). 
Obrigatoriedade de Apresentação
Na hipótese em que o vencimento da letra é “a certo termo da vista”. Neste caso é justamente da data do aceite que se inicia o prazo de seu vencimento (artº 23
LU);
Quando o sacador estipulou, na própria letra, que ela deva ser apresentada para aceite, fixando ou não um prazo para tanto (artº 22LU);
OBS: 
 A cláusula de apresentação obrigatória deve ser escrita na própria letra de câmbio, no verso ou anverso do título;
Quando colocada no verso a declaração deverá ser assinada pelo sacador, a fim de que se saiba que partiu dele essa exigência, para que não se pressuponha que tenha sido inserida pelo endossante;
3.  Recusa - Vencimento Antecipado
Se o aceite é facultativo, nada impede que o sacado, à vista da apresentação da letra, se recuse a aceitá-la, deixando de assumir a responsabilidade cambiária;
A recusa refere-se à situação em que o título foi efetivamente apresentado ao sacado e este não o aceita, por não considerar válida a ordem de pagamento ou por não ter a intenção de se tornar o principal obrigado pela letra;
A recusa deve ser comprovada pelo protesto, que deverá ser feito nos prazos fixados para a apresentação do título ao aceite (art. 44 LU).
4. Efeitos - Aceitante devedor principal
Quando o sacado fornecer o aceite de forma total, tornar-se-á o principal devedor do montante integral da dívida
Cancelamento do aceite
O sacado, que apôs seu aceite na letra, poderá, a qualquer momento, antes da restituição da letra, proceder ao seu cancelamento (risca a sua assinatura que foi colocada no título), artº 29 LU;
Este ato representa a sua não aceitação do pagamento da letra, e com isso desobriga-se do pagamento;
Entretanto, se tornou seu aceite conhecido ao portador ou a qualquer endossante, para com estes ainda resta responsável.
CASO CONCRETO:
Augusto emitiu uma letra de câmbio no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) contra Bernardo e em favor de seu credor Cardoso, que endossou a cambial para Danilo que ao levar o título a aceite, obteve o aceite parcial modificativo de data de pagamento.
Indaga-se:
	a) Pode o sacado, no caso acima, limitar o 	aceite?
	b) Quais os efeitos produzidos pelo 	aceite parcial?
 
QUESTÃO OBJETIVA:
Em relação ao aceite nas letras de câmbio é INCORRETO afirmar:
a) A letra pode ser apresentada até o vencimento pelo portador ou até por um simples detentor.
b) É vedado ao sacado riscar aceite já dado, mesmo antes da restituição da letra.
c) O sacador pode determinar que a apresentação ao aceite não poderá efetuar-se antes de determinada data.
d) O sacado pode limitar o aceite a uma parte da importância sacada.
Apresentação da disciplina- D.E III- aula 01- 2011.doc
CURSO: DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO EMPRESARIAL III (TÍTULOS DE CRÉDITOS)
SEMESTRE/ANO: 2015.2
PROFESSORA: MICHELLE GONCALVES DE ARAÚJO JORGE
Título
DIREITO EMPRESARIAL III 
A disciplina de Empresarial III enfrenta os aspectos jurídicos nas relações obrigacionais assumidas pelo empresário e sociedade empresária. 
Dentro do contexto do direito privado, dois vínculos obrigacionais são importantes: o estudo de títulos de créditos e de contratos empresariais.
A importância do estudo de títulos de crédito e contratos empresariais está na possibilidade dos institutos viabilizarem  a realização de negócios empresariais sem a necessária presença imediata do dinheiro em espécie.
Com isso, compromissos contraídos no contexto empresarial em  documentos que assumem em si a credibilidade de, no prazo de seu vencimento, atuarem como ferramentas de satisfação do crédito, assumindo, assim, a função de molas propulsoras para a circulação de riqueza no mercado.
Dessa forma, o conteúdo programático  de Direito Empresarial III trata - num primeiro momento - do estudo dos títulos de créditos, seus conceitos, as espécies existentes, características, bem como a sua normatização em lei especial e no Código Civi. 
Na segunda parte do conteúdo acadêmico enfrenta as particularidades dos contratos empresariais, ou seja, aqueles específicos realizados entre empresários ou sociedades empresárias, tais como: leasing, factoring, franquia, contratos bancários e  cartões de créditos. 
O estudo dos títulos de créditos e contratos empresarias, e suas implicações jurídicas  previstas nas leis e em nossos Tribunais, são  - nos dias atuais  - de conhecimento indispensável do futuro aplicador do Direito, pois atuam como ferramentas necessárias para compor a harmonia do cenário das relações jurídicas empresariais. 
Ementa
Teoria Geral dos Títulos de Crédito; Princípios; Classificação dos Títulos de Crédito; Letra de Câmbio; Endosso; Aceite; Aval; Vencimento; Pagamento; Protesto; Ação Cambiária; Nota Promissória; Duplicata; Cheque; Contratos Empresariais; Contratos Bancários.
Objetivos gerais
Compreender os elementos caracterizadores dos Títulos de Crédito;
Identificar os Títulos de Crédito em Espécies;
Classificar os Contratos Empresariais Específicos.
Objetivos específicos
Conceituar  Títulos de Créditos e Princípios Norteadores do Direito Cambiário;
Enumerar as Características e Classificações dos Títulos de Crédito;
Identificar a Legislação Aplicação no Direito Cambiário;
Relacionar os Títulos de Créditos em espécies e suas características;
Conhecer os Instrumentos de Constritivos à Satisfação do Crédito; 
Identificar os Elementos Estruturais dos Contratos Empresariais.
 
Conteúdos
UNIDADE I
1.Teoria Geral dos Títulos de Crédito. 
1.1Histórico. Conceito.
1.2 Princípios
1.2.1.Cartularidade.
1.2.2.Literalidade.
1.2.3.Autonomia
1.2.3.1Principio da Inoponibilidade das Exceções Pessoais.
1.3Características dos Títulos de Crédito
1.3.1Negociabilidade.
1.3.2Executoriedade. 
1.3.3Formalismo
1.4.Classificação dos Títulos de Crédito.
1.4.1.Quanto à Emissão
1.4.1.1.Títulos Abstratos
1.4.1.2.Títulos Causais
1.4.2. Quanto à Estrutura
1.4.2.1.Ordem de Pagamento
1.4.2.2.Promessa de Pagamento
1.4.3. Quanto à Modelo
1.4.3.1.Livre
1.4.3.2.Vinculado
1.4.4.Quanto à Circulação
1.4.4.1.Ao portador
1.4.4.2.Nominativos
1.4.4.2.1.Nominativos à Ordem
1.4.4.2.2Nominativos não a Ordem
1.4.5.Essência Creditícia
1.4.5.1.Títulos Próprios
1.4.5.2.Títulos Impróprios
UNIDADE II
2.Legislação. 
2.1 A lei Uniforme de Genebra.
2.2 Aplicabilidade do Código Civil.
2.3 Letra de Câmbio. 
2.3.1 Da criação e emissão da Letra de Câmbio. 
2.3.2 Requisitos Intrínsecos . Formais . 
2.3.3 Figuras intervenientes. 
2.3.4 Letra de Câmbio Financeira.
UNIDADE III
3.Institutos Cambiários: 
3.1Endosso.
3.1.1.Conceito.Características
3.1.2 Diferenças Cessão Ordinária de Crédito.
3.1.3.Espécies de Endosso
3.1.3.1.Endosso em preto.
3.1.3.2.Endosso em branco.
3.1.4.Clausula Proibitiva de Novo Endosso.
3.1.5.Endossos Impróprios
3.1.5.1.Endosso Mandato
3.1.5.2.Endosso Caução.
3.1.6 Endosso Póstumo.
3.2 Aceite.
3.2.1 Conceito. 
3.2.2.Características
3.2.2.1Aceite Parcial
3.2.2.2Aceite Modificativo
3.2.3Efeitos do Aceite
3.2.3.1 Aceitação. Devedor Principal.
3.2.3.2 Recusa do Aceite
3.2.3.2.1Antecipação do Vencimento
3.2.3.2.2 Ação Direta em face Sacador.
3.3 Aval. 
3.3.1 Conceito. Características.
3.3.2 Diferenças Aval. Fiança
3.3.3 Pluralidade de Avais
3.3.3.1Avais Simultâneos.
3.3.3.2 Avais Sucessivos.
3.3.4.Aplicabilidade do Código Civil
3.3.4.1.Consentimento do Cônjuge.
3.3.4.2 Nulidade do Aval Parcial
 
3.4 Vencimento. Pagamento.
3.4.1 Vencimento
3.4.1.1Conceito.
3.4.1.2 Vencimento Ordinário. Vencimento Extraordinário.
3.4.1.3.Modalidades de Vencimento.
3.4.1.3.1Vencimento à Vista;.
3.4.1.3.2 Vencimento a Certo Termo de Vista.
3.4.1.3.3 Vencimento a Certo Termo de Data.
3.4.1.3.4 Vencimento em Dia Fixado.
3.4.2 Pagamento
3.4.2.1 Conceito. Características.
 
3.5 Protesto. Ação Cambial
3.5.1 Protesto
3.5.1.1Conceito. Características
3.5.1.2Procedimento.
3.5.2 Ação Cambial
3.5.3 Ação Direta.
3.5.4 Ação Regressiva.
3.5.5 Defesas das Ações Cambiais.
3.5.6.Prescrição.
UNIDADE IV
4. Nota Promissória.
4.1Conceito. Características.
4.2Requisitos Formais. 
4.3Aplicação da Normas Letra Cambio.
4.4Prescriçao.
 
UNIDADE V
5. Duplicatas.
5.1. Conceito. Características.
5.2 Causalidade.
5.3 Remessa e devolução da duplicata. 
5.4 Aceite na Duplicata: características. 
5.5 Pagamento. Protesto. 
5.6 Ação de cobrança. 
5.7 Duplicata de Prestação de Serviços. 
5.8 Triplicata e sua eficácia executiva. 
5.9 Duplicata Simulada.
 
UNIDADE VI
6. Cheque.
6.1 Conceito. Natureza Jurídica.  
6.2 Requisitos Essenciais. 
6.3 A Lei do Cheque e a Lei Uniforme de Genebra. 
6.4 Espécies de cheque. 
6.5 Endosso. Ausência do Aceite. Aval.
6.6 Cheque Pós-datado. 
6.6.1 Ação Indenização Danos Morais.
6.7 Pluralidade de exemplares. 
6.8 Pagamento Parcial. 
6.9 Oposição ou contra-ordem (revogação).
6.10 Prazo de apresentação. 
6.11 Ação Cambial. 
6.11.1 Protesto no Cheque.
6.11.2Execução de título extrajudicial.
6.11.3 Ação de Locupletamento. Ação Monitória. 
6.12 Prescrição..
 
UNIDADE VII
7.Contratos Empresariais.
7.1 Conceito. Características gerais. 
7.2 Composição. 
7.3 Contratos Tradicionais.
7.4 Contratos Bancários.
7.4.1Operações Atípicas. Operações Típicas.
7.4.2 Atividade Passiva . Atividade Ativa da Instituição Financeira. 
7.4.3. Contratos Bancários Impróprios. 
7.4.3.1 Alienação Fiduciária. 
7.4.3.2 Leasing.
7.4.3.3.Antecipação do crédito cambiário. 
7.4.3.4.Desconto Bancário. Distinção da Antecipação
7.4.3.5.Fomento Mercantil (Factoring). 
7.4.3.6.Cartão de Crédito.
Mapa conceitual
Procedimentos de avaliação
No Curso de Direito, a avaliação  se dá de forma continuada. Isto é, antes de cada aula o estudante deverá solucionar os casos concretos que se encontram na webaula da disciplina e postar suas respostas no ambiente on line.
Após a revisão e autocorreção, o estudante deverá refazer a análise do caso concreto, no ambiente webaula, acrescentando citações doutrinárias e jurisprudenciais. O conjunto dos trabalhos práticos realizados ao longo do período valerão até 2,0 (dois) pontos na AV1, AV2 e AV3.
As AV1, AV2 E AV3 serão realizadas através de provas escritas, valendo, no mínimo, até 8,0 (oito) pontos, contendo questões objetivas e discursivas, sendo, ao menos uma das questões, um caso concreto para análise e resolução.
 
A soma de todas as atividades ( provas escritas e resolução dos casos aula a aula) comporão o grau final de cada avaliação, não podendo ultrapassar o grau máximo de 10 (dez), sendo permitido atribuir valor decimal às avaliações. 
 
A AV1 contemplará o conteúdo da disciplina até a sua realização, incluindo o das atividades estruturadas, nas disciplinas que as contenham.
 
As AV2 e AV3 abrangerão todo o conteúdo da disciplina, incluindo o das atividades estruturadas.
 
Para aprovação na disciplina o aluno deverá:
 
1.    Atingir resultado igual ou superior a 6,0, calculado a partir da média aritmética entre os graus das avaliações, sendo consideradas apenas as duas maiores notas obtidas dentre as três etapas de avaliação (AV1, AV2 e AV3). A média aritmética obtida será o grau final do aluno na disciplina.
2.    Obter grau igual ou superior a 4,0 em, pelo menos, duas das três avaliações.
3.    Frequentar, no mínimo, 75% das aulas ministradas.
Bibliografia básica
1- ROSA JÚNIOR, Luiz Emygdio Franco da. Títulos de Créditos. 7. ed. . Rio de Janeiro: Renovar, 2012. 
2- COELHO, Fábio Ulhôa. Manual de Direito Comercial. 21. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2009.
3- BRUNO, Raquel. Direito Empresarial. v.08 Coleção Tópicos de Direito. Coord. Milton Delgado Soares.2ª Tiragem. Rio de Janeiro: Editora Lumen Juris, 2009.
 
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aula 10 DEMP III.NOTA PROMISS+�RIA.2015.2.pptx
DIREITO EMPRESARIAL III 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge
michellearaujojorge@gmail.com
AULA 10
NOTA PROMISSÓRIA
Tema
INSTITUTOS CAMBIAIS DA NOTA PROMISSÓRIA. REGIME JURÍDICO E APLICABILIDADE
Objetivos
O aluno deverá ser capaz de reconhecer uma nota promissória e diferenciá-la de uma letra de câmbio, pela aplicação dos institutos cambiais e classificações aplicáveis.
Estrutura do Conteúdo
Nota Promissória
1.     Conceito 
2.     Legislação - LUG 
3.     Classificação 
4.     Elementos Pessoais 
5.     Requisitos Essenciais 
6.     Aceite 
7.     Endosso e Aval 
8.     Modalidades de Vencimento 
9.     Protesto 
10.  Prescrição da Ação Cambial
11.Diferenças para Letra de Câmbio
1. Conceito
É uma promessa de pagamento à vista ou a prazo, que uma pessoa faz em favor de outra;
Tem a sua origem ligada à cautio da Idade Média, documento lavrado pelo banqueiro, por meio do qual se obrigava a pagar uma determinada quantia ao mercador, só que em outra praça.
2.  Legislação 
As notas promissórias são regidas pelo Decreto nº 57.663/66 (artigos 75 a 78) e pelo Decreto 2.044/08,(artigos 54 a 56) tal como as letras de câmbio.
Assim, os mesmos critérios de aplicação destes diplomas legais, anteriormente mencionados no estudo das letras de câmbio, devem ser utilizados para a regência das notas promissórias;
Vale dizer que para não repetir inutilmente dispositivos nestes decretos, o legislador optou por remeter certas matérias atinentes às notas promissórias a dispositivos que disciplinam as letras de câmbio, estabelecendo normas de regência supletiva.
São aplicáveis às notas promissórias, por força do art. 77 da LUG, as disposições relativas às letras de câmbio, no que concerne ao endosso, vencimento, pagamento, direito de ação por falta de pagamento, pagamento por intervenção, cópias, alterações, prescrição, juros, divergências, conseqüência pela aposição de assinaturas, letra em branco; e, aval.
RESUMINDO: Todas as normas relativas à Letra de Câmbio serão aplicadas à Nota Promissória naquilo que não desnaturar a essência do Título  (L.U.G, art. 77). 
4.  Elementos Pessoais
Figuras Intervenientes: Somente duas pessoas intervêm na relação jurídica envolvendo a nota promissória: 
	a) SACADOR, emitente, subscritor ou devedor  -  na NP, sacador e sacado se confundem na mesma pessoa e é o devedor principal da obrigação.
	b)TOMADOR, beneficiário ou credor  -  em favor de quem o sacador fez a promessa.
5. Requisitos Essenciais
 Art. 75 A nota promissória contém:
1. denominação “nota promissória” inserta no próprio texto do título e expressa na língua empregada para a redação desse título;
2. a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada;
3. a época do pagamento;
4. a indicação do lugar em que se efetuar o pagamento;
5. o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga;
6. a indicação da data em que e do lugar onde a nota promissória é passada;
7. a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor).
Não essenciais
Art. 76, da LUG: 
Época do pagamento (não indicado = à vista) 
Indicação
do lugar em que deve ser paga
Se na nota promissória não foi indicada a data do vencimento, considera-se o título pagável à vista;
Na falta de indicação do lugar do pagamento, o título deve ser pago no domicílio do emitente; e, na falta de indicação o lugar de sua emissão será considerado o lugar do domicílio do subscritor;
Se houver divergência entre as indicações da soma, em algarismos e por extenso, constantes da nota promissória, levar-se-á em consideração a referencia feita por extenso (art. 5º do Dec. 2.044/08);
Se faltar, no documento, a data ou o lugar de emissão, o portador está legitimado, pela teoria do mandato, para inserir os elementos faltantes.
RESUMINDO: São considerados requisitos não essenciais a data do pagamento, a indicação do local de emissão do título ou, também, do domicílio do subscritor. Assim, considera-se que o local da emissão seja o mesmo do pagamento, ou vice-versa.
6.  Aceite
Não há o que se falar em aceite pois ele se confunde com o próprio saque e nem em vencimento antecipado por falta de aceite, pois ela já nasce com ele;
não é a corrente aceita por todos os autores, Fran Martins, João Eunápio Borges e Waldemar Ferreira dizem que a NP, realmente, já nasce aceita, mas que no momento em que o sacador emite a NP ele pode propor uma data para a vista;
O subscritor da NP é o seu devedor principal. A lei prevê a mesma responsabilidade para o aceitante da letra e o subscritor da promissória.
7. Endosso
A nota promissória também é um título “à ordem”, ou seja, circula através de endosso. São aplicáveis às notas promissórias as disposições sobre o endosso relativas às letras de câmbio, conforme dispõe o art. 77 da LUG. 
O endosso da nota promissória efetua-se pela assinatura o beneficiário, no verso do próprio título, ou em folha anexada a este (art. 13 da LUG); e, completa-se com a tradição, que vem a ser a entrega do documento com a intenção de transferi-lo (art. 910, § 2º do CC). 
A nota promissória comporta o endosso em branco, que é aquele que não indica o nome do endossatário, este tipo de endosso transforma a nota em título ao portador (art. 12 da LUG). 
Quando houver endosso em branco, a transferência do título se faz por simples tradição (art. 14, 3º, da LUG), ou seja, pela entrega do título, pelo possuidor, a outrem, sem preencher os espaços em branco nem endossar. 
Nestes casos, o possuidor tem que provar a sua legitimidade através da série ininterrupta de endossos (art. 16 da LUG). 
Da mesma forma, a nota promissória admite o endosso em preto.
8.  Aval
A nota promissória admite o aval, em que o avalista garante, no todo ou em parte, a obrigação de seu avalizado. 
No entanto, no que concerne ao aval parcial, que vem a ser a garantia de apenas parte da obrigação do avalizado, o código civil o proíbe (p. único do art. 897), mas a Lei Uniforme de Genebra, que regula as notas promissórias, o permite, em seu art. 30, por isso prevalecem as disposições da LUG para autorizar o aval parcial de uma nota promissória.;
 Além do aval puro e simples, que pode ser total ou parcial, cabe ainda:
 o aval simultâneo, onde vários avalistas garantem o mesmo devedor; 
o aval sucessivo, onde há o aval de um avalista, ou como preferem alguns autores, o aval do aval; e,
 o aval póstumo (art. 900 CC/02) que é aquele dado após o vencimento do título.
O avalista deve indicar a pessoa avalizada, se não houver indicação, considera-se que o aval foi dado ao subscritor (art. 77, al. 3, da LUG). 
Vale ainda dizer que é necessário a outorga uxória para a concessão de aval por pessoa casada, salvo se o regime for o da separação absoluta (art. 1.647, inciso III do CC/02). 
O Enunciado nº 114 do CJF prescreve que “o aval não pode ser anulado por falta de vênia conjugal, de modo que o inciso III do art. 1.647 apenas caracteriza a inoponibilidade do título ao cônjuge que não assentiu”. 
O art. 32 da LUG dispõe que “o dador do aval é responsável da mesma maneira que a pessoa por ele avalizada”, isto significa que a natureza da responsabilidade, bem como o grau de responsabilidade do avalista, vai depender da natureza e do grau de responsabilidade do avalizado. Se o avalizado for devedor direto, seu avalista será devedor direto, se for devedor indireto, seu avalista será devedor indireto.
9. Modalidades de Vencimento
Estão previstos no art. 78, al. 2 da LUG e podem ser: 
à vista 
a certo termo da vista 
O termo “vista” = apresentação e não aceite, porque este não existe 
Recusa do subscritor = conta-se da data do protesto 
a dia certo 
extraordinário = no caso de falência do devedor 
No caso de decretação de falência, o vencimento é antecipado
10.  Protesto
A nota promissória admite o protesto por falta de pagamento e 
o protesto por falta de aceite, muito embora este título não comporte o aceite, descabe o protesto por falta de devolução. 
A falta do visto do subscritor, nas promissórias com vencimento a certo termo de vista equivale ao protesto por falta de aceite, na forma do art. 78 da LUG. No mais, o protesto da nota promissória segue os mesmos requisitos da letra de câmbio. 
O protesto será necessário para vincular os endossantes; e, seus avalistas (art. 43 da LUG), sob pena de perda do direito de exigir a quantia estipulada na letra dos devedores de regresso (art. 53 da LUG). 
O protesto será facultativo para o subscritor (art. 28 da LUG) e seus avalistas (art. 32 da LUG), por que estes são solidariamente responsáveis pelo pagamento do título, portanto, o portador pode exigir o pagamento destas pessoas, a qualquer tempo, até a data da prescrição, sem necessidade de protesto. 
Registrado o protesto, o portador está autorizado a exigir a quantia de todos os endossantes, e outros coobrigados (art. 43 da LUG), porém, quando inserida no título a cláusula “sem protesto” ou “sem despesas”, não é preciso fazer o protesto para promover a ação cambiária em face dos devedores indiretos (art.46 da LUG).
10.1.Lugar e Prazo para o Protesto
Lugar para o protesto: deve ser tirado no lugar indicado na letra como sendo o lugar do pagamento. 
Se não houver indicação especial, será o lugar designado ao lado do nome do subscritor que será tido como seu domicílio (art. 2º, al. 2 da LUG). 
Prazo para o protesto: deve ser realizado em até dois dias úteis, após o vencimento (art. 44, al. 3 da LUG). 
No mais, aplicam-se todas as disposições da Lei 9.492 de 1997.
Ação por falta de pagamento (cambial, locupletamento ilícito, ordinária, monitória)
A nota promissória pode ser cobrada da mesma forma que as letras de câmbio, por isso, as disposições referentes: 
à ação cambial, 
à ação de locupletamento ilícito, 
à ação ordinária de cobrança, 
à ação declaratória de inexistência de causa debendi; 
à ação de anulação e substituição de título; e, 
à ação monitória, 
aplicam-se integralmente a este título.
11. Prescrição da Ação Cambial
Os prazos estão previstos nos arts. 70 e 71 da LUG e são: 
3 anos = do portador contra emitente ou seus avalistas 
1 ano = do portador contra o endossante ou seus avalistas 
6 meses = dos endossantes entre si e seus avalistas
12.Diferenças para Letra de Câmbio
Nota Promissória
Letra de Câmbio
Promessa de pagamento do emitente ao beneficiário
Ordem de pagamento que o sacador dá ao sacado para pagar ao tomador ou beneficiário
Duas figuras intervenientes
Três figuras intervenientes
O crédito surge por ocasião da emissão
O crédito preexiste à criação do título
O emitente se obriga diretamente
O sacador responde regressivamente
CASO CONCRETO- 
SEMANA 10.
 Augusto emitiu uma nota promissória em favor de Bernardo, em 30.04.2006, sem constar a data para pagamento. Em 28.02.2007, o título foi apresentado para pagamento, o qual não foi realizado. A ação executiva, porém, foi intentada somente em 15.01.2010, e o devedor, citado, alegou a prescrição do título. Como juiz da causa, verifique se o prazo para apresentação do título foi respeitado e se realmente ocorreu a prescrição.
QUESTÃO OBJETIVA:
Assinale a alternativa que indica quais dos títulos de créditos abaixo não admitem aceite 
A) Cheque e Nota de Crédito Comercial. 
B) Cheque e Nota Promissória 
C) Duplicata e Letra de Câmbio 
D) Nota Promissória e Duplicata. 
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DIREITO EMPRESARIAL III 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge
michellearaujojorge@gmail.com
AULA 12
CHEQUE
Tema
CHEQUE. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL, CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, REQUISITOS ESSENCIAIS, FIGURAS INTERVENIENTES
Objetivos
O aluno deverá ser capaz de compreender a classificação do cheque como ordem de pagamento à vista, e suas decorrências jurídicas.
Estrutura do Conteúdo
Cheque
1.  Legislação Aplicável 
2.  Conceito 
3.  Natureza Jurídica 
4.  Classificação 
5.  Requisitos Essenciais.
6.  Espécies de cheque. 
7.  Endosso. 
8.  Cheque Pós-datado.
Cheque
O cheque é uma ordem de pagamento, em dinheiro e à vista, emitida pelo sacador contra o sacado, em favor próprio ou de um terceiro, que incide sobre fundos que o sacador dispõe em poder do sacado;
O cheque é uma ordem de pagamento à vista, sacado contra um banco e com base em suficiente provisão de fundos depositados pelo sacador em mãos do sacado ou decorrente contrato de abertura de crédito entre ambos;
Nos conceitos acima delineados, devemos destacar que obrigação cambial no cheque decorre de uma ordem de pagamento, à vista, emitida por pessoa que tenha fundos em poder de banco. A pessoa que deve cumprir a ordem de pagamento é o próprio banco depositário dos recursos, que atua na qualidade de sacado e deve fazer o pagamento da quantia estipulada à pessoa indicada no cheque ou a terceiro por sua ordem.
Para se ter acesso ao cheque é preciso entregar, previamente, valores ao banco, através de contrato de depósito (art. 627 e ss do CC), ou de contrato de abertura de conta corrente (art. 51 e 52 da Lei 4.728/65-Mercado de Capitais). 
Nos dias atuais, quase todas as operações das instituições financeiras são feitas por meio eletrônico. Por isso, atualmente, para se ter acesso ao cheque é preciso, antes, celebrar o contrato de abertura de conta corrente; e, somente após a verificação da capacidade financeira para emissão, a instituição financeira dará acesso ao cheque a seu “correntista”.
Os valores depositados pelo correntista em poder do banco garantem a emissão do cheque, por isso, cada vez que um cheque é apresentado para pagamento, o banco retira o seu valor correspondente do saldo disponível do correntista em seu poder; assim, a ordem de pagamento contida no cheque incide sobre a quantia previamente depositada e a existência de fundos disponíveis é verificada no momento da apresentação do cheque para pagamento;
É o título de crédito mais utilizado nas práticas empresariais, atualmente.
1.     Legislação Aplicável
Diplomas Legais: O cheque é disciplinado pela Lei 7.357/85 (Lei do Cheque ou LC)e 
Subsidiariamente pela Lei Uniforme do Cheque promulgada pelo Decreto 57.595/66, naquilo que não foi derrogada.  
Devemos observar, além dessas, todas as outras normas que regulam o cheque: tributárias, CDC, instruções do BACEN, etc.
2.     Conceito
É uma ordem de pagamento, sempre à vista (ou seja, na data da apresentação deve ser liquidado), sacada contra um banco ou instituição financeira que seja reputada como tal, com suficiente provisão de fundos, pelo sacador em mão do sacado ou decorrente do contrato de abertura de crédito. 
3.     Natureza Jurídica
A sua natureza é controvertida, havendo três posições no sentido de ser o cheque um título de crédito próprio ou não:
1 posição: Pontes de Miranda, de forma minoritária, entende que o cheque não configura um título de crédito próprio, mas mera forma de pagamento e instrumento de retirada de fundos.
II posição: Rubens Requião, de forma dominante, defende ser o cheque um título de crédito próprio, desde que colocado em circulação. Do contrário, será mero instrumento de retirada de fundos e forma de pagamento.
III posição: O professor Luiz Emygdio, de forma minoritária, entende ser o cheque um verdadeiro título de crédito, independentemente de sua colocação em circulação, desde que o beneficiário do cheque não seja o próprio emitente, pois, neste caso, o cheque será mero instrumento de retirada de fundos.
4. Classificação das Figuras Intervenientes:
EMITENTE ou SACADOR: É a pessoa autorizada a emitir cheques sobre os fundos disponíveis, em virtude de um contrato (de abertura de conta corrente, depósito ou abertura de crédito). 
É quem dá a ordem de pagamento para o sacado, após verificação de fundos, pagar, é também chamado de sacador da ordem. 
SACADO: É o banco ou instituição financeira a ele equiparado, que detém os fundos à disposição do sacador. 
BENEFICIÁRIO: É a pessoa a quem o sacado deve pagar a ordem emitida pelo sacador. 
5.     Requisitos 
Requisitos essenciais :O art. 1º da Lei 7.357/1985 estabelece os seguintes requisitos para os cheques: 
I - a denominação “cheque” inscrita no contexto do título e expressa na língua em que estes é redigido;
II - a ordem incondicional de pagar quantia determinada;
III - o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar (sacado); 
IV - a indicação do lugar do pagamento;
V - a indicação da data e do lugar de emissão ; 
VI -a assinatura do emitente (sacador) ou de seu mandatário com poderes especiais.
Parágrafo único – vide....
Na falta de qualquer dos requisitos essenciais acima descritos, o documento não valerá como cheque (art. 2º da L. 7.357/85), mas apenas como meio de prova do negócio jurídico que lhe deu origem, 
haja vista que ao art. 888 do código civil dispõe que a omissão de requisito essencial que tire ao escrito a validade como título de crédito não implica a invalidade do negócio jurídico que o originou.
Requisitos não essenciais
Não são requisitos essenciais ao documento para que este valha como cheque: 
IV - a indicação do lugar do pagamento; e,
V - a indicação da data e do lugar de emissão.
O art. 2º da Lei 7.357/85 prevê que na falta de indicação especial, o cheque é pagável no lugar designado ao lado do nome do sacado;
se designados vários lugares, o cheque é pagável no primeiro deles;
não existindo qualquer indicação o cheque é pagável no lugar de sua emissão.
Não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o cheque no lugar indicado junto ao nome do emitente.
Como o cheque é uma ordem de pagamento à vista a data de sua emissão não precisa constar do título porque na sua omissão considerarse-á o cheque emitido na data de sua apresentação.
6.   Espécies de cheque.
1. Cheque visado (art. 7ºLC): não deixou de existir mas perdeu importância; o banco dá um visto garantindo fundos no prazo de apresentação (bloqueio).
2. Cheque administrativo (bancário, caixa, tesouraria, comprado) (art. 9º, III LC): o banco é emitente(sacador) e sacado.
3. Cheque cruzado (art. 44LC): o emitente imprime 2 traços paralelos na cártula – horizontais, verticais ou transversais; só pode ser depositado em contacorrente (câmara de compensação), assegurando a sustação em caso de extravio. 
- em branco = entre os traços não se indica o banco 
- em preto ou especial = indica o banco
4. Cheque para ser creditado em conta (art. 46LC): parecido com o cheque cruzado, havendo quem entenda ser intransmissível, ficando impedido de circular.
OUTROS:
5. Cheque turismo ou viagem: não é um cheque, não é cártula, documento substitutivo de câmbio.
6. Cheque especial: termo não técnico, vinculado a contrato de abertura de crédito.
Da transmissão do cheque
O cheque nominal é transmissível pela via do endosso (art.17 da Lei 7.357/85, LC); 
os cheques ao portador circulam por meio de tradição, 
o endosso em branco em um cheque transforma este documento em título ao portador (art.20 da Lei 7.357/85).
7.  Endosso.
O endosso efetua-se pela assinatura do beneficiário, no verso do próprio cheque, ou em folha
de alongamento anexada a este (art. 19 da Lei 7.357/85); e, completa-se com a tradição, que vem a ser a entrega do documento com a intenção de transferi-lo (art. 910, §2º do CC).
O endosso em branco (art. 20 e 29 da Lei 7.357/85); 
endosso em preto
O endossante assume a condição de devedor de regresso (art. 21 da Lei 7.357/85). 
O endosso puro e simples (art. 20 e 21 da Lei 7.357/85.
Em caso de recusa pelo banco ou de inadimplemento da quantia pelo devedor principal (art. 48 da Lei 7.357/85). 
O endosso mandato (art. 26 da Lei 7.357/85)
não cabe o endosso caução nem o endosso fiduciário, porque o cheque é uma ordem de pagamento à vista .
o endosso parcial ou limitativo, bem com o endosso pelo sacado são nulos (art. 18 § 1º da L. 7.357/85).
O endosso póstumo (art. 27 da l. 7.357/85). 
13
Aval
O pagamento do cheque pode ser garantido em todo ou em parte por aval, prestado por terceiro, mas o banco sacado não pode conceder o aval (art. 29 da Lei 7.357/85). 
O avalista que paga o cheque adquire todos os direitos dele resultantes e pode cobrar a quantia paga, em regresso, contra o seu avalizado e contra os demais obrigados em virtude do cheque (art. 31, p. único da Lei 7.357/85).
Além do aval puro e simples, que pode ser total ou parcial, cabe ainda:
o aval simultâneo, onde vários avalistas garantem o mesmo devedor; 
o aval sucessivo, onde há o aval de um avalista, ou como preferem alguns autores, o aval do aval; e, 
o aval póstumo (art. 900 CC/02) que é aquele dado após o prazo de apresentação ou após o protesto do título.
O avalista deve indicar a pessoa avalizada, se não houver indicação, considera-se que o aval foi dado ao emitente (art. 30, § único da Lei 7.357/85)
8.  Cheque Pós-datado.
Efeitos entre emitente e credor originário, não vincula terceiros.
o Efeitos são civis e penais
 	Civis = dano = RC
 	Penais = art. 171, §2º, VI do CP e 
Súm. 246 STF (Não há estelionato, não há fraude. No momento da emissão não tinha fundos, mas teria na data lançada).
Apresentação e pagamento (art. 32..)
· 30 dias (cheques da mesma praça)
· 60 dias (cheques de outra praça)
 Praça = município (art. 11 da Res. Bacen 1682/90)
 Apresentação ≠ pagamento = atos jurídicos diversos Implica em várias obrigações, sendo a última o pagamento
A perda do prazo não impede o pagamento, desde que dentro do prazo de prescrição (art. 35, § único)
Justificativa = cheque é destinado a ter vida curta e é necessário fixar um termo para estabelecer a exoneração de certas responsabilidades:
 Cessam os efeitos do cheque visado (art. 7º, §1º = perdeu importância);
 Endosso posterior = efeitos de cessão (art. 27);
 Contraordem = efeitos após prazo de apresentação (art. 35, § único);
 Portador decai de seus direitos cambiários em relação aos endossantes e seus avalistas (art. 47, II);
 Portador decai do direito em relação ao emitente (art. 47, §3º);
 Termo a quo da prescrição (art. 59) = 6 meses;
Prescrição
6 meses = Ação Cambiária (art. 59)
o Caput = contra o emitente e seu avalista = a partir do fim do prazo de apresentação
o P.único = de um coobrigado contra os demais = do dia em que pagou ou do dia em que foi acionado.
2 anos = Ação de Enriquecimento Ilícito (Art. 61, LC e Art. 884, CC/02) a partir do fim do prazo de prescrição
Súm. 600, STF = Cabe ação executiva contra o emitente e seus avalistas ainda que não apresentado o cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambial.
3 anos = Ação Ordinária de Cobrança ou Monitória (Art. 206, §3º, IV, CC/02)
 Art. 206, VIII não se aplica.
CASO CONCRETO:
CASO PRÁTICO: Augusto é titular de conta corrente conjunta com sua esposa, Bruna, e emitiu um cheque no valor de R$ 3.000,00 (três mil reais) em favor de uma clínica médica.  Posteriormente, a beneficiária verificou que não constava da cártula o local de emissão, porém, mesmo com tal omissão, foi promovida execução em face de Bruna, já que esta havia se utilizado do serviço prestado.
1. Há alguma implicação legal na omissão apontada?
2. Será procedente a execução do cheque realizada contra Bruna, por se tratar de conta corrente conjunta?
QUESTÃO OBJETIVA:
O cheque pré-datado: 
(A) não pode ser avalizado ou endossado.
(B) pode ser apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de emissão, e pagável no dia da apresentação.
(C) não é considerado cheque, em razão da pré-datação.
(D) para ser pago é necessário o seu depósito em conta corrente.
Aula de Direito Empresarial III- 2016- TEORIA GERAL.doc
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge 	 	 Disciplina: Direito Empresarial III
 7º período- DIREITO 		
( DIREITO CAMBIÁRIO
I. TEORIA GERAL DO TÍTULO DE CRÉDITO
1) Aspectos Conceituais: 
			Crédito. Título. Obrigações representáveis. 
Costuma-se dividir o direito cambiário em quatro períodos históricos distintos, a saber:
1º Período: Italiano (até 1650)
2º Período: Francês (de 1650 até 1848)
3º Período: Alemão (de 1848 até 1930)
4º Período: Uniforme (iniciou em 1930)
2) Conceito de Título de Crédito
Segundo Cesare Vivante: “Título de credito é o documento necessário para o exercício do direito, literal e autônomo, nele mencionado”.
Tal conceito foi adotado pelo Código Civil em seu art. 887 que dispõe: “o título e crédito, documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os requisitos da lei”.
Para Fábio Ulhoba Coelho Título de crédito “é um documento formal, com força executiva, representativo de dívida líquida e certa, de circulação desvinculada do negócio que o originou”.
Emissão e seus efeitos. 
OBS.: Negociabilidade e Executividade
3) Regulamentação dos títulos de crédito no direito brasileiro
Coexistem no Direito Cambiário brasileiro as leis nacionais e a Convenção de Genebra para a uniformização das letras de câmbio e notas promissórias. Em regra, a lei posterior (Lei Uniforme de Genebra) prevalece. Entretanto,quando ocorre colidência entre a LUG e as leis nacionais, deve-se verificar a existência de reserva do legislador pátrio.
Assim, os títulos de crédito abaixo são regulamentados no direito brasileiro através das seguintes legislações:
CHEQUE: Decreto n. 57.595, de 7 de janeiro de 1966 e Lei n. 7.357, de 2 de setembro de 1985.
DUPLICATA MERCANTIL E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS: Lei n. 5.474, de 18 de julho de 1968, com alterações introduzidas pelo Decreto-Lei n. 436, de 27 de janeiro de 1969, e pela Lei n. 6.458, de 3 de novembro de 1977.
LETRA DE CÂMBIO: Decreto n.2.044, de 31 de dezembro de 1908 (art.1º), alterado pelo Decreto 57.663, de 24 de janeiro de 1966 (Lei Uniforme). 
NOTA PROMISSÓRIA: Decreto n.2.044, de 31 de dezembro de 1908 (art.1º), alterado pelo Decreto 57.663, de 24 de janeiro de 1966 (Lei Uniforme, arts. 75-78). 
NOTA PROMISSÓRIA RURAL: Decreto-Lei n. 167, de 14 de fevereiro de 1967.
WARRANT: Decreto n. 1102, de 21 de novembro de1903 (art. 15).
Vale ressaltar que, o Título VIII do Código Civil de 2002 (arts. 887-926) é alvo de críticas da doutrina porque não rege os títulos de crédito submetidos a lei especial, isto é, todos os existentes quando da entrada em vigor do Código Civil.
O regramento oferecido pelo legislador civilista restringe-se aos títulos criados a partir da entrada em vigor do Código Civil, se outra regência não lhes for determinada pela lei especial que os modelar.
4) Requisitos Gerais e Específicos dos Títulos de crédito
Agente Capaz
Objeto lícito, possível e determinável
Emissão lícita
Forma prescrita em lei
Data de emissão
Para a 3ª e 4ª Turmas do STJ: 
“ a data de emissão da nota promissória configura requisito essencial à sua validade
como título executivo”.
Data de vencimento
Precisão dos direitos conferidos
Assinatura
Entende a 4ª Turma do STJ que “aos títulos de crédito, assim reconhecidos em lei, dispensa-se a formalidade exigida aos contratos particulares, de assinatura de duas testemunhas, para que adquiram executoriedade”.
Local
Art. 889,§2º CC- domicílio do emitente.
O STJ já pacificou o entendimento de que “a ausência da data e do local da emissão na nota promissória constitui irregularidade formal do título, a impedir a cobrança do valor respectivo pela via executiva”.
QUESTÕES: SEMANA 1
1. CASO CONCRETO: 
 Augusto e Bernardo, em virtude de dívida contraída por aquele em favor deste, resolveram criar um documento que pudesse representar tal obrigação.  Dessa forma, ambos questionam você, famoso advogado dessa área:
a - O que distingue o título de crédito dos outros tipos representativos de obrigação, quanto à cobrança e circulação do crédito?
b - Porque o título de crédito é considerado, fundamentalmente, um título de apresentação?
 
2. As principais características de um título de crédito cambial são:
A) literalidade, forma, causa.
B) forma, causa, abstração.
C) negociabilidade, autonomia, literalidade.
D) conteúdo, cártula, autonomia.
5) Princípios dos títulos de crédito
5.1 Princípio da Cartularidade (Documentabilidade)
- A questão da cópia fotográfica de documento, conferida por tabelião. 
. A 4ª Turma do STJ, no Recurso Especial 296.796/ES decidiu que:
 
“a execução de contrato firmado em escritura pública pode ser aparelhada mediante cópia autenticada do instrumento. Hipótese que não se equipara à execução de cambial, cujo original deve ser exigido em face do princípio da circulação da letra. Precedentes do STJ (REsp n.º 11.725-RN e 57.365-3/MG).” 
- Exigência do original
“ a exigência da via original do título executivo extrajudicial como requisito à propositura do processo de execução visa atender duas finalidades: primeiro, certifica a autenticidade do título, e, segundo, afasta a possibilidade de ter a cártula circulando (STJ, RE 337.822/RJ)”.
EXEMPLO DE CÁRTULA
A desmaterialização dos títulos de crédito
Art. 889,§ 3º do CC, “o título poderá ser emitido a partir de caracteres criados em computador ou meio técnico equivalente e que constem da escrituração do emitente, observados os requisitos mínimos previstos neste artigo”.
5.2 Princípio da Literalidade
. A 4ª Turma do STJ, no Recurso Especial 707.460/MS decidiu que:
 
