Buscar

Resumo LINDB

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

LEI DE INTRODUÇÃO ÀS NORMAS DO DIREITO BRASILEIRO
Conteúdo e função
LINDB atual: 30/12/2010
Substituiu a antiga Lei de Introdução ao Código Civil em todo o seu conteúdo.
LINDB contém dezenove artigos.
Legislação anexa ao Código Civil, mas autônoma, não faz parte dele.
Caráter universal: se aplica a todos os ramos do direito.
Ressalva: não se aplica ao que for regulado de forma diferente em legislação específica.
Exemplo: dispositivo que manda aplicar analogia, costumes ou princípios gerais do direito aos casos omissos não se aplica ao direito tributário ou ao direito penal.
LINDB: conjunto de normas que tratam de outras normas, uma vez que disciplina as próprias normas jurídicas.
LINDB: determina o modo de aplicação, elaboração e vigência, no tempo e no espaço, das normas jurídicas.
Funções da LINDB:
Regular a vigência e a eficácia das normas jurídicas (arts. 1º e 2).
Apresentar soluções ao conflito de normas no tempo (art. 6º) e no espaço (arts. 7º a 19º).
Fornecer critérios de hermenêutica (art. 5º).
Estabelecer mecanismos de integração de normas, quando houver lacunas (art. 4º).
Garantir não só a eficácia global da ordem jurídica, não admitindo erro de direito (art. 3º) que a comprometeria, mas também a certeza e a estabilidade do ordenamento, preservando as situações consolidadas em que o interesse pessoal prevalece (art. 6º).
Lei n. 12.376, 30/12/2010, aumentou a abrangência da Lei de Introdução ao Código Civil ao mudar seu nome para LINDB.
Fontes do direito 
Fontes do direito: expressão tem várias acepções.
Pode significar o poder de criar normas jurídicas ou a forma de expressão dessas (cognição).
Lei é o principal objeto da LINDB e a principal fonte de direito.
Para se compreender a natureza e eficácia das normas jurídicas, é necessário conhecer sua origem ou fonte.
Lei é sempre fonte principal, e as demais são acessórias.
Caio Mário: fonte de direito “é o meio técnico e realização do direito objetivo”.
FONTES HISTÓRICAS E ATUAIS
Fontes históricas:
Utilizadas pelos historiadores quando desejam investigar a origem histórica de um instituto jurídico ou de um sistema. Exemplos: XII Tábuas, Digesto, Institutas, Corpus Juris Civilis, dentre outros.
Atuais: 
Fontes às quais se reporta o indivíduo para afirmar seu direito, e o juiz, para fundamentar a sentença. 
COSTUME
Costume: primeira fonte de direito, consubstanciada na observância reiterada de certas regras, consolidadas pelo tempo e revestidas de autoridade. Trata-se do direito não escrito, mantido nos sistemas de Common Law. Direito escrito se contrapõe aos costumes.
FONTES FORMAIS E INFORMAIS
Fontes formais do direito: lei, analogia, costumes e os princípios gerais de direito (arts. 4º da LINDB e 140º do CPC).
Fontes não formais: doutrina e jurisprudência.
No plano da realidade, a jurisprudência, apesar de ser considerada fonte informal, tem mostrado que pode ser fonte criadora de direito. Um exemplo disso foram as súmulas oficiais de jurisprudência nos tribunais superiores (STF/ STJ). 
FONTES DIRETAS E INDIRETAS
Fontes diretas (imediatas): lei e costume, por si só geram regra jurídica.
Fontes indiretas (mediatas): doutrina e jurisprudência, contribuem para a elaboração da norma. 
A lei
Supremacia da lei: provocada pela exigência de maior certeza e segurança nas relações jurídicas.
Emanada do legislador.
É considerada a fonte primacial do direito.
Legislação: processo de criação das normas jurídicas escritas. 
Por meio da atividade legiferante, a lei se posiciona com legítima força obrigatória.
A lei não representa a origem, mas sim o resultado da atividade legislativa.
 Conceito
Lei: é aplicada em sentido amplo, representando, às vezes, toda regra geral de conduta ou toda norma escrita.
Porém, em sentido estrito, a lei significa a norma jurídica elaborada pelo Poder Legislativo, por meio do processo adequado.
A rigor, portanto, fonte jurídica formal “é o processo legislativo, que compreende a elaboração da lei”.
A lei é “um ato do poder legislativo que estabelece normas de comportamento social”.
Para entrar em vigor, deve ser promulgada e publicada no Diário Oficial.
Assim, a lei é um conjunto ordenado de regras que se apresenta como um texto escrito.
