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FUNDAMENTOS DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO Idelbrando v. santos jan, 2016 2 FUNDAMENTOS DE ECONOMIA E ADMINISTRAÇÃO (RESUMO) Apresentação 3 Introdução 4 Definições básicas 4 Breve perspectiva histórica 5 Divisão da economia 10 Necessidades humanas 10 A Escassez 11 Utilidade bens e serviços 11 Fatores de produção 12 A atividade econômica e os agentes econômicos 13 As questões fundamentais 14 A curva de possibilidades de produção 14 A eficiência produtiva, Custo de Oportunidade, Trade-off EFICIÊNCIA PRODUTIVA a 17 As trocas, a divisão do trabalho e o dinheiro 18 O sistema de economia de mercado 18 Mercado e concorrência 19 Sistema de economia centralizada 21 Noções de microeconomia 23 Conceito de utilidade 24 Demanda, Oferta e Equilíbrio 24 Conceito de elasticidade 27 Bens substitutos e complementares 31 Teoria elementar da produção 32 A função de produção 32 Os custos da produção, receita e lucros 33 A intervenção do estado e seus objetivos 34 3 APRESENTAÇÃO Resumo dos conceitos básicos do programa de Fundamentos de Economia e Administração Este texto está dividido em duas partes. O capítulo I. São apresentados os conceitos dos princípios básicos de economia como também o funcionamento do sistema econômico. O capítulo II. Estuda noções de microeconomia na formação dos preços nos diversos mercados, a partir da ação conjunta da demanda e da oferta, levando em consideração o comportamento do consumidor e do empresário, individualmente. 4 CAPÍTULO I 1.1 – Introdução Etimologicamente, a palavra “economia” deriva da junção dos termos gregos “oikos” (casa) e “nomos” (costume, lei) resultando em “regras ou administração da casa, do lar” e que pode ser entendida como a “administração da casa”. 1.1.2 - Definições Básicas A Ciência que estuda a atividade produtiva. Focaliza estritamente os problemas referentes ao uso e à distribuição mais eficiente de recursos escassos; Estuda as variações e combinações na alocação dos fatores de produção na distribuição de renda, na oferta, procura e nos preços das mercadorias; Economia, ou Economia Política, é o estudo das atividades que, com ou sem dinheiro, envolvem transações de trocas entre pessoas; Economia é o estudo da maneira pela qual os homens decidem utilizar os recursos produtivos escassos ou abundantes, para produzir varias mercadorias e distribuí-las a vários membros da sociedade, para o consumo; Economia é o estudo de homens em sua atividade comum, ganhando e desfrutando a vida; Economia é o estudo da maneira pela qual a humanidade realiza a tarefa de organizar suas atividades de consumo e produção; Economia é o estudo da riqueza; Economia é o estudo de como melhorar a sociedade. Qualquer que seja a definição, porem, verifica-se pelo menos três características básicas: - O objetivo de satisfazer as necessidades humanas; - A escassez dos recursos - Como ciência que ensina a gerir ou administrar os recursos escassos 1.1.3 - Principais termos utilizados i. Capital: meios de produção que foram criados pelo trabalho e que são utilizados para a produção de outros bens. ii. Fatores de produção: elementos indispensáveis ao processo produtivo de bens materiais. Os fatores de produção são a terra, o capital, o trabalho. iii. Meios de produção: incluem os instrumentos de produção (ferramentas, máquinas), as instalações, fontes de energia, meios de transporte e as matérias-primas. iv. Modo de produção: conceito da economia marxista que é definido pelo conjunto das forças produtivas e das relações de produção. O modo de produção confunde-se, de certa maneira, com a estrutura econômica da sociedade, englobando a produção, distribuição, circulação e consumo. 5 v. Capitalismo: sistema econômico baseado na separação entre trabalhadores, que dispõem apenas da força de trabalho e a vendem em troca de salário, e capitalistas, que são proprietários dos meios de produção e contratam trabalhadores para produzir mercadorias com o objetivo de lucro. vi. Socialismo: conjunto de doutrinas e movimentos políticos voltados para o interesse dos trabalhadores, tendo por objetivo uma sociedade onde inexista a propriedade privada dos meios de produção. Pretende eliminar as diferenças entre classes sociais e planificar a economia para obter uma distribuição justa da riqueza social. vii. Comunismo: doutrina que defende a abolição da propriedade privada dos meios de produção, a distribuição igualitária dos bens produzidos pela sociedade e que a organização da riqueza social seja feita pela própria comunidade de produtores. As primeiras formas de organização humana são classificadas como modalidades de comunismo primitivo. 1.1.4 - Breve perspectiva histórica: Da Antiguidade à Renascença, as questões econômicas assumiram gradualmente maior importância, com o surgimento de formas de organização mais complexas. Nesse período ampliaram-se as discussões sobre o sistema de propriedade territorial, trabalho, tributos, empreendimentos privados, comércio intra e inter-regional evolução das formas de moeda e outros. A partir da formação dos novos Estados-nações da França, Alemanha, Inglaterra, Espanha e Portugal a análise econômica começou a desenvolver-se rumo a uma ciência voltada a melhor administrar o Estado, encarregado de fortalecê-lo. A doutrina econômica que caracterizou os séculos XVI a XVIII ficou denominada como Mercantilismo, marcado pela desintegração do feudalismo e pela formação dos Estados Nacionais. Defende o acúmulo de divisas em metais preciosos pelo Estado por meio de um comércio exterior protecionista. Alguns princípios básicos do Mercantilismo são: a) O Estado deve incrementar o bem-estar nacional, ainda que em detrimento de seus vizinhos e colônias; b) A riqueza da economia nacional depende do aumento da população e do volume de metais preciosos; c) O comércio exterior deve ser estimulado para que se aumentem as reservas de metais preciosos; d) O comércio e a indústria são mais relevantes à economia nacional do que a agricultura. Essa concepção levava a um intenso protecionismo estatal e a uma ampla intervenção do Estado na economia. Uma forte autoridade central era tida como essencial à expansão de mercados e à proteção dos interesses comerciais. O Mercantilismo era constituído por um conjunto de concepções desenvolvidas na prática por ministros, administradores e comerciantes com objetivos não só econômicos como também político-estratégicos. Os mercantilistas, limitando sua análise ao âmbito da circulação de bens, aprofundaram o conhecimento de questões como as da balança comercial, da taxa de câmbio e dos movimentos de dinheiro. Entre os principais representantes da doutrina estão Thomas Mun, Josiah Child e Montchrestien. 6 Apenas no séc. XVIII a Economia ingressa na sua fase científica com a publicação em 1758 e 1776 de Tableau Économique1, de François Quesnay, e An Inquiry into the Nature and causes of the Wealth of Nations2, de Adam Smith. A partir dessas obras, os pensadores dedicaram-se à análise das três grandes questões econômicas: formação, distribuição e consumo das riquezas. Essas três questões constituíram a base das definições econômicas chamadas clássicas. Seus principais teóricos foram, Malthus, John Law, Stuart Mill, Richard Cantillon, David Ricardo e Jean Baptiste Say. No século XIX, somou-se a abordagem socialista à concepção clássica. O binômio produção-distribuição foi a base em que se fundou a perspectiva socialista.As diferenças essenciais entre as abordagens clássica e socialista resultaram da ênfase dada ao entendimento dos processos da produção, distribuição e consumo. No final do séc. XIX surge uma nova linha conceitual denominada Escola Neoclássica. Predominou entre 1870 e a I Guerra Mundial, também conhecida como Escola Marginalista por se fundamentar na teoria subjetiva do valor da utilidade marginal3 para reelaborar a teoria econômica clássica. Seus precursores foram Thünen, Gossen e Cournot. São considerados seus fundadores os economistas Carl Menger, William Jevons e Leon Walras. A abordagem neoclássica fundamenta-se no fato de que as necessidades e os desejos humanos são inúmeros e de várias espécies. Marshall não se limitou à descrição e análise dos processos econômicos relacionados à riqueza e ao bem-estar. Foi além, ao discutir aspectos éticos ligados à conduta humana. Se vivêssemos num mundo onde os homens fossem perfeitos, os mais fortes facilmente suportariam o fardo mais pesado e admitiriam que seus vizinhos mais fracos, embora produzindo menos, elevasse o seu consumo. Felizes nessa maneira de pensar, eles trabalhariam para o bem geral com toda a energia. Mas os homens comuns são incapazes de manter uma atitude altruísta durante um período considerável. Em resumo, a teoria neoclássica prescreve que a liberdade de iniciativa e a concorrência são essenciais para a produção e ampliação da riqueza, a qual proporcionaria o bem-estar social. Ainda em fins do século XIX, os países desenvolvidos encetaram uma política de dominação territorial e econômica dos demais países. Tal movimento passou a ser conhecido como Imperialismo. Na época, representava o desejo das nações desenvolvidas de administrar e explorar economicamente os territórios menos avançados, com o propósito principal de comércio e, às vezes, para eliminar os concorrentes. Lênin, em O Imperialismo, etapa superior do capitalismo, definiu o capital financeiro como a fusão do capital bancário com o industrial, o que marcaria a passagem do capitalismo de livre concorrência para o capitalismo de monopólios. Nessa fase ocorreria a formação de grandes excedentes de capitais nos países adiantados, capitais esses que precisariam ser exportados, tornando a exportação de capitais mais importante do que a exportação de mercadorias. Outras características do imperialismo seriam a necessidade de as grandes potências de garantir mercados compradores e fontes de matérias-primas. Durante a década de 30, surgiu nova proposta ao pensamento econômico denominado keynesianismo. Modalidade de intervenção do Estado na vida econômica, sem atingir totalmente a autonomia da empresa privada e adotando as políticas sugeridas na principal obra de John Maynard Keynes, A teoria geral do emprego, do juro e da moeda, de 1936. 1 Quadro econômico. 2 Um Inquérito Sobre a Natureza e Causas da Riqueza das Nações. 3 A utilidade marginal é aquela que, dada certa quantidade de um bem, corresponde à utilidade extra adicionada pela sua última unidade. Esse conceito se baseia no princípio da saturabilidade das necessidades, ou seja, as necessidades humanas admitem uma saturação gradual, à medida que se aumenta a quantidade dos bens, a satisfação que estes proporcionam diminui. 7 Tais políticas propunham-se a solucionar o problema do desemprego pela intervenção estatal, desencorajando o entesouramento em proveito das despesas produtivas, por meio da redução da taxa de juros e do incremento dos gastos públicos. As propostas da chamada “revolução keynesiana” foram feitas no momento em que a economia mundial sofria o impacto da Grande Depressão, que se estendeu por toda a década de 30, até o início da II Guerra Mundial. Suas ideias influenciaram alguns pontos do New Deal4, o programa de recuperação econômica de Franklin Roosevelt (1933-39). De fato, sob o estímulo de grandes despesas governamentais, impostas pelo conflito mundial, a crise do desemprego deu lugar à escassez de mão-de-obra na maioria dos países capitalistas. Para a maioria dos economistas, era a comprovação da eficácia das propostas keynesianas. Surgiu a convicção de que o capitalismo poderia ser salvo desde que os governos soubessem fazer uso de seu poder de cobrar impostos, reduzir juros, contrair empréstimos e gastar dinheiro. No final da II Guerra Mundial, o mundo deparou-se com a necessidade de reorganização de seu sistema econômico, aturdido pela Grande Depressão e por duas Guerras Mundiais. Assim, realizou-se em julho de 1944 a Conferência de Bretton Woods, New Hampshire, EUA), nome pelo qual ficou conhecida a Conferência Monetária e Financeira das Nações Unidas, com representantes de 44 países, para planejar a estabilização da economia internacional e das moedas nacionais. Os acordos assinados em Bretton Woods tiveram validade para o conjunto das nações capitalistas lideradas pelos EUA, resultando na criação do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (BIRD). O FMI é uma agência especializada da ONU (Organização das Nações Unidas), com sede em Washington e que faz parte do sistema financeiro internacional. O FMI tem a finalidade de promover a cooperação monetária no mundo capitalista, coordenar as paridades monetárias (evitar desvalorizações concorrenciais) e levantar fundos entre os diversos países-membros, para auxiliar os que encontrem dificuldades nos pagamentos internacionais. Quase todos os países relativamente industrializados (com exceção dos países socialistas) fazem parte da organização. Cada país contribui com quotas-partes para o Fundo. Sempre que solicitada, a entidade envia representantes para auxiliar na solução de problemas econômicos dos países-membros, especialmente quando enfrentam situações econômicas adversas (inflação acentuada, queda de exportações, escassez de divisas, etc.), permitindo uma rápida adoção de medidas corretivas, para que as dificuldades internas não se reflitam no comércio internacional. Também nos casos de pedido de auxílio, o FMI oferece sua assistência fiel a uma política do tipo monetarista (taxa cambial única e fixa, moeda conversível, corte nos gastos públicos, contenção salarial, etc.), que nem sempre corresponde aos interesses dos países que almejam o desenvolvimento, pois costuma provocar efeitos depressivos na economia, com custos sociais elevados. O BIRD (Banco Internacional de Reconstrução e Desenvolvimento) é uma instituição financeira internacional ligada à ONU e conhecido também como Word Bank (Banco Mundial). Teve como objetivo inicial financiar os projetos de recuperação econômica dos países atingidos pela Guerra. Sediada em Washington, reúne 139 países (1980). Fornece empréstimos diretos a longo prazo (15 a 25 anos) aos governos e empresas, com garantias oficiais, para projetos de desenvolvimento, assim como assistência técnica. O maior volume de recursos, desde que o banco começou a operar em 1946 foi dirigido aos setores de energia, transporte e agricultura. As contribuições de cada país-membro ao capital do BIRD, assim como o direito a voto, são estabelecido proporcionalmente à participação do país no 4 Novo acordo. Foi um conjunto de medidas criado no governo de Franklin Delano Roosevelt (1933-1945), inspirado nas ideias do economista John Maynard Keynes que estabelecia medidas econômicas para garantir pleno emprego dos trabalhadores. 8 comércio internacional. O maior acionista são os EUA que têm o poder de veto sobre as decisões da organização. Em 1947, também sob a o patrocínio da ONU, foi firmado o GATT (General Agreement on Trade and Tariffs ou Acordo Geral do Comércio e Tarifas). O GATT originou o que hoje conhecemos como a Organização Mundialdo Comércio (OMC) a qual rege-se por três princípios básicos: a) tratamento igual a todas as nações comerciantes; b) redução de tarifas por meio de negociações; e c) eliminação das cotas de importação. Em outras palavras, a OMC orienta-se pela busca do livre comércio entre as nações. Desde a década de 70, assistimos às grandes mudanças de caráter tecnológico, que também provocam a aceleração dos processos de internacionalização e globalização dos setores produtivo-comerciