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Resumo 4 Dir Empresarial 2014 2 Guilhon

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FAP/ESTÁCIO
Disciplina: Direito Empresarial II
Professor: Mauro Marques Guilhon
RESUMO DE AULA 4
UNIDADE II: SOCIEDADE ANÔNIMA: 2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA. 2.2 CONCEITO. NATUREZA JURÍDICA. 2.3. CARACTERÍSTICAS. 2.4 RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS. 2.5 ANÁLISE COMPARATIVA  SOCIEDADE LIMITADA DO CÓDIGO CIVIL. COMANDITA POR AÇÕES.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA
A semântica da palavra "Companhia" vem da junção de "cum" (com) mais "panis" (pão), ou seja, unir o pão. Isso nos remete à ideia de família que é a forma como surgiram as primeiras sociedades.
De acordo com grande parte da doutrina que aborda o tema, um dos primeiros cenários do surgimento das sociedades anônimas foi o das grandes navegações. Nesse contexto histórico teria surgido a necessidade da mobilização de grandes investimentos econômicos, para a exploração do ‘novo mundo’.
 
Enquanto que as demais sociedades empresárias surgiram para atender aos empreendimentos de pequeno ou médio porte, a sociedade anônima foi criada para suprir os interesses econômicos dos negócios com elevados investimentos. 
Na realidade há divergências da origem das sociedades anônimas pelos estudiosos, contudo mencionam dois empreendimentos, cujas características se aproximam deste tipo de sociedade, conforme mencionada Marcelo M. Bertoldi:
“O primeiro deles foi o chamado Banco São Jorge, surgido em Gênova no ano de 1407... O segundo empreendimento citado pela doutrina como sendo precursor das sociedades anônimas é a Companhia Holandesa das Índias Orientais, criada em 1604, seguida pela Companhia das Índias Ocidentais, constituída em 1621.”
Conforme se reporta o mesmo autor, relativo a esses empreendimentos era comum o empréstimo de dinheiro por particulares ao Estado, para investimento em obras públicas e material bélico, e com isso obtinham o direito de cobrar impostos como remuneração do capital emprestado. Os credores se reuniam em associações e seus créditos em relação ao Estado representavam parcela do capital social, apesar de não ter características comerciais.
A casa de São Jorge (San Giorgio) transformou-se no Banco de São Jorge, uma poderosa instituição que somente veio desaparecer em 1816, quando seus credores deixaram de receber somente as remunerações pelo empréstimo e passaram receber dividendos das transações realizadas pelo banco, exatamente como ocorre hoje com as sociedades anônimas.
Em relação ao segundo empreendimento, descreve o autor de que as primeiras de muitas Companhias Coloniais objetivavam explorar o Novo Mundo, o que se podia fazer mediante altos investimentos, foi quando encontram a fórmula da união de capital social com o capital privado, fracionando-se em partes de pequeno valor e para que um grande número de pessoas pudesse investir no negócio, por ser altamente lucrativo.
Assim sendo, ao contribuinte era garantido comprovante de sua participação o que gerava direito de ação contra a companhia em relação aos lucros e ao capital investido, de onde se originou o termo "ação" definindo a parcela do capital social.
A fórmula apresentada foi tão eficiente que se espalhou para outros países, como Portugal, Inglaterra e França, tendo como característica comum à outorga do soberano e diante disso a exclusividade na exploração da colônia, surgindo em 1807, o Código Comercial Francês, no qual as sociedades anônimas foram mencionadas como instituições jurídicas, não mais dependendo de outorgas privilegiadas pelo Estado, mas por edição de leis especiais, sob o regime de autorização.
O jurista Rubens Requião nos dá conta do surgimento da primeira sociedade anônima: “Todos os autores estão concordes em que a sociedade por ações se configurou como o tipo ideal das sociedades colonizadoras do século XVII, surgindo a primeira em 1602, na Holanda.” (Curso de Direito Comercial, 2º volume. 30ª ed. São Paulo. Saraiva. 2013. p. 26). 
O citado jurista acrescenta que: “Assim surgiram e se impuseram as sociedades por ações no século XVII, formadas pela conjunção de capitais públicos e particulares, este na maior parte de armadores náuticos, e, algumas vezes, com a participação de judeus, cujos bens eram liberados, para esses investimentos, da Inquisição, como ocorreu na incorporação, sob o ministério de Pombal, da Companhia do Grão-Pará, para colonização do norte do Brasil.”.
A Sociedade Anônima no Brasil – evolução legislativa
Segundo Rubens Requião, discorrendo sobre as origens da sociedade anônima em nosso ordenamento: 
“Em princípio, na Colônia, era ela outorgada em carta real, em cada caso, como ocorreu na constituição da ‘Companhia Geral do Grão-Pará’, fundada por ordem do Marquês de Pombal. A sociedade Banco do Brasil S.A. foi fundada por alvará de D. João VI, em 1808, quando este se encontrava no Rio de Janeiro.” (Curso de Direito Comercial, 2º volume. 30ª ed. São Paulo. Saraiva. 2013. p. 26).
Na mesma obra referendada, o autor alude ao art. 295 do Código Comercial, no Título XV, "Das Companhias e Sociedades Comerciais", reservou o capítulo II, "Das Companhias de Comércio ou Sociedades Anônimas", artigos 295 a 299, regulamentando, portanto, as sociedades anônimas no Brasil.
Observa-se a teor dos referidos artigos que na ocasião as sociedades anônimas se estabeleciam por tempo determinado, com autorização do governo, eram administradas por mandatários revogáveis, sócios ou não e quando pretendiam gozar de algum privilégio dependiam da aprovação do Corpo Legislativo, que deveriam provar-se por escritura pública ou estatutos, ou ainda, por ato do Poder que as houvesse autorizado.
Somente poderiam ser dissolvidas quando do término do prazo de duração, por quebra ou por não preencher o intuito ou fim social.
Antes do exercício operacional deveriam estar inscritas no Registro de Comércio e publicadas pelo respectivo Tribunal, com possibilidade de prorrogação desde que aprovado pelo poder que as havia autorizado.
Quanto ao capital social determinava que fosse dividido em ações, podendo estas ser subdividas em frações, as quais eram em forma de título ao portador, ou por inscrições nos registros da companhia, sendo que quanto a primeira forma poderiam ser transferidas através de endosso e quanto ao segundo somente por ato lançado nos mesmos registros devendo ter assinatura do proprietário ou procurador com poderes especiais, ressalvando os casos de execução judicial.
Determinou a limitação da responsabilidade dos sócios até o limite de suas ações ou do interesse por que se houverem comprometido, enquanto que a responsabilização dos administradores e diretores em relação a terceiros que tratassem com a mesma companhia era pessoal e solidariamente até o momento da inscrição do documento ou título da sua instituição junto ao registro do comércio e posteriormente ao registro somente na companhia pela execução do mandato.
A lei 3.159, de 04 de novembro de 1882 veio regular o estabelecimento de companhias e sociedades anônimas, cuja lei foi regulamentada pelo Decreto nº 8.821, de 30 de dezembro de 1882.
Considerando-se a evolução brasileira na área comercial adveio o Decreto Lei 2.627 de 26 de setembro de 1940, portanto, 90 anos posterior ao Código Comercial, que em seu corpo regulamentou com extrema eficiência o funcionamento das sociedades anônimas no Brasil, inclusive as estrangeiras que aqui se instalassem.
Apesar da eficiência do referido decreto, denotou-se falhas quanto à proteção dos acionistas minoritários, motivo pelo qual foi parcialmente revogada pela edição da Lei 6.404, de 15 de dezembro de 1976, que vigora até hoje regulando as sociedades anônimas no Brasil.
Assim, as companhias ou sociedades anônimas brasileiras ou instaladas no Brasil, são regidas pela Lei especial, 6.404, de 15 de dezembro de 1976 e suas alterações, e pelo Código Civil brasileiro, em seus artigos 982, 1.088, 1.089 e 1.160, na omissão da Lei especial, ou seja: de forma supletiva.
CONCEITO DE S.A.
O conceito de sociedades anônimas assim vem prescrito no artigo 2º da lei 6.404/76:
"Art. 1º A companhia ousociedade anônima terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas."
"A sociedade anônima, também referida pela expressão "companhia", é a sociedade empresária com capital social dividido em ações, espécies de valor mobiliário, na qual os sócios, chamados acionistas respondem pelas obrigações sociais até o limite do preço de emissão das ações que possuem.”.
NATUREZA JURÍDICA DA S.A.
É uma sociedade empresária, qualquer que seja seu objeto social, conforme preconiza o art. 2º, § 1º, da Lei 6.404/76. Como assevera Rubens Requião: “Modernamente se dirá, em face das disposições do novo Código Civil, que a natureza da sociedade anônima será sempre empresarial, para afastar dela as atividades intelectuais, artísticas, científicas, literárias, beneficentes, altruísticas etc.”.
Ainda, segundo o mesmo autor: “As expressões sociedade anônima e companhia são equivalentes.” (negritamos).
CARACTERÍSTICAS DA S.A.
4.1 Capital Social Dividido em Ações
Toda sociedade anônima tem seu capital dividido em ações, pois se assim não for, não pode ser denominada sociedade anônima. 
Isso quer dizer que a partir da constituição de uma sociedade anônima, que obrigatoriamente deve ser de duas ou mais pessoas, o capital social é divido em frações, com a participação de qualquer pessoa da sociedade, que contribui para a formação do capital da empresa. As pessoas participantes de sociedade anônima são chamadas de acionistas.
Ainda quanto à divisão do capital social: 
É uma sociedade de capitais. Nelas o que importa é a aglutinação de capitais, e não a pessoa dos acionistas, inexistindo o chamado intuito personae característico das sociedades de pessoas;
Divisão do capital em partes iguais, em regra, de igual valor nominal – ações. É na ação que se materializa a participação do acionista.
4.2 Responsabilidade Limitada dos Sócios
Cada acionista responde civilmente na sociedade de acordo com a sua participação, ou seja, pelas ações adquiridas ou subscritas no capital social.
Assim a responsabilidade do acionista é limitada apenas ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Isso significa dizer que uma vez integralizada a ação o acionista não terá mais nenhuma responsabilidade adicional, nem mesmo em caso de falência, quando somente será atingido o patrimônio da companhia.
“EXECUÇÃO. FALÊNCIA. SOCIEDADE ANÔNIMA. SÓCIO MINORITÁRIO. AUSÊNCIA DE PODERES. RESPONSABILIDADE. Decretada a falência da empresa devedora, a execução nesta Justiça Especializada somente pode ser direcionada ao administrador ou controlador, com poderes de gestão, no caso de atos praticados em desacordo com a lei ou com abuso do poder. O sócio minoritário, não participando da administração, não pode ser responsabilizado. Inteligência do art. 117 e 158, da Lei 6.404/76. Agravo de Petição da executada ao qual se dá provimento. (TRT-2 - AGVPET: 189000420055020 SP 00189000420055020316 A20, Relator: SIDNEI ALVES TEIXEIRA, Data de Julgamento: 23/10/2013, 8ª TURMA, Data de Publicação: 29/10/2013)”.
“É possível que a sociedade venha a emitir ações com valor de mercado superior ao da fração nominal do capital social que ela representa. Ao se referir, assim, ao ‘preço de emissão’ e não ao ‘valor das ações subscritas ou adquiridas’, a lei atual foi, na verdade, mais precisa e realista.” (REQUIÃO. 2013)
Objeto com fim Lucrativo
Quanto ao objeto da sociedade anônima pode ser qualquer ramo de atividade, contanto que tenha fim lucrativo e segundo José Maria Rocha Filho, não deve ser "contrário à lei, à ordem pública e aos bons costumes". Assim sendo, esse tipo de sociedade tende visar lucros, cujos lucros são distribuídos entre os acionistas de acordo com a participação de cada um no capital social da sociedade.