Principais características
Dentre as várias características da lei, destacam-se as seguintes:
Generalidade
Dirige-se a todos os cidadãos, indistintamente. Seu comando é abstrato e não pode se destinar a alguém. Não particulariza o destinatário. Todavia, não deixa de ser lei se se dirigir aos membros da coletividade, que compreendem uma determinada categoria de indivíduos. 
Exemplo: Estatuto dos Funcionários Públicos disciplina a situação jurídica de um grupo de pessoas sem deixar de ser lei, já que não personaliza o destinatário, apenas rege a atividade e define os direitos e deveres de um tipo genérico de pessoas.
Imperatividade
Impõe um dever, uma conduta aos indivíduos. Não é próprio dela aconselhar ou ensinar. A lei é uma ordem, um comando. Quando exige ação, impõe; quando quer abstenção, proíbe. 
A imperatividade não basta para distinguir a lei jurídica da ética.
Autorizamento
Lei é autorizante. Esse fato a distinguiria das demais normas éticas, segundo Goffredo da Silva Telles. Essa característica da lei decorre do fato de que ela autoriza e legitima o uso da faculdade de coagir, pois o lesado pela violação pode exigir o cumprimento da lei ou reparação pelo mal causado.
Sanção: interna ou externa.
Maria Helena Diniz: afirma que a norma jurídica é imperativo autorizante. 
Permanência
Lei não se exaure após uma aplicação, ela perdura até ser revogada por uma outra lei. Algumas normas, entretanto, podem ser destinadas a viger apenas durante certo período (disposições transitórias e leis orçamentárias).
Emanação de autoridade competente
A lei é ato do Estado, pelo seu poder Legislativo. Legislador é encarregado de ditar as leis, mas tem de observar os limites de sua competência. Quando exorbita de suas atribuições, o ato é nulo.
 Classificação
Classificação quanto a imperatividade: 
COGENTES
Também denominadas de ordem pública ou de imperatividade absoluta. 
São mandamentais (ordenam ou determinam ação) ou proibitivas (impõem uma abstenção).
As normas cogentes se impõem de modo absoluto, não podendo ser derrogadas pela vontade dos interessados.
Regulam matéria de ordem pública (interesses fundamentais do Estado, dentre outros).
Imperatividade da norma decorre da convicção de que determinadas relações ou estados da vida social não podem ser deixados ao arbítrio individual, o que acarretaria prejuízos à sociedade.
Exemplo:
Parágrafo único do art. 2.035 do CC: “nenhuma convenção prevalecerá se contrariar preceitos de ordem pública, tais como os estabelecidos nesse Código para assegurar a função social da propriedade e dos contratos”. 
NÃO COGENTES 
Também chamadas de dispositivas ou de imperatividade relativa.
Não determinam nem proíbem de modo absoluto determinada conduta, mas permitem uma ação ou abstenção, ou suprem declaração de vontade não manifestada. 
Distinguem-se em permissivas (quando permitem que os interessados disponham como lhes convier) e supletivas (se aplicam da falta de manifestação de vontade das partes, costumam vir acompanhadas de expressões como “salvo se as partes convencionarem diversamente”).
Classificação quanto a intensidade da sanção:
Toda lei é dotada de sanção, a qual varia em relação a intensidade.
MAIS QUE PERFEITAS
Leis que estabelecem ou autorizam a aplicação de duas sanções na hipótese de serem violadas.
Em alguns casos, uma das sanções é de natureza penal, como prevista para o crime de bigamia, aplicada cumulativamente com a de declaração, no cível, de nulidade do casamento.
PERFEITAS
São aquelas que impõem a nulidade do ato sem cogitar, porém, a aplicação de pena ao violador, como a que considera nulo ato praticado por pessoa absolutamente incapaz (CC, art. 166, I).
MENOS QUE PERFEITAS
Não carretam a nulidadeou anulação do ato ou negócio jurídico, na circunstância de serem violadas, somente impondo ao violador uma sanção. 
IMPERFEITAS 
Leis cuja violação não acarreta consequências.
São consideradas normas sui generis, não propriamente jurídicas, pois não são autorizantes.
Exemplo: obrigações decorrentes de dívida de jogos e de dívidas prescritas, que não obrigam o pagamento (CC, art. 814).
Legislador procura, todavia, evitar que sejam violadas. 
Classificação quanto à natureza:
 Essa classificação, atualmente, é considerada imprópria, pois nem toda lei formal é adjetiva, uma vez que há leis processuais de natureza substantivas, assim como há normas de caráter substantivo e adjetivo.
SUBSTANTIVAS
São as que definem direitos e deveres e estabelecem seus requisitos e formas de exercício. Também são chamadas de materiais, pois tratam do direito material. O seu conjunto é chamado de direito substantivo. 
ADJETIVAS
Traçam os meios de realização dos direitos, sendo também denominadas processuais ou formais. Integram o direito adjetivo. 
Classificação quanto a hierarquia: 
NORMAS CONSTITUCIONAIS 
Constam da Constituição, às quais as demais devem se amoldar. São as mais importantes, pois asseguram os direitos fundamentais do homem, como indivíduo e como cidadão, e disciplinam a estrutura da nação e a organização do Estado. A CF está no topo da escala hierárquica de leis, pois traça as normas fundamentais do Estado.
LEIS COMPLEMENTARES
Se situam entre as normas constitucionais e a lei ordinária, já que tratam de matérias especiais, que não podem ser deliberadas em leis ordinárias e cuja aprovação depende de quórum especial. Destinam-se à regulamentação de textos constitucionais. 
LEIS ORDINÁRIAS
São as que emanam dos órgãos investidos de função legislativa pela CF, mediante discussão e aprovação de projetos de lei submetidos às duas Casas do Congresso e, posteriormente, à sanção e promulgação do Presidente da República e publicação no Diário Oficial da União.
LEIS DELEGADAS
São elaboradas pelo Executivo, por autorização expressa do Legislativo, tendo a mesma posição hierárquica das leis ordinárias. 
MEDIDAS PROVISÓRIAS
Estão situadas no mesmo plano das ordinárias e das delegadas, malgrado não sejam propriamente leis. São editadas pelo Poder Executivo, que exerce função normativa, nos casos previstos da CF.
CF de 1988: medidas provisórias substituíram os antigos decretos-leis. 
Presidente pode adotar as medidas provisórias, com força de lei, em casos de relevância e urgência, devendo submetê-las e imediato ao Congresso Nacional.
As medidas provisórias perdem a eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei dentro do prazo de sessenta dias, prorrogável por uma única vez por igual prazo.
Classificação das leis quanto a competência ou extensão territorial:
Isso decorre do fato de que a CF de 1988, tendo em conta a organização federativa, distribui a competência legislativa entre as pessoas jurídicas do direito público interno: União, Estados e Municípios.
LEIS FEDERAIS
São as de competência da União Federal, votadas pelo Congresso Nacional, com incidência sobre todo o território nacional, ou parte dele quando se destina, por exemplo, à proteção de determinada região (Amazônia).
A competência legislativa da União está elencada no art. 22 da mesma.
LEIS ESTADUAIS
São as aprovadas pelas Assembleias Legislativas com aplicação restrita à circunscrição territorial do Estado-membro a que pertencem, ou a determinada parte dele (Região do Rio São Francisco, no Nordeste, por exemplo). Cada Estado edita leis sobre o que, explícita ou implicitamente, não lhe é negado pela CF, criando impostos de sua competência, provendo necessidades de seu governo, dentre outros.
LEIS MUNICIPAIS 
São as editadas pelas Câmaras Municipais, com aplicação circunscrita aos limites territoriais dos respectivos municípios. Assim, o art. 30º da CF dispõe que:
Art. 30. Compete aos Municípios:
I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que couber;
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e publicar balancetes nos prazos fixados em lei.
Classificação quanto ao alcance:
GERAIS
Quando se aplicam a todo um sistema de relações jurídicas, como as do CC. Também chamado de direito comum.
ESPECIAIS
Quando se afastam das normas do direito comum e se destinam a situações jurídicas específicas ou a determinadas relações (consumo, locação, etc.).
Vigência da lei
Leis também possuem um ciclo vital: nascem, aplicam-se e permanecem em vigor até serem revogadas. Esses momentos correspondem à determinação no início de sua vigência, à continuidade de sua vigência e à cessação de sua vigência.
Início da vigência
Criação da lei passa por três fases: elaboração, promulgação e publicação.
Embora nasça com a promulgação, só passa a vigorar com a publicação no Diário Oficial. A partir dessa, a lei torna-se obrigatória.
Ninguém pode se escusar do cumprimento da lei alegando que não a conhece (art. 3º da LINDB).
Vigência termina com a revogação da lei ou com o término de sua validade.
A vigência, assim, é uma qualidade temporal da norma, 
Vigência: designa a existência específica da norma em determinada época. 
Art. 1º da LINDB: a lei, salvo disposição contrária, “passa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada”.
Portanto, a obrigatoriedade da lei não se inicia no dia da publicação, a menos que ela própria assim determine.
Vacatio legis: intervalo entre a data da publicação da lei e sua entrada em vigor. 
O prazo único foi adotado como critério para o vacatio legis, pois a lei entra em vigor na mesma data em todo o país, sendo simultânea sua obrigatoriedade.
