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PATOLOGIA GERAL – BLOCO DAS DEGENERAÇÕES

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PATOLOGIA GERAL – BLOCO DAS DEGENERAÇÕES
1) Respostas celulares ao estresse e estímulos nocivos:
*a célula por estar sob a influência da programação genética do seu metabolismo, diferenciação e especialização; da limitação física das células vizinhas e da disponibilidade de substratos metabólicos possui uma variação muito limitada de sua função e estrutura
*no entanto ela é capaz de lidar com as exigências fisiológicas normais mantendo um padrão estável chamado de homeostasia
*estresses fisiológicos e estímulos nocivos podem desencadear adaptações celulares funcionais e morfológicas
*se os limites da resposta de adaptação celular são excedidos entra-se no estágio de lesão celular que inicialmente é reversível, basta remover o estímulo nocivo que a célula volta ao normal, mas se o estímulo persistir ou for severo a célula atinge um “ponto de não-retorno” e sofre lesão celular irreversível que vai culminar em morte celular
2) Adaptação celular ao crescimento e à diferenciação:
a) conceitos: *crescimento celular: é um mecanismo baseado na multiplicação e reposição das células resultante da ação coordenada de agentes estimuladores e inibidores da divisão celular (fatores de crescimento) *diferenciação celular: é a especialização morfológica e funcional das células resultante de controle genético durante a embriogênese
b) respostas de adaptação:
1.ATROFIA:
*conceito: redução no volume de uma célula pela perda de alguns de seus componentes estruturais o que conseqüentemente vai diminuir sua função e o tamanho do órgão como um todo
*tipos:
1.atrofia fisiológica: ocorre por exemplo na atrofia do ducto tireoglosso e da notocorda no período embrionário ou atrofia do útero pós-parto
2.patológica: depende da causa e pode ser localizada ou generalizada)
*causas:
1.diminuição da carga / atrofia por desuso: rápida diminuição do tamanho das células musculares quando um membro é imobilizado, o que volta ao normal com o fim da imobilização
2.perda da inervação / atrofia por desnervação: atrofia das fibras musculares inervadas por um conjunto de nervos que perderam sua função como por exemplo na poliomielite
3.diminuição do suprimento sanguíneo (isquemia):em idosos pela formação de placas de ateroma nos vasos sanguíneos da base do encéfalo ocorre redução do suprimento sanguíneo para o cérebro resultando em atrofia de suas células
4. nutrição inadequada: no marasmo (desnutrição protéico-calórica acentuada) ocorre uso das proteínas musculares como fonte de energia já que as demais reservas foram esgotadas causando atrofia muscular (caquexia) e na anorexia nervosa
5.perda da estimulação endócrina: perda estimulação estrogênica na menopausa resulta em atrofia fisiológica do endométrio, epitélio vaginal e seios
6.envelhecimento/atrofia senil: bem visível em tecidos com células permanentes como cérebro e coração
7.atrofia por compressão: um tumor benigno ao crescer pode causar atrofia dos tecidos circundantes devido a isquemia induzida por essa massa em expansão nesses tecidos
*mecanismo: aumento na degradação de proteínas pela via ubiquitina-proteossoma (as proteínas são conjugadas com a ubiquitina e depois degradas no proteossoma) ou pelo aumento acentuado de vacúolos autofágicos (degradam componentes celulares através de enzimas lisossomais, mas os fragmentos celulares que resistem à digestão permanecem como vacúolos residuais dentro da célula como os grânulos de lipofuscina que dão ao tecido uma coloração acastanhada e são indicativos de atrofia)
2.HIPERPLASIA:
*conceito: aumento do número de células pelo aumento dos processos de divisão celular
*tipos:
1. hiperplasia fisiológica:
*hormonalaumenta a capacidade funcional de um tecido quando é necessário
Ex: aumento das mamas e úteros na gestação
*compensatória aumento da massa tecidual após um dano ou ressecção parcial,
Ex: fígado após hepatectomia parcial, rim após nefrectomia unilateral ou testículo após orquiectomia unilateral)
2.hiperplasia patológica: causada pela estimulação excessiva das células-alvo por hormônios ou fatores de crescimento que apesar de ser um processo anormal permanece sob controle pois basta o estímulo hormonal ser eliminado que tudo volta ao normal;
Ex: hiperplasia endometrial onde há endométrio espessado com estruturas polipóides por excesso de estímulo estrogênico
Ex: hiperplasia nodular da próstata onde há aumento de maneira nodular do parênquima prostático por excesso de estímulo androgênico
*mecanismos: ↑produção local de fatores de crescimento ↑receptores para esses fatores de crescimento nas células ↑ativação de vias de sinalização intracelular ↑produção de fatores de transcrição ↑ativação de genes celulares ↑proliferação celular
3.HIPERTROFIA:
*conceito: aumento do volume das células sem que ocorra divisão celular devido ao aumento da síntese protéica, se deve a um aumento na demanda funcional ou por estímulos hormonais e que conseqüentemente vai aumentar o tamanho do órgão também
*tipos:
1. hipertrofia fisiológica:
Ex: fisioculturismohipertrofia muscular onde ocorre aumento no tamanho de cada fibra de forma que a carga seja distribuída por um número maior de componentes celulares e assim ao corra o risco de ser lesada.