O nome empresarial deverá ser somente Denominação Social
A teor do que menciona o artigo 3º e seus parágrafos, da atual lei vigente, a sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade anônima". 
Peculiaridades de Certas Sociedades Anônimas
Empresa Comercial Exportadora (Trade Company): Essa empresa em nada se difere da sociedade anônima a não ser pelo seu objeto. Ganha essa denominação em razão de legislação especial que estimula sua criação, em vista do interesse do Estado.
Sociedades de Economia Mista: Espécie de sociedade anônima, onde os capitais públicos se aliam ao capital particular, para a promoção do objeto social de maior interesse público. As sociedades anônimas de economia mista, como as companhias em geral, podem ser abertas ou fechadas. Sendo abertas, estão sujeitas também às normas expedidas pela CVM. Mas essas companhias dependem, na sua constituição, de prévia autorização legislativa para sua criação.
Sociedades Anônimas Dependentes de Autorização Governamental: A lei brasileira, manteve, mesmo adotando o regime da plena liberdade, concomitamente o sistema autorizativo, aplicável a certas sociedades cuja atividade, pela sua importância e gravidade, importa à segurança e ao interesse público.
Sociedades Brasileiras: As sociedades brasileiras que, por lei especial, forem dependentes de autorização para funcionar, solicitá-la-ão ao Governo Federal, que é o poder competente para conceder essa altorização.
Empresas Estrangeiras: As sociedades anônimas determinam-se pela sede de sua administração situada no país e pela sua organização, na conformidade da lei brasileira. As sociedades anônimas que assim não se constituírem são consideradas estrangeiras, e dependem de autorização do Governo Federal para exercer atividade no Brasil, através de suas filiais ou sucursais.
RESPONSABILIDADE DOS SÓCIOS.
Como acima exposto, a responsabilidade do acionista é limitada apenas ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. Portanto, os acionistas só respondem LIMITADAMENTE pela integralização (pagamento) de suas próprias Ações, e mesmo se algum outro sócio não integralizar as suas, este primeiro não terá que fazê-lo, pois o elemento SOLIDARIEDADE não existe na caracterização desta Sociedade.
ANÁLISE COMPARATIVA  SOCIEDADE LIMITADA DO CÓDIGO CIVIL.
Quanto à responsabilidade: é limitada em ambas as sociedades Na sociedade limitada, a responsabilidade é limitada pela quota de cada sócio, existindo ainda a solidariedade destes pela integralização do capital social da sociedade. Já na sociedade anônima, como vimos, os acionistas só respondem limitadamente pela integralização (pagamento) de suas próprias ações, inexistindo a responsabilidade solidária dos sócios pela não integralização do capital social da S.A.
Quanto à contratualidade: O verdadeiro significado da contratualidade na sociedade limitada é que há possibilidade dos sócios se relacionarem e “poder pautar-se nas disposições de vontade (...), sem os rigores ou balizamentos próprios do regime legal da sociedade anônima” (COELHO, Fábio Ulhoa, Manual de Direito Comercial, De acordo com a nova Lei de Falências, 17º edição, revista e atualizada, São Paulo: Saraiva, 2006). Diferente da anônima, na sociedade limitada “a margem de negociações entre os sócios é maior” (ibidem, p.153).
Quanto ao capital social: Dividido em ações, na S.A. que terão natureza de título crédito, o que distingue completamente do capital social de uma limitada, que é dividido em quotas iguais ou desiguais, não possuindo natureza de título de crédito.