Lei de Introdução anterior seguia prazos diferentes para diferentes locais: critério do prazo progressivo.
Apesar do art. 2º da LINDB relacionar vigor a vigência, esses termos são distintos.
Vigência: está relacionada ao tempo de duração da lei.
Vigor: está associado à força vinculante da lei.
Eficácia: qualidade da norma que se refere à sua adequação em vista da produção concreta de feitos. 
Fábio de Oliveira Azevedo assinala, assim, que o CC de 1916 não possui mais vigência, mas pode ter vigor, uma vez que um contrato celebrado durante sua vigência e tiver que ser examinado hoje, quanto à sua validade, aplicar-se-á o CC de 1916.
Vigor e vigência também não podem ser confundidos com eficácia da lei. 
Quando a lei brasileira é admitida no exterior, a sua obrigatoriedade inicia-se três meses depois de oficialmente publicada.
Se durante a vacatio legis ocorrer nova publicação de seu texto, para correção de erros materiais ou falha de ortografia, o prazo da obrigatoriedade começará a correr da nova publicação (LINDB, art. 1º, § 3º). Ressalta-se que o novo prazo para entrada em vigor da lei só corre para a parte corrigida ou emendada.
Se a lei já entrou em vigor, tais correções são consideradas lei nova e decorre novo vacatio legis (LINDB, art. 1º, § 4º).
Porém, pelo fato de que a lei emendada, mesmo com incorreções, adquiriu força obrigatória, os direitos adquiridos na sua vigência têm de ser resguardados e não são atingidos pela publicação do texto corrigido.
A contagem do prazo para entrada em vigor das leis que estabeleçam período de vacância “far-se-á com a inclusão da data da publicação e do último dia do prazo, entrando em vigor no dia subsequente à sua consumação integra”. 
Assim, no caso do CC, o período anual terminou no dia 10 de janeiro de 2003. Portanto, ele entrou em vigor no dia 11 de janeiro de 2003.
Quando a lei é parcialmente vetada, a parte não vetada é publicada em determinada data. A atingida pelo veto, porém, só é publicada posteriormente, depois de rejeitada a recusa à sanção. Não há retroatividade para as partes vetadas, de modo a garantir maior segurança às relações jurídicas.
O prazo dequarenta e cinco dias não se aplica aos decretos e regulamentos, cuja obrigatoriedade se determina pela sua publicação oficial. Assim, tornam-se obrigatórios desde a data de sua publicação, salvo se disporem em contrário.
Entretanto, a falta de norma reguladora é hoje suprida pelo mandado de injunção.
Revogação da lei
Cessa a vigência da lei com a sua revogação.
Art. 2o, LINDB: Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
A lei tem, em regra, caráter permanente: mantém-se me vigor até ser revogada.
Esse caráter permanente representa o princípio da continuidade da lei.
No sistema brasileiro, o costume não tem força para revogar a lei, e ela não perde sua eficácia pelo não uso.
Lei também pode perder eficácia se for declarada inconstitucional pelo STF, cabendo ao Senado a suspensão de sua execução.
Todavia, em alguns casos, a lei pode ter vigência temporária e cessará por causas intrínsecas. São elas:
ADVENTO DO TERMO FIXADO PARA SUA DURAÇÃO
Algumas leis, por sua natureza, são destinadas a viger apenas durante certo período (exemplos: leis orçamentárias e disposições transitórias). Outras, por sua vez, prefixam expressamente sua duração.
IMPLEMENTO DE CONDIÇÃO RESOLUTIVA
A lei perde sua vigência em decorrência de condição quando se trata de lei especial vinculada a uma situação determinada, estando sujeita a uma condição resolutiva. São leis circunstanciais. 
CONSECUÇÃO DE SEUS FINS
Cessa a vigência da lei quando o fim ao qual ela se destinava é realizado.
Nos casos referidos se dá a caducidade da lei: ela se torna sem efeito por causa prevista em seu próprio texto, sem necessidade de norma revogadora.
A caducidade também ocorre quando o pressuposto fático de uma lei desaparece (lei que se destina ao combate de certa doença, a qual termina em razão do avanço médico).
Porém, norma em desuso não perde, só por esse motivo, a eficácia jurídica.
Caio Mário: afirma que não se pode suscitar os motivos psicológicos, econômicos ou sociais que inspiraram a lei como causa revogadora. A menos que o nascimento dela decorra de uma circunstância de fato, a qual cessou.
Revogação: supressão da força obrigatória da lei, retirando-lhe a eficácia.
Revogação: só pode ser feita por outra lei de hierarquia igual ou superior à da lei revogada.
