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Resumo Fundamentos de Economia e Administra o

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FUNDAMENTOS DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Idelbrando v. santos 
jan, 2016 
 2 
 
FUNDAMENTOS DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO 
 (RESUMO) 
 
 
Apresentação 3 
Introdução 4 
Definições básicas 4 
Breve perspectiva histórica 5 
Divisão da economia 10 
Necessidades humanas 10 
A Escassez 11 
Utilidade bens e serviços 11 
Fatores de produção 12 
A atividade econômica e os agentes econômicos 13 
As questões fundamentais 14 
A curva de possibilidades de produção 
 
14 
A eficiência produtiva, Custo de Oportunidade, Trade-off 
EFICIÊNCIA PRODUTIVA 
a 
17 
As trocas, a divisão do trabalho e o dinheiro 18 
O sistema de economia de mercado 18 
Mercado e concorrência 19 
Sistema de economia centralizada 21 
Noções de microeconomia 23 
Conceito de utilidade 24 
Demanda, Oferta e Equilíbrio 24 
Conceito de elasticidade 27 
Bens substitutos e complementares 31 
Teoria elementar da produção 32 
A função de produção 32 
Os custos da produção, receita e lucros 33 
A intervenção do estado e seus objetivos 34 
 
 3 
 
 
APRESENTAÇÃO 
 
 
 
 
 
Resumo dos conceitos básicos do programa de Fundamentos de Economia e 
Administração 
Este texto está dividido em duas partes. 
O capítulo I. São apresentados os conceitos dos princípios básicos de economia como 
também o funcionamento do sistema econômico. 
O capítulo II. Estuda noções de microeconomia na formação dos preços nos diversos 
mercados, a partir da ação conjunta da demanda e da oferta, levando em consideração o 
comportamento do consumidor e do empresário, individualmente. 
 4 
 
CAPÍTULO I 
 
1.1 – Introdução 
Etimologicamente, a palavra “economia” deriva da junção dos termos gregos “oikos” (casa) 
e “nomos” (costume, lei) resultando em “regras ou administração da casa, do lar” e que pode 
ser entendida como a “administração da casa”. 
 
1.1.2 - Definições Básicas 
 A Ciência que estuda a atividade produtiva. Focaliza estritamente os problemas 
referentes ao uso e à distribuição mais eficiente de recursos escassos; 
 Estuda as variações e combinações na alocação dos fatores de produção na 
distribuição de renda, na oferta, procura e nos preços das mercadorias; 
 Economia, ou Economia Política, é o estudo das atividades que, com ou sem 
dinheiro, envolvem transações de trocas entre pessoas; 
 Economia é o estudo da maneira pela qual os homens decidem utilizar os 
recursos produtivos escassos ou abundantes, para produzir varias mercadorias 
e distribuí-las a vários membros da sociedade, para o consumo; 
 Economia é o estudo de homens em sua atividade comum, ganhando e 
desfrutando a vida; 
 Economia é o estudo da maneira pela qual a humanidade realiza a tarefa de 
organizar suas atividades de consumo e produção; 
 Economia é o estudo da riqueza; 
 Economia é o estudo de como melhorar a sociedade. 
 
Qualquer que seja a definição, porem, verifica-se pelo menos três características básicas: 
- O objetivo de satisfazer as necessidades humanas; 
- A escassez dos recursos 
- Como ciência que ensina a gerir ou administrar os recursos escassos 
1.1.3 - Principais termos utilizados 
i. Capital: meios de produção que foram criados pelo trabalho e que são 
utilizados para a produção de outros bens. 
ii. Fatores de produção: elementos indispensáveis ao processo produtivo de 
bens materiais. Os fatores de produção são a terra, o capital, o trabalho. 
iii. Meios de produção: incluem os instrumentos de produção (ferramentas, 
máquinas), as instalações, fontes de energia, meios de transporte e as 
matérias-primas. 
iv. Modo de produção: conceito da economia marxista que é definido pelo 
conjunto das forças produtivas e das relações de produção. O modo de 
produção confunde-se, de certa maneira, com a estrutura econômica da 
sociedade, englobando a produção, distribuição, circulação e consumo. 
 5 
v. Capitalismo: sistema econômico baseado na separação entre trabalhadores, 
que dispõem apenas da força de trabalho e a vendem em troca de salário, e 
capitalistas, que são proprietários dos meios de produção e contratam 
trabalhadores para produzir mercadorias com o objetivo de lucro. 
vi. Socialismo: conjunto de doutrinas e movimentos políticos voltados para o 
interesse dos trabalhadores, tendo por objetivo uma sociedade onde inexista 
a propriedade privada dos meios de produção. Pretende eliminar as 
diferenças entre classes sociais e planificar a economia para obter uma 
distribuição justa da riqueza social. 
vii. Comunismo: doutrina que defende a abolição da propriedade privada dos 
meios de produção, a distribuição igualitária dos bens produzidos pela 
sociedade e que a organização da riqueza social seja feita pela própria 
comunidade de produtores. As primeiras formas de organização humana são 
classificadas como modalidades de comunismo primitivo. 
 
1.1.4 - Breve perspectiva histórica: 
Da Antiguidade à Renascença, as questões econômicas assumiram gradualmente 
maior importância, com o surgimento de formas de organização mais complexas. Nesse 
período ampliaram-se as discussões sobre o sistema de propriedade territorial, trabalho, 
tributos, empreendimentos privados, comércio intra e inter-regional evolução das formas de 
moeda e outros. 
A partir da formação dos novos Estados-nações da França, Alemanha, Inglaterra, 
Espanha e Portugal a análise econômica começou a desenvolver-se rumo a uma ciência 
voltada a melhor administrar o Estado, encarregado de fortalecê-lo. 
A doutrina econômica que caracterizou os séculos XVI a XVIII ficou denominada 
como Mercantilismo, marcado pela desintegração do feudalismo e pela formação dos 
Estados Nacionais. Defende o acúmulo de divisas em metais preciosos pelo Estado por 
meio de um comércio exterior protecionista. Alguns princípios básicos do Mercantilismo são: 
a) O Estado deve incrementar o bem-estar nacional, ainda que em detrimento 
de seus vizinhos e colônias; 
b) A riqueza da economia nacional depende do aumento da população e do 
volume de metais preciosos; 
c) O comércio exterior deve ser estimulado para que se aumentem as 
reservas de metais preciosos; 
d) O comércio e a indústria são mais relevantes à economia nacional do que 
a agricultura. 
Essa concepção levava a um intenso protecionismo estatal e a uma ampla intervenção do 
Estado na economia. Uma forte autoridade central era tida como essencial à expansão de 
mercados e à proteção dos interesses comerciais. 
O Mercantilismo era constituído por um conjunto de concepções desenvolvidas na prática 
por ministros, administradores e comerciantes com objetivos não só econômicos como 
também político-estratégicos. Os mercantilistas, limitando sua análise ao âmbito da 
circulação de bens, aprofundaram o conhecimento de questões como as da balança 
comercial, da taxa de câmbio e dos movimentos de dinheiro. Entre os principais 
representantes da doutrina estão Thomas Mun, Josiah Child e Montchrestien. 
 6 
Apenas no séc. XVIII a Economia ingressa na sua fase científica com a publicação em 1758 
e 1776 de Tableau Économique1, de François Quesnay, e An Inquiry into the Nature and 
causes of the Wealth of Nations2, de Adam Smith. A partir dessas obras, os pensadores 
dedicaram-se à análise das três grandes questões econômicas: formação, distribuição e 
consumo das riquezas. 
Essas três questões constituíram a base das definições econômicas chamadas clássicas. 
Seus principais teóricos foram, Malthus, John Law, Stuart Mill, Richard Cantillon, David 
Ricardo e Jean Baptiste Say. 
No século XIX, somou-se a abordagem socialista à concepção clássica. O binômio 
produção-distribuição foi a base em que se fundou a perspectiva socialista.As diferenças essenciais entre as abordagens clássica e socialista resultaram da ênfase 
dada ao entendimento dos processos da produção, distribuição e consumo. 
No final do séc. XIX surge uma nova linha conceitual denominada Escola Neoclássica. 
Predominou entre 1870 e a I Guerra Mundial, também conhecida como Escola Marginalista 
por se fundamentar na teoria subjetiva do valor da utilidade marginal3 para reelaborar a 
teoria econômica clássica. Seus precursores foram Thünen, Gossen e Cournot. 
São considerados seus fundadores os economistas Carl Menger, William Jevons e Leon 
Walras. A abordagem neoclássica fundamenta-se no fato de que as necessidades e os 
desejos humanos são inúmeros e de várias espécies. Marshall não se limitou à descrição e 
análise dos processos econômicos relacionados à riqueza e ao bem-estar. Foi além, ao 
discutir aspectos éticos ligados à conduta humana. Se vivêssemos num mundo onde os 
homens fossem perfeitos, os mais fortes facilmente suportariam o fardo mais pesado e 
admitiriam que seus vizinhos mais fracos, embora produzindo menos, elevasse o seu 
consumo. Felizes nessa maneira de pensar, eles trabalhariam para o bem geral com toda a 
energia. Mas os homens comuns são incapazes de manter uma atitude altruísta durante um 
período considerável. Em resumo, a teoria neoclássica prescreve que a liberdade de 
iniciativa e a concorrência são essenciais para a produção e ampliação da riqueza, a qual 
proporcionaria o bem-estar social. 
Ainda em fins do século XIX, os países desenvolvidos encetaram uma política de dominação 
territorial e econômica dos demais países. Tal movimento passou a ser conhecido como 
Imperialismo. Na época, representava o desejo das nações desenvolvidas de administrar e 
explorar economicamente os territórios menos avançados, com o propósito principal de 
comércio e, às vezes, para eliminar os concorrentes. 
Lênin, em O Imperialismo, etapa superior do capitalismo, definiu o capital financeiro como a 
fusão do capital bancário com o industrial, o que marcaria a passagem do capitalismo de 
livre concorrência para o capitalismo de monopólios. Nessa fase ocorreria a formação de 
grandes excedentes de capitais nos países adiantados, capitais esses que precisariam ser 
exportados, tornando a exportação de capitais mais importante do que a exportação de 
mercadorias. Outras características do imperialismo seriam a necessidade de as grandes 
potências de garantir mercados compradores e fontes de matérias-primas. 
Durante a década de 30, surgiu nova proposta ao pensamento econômico denominado 
keynesianismo. Modalidade de intervenção do Estado na vida econômica, sem atingir 
totalmente a autonomia da empresa privada e adotando as políticas sugeridas na principal 
obra de John Maynard Keynes, A teoria geral do emprego, do juro e da moeda, de 1936. 
 
