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INTRODUÇAO AO ESTUDO DE DIREITO I

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INTRODUÇAO AO ESTUDO DE DIREITO.
REVISÃO PARA II AVALIAÇÃO DO I SEMESTRE.
DIREITO POSITIVO E NATURAL SUAS PRINCIPAIS DIFERENÇAS:
O DIREITO NATURAL É A IDÉIA ABSTRATA DO DIREITO; O ORDENAMENTO IDEAL, CORRESPONDENTE A UMA JUSTIÇA SUPERIOR E ANTERIOR – TRATA-SE DE UM SISTEMA DE NORMAS QUE INDEPENDE DO DIREITO POSITIVO, OU SEJA, INDEPENDE DAS VARIAÇÕES DO ORDENAMENTO DA VIDA SOCIAL QUE SE ORIGINAM NO ESTADO. O DIREITO NATURAL DERIVA DA NATUREZA DE ALGO, DE SUA ESSÊNCIA. SUA FONTE PODE SER A NATUREZA, A VONTADE DE DEUS OU A RACIONALIDADE DOS SERES HUMANOS.
O DIREITO NATURAL É O PRESSUPOSTO DO QUE É CORRETO, DO QUE É JUSTO, E PARTE DO PRINCÍPIO DE QUE EXISTE UM DIREITO COMUM A TODOS OS HOMENS E QUE O MESMO É UNIVERSAL. SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS, ALÉM DA UNIVERSALIDADE, SÃO IMUTABILIDADE E O SEU CONHECIMENTO ATRAVÉS DA PRÓPRIA RAZÃO DO HOMEM.
ANTERIORMENTE, O DIREITO NATURAL TINHA O PAPEL DE REGULAR O CONVÍVIO SOCIAL DOS HOMENS, QUE NÃO NECESSITAVAM DE LEIS ESCRITAS. ERA UMA VISÃO OBJETIVA. COM O SURGIMENTO DO DIREITO POSITIVO, ATRAVÉS DO ESTADO, SUA FUNÇÃO PASSA A SER UMA ESPÉCIE DE CONTRAPESO ÀS ATIVIDADES LEGITIFERANTE DO ESTADO, FORNECENDO SUBSÍDIOS PARA A REIVINDICAÇÃO DE DIREITOS PELOS CIDADÃOS, PASSANDO A TER UM CARÁTER SUBJETIVO.
O DIREITO POSITIVO PODE SER DEFINIDO COMO O CONJUNTO DE NORMAS JURÍDICAS ESCRITAS E NÃO ESCRITAS, VIGENTES EM UM DETERMINADO TERRITÓRIO E, TAMBÉM INTERNACIONALMENTE, NA RELAÇÃO ENTRE OS ESTADOS. EMBORA APAREÇA NOS PRIMÓRDIOS DA CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL, O DIREITO POSITIVO SE CONSOLIDA COMO ESQUEMA DE SEGURANÇA JURÍDICA A PARTIR DO SÉCULO XIX.
O DIREITO POSITIVO É O CONJUNTO DE NORMAS QUE APRESENTAM FORMULAÇÃO, ESTRUTURA E NATUREZA CULTURALMENTE CONSTRUÍDAS. É A INSTITUIÇÃO DE UM SISTEMA DE REGRAS E PRINCÍPIOS QUE ORDENAM O MUNDO JURÍDICO.
DIFERENÇAS ENTRE O DIREITO NATURAL E O POSITIVO:
O DIREITO POSITIVO É POSTO PELO ESTADO; O NATURAL, PRESSUPOSTO, É SUPERIOR AO ESTADO.
O DIREITO POSITIVO É VÁLIDO POR DETERMINADO TEMPO (TEM VIGÊNCIA TEMPORAL) E BASE TERRITORIAL. O NATURAL POSSUI VALIDADE UNIVERSAL E IMUTÁVEL (É VÁLIDO EM TODOS OS TEMPOS).
O DIREITO POSITIVO TEM COMO FUNDAMENTO A ESTABILIDADE E A ORDEM DA SOCIEDADE. O NATURAL SE LIGA A PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS, DE ORDEM ABSTRATA; CORRESPONDE À IDÉIA DE JUSTIÇA.
DN- Tem validade universal, geral, imutável tem uma consequência lógica do pensamento racional no dever ser.
DP- Tem sua eficácia definida por um sistemas de normas posto pelo poder do Estado, instável, e variável.
JUSNATURALISMO. 
O JUSNATURALISMO, AO CONTRÁRIO, PREGA QUE O DIREITO POSITIVO DEVE SER OBJETO DE UMA VALORAÇÃO, INSPIRADA NUM SISTEMA SUPERIOR DE PRINCÍPIOS OU PRECEITOS IMUTÁVEIS QUE SE DENOMINA DIREITO NATURAL (‘DIREITO PRESSUPOSTO’, NO ILUMINADO ENSINAMENTO DO PROFESSOR EROS GRAU), QUE CORRESPONDE A UMA JUSTIÇA MAIOR, ANTERIOR E SUPERIOR AO ESTADO E QUE EMANA DA PRÓPRIA ORDEM EQUILIBRADA DA NATUREZA (OU DE DEUS). REMETE-NOS, POIS, ESTA ESCOLA JUSNATURALISTA À OBSERVÂNCIA NECESSÁRIA DA EQÜIDADE, NÃO SOMENTE COMO MERO ELEMENTO DE ADAPTAÇÃO DA NORMA AO CASO CONCRETO PARA ATENUAÇÃO DE SEU RIGOR, MAS INSPIRADOR DA TEMPERANÇA E DO EQUILÍBRIO QUE DEVEM DIRIGIR AS DECISÕES JUDICIAIS NO SENTIDO DA PROMOÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS FUNDAMENTAIS E DA CONSTRUÇÃO DA CIDADANIA. EM SUMA: O JUSNATURALISMO, COMO FIEL DA BALANÇA, ESTIMULA A INCORPORAÇÃO DO SENTIMENTO DE EQÜIDADE AO COTIDIANO, NO PROPÓSITO DE QUE SE ESTABELEÇA UM CRITÉRIO DE MODERAÇÃO, ISONOMIA E VALORAÇÃO NA APRECIAÇÃO DAS QUESTÕES SUJEITAS DIRETAMENTE À TUTELA LEGAL E/OU ESPECIALMENTE RELEVANTES PARA O MUNDO DO DIREITO. E NESTE CONTEXTO,
FUNDAMENTAL É O PAPEL DO JURISTA, QUE DEVE APLICAR O DIREITO COM AMOR, ATENTO ÀS INCONSTÂNCIAS DA NATUREZA HUMANA E ENVOLTO NA ÉTICA, BUSCANDO SEMPRE REALIZAR JUSTIÇA, OU SEJA, DIGNIFICAR TODA PESSOA.
FATO, VALOR E NORMA A TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO.
norma é a indicação de um caminho, porém, para percorrer um caminho, devo apartir de determinado ponto e ser guiado por certa direção: o ponto de partida da norma é o fato, rumo a determinado valor. Fato, valor e norma estão sempre presentes e correlacionados em qualquer expressão de vida jurídica, seja ela estudada pelo filosofo ou sociólogo do direito, ou pelo jurista como tal, ao passo que, na tridimensionalidade genérica ou abstrata, caberia ao filosofo apenas o estudo do valor, ao sociólogo a do fato e ao jurista o da norma ( tridimensionalidade como requisito ao direito
FATO
Em relação ao fato, Reale, acentua, que um fato nunca é isolado, mas um "conjunto de circunstancias" .O fato- uma dimensão do Direito- é o acontecimento social referido pelo Direito objetivo. È o fato interindividual que envolve interesses básicos para o homem e que por isso enquadra-se dentro dos assuntos regulados pela ordem jurídica. 8 
VALOR
nada mais é que o elemento moral do Direito e ainda: (...) é o ponto de vista sobre a justiça. Toda obra humana é empregada de sentido ou valor, bem como o direito. 
NORMA
A norma deve ser concebida como um modelo jurídico, de estrutura tridimensional compreensiva ou concreta, em que fatos e valores se integram segundo normas postas em virtude de uma ato concomitante de escolha e de prescrição (ato decisório) emanado do legislador ou do juiz, ou resultante das opções costumeiras ou de estipulações fundadas a autonomia da vontade das particulares.
1. SOBRE A TEORIA TRIDIMENSIONAL DO DIREITO:
A TEORIA TROUXE UMA VISÃONOVA DE REALIDADE JURÍDICA COMPREENDER O DIREITO COMO : NORMA, FATO E VALOR (V);
O DIREITO SÓ SE CONSTITUI QUANDO DETERMINADAS VALORAÇÕES DOS FATOS SOCIAIS CULMINAM NUMA INTEGRAÇÃO DE NATUREZA NORMATIVA, OU SEJA, AS NORMAS REPRESENTAM A INTEGRAÇÃO DE FATOS SOCIAIS SEGUNDO MÚLTIPLOS VALORES (V);
O TRIDIMENSIONALISMO TEM UM APERFEIÇOAMENTO E FORMULAÇÃO IDEAL QUE O CARACTERIZA E O CREDENCIA COMO UMA TEORIA RIGOROSA (V);
A TRIDIMENSIONALIDADE GENÉRICO ENTENDE QUE FATO, VALOE E NORMA SÃO ESSENCIAIS A EXPERIENCIA JURÍDICA E A SUA CONSEQUENCIA ESTÁ NA SUA INDISSOLÚVEL UNIÃO ENTRE SI, NÃO SENDO POSSÍVEL APRESENTÁLOS ABSRTGRAÍDOS DOS DEMAIS. ( FALSO )
ETICA E MORAL
Ética é um conjunto de conhecimentos extraídos da investigação do comportamento humano ao tentar explicar as regras morais de forma racional, fundamentada, científica e teórica. É uma reflexão sobre a moral.
MORAL
Moral é o conjunto de regras aplicadas no cotidiano e usadas continuamente por cada cidadão. Essas regras orientam cada indivíduo, norteando as suas ações e os seus julgamentos sobre o que é moral ou imoral, certo ou errado, bom ou mau.
No sentido prático, a finalidade da ética e da moral é muito semelhante. São ambas responsáveis por construir as bases que vão guiar a conduta do homem, determinando o seu caráter, altruísmo e virtudes, e por ensinar a melhor forma de agir e de se comportar em sociedade.
ZETÉTICA E DOGMÁTICA
Pela Zetética podemos entender o saber especulativo. Explicando melhor, pelo viés zetético eu não tenho ponto de partida predefinido.
Dogma é regra. Pelo dogma não se questionam os pontos de partida, ele já estão definidos e não suscetíveis a questionamentos. A dogmática acentua o aspecto resposta, enquanto a zetética o aspecto pergunta.
TEORIA PURA DO DIREITO
A ALTERNATIVA KANTIANA DE KELSEN: relação entre a Teoria Pura do Direito e a Crítica da Razão Pura
Como já foi mencionado, a obra estudada é uma obra positivista. Vale ressaltar que isso se dá principalmente pelo fato de o autor atribuir a uma norma fundamental a base para a construção dos direitos particulares, visando com seu projeto estabelecer uma teoria capaz de regulamentar o direito como um todo, mundialmente falando, livre dos particularismos de cada país.
O objetivo de Kant consistia em superar as duas possibilidades em voga à época: o racionalismo, por um lado; e, por outro, o empirismo. Superar o “racionalismo” porque não considerava adequado o entendimento segundo o qual “tudo quanto pensamos vem de nós mesmos”, pois há pontos externos a nós; superar o “empirismo” porque não consideravacorreto o entendimento de que “tudo o que conhecemos vem dos sentidos”, como se nada houvesse em nós que participasse do ato de conhecer participando da construção do objeto. A partir desse ponto, explica ser o conhecimento integrado de matéria e forma. A “matéria” do conhecimento são as coisas; a “forma” do conhecimento somos nós. (SGARBI, 2006, p. 49)
No que diz respeito à teoria de Kant, Kelsen faz menção à mesma ao tratar da ciência jurídica, pois afirma que esta tem a missão de conhecer o direito e descrevê-lo com base nesse conhecimento. Kelsen afirma que “é verdade que, no sentido da teoria do conhecimento de Kant, a ciência jurídica como conhecimento do Direito, assim como todo o conhecimento, tem caráter constitutivo e, por conseguinte, ‘produz’ o seu objeto na medida em que o apreende como um todo com sentido” (KELSEN, 2006, p. 82). É nesse ponto que Kelsen defende que os órgãos jurídicos criam direito, para que ele possa ser conhecido e descrito pela ciência jurídica.
Em sua obra Crítica da Razão Pura (segundo Adrian Sgarbi), Kant questiona a existência de uma razão pura, independente de experiências (SGARBI, 2006, p. 51). Na obra Teoria Pura do Direito, Kelsen questiona a possibilidade de se criar um direito puro, que fosse livre de qualquer tipo de juízo de valor, de particularidades, e aplicável globalmente. Novamente parafraseando Sgarbi, se podemos detectar na obra de Kant o objetivo de se chegar a uma razão capaz de organizar a natureza, com sua teoria pura e a ideia da existência de uma norma fundamental originária sendo base de todas as outras normas Kelsen busca uma razão capaz de ordenar o conhecimento jurídico (SGARBI, 2006, p. 51).
3 DIREITO E CIÊNCIA
O autor dedica sua obra à tentativa de elevar o conhecimento jurídico ao patamar de conhecimento científico. O objeto da ciência jurídica é o direito, portanto as normas jurídicas. A conduta humana só é objeto dessa ciência se for conteúdo dessas normas jurídicas.
Com esse objetivo, essa teoria não busca um direito puro, mas sim “conhecer e definir o objeto da ciência jurídica, ou, noutras palavras, a resposta à pergunta sobre como é possível fazer uma abordagem estritamente jurídica (científica) do Direito” ; Em suma, cabe ressaltar que não é papel da ciência jurídica designar o que é justo, e sim compreender as ordens jurídicas. Kelsen mostra que não se busca a fixação de um sentido único para a norma, mas sim a ampliação desse significado. Sobre a importância da ciência jurídica, como ele aborda: É que uma tal interpretação científica pode mostrar à autoridade legisladora quão longe está a sua obra de satisfazer à exigência técnico-jurídica de uma formulação de normas jurídicas o mais possível inequívocas ou, pelo menos, de uma formulação feita por maneira tal que a inevitável pluralidade de significações seja reduzida a um mínimo e, assim, se obtenha o maior grau possível de segurança jurídica. 
4 A TEORIA PURA: O princípio metodológico fundamental
O objetivo de criar uma teoria do direito pura não pretende purificar o direito em si, e sim criar uma ciência que tenha esse direito como objeto, e essa sim ser uma ciência pura, purificada de toda a ideologia política e de todos os elementos característicos de ciências naturais. Com isso, o autor pretendia aproximar os resultados da ciência jurídica do que ele dizia ser o ideal de toda ciência, que é a objetividade e a exatidão. Essa teoria não está preocupada com o que está escrito na norma, com o seu conteúdo, e sim com o seu maior propósito, que é a libertação do direito, que essa teoria fosse independente dos particularismos de cada país.
5 É POSSÍVEL UMA ABORDAGEM DO DIREITO LIVRE DE JUÍZOS DE VALOR?
Com o passar dos anos, pode-se perceber que o uso de juízos de valor na aplicação da norma ao caso concreto é inevitável, posto que existem casos em que a norma não abrange totalmente o assunto em questão. O direito natural, pautado em valores morais, é levado sim em consideração ainda nos dias de hoje, embora o direito positivo impere na sociedade. Não é possível o abandono total do que se chama juízos de valor, pois uma norma que estabelece um dever ser não é especificamente direcionada ao caso concreto, e sim ao ordenamento segundo o qual este está sendo julgado como um todo. Como pode uma norma prever todos os casos possíveis de sua aplicação?
Em suma, cabe ainda perguntar: como pode uma teoria abranger o direito como um todo? Como se pode aplicar uma norma sem se levar em conta os particularismos do lugar onde esta está sendo aplicada? Ao que todos podem perceber atualmente, isso é um ideal que dificilmente será alcançado. Não dá pra imaginar que uma população tão grande e tão distinta obedecendo às mesmas normas. Uma população tão distinta obedecendo normas iguais.
 A ORDEM JURÍDICA PARA KELSEN, FORMARIA UMA PIRAMIDE NORMATIVA E HIERARQUIZADA, ONDE CADA NORMA FUNDAMENTARIA EM OUTRAE A NORMA FUNDAMENTALLEGITIMARIA TODA A ESTRUTURA NORMATIVA- NO BRASIL- C.FEDERALSEGUIDOS DOS 7 PRICINPIOS NORMATIVOS EMENDAS CONSTITUCIONAIS, LEIS ORDINARIAS, COMPLEMENTARES E DELEGADA, AS MEDIDAS PROVISÓRIAS, OS DECRETOS LEIS E AS SÚMULAS VINCULANTES, OU SEJA AS RESOLUÇÕES (ART. 59 CF)
1. EM SUA TEORIA KELSEN CONCEBE O DIREITO COMO UMA TECNICA ESPECÍFICA EM QUE A ORDEM SOCIAL DESIGNADA COMO DIREITO TENTA OCASIONAR CERTA CONDUTA DOS HOMENS, CONSIDERADA PELO LEGISLADOR COMO DESEJÁVEL, PROVENDO ATOS COERCITIVOS COMO SANÇÕES NO CASO DA CONDUTA OPOSTA” TAL CONCEPÇÃO CORRESPONDEA SUA DEFINIÇÃO COMO:
UMA ORDEM ESTATAL FACULTATIVA(FALSO) 
 “ “ AXIOLÓGICA QUE VINCULA A INTERIORIDADE ( FALSO).
