Buscar

Considerações A Teoria da Norma Jurídica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 8 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Considerações 
 Dimitri Dimoulis - Manual de Introdução ao Estudo do Direito 
Teoria da Norma Jurídica (Lição 6) 
 
A norma jurídica é uma norma de caráter imperativo. Toda norma 
jurídica estabelece uma “dever ser”. 
 - “O certo é que toda norma enuncia algo que deve ser, em virtude 
de ter sido reconhecido um valor como razão determinada de um 
comportamento declarado obrigatório”. 
 Miguel Reale 
Obs: acredito que o dever ser está diretamente relacionado ao caráter 
hipotético e imputador da norma. 
 - A norma imperativa pode ser desrespeitada; o desrespeito pode causar uma 
reação ou permanecer sem consequência - 
 
Para Reale a norma jurídica não é somente proposta por caráter 
hipotético, pois há normas que não lidam diretamente com uma 
hipótese, mas a um fato que ainda assim deve ser constituído. 
Ex: Art. 18-§1º, pode ser interpretada por: se uma cidade for Brasília, deverá 
ser capital federal. 
 
 Definição de norma: norma jurídica é uma proposição de 
linguagem incluída nas fontes do direito válidas em determinado 
espaço (texto de norma); seu significado é fixado pela 
interpretação jurídica; a norma jurídica regulamenta o 
comportamento social de forma imperativa, estabelecendo 
proibições e permissões. Na maioria dos casos, o descumprimento 
da norma está associado a sanção a sanção negativa. 
 Sobre a verdade/validade normativa 
Muitas vezes o ser ira contrariar o dever ser da norma, mas ainda 
assim, essa não pode ser considerada falsa ou invalida. Mesmo após 
milhões de furtos e homicídios, a lei portal continua válida 
enquanto norma. Uma norma só pode ser válida se positivada for 
no direito vigente. Ou seja, no ordenamento jurídico. 
Kelsen: “ A lógica ensina que não é possível avaliar a verdade de uma norma, 
porque o dever ser é independente do ser. Nenhuma dos dois pode ser 
deduzido do outro. ” 
 
 Contrafacticidade 
Segundo Dimoulis, as normas jurídicas são contrárias aos fatos reais 
em quatro sentidos: 
1. - Porque o dever ser é válido ainda que seja contrário ao ser. Ou 
seja, quando sua validade persiste mesmo quando a norma 
contraria a realidade. 
2. - Porque exprime um dever ser que objetiva mudar a realidade 
social; ex: igualdade dos sexos, proibição do trabalho infantil. 
3. - Porque manifestam a vontade de manutenção da atual situação – 
instituições políticas, relações sociais e das posições dos 
indivíduos. No entanto, o objetivo dessa norma é impedir 
mudanças na alteração da organização social 
4. - Porque seus mandamentos valem mesmo quando contrariam a 
lógica e o seno comum; ex: sobre as ficções jurídicas impõem 
considerar como verdadeiro algo que não é. 
 
 Classificação das normas jurídicas 
Dimitri Dimoulis classifica as espécies de norma jurídica sobre nove 
critérios de classificação. Tratando dos critérios do destinatário, do 
modo de enunciação, da forma de prescrição, da forma de sanção, 
do âmbito de aplicação, das consequências, da densidade 
normativa, da função e do modo de aplicação de cada norma. 
Espécies de normas jurídicas: 
 Destinatários: Toda norma jurídica refere-se ao ser humano, 
ainda que seja uma lei sobre fauna, flora ou animais e estas 
remetem ao comportamento humano sobre as tais. A norma tem 
uma prescrição (imposição ou recomendação feita a alguém – 
proibição, permitir e obrigar) caracterizada por uma descrição 
(nesta, tem-se identificado os destinatários da norma) variam 
conforme o tipo de norma. 
Referindo-se aos seres humanos em geral ou especialmente: aos 
nacionais, aos funcionários púbicos, aos aposentados, aos índios, 
aos presos, até a uma única pessoa. Podemos assim, distinguir 
entre normas gerais e individuais. 
 Normas gerais: abrangem grupos muito amplos, cujos integrantes são 
conhecidos no momento de criação de normas. 
Normas individuais: destinam-se a pessoas previamente conhecidas, 
podendo ser até um único indivíduo. 
 
 Modo de Enunciação: As normas podem ser enunciadas escritas 
ou oralmente, sendo que devido ao constitucionalismo as escritas 
são vistas com maior prestígio do ponto de vista jurídico. 
Porém, ainda assim existem normas orais – quando por exemplo o 
policial aborda alguém – ou até não verbais: no caso de placas, 
semáforos etc. 
 
 Forma de Prescrição: A prescrição é um instrumento que define o 
caráter da norma da norma. Toda norma estabelece uma conduta 
ao sujeito e à prescrição cabe decidir sobre o caráter desta, sendo 
então a conduta proibida, permissiva ou obrigatória. Algumas 
normas têm mais de um caráter prescritivo, pois, enquanto 
permite o legislativo, obriga o cidadão. 
 Formas de Sanção: A sanção é a consequência jurídica aplicada 
quando o dever ser prescrito for violado ou infligido. Em tais 
casos há o que se tem por “sanção negativa” ou consequência 
jurídica gravosa, no entanto, observa-se que este gênero punitivo 
é ainda mais eficaz que um simples aviso (recomendação). 
Há também a consequência jurídica positiva, reconhecida por 
“sanção positiva”, que se manifesta nos casos de prescrição 
permitida ou recomendada. Enquanto não há sanção negativa 
para normas permissivas. 
 
 “Entre a sanção positiva e a sanção negativa há evidentes diferenças. A 
sanção negativa estabelece uma consequência gravosa para o indivíduo e 
aplica-se quando o comportamento está em desacordo com a norma. 
Inversamente, a sanção positiva estabelece uma consequência favorável a ser 
aplicada em caso de comportamento de acordo com a norma”. 
 
Formas de Prescrição Tipos de Sanção 
Permissão (Pe) Não há 
Obrigação (Ob) Negativa (S-) 
Proibição (Pr) Negativa (S-) 
Recomendação (Re) Positiva (S+) 
Hierarquia: Pe < Re < Pr < Ob 
 
 Consequências: No que diz respeito às consequências jurídicas, 
estas se dividem em normas de conduta e de sanção. Essa 
diferença entre as consequências verifica-se bem nas normas de 
aplicabilidade programática, deixando de lado a questão da 
prescritibilidade da norma nem todas têm um caráter 
sancionador estabelecendo apenas uma conduta. 
Tais normas estão indiretamente associadas a sanção. 
 
 Densidade: Algumas normas constitucionais (geralmente as 
programáticas) não apresentam os meios necessários para o que 
está prescrito, fornecendo somente objetivos/metas de aplicação 
para serem alcançadas. 
Porém, a falta descritiva dos de aplicação faz com que a norma 
seja juridicamente fraca. 
A ideia de densidade normativa está ligada a descricionalidade 
da mesma. Tem-se por norma de “alta densidade normativa” 
aquela que não deixa espaço para a interpretação, sendo 
unicamente possível a já descrita; já as normas de “baixa 
densidade normativa” são aquelas onde a descricionalidade 
deixa espaço para a interpretação subjetiva. 
 
“As normas programáticas apresentam a maior grande generalidade 
e o menor grau de densidade normativa. Isso significa que seu 
conteúdo é muito concreto e reduzido, necessitando que as normas 
inferiores concretizem seu sentido e modo de cumprimento. ” 
 
 Função: Há na constituição normas que versam sobre dois 
conteúdos: sobre direitos e competências. “Em resumo, as 
normas que conferem direitos são do tipo C é Pe (conduta 
descrita é permitida); as normas de competência combinam a 
permissão e a obrigação: C é Pe e Ob (conduta descrita é 
permitida e obrigatória) ”. 
Mas também há no direito normas que representam para o 
direito o seu aparelho reprodutivo – que consiste nas normas que 
permitem a criação de novas normas. E essa função (considerada 
a mais importante do conteúdo normativo) é concedida pelo 
legislativo. 
 
 Modo de Aplicação: O primeiro modoapresenta um caráter 
absoluto, permitindo a resposta de sim ou não devido ao caráter 
qualitativo da norma (estabelecendo a norma através de uma 
qualidade). 
E há o caráter quantitativo que dá a aplicação do direito seu traço 
comparativo e proporcional. 
 