Ex: aumento do útero e seios na gravidezo hormônio estrógeno estimula aumento da síntese protéica e leva ao aumento das células do útero na gravidez enquanto que a prolactina combinada com o estrógeno causam o mesmo nos seios na amamentação)
2. hipertrofia patológica:
Ex: músculo cardíaco se hipertrofia devido a uma sobrecarga hemodinâmica crônica causada pela hipertensão arterial ou por válvulas defeituosas)
*mecanismos:
1.ativação de genes que codificam fatores de transcrição (c-fos e c-jun), fatores de crescimento (TGF-β) a agentes vasoativos (agonistas α-adrenérgicos, endotelina-1 e angiotensina II)
2. mudança das proteínas contráteis da forma adulta para a forma fetal ou neonatal levando a uma contração mais lenta e que economiza energia
3. alguns genes que só se expressam durante as fases iniciais do desenvolvimento voltam a se expressar nas células hipertróficas e seus produtos participam da resposta celular ao estresse como por exemplo o gene para o FNA que se expressa nos átrios e ventrículos do feto mas com o nascimento ele passa a expressar apenas nos átrios mas na hipertrofia ele volta a se expressar nos ventrículos reduzindo a carga hemodinâmica
*desencadeadores da hipertrofia:
1.desencadeadores mecânicos: estiramento
2.desencadeadores tróficos: fatores de crescimento e agentes vasoativos que estimulam a expressão de vários genes levando a hipertrofia celular
*fatores limitantes da perpetuação da hipertrofia:
*suprimento vascular limitado para as células hipertofiadas
*diminuição da capacidade oxidativa da mitocôndria
*alterações na síntese e degradação de proteínas
*alterações do citoesqueleto
4.METAPLASIA:
*conceito: é uma alteração reversível na qual um tipo de tecido maduro é substituído por outro mais resistente mas da mesma linhagem embrionária devido a uma agressão crônica e a mais comum é a do epitélio colunar para o escamoso
*exemplos:
1. fumantes de longa data: traquéias e brônquios possuem epitélio cilíndrico que com as agressões vai sendo substituído por um epitélio pavimentoso resistente mas que perde a capacidade de secreção de muco.
2.cálculos nos ductos excretores das glândulas salivares, pâncreas ou ductos biliares: podem levar à substituição do epitélio colunar secretório normal pelo epitélio escamoso estratificado não-secretor
3.esôfago de Barret: o epitélio escamoso esofágico é substituído por células colunares semelhantes a células intestinais devido ao refluxo do suco gástrico.
*mecanismo:
1. é resultado de uma reprogramação de células tronco teciduais ou de células mesenquimatosas indiferenciadas presentes no tecido conjuntivo
2.ocorre por meio de sinais gerados por citocinas, fatores de crescimento e componentes da matriz extracelular
3) Causas das lesões celulares:
1.ausência de oxigênio:
*hipóxiadeficiência
de O2 causando lesão celular pela redução da respiração aeróbica oxidativa e pode ser decorrente de anemia, envenenamento por cianeto, insuficiência cardio-respiratória,etc
*anóxiaausência de suprimento de O2 para as células em virtude de afogamento ou pré-parto
*isquemia perda do suprimento sanguíneo em virtude da obstrução do fluxo arterial por trombos, êmbolos, aterosclerose ou compressão ou redução da drenagem de um tecido que resulta na deficiência de O2 e de nutrientes para o tecido como a glicose, logo a lesão celular é mais severa nesse caso
2.agentes físicos:
*mecânicos traumatismos *temperatura frio ou calor excessivos
*variações repentinas da pressão atmosférica *radiações ionizantes *corrente elétrica
3. agentes químicos:
*venenos tetracloreto de carbono e arsênio *drogas terapêuticas *drogas não-terapêuticas (álcool e narcóticos) *poluição(tabaco) *inseticidas
4.agentes biológicos:
*vírus e prions efeito citopático e oncogênico *bactérias *protozoários
5.mecanismos imunológicos:
*reação anafilática *doenças auto-imunes *repostas imunes humoral e celular normais também causam lesão celular
6.distúrbios genéticos:
*alterações gênicas, genômicas e cromossomiais *erros inatos do metabolismo
7. distúrbios nutricionais:
*avitaminosesescorbuto e xeroftalmia *anorexia nervosa *dislipidemias *má nutrição protéica não calóricamarasmo e kwashiokor
8.envelhecimento:
*relação com as doenças circulatórias (depósito de placas de ateroma é gradativo ao longo da idade)
4) Determinantes das lesões celulares:
1. a resposta celular a estímulos nocivos depende do tipo de lesão, de sua duração e gravidade
2.as conseqüências da lesão celular dependem do tipo, estado e grau de adaptação da célula danificada
3. as lesões celulares resultam de anormalidades funcionais e bioquímicas em um ou mais componentes celulares, assim, os alvos mais visados são: (1) fosforilação oxidativa (2) integridade das membranas celulares (3) síntese protéica (4) citoesqueleto (5) núcleo
5) Mecanismos das lesões celulares:
1.diminuição do ATP:
*causaslesões hipóxicas e químicas
*produção de ATP através da via aeróbia baseada na fosforilação oxidativa do ADP através da transferência de elétrons na mitocôndria ou através da via glicolítica anaeróbica que gera ATP a partir de glicose derivada de fluidos corporais ou de glicogênio
*conseqüências da diminuição de ATP:
a. redução da atividade da bomba de Na+/K+ e conseqüente entrada de água dentro da célula
b.alteração do metabolismo de energia: desvio para a via glicolítica anaeróbica e com isso os depósitos de glicogênio são consumidos rapidamente e ocorre produção de ácido lático que abaixa o PH que diminui a atividade de várias enzimas celulares
c. problemas na bomba de Ca+2 resultando na entrada desse íon que é nocivo para a célula
d. descolamento dos ribossomos do RER resultando em queda na síntese protéica e deposição de lipídeos dentro da célula
e.resposta das proteínas não-dobradas que pode acarretar morte celular
2.dano mitocondrial:
*causas aumento de cálcio no citossol, pelo estresse oxidativo, pela degradação de fosfolipídios pela via das fosfolipases A2 e da esfingomielina, etc
*conseqüências formação de um canal de alta condutância chamado de poro de transição da permeabilidade mitocondrial impedindo o potencial de prótons da mitocôndria ou pode ocorrer também um extravasamento do citocromo c no citossol que pode iniciar a via da apoptose
3.aumento do cálcio intracelular:
*causastoxinas e isquemia provocam influxo de cálcio pela membrana e liberação do cálcio retido na mitocôndria e no REL
*conseqüênciasaumento na permeabilidade não-específica da membrana e ativação de enzimas potencialmente deletérias como ATPases, fosfolipases, proteases e endonucleases
4.estresse oxidativo:
*as células produzem energia reduzindo o O2 em H2O mas durante esse processo são produzidas espécies reativas do oxigênio que são radicais livres bastante instáveis que lesam os lipídeos, as proteínas e os ácidos nucléicos
*o estresse oxidativo se deve a u desequilíbrio entre a síntese e a eliminação de radicas livres
*mecanismos de criação de radicais livres dentro da célula:
a. absorção de radiação ionizante: água ao absorver essa radiação pode produzir radicais hidroxila e hidrogênio
b. metabolismo enzimático de substâncias químicas exógenas ou drogas: CCl4 pode gerar CCl3 que é reativo
c. reações de oxi-redução normais da célula: produção de intermediários tóxicos como ânion superóxido, peróxido de hidrogênio e íon hidroxila
d. reações intracelulares com metais de transição
e. óxido nítrico produzido por várias células
*efeito dos radicais livres na lesão celular:
a. peroxidação lipídica das membranas plasmática e de organelas: radical livre (OH) ataca as duplas ligações dos lipídeos e com isso são produzidos peróxidos instáveis e reativos gerando uma reação em cadeia ou de propagação
b. modificação oxidativa das proteínas: os radicais livres promovem a oxidação da cadeia lateral dos aa, a formação de ligações cruzadas entre proteínas e oxidação da estrutura principal da proteína
c. lesões no DNA nuclear e mitocondrial
*mecanismos celulares de remoção dos radicais livres:
a. antioxidantes: bloqueiam a formação dos radicais ou os inativam como as vitaminas A e E
b. ligação dos radiais a proteínas de transporte e armazenamento (lactoferrina, transferrina, ferritina e ceruloplasmina)
c. enzimas eliminadoras de radicais livres (catalase, superóxido dismutases e glutatião peroxidase)
5. danos às membranas celulares:
a. disfunção mitocondrial: resulta na redução da síntese de fosfolipídios e acúmulo de ácidos graxos livres promovendo alterações na permeabilidade celular
b. perda dos fosfolipídios de membrana: pela ativação de fosfolipases endógenas em virtude de níveis aumentados de cálcio no citossol
c. danos ao citoesqueleto onde se ancoram as proteínas de membrana: pela ativação de proteases pelos níveis aumentado de cálcio no citossol
d. através de radicais livres
e. através de produtos da degradação de lipídeos
5) Tipos de lesão celular:
a) deposições intracelulares / alterações regressivas / degenerações / lesões reversíveis:
1. degeneração hidrópica / tumefação turva celular / degeneração vacuolar / edema celular:
a) definição: é o acúmulo de água no interior das células parenquimatosas (fígado, rim e coração)
b) causas:
a. hipóxia:
* os elétrons oriundos da metabolização da glicose vão passar pelos citocromos na cadeia transportadora de elétrons
*à medida que são carreados fazem com que os íons H+ passem pela membrana e fiquem no espaço entre membranas gerando uma f.e.m
*essa força impulsiona a enzima ATP sintetase a realizar a fosforilação oxidativa que une ADP com Pi formando ATP
*assim ↓O2 ↓ acepção final de O2 ↓f.e.m ↓produção de ATP ↓processos ATP-dependentes como divisão celular, síntese protéica, catabolismo e transporte ativo (bomba de Na+/K+)
*a bomba de Na+/K+ ATPásica garante o equilíbrio iônico celular mandando 3Na+ para o extra e 2 K+ para o intra
*logo na ↓O2 ↑Na+ dentro da célula ↑pressão oncótica ou coloidosmótica ↑influxo de cloreto e cálcio
*o cálcio é lesivo para a célula em altas concentrações pois inibe a fosforilação oxidativa diminuindo ainda mais o ATP
*o cálcio é guardado dentro da mitocôndria e do REL o que para manter o equilíbrio isosmótico provoca a entrada de água dentro da célula
b. lesão química: *cloreto *cianeto: inibe o complexo citocromo oxidase diminuindo a produção de ATP *agentes alquilantes e antibióticos: efeito citotóxico direto levando a acúmulo de água
c. desnutrição: falta de glicose implica em falta de ATP que leva a acúmulo de água
d. ATP sintetase diminuída: impede a ocorrência da fosforilação oxidativa diminuindo a produção de ATP levando a acúmulo de água
e. enterotoxinas de estafilococos
c) mecanismo: isquemia  hipóxia  ↓fosforilação oxidativa  ↓ATP 
1º) ↓bomba de Na/K ↑ influxo de Ca e H2O ↑tumefação celular, perda de microvilosidades, formação
de bolhas, aumento do RER, figuras mielínicas (membranas enoveladas sobre si mesmas retendo água) e floculações
2º) ↑ glicólise anaeróbica ↓ glicogênio ↓PH pela formação de ácido lático que causa piquinose do núcleo (condensação da cromatina)
3º) descolamento dos ribossomos; ↓ síntese protéica ↑ deposição de lipídios
2.degeneração gordurosa / esteatose:
a) definição: acúmulo anormal de lipídios dentro das células parenquimatosas (fígado principalmente por estar envolvido com o metabolismo de lipídios mas também no coração, rins e músculos
b) causas:
a. toxinas como o CCL4redução da síntese de apolipoproteínas
b. desnutrição protéicaredução da síntese de apolipoproteínas e aumento na mobilização de AG dos tecidos periféricos
c.diabetes melittusaltera o metabolismo de lipídeos
d. obesidade
e.hipóxiainibe a oxidação de lipídeos
f.alcoolismoaltera as funções mitocondriais e microssomais
c) metabolismo normal de lipídeos: *os AG livres do tecido adiposo ou provenientes da alimentação são transportados aos hepatócitos *ai são esterificados a TG, convertidos em fosfolipídeos ou colesterol, ou oxidados a corpos cetônicos
d) mecanismos: a. entrada excessiva de AG livres:
*aumento da ingestão de gordura e de álcoolacúmulo temporário de TG dentro da célula até formar lipoproteínas
*kwashiokor (aquele que vem antes do último)desbalanço protéico mas não calórico, ocorre em crianças que são desmamadas cedo porque a mãe vai ter outro filho e então passam a se alimentar de leite e farinha, levando a um excesso de carboidratos na dieta que são desviados para a formação de AG e a seguir TG que se acumula nas células
b. decréssimo na síntese protéica:
*devido a substâncias químicas como CCl4 que lesa o RER diminuindo a síntese protéica e o álcool que possui cetoaldeídos que causam lesão mitocondrial diminuindo a síntese de ATP levando a acúmulo de gordura dentro da célula