UM VEÍCULO DE TRANSFORMAÇÃO SOCIAL (F)
POSITIVAÇÃO DA JUSTIÇA NATURAL (F)
UMA ORDEM COERCITIVA 9V).
DIREITO SUBJETIVO E OBJETIVO
O direito objetivo é o conjunto de normas que o estado mantém em vigor. Constitui uma entidade objetiva frente aos sujeitos de direitos, que se regem segundo ele. Sendo assim, é o conjunto de normas que obrigam a pessoa a um comportamento consentâneo com a ordem social. Ou seja, através das normas, determina a conduta que os membros da sociedade devem observar nas relações sociais. O direito objetivo é tudo que está previsto na lei, como por exemplo, o caso da gestante que tem direito a licença à maternidade, esse direito está previsto na lei, na constituição.
Também chamado de direito positivo, pois é um direito posto. Ou seja, o conjunto de regras (leis, costumes, regulamentos) que preside à nossa vida em sociedade. A norma de agir (NORMA AGENDI). O Direito Objetivo estabelece normas de conduta social. De acordo com elas, devem agir os indivíduos.
Já o direito subjetivo, designa a faculdade da pessoa de agir dentro das regras do direito (FACULTAS AGENDI). É o poder que as pessoas têm de fazer valer seus direitos individuais. Então, nasce da vontade individual. É a faculdade de alguém fazer ou deixar fazer alguma coisa, de acordo com a regra de ação, ou seja, de acordo com a norma. Os direitos subjetivos revelam poder e dever. Poder de cobrar e dever de pagar uma dívida. Está ligado a pessoa, exige o direito objetivo que está na lei. Por exemplo, posso exigir a licença à maternidade, sendo esse direito objetivo. Mas preciso provar esse direito subjetivo, ou seja, preciso provar que estou grávida. É aquele que pode ser exigido pelo seu titular.
Assim, direito subjetivo é a prerrogativa do indivíduo invocar a lei na defesa de seu interesse, ou ainda, os direitos subjetivos encontram proteção na norma, do Direito Objetivo. É este que os garante. Em outras palavras, é o Direito Objetivo que confere às pessoas direitos subjetivos.
Portanto, o direito objetivo indica o ordenamento positivo colocado diante de nós e o direito subjetivo a faculdade de exigir seu cumprimento.
1.DIREITO SUBJETIVO É:
PODER RESERVADO AO MAGISTRADO (F), UM CONCEITO ORIGINÁRIO DO SOCIALISMO JURIDICO (F), UM PODER CONFERIDO PEL A NORMA JURODICA PARA UMA AÇÃO DE UM SUJEITO. (V), UM INTERESSE OBJETIVO E DETERMINADO PELA MORAL (F).
 A NATUREZA DO DIREITOSUBJETIVO É OPODER QUE A ORDEM JURIDICA CONFERE A ALGUEM DE AGIR E DE EXIGIR DE OUTREM DETERMINADO COMPORTAMENTO.
FONTES DO DIREITO
A fonte de uma coisa é o lugar de onde surge essa coisa. O lugar de onde ela nasce. Assim, a fonte do Direito é aquilo que o produz, é algo de onde nasce o Direito. Para que se possa dizer o que é fonte do Direito é necessário que se saiba de qual direito. Se cogitarmos do direito natural, devemos admitir que sua fonte é a natureza humana. Aliás, vale dizer, é a fonte primeira do Direito sob vários aspectos. Conforme o exposto , fonte constitui o lugar de onde surge o direito, ou seja, sempre que se tratar de fonte do direito deve-se entender o seu ponto de partida, o seu início. Se num determinado povo, por exemplo, as pessoas costumam fazer algo que venha a culminar numa lei, a sua fonte é entendida como o costume daquele determinado povo, pois o diferencia dos outros povos e, sem esse costume, essa lei não surgiria.
Fonte de direito in genere é a natureza humana, ou seja, o espírito que reluz na consciência individual, tornando-se capaz de compreender a personalidade alheia, graças à própria. Desta fonte se deduzem os princípios imutáveis da justiça e do Direito Natural. Assim, pode-se entender que os princípios e valores morais que atingem um dado povo é fonte do direito, partindo da consciência individual de cada pessoa, sendo que cada povo possui a sua cultura e seus costumes.
As fontes do direito estão previstas no artigo 4.º da Lei de Introdução ao Código Civil que estabelece: "Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito". Assim, o intérprete é obrigado a integrar o sistema jurídico, ou seja, diante da lacuna (a ausência de norma para o caso concreto), ele deve sempre encontrar uma solução adequada. Basta analisar o verbo “decidirá” para entender que o sistema jurídico ordena a decisão do caso concreto. O artigo já mencionado estabelece uma hierarquia entre as fontes, pois só autoriza o juiz a valer-se de outras fontes quando houver omissão na lei e impossibilidade de aplicação da analogia, buscando resoluções legais para casos semelhantes. Assim, a lei é uma fonte principal, sendo fontes secundárias a analogia, os costumes, os princípios gerais do direito, a doutrina e a jurisprudência.
AS FONTES REAIS formam o aparato ideológico que tanto serve como diretriz e terminologia quanto justifica filosoficamente a materialização do direito. Em vários sistemas jurídicos anteriores predominavam fontes reais religiosas, ou seja, que o direito originava-se de uma divindade. Outros, na moralidade pública ou na crença em um direito natural comum a todos os homens. Um dos principais embasamentos vêm de doutrinas políticas (como liberalismo, socialismo) e econômicas (keynesianismo). Hoje predominam concepções contratualistas e positivistas sob um ideal de democracia.
FONTES MATERIAIS são os fatores que criam o direito, dando origem aos dispositivos válidos, sendo assim, todas as autoridades, pessoas, grupos e situações que influenciam a criação do direito em determinada sociedade. Nesse sentido, por fonte material indicam-se as razões últimas da existência de determinadas normas jurídicas ou mesmo do próprio direito, sendo a busca de tais causas mais filosófica do que jurídica. A ideia de fonte material liga-se às razões últimas, motivos lógicos ou morais, que guiaram o legislador, condições lógicas e éticas do fenômeno jurídico que constituem objeto da sociologia jurídica.
Diferente do sentido de fontes materiais, AS FONTES FORMAIS do direito servem para identificar o modo como o direito se articula com os seus destinatários, ou seja, como o direito manifesta-se. indica os lugares nos quais se encontram os dispositivos jurídicos e onde os destinatários das normas devem pesquisar sempre que desejam tomar conhecimento de uma norma em vigor, ninguém pode esquivar-se da aplicação da norma alegando sua falta de conhecimento. podem ser classificadas quanto à sua natureza, quanto ao órgão produtor e quanto ao grau de importância.
Fontes formais próprias e impróprias
Quando se fala de classificação segundo sua natureza, as fontes de direito podem ser diretas (próprias ou puras) e indiretas (impróprias e impuras).
As fontes diretas próprias ou puras, ou imediatas são aquelas cuja natureza jurídica é exclusiva de fonte, como lei, costumes e princípios gerais de direito, tendo como única finalidade servir como modo de produção do direito, incidindo qualquer dos três nas situações da vida para a concretização do justo.
COMO FONTES PRÓPRIAS pode-se citar as leis no sentido amplo ou material e as leis no sentido estrito ou formal como: constituição, emendas constitucionais, tratados internacionais, medida provisória, decreto legislativo, resolução, portaria, súmula vinculante, lei ordinária, lei complementar e lei delegada.
Por lei, entende-se o preceito jurídico escrito, emanado do legislador e dotado de caráter geral e obrigatório. É, portanto, toda norma geral de conduta, que disciplina as relações de fato incidentes no Direito, cuja observância é imposta pelo poder estatal. Em tese a lei constitui a vontade do povo, sendo elaborada por legisladores eleitos pelo mesmo.
Quanto à aplicação da lei, devem seguir uma "hierarquia", sendo a Constituição Federal a lei maior, as leis complementares e ordinárias abaixo e da Constituição Federal e os decretos, portarias e demais atos administrativos por último. Sendo assim, as leis de menor grau devem obedecer às de maior grau. Contudo, o grau que se fala aqui se refere ao procedimento para criação e modificação da norma, com exigência de quorum mínimo ou votação das duas casas do congresso nacional, por exemplo. Quanto maior a exigência, maior o grau.
JÁ FONTES INDIRETAS, IMPRÓPRIAS OU IMPURAS são aquelas que assumem a função de fontes de direito por excepcionalidade, como a doutrina, a jurisprudência e os costumes. No entanto, tal característica não exclui sua finalidade de servir como método de interpretação legal. Ao tratar da jurisprudência, aponta a necessidade de distinção entre uma decisão isolada e a jurisprudência assentada.
Em relação à doutrina especificamente, entende-se que é o conjunto da produção intelectual de juristas que se empenham no conhecimento teórico do direito. No entanto, a produção de cada doutrinador pode servir a uma finalidade distinta, resultando em classificá-la como opiniões pessoais sobre a interpretação do direito em vigor.
Por costume, entende-se uma norma aceita como obrigatória pela consciência do povo, sem que o Poder Público a tenha estabelecido, pois constitui uma imposição da sociedade. O direito costumeiro possui dois requisitos: subjetivo e objetivo. O primeiro corresponde ao “opinião necessitais”, a crença na obrigatoriedade, isto é, a crença que, em caso de descumprimento, incide sanção. O segundo corresponde à “diuturnidade”, isto é, a simples constância do ato.
Com relação à analogia, é possível afirmar que a sua utilização ocorre com a finalidade de integração da lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos, ante a ausência de normas que regulem o caso concretamente apresentado à apreciação jurisdicional, a que se denomina anomia.
FONTES FORMAIS ESTATAIS E NÃO-ESTATAIS
As fontes formais podem ainda ser classificadas como estatais e não estatais. Aquelas, como o próprio nome aponta vêm por determinação e poder do Estado, como as leis em geral, a jurisprudência e os princípios gerais de direito. As não-estatais, por sua vez, têm sua origem do particular, ou seja, os costumes e a doutrina.
FONTES FORMAIS PRINCIPAIS E ACESSÓRIAS são caracterizadas como lei em sentido geral e amplo, ou seja, não deixando espaço para o juiz julgar com base em qualquer outra fonte. A lei é a expressão máxima do direito. Somente em casos de expressa omissão legal é que o juiz poderá decidir com base nas fontes acessórias, quais seja, os costumes, a doutrina, a jurisprudência e osprincípios gerais de direito.
Lei
A lei é o preceito jurídico escrito, emanado do legislador e dotado de caráter geral e obrigatório. É, portanto, toda norma geral de conduta, que disciplina as relações de fato incidentes no Direito, cuja observância é imposta pelo poder estatal. 
“É o pensamento jurídico deliberado e consciente, formulado por órgãos especiais, que representam a vontade predominante numa sociedade.”
Assim, a lei constitui a vontade do povo, sendo elaborada por legisladores eleitos pelo mesmo, como ocorre no Brasil.
A lei tem por objetivo resolver o problema da ANTINOMIA, ou seja, o problema do conflito e da contradição das normas, hipótese em que mais de uma norma incide sobre o caso concreto. Mas, quanto à aplicação da lei, devem seguir uma hierarquia, sendo a Constituição Federal a lei maior, as leis complementares e ordinárias abaixo e da Constituição Federal e os decretos, portarias e demais atos administrativos por último. Sendo assim, as leis de menor grau devem obedecer às de maior grau.
 Analogia
Analogia é fonte formal mediata do direito, utilizada com a finalidade de integração da lei, ou seja, a aplicação de dispositivos legais relativos a casos análogos, ante a ausência de normas que regulem o caso concretamente apresentado à apreciação jurisdicional, a que se denomina anomia.
 Costumes
O costume no direito é considerado uma norma aceita como obrigatória pela consciência do povo, sem que o Poder Público a tenha estabelecido. 
 “O costume jurídico é norma jurídica obrigatória, imposta ao setor da realidade que regula, possível de imposição pela autoridade pública e em especial pelo poder judiciário.” Nesse sentido, os costumes de um dado povo é fonte do direito, pois pode ser aplicado pelo poder judiciário, uma vez que o próprio costume constitui uma imposição da sociedade.
O direito costumeiro possui dois requisitos: subjetivo e objetivo. O primeiro corresponde ao “opinião necessitais”, a crença na obrigatoriedade, isto é, a crença que, em caso de descumprimento, incide sanção. O segundo corresponde à “diuturnidade”, isto é, a simples constância do ato.
Doutrina
Doutrina é o conjunto de indagações, pesquisas e pareceres dos cientistas do Direito. “o acervo de soluções trazidas pelos trabalhos dos juristas.”
 Nesse sentido, a doutrina é considerada como fonte por sua contribuição para a aplicação e também preparação à evolução do direito.
Jurisprudência
A jurisprudência é uma função atípica da jurisdição, considerada também como uma fonte do direito.
A palavra jurisprudência pode ser empregada em sentido amplo, significando a decisão ou o conjunto de decisões judiciais, e em sentido estrito, significando o entendimento ou diretiva resultante de decisões reiteradas dos tribunais sobre um determinado assunto.De acordo com o exposto, jurisprudência são decisões reiteradas, constantes e pacíficas do Poder Judiciário sobre determinada matéria num determinado sentido. A jurisprudência não precisa ser sumulada para ser fonte. Não pode ser confundida com a orientação jurisprudencial, que é qualquer decisão do Poder Judiciário que esclareça a norma legal. A orientação jurisprudencial é apenas um método de interpretação da lei e não precisa de uniformidade. Em razão disso, é rara a adoção da jurisprudência como fonte.
 Princípios gerais do direito
Princípios do direito são postulados que se encontram implícita ou explicitamente no sistema jurídico, contendo um conjunto de regras. Quando a analogia e o costume falham no preenchimento da lacuna, o magistrado supre a deficiência da ordem jurídica, adotando princípios gerais do direito, que, às vezes, são cânones que não foram ditados, explicitamente, pelo elaborador da norma, mas que estão contidos de forma imanente no ordenamento jurídico. Entende-se, então, que os princípios gerais de direito são a última salvaguarda do intérprete, pois este precisa se socorrer deles para integrar o fato ao sistema.
Ausência de norma
Sempre que houver lacuna, o magistrado deve valer-se das fontes do direito para a solução do processo, mas é importante entender como ocorre a verificação da lacuna. A constatação da lacuna resulta de um juízo de apreciação, porém o ponto decisivo não é a concepção que o magistrado tem da norma de direito, nem tampouco o conteúdo objetivo da ordem jurídica, mas o processo metodológico por ele empregado. Portanto, o processo metodológico empregado pelo magistrado se faz decisivo para a constatação da lacuna, ou seja, ao apreciar o caso à aplicação da norma, o magistrado desempenha o processo de análise e interpretação que resulta na concepção da lacuna, sendo esse processo o ponto decisivo, pois é a partir dele que o magistrado identifica a ausência de norma.Diante de hipótese de anomia9, o ordenamento jurídico de um Estado adotar um entre três sistemas conhecidos para solução da ausência de norma para o caso concreto, a saber: “non liquet” o sistema pelo qual o magistrado decide pela não-solução da relação jurídica, por não haver respaldo legal. Esse sistema é criticado por não atender aos fins primordiais da jurisdição (realização da justiça, pacificação social e resolução da lide); “suspensivo” o intérprete suspende o andamento do feito e, consequentemente, suspende a decisão para a relação jurídica, comunicando o legislativo da ausência de norma regulamentadora, para fins de edição; e “integrativo”, sendo o sistema pelo qual, ante a ausência de lei aplicável à relação jurídica sob decisão, o intérprete não pode se furtar à sentença, devendo fazer uso da analogia, dos costumes e dos princípios gerais de Direito.
ENTENDE-SE POR FONTE DO DIREITO:
MATERIAIS DÃO ORIGEM AOS DISPOSITIVOS VÁLIDOS QUE CRIAM O DIREITO (V),
AS FORMAIS INDICAM OS LUGARES NOS QUAIS INDICAM OS DISPOSITIVOS JURIDICOS E ONDE AS PESSOAS DEVEM PESQUISAR PARA TEREM CONHECIMENTO DO DIR3EITO EM VIGOR (V),
AS FONTESFORMAIS SÃO ESCRITAS E NÃO ESCRITAS E PODEM SER DIVIDIDAS COMO DIRETAS E INDIRETAS (V)
SÃO FONTES FORMAIS ESCRITAS: LEI NO SENTIDO ESTRITO, PRINCÍPIOS GERAIS E CONSTITUIÇÃO ( FALSO)
SÃO FONTES FORMAIS NÃO ESCRITAS: COSTUMES, PRICÍÍOS GERAIS DO DIREITO, E VONTADE DOS PARTICULARES(V)
SAÕ EXEMPLOS DE FONTES MATERIAIS: VALORES SOCIAIS, NECESSIDADES HUMANAS, VONTADE DO POVO (FALSO)
ART. 6º. A LEI EM VIGOR TERÁ EFEITO IMEDIATO E GERAL, RESPEITADOS O ATO JURÍDICO PERFEITO, O DIREITO ADQUIRIDO E A COISA JULGADA.
O art. 6º da LICC declara a inaplicabilidade da lei revogada aos processos que estão em curso, com base na intangibilidade do ato jurídico perfeito e do direito adquirido, consagrados constitucionalmente.
Desta forma, a lei nova só incidirá sobre os fatos ocorridos durante seu período de vigência, não podendo a mesma alcançar efeitos produzidos por relações jurídicas anteriores à sua entrada em vigor, ou seja, alcançando apenas situações futuras.
No que diz respeito aos processos pendentes, em matéria processual vigora o princípio do isolamento dos atos processuais, que determina que a novel norma atingirá o processo no ponto em que está, não podendo a mesma retroagir aos atos processuais já realizados durante a vigência de lei anterior, visto que seus efeitos ficarão intocáveis e insuscetíveis de alteração pela lei retro-operante, pois sobre eles a nova lei não terá efeito algum.