1 Quadro econômico. 
2 Um Inquérito Sobre a Natureza e Causas da Riqueza das Nações. 
3 A utilidade marginal é aquela que, dada certa quantidade de um bem, corresponde à utilidade extra adicionada 
pela sua última unidade. Esse conceito se baseia no princípio da saturabilidade das necessidades, ou seja, as 
necessidades humanas admitem uma saturação gradual, à medida que se aumenta a quantidade dos bens, a 
satisfação que estes proporcionam diminui. 
 7 
Tais políticas propunham-se a solucionar o problema do desemprego pela intervenção 
estatal, desencorajando o entesouramento em proveito das despesas produtivas, por meio 
da redução da taxa de juros e do incremento dos gastos públicos. 
As propostas da chamada “revolução keynesiana” foram feitas no momento em que a 
economia mundial sofria o impacto da Grande Depressão, que se estendeu por toda a 
década de 30, até o início da II Guerra Mundial. Suas ideias influenciaram alguns pontos do 
New Deal4, o programa de recuperação econômica de Franklin Roosevelt (1933-39). 
De fato, sob o estímulo de grandes despesas governamentais, impostas pelo 
conflito mundial, a crise do desemprego deu lugar à escassez de mão-de-obra na maioria 
dos países capitalistas. Para a maioria dos economistas, era a comprovação da eficácia das 
propostas keynesianas. Surgiu a convicção de que o capitalismo poderia ser salvo desde 
que os governos soubessem fazer uso de seu poder de cobrar impostos, reduzir juros, 
contrair empréstimos e gastar dinheiro. 
No final da II Guerra Mundial, o mundo deparou-se com a necessidade de 
reorganização de seu sistema econômico, aturdido pela Grande Depressão e por duas 
Guerras Mundiais. Assim, realizou-se em julho de 1944 a Conferência de Bretton Woods, 
New Hampshire, EUA), nome pelo qual ficou conhecida a Conferência Monetária e 
Financeira das Nações Unidas, com representantes de 44 países, para planejar a 
estabilização da economia internacional e das moedas nacionais. Os acordos assinados em 
Bretton Woods tiveram validade para o conjunto das nações capitalistas lideradas pelos 
EUA, resultando na criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco 
Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). 
O FMI é uma agência especializada da ONU (Organização das Nações Unidas), 
com sede em Washington e que faz parte do sistema financeiro internacional. O FMI tem a 
finalidade de promover a cooperação monetária no mundo capitalista, coordenar as 
paridades monetárias (evitar desvalorizações concorrenciais) e levantar fundos entre os 
diversos países-membros, para auxiliar os que encontrem dificuldades nos pagamentos 
internacionais. Quase todos os países relativamente industrializados (com exceção dos 
países socialistas) fazem parte da organização. Cada país contribui com quotas-partes para 
o Fundo. 
Sempre que solicitada, a entidade envia representantes para auxiliar na solução de 
problemas econômicos dos países-membros, especialmente quando enfrentam situações 
econômicas adversas (inflação acentuada, queda de exportações, escassez de divisas, 
etc.), permitindo uma rápida adoção de medidas corretivas, para que as dificuldades 
internas não se reflitam no comércio internacional. Também nos casos de pedido de auxílio, 
o FMI oferece sua assistência fiel a uma política do tipo monetarista (taxa cambial única e 
fixa, moeda conversível, corte nos gastos públicos, contenção salarial, etc.), que nem 
sempre corresponde aos interesses dos países que almejam o desenvolvimento, pois 
costuma provocar efeitos depressivos na economia, com custos sociais elevados. 
O BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento) é uma instituição 
financeira internacional ligada à ONU e conhecido também como Word Bank (Banco 
Mundial). Teve como objetivo inicial financiar os projetos de recuperação econômica dos 
países atingidos pela Guerra. Sediada em Washington, reúne 139 países (1980). Fornece 
empréstimos diretos a longo prazo (15 a 25 anos) aos governos e empresas, com garantias 
oficiais, para projetos de desenvolvimento, assim como assistência técnica. O maior volume 
de recursos, desde que o banco começou a operar em 1946 foi dirigido aos setores de 
energia, transporte e agricultura. As contribuições de cada país-membro ao capital do BIRD, 
assim como o direito a voto, são estabelecido proporcionalmente à participação do país no 
 
4 Novo acordo. Foi um conjunto de medidas criado no governo de Franklin Delano Roosevelt (1933-1945), 
inspirado nas ideias do economista John Maynard Keynes que estabelecia medidas econômicas para garantir 
pleno emprego dos trabalhadores. 
 8 
comércio internacional. O maior acionista são os EUA que têm o poder de veto sobre as 
decisões da organização. 
Em 1947, também sob a o patrocínio da ONU, foi firmado o GATT (General Agreement on 
Trade and Tariffs ou Acordo Geral do Comércio e Tarifas). O GATT originou o que hoje 
conhecemos como a Organização Mundialdo Comércio (OMC) a qual rege-se por três 
princípios básicos: a) tratamento igual a todas as nações comerciantes; b) redução de tarifas 
por meio de negociações; e c) eliminação das cotas de importação. Em outras palavras, a 
OMC orienta-se pela busca do livre comércio entre as nações. 
Desde a década de 70, assistimos às grandes mudanças de caráter tecnológico, que 
também provocam a aceleração dos processos de internacionalização e globalização dos 
setores produtivo-comerciais. 
 
1.1.5 - Globalização 
Entende-se por globalização a produção e a distribuição de valores dentro de redes em 
escala mundial, com o acirramento da concorrência entre grandes grupos multinacionais. 
Neste sentido, destacam-se cinco tendências: 
i. Nas últimas décadas, é notável o crescimento do progresso tecnológico, 
principalmente nas áreas de informação com o desenvolvimento e a difusão de 
novas tecnologias, sendo os setores de semicondutores, telecomunicações e 
informática os mais atingidos. A difusão de tais tecnologias, por um lado, cria 
novos produtos e novas fronteiras mercantis e, por outro lado, gera maior 
eficiência e maiores condições de competitividade àqueles que têm acesso a 
essas inovações. A participação nesse processo, porém, não é acessível a 
todos, em decorrência do alto custo da inovação, da elevada complexidade 
tecnológica do processo, da necessidade de elevados gastos em pesquisa e 
desenvolvimento, do fato de o ciclo de vida dos produtos ser curto e da 
dificuldade de acesso a mercados (fornecedor e consumidor) de tamanho 
mundial. 
ii. Associado a essas mudanças tecnológicas, existe um movimento de 
reestruturação comercial e produtiva em escala mundial, verificando-se também 
o acirramento da concorrência. Assim, pode-se falar em um processo de forte 
internacionalização econômica e na chamada globalização produtiva. As 
empresas reagem a tais modificações e a esse crescimento da concorrência, 
buscando rebaixar custos e eliminar riscos. Ocorre forte processo, a partir da 
década de 80, de fusões, aquisições e incorporações a nível internacional. Na 
verdade, grande parte dos investimentos diretos externos estava associada à 
compra de empresas já existentes. 
iii. Em termos comerciais, desde a década de 70, crescem o protecionismo e a 
tendência contrária ao multilateralismo, que caracterizam a chamada época de 
ouro do pós-guerra. Esse protecionismo que atualmente se manifesta de formas 
mais sutis do que a imposição de tarifas alfandegárias, surge em função do 
acirramento da concorrência internacional e dos problemas enfrentados pelos 
países durante o período. Porém, deve-se ressaltar o grande processo 
liberalização dos países em desenvolvimento, no final dos anos 80 e início dos 
90. 
iv. Na década de 80, assiste-se também ao aumento do número de acordos e 
mecanismos de integração regional, tendo como principais exemplos a união 
européia, o NAFTA (north-american free trade agreement) ou acordo de livre 
comércio norte-americano), a área de livre comércio asiática e o Mercosul. No 
ano de 1994, foi criada a ALCA (Área de Livre Comercio das Américas e Caribe, 
 9 
formada pelos estados unidos México e Canadá. Atualmente em fase de 
negociação com outros países. 
v. A formação destes blocos regionais é bastante desigual, oscilando entre simples 
promessas de tratamento preferencial, e tentativas de formação de um mercado 
único de produtos até um sistema monetário unificado, passando pela formação 
de zonas de livre comércio e uniões aduaneiras. Na verdade, a formação desses 
blocos é resposta às dificuldades enfrentadas no mercado internacional, dado o 
declínio do multilateralismo, e também está associada às próprias modificações 
produtivas em curso. Estes acordos regionais são em parte forçados pela 
necessidade de ampliação do espaço econômico das empresas, a fim de 
viabilizar a operação e a continuidade das inovações, constituindo-se, assim, em 
um processo intermediário dentro da tendência de globalização). 
vi. A tendência de ampliação de práticas protecionistas e o processo de 
globalização tornaram o GATT um mecanismo que foi perdendo sua eficácia na 
promoção de um comércio livre e multilateral. A rodada Uruguai procurou 
reverter essa tendência. Teve por objetivo a retomada de práticas de transações 
internacionais menos discriminatórias e a maior liberalização comercial, 
discutindo especialmente os esquemas protecionistas não-tarifários. 
Procuraram-se incluir novas discussões no âmbito do GATT, como a dos 
produtos agrícolas e têxteis e temas como propriedade intelectual, tecnologia e 
investimentos externos. 
vii. Outros Blocos Econômicos: 
 ACP; (Associação de países da África, Caribe e Pacífico) 
 ACP-EU; (Acordo de Cotonou. Um acerto comercial entre a União Europeia) 
 AEC; (Associação dos Estados do Caribe) 
 AELC; (Associação Europeia de Livre Comércio) 
 ALADI; (Associação Latino-Americana de Integração) 
 ALALC; (Associação Latino-Americana de Livre Comércio) 
 ALBA; (Aliança Bolivariana para as Américas) 
 ALCA; (Área de Livre Comércio das Américas) 
 APEC; (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) 
 ASEAN; (Associação de Nações do Sudeste Asiático) 
 CEFTA; (Acordo Centro-Europeu de Livre Comércio) 
 CAFTA-DR; (Comunidade de Livre Comércio entre Estados Unidos Central e República 
Dominicana) 
 CAN; (Comunidade Andina de Nações) 
 CAO; (Comunidade da África Oriental) 
 CARICOM; (Comunidade do Caribe) 
 CARIFTA; (Associação de Livre Comércio do Caribe) 
 CEA; (Comunidade Econômica Africana) 
 CEDEAO; (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental) 
 CEEA; (Comunidade Econômica Eurasiática) 
 CEEAC; (Comunidade Econômica dos Estados da África Central) 
 10 
 CEMAC; (Comunidade Econômica e Monetária da Africa Central) 
 IBAS; (Fórum de Diálogo Índia-Brasil- África do Sul) 
 COMECOM; (Conselho para Assistência Econômica Mútua) 
 COMESA; (Mercado Comum da África Oriental e Austral) 
 OCDE(Organização para a Cooperação e desenvolvimento Econômico) 
 OECO; (Organização dos Estados do Caribe Oriental) 
 SAARC; (Associação Sul- Asiática para a Cooperação Regional) 
 SADC; (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) 
 UA; (União Africana) 
 UAAA; (União Aduaneira da África Austral) 
 UE; (União Europeia) 
 UEMOA; (União Econômica e Monetária dos Oeste Africano) 
 UMA; (União do Magrebe Árabe) 
 UNASUL (União de Nações Sul-Americanas) 
 
1.2 . – DIVISÃO DA ECONOMIA 
O estudo dos diferentes segmentos da economia fundamenta-se na divisão entre 
MICROECONOMIA E MACROECONOMIA. 
Para que se possa compreender bem, deve-se ressaltar que a microeconomia e a 
macroeconomia, são dois ramos da mesma disciplina, a economia, e como tais se ocupam 
das mesmas questões, ainda que se fixem em aspectos distintos. 
A Microeconomia trata dos problemas dos indivíduos e da empresa dentro do sistema 
econômico. Preocupa-se em estudar o consumidor individual que se dirige ao mercado com 
uma determinada renda para adquirir bens e serviços e, também, a maneira como a 
empresa emprega os fatores de produção para obter o maior lucro possível. 
A Macroeconomia estuda o funcionamento da economia em seu conjunto. Seu interesse é 
determinar os fatores que influenciam o nível da renda e do produto do Sistema Econômico. 
 
1.3 - Necessidades Humanas 
Os indivíduos isoladamente têm uma série de necessidades. Como o ser humano vive em 
sociedade, em contato com outras pessoas, surgem também as necessidades coletivas. A 
economia se ocupa, portanto, das questões relativas à satisfação das necessidades não só 
dos indivíduos como da sociedade. 
Necessidade, no sentido econômico, é a sensação de carência de algo unida ao desejo de 
satisfaze-la. Podemos entender as necessidades, pôr seus tipos:I – Segundo o Requerente: 
a) Necessidades dos indivíduos - Precisam ser satisfeitas para garantir a 
sobrevivência dos indivíduos e dividem-se em: 
 Natural - O ato de comer, por exemplo; 
 Social – Decorre da vida em sociedade: ex.: festa de 
aniversário 
 11 
b) Necessidades da Sociedade: - São decorrentes da vida do indivíduo em 
sociedade, e podem ser: 
 Coletivas – Partem do indivíduo e passam a ser da sociedade, tais 
como o transporte coletivo; 
 Públicas – Surgem da mesma sociedade, e são para uso global por 
parte da população, tais como a defesa interna, a saúde pública, a 
educação, etc. 
II – Segundo sua Natureza: 
a) Primárias - Depende a conservação da vida, como por exemplo, os alimentos. 
b) Secundárias - São as que tendem a aumentar o nível do bem-estar e variam no 
tempo, segundo o meio cultural, econômico e social em que o indivíduo vive; por 
exemplo, o turismo. 
c) Terciária - Correspondem a tudo aquilo que, numa determinada sociedade e 
num determinado momento, se considera como um luxo, considerados o que é 
supérfluo .Exemplos: o uso de joias, de perfumes ou de roupa de marca 
 
1.4 - A ESCASSEZ 
Em economia o problema se resume a uma restrição quase física, isto é, a escassez. Surge 
porque as necessidades humanas são ilimitadas e os recursos econômicos limitados, 
incluindo também, os bens. A escassez é um conceito relativo, pois existe o desejo de 
adquirir uma quantidade de bens e de serviços, maior que a disponibilidade. 
 
1.5 – UTILIDADES BENS E SERVIÇOS 
Utilidade é a propriedade que os bens e os serviços têm de satisfazer as necessidades 
humanas. 
Bem é toda coisa útil, que satisfaz direta ou indiretamente, os desejos e as necessidades 
humanas. Caracteriza-se por sua utilidade, escassez e por ser transferível. Os bens que 
existem em quantidades superiores as necessidades humanas são considerados bens livres 
e estão fora do estudo da economia. Somente os bens escassos, ou disponíveis em 
quantidades limitadas, são considerados bens econômicos. Os bens podem ser 
classificados como: 
a) De consumo – Satisfaz diretamente as necessidades humanas. 
 Duráveis – permitem um uso prolongado. (Bicicleta, geladeira, etc.) 
 Não duráveis – pressupões sua destruição no momento do consumo ou 
num período de tempo relativamente curto. (Alimentos, produtos de higiene 
pessoal, vestuário, etc.) 
b) De produção – Satisfaz indiretamente as necessidades humanas. 
 Bens de capital – Destinados aa suprir as necessidades de acumulação do 
aparelho produtivo. (máquinas, equipamentos, instalações, etc.) 
 Intermediários – São as matérias primas e os bens semielaborados, que 
entram na composição de outros bens. 
Podem ocorrer de um mesmo bem, dependendo do seu destino, ser de consumo ou 
produção. É o caso, entre outros, do leite. Este produto “in natura” é um bem de consumo. 
Se utilizado porem, para fabricação de laticínios, é um bem de produção, porque será 
utilizado como matéria-prima para a fabricação de outros bens. 
 12 
O trabalho, quando realizado pelo professor, médico, encanador, vendedor ou um 
transportador, ou em outras atividades, tais como os serviços oferecidos por um banco ou 
lavanderia, constituem o que se denomina de SERVIÇOS. 
 Os serviços, portanto são aquelas atividades que, sem criar objeto materiais, se 
destinam direta ou indiretamente a satisfazer as necessidades humanas. 
 
1.6. – FATORES DE PRODUÇÃO 
Para a satisfação das necessidades humanas é necessário produzir bens e serviços. Para 
tanto, exige-se o emprego de recursos produtivos e bens elaborados. Os recursos são os 
fatores ou elementos básicos utilizados na produção de bens e serviços. Os fatores de 
produção se dividem em três categorias: 
 Recursos Naturais; 
 Trabalho; 
 Capital. 
a) Recursos Naturais - São os elementos da natureza utilizados pelo homem com 
a finalidade de produzir bens e serviços. Por exemplo, os minerais, a terra 
(utilizada na agricultura), a água (utilizada para irrigação de lavoura), os 
animais, etc.; 
b) Trabalho – Toda atividade correspondente a faculdade física, habilidade 
intelectual e capacidade empresarial dos seres humanos que intervêm no 
processo produtivo; 
População – é um conjunto de seres humanos que vivem em uma área 
determinada. A produção econômica é obtida com a combinação dos fatores 
de produção. Desses fatores, o Trabalho recebe destaque especial por duas 
razões: 
I. São as pessoas que organizam e executam a produção econômica; 
II.A produção de bens e serviços reverte para as pessoas, satisfazendo 
suas necessidades. 
A população total está dividida em dois grandes grupos: A população não mobilizável 
economicamente e a população economicamente mobilizável. 
a) População não mobilizável economicamente – Parte da população total que não 
tem condições de oferecer força de trabalho (população pré-produtiva, que está 
compreendida entre 0 a 14 anos e a população pós-produtiva, acima de 60 
anos); 
b) População economicamente mobilizável – Parte da população produtiva 
subdividida em: 
 População Economicamente Ativa – constituída dos empregadores, 
empregados e autônomos; 
 População Economicamente Inativa – constituída da população 
produtiva que, embora tenha qualificação profissional e idade de 
trabalhar, pode não estar trabalhando ou se dedica a ocupações que 
não se consideram para o calculo do produto agregado. A 
inatividade, desocupação ou desemprego ocorrem de forma 
voluntária ou involuntária, a partir de fatores sazonais, cíclicos, 
friccionais ou estruturais. 
 13 
Conceito de população ocupada – É a parcela da população total que, realmente produz 
para o sistema econômico. Isto é, a parte da população economicamente ativa que está 
trabalhando. 
 
A taxa de ocupação é dada pela seguinte fórmula: 
 
Onde: 
oT
 = Taxa de Ocupação 
oP
 = População Ocupada 
tP
 = População Total 
 
c) Capital - É o conjunto de equipamentos, ferramentas, máquinas e instalações 
produzidas pelo homem, que não satisfazem diretamente as necessidades 
humanas mais são utilizados na produção de bens de consumo ou outros bens 
de capital. 
Em economia, o termo “capital” significa capital físico, ao menos que se determine o 
contrario. Entretanto, é comum usar-se o termo capital humano, como forma de indicar os 
gastos com a educação e a formação profissional, bem como o termo capital financeiro, 
como sendo os recursos disponíveis para a compra de capital físico ou de ativos financeiros. 
 