c. diminuição da oxidação de AG:
*diminuição da oxidação ocasiona aumento da esterficação de AG a TG que se acumula dentro da célula
d. aumento na esterificação de AG:
*excesso de álcool que aumenta a esterificação de AG a TG que se acumula
e. obstáculo na liberação das lipoproteínas:
* álcool impede a ligação do TG com as apoproteínas impedindo a formação de lipoproteínas
*tipos de morte celular:
1º) necrose: *definição: é o conjunto de alterações morfológicas que ocorrem na célula após a morte celular em um tecido vivo que resulta da desnaturação de proteínas intracelulares e da digestão enzimática da célula a partir de enzimas, há perda de integridade das membranas e ocorre uma reação inflamatória
2º) apoptose: *definição: é a via de morte celular induzida por um programa intracelular regulado que ativa enzimas que degradam o DNA nuclear e as proteínas citoplasmáticas, mas a célula morta é fagocitada antes que seu conteúdo extravase e com isso não é desencadeada uma reação inflamatória
*causas fisiológicas: a. destruição programada de células durante a embriogênese b. involução dependente de hormônios nos adultos (colapso endometrial, atresia folicular ovariana, regressão da mama lactante) c. eliminação celular em populações celulares em proliferação (cripta intestinal) d. morte de células de defesa que já atuaram como os neutrófilos na resposta inflamatória aguda e. eliminação de linfócitos auto-reativos f. morte celular induzida pelas células TCD8+
*causas patológicas:
a.morte celular por estímulos nocivos (radiação, drogas, calor, hipóxia)
b.morte celular em doenças virais (hepatite)
c. atrofia patológica de órgãos após obstrução ductal (rins, pâncreas e parótida)
d. morte celular nos tumores
*morfologia:
*encolhimento celularcitoplasma denso pela destruição de proteínas e organelas agrupadas
*condensação da cromatinase agrega na periferia sob a membrana nuclear
*formação de bolhas citoplasmáticas e em seguida corpos apoptóticos contendo as organelas
*fagocitose das células por macrófagos através de suas enzimas lisossomais
*tecido é substituído por outro normal
*mecanismos da apoptose:
*fase de ativação: na qual as enzimas caspases se tornam cataliticamente ativas que segue duas vias distintas, uma extrínseca iniciada por receptores e uma intrínseca iniciada na mitocôndria
*fase efetora: enzimas atuam provocando a morte celular
*sinais indutores de apoptose:
*ausência de fatores de crescimento ou de hormônios
*ação específica de receptores do fator de necrose tumoral
*ação de agentes nocivos como radiação ou quimioterápicos que atuam a nível nuclear
*via atuação de linfócitos T CD8+ na resposta imune celular
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ADAPTACAO CELULAR
Adaptações celulares de crescimento e diferenciação
A célula deve, constantemente, se adaptar a possíveis mudanças ocorridas em seu meio. As adaptações fisiológicas costumam representar respostas celulares a estímulos normais de hormônios ou substâncias químicas endógenas. As adaptações patológicas têm, basicamente, o mesmo mecanismo, mas o principal objetivo é permitir que a célula tenha como sobreviver às lesões ocorridas.
Há inúmeros tipos de adaptação celular, como os que envolvem mecanismos de up ou down-regulation de receptores de células específicas, os associados com a indução de novas proteínas pelas células, ou os que envolvem a troca da produção de um tipo de proteínas por outro.
Aqui, consideraremos as adaptações de crescimento e de diferenciação celular que são importantes em condições patológicas. São elas: atrofia, hipertrofia, hiperplasia, metaplasia e displasia.
ATROFIA: diminuição do tamanho celular pela perda de substância. Dá-se início como uma hipotrofia, e quando um número suficiente de células está envolvido, todo o tecido ou órgão diminui consideravelmente de tamanho, e se torna atrófico. Há diferentes causas de atrofia:
a) diminuição da carga de trabalho
b) perda da inervação
c) diminuição do suprimento sangüíneo
d) nutrição inadequada
e) perda de estímulo endócrino
f) idade
Alguns dos estímulos são fisiológicos, como a perda de estímulo endócrino após a menopausa; outros, porém, são indiscutivelmente patológicos, como a perda de nervos.