“Por gozarem os títulos de crédito de literalidade, eventual quitação destes, no caso, da nota promissória, deve necessariamente constar no próprio contexto da cártula ou eventualmente em documento que inequivocadamente possa retirar-lhe a exigibilidade, liquidez e certeza....” 
5.3 Princípio da Autonomia
ART. 7º DEC. 57.663/66:
Art. 7º - Se a letra contém assinaturas de pessoas incapazes de se obrigarem por letras, assinaturas falsas, assinaturas de pessoas fictícias, ou assinaturas que por qualquer outra razão não poderiam obrigar as pessoas que assinaram a letra, ou em nome das quais ela foi assinada, as obrigações dos outros signatários nem por isso deixam de ser validas.
5.3.1 Subprincípio da Abstração e da Inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé 
A perda da autonomia decorrente da prescrição do título.
Direito comercial e processual civil. Agravo no agravo de instrumento. Embargos à ação monitória. Nota promissória prescrita. Propositura de ação contra o avalista. Necessidade de se demonstrar o locupletamento. Precedentes. 0,,,,,,,,,
 - Prescrita a ação cambial, desaparece a abstração das relações jurídicas cambiais firmadas, devendo o beneficiário do título demonstrar, como causa de pedir na ação própria, o locupletamento ilícito, seja do emitente ou endossante, seja do avalista. Agravo não provido (STJ, AgRg no AG 549924/MG, Relator Ministra Nancy Andrighi, DJ 05.04.2004, p. 260).
Direito Comercial. Recurso Especial. Embargos à ação monitória. Cheque prescrito. Propositura de ação contra o avalista. Necessidade de se demonstrar o locupletamento. Precedentes. – Prescrita a ação cambial, desaparece a abstração das relações jurídicas cambiais firmadas, devendo o beneficiário do título demonstrar, como causa de pedir na ação própria, o locupletamento ilícito,seja do emitente ou endossante, seja do avalista. – Recurso especial a que não se conhece. (STJ, REsp 457556/SP, Relatora Ministra Nancy Andrighi, DJ 16.12.2002, p.331). 
O STF, quando ainda tinha atribuição para apreciar a matéria, assim se posicionou: “É da lei, da doutrina e jurisprudência pacífica que o beneficiário de um título cambiário pode promover ação contra qualquer dos obrigados, ou contra todos conjuntamente. Este arbítrio deriva da autonomia das obrigações nos títulos cambiais. Cada signatário do título cambiário é um devedor autônomo e independente, que nada tem a ver com os demais. De forma que a execução pode ser movida contra qualquer deles ou contra todos ao mesmo tempo” (Do voto do min. Cunha Peixoto, rel. do ac. un. Da 1ª T. do STF, no RE 87.542-PI).
A inoponibilidade das exceções pessoais ao terceiro de boa-fé está assegurada pelo art.17 da Lei Uniforme, segundo o 
Art. 17 – Dec. 57.663/66. As pessoas acionadas em virtude de uma letra não podem opor ao portador as exceções fundadas sobre as relações pessoais delas com o sacador ou com os portadores anteriores, a menos que o portador ao adquirir a letra tenha procedido conscientemente em detrimento do devedor. 
No mesmo sentido, dispõe o art.916 do CC que “as exceções fundadas em relação de devedor com os portadores precedentes, somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao adquirir o título tiver agido de má-fé”.
QUESTÕES: SEMANA 2
1. CASO CONCRETO: 
 Antônio emitiu uma nota promissória em favor de Bernardo, que circulou através de diversos endossos até chegar ao atual portador, que decidiu executar um dos endossantes, face à inadimplência do devedor original.  Uma vez executado, o endossante apresenta exceção de pré-executividade, para demonstrar sua total incapacidade processual, uma vez que ele transferiu o título para um incapaz, o que prejudicaria a cadeia de endossos.
a. A defesa deve ser acolhida pelo Juiz da causa?
b. Determine o princípio cambiário aplicável ao caso em tela.   
 
2. Assinale a assertiva correta sobre títulos de crédito. 
a) Pelo princípio da abstração, os direitos decorrentes do título são independentes do negócio que deu lugar ao seu nascimento a partir do momento em que ele é posto em circulação.
b) Pelo princípio da abstração, os direitos decorrentes do título de crédito não se vinculam ao negócio que deu lugar ao seu nascimento, independentemente de sua circulação.
c) Pelo princípio da autonomia, o cumprimento da obrigação assumida por alguém no título não está vinculado a outra obrigação, a menos que o título tenha circulado.
d) Pelo princípio da autonomia, vale nos títulos somente o que neles está escrito.
6) Classificação dos Títulos de Crédito.
COMO SE CLASSIFICAM OS TÍTULOS DE CRÉDITO?
6.1 QUANTO À FORMA DE TRANSFERÊNCIA OU CIRCULAÇÃO
Ao portador
Nominativo - à ordem e não à ordem
ENDOSSO X CESSÃO
COOBRIGAÇÃO: ENDOSSO X CESSÃO
COOBRIGAÇÃO: ENDOSSO X CESSÃO 
6.2 QUANTO AO MODELO
De modelo livre
De modelo vinculado
6.3 QUANTO À ESTRUTURA
Ordem de pagamento
Promessa de pagamento
6.4 QUANTO ÀS HIPÓTESES DE EMISSÃO
Causais
Abstratos
6.5 QUANTO À ESSÊNCIA CREDITÍCIA
TÍTULOS DE CRÉDITO PRÓPRIOS
TÍTULOS DE CRÉDITO IMPRÓPRIOS
QUESTÕES: SEMANA 3
1. CASO CONCRETO: Um empresário que trabalha no ramo de venda a varejo pretende utilizar, nas suas operações a crédito, duplicatas ao invés de cheques, em virtude da alta taxa de inadimplência.  Procura você para consulta acerca das diferenças básicas entre tais títulos. Responda ao consulente de acordo com as classificações dos títulos de crédito.
 
2. São títulos de crédito que contêm ordem de pagamento:
a) nota promissória e duplicata.
b) warrant e partes beneficiárias.
c) nota promissória e debênture.
d) letra de câmbio e cheque.
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aula DUPLICATA-2016.doc
DIREITO EMPRESARIAL - TÍTULOS DE CRÉDITO
AULA 12- DUPLICATA
Conceito:
“Título de Crédito causal, formal, à ordem extraído por um vendedor /prestador de serviços contra um comprador fundado numa compra e venda empresarial a prazo ou uma prestação de serviços.” 
“A duplicata é um título que é emitido pelo credor, declarando existir, a seu favor, um crédito de determinado valor em moeda corrente, fruto – obrigatoriamente – de um negócio empresarial subjacente de compra e venda de mercadorias ou de prestação de serviços, cujo pagamento é devido em determinada data. É um título causal, vale dizer, um título cuja emissão está diretamente ligada a um negócio empresarial que lhe é subjacente e necessário.” Mamede
Legislação Aplicável
Submete-se ao regime jurídico da Lei n. 5.474/68.
DUPLICATA E SUA CAUSALIDADE
COMO TUDO COMEÇOU...
FATURA
COMPRA E VENDA A PRAZO – OBRIGATÓRIA - FATURA
- CARACTERÍSTICAS DAS DUPLICATAS
Figuras Intervenientes:
Assim, ao ser emitida, dá origem a duas situações jurídicas distintas:
Sacador 
Sacado
Requisitos Essenciais:
De acordo com o art. 2º,§ 1º, da Lei 5.474/68 são:
1 - A denominação "duplicata";
2 - A data da emissão;
3 – O número de ordem;
4 – O número da fatura da qual foi extraída;
5 – a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à vista;
6- O nome e o domicílio do vendedor e do comprador;
7 – A importância a pagar, em algarismos e por extenso;
8- A praça de pagamento;
9- A cláusula à ordem (a cláusula “não à ordem” somente pode ser inserida no título por endossante, e, como o vendedor a saca a seu favor, ele, necessariamente, é o primeiro endossante do título;
10- A declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite cambial (o comprador deve ser indicado com nome, domicílio e documento: RG, CPF etc);
11- A assinatura do emitente (seguindo a indicação de seu nome e domicílio).
CASO CONCRETO: Augusto, empresário do ramos de peças de automóveis, emitiu duplicata em face de seu Bernardo, pessoa física que comprou uma peça para uso próprio.  Face à falta de aceite e a inadimplência de Bernardo, Augusto ingressou com ação executiva e, em defesa, foi alegado que o título foi emitido em operação estranha ao permissivo legal, portanto, indevida a ação executiva.
1. Em que casos são admissíveis a falta de aceite de uma duplicata?
2. A alegação de Bernardo procede?
QUESTÃO OBJETIVA: Quanto à duplicata, assinale a questão incorreta:
A) o aceite é obrigatório
B) admite-se para qualquer tipo de operação de venda
C) Deve ser emitida e enviada ao devedor para aceite
D) O devedor pode reter a duplicata caso haja concordância expressa do credor
Emissão e Aceite da Duplicata:
De acordo com o art. 1º da Lei das Duplicatas, 
“em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes domiciliadas no território brasileiro, com prazo não inferior a 30 (trinta) dias, contado da data da entrega ou despacho das mercadorias, o vendedor extrairá a respectiva fatura para apresentação ao comprador.”
Emitida a duplicata, ela deve ser enviada para o devedor (comprador), para que este efetue o aceite e a devolva. Caso ele recuse o aceite, terá que justificar tal ato, de acordo com o art. 6º,
“A remessa de duplicata poderá ser feita diretamente pelo vendedor ou por seus representantes, por intermédio de instituições financeiras, procuradores ou, correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao comprador na praça ou no lugar de seu estabelecimento, podendo os intermediários devolvê-la, depois de assinada, ou conservá-la em seu poder até o momento do resgate, segundo as instruções de quem lhes cometeu o encargo”.
Por sua vez, o art. 7º da Lei enfatiza a recusa do aceite, senão vejamos:
“A duplicata, quando não for à vista, deverá ser devolvida pelo comprador ao apresentante dentro do prazo de 10 (dez) dias, contado da data de sua apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, por escrito, contendo as razões da falta do aceite.”
OBS.: Aceite Expresso e Aceite Presumido.
No que tange a possibilidade de execução de duplicata sem aceite o STJ é bastante rigoroso nesta análise. Exige-se a prova inequívoca do recebimento das mercadorias ou da efetiva prestação dos serviços. Nesse sentido, já decidiu o STJ:
 