A revogação deve emanar da mesma fonte que aprovou o ato revogado. 
O princípio da hierarquia não admite que uma lei ordinária sobreviva a uma disposição constitucional que a contrarie.
Uma Constituição que modifica o regime político torna ineficazes todas as disposições anteriores incompatíveis com a nova ordem política.
As normas constitucionais programáticas, porém, não podem revogar outras, até a aprovação de novos textos que as concretizem.
A revogação pode ocorrer em certos âmbitos:
Revogação quanto à extensão
Total (ab-rogação): Supressão integral da norma anterior.
Parcial (derrogação): Atinge apenas uma parte da norma, as não atingidas continuam em vigor.
Revogação quanto à forma de execução
Expressa: ocorre quando a lei nova declara, de modo taxativo e inequívoco, que a lei anterior, ou parte dela, fica revogada (LINDB, art. 2º, § 1º, primeira parte). É mais segura que a taxativa, pois evita dúvidas.
Tácita: ocorre quando a lei nova não contém declaração nesse sentido, mas se mostra incompatível com a lei antiga ou regula inteiramente a matéria da qual a lei anterior tratava (LINDB, art. 2º, § 1º, última parte). É caracterizada pela incompatibilidade das disposições novas com as já existentes. Na impossibilidade de coexistirem normas opostas, aplica-se o critério da prevalência da mais recente (cronológico: lex posterior derogat lei priori). Costuma-se dizer também que ocorre revogação tácita quando uma lei se mostra incompatível com mudança havida na Constituição, em face da supremacia dessa. Porém, mais adequado seria dizer que ela perdeu seu fundamento de validade.
Há três critérios de resolução de conflito entre normas que levam à revogação. São eles: 
Hierárquico: lex superior derogat legi inferior
Cronológico: lex posterior derogat legi priori
Especialidade: lex specialis derogat legi generali (não pode ser acolhida de modo absoluto)
Porém, se não existir conflito entre a lei geral e a especial, a primeira não é revogada, tal como afirma o art. 2º, § 2º da LINDB.
Lei especial pode, por exemplo, acrescer ressalva a lei geral e, por isso, deve conviver junto a ela.
ANTINOMIA
É a presença de duas normas conflitantes. 
Decorre da existência de duas ou mais normas relativas ao mesmo caso, imputando-lhe soluções logicamente incompatíveis.
Nesse caso, devem ser levados em consideração para a resolução dos conflitos os critérios cronológico, da especialidade e o hierárquico.
Quando o conflito entre normas envolve um dos critérios, ele é chamado de antinomia de 1º grau. Quando envolve dois, denomina-se antinomia de 2º grau.
REAL
Ocorre quando o conflito não pode ser solucionado com os critérios supramencionados. Ocorre, por exemplo, entre norma superior-geral e norma inferior-especial. 
APARENTE
É uma situação que pode ser resolvida com base nos critérios mencionados acima.
REPRISTINAÇÃO
O direito brasileiro não admite, como regra, a repristinação, que é a restauração da lei revogada pelo fato da lei revogadora ter perdido a vigência. 
LINDB, art. 2º, § 3o Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência.
Ressalva: a repristinação ocorre se o legislador se pronunciar nesse sentido.
Obrigatoriedade das leis
Sendo a lei dirigida à vontade geral, uma vez em vigor, torna-se obrigatória para todos.
Art. 3º da LINDB consagra o princípio da obrigatoriedade: Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Esse dispositivo visa garantir a eficácia global da ordem jurídica, que estaria comprometida se se admitisse a alegação de ignorância de lei vigente. 
Esse princípio não se aplica ao direito municipal, estadual, estrangeiro ou consuetudinário. 
Três teorias buscam justificar o princípio da obrigatoriedade:
Presunção legal
Presume que a lei, ao ser publicada, passa a ser conhecida por todos. Porém, isso se trata de uma inverdade.
Ficção legal
Afirma que se trata de uma ficção, não de presunção, que todos conhecem a lei. Isso também não ocorre. 
Necessidade social
Sustenta que a lei é obrigatória e deve ser cumprida por todos, não por motivo de conhecimento presumido ou fictício, mas por elevadas razões de interesse público, ou seja, para que seja possível a convivência social.
Caso a ignorância da lei fosse aceita, o ordenamento jurídico ficaria comprometido.
A publicação oficial da lei tem por finalidade torna-la conhecida, mas visa neutralizar a ignorância, sem, contudo, eliminá-la.
A inaceitabilidade da alegação de ignorância da lei, porém, não exclui a possibilidade de haver erro de direito, isso é, o conhecimento falso da lei, o qual pode ser causa de anulação de negócios jurídicos.