As mudanças celulares são idênticas como um todo, e representam uma retirada da célula para um tamanho menor, desde que a célula ainda seja capaz de sobreviver. É então alcançado um novo equilíbrio. Assim, podemos dizer que a célula apresenta sua função diminuída, mas não está morta.
A atrofia representa uma redução dos componentes estruturais da célula, contendo então menor quantidade de mitocôndrias, retículo endoplasmático, etc.. Os mecanismos bioquímicos não são claros, mas podem ser tanto por diminuição da síntese de proteínas ou por aumento do catabolismo, ou pelos dois fatores juntos.
Muitos casos de atrofia são acompanhados por um aumento do número de vacúolos autofágicos, que contêm fragmentos de componentes celulares e são destinados a destruição por ação de lisossomos. Os restos celulares dos vacúolos podem resistir à digestão celular, e permanecer como corpos residuais que, se em grande quantidade, dão uma coloração amarronzada ao tecido.
Naturalmente, um tecido atrófico pode regredir muito e levar a célula à morte. As células atróficas são repostas por tecido conjuntivo e adiposo.
HIPERTROFIA: aumento do tamanho celular com conseqüente aumento do tamanho do órgão. Assim, podemos dizer que o tecido hipertrófico não tem novas células, mas apenas células maiores; este aumento no tamanho celular é devido a uma maior síntese de componentes estruturais.
A hipertrofia pode ser fisiológica ou patológica, sendo causada por um aumento da demanda funcional ou por estímulo hormonal específico. Um exemplo típico de hipertrofia fisiológica é o crescimento uterino na gestação, quando ocorre também hiperplasia (explicado a seguir).
Como exemplo de causa patológica, temos a miocardiopatia hipertrófica causada por hipertensão arterial, talvez pelo fato de o músculo cardíaco (assim
como o músculo esquelético) não ser capaz de atender à demanda metabólica por aumento do número de células.
Assim como na atrofia, o aumento dos componentes estruturais leva a célula a alcançar um novo equilíbrio. Também pode ocorrer hipertrofia de organelas individualmente, como no caso de hipertrofia do retículo endoplasmático liso.
HIPERPLASIA: aumento do número de células de um tecido ou órgão, que pode então aumentar de volume. Muito comumente a hipertrofia e a hiperplasia ocorrem ao mesmo tempo.
Os tecidos têm capacidade diferenciada de sofrer hiperplasia. Dentre os que apresentam maior capacidade temos: epiderme, epitélio intestinal, hepatócitos, fibroblastos e células da medula óssea. Os que apresentam menor capacidade são: células nervosas, músculos cardíaco e esquelético; e os intermediários são: ossos, cartilagens e músculo liso.
A hiperplasia fisiológica é vista principalmente como hormonal (proliferação do epitélio glandular da glândula mamária na puberdade e gravidez, e no útero gravídico) e como hiperplasia compensatória (hepatectomia parcial). Entretanto, neste caso (compensatória) há uma regeneração do fígado sem aumento apreciável do tamanho do órgão ou função anormal; o mesmo acontece com a epiderme.
A maioria das formas de hiperplasia patológica são exemplos de estímulo hormonal em excesso ou são efeitos de fatores de crescimento em células alvo. Em casos onde o equilíbrio entre estrogênio e progesterona está anormal, pode haver um aumento considerável de um dos hormônios gerando uma hiperplasia das glândulas endometriais; isto pode ser uma importante causa de dismenorréia. Outra hiperplasia comum é a resposta de tecidos conjuntivos na cura de feridas, havendo proliferação de fibroblastos e vasos sangüíneos.
METAPLASIA: mudança reversível de um tipo de célula adulta (epitelial ou mesenquimal) por outro tipo de célula também adulta. Pode também representar uma substituição adaptativa de uma célula mais sensível por uma célula mais resistente.
Um exemplo típico é a metaplasia escamosa (epitélio colunar ciliado normal passa a epitélio estratificado escamoso), que ocorre no trato respiratório em resposta à irritação crônica. Porém, apesar de as novas células serem capazes de sobreviver, um outro mecanismo de defesa é perdido, a secreção de muco. Isto torna esta adaptação um processo indesejado; se o estímulo que estiver levando à metaplasia persistir, pode levar ao surgimento de câncer.
DISPLASIA: desenvolvimento e maturação desordenados, envolvendo o tamanho da célula, a forma e a organização. Não é um processo de adaptação, mas como é bem similar à hiperplasia será considerado como tal; é também conhecido como hiperplasia atípica.