DUPLICATA SEM ACEITE. FATURA. EXECUÇÃO. Na espécie, não foi expedida fatura e as notas fiscais não estão referidas nas duplicatas sem aceite, não ficando claro se as mercadorias entregues, conforme consta ao pé de algumas notas fiscais, não de todas, correspondem às duplicatas que instruírem a inicial do processo de execução. Assim, o exequente não comprovou que as duplicatas correspondem às operações de compra e venddda das mercadorias efetivamente entregues e recebidas. Logo, não cabe a ação executiva (Resp 450.628-MG, Rel. Min. Ruy Rosado, julgado em 12/11/2002- Informativo n.º 154/2002).
Em contrapartida é entendimento também do STJ que a exigência de comprovação da entrega das mercadorias, para que a duplicata não aceita expressamente se aperfeiçoe como título executivo, só é necessária se a execução é voltada contra o devedor principal, ou seja, o comprador. Nesse sentido,
EXECUÇÃO. DUPLICATA SEM ACEITE. A cobrança de duplicata não aceita e protestada só torna necessária a comprovação da entrega e recebimento da mercadoria em relação ao sacado, devedor do vendedor, e não quanto ao sacador, endossantes e respectivos avalistas. O endossatário de duplicata sem aceite, desacompanhada de prova de entrega da mercadoria, não pode executá-la contra o sacado, mas pode fazê-la contra o endossante e o avalista. Precedente citado: Resp 168.288-SP, DJ 24/5/1999. (Resp 250.568-MS, Rel. Min. Antônio de Pádua Ribeiro, julgado em 19/10/2000- Informativo n.º 75/2000).
- REMESSA E DEVOLUÇÃO DA DUPLICATA
Protesto
No que se refere ao protesto da duplicata, segundo o art. 13 fa Lei das Duplicatas, destaque-se que este pode ser de três tipos:
Por falta de aceite;
Por falta de devolução;
Por falta de pagamento.
Art. 13. A duplicata é protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento. 
§ 1º Por falta de aceite, de devolução ou de pagamento, o protesto será tirado, conforme o caso, mediante apresentação da duplicata, da triplicata, ou, ainda, por simples indicações do portador, na falta de devolução do título. 
Ação Cambial:
Segundo o art. 15 da Lei 5.474/68: “A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de conformidade com o processo aplicável aos títulos executivos extrajudiciais, de que se cogita o Livro II do Código de Processo Civil, quando se tratar:
de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não;
de duplicata ou triplicata não
aceita contanto que, cumulativamente:
haja sido protestada;
 esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da entrega e recebimento da mercadoria;
 o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no prazo, nas condições e pelos motivos previstos nos arts. 7º e 8º desta Lei...”
Prescrição:
 
Nos termos do art. 18 da Lei n. 5.474/68, a pretensão à execução da duplicata prescreve:
em 3 anos, contados da data do vencimento do título, contra o sacado e respectivos avalistas;
em 1 ano, contado da data do protesto, contra os endossantes e respectivos avalistas;
em 1 ano, contado da data em que haja sido efetuado o 
Duplicata Simulada
Nos termos do art. 172 do Código Penal, caracteriza crime de duplicata simulada a conduta de “emitir fatura, duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou serviço prestado”. A pena é de detenção, de dois a quatro anos, e multa. 
ART. 172 CÓDIGO PENAL 
Expedir ou aceitar duplicata que não corresponda, juntamente com a fatura respectiva, a uma venda efetiva de bens ou a uma real prestação de serviço. 
Pena - Detenção de um a cinco anos, e multa equivalente a 20% sôbre o valor da duplicata.
Pagamento:
A prova do pagamento da duplicata é o recibo passado pelo legítimo portador, ou por seu representante com poderes especiais, no verso do próprio título ou em documento separado com referência expressa à duplicata. Também se presume resgatada a duplicata com a liquidação de cheque, a favor do estabelecimento endossatário, no qual conste, no verso, que seu valor se destina à amortização ou liquidação da duplicata nele mencionada.
Duplicata de Prestação de serviços
O sacado poderá negar aceite do título se:
Os serviços prestados não corresponderem efetivamente aos contratados;
Forem comprovados vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados;
Houver divergência quanto aos prazos e preços ajustados.
Triplicata e sua eficácia executiva
A triplicata nada mais é do que uma cópia da duplicata que foi perdida ou extraviada, possuindo os mesmos efeitos, requisitos e formalidades da duplicata que substitui (art. 23).
CASO CONCRETO: Uma sociedade empresária prestadora de serviços emitiu uma duplicata em face do beneficiário do serviço prestado, que a aceitou. O título foi endossado e posteriormente não foi pago pelo devedor principal. Executado, alegou a ausência de protesto por falta de pagamento, o que retiraria a força executiva da cambial.
Questiona-se:	
 1. O protesto é ato imprescindível para que o portador da duplicata possa promover ação de execução contra o devedor principal?
 2. No caso de extravio do documento, o credor perde o seu direito de execução do título?
 QUESTÃO OBJETIVA: Sobre a duplicata de prestação de serviços pode-se afirmar:
a) somente pode ser emitida por sociedades comerciais que prestem serviços;
b) constitui documento hábil para a transcrição do instrumento de protesto a efetiva prestação dos serviços e o vínculo contratual que a autorizou; 
c) constitui documento hábil para a transcrição do instrumento de protesto somente a prestação dos serviços;
d) a fatura deverá discriminar somente o valor dos serviços prestados
 
Do Protesto. Do Saque e do Vencimento.pptx
DO VENCIMENTO, DO PAGAMENTO E DO PROTESTO 	
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge
Conceito de Vencimento
 