Caso o capital social da S.A seja integralizado em bem, estes deverão ser passiveis de transmissão. A aferição do valor econômico dos bens integralizado em uma sociedade anônima será bem apurada, de forma que se busque o verdadeiro valor econômico deste. Na sociedade limitada, basta que os sócios “atribuem um valor que pelos demais é simplesmente aceito” (REQUIÃO, Rubens, Curso de Direito Comercial, De acordo com a Lei n. 11.101, de 9-02-2005 (nova Lei de Falências), 1º volume, 26º edição, São Paulo: Saraiva, 2006).
Quanto ao nomeempresarial: Denominação, na S.A, acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade anônima". Pode ter o nome do acionista fundador ou de qualquer outra pessoa que de qualquer modo tenha contribuído para o êxito da empresa. Na sociedade limitada pode ser firma ou denominação.
Quanto ao Conselho Fiscal: O conselho fiscal de uma sociedade limitada é facultativo (art.1066 CC), enquanto que na S.A é obrigatório (embora, seu funcionamento seja facultativo, cabendo a previsão no respectivo Estatuto). O conselho fiscal da S.A. será composto de no mínimo três membros, assim como na sociedade limitada, porém o legislador limitou a composição da sociedade anônima a cinco membros e os suplentes em igual número (art.161, § 1º, da Lei nº. 6.404/76).
SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES
A sociedade em comandita por ações é uma sociedade empresária que tem natureza híbrida com características tanto das sociedades em comandita simples como das sociedades anônimas. Não tem natureza contratual, mas sim institucional. A sua característica principal é o fato de ter o seu capital divido em ações como acontece com as sociedades anônimas, porém, têm responsabilidade ilimitada os acionistas que ocupam as funções de administradores ou gerentes.
O direito aplicável às sociedades anônimas é aplicável às sociedades em comandita por ações de forma subsidiária; assim, por exemplo, elas podem operar sob firma ou denominação, sendo que, caso se utilize da firma, dela somente poderão fazer parte os nomes dos acionistas com responsabilidade ilimitada e sempre, seja firma ou denominação, deverão vir acompanhadas da expressão “em comandita por ações” ou “sociedade em comandita por ações”.
 As sociedades em comandita por ações não possuem Conselho de Administração, assim, somente os acionistas poderão ser administradores ou gerentes; e em virtude da responsabilidade ilimitada deles, nenhuma modificação no estatuto social em relação a alguns assuntos como aumento ou diminuição do capital social, prorrogação do prazo de duração da sociedade ou mudança do seu objeto, a criação de debêntures ou partes beneficiárias poderão ser implementadas sem que haja o consentimento expresso dos administradores. Além disso, é de se ressaltar que os administradores serão nomeados no estatuto e por tempo indeterminado e somente poderão ser destituídos por deliberação dos administradores que somarem no mínimo dois terços do capital social.
As sociedades em comandita por ações, encontram sua regulamentação atual tanto no Código Civil, quanto na Lei das Sociedades por ações. Os dois diplomas legais devem ser estudados em harmonia, de forma a se completarem. Aliás é o que diz o art. 1090 do Código Civil, ao estabelecer que a essas sociedades dever-se-ia aplicar as regras das sociedades anônimas, sem prejuízo das modificações perpetradas pelo Código Civil. Diz o artigo:
“Art. 1090 – A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, sem prejuízo das modificações constantes desse capítulo, e opera sob firma ou denominação”
Quanto ao nome, o dispositivo é complementado pelo art. 1161 que estabelece que a sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão “comandita por ações”. De fato, o art. 281 da Lei 6.404 explica de forma mais detalhada. A sociedade em comandita por ações, segundo o dispositivo, poderá utilizar tanto a firma quanto a razão social, da qual somente fará parte os nomes dos sócios diretores ou gerentes; e nesse caso, ficam ilimitada e solidariamente, responsáveis pelas obrigações sociais. Em qualquer caso, a denominação ou firma deverá vir acompanhada das palavras “Comandita por ações”, por extenso ou abreviadamente.