1.7 – A ATIVIDADE ECONÔMICA E OS AGENTES ECONÔMICOS. 
A produção de bens e serviços numa sociedade realiza-se através de unidade de produção 
ou empresa, cada uma das quais exigindo a organização e a combinação dos fatores de 
produção existentes à disposição da economia. 
A organização dos fatores produtivos (recursos naturais, trabalho e capital) nas empresas, 
bem como a direção de suas atividades, recaem sobre pessoas ou grupos de caráter 
privado ou público. Na economia, os diversos papéis são desempenhados pelos agentes 
econômicos. São eles: As famílias ou unidades familiares, as empresas e o setor público. 
 As famílias ou unidades familiares – Aquelas que consomem bens e serviços, e 
oferecem seus recursos (fundamentalmente trabalho e capital) as empresas; 
 As empresas – Consideradas as unidades de produção básica, são as que 
contratam e compram fatores, com o objetivo de produzir e vender bens e 
serviços; 
 Setor Público – Estabelece um marco jurídico-institucional, no qual se desenvolve a 
atividade econômica. 
Apesar da diversidade de objetivos, as inúmeras unidades produtoras podem ser agrupadas 
em três setores básicos, que compõem o sistema econômico: Os setores primários, 
secundários e terciários. 
 O setor primário – Constituído pelas unidades produtorasque utilizam 
intensamente os recursos naturais, isto é, as atividades agrícolas, pesqueiras, 
pecuárias e extrativas; 
100*
t
o
o
P
P
T 
 14 
 O setor secundário – Constituído pelas unidades produtoras dedicadas às 
atividades industriais, através das quais os bens são transformados; 
 O setor terciário – Composto pelas unidades produtoras que prestam serviços, 
como bancos, escolas, transportes, comércio, etc. 
Nas economias subdesenvolvidas, o setor primário assume maior peso na composição do 
PIB (Produto Interno Bruto). Essa situação vai sendo gradativamente alterada à medida que 
a economia evolui para estágios superiores de desenvolvimento. 
A tabela a seguir fornece uma visão aproximada do emprego de fatores de produção nos 
diversos setores, em economias desenvolvidas e subdesenvolvidas. 
 
SETORES ECONOMIAS DESENVOLVIDAS 
ECONOMIAS 
SUBDESENVOLVIDAS 
Primário 
 Absorve grande parte da 
população economicamente 
ativa; 
 Uso predatório da terra. 
 Uso crescente e intensivo de 
capital; 
 Pouco emprego relativo da força 
de trabalho; 
Secundário 
 Pouco desenvolvido; 
 Escasso emprego de 
equipamentos. 
 Uso intensivo de capital. 
Terciário 
 Uso extensivo da força de 
trabalho, inclusive em atividades 
informais. 
 Participação crescente de 
capital; 
 Contínua absorção da força de 
trabalho em larga escala. 
 
1.8 – AS QUESTÕES FUNDAMENTAIS 
Diante da impossibilidade do atendimento pleno das necessidades humanas em virtude da 
escassez de recursos, todo sistema econômico deve tratar de responder às seguintes 
questões: O QUE, COMO E PARA QUEM produzir. 
 
 O QUE PRODUZIR? - Que bens e serviços produzir e em que quantidade? Dessa 
forma, a sociedade deve escolher entre estradas, hospitais, alimentos, roupas, 
bens de capital, etc.; 
 COMO PRODUZIR? - Toda sociedade deve determinar o que vai ser responsável 
pela produção, que meios e técnicas serão utilizados e quais serão os métodos e 
organização utilizados no processo produtivo; 
 PARA QUEM PRODUZIR? - Esta questão indica de que forma será distribuído o 
produto do trabalho entre os diferentes indivíduos e famílias. 
 
A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO 
Uma ilustração do problema da escassez e da escolha 
(Texto segundo Otto Nogami 2012, com adaptações) 
 
Para desenvolver o modelo da curva de possibilidades de produção: 
A limitação dos fatores de produção capazes de produzir diferentes mercadorias impõe uma 
escolha entre produtos relativamente escassos. Pode ser ilustrado quantitativamente 
através de exemplos aritméticos e diagramas geométricos. 
 15 
Assim, a analise das ilimitadas necessidades humanas e da escassez de recursos conduz a 
conclusão de que a Economia é uma ciência ligada a problemas de escolha. Como 
simplificação, o dilema da opção e suas possíveis soluções aplicadas a um empreendimento 
mostra a questão da escolha no âmbito de uma economia. 
Três hipóteses básicas são necessárias 
 Existência de uma quantidade fixa de recursos. A quantidade e a qualidade dos 
recursos produtivos permanecem inalteradas durante o período de analise; 
 Existência de pleno emprego dos recursos. A economia opera com todos os fatores 
de produção plenamente empregados e produzindo o maior nível de produto 
possível; 
 E a tecnologia permanece constante. 
 
A FRONTEIRA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO 
Para entender claramente o assunto. Considera-se, inicialmente, uma fazenda com uma 
determinada extensão de terra, um conjunto de instalações maquina e equipamentos e um 
numero fixo de trabalhadores. Imaginemos, ainda, que o proprietário dessa fazenda possua 
qualificações técnicas que lhe permitam se dedicar a qualquer tipo de atividade agrícola. 
Ao decidir o que e como produzir, o fazendeiro estará decidindo a maneira pela qual os seus 
recursos produtivos serão distribuídos entre as varias combinações de bens possíveis. Para 
simplificar: Supondo que essa fazenda só produza dois tipos de bens: milho e soja. 
Se o fazendeiro utilizar toda a terra para cultivar milho, não haverá área disponível para o 
plantio de soja. Por outro lado, se ele quiser se dedicar somente a cultura de soja, 
utilizando-se de toda a sua propriedade para esse fim, não poderá plantar milho. São duas 
situações extremas. 
Existirão, soluções alternativas intermediarias, com a utilização de parte das terras para o 
plantio de soja, ficando a fração restante para a cultura do milho. 
As diferentes possibilidades de produção, desse fazendeiro, são apresentadas na tabela 1. 
Tabela1 
 
 Fonte: Passos; Nogami, 2006 pág. 49 
Colocando os dados da tabela em um eixo cartesiano, o resultado será a figura 1. O eixo 
das ordenadas, vertical, representa a quantidade de milho que a fazenda pode produzir e o 
eixo das abscissas, horizontal, representa a quantidade de soja que pode ser obtida. 
 
 
 16 
Figura 1 – Possibilidades de produção de uma fazenda. 
 
Fonte: Passos; Nogami, 2006 pág. 68 
O ponto A indica uma situação em que toda a terra esta sendo utilizada na produção do 
milho. Nesse caso, a produção de soja e zero. O ponto F indica outro extremo, ou seja, 
quando toda a terra e usada exclusivamente para plantar soja. Logo, a produção de milho e 
nula. Desta forma, os pontos B, C, D e E indicam possíveis combinações intermediarias ao 
alcance do produtor na hipótese de a terra, e demais recursos, ser plenamente utilizada. 
Ao unir os pontos de A até F. A linha resultante denomina-se Curva de Possibilidades de 
Produção, ou Fronteira de Possibilidades de Produção, e mostra todas as combinações 
possíveis entre milho e soja que podem ser estabelecidas. A figura 2 representa 
graficamente o que foi descrito. 
 
Figura 2 – Curva de possibilidades de producao de uma fazenda. 
 
 Fonte: Passos; Nogami, 2006 pág. 69 
 
 
 17 
 
 
EFICIÊNCIA PRODUTIVA 
 
No exemplo dado, a fazenda estará funcionando de maneira eficiente sempre que, ao 
aumentarmos a produção de um bem, tivermos que reduzir a produção de outro bem. 
Assim, teremos eficiência produtiva somente se estivermos situados sobre a fronteira (ao 
longo da linha AF), na qual aumentos na produção de soja deverão vir, necessariamente, 
acompanhados de diminuições na produção de milho. 
 
CUSTO DE OPORTUNIDADE 
 
A verificação de que, a fazenda está usando eficientemente seus recursos (o que indica 
uma situação de pleno emprego), um aumento na produção de soja somente ocorrera 
mediante diminuição na produção de milho. Assim, o custo de um produto poderá ser 
expresso em termos da quantidade sacrificada do outro. 
Dessa forma, custo de oportunidade é uma expressão utilizada para exprimir os custos no 
que se refere às alternativas sacrificadas. Em outras palavras, para que se tenha a 
ocorrência de custo de oportunidade é preciso não só que os recursos sejam limitados, mas 
que estejam sendo plenamente utilizados. Qualquer que seja o movimento ao longo da 
curva de possibilidades de produção fica claro que haverá uma troca entre soja e milho. 
Essa troca é conhecida em Economia como custo de oportunidade. O custo de oportunidade 
pode ainda ser conceituado como sendo o valor da próxima melhor alternativa que deve ser 
sacrificada quando uma escolha e feita. 
 
OO TTRRAADDEE OOFFFF 
 
TTrraaddee ooffff é uma expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. Ocorre 
quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço 
distinto. 
A importância do entendimento da expressão “trade off, é conhecer as definições de 
sistemas, para facilitar a compreensão de decisões tomadas gestores econômicos e 
financeiros, quando relacionadas a custos, lucratividade, retorno do investimento e nível de 
serviço. 
As empresas fazendoparte de um mercado sem fronteiras, com a globalização e o avanço 
tecnológico estão inseridas dentro de um ambiente de incertezas, onde as mesmas 
precisam desenvolver um conjunto de práticas e intervenções para se tornarem competitivas 
e alcançarem suas metas organizacionais. 
A necessidade da organização em se manter ou aumentar sua competividade dentro do 
sistema no qual está inserida, faz com que os gestores adotem princípios básicos e 
fundamentais, tais como: organização, planejamento, execução, controle, liderança e 
direção. Alinhada a esses princípios, torna-se um diferencial, principalmente, quando as 
decidem utilizar o trade off. 
 