É o fato jurídico que torna exigível o crédito cambiário na cártula. 
Modalidades	de	Vencimento
Vencimento Ordinário
Ocorre pelo decurso do tempo (prazo determinado no titulo)
Apresentação da letra ao sacado
Contexto: Letra de câmbio à vista.
Vencimento Extraordinário
Situações para ocorrência
Recusa do aceite
Falência do aceitante (obrigado principal)
Vencimento antecipado da letra (Há dissídio doutrinário)
Vencimento
Ordinário
Extraordinário
Pagamento
Efeitos do pagamento
o	Extinção	de	uma,	algumas	ou	todas	as obrigações representadas por um título de crédito.
Pagamento
cambial:	natureza	quezível
Obrigação
(“queráble”)
o “[...]deve considerar-se que a letra de câmbio é uma obrigação “quérable”, por natureza, pois o devedor, no dia do vencimento, não sabe nas mãos de quem e onde se encontra o título.” (REQUIÃO, 2012)
o Credor
deve	ter	iniciativa	para	obter	a
satisfação de seu crédito
Pagamento
Pagamento	feito	por	coobrigado	ou	pelo
avalista do aceitante
o são extintas a própria obrigação de quem pagou e as dos coobrigados posteriores (pagamento recuperatório (Bulgarelli, 1996);
Pagamento é feito pelo devedor principal
o Extinção de todas as obrigações cambiais (pagamento extintivo).
Pagamento
o	pagamento	de	uma
Cuidados	durante
cambial
Devedor	que	pagar	deve	exigir	a	entrega	do	título
(princípio da cartularidade)
Devedor que pagar deve exigir a quitação no próprio
título (princípio da literalidade)
Pagamento
É possível haver o pagamento parcial?
o	Sim. (art. 902, §2º, CC/2002).
possibilidade restrita ao aceitante
título permanece com o credor (quitação parcial deve ser lançada no título)
Coobrigados	e	avalista	poderão	ser	cobrados
pelo saldo não pago.
Condição: Protesto
Protesto responsabiliza sacador, endossantes e avalistas.
Jurisprudência - Pagamento
197000016654 – DIREITO PROCESSUAL CIVIL E COMERCIAL – RECURSO ESPECIAL – EXECUÇÃO – LETRA DE CÂMBIO SEM ACEITE – CAUSALIDADE – INVIABILIDADE – EMBARGOS DE DECLARAÇÃO – AUSÊNCIA DE OMISSÃO E CONTRADIÇÃO – PREQUESTIONAMENTO – DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL – (...) A
letra de câmbio é título de crédito próprio e abstrato, não podendo a ela ser imprimida natureza causal e imprópria, como acontece na duplicata. O sacado pode, a seu talante, recusar-se a assumir a obrigação cambial, sendo certo que a falta de aceite elide o vínculo ao pagamento do título. Recurso especial não conhecido. (STJ – REsp 511387 – GO – 3ª T. – Rel. Min. Nancy Andrighi – DJU 01.08.2005, p. 438).
Ação	de	Regresso
“Qualquer pessoa que pagar o título, à exceção do devedor principal ou primeiro devedor, passa a ter o direito de acionar os devedores que lhe precedem na sequência de devedores; para esse fim, segue-se a ordem cronológica de assinação; os avalistas seguem logo após os avalizados;” (NEGRÃO, 2014)
Ação de regresso:
contra:	sacador,	endossantes	e	seus
o Aplicável avalistas.
Ação	de	Regresso
Quem paga se sub-roga nos direitos do credor
Requisitos para ajuizamento
Título original (exceção: art. 67 da LUG);
Válido e livre de vícios
Exigível	(não	prescrito;	não	ter	havido	perda	do	direito
contra o executado)
Juntada de certidão de protesto dentro do prazo legal (2
dias úteis após a apresentação do título para pagamento)
--- Exceção: Títulos com cláusula “sem protesto” (portador terá que demonstrar a recusa e o fato de ter dado aviso da falta de pagamento a todos os signatários da letra atingidos pela cláusula).
PROTESTO
Conceito: é o ato formal através do qual se atesta um fato relevante para a relação cambial. Esse fato relevante pode ser: 
a falta de aceite do título, 
a falta de devolução do título ou 
a falta de pagamento do título. 
Referências
COELHO, Fábio Ulhoa. Manual de direito comercial: direito de empresa. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
MARTINS, Fran. Curso de direito comercial / Atual. Carlos Henrique Abrão – 37. ed.
rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense, 2014.
Negrão, Ricardo. Direito empresarial: estudo unificado. 5. ed. rev. São Paulo: Saraiva,
2014.
RAMOS, André Luiz Santa Cruz. Direito empresarial esquematizado. 4. ed. rev., atual. e ampl. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo : MÉTODO, 2014.
REQUIÃO, Rubens. Curso de direito comercial, 2º volume. 29. ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012
ENDOSSO.pptx
DIREITO EMPRESARIAL III 
Profa. Michelle Gonçalves de Araújo Jorge
michellegoncalves@estacio.br ou
michellearaujojorge@gmail.com
AULA 5
INSTITUTO DO ENDOSSO 
Tema: INSTITUTO DO ENDOSSO NA LETRA DE CÂMBIO
Objetivos:
O aluno deverá ser capaz de compreender a dinâmica da transferência do título de crédito e os efeitos jurídicos decorrentes.
ESTRUTURA DO CONTEÚDO
Endosso
1.     Conceito
2.     Efeitos
3.     Modalidades - próprios e impróprios
4.     Parcial
5.     Póstumo
6.   Sem garantia e Cláusula não à ordem
3
Endosso
Para que o título nominativo possa facilmente ser transferido e se opere a circulação dos direitos de crédito nela incorporados, emprega-se um meio próprio dos títulos de crédito chamado de endosso;
que consiste na simples assinatura do proprietário no verso ou anverso da letra, antecedida ou não de uma declaração indicando a pessoa a quem a soma deve ser paga;
com essa assinatura a pessoa que endossa o título, chamada endossante, transfere a outrem chamado endossatário, a propriedade da letra (L.U., art. 14)
nessa condição, o endossatário ao receber a letra torna-se  o titular dos direitos emergentes  nela contidos, podendo, assim, praticar todos os atos que se fizerem necessários para resguardar a sua propriedade.
4
1.     Conceito
O endosso é ato cambiário que opera a transferência do crédito, representado por título “à ordem”. 
O endosso efetua-se:
 pela assinatura do beneficiário, no verso do próprio título, ou 
Assinatura no anverso identificando o ato. “Endosso” + assinatura;
Se não identificar o ato, a simples assinatura no anverso será tido como aval e não como endosso.
em folha anexada a este (art. 13 da LUG); e, 
completa-se com a tradição, que vem a ser a entrega do documento com a intenção de transferi-lo (art. 910, § 2º do CC).
Conceito Completo
“Ato cambiário abstrato e formal, decorrente de declaração unilateral de vontade e correspondendo a uma declaração cambiária eventual e sucessiva, manifestada no título de crédito, ainda que dele não conste a cláusula “à ordem”, pela qual o beneficiário ou terceiro adquirente (endossante) transfere os direitos dele decorrentes a outra pessoa (endossatário), ficando, em regra, o endossante responsável pelo aceite e pelo pagamento”
 Por Luiz Emygdio F. da Rosa Jr.
Analisando o Conceito:
É ato abstrato, porque se desvincula da causa extracartular que lhe deu origem;
É formal tendo em vista que somente tem validade quando dado no próprio título, seja em seu verso ou anverso, sendo que, se o endosso for em branco, necessariamente deverá ser lançado no anverso do título (artº 910 CC e artº 13 LU);
Trata-se de declaração unilateral de vontade, uma vez que a fonte da obrigação cambiária, expressada pelo endosso, circunscreve-se na própria assinatura do endossante aposta no título, independentemente das demais obrigações traduzidas no título;
É eventual, na medida em que sua falta não traz consequências negativas para o título, 
E Sucessiva, porque se verifica após o saque do título
Comentários....
A alienação do crédito fica condicionada, também, à tradição do título, levando-se em conta o Princípio da Cartularidade.
 Já que se está transferindo um direito, quem pode faze-lo é o possuidor do título. 
a tradição está disciplinada nos artigos 1.267 a 1.268 do código civil; e consiste em modalidade de aquisição da propriedade de bem móvel; promove a transferência da titularidade dos títulos de crédito, porque estes são considerados bens móveis para os efeitos legais (art. 83, III, do cc).
 O primeiro endosso na letra de câmbio cabe ao beneficiário, que por este ato, passa a ser denominado de endossante; a pessoa que recebe o título através do endosso é o endossatário.  
2.  Efeitos
Tem dois efeitos principais:
A) O endosso transmite todos os direitos emergentes da letra (art. 14 da LUG) do endossante para o endossatário;
B) O endossante assume a condição de devedor de regresso (responsabilidade solidária), porque garante tanto o aceite como o pagamento do título (art. 15 da LUG);
Em caso de recusa do aceite ou do inadimplemento da quantia pelo devedor principal, o portador deverá efetuar o protesto (art. 44 da LUG) para exigir do endossante, judicial ou extrajudicialmente, a quantia descrita na letra (art. 47 da LUG); 
Se o endossante realizar o pagamento, pode riscar o seu endosso e os subseqüentes (art. 50 da LUG), hipótese em que ficará desobrigado pelo título (Art. 40 da LUG) e 
Poderá exigir, em ação de regresso, a quantia paga, dos demais endossantes, do sacador, dos avalistas e outros coobrigados (Art. 43 da LUG).
3. Modalidades
O endosso possui duas modalidades:
Endosso em branco e
Endosso em preto.
Endosso em branco
É aquele que é dado com a simples assinatura do endossante no verso ou na face do título, sem que conste a designação da pessoa a quem se transfere o título;
Para que haja a transferência do título, basta a tradição manual e, então, a circulação se faz como se ao portador fosse;
A Lei 8021/90, em ser artº 2º, II, veda a emissão de títulos ao portador ou nominativos-endossáveis; entretanto, basta que o endosso em branco seja convertido em endosso em preto quando da apresentação do título para pagamento;
Mesmo vedado por lei, pode o título circular livremente em brando, desde que, no instante de seu pagamento, seja preenchido;
Sendo em branco o endosso, seu titular, ao transferi-lo, poderá optar por preencher o espaço em branco, tornando o endosso em preto, ou simplesmente transferir o título sem lançar seu nome nele;
Endosso em preto.
É aquele no qual se verificam todos os elementos do endosso:
Cláusula de transmissão (“paga-se a fulano..”),
Nome do endossatário (nome da pessoa a quem a letra é transferida) e
Assinatura do endossante (ou de seu mandatário com poderes especiais).
Somente a assinatura deve ser de próprio punho, as demais podem ser escritas por terceiros ou datilografadas, feitas por carimbo, impressas, etc.;
Espécies de endosso
Podem ser classificados em
Próprio: tem como função a efetiva transferência dos direitos emergentes do título de crédito, e, se presente a cláusula de obrigação, torna o endossante responsável pelo seu aceite e pagamento;
Impróprio: aquele que não transfere a titularidade do título mas, somente o exercício dos direitos relativos ao título, sem que se opere a transferência dos direitos inerentes, são eles:
Endosso-mandato e
Endosso-caução.
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Endosso-mandato
O Endosso-mandato ou endosso-procuração é aquele pelo qual o endossante constitui o endossatário como seu procurador, que passa a ter poderes para a prática de todos os atos necessários para o efetivo recebimento da quantia estampada no título;
Muito embora o endossatário possa exercitar os direitos decorrentes do título, o crédito continua a pertencer ao endossante, que nomeia aquele como seu procurador para a cobrança do débito;
É uma forma simplificada de constituição de procurador, que dispensa a feitura de um contrato de mandato (procuração), bastando a aposição da assinatura do endossante o título, acompanhada da expressão “valor a cobrar” ou “por procuração”, para que o mandato se perfaça. 
-
JURISPRUDÊNCIAS:
DUPLICATA SEM ACEITE. ENDOSSO-MANDATO. ESTABELECIEMENTO BANCÁRIO. A Turma proveu o recurso ao entendimento de que descabe a condenação da instituição bancária por danos morais pelo protesto indevido de duplicata sem causa, uma vez que na qualidade de endossatário-mandatário agiu em nome e por conta da empresa sacadora endossante, não se lhe podendo culpar por ter promovido o protesto do quirógrafo. Outrossim,não compete ao banco, de antemão, verificar a existência de lastro da duplicata protestada, pois essa é de responsabilidade exclusiva do sacador (art. 159 do CC/1916). Precedentes

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