A firma é o nome a ser utilizado pelas sociedades empresariais que possuem sócios com responsabilidade ilimitada, e é exatamente por isso que as sociedades em comandita por ações pode utilizá-lo, pois possuem responsabilidade ilimitada os sócios que exercem funções de diretores ou gerentes.
Já a denominação é uma expressão qualquer que as sociedades podem utilizar; contudo, no presente caso, essa expressão deve ser designativa do objeto social e da expressão “comandita por ações”. Poderá ser um simples nome fantasia ou se constituir com o nome de alguns dos sócios ou de pessoas outras que se queira homenagear, como por exemplo, aquelas que trabalharam para o sucesso da empresa ou de eventuais fundadores.
Em resumo, segundo explica Fran Martins (2010:1160)
A sociedade em comandita por ações pode usar como nome social uma firma ou uma denominação ou nome de fantasia. Em qualquer caso, o nome social deve ser acrescido da expressão “sociedade em comandita por ações” ou simplesmente “comandita por ações”. E quando o nome social for uma firma, isto é, contiver nome de pessoas, seguido da expressão “comandita por ações”, esses nomes deverão ser apenas de sócios ou acionistas que sejam diretores ou gerentes. Tais acionistas, exercendo aquelas funções, assumiram, por disposição legal, responsabilidade subsidiária e ilimitada pelas obrigações sociais.
Em relação à nomeação dos administradores ou gerentes, trata do assunto, os artigos 1091 do Código Civil e 282 da Lei 4.604. Tais dispositivos afasta a possibilidade de um terceiro, estranho à sociedade, ser nomeado como administrador. Ambos estabelecem que apenas o acionista pode ser administrador da sociedade, e como diretor, conforme já mencionado em diversas passagens desse trabalho, responde solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais. Havendo mais de um diretor, serão solidariamente responsáveis. Os diretores devem ser nomeados no ato constitutivo da sociedade, sem limitação de tempo, e somente poderão ser destituídos por deliberação de acionistas que representem no mínimo dois terços do capital social, devendo, nesse caso, a deliberação, ser tomada em assembleia geral extraordinária. Ressalte-se que como entende a maioria da doutrina, poderão participar da deliberação para destituição dos diretores todos os acionistas, tenham eles ou não o direito ao exercício ordinário do voto, e não apenas aqueles que tenham ações nominativas.
Pode ocorrer, entretanto, de os diretores deixarem o encargo por outros motivos que não a destituição, como no caso de renúncia (deixar o cargo voluntariamente) ou incapacidade civil. Nesses casos ocorrerá a substituição dos diretores, cuja decisão poderá ser tomada com a maioria simples dos votos em assembleia geral extraordinária.
Em qualquer caso, sendo destituídos, ou por outra causa, exonerados, os diretores continuam, durante dois anos, responsáveis pelas obrigações sociais contraídas sob sua administração. Ressalte-se que a limitação de dois anos foi introduzida pelo § 3º do art. 1091 do Código Civil, já que o § 2º do art. 282 da lei 6.404 não estabelece limitação temporal dessa responsabilidade.
Pelo fato dos administradores possuírem responsabilidade ilimitada e solidária, a assembleia geral não pode, sem o consentimento deles, mudar o objeto social, prorrogar o prazo de duração da sociedade, aumentar ou diminuir o capital social, criar debêntures ou partes beneficiárias. Justifica-se essa exigência, pois tais alterações significa a ampliação da responsabilidade dos diretores ou gerentes, e por evidente, esse alargamento da responsabilidade pelas obrigações sociais não pode ocorrer sem o expresso consentimento dos obrigados.
Por fim, ressalte-se que por expressa vedação do art. 284 da lei 6.404 não se aplica às sociedades em comandita por ações o disposto naquela lei sobre Conselho de Administração, autorização estatutária sobre aumento de capital e emissão de bônus de subscrição.
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