 
 
 18 
 
1.9 - AS TROCAS, A DIVISÃO DO TRABALHO E O DINHEIRO 
 
Além da produção e do consumo, existe outra atividade que é comum em qualquer sistema 
econômico: As trocas. 
As trocas trazem vantagens para seus participantes, possibilitando a divisão do trabalho, 
que delas derivam a especialização e a possibilidade de empregar maquinarias. Ambos 
proporcionam aumento da produção por pessoa 
A troca significa uma transação em que dois indivíduos permutam bens entre si. Eles se 
desfazem do produto que possuem em excesso e adquirem os produtos que necessitam. 
Uma forma primitiva de troca era conhecida como escambo. Entretanto, o escambo gerava 
sérios inconvenientes em razão da indivisibilidade de alguns tipos de bens. 
Com o aparecimento do dinheiro as trocas tornaram-se mais fáceis e eficientes. O dinheiro é 
considerado um meio de pagamento aceito que pode ser permutado por bens e serviços, 
bem como ser utilizado, para saldar dívidas. 
 
1.10 Sistema Econômico / Organização Econômica 
Principais formas: 
i. Economia de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista) 
ii. Economia Planificada (ou centralizada, tipo socialista) 
1.11 - O SISTEMA DE ECONOMIA DE MERCADO 
O funcionamento de uma economia de mercado está baseado em um conjunto de regras, 
onde se compram e se vendem bens e serviços, assim como, fatores produtivos. Portanto, 
podemos definir mercado, como sendo toda e qualquer instituição social na qual, bens e 
serviços, assim como os fatores produtivos, são trocados livremente. Em todo mercado, 
existem dois tipos de agentes bem diferenciados: os compradores e os vendedores. 
Os compradores e os vendedores entram em acordo sobre o preço de um bem (ou serviço), 
de forma que se fará a troca de quantidades determinadas do bem por uma quantidade de 
dinheiro, também determinada. Portanto, o preço de um bem é a sua relação de troca pelo 
dinheiro, isto é, o número de reais necessários para obter em troca uma unidade do bem. 
A fixação dos preços dos bens e serviços pelo mercado permite a coordenação dos 
compromissos de vendedores e compradores e, portanto, a viabilidade de um sistema 
capitalista de mercado, de modo que: 
 Livre jogo da oferta e demanda, é uma peça-chave no funcionamento de toda 
economia de mercado. Assim, o Fluxo Básico da Economia será: 
 
Pagamentos pelos Bens e Serviços 
 
Fluxo Real de bens e Serviços 
 
 
 
 
Fluxo Real (trabalho, Terra, Capital etc.) 
 
Pagamentos de Salários, juros, Aluguéis, Lucros 
 
 CONSUMIDORES 
 
 EMPRESAS 
 
 19 
 
Para se analisar estes fluxos de forma mais precisa, alguns critérios são adotados, de modo 
a se agregar o conjunto de informações geradas nestas relações entre indivíduos e 
empresas. 
Durante o processo de produção, onde são obtidos bens e serviços, as unidades produtoras 
(Empresas) remuneram os fatores de produção da seguinte forma: 
 Aos trabalhadores, pagam salários; 
 Aos proprietários de imóveis, pagam aluguéis; 
 Os proprietários do capital pagam juros, lucros, dividendos, etc. 
Essa remuneração é recebida pelos proprietários dos fatores de produção e permite-lhes 
adquirir bens e serviços de que necessitam. As unidades produtoras, ao mesmo tempo em 
que produzem bens e serviços, remuneram os fatores de produção por elas empregados 
permitindo que as pessoas adquiram bens e serviços produzidos por todas as outras 
unidades produtoras. 
Num sistema econômico, existem dois fluxos: 
i. O fluxo REAL, formado pelos bens e serviços produzidos no sistema e que também 
recebe o nome PRODUTO. 
ii. O segundo é o fluxo NOMINAL, ou MONETÁRIO, formado pelo pagamento que os 
fatores de produção recebem por sua participação no processo produtivo, também 
denominado RENDA. 
O fluxo REAL constitui a OFERTA da economia que corresponde a toda produção à 
disposição dos consumidores. 
O fluxo MONETÁRIO é a DEMANDA (procura) da economia, ou seja, aquilo que é 
procurado para a satisfação das necessidades dos indivíduos. 
1.12 – MERCADO E CONCORRÊNCIA 
Mercado, para a economia, não é somente e espaço físico onde se encontram vendedores e 
compradores. Mercado é entendido como o encontro da oferta com a demanda, por bens e 
serviços. O mercado pode receber a denominação de acordo com o bem ou serviço a que 
se dedica. Exemplo: Mercado Imobiliário, Mercado do Café, Mercado de Ações, Mercado 
Bancário, Mercado Segurador, etc. 
A concorrência está associada, normalmente, à idéia de rivalidade ou oposição entre dois ou 
mais sujeitos para conseguir um objetivo, como utilidade pessoal ou ambição econômica 
privada. 
Concorrência, portanto, é uma forma de organizar os mercados que permite determinar os 
preços de equilíbrio. 
A classificação dos mercados depende do número de vendedores que atuam no mercado e 
são classificados em: 
 
1. Concorrência Perfeita 
2. Concorrência Imperfeita 
2.1 Monopólio 
2.2 Oligopólio 
 
 
 20 
1.12.1 - Mercado em Concorrência Perfeita 
Um mercado em concorrência perfeita é aquele no qual existem muitos compradores e 
muitos vendedores, de forma que nenhum comprador ou vendedor individual exerce 
influência sobre o preço. Para que ocorra de maneira correta, a criação formal de mercados 
perfeitamente competitivos, quatro condições básicas, são necessárias: 
a) Existência de grande número de ofertantes e demandantes. Implica que a decisão de 
cada um deles exercerá pouca influência sobre o mercado global; 
b) Homogeneidade do produto. Supõe que não existe diferença entre o que vende um 
ofertante e o que vende os demais; 
c) Transparência no mercado. Requer que todos os participantes tenham pleno 
conhecimento das condições gerais em que opera o mercado; 
d) Liberdade de entrada e saída de empresas. Todas as empresas participantes 
poderão entrar e sair do mercado de forma imediata. 
Quando se cumprem simultaneamente todas as condições dir-se-á que é um mercado em 
concorrência perfeita. 
 
1.12.2 - Mercado em Concorrência Imperfeita 
Os mercados em concorrência imperfeita são aqueles nos quais o produtor ou produtores 
são suficientemente grandes para ter efeito notável sobre o preço e são classificados como: 
 Monopólio – No mundo real, não é frequente o aparecimento deste tipo de mercado, 
pois existem fortes incentivos para tentar quebrá-lo, já que a empresa tem controle 
sobre os preços e pode utilizar esta capacidade para influir sobre os mesmos e 
melhorar sua posição individual. No mercado monopolista, existe um só ofertante, 
que tem plena capacidade de determinar o preço. 
 
 Algumas causas que explicam o aparecimento do monopólio: 
a) O controle exclusivo de um fator produtivo por uma empresa ou o domínio 
das fontes importantes de matérias-primas indispensáveis para a produção 
de um determinado bem; 
b) A concessão de uma patente também gera uma situação monopolística, de 
caráter temporal. A patente confere ao inventor o direito de fabricação 
exclusiva de um produto durante um determinado período de tempo. 
c) O controle estatal da oferta de determinados serviços origina os monopólios 
estatais, como os serviços de Correios,Telégrafos, Energia, Água, entre 
outros. Esses serviços são frequentemente fornecidos por empresas 
concessionárias privadas ou mistas; 
d) O porte do mercado e a estrutura de custos de indústrias especiais podem 
dar lugar a um monopólio natural. 
Um monopólio natural surge quando uma empresa diminui de maneira expressiva seu custo 
médio por unidade de produto à medida que aumenta a produção. Em consequência, 
poderá satisfazer as necessidades do mercado de forma mais eficiente que muitas 
empresas. 
 Algumas alternativas para regularização do monopólio, por parte do governo: 
a) Permitir que o monopólio funcionasse livremente, obtendo lucros 
extraordinários, mas estabelecer, um imposto sobre o monopolista de forma 
 21 
a reduzir os lucros extras, devolvendo parte desses recursos aos 
consumidores através de transferências governamentais; 
b) Obrigar o monopolista a fixar um preço que elimine os lucros extras. Essa 
política consiste em estabelecer o preço mais baixo sem forçar a empresa 
sem sair do mercado. 
c) Estabelecer um preço que situe a empresa monopolista numa posição em 
que seu volume de produção seja equivalente ao da concorrência perfeita. 
d) Para evitar que a empresa seja obrigada a sair do mercado, em razão de 
algum tipo de regulamentação, o governo, recorre a subsídio oficial para 
compensar perdas por parte das empresas atingidas. 
 Oligopólio – É uma forma de organizar os mercados que se situa entre a 
concorrência perfeita e o monopólio. No mercado oligopolista, existe um reduzido 
número de vendedores (ofertantes), diante de uma grande quantidade de 
compradores, de forma que os vendedores podem exercer algum tipo de controle 
sobre o preço. 
Uma das características básicas desse tipo de mercado é a independência mútua. Dado que 
as empresas determinam seus preços com base nas estimativas de suas funções de 
demanda, levando em consideração a reação de seus rivais, o normal será uma grande 
dose de incerteza. Para tanto, existem algumas possibilidades. 
a) Adivinhar as ações dos rivais; 
b) Pôr-se de acordo sobre os preços e competir só na base da publicidade; 
c) Formar um cartel, isto é, em vez de competir, cooperar e repartir o mercado. 
 
 Cartel é um agrupamento de empresas que procura limitar a ação das forças de livre 
concorrência para estabelecer um preço comum e/ou alcançar uma maximização dos 
lucros. 
Esses acordos, porém, tendem a ser instáveis, porque cada membro do cartel tem 
incentivos para abaixar os preços e vender mais da sua cota. Normalmente, o atrito entre os 
interesses coletivos do cartel e os indivíduos de seus integrantes, acaba em guerra de 
preços, nas quais cada empresa procura aumentar sua participação no mercado. 
 
1.12 - SISTEMA DE ECONOMIA CENTRALIZADA 
O sistema de economia centralizada parte da crítica aos mecanismos de economia de 
mercado. Argumenta-se que o funcionamento de uma economia de mercado, leva ao 
desemprego e ao frequente aparecimento de crises que implicam graves desperdícios de 
recursos. O planejamento centralizado pretende evitar esses males. 
Nas economias centralmente planificadas, os meios de produção são propriedades estatais 
e as decisões-chave são feitas na agência de planejamento, o poder central. 
O funcionamento do sistema de planejamento centralizado está baseado nos seguintes 
princípios: O papel do poder central, O funcionamento das empresas e o crescimento da 
burocracia. 
 
a) O papel do poder central; 
O poder central ou agência de planejamento distribui não só as tarefas do plano, 
mas também os meios de produção, tanto materiais como financeiros. A central 
de planejamento determina como designar a produção às diferentes fábricas e 
 22 
esforça-se para que cada uma tenha os fatores de produção necessários para 
poder obter a quantidade exigida. 
b) O funcionamento das empresas; 
As empresas não baseiam sua atuação no cálculo econômico, isto é, na 
maximização dos lucros ou minimização dos custos, e sim na realização do 
plano de metas. Durante alguns anos, os objetivos procurados pelas empresas, 
eram quantitativos. Posteriormente, as metas passaram a estabelecer valor. O 
resultado foi às empresas procurarem cumprir as metas estabelecidas em 
termos de valor, na produção de bens e serviços, desmotivando-se em 
diminuírem custos. 
c) O crescimento da burocracia; 
O funcionamento do sistema requer a existência de um enorme aparato 
administrativo, pois é a única forma de controlar as empresas. Conforme cresce 
o sistema produtivo, o aparato burocrático vai desenvolvendo-se em um ritmo 
progressivo. 
O fluxo de informação entre as empresas passa por um sistema burocrático, que 
necessariamente precisa ser amplo e complexo, pois é fundamental controlar e influir sobre 
as empresas. 
d) Volta ao mercado 
Os elementos negativos do sistema de planejamento central começaram a 
manifestar-se na década de 70 e explodiram no início dos anos 80, quando foi 
posta em marcha o processo revolucionário de volta ao mercado, com a 
Perestroika, como o processo de reforma econômica radical e de reestruturação 
social, realizada na economia soviética. 
Com o funcionamento das empresas segundo critérios de eficiência econômica, 
sobretudo minimizando custos. Para tanto, foi necessária a liberação de dois 
elementos fundamentais: os preços e os mercados de fatores. Por outro lado, a 
liberação dos mercados de fatores, principalmente do mercado de trabalho, 
criou algumas dificuldades. Enquanto no sistema de planejamento central, o 
Estado oferecia emprego e assegurava uma renda mínima a toda população, no 
processo de transição, o crescimento significava um novo tipo de problema, 
como as greves, por exemplo. O futuro da economia dos países do Leste 
Europeu depende do êxito na resolução desses problemas. 
 23 
 
CAPÍTULO II 
 
2.1 – NOÇÕES DE MICROECONÔMIA 
A microeconomia preocupa-se em estudar o comportamento do consumidor e da unidade 
produtora, tomada isoladamente, e o mercado no qual interagem. Esse ramo da economia 
tem como objetivo estudar a determinação dos preços e quantidades em mercados 
específicos. 
O consumidor é o agente econômico que necessita de bens e serviços para satisfazer as 
suas necessidades e o empresário é aquele que produz esses bens e serviços. Por essa 
razão, a microeconomia é dividida em Teoria do consumidor, que estuda o comportamento 
das pessoas quando compram bens e serviços, e em Teoria da firma que estuda o 
comportamento do empresário ao produzir os bens e serviços que serão vendidos aos 
consumidores. 
Apesar de os agentes econômicos serem reunidos em três grupos distintos (consumidores, 
produtores e proprietários de fatores de produção) há uma coisa comum entre eles: todos 
são consumidores. Essa classificação, entretanto, é apenas didática, pois analisa o agente 
econômico em um determinado momento do processo produtivo, como consumidor, como 
empresário ou como proprietário de fatores de produção. Porem esses agentes econômicos 
são pessoas e, como tais, precisam consumir bens e serviços para satisfazer suas próprias 
necessidades. 
Cada unidade de consumo, seja um, indivíduo ou uma família, dispõe de uma certa renda 
monetária por período de tempo, que será gasta na aquisição de bens e serviços nesse 
mesmo período. É natural imaginar-se que essa unidade de consumo, procurará obter a 
satisfação do maior número de necessidades possíveis, a partir de sua renda monetária. 
 
2.2. – CONCEITO DE UTILIDADE 
A UTILIDADE de um bem ou serviço é a sua capacidade de satisfazer as necessidades das 
pessoas. Assim, a utilidade da água é saciar a sede, de um automóvel, é a sua capacidade 
de transportar pessoas, etc. Podemos dizer, então, que o consumidor, agindo 
racionalmente, procurará obter a maior utilidade possível a partir de sua renda, que recebeo 
nome de orçamento. Para obter essa utilidade, sua renda será usada na aquisição de bens 
e serviços, a que se denominará de cesta de mercadorias. 
Assim, é razoável pensar, que quanto maior for o orçamento do indivíduo, maiores serão às 
suas possibilidades de obter maior quantidade de utilidades, de melhor satisfazer suas 
necessidades. Para maximizar a sua utilidade, isto é, obter o maior grau possível de 
satisfação, o consumidor deve escolher quais os bens e serviços que vai adquirir, e também 
em que quantidade, pois seu orçamento, já apresenta, por si só, uma limitação. 
 
2.3 – A DEMANDA 
Um aspecto fundamental da teoria microeconômica é a discussão em torno do conceito de 
utilidade. Este conceito é importante pelo fato de estar na base de toda teoria do 
consumidor. Assim, se um determinado bem é consumido pelas pessoas, é porque as 
mesmas estão obtendo alguma utilidade desse bem. 
Avançando na teoria do consumidor, é necessário examinar os elementos que determinam a 
procura de bens: Evidentemente, a utilidade de um bem é uma dessas razões, mas existem 
outras, de ordem objetiva, como a renda e o gosto das pessoas, os preços de outros bens, 
 24 
que irão determinar a procura das pessoas por um determinado bem. A sistematização 
dessas causas leva diretamente ao conceito de reta da demanda. 
A demanda, ou procura, é definida como sendo a quantidade de um bem ou um serviço que 
o consumidor deseja adquirir em um determinado período de tempo. A teoria do consumidor 
é elaborada a partir de hipóteses sobre a escolha do consumidor entre diferentes bens e 
serviços, que sua renda permita adquirir. Como cada um desses bens tem um preço, a 
renda ou orçamento do consumidor esgota-se na compra desses bens que, naturalmente, 
vão lhe proporcionar utilidade. O consumidor, entretanto, escolherá os bens e quantidades, 
que lhe proporcionem a maior utilidade possível, de acordo com a sua renda. 
A escala de demanda de um indivíduo mostra às quantidades de um bem que ele está 
disposto a comprar, em um certo período de tempo, a vários preços alternativos. A 
representação gráfica da escala da demanda do indivíduo é a sua curva da demanda. 
 
 Escala da Demanda 
ALTERNATIVA PREÇOS 
(R$ Mil) 
QUANT. 
(TON) 
A 1,00 25 
B 2,00 20 
C 3,00 15 
D 4,00 10 
E 5,00 5 
 
A reta da demandasse inclina para baixo (da esquerda para a direita) porque o indivíduo 
comprará mais de uma mercadoria a preços mais baixos. 
Assim, pode-se dizer que o consumidor escolhe as quantidades dos bens, que lhes 
fornecem maior satisfação, dado que exista uma restrição de renda. 
Convém observar que o gráfico da função demanda pode assumir tanto a forma de uma 
reta, como a de uma curva. 
Como foi dito antes, existem outros fatores influenciando a procura por um bem. Entretanto, 
esses fatores são associados à quantidade procurada desse bem, utilizando-se a seguinte 
expressão: 
 
Dx = f(px, p1, p2,........pn, R, G,) 
 
GRÁFICO DA DEMANDA
0
1
2
3
4
5
6
5 10 15 20 25
QUANT.(ton)
PR
EÇ
O
S 
(R
$ 
m
il)
 25 
onde: 
Dx = Quantidade demandada do bem x; 
px = Preço do bem x; 
p1, p2,........pn = preço dos bens consumidos pelos indivíduos; 
R = Renda do consumidor; 
G = Gosto ou preferência do consumidor por outros bens. 
 
Logo se percebe a dificuldade de se estabelecer a quantidade demandada, ou a demanda 
de um bem, em função de tantas variáveis. Por essa razão, se estabeleceu uma relação 
entre a demanda de um bem e seu preço, admitindo que os outros fatores não se 
alterassem, mas permanecesse constante. 
Portanto, para tornar operacional o conceito de demanda, torna-se necessário explicitar ou 
presumir sempre a condição “coeteris páribus” que supõe apenas a variação do preço do 
bem que está sendo estudado, permanecendo constantes os preços dos outros bens, a 
renda e a preferência dos consumidores. Matematicamente, a equação da demanda é dada 
por: 
 
Dx = f( Px), onde: 
 
Dx = quantidade demandada do bem x; 
Px = preço do bem x. 
 
Essa relação ou função mede o efeito da variação do preço do bem em sua procura. O 
estabelecimento do sentido desta relação é definida como a Lei da Procura, ou Lei da 
Demanda, de modo que, “Quanto maior for o preço de um bem, menor será a 
quantidade procurada desse bem”. Alternativamente, “quanto menor for o preço de um 
bem, maior será a quantidade procurada desse bem” Existe, portanto, uma relação 
inversa entre o preço de bem e a quantidade procurada desse bem. 
 
2.4 – A OFERTA 
O elemento fundamental para se determinar a oferta de um bem são: 
a) O seu preço e 
b) O seu custo, 
Pois é a partir desses elementos que se calcula o lucro do empresário. 
Entretanto, os economistas, ao estabelecerem uma relação entre a quantidade ofertada de 
um bem e o seu preço de mercado, obtiveram a reta de oferta, ou função oferta, que pode 
ser expressa da seguinte forma: 
Qx = ( Px ) 
 
Onde: 
Qx = Quantidade ofertada do bem x 
Px = Preço do bem x 
 26 
 
Deve sempre estar presente, a ideia das variáveis que afetam a oferta de dado bem ou 
serviço, considerados constantes “coeteriris páribus” da oferta, que são: o preço dos fatores 
de produção ( Recursos naturais , trabalho e capital), preço dos outros bens substitutos na 
produção Tecnologia, objetivo e metas do empresário, Clima, etc. 
Como pode ser observada na fórmula, a quantidade ofertada do bem (Qx) “é função do 
preço” (Px). Essa relação, no entanto precisa de um sentido, que é estabelecido pela Lei da 
Oferta. De acordo com essa lei. “Quanto maior for o preço de um bem, maior será a 
quantidade ofertada desse bem”. Alternativamente, “quanto menor for o preço de um 
bem, menor será a quantidade ofertada desse bem” Em outras palavras, há uma relação 
direta entre o preço de um bem e a quantidade ofertada desse bem. 
Para compreender a razão pela qual a reta de oferta é ascendente, a analise é feita de duas 
maneiras. A primeira é razoável admitir que quanto mais elevado o preço de uma 
mercadoria, maior será o interesse do empresário em produzir mais, pois sua receita 
aumentará e assim, também, seu lucro. Segundo, esta não é a única razão que o leva a 
proceder desta forma. A partir de certo ponto, quando o empresário aumenta sua produção, 
seus custos vão se elevando proporcionalmente mais do que a quantidade de bens 
produzidos. Isso o obriga a vender sua produção a um preço cada vez maior, para que 
possa cobrir custos crescentes de produção, conforme pode ser visto na escala de oferta, 
da tabela abaixo. 
 
 Tabela de Oferta 
ALTERNATIVA 
PREÇOS 
(R$ MIL) 
QUANT. 
(TON) 
A 1 5 
B 2 10 
C 3 15 
D 4 20 
E 5 25 
F 6 30 
 
 
Graficamente, a reta da oferta está representada no diagrama acima. Para um preço de R$ 
2,00, os produtores estão dispostos a ofertar 10 unidades do bem. Se o preço desse bem 
sobe para R$ 4,00, os produtores tendem a aumentar a oferta para 20 unidades. Convém 
GRÁFICO DA OFERTA
0
1
2
3
4
5
6
7
5 10 15 20 25 30
QUANT. (ton)
PR
EÇ
OS
 (R
$)
 27 
observar que o gráfico da função oferta pode assumir tanto a forma de uma reta, como a de 
uma curva. 
 
2.5 – O EQUILÍBRIO 
Quando estão em contato consumidores e produtores com seus relativos de consumo e 
produção, isto é, com suas respectivas retas de demanda e oferta em um mercado 
particular. 
Isoladamente, nem a reta de demanda, nem a reta de oferta poderia dizer até onde podem 
chegar os preços ou em que medida os planos dos consumidores e vendedores são 
compatíveis. O preço e a quantidade de equilíbrio é o ponto, que uma vez atingido tende a 
se manter, pois, qualquer mudança de afastamento prova a atuação de forçascontrárias, 
que causam o retorno ao equilíbrio. 
O quadro e o gráfico abaixo mostram como um preço arbitrário não consegue fazer coincidir 
os planos de demanda e oferta. Apenas quando o preço de bem é de R$ 240,00, a 
quantidade que os consumidores planejam demandar coincide com as quantidades que os 
produtores planejam oferecer. Em outras palavras, somente a um preço se dá essa 
coincidência de planos. É o chamado preço de equilíbrio, e a quantidade oferecida e 
demandada (comprada e vendida) denomina-se quantidade de equilíbrio. 
 O preço de equilíbrio é aquele em que coincide os planos dos demandantes ou 
consumidores e dos ofertantes ou produtores. 
 
Preços 
(R$) 
Quantidade 
Demandada 
Quantidade 
ofertada 
Situação do Mercado 
1 320 160 Excedente ou excesso de demanda 
2 280 200 Excedente ou excesso de demanda 
3 240 240 Equilíbrio de mercado 
4 200 280 Excedente ou excesso de oferta 
5 160 320 Excedente ou excesso de oferta 
 
2.6 – CONCEITO DE ELASTICIDADE 
A lei da demanda que está expressa no declive da curva de demanda é muito importante 
para o conhecimento da economia, pois reflete o comportamento do consumidor no 
mercado. Entretanto, a lei da demanda não seria de grande valia se não pudesse ser 
operacionalizada, se não pudesse apresentar uma utilização prática. De fato o preço de um 
GRÁFICO DA OFERTA
0
1
2
3
4
5
6
160 200 240 280 320
QUANT. (ton)
PR
EÇ
OS
 (R
$)
 28 
bem aumenta a procura por esse bem diminui. Entretanto, nada foi dito a respeito da 
dimensão do aumento do preço do bem, isto é, de quanto foi o aumento, nem sobre a 
dimensão da diminuição da quantidade procurada. 
Para resolver este problema, surge o conceito de elasticidade, que diz qual foi a reação dos 
consumidores em relação a um aumento no preço de um bem. 
 
2.6.1 – ELASTICIDADE – PREÇO DA DEMANDA 
É a razão entre a variação percentual verificada na quantidade demandada de um bem e a 
razão percentual no preço desse bem. Algebricamente, a elasticidade – preço da demanda 
pode ser representada pela seguinte fórmula: 
 
 
Onde: 
Ep = elasticidade – preço da demanda; 
Q = variação na quantidade demandada; 
Q = quantidade demandada 
P = variação no preço do bem; 
P = preço do bem. 
 
Dado que a reta da demanda tem uma inclinação negativa, as variações de P e Q são no 
sentido contrário, pois o quociente de variação teria um sinal negativo, isto é, o valor da 
elasticidade é multiplicado por –1, para que se trabalhe com valores positivos. Além do 
mais, as variações são expressas em porcentagem, pois a unidade em que o bem é medido 
não influi na elasticidade. No exemplo a seguir, será calculada a elasticidade – preço da 
demanda. 
P
P
Q
Q
Ep



GRÁFICO DA DEMANDA
0
1
2
3
4
5
6
7
100 200 300 400 500 600
 Quant. (ton) 
P(
R$
)
 29 
Suponha que os consumidores adquiriram 400 toneladas de um bem ao preço unitário de 
R$ 3,00, num determinado período. Se o preço do bem subir para R$ 4,00, em 
consequência os consumidores passam a consumir apenas 300 toneladas. Qual será a 
reação dos consumidores a esse aumento de preço? Graficamente, o comportamento da 
demanda, tem a seguinte forma: 
O emprego da fórmula dos dados apresentados mostra que a variação na quantidade, foi 
igual a Q = 300 – 400, isto é: Q = -100. 
A variação percentual no preço é calculada da mesma forma: Como o preço inicial é igual a 
3, logo: 
 
00,1
00,300,4


P
P 
 
 
No exemplo dado, a reação dos consumidores foi proporcionalmente menor do que o 
aumento de preços, pois enquanto os preços aumentaram em 33,3% a diminuição da 
demanda foi de 25,0%. A elasticidade é igual a 0,76, portanto, menor que 1, sem considerar 
o sinal negativo. Portanto, uma demanda inelástica. 
Quando uma variação na quantidade demandada é percentualmente menor que a variação 
nos preços, a elasticidade será menor que 1, portanto, uma demanda inelástica. 
Quando uma variação na quantidade demandada é percentualmente maior que a variação 
nos preços, a elasticidade será maior que 1, portanto, uma demanda elástica. 
Quando ocorrer variação percentual na quantidade demandada igual a variação percentual 
nos preços, a elasticidade será igual a 1, tem-se portanto, uma demanda com elasticidade 
unitária. Resumindo: 
 DEMANDA ELÁSTICA – Bens cuja elasticidade – preço da demanda é maior do que 
1; 
 DEMANDA INELÁSTICA – Bens cuja elasticidade – preço da demanda é menor do 
que 1;. 
 DEMANDA UNITÁRIA – Bens cuja elasticidade – preço da demanda é igual a 1. 
 
O valor da elasticidade é um critério interessante para determinar o grau de essencialidade 
dos bens. É de esperar-se que um bem cujo consumo seja essencial à subsistência das 
pessoas tenha uma demanda inelástica, isto é, menor que 1, significando que as pessoas 
não venham a reduzir consideravelmente o consumo desses bens, mesmo com o aumento 
dos preços. Já um bem cuja demanda é elástica, significa que as pessoas estão reduzindo 
seu consumo numa proporção maior do que o aumento de preços. Podendo-se considerar 
que esse bem é supérfluo, ou então, que há substitutos próximos no mercado. 
76,0
33,0
25,0
00,3
00,300,4
400
100









P
P
Q
Q
Ep
 30 
 Finalmente, observa-se que o conhecimento da elasticidade preço da demanda de um bem, 
é fundamental para o empresário, pois isso lhe dará os reflexos das variações de preço 
sobre a demanda pelo seu produto. 
 
2.6.2 – ELASTICIDADE – PREÇO DA OFERTA 
O conceito de elasticidade também pode ser utilizado na reta da oferta, para medir a reação 
dos empresários às variações de preços. A reta da oferta, como se sabe, e a relação entre 
as quantidades de um bem ou de um serviço que os empresários estão dispostos a produzir 
a diferentes preços. Diz a lei da oferta, que existe uma relação direta entre os preços e as 
quantidades ofertadas, pois “quanto maior o preço, maior a quantidade ofertada” A 
elasticidade – preço da oferta é a razão entre a variação percentual verificada na quantidade 
ofertada de um bem e a variação percentual no preço desse mesmo bem, dada pela 
seguinte fórmula: 
 
Onde: 
 
 
p
p
Q
Q
E
op 

 
 
EpO = elasticidade preço da oferta; 
Q = variação na quantidade ofertada; 
Q = variação no preço da quantidade ofertada; 
Q = quantidade ofertada; 
P = preço do bem. 
 
A interpretação da elasticidade – preço da oferta é a mesma, com as devidas modificações, 
que foi dada para a elasticidade – preço da demanda. A diferença é que agora o estudo fala 
da oferta de bens, e do comportamento dos empresários. Considere um empresário que 
produz um determinado bem, cuja curva de oferta, seja a seguinte: 
O gráfico mostra que o empresário produz 300 toneladas do bem ao preço unitário de R$ 
3,00. Suponha que o preço do bem se eleve para R$ 4,00. Com esse aumento, o 
empresário aumenta a sua produção para 400 toneladas. Aplicando a fórmula da 
elasticidade – preço da oferta, tem-se que: 
GRÁFICO DA OFERTA
0
1
2
3
4
5
6
7
100 200 300 400 500 600
 Quant. (ton) 
 P
 (R
$)
 31 
 
 
Observe que o sinal da elasticidade – preço da oferta é positivo, o que reflete a relação 
direta existente na reta de oferta. Em outras palavras, se o preço do bem aumenta, também 
aumenta a quantidade ofertada do bem, o que nada mais é do que a manifestação da lei da 
oferta. 
O valor assumido pela elasticidade – preço da oferta, sem considerar o sinal, ou seja, seu 
valor absoluto indica em que medida o empresário responde a estímulos de preço. A 
elasticidade – preço da oferta é classificada dependendo do seu valor absoluto, em três 
categorias: OFERTA ELÁSTICA – É a curva da oferta dos bens cuja resposta, em termos de 
produção, é proporcionalmente maior do que a variação do preço do bem, sendo a 
elasticidade – preço da oferta é maior do que 1; 
 OFERTA INELÁSTICA – É a curva de oferta dos bens cuja resposta, em termos de 
produção, é proporcionalmente menor do que a variação do preço do bem, sendo a 
elasticidade – preço da oferta é menor do que 1; 
 OFERTA UNITÁRIA – É a curva da oferta dos bens cuja resposta, em termos de 
produção, é proporcional a variação do preço do bem, sendo a elasticidade – preço 
da oferta igual a 1. 
 
2.7 – BENS SUBSTITUTOS E COMPLEMENTARES 
O conceito da elasticidade, que expressa a reação dos consumidores à variação no preço 
dos bens, pode ser utilizado para verificar-se a existência de relações de 
COMPLEMENTARIEDADE e SUBSTITUTIBILIDADE entre os bens. 
 Bens Complementares – Dois ou mais bens são considerados complementares do ponto 
de vista do consumidor, quando precisam ser consumidos juntos para que a satisfação 
do consumidor seja máxima. Assim, o pão e a manteiga, o arroz e o feijão, que 
habitualmente são consumidos juntos pelas pessoas, por hábito alimentar ou por 
qualquer outro motivo, são considerados bens complementares. Observe-se que a 
complementaridade, não está na natureza dos bens, mas sim nos hábitos das pessoas 
que se acostumaram a consumi-los ao mesmo tempo. Certamente, num outro pais, onde 
não haja o hábito de se comer feijão com arroz, esses bens não são considerados 
complementares. 
 Bens Substitutos – Os bens substitutos são aqueles que, do ponto de vista do 
consumidor, podem ser trocados no momento do consumo, proporcionando igual 
satisfação ou satisfação semelhante. A manteiga e a margarina são exemplos, de bens 
substitutos, pois ambas cumprem o mesmo papel nos hábitos alimentares, mantendo 
satisfação igual ou semelhante para as pessoas que as consomem. Outro exemplo de 
bens substituto é o café e o chá, a carne de vaca e a carne de porco, etc. 
 
 
 
 
00,1
33,0
33,0
00,3
00,300,4
300
300400







P
P
Q
Q
Epo
 32 
 
BENS COMPLEMENTARES E BENS SUBSTITUTOS 
SINAL DA ELASTICIDADE RELAÇÃO ENTRE BENS 
Ec = + Bens substitutos 
Ec = - Bens complementares 
Ec = 0 Não há relação entre os bens 
 
2.8 – TEORIA ELEMENTAR DA PRODUÇÃO 
A teoria da produção preocupa-se com o lado da oferta do mercado, ou seja, com os 
produtores que vão oferecer aos consumidores os bens e serviços por eles produzidos. 
Entretanto, para entender essa teoria, é necessário estabelecer alguns conceitos, para 
melhor compreensão desta unidade. 
O primeiro conceito, é o de “firma” ou “empresa”. Na teoria da produção, não há uma 
definição própria da empresa do ponto de vista jurídico ou contábil. Esta será apenas uma 
unidade de produção. 
A seguir a definição dos fatores de produção, já abordada no primeiro módulo, e definido 
como sendo: RECURSOS NATURAIS, TRABALHO E CAPITAL. 
Finalmente, a produção será definida, como o processo que combina e transforma os 
fatores de produção adquiridos pela empresa, com o objetivo de criar bens e serviços que 
serão oferecidos no mercado. 
 
2.9 – A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO 
É uma relação técnica entre quantidades empregadas dos fatores de produção e as 
quantidades produzidas do bem ou do serviço, podendo ser representada pela seguinte 
expressão: 
 
Q = f (K, T) 
 
onde: 
Q = quantidades produzidas do bem x; 
K = quantidades empregadas do fator capital; 
T = quantidades empregadas do fator trabalho. 
 
Essa expressão significa que a quantidade produzida do bem depende, ou “é função”, das 
quantidades empregadas dos fatores, capital e trabalho. O quadro abaixo ilustra uma função 
de produção: 
 
FUNÇÃO DE PRODUÇÃO 
 Q K T 
 4 5 6 
 5 6 7 
 6 7 8 
 7 8 9 
 
Na primeira coluna tem-se a quantidade produzida do bem (Q). Na Segunda e terceira 
colunas, tem-se as quantidades utilizadas de capital (K) e trabalho (T), respectivamente. 
 33 
Com base no quando acima, pode-se observar que 4 (quatro) unidades do bem, foram 
produzidas utilizando 5 (cinco) unidades de capital e 6 (seis) unidades de trabalho e assim 
sucessivamente. 
 
2.10 – CUSTOS DE PRODUÇÃO, RECEITA E LUCROS 
Para realizar a produção, o empresário precisa adquirir os fatores de produção, pagando um 
determinado preço. Ao calcular os gastos dos empresários com os fatores de produção tem-
se o custo da produção ou custo total. 
Se uma unidade do fator capital for adquirida a R$ 3,00 e uma unidade do fator trabalho, a 
R$ 2,00 o cálculo do custo de produção será determinado conforme quadro abaixo: 
 
CUSTO DE PRODUÇÃO 
 Q K T CT 
 4 5 6 27 
 5 6 7 32 
6 6 7 8 37 
 7 8 9 42 
 
Para uma produção de 4 unidades do bem, o empresário emprega 5 unidades de capital, 
que vão lhe custar R$ 15,00 (5 X R$ 3,00). 
Por outro lado, emprega 6 unidades de trabalho que lhe custarão R$ 12,00 (6 X 2,00). 
Portanto, o custo total para produzir 4 unidades do bem é de 27,00 (R$ 15,00 + R$ 12,00). 
Para fazer frente aos custos, o empresário necessita vender seu produto, a fim de obter sua 
Receita, que é o resultado dessas vendas. Suponha que cada unidade seja vendida ao 
preço de R$ 8,00. Assim, se o empresário vender 4 unidades, sua receita “R”, será de R$ 
32,00. A receita do empresário, para os diversos níveis de produção, será conforme a tabela 
a seguir: 
 
RECEITA DO EMPRESÁRIO 
 Q K T CT R 
 4 5 6 27 32 
 5 6 7 32 40 
 6 7 8 37 48 
 7 8 9 42 56 
 
A partir dos elementos apresentados, pode-se determinar o elemento que estimula o 
empresário, o lucro, que é a diferença entre os custos de produção e a receita do 
empresário, demonstrada no quadro abaixo, como lucro total (LT). 
 
RECEITA DO EMPRESÁRIO 
 Q K T CT R LT 
 4 5 6 27 32 5 
 5 6 7 32 40 8 
 6 7 8 37 48 11 
 7 8 9 42 56 14 
 
 
 
 34 
 
2.11- A INTERVENÇÃO DO ESTADO E SEUS OBJETIVOS 
Marco inicial: 1929 
Expoente: John Maynard Keynes 
Sua obra: Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda. 
Proposta: Aumento do gasto público para combater a depressão econômica 
O debate sobre a intervenção do Estado na economia feito por: 
 
KEYNESIANOS 
J.M. Keynes (1833-1946) 
Não aceitam a tese do pleno emprego recomendam a intervenção do Estado 
MONETARISTAS 
Milton Friedman (1912) 
Confiam no livre jogo das forças de mercado a intervenção do Estado deve-se 
reduzir ao mínimo possível: apenas o volume do dinheiro. 
As funções e os objetivos do setor público 
• Fiscalizadora: estabelecer e cobrar impostos 
• Reguladora: regular a atividade econômica (controle de preços, regular monopólios, 
proteção aos consumidores, etc) 
• Provedora de bens e serviços: facilitar o acesso a bens e serviços públicos e 
produzir bens de consumo e de produção. 
• Redistributiva: modificar a distribuição da renda ou da riqueza 
• Estabilizadora: controlar os agregados econômicos para evitar grandes flutuações. 
 
Flutuações ou Ciclos Econômicos 
 
 
Objetivos do setor Público 
i. Geral: Progresso econômico e social 
 35 
ii. Específicos: 
a) Maior nível possível de emprego 
b) Estabilidade de preços

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