 
 Identificação das Normas Juridicamente Válidas: 
A questão da validade normativa e relativa pelo ponto de vista e do 
entendimento que se tem de “direito”, onde por exemplo, a lei de 
Moisés pode ser considerada como norma válida. 
No entanto, as normas consideradas válidas hoje não têm tal origem 
jusnaturalista, sendo tomado por uma norma juridicamente válida 
aquela que corresponder aos requisitos de formação e competências 
de norma. 
“As normas jurídicas são aquelas criadas, sancionadas ou 
identificadas conforme outras normas jurídicas” – isso remete a 
ideia de que uma norma só será válida se salva por outra. Assim 
esse raciocínio se estende até chegar à constituição que por sua vez é 
fundamentada pela norma hipotética fundamental, que ordena: 
“obedeça às normas produzidas por determinadas autoridades. Isto 
será seu direito. ” 
 
 Aplicação das Normas Jurídicas (Subsunção e 
Silogismo Jurídico) 
Definição e estrutura do silogismo: O silogismo é uma palavra que 
remete ao raciocínio que permita deduzir uma conclusão a partir de 
uma premissa. Que são as premissas maiores e menores, todas 
fundamentadas em uma subsunção (significa “acolher algo sob uma 
categoria mais geral – significa constatar que determinado fato 
corresponde a uma norma jurídica). 
 
 
Estrutura Lógica do Silogismo Jurídico 
 
Premissa Menor de Conduta Certa pessoa faz parte do 
grupo destinado e encontra-se 
na condição X 
Premissa Maior de Conduta Para todos os destinatários que 
se encontram na condição X, 
conduta é proibida 
Conclusão da Norma 
Individual de Conduta 
Então, a conduta é proibida 
para essa pessoa 
Premissa Menor de Sanção Certa pessoa teve a condita C 
(conduta descrita na norma) 
Premissa Maior de Sanção Se houver a conduta descrita, 
então, levará a uma sanção 
negativa 
Conclusão da Norma de 
Sanção 
Então, a essa pessoa será 
aplicada a sanção negativa 
 
 Limites Lógicos do Silogismo: O silogismo propõe estabelecer 
consequências a um fato/ato que interessa o direito e para se 
estabelecer, este precisa aplicar as premissas maiores ou menores. 
No entanto, essas consequências só funcionam após serem 
sancionadas pelo aplicador do direito. Logo, isto introduz o 
silogismo a subjetividade na interpretação das premissas. 
 
 Fixação das Premissas Pelo Aplicador: As premissas do 
aplicador devem seguir certo critério que vise uma pré-
interpretação das normas jurídicas, investigação da realidade, 
meios de prova e de produção da mesma, e o modo de avaliação. 
O silogismo é uma forma lógica que orienta o raciocínio do 
operador do direito: indica qual a conclusão deve ser tirada de 
determinadas premissas. Mas não garante que estas premissas 
sejam corretas. A formula do silogismo deve ser preenchida por 
conteúdos concretos (o que prevê a leu e o que acontece na 
realidade). Esses conteúdos são dados pelo trabalho do aplicador 
e não pela estrutura do silogismo. 
 
 Críticas ao Silogismo: A primeira crítica ao silogismo jurídico 
denomina-se “silogismo regressivo”: onde inicialmente é fixada 
uma conclusão e em seguida o aplicador procura pela premissa 
para justificar o ato. Ou seja, ao juiz/advogado é permitido essa 
interpretação/manipulação do direito sob premissa subjetiva. 
A segunda crítica – que se tem por norma concreta” - questiona 
os princípios sob o qual desenvolve-se a norma também os quais 
ela é aplicada. Alegando que o silogismo jurídico permite à 
norma ser aplicada pelo simples ato de vontade, do aplicador do 
direito. 
 
“O silogismo jurídico vincula o aplicador às normas vigentes e indica a 
necessidade de respeitar o princípio da legalidade na aplicação do direito. 
O mesmo permite distinguir as normas concretas que estão em 
conformidade com a legislação em vigor das normas concretas que 
desrespeitam a legislação. Assim, o silogismo jurídico obriga os 
operadores jurídicos a pensar e decidir segundo as normas vigentes e 
não lhes autoriza expressar uma vontade pessoal”.

Continue navegando