A displasia epitelial se apresenta como uma perda da orientação normal de uma célula epitelial para outra, havendo alterações do tamanho e forma celular e nuclear; muito comum, por exemplo, no cérvix uterino. Tanto o caso de displasia do cérvix como o caso de displasia do trato respiratório, são importantes precursores do câncer. Mas atenção, não necessariamente toda displasia evolui para câncer. As mudanças podem ser reversíveis, e o epitélio pode voltar ao normal.
Resumo: Há diversas maneiras de a célula se adaptar a mudanças em seu meio. Essas adaptações podem ser fisiológicas ou patológicas, envolvendo mecanismos distintos.
Os principais tipos de adaptação celular patológica são de crescimento e diferenciação, e serão considerados a seguir: atrofia (perda de substância celular), hipertrofia (aumento do tamanho celular), hiperplasia (aumento do número de células), metaplasia (mudança do tipo celular), e displasia (desenvolvimento e maturação celular desordenados).
Dicas: Hipertrofia (aumento do tamanho das células) e hiperplasia (aumento do número de células) são diferentes processos de adaptação celular; porém, muitas vezes ocorrem concomitantemente, como no caso do útero gravídico
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Adaptação Celular: Adaptação:“Ajustamento de um organismo, particularmente do homem, às condições do meio ambiente”. A transpiração é uma adaptação ao calor.
Processos de adaptação celular (fisiológicos ou patológicos)
Hipertrofia:
-É o aumento do tamanho das células e conseqüentemente do tecido ou órgão.
-É causada por demanda funcional maior ou estimulação funcional(células musculares).
-Ex:fibras musculares estriadas cardíacas e esqueléticas aumentam o tamanho quando estimuladas por maior demanda (halterofilista, coração de hipertensos ou com valvulopatias - Peso normal do coração é 350g, atingindo 700-800g). Na gravidez o útero sofre concomitantemente hipertrofia e hiperplasia das células musculares lisas pelos hormônios estrogênicos.
Hiperplasia:
-É o crescimento de um tecido ou órgão pelo aumento do número de células.
-Ocorre em células com capacidade de mitose, quando estimuladas para maior atividade (células lábeis e estáveis);
-Regride quando cessado o estímulo ¹ Neoplasias.
-Hiperplasia Hormonal – proliferação do epitélio glandular da mama na puberdade e gravidez. Aumento do útero na gravidez. Ciclo menstrual há hiperplasia das glândulas endometriais.
-Hiperplasia Compensatória Como na regeneração hepática que ocorre após a hepatectomia parcial. “Prometeu (robou o fogo dos deuses e trouxe aos mortais) foi preso a uma montanha, o seu fígado era diariamente devorado por abutres, e se regenerava a cada noite”. No rato a regeneração hepática ocorre após 2 semanas com remoção de 2/3 da massa hepática. Remoção de um rim o outro sofre hiperplasia.
-Hiperplasia Nodular– Pode ocorre hiperplasia de um órgão na forma de nódulos, podendo ser considerado um processo patológico. Ex. Hiperplasia Nodular Benigna da Próstata, tireóide (bócio), adrenal e mama.
Metaplasia:
-É a tranformação de uma célula ou tecido em outro com características diferentes. Pode ser considerada uma adaptação a estímulos diversos.
-Ocorre nas vias respiratórias (fumo – irritação crônica), espitélio pseudoestratificado ciliado se transforma em epitélio escamoso; Cálculos dos ductos excretores das glândulas salivares, pâncreas ou vias biliares podem causar a substituição do epitélio colunar por escamoso; Na bexiga, a presença de cálculo estimula o epitélio de transição (células cuboidais) a se tornarem escamosas.A metaplasia escamosa pode favorecer a formação de carcinomas.
-É menos comum nas células mesenquimais(Ex. fibroblastos se transformam em osteoclastos – metaplasia óssea)
Displasia:(formação anormal, mal formado, desenvolvimento desordenado)
-São alterações citológicas atípicas no tamanho e forma das estruturas celulares.
-É comum no epitélio do cervix uterino, no carcinoma “in situ”. As células basais sofrem hiperplasia, com maturação desorganizada das células nas camadas mais superficiais. Estas alterações são consideradas como precursoras do carcinoma. Displasia também ocorre no epitélio metaplásico das vias respiratórias devido ao tabagismo.
-As displasias são consideradas como alterações pré-cancerosas.Há perda da arquitetura do tecido epitelial e da uniformidade das células.
Anaplasia:
-Reversão da célula a sua forma mias primitiva e indiferenciada.Anaplasia é o termo usado para células cancerosas que não sofreram diferenciação a partir das células que se originaram.
Neoplasia (crescimento novo):
-Crescimento celular desordenado e autônomo, sem finalidade biológica.
-Podem ser benignas ou malignas.
-Originam-se nos mais diversos órgãos e tecidos.
-Geralmente de origem multifatorial.
Agenesia:
-Ausência de formação de um órgão ou tecido.Ex. Agenesia dentária.
Aplasia:
-Formação rudimentar de um órgão (atrofia congênita).Usado às vezes como sinônimo de agenesia.
Hipoplasia:
-Formação deficiente de um órgão ou tecido que pode ou não funcionar. Hipoplasia de esmalte.
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Estudo Dirigido - Patologia
1- O que são acúmulos intracelulares?
Acúmulo intracelular é o armazenamento de quantidades anormais de substâncias no citoplasma (freqüentemente dentro dos lisossomos) ou no núcleo da célula. Estas substâncias podem ser um constituinte celular normal em excesso (água, lipídeos, proteínas e carboidratos), uma substância exógena anormal (minerais ou um produto de metabolismo anormal), um pigmento ou produtos de processos infecciosos. O acúmulo pode ser temporário ou permanente, inofensivo ou tóxico, no citoplasma ou no núcleo, por uma produção de substância anormal ou por estoque de produtos de processos patológicos produzidos em outras partes do corpo.
2- Cite as substâncias que podem se acumular nas células, correlacionando-as com os aspectos morfológicos (macro e microscópicos) dos órgãos e com as possíveis causas para esses acúmulos.
O acúmulo pode ser justificado de várias formas, como: produção de uma substância endógena normal com um metabolismo inadequado para removê-la, de acordo com a sua velocidade de produção; defeito enzimático genético impedindo metabolismo de uma substância endógena seja ela normal ou anormal; e ausência de maquinaria adequada de enzimas para degradar uma substância exógena normal.As substâncias que podem ser acumuladas nas células são:Lipídios:
-Proteínas -Pigmentos: -Água
3- Explique a fisiopatologia de cada um desses acúmulos.
- Gordura: o citoplasma das células não está preparado para acumular gorduras em seu interior. Os dois órgãos onde há maior depósito são: o fígado e o coração. No primeiro, ocorre uma entrada excessiva de ácidos graxos livres, diminuição da conversão de triglicerídios em lipídios, produção excessiva de ácidos graxos com sua esterificação em triglicerídios. Já no segundo, os ácidos graxos não conseguem entrar na mitocôndria para serem metabolizados (inibição da carnitina). A ocorrência destas alterações apresenta diversas causas, entre elas hipóxia, desnutrição, ingestão de álcool, corticoesteróides e tetracloreto de carbono;
- Proteína: acumula-se principalmente nos túbulos proximais renais, nos plasmócitos, coração e nas células hepáticas. No primeiro, observam-se gotículas de reabsorção, características de doenças renais associadas à perda de proteínas na urina. Estas proteínas perdidas são reabsorvidas pelas células epiteliais do túbulo contornado proximal, causando um acúmulo protéico. No segundo caso, o retículo endoplasmático dos plasmócitos participantes na síntese ativa de imunoglobulinas pode ficar muito distendido, gerando corpúsculos de Russel. No terceiro, as bactérias liberam endotoxinas que degeneram a hialina das fibras musculares causando desintegração dos microfilamentos, resultando em acúmulo de proteína. Já no último, existe problema de transporte e desdobramento protéico ocasionados pela ausência de AAT, gerando acúmulo protéico no citoplasma. Suas causa mais comuns são: doença autossômica dominante, consumo de álcool, doença renal, acúmulo de acidófilos;
- Glicose/glicogênio: seu acúmulo ocorre em virtude de alterações no metabolismo de um dos dois nutrientes ou ainda pelas glicogenoses. As enzimas participantes deste processo se encontram deficientes. As principais causas estão associadas ao Diabetes mellitus, as doenças genéticas deficitárias de enzimas atuantes no metabolismo do glicogênio, deficiência de a -1,4 –glicosidase.
- Pigmentos: no caso dos pigmentos exógenos, como carvão e tatuagem, eles são fagocitados pelos macrófagos no local de absorção. Os pigmentos endógenos, sintetizados pelo próprio organismo, são a lipofucsina, a melanina, a hemossiderina e a bilirrubina. A lipofucsina é derivada da peroxidação lipídica ou de lesões por radicais livres. A melanina é derivada da oxidação da tirosina a diidroxifenilalanina pela tirosinase dos melanócitos. A hemossiderina constitui-se de agregado de ferritina, forma de estocagem do ferro, quando há excesso de ferro na circulação.
-Água:as lesões reversíveis formadas pelo acúmulo de água são freqüentes. Para que elas sejam formadas é necessário que haja um desequilíbrio hidroeletrolítico..

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