§ 1º. Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo que se efetuou.
Entende-se como ato jurídico perfeito o que já se tornou apto a produzir seus efeitos, pois já consumado, segundo a norma vigente, ao tempo em que se efetuou.
O ATO JURÍDICO PERFEITO é um dos elementos do direito adquirido e desta forma é um meio de garantir o mesmo, uma vez que, se a nova lei desconsiderasse o ato jurídico já consumado sob a vigência de lei precedente, o direito adquirindo decorrente do mesmo também desapareceria, já que sem fundamento.
Assim, a segurança do ato jurídico perfeito, que é resguardada pelo art. 6º, § 1º, da Lei de Introdução, preconiza que o ato jurídico válido, consumado durante a vigência dalei que contempla aquele direito, não poderá ser alcançado por lei posterior, sendo inclusive imunizado contra quaisquer requisitos formais exigidos pela nova lei.
Em relação aos contratos em curso de formação, aplicar-se-á a nova norma, por ter efeito imediato, na fase pré-contratual. Nos casos de os contratos terem sido legitimamente celebrados, os mesmos serão cumpridos e terão seus efeitos regulados pela lei vigente à época de seu nascimento. Carlos Maximiliano ressalva que não se confundem os contratos em curso e os contratos em curso de constituição, pois a norma hodierna só alcançará os últimos, já que os primeiros são atos jurídicos perfeitos16.
Ainda em relação aos contratos em curso de constituição, Maria Helena Diniz17 preconiza que: “Pelo art. 2.035 do Código Civil, o ato ou negócio jurídico em curso de constituição, validade celebrado antes vigência do novo diploma legal, em sua formalidade extrínseca seguirá o disposto no regime anterior, mas como não pôde irradiar quaisquer efeitos legais, que se produzirão somente por ocasião da entrada em vigor da Lei nº 10.406/2002, os contratantes terão o direito de vê-lo cumprido, nos termos da novel lei, que, então, regulará seus efeitos, a não ser que as partes tenham previsto, na convenção, determinada forma de execução, desde que não contrariem preceito de ordem pública, como o estabelecido para assegurar a função social da propriedade e do contrato, visto que são resguardados constitucionalmente e pelo art. 5º da Lei de Introdução do Código Civil. Os efeitos estabelecidos em cláusulas contratuais regem-se pela lei vigente ao tempo de sua celebração”.
É importante ressaltar que juízes e tribunais têm admitido a aplicação da lei nova aos atos e fatos que se encontra, quando estas forem de ordem pública, sem ofensa ao ato jurídico perfeito18.
De qualquer forma, pode-se concluir que uma vez protegido o ato jurídico perfeito, são resguardados os direitos subjetivos formados sob a égide da norma anterior, preservando assim os direitos legítimos de seus titulares.
§ 2º. Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição preestabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
DIREITO ADQUIRIDO é aquele que já se integrou ao patrimônio e à personalidade de seu titular, de modo que nem norma ou fato posterior possam alterar situação jurídica já consolidada sob sua égide.
Necessária se faz aqui a distinção entre direito adquirido, que é aquele que já integrou ao patrimônio e não pode ser atingido pela lei nova, e a expectativa de direito, que é a mera possibilidade ou esperança de adquirir um direito, portanto dependente de acontecimento futuro para a concreção da efetiva constituição do mesmo. Assim, preconiza Reynaldo Porchat19 quando afirma que “Não se pode admitir direito adquirido a adquirir um direito”.
A situação de ser titular de um direito é regida por norma de competência, enquanto que a situação de exercer as permissões e autorizações correspondentes àquele direito subjetivo dependerá de normas de conduta. O princípio do direito adquirido não protegerá o titular do direito contra certos efeitos retroativos de uma norma no que disser respeito à incidência de nova norma de conduta. Um exemplo prático e elucidativo se dá na venda de um imóvel, em que é preciso ser titular do direito de propriedade (norma de competência) e a realização da referida venda se dá segundo os ditames da norma de conduta que disciplina o ato de vender. Assim, a lei nova tem condão de mudar a norma de competência que rege a situação de ser titular, mas não atingirá o ato de vender se a propriedade já foi adquirida sob a égide da lei anterior; também o tem de modificar a norma de conduta que disciplina o ato de alienar, mas não o fará se a venda já se consumou, sendo um ato jurídico perfeito. Afirma que a nova norma não retroage no que atina ao direito em si, mas tem o condão de ser aplicada no que tange ao uso ou exercício desse direito, mesmo em relação às situações já existentes antes de sua publicação.
§ 3º. Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
A COISA JULGADA é um fenômeno processual que consiste na imutabilidade e indiscutibilidade da sentença, visto que posta ao abrigo dos recursos e de seus efeitos, consolidando os mesmos e promovendo a segurança jurídica das partes.
Tércio Sampaio Ferraz Júnior, assevera que “a coisa julgada protege a relação controvertida e decidida contra a incidência da nova norma. Alterando-se por esta quer as condições de ser titular, quer as de exercer atos correspondentes, o que foi fixado perante o tribunal não pode ser mais atingido retroativamente”. A coisa julgada é formal quando a sentença não mais estiver sujeita a recurso ordinário ou extraordinário, ou porque dela não se recorreu ou nas hipóteses em que dela tenha recorrido sem atender aos princípios fundamentais dos recursos ou aos seus requisitos de admissibilidade, ou mesmo pelo esgotamento de todos os meios recursais (CPC, art. 467). Um exemplo de coisa julgada formal são as sentenças de extinção do processo sem resolução do mérito, atingidas pela preclusão. E á a coisa julgada material é a que torna imutável e indiscutível o preceito contido na sentença de mérito, não mais sujeitando-a a recurso ordinário e extraordinário, como as sentenças de mérito proferidas com fundamento no art. 269 do CPC.
O Supremo Tribunal Federal, através da Súmula 541, dispôs que a ação rescisória é admitida contra sentença transitada em julgado, ainda que contra ela não tenham se esgotado todos os recursos. Importante diferenciar, no que diz respeito à rescisória, a sentença passada em julgado da coisa julgada, pois a primeira é suscetível de reforma por algum recurso enquanto a segunda não pode ser alterada nem mesmo por ação rescisória. A sentença transitada em julgada poderá ser passível de ação rescisória, pois mesmo inadmitindo recurso, não há coisa julgada quando a decisão é nula.
Importante salientar que a ação rescisória não é um recurso, mas sim uma ação de impugnação, que pode ser proposta nas hipóteses previstas em lei de forma taxativa (CPC, art. 485, I a IX), com o escopo de desconstituir uma decisão de mérito, elidindo coisa julgada, se proposta dentro do prazo decadencial de dois anos (CPC, 495). Uma vez tendo sido proposta, a ação rescisória não tem o condão de suspender a execução da decisão rescindenda, não impedindo seu cumprimento, ressaltando a hipótese de concessão de medida cautelar ou antecipatória de tutela, recompondo-se a lesão causada no caso de a rescisória ter sido julgada procedente.
Maria Helena Diniz, ao tratar do tema, afirma que “a coisa julgada é uma qualidade da sentença, declaratória ou constitutiva, e de seus efeitos, consistente na imutabilidade, que poderá existir: a) fora do processo, para impedir que a lei a prejudique, ou que o juiz volte a julgar o que já foi decidido (coisa julgada material); b) dentro do processo, em razão de uma preclusão máxima, de uma decisão colocada ao abrigo dos recursos definitivamente preclusos (coisa julgada formal)”. Assim, a coisa julgada traz a presunção absoluta (jure et de jure) de que o direito foi aplicado de forma correta ao caso concreto, prestigiando o órgão judicante que a prolatou e garantindo a impossibilidade de sua reforma e sua executoriedade (CPC, art. 489), tendo força vinculante para as partes litigantes, funcionando como instrumento de controle ante o dinamismo jurídico.
ARTIGO 59 DA CF- ESPÉCIES NORMATIVAS
O processo legislativo é o conjunto de atos, que engloba a iniciativa, emenda, votação, sanção, veto, realizados pelos órgãos legislativos visando à formação das normas previstas no art. 59 da Constituição Federal. Trata-se de uma exigência do Estado de Direito.
O processo legislativo é uma exigência do Estado de Direito, não devendo ser considerada válida uma espécie normativa sancionada sem, necessariamente, ter percorridotodos os passos previstos pela Constituição. Partindo a Constituição como vértice do ordenamento jurídico, todas as demais espécies normativas são dela diretamente decorrentes. Essa ideia encontra guarida no art. 59 da CF/88 que prevê a elaboração de emendas à Constituição, leis complementares, leis ordinárias, leis delegadas, medidas provisórias, decretos legislativos e resoluções (…)
O processo legislativo compreende a elaboração de: (i) emendas à Constituição, (ii) leis complementares; (iii) leis ordinárias; (iv) leis delegadas; (v) medidas provisórias; (vi) decretos legislativos e (vii) resoluções. Entre as espécies normativas não existe hierarquia, visto que cada uma atua dentro da sua área de competência. Espécies normativas do art. 59 da Constitucional Federal
Emenda Constitucional é a espécie normativa através da qual o poder constituinte derivado reformador altera o trabalho do poder constituinte originário. A alteração pode ser por acréscimo, modificação ou supressão das normas. Possui iniciativa privativa e concorrente (art. 60, I, II e III). Assim a Constituição Federal só pode ser emendada mediante proposta de um terço, mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; do Presidente da República e de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. A proposta de emenda será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros (art. 60, § 2º). A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem (art. 60, §3º) 
Leis complementares e ordinárias A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição (art. 61).
O quorum de votação para lei complementar é de maioria absoluta (art. 69).
O quorum de votação para lei ordinária é de maioria simples (art. 47). Deve ser ressaltado que tanto para votação da lei complementar quanto da lei ordinária o quorum de instalação da sessão é de pelo menos 51 (maioria absoluta).
Leis delegadas A lei delegada, como o próprio nome diz, trata-se de uma delegação do Poder Legislativo ao Executivo (art. 68). Assim, a lei delegada será elaborada pelo Presidente da República após prévia solicitação ao Congresso Nacional que, através de resolução, delimita o conteúdo e os termos de exercício (art. 68, 2º).
MEDIDAS PROVISÓRIAS 
 A medida provisória é espécie normativa editada pelo Presidente da República, mas que deve ser submetida de imediato ao Congresso Nacional. Possui força de lei e só pode ser editadas nos casos de urgência e relevância (art. 62). A medida provisória é um ato unilateral do Presidente da República (art. 84, XXVI, CF). Ela nasce apenas pela manifestação exclusiva do Chefe do Executivo, com a publicação no DOU. Tem prazo de vigência de 60 dias, prorrogável apenas uma vez por igual período (art. 62, §3º). Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas (art. 62, § 11). As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados (art. 62, §8º), cabendo à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional (art. 62, § 9º). É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo (art. 62, § 10). Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto (art. 62, §12).
 DECRETOS LEGISLATIVOS é o instrumento normativo que regulamenta as matérias do art. 49 da Constituição Federal. Além dessas matérias, o Congresso Nacional deverá regulamentar também os efeitos decorrentes da medida provisória não convertida em lei (art. 62, § 3º). O decreto legislativo não existe a sanção do Presidente (art. 48).
 RESOLUÇÕES
 Por fim, as resoluções regulamentam as matérias de competência privativa da Câmara dos Deputados (art. 51) e do Senado Federal (art. 52). A tramitação é determinada pelos regimentos internos das respectivas casas legislativas, de forma que a única hipótese de previsão constitucional expressa está no art. 68, § 2º , no qual prevê a forma de resolução do Congresso Nacional para a edição de leis delegadas pelo Presidente. Assim, como o decreto legislativo, as resoluções não precisam de sanção do Presidente da República.

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