A integração das normas jurídicas
Caso haja uma situação que não pode ser resolvida pelas normas existentes, o juiz deve se valer dos mecanismos destinados a suprir as lacunas da lei: analogia, costumes e princípios gerais do direito.
O próprio sistema apresenta solução para caso que esteja sub judice.
Existem duas concepções doutrinárias a respeito das lacunas do direito:
1- Defende a inexistência das lacunas, em face da plenitude da ordem jurídica. Se existem lacunas na lei, no direito elas não existem, pois ele dispõe dos princípios gerais que podem solucionar as situações.
2- Reconhece que existem lacunas em todos os sistemas jurídicos, pela impossibilidade de se prescrever a totalidade das situações que a vida de fato oferece.
Sob o ponto de vista dinâmico, o sistema realmente não contém lacunas, pois o juiz pode integrar as leis com base nos aludidos mecanismos. 
O direito, porém, quando considerado estaticamente, pode possuir lacunas.
6.1. A analogiaHá uma hierarquia para a utilização dos princípios, estando, assim, a analogia no topo.
Os demais só podem ser usados se a analogia não puder ser aplicada.
Isso decorre do fato de que o direito brasileiro se consagra na lei escrita.
Analogia: consiste em aplicar a um caso não previsto a norma leal referente a uma hipótese análoga prevista e tipificada.
Seu fundamento é o adágio “ubi eadem ratio, ini idem jus (princípio de igualdade de tratamento: a situações semelhantes deve-se aplicar a mesma regra de direito).
Para o emprego da analogia, requer-se a presença de três requisitos:
Inexistência de dispositivo legal prevendo e disciplinando a hipótese do caso concreto.
Semelhança entre a relação não contemplada e a outra regulada na lei.
Identidade de fundamentos lógicos e jurídicos no ponto comum às duas situações.
Há dois tipos principais de analogia:
LEGIS
Consiste na aplicação de uma norma já existente, destinada a reger caso semelhante ao previsto.
JURIS
Baseia-se em um conjunto de normas, para obter elementos que permitam sua aplicação no caso sub judice não previsto, mas similar. 
Processo mais complexo. Solução em uma pluralidade de normas.
Dada a amplitude de sua orbita de atuação, ela requer mais cuidado.
Nem sempre é fácil encontrar o princípio dominante em uma instituição.
Não se pode confundir analogia com interpretação extensiva. A primeira busca outra norma para suprir lacuna, enquanto a segunda atua no âmbito de extensão da aplicação de uma só norma.
Negócios jurídicos benéficos e a enuncia não admitem o emprego da analogia, nem interpretação extensiva, pois “interpretam-se estritamente”.
O recurso à analogia não é ilimitado. Ela não é admitida, por exemplo, no direito penal, a menos que seja bonam partem (beneficie o réu).
6.2. O costume
Colocado em plano secundário em relação à lei.
O juiz só pode recorrer a ele depois de findas as possibilidades de resolução por meio da analogia.
Fonte subsidiária ou supletiva.
Costume tem origem incerta, imprevista, não é escrito, ou seja, é consuetudinário.
Lei, diferentemente, é escrita e provém do processo legislativo.
Costume é composto por dois elementos: o uso ou prática reiterada de um comportamento (elemento externo ou material) e a convicção de sua obrigatoriedade (elemento interno ou psicológico, opinio juris et necessitate).
Costume: prática uniforme, constante, pública e geral de determinado ato, com a convicção de usa necessidade.
Essa convicção deve ser cultivada por toda a sociedade ou por uma parcela ponderável dela.
Para que se converta em costume jurídico, o judiciário deve colocá-lo como obrigatório (confirmação jurisprudencial).
Em relação à lei, existem três tipos de costume: 
SECUNDUM LEGEM
Ocorre quando o costume se encontra expressamente referido na lei. Nesse caso, sua eficácia é reconhecida pelo direito positivo. Passa a te caráter de verdadeira lei, deixando de ser costume propriamente dito.
PRAETER LEGEM
Ocorre quando se destina a suprir a lei, nos casos omissos, como prevê o art. 4º da LINDB. Um dos expedientes ao qual o juiz pode recorrer se a lei for omissa.
CONTRA LEGEM
Ocorre quando o costume se opõe a lei. Em regra, o costume não pode contrariar a lei, pois ela só é revogada ou modificada por outra lei. A maior parte da doutrina rejeita costumes contra legem.
6.3. Os princípios gerais do direito
São constituídos de regras que se encontram na consciência dos povos e são universalmente aceitas, mesmo que não escritas. 
Possuem caráter genérico e orientam a compreensão do sistema jurídico, estando ou não incluídas no direito positivo.
A maior parte está implícita no sistema jurídico civil, como “boa-fé se presume”, “ninguém pode transferir mais direitos do que tem”, dentre outros. 
Segundo Francisco Amaral, os princípios se distinguem em constitucionais (soberania, cidadania, dignidade da pessoa humana, valores sociais do trabalho e da livre-iniciativa, o pluralismo político) e institucionais/ legislativos (princípio da igualdade dos cônjuges e outros).
Para que possam ser aplicados como norma de direito supletório, os princípios gerais devem ser reconhecidos como direito aplicável, dotados de juridicidade.
 6.4. A equidade
A equidade não constitui meio supletivo de lacuna de lei, sendo mero recurso auxiliar da aplicação desta.
É empregada quando a própria lei cria lacunas que permitem ao juiz formular a norma mais adequada ao caso.
É utilizada quando a lei expressamente o permite (CPC, art. 140º).
Ela normalmente é permitida nos casos de conceitos vagos ou quando a lei formula várias alternativas e deixa a escolha a critério do juiz.
A equidade está ínsita no art. 5º da LINDB.
Aplicação e interpretação das normas jurídicas
Normas: genéricas e impessoais, contêm um comando abstrato, não se referindo especificamente a casos concretos.
Subsunção: ocorre quando o fato é típico e se enquadra perfeitamente no conceito abstrato da norma.
Há casos, no entanto, em que isso não ocorre. Assim, o juiz deve proceder à integração normativa.
Para verificar se uma norma é aplicável ao caso em julgamento, deve-se buscar a interpretação.
Interpretar é descobrir o sentido e o alcance da norma jurídica.
Interpretação subjetiva: pesquisa a vontade do legislador. Tal concepção encontra entraves em normas muito antigas.
Interpretação objetiva: mais aceita. Visa a vontade da lei/ sentido da norma.
Livre pesquisa do direito: norma deve ser interpretada em função das concepções jurídicas morais e sociais da época.
Hermenêutica: é a ciência da interpretação das leis. Ela possui certos métodos, são eles: 
QUANTO ÀS FONTES OU ORIGEM
Interpretação autêntica ou legislativa
É a feita pelo próprio legislador, por outro ato. Este, reconhecendo a ambiguidade da norma, bota uma nova lei, destinada a esclarecer sua intenção. Nesse caso, a lei interpretativa é a própria lei interpretada.
Interpretação jurisprudencial ou judicial 
É a fixada pelos tribunais. Embora não tenha força vinculante, influencia grandemente os julgamentos nas instâncias inferiores. 
Interpretação doutrinária 
É a feita pelos estudiosos e comentaristas do direito: os jurisconsultos. Doutrinadores fornecem subsídios, à luz dos conceitos inspiradores da norma, para que os interpretadores do direito possam entender o seu sentido e alcance e melhor aplicá-la em suas atividades.
QUANTO AOS MEIOS
Interpretação gramatical ou literal
Consiste no exame do texto normativo sob o ponto de vista linguístico. É a primeira fase do processo interpretativo. 
STF decidiu que “a interpretação meramente literal deve ceder passo quando colidente com outros métodos de maior robustez e cientificidade”.
Interpretação lógica ou racional
Atende ao espírito da lei.
Procura-se apurar o sentido e a finalidade da norma, a intenção do legislador, por meio de raciocínios lógicos.
Busca-se extrair várias interpretações até que a melhor seja encontrada.
Interpretação sistemática 
Parte do pressuposto de que uma lei não existe isoladamente e deve ser interpretada em conjunto com outras pertencentes à mesma província do direito. 
As palavras da lei devem se relacionar com o contexto em que se situam.
Assim, muitos juristas preferem chamá-la de lógico-sistemática.
Interpretação histórica
Baseia-se na investigação dos antecedentes da norma, do processo legislativo, a fim de descobrir seu exato significado. 
Melhor método para apurar a vontade do legislador e os objetivos que buscava alcançar (ratio legis).
Pesquisa as circunstâncias, de ordem social, econômica e política, que nortearam a elaboração da lei (occasio legis).
Analisa também o pensamento dominante ao tempo de sua formação.
Interpretação sociológica ou teleológica
Tem por objetivo adaptar o sentido ou a finalidade da norma às novas exigências sociais. 
QUANTO AOS RESULTADOS
Interpretação declarativa
Ocorre quando proclama que o texto legal corresponde ao pensamento do legislador. 
Interpretação extensivaou ampliativa
O intérprete conclui que o alcance ou o espírito da lei é mais amplo do que indica seu texto, abrangendo implicitamente outras situações.
Interpretação restritiva 
Entende-se que o legislador fez uma lei demasiado ampla, a qual abrangeria situações não concernentes a ela. Por isso, impõe-se uma limitação do campo de aplicação da lei em questão.
Os métodos de aplicação não são aplicados isoladamente, mas sim em conjunto.
Conflito das leis no tempo
As leis são elaboradas para, em regra, valerem no futuro. 
Quando a lei é modificada por outra e já se haviam formado relações jurídicas na vigência da lei anterior, pode se instaurar um conflito de leis no tempo. 
A dúvida, assim, dirá respeito à aplicação ou não da lei nova às situações anteriormente constituídas. 
Para solucionar tal questão, são usados dois critérios: o das disposições transitórias e o da irretroatividade das normas.
Disposições transitórias: elaboradas pelo legislador, no próprio texto normativo, destinadas a evitar e a solucionar conflitos que poderão emergir do confronto da nova lei com a antiga, tendo vigência temporária. 
Irretroatividade da lei: refere-se à lei que não se aplica a situações constituídas anteriormente. É um princípio que objetiva assegurar a certeza e a estabilidade do ordenamento jurídico-positivo. Entretanto, não se dá a esse princípio um caráter absoluto, pois, em determinadas situações, a lei pode ser retroativa, atingindo atos jurídicos praticados sob o império da norma revogada.
Há casos em que o interesse social justifica a retroatividade.
Gaaba: deve-se respeitar o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
Lei nova se aplica aos casos pendentes e aos futuros, só podendo ser retroativa, para atingir os fatos já consumados pretéritos, quando: 
Não ofender o ato jurídico perfeito, a coisa julgada ou o direito adquirido. Caso a retroatividade cumpra esse requisito, a doutrina a considera justa e injusta quando ocorre tal ofensa.
Quando o legislador expressamente mandar aplica-la a casos pretéritos.
Ato jurídico perfeito: é o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou, produzindo efeitos jurídicos, uma vez que o direito foi exercido.
Direito adquirido: é o que já se incorporou definitivamente ao patrimônio e à personalidade do seu titular, não podendo lei nem fato posterior alterar tal situação jurídica.
Coisa julgada: é a imutabilidade dos efeitos da sentença, não mais sujeita a recursos.
A retroatividade ainda pode ser máxima (atinge direito adquirido e afeta negócios jurídicos perfeitos), média (alcança fatos pendentes; direitos já existentes, mas ainda não integrados no patrimônio do titular) ou mínima (lei nova afeta os efeitos dos atos anteriores, mas produzidos após a data em que ela entrou em vigor). Todas essas situações são de retroatividade injusta, pois lesam direitos individuais em maior ou menor grau.
Cristiano Chaves de Farias: não se consideram acobertadas com o manto de coisa julgada “ações nas quais não foram exauridos todos os meios de prova, inclusive científicos”.
Ressalva: não faz coisa julgada material a decisão judicial em ações filiatórias nas quais não se produziu a pesquisa genética adequada. 
STF: afirma que não há direito adquirido contrário a Constituição.
Eficácia da lei no espaço
Em razão da soberania estatal, a norma tem aplicação dentro do território delimitado pelas fronteiras do Estado.
 Esse princípio da territorialidade, entretanto, não é absoluto.
Muitas vezes, dentro dos limites de um Estado, surge a necessidade de regular relação entre nacionais e estrangeiros. 
Assim, às vezes, o Estado permite que a lei estrangeira tenha eficácia no seu território, sem comprometer a soberania nacional, aceitando-se, assim, a extraterritorialidade.
Norma jurídica também se aplica às embaixadas, consulados, navios de guerra, navios mercantes em águas territoriais, dentre outros. 
O Brasil segue o sistema da territorialidade moderada.
Pela extraterritorialidade, a norma é aplicada em território de outro Estado, segundo os princípios e convenções internacionais.
Estatuto pessoal: situação jurídica que rege o estrangeiro pelas leis de seu país de origem. Funda-se na lei do domicílio.
O conceito de domicílio é dado pela lex fori (lei do foro competente, da jurisdição onde se deve processar a demanda).
Regem-se pela lei do domicílio a sucessão “causa mortis” e a competência da autoridade judiciária. 
As sentenças proferidas no estrangeiro, para serem cumpridas no Brasil, dependem do cumprimento de certos requisitos: 
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia; 
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execução no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado; 
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal.
Como exceção à lei do domicílio, a LINDB admite a aplicação da lex rei sitae (lei da situação da coisa) para qualificar os bens e regular as relações a eles concernentes, embora determine que se aplique a lei do domicílio do proprietário, quanto aos móveis que trouxer ou se destinarem a transporte para outros lugares.

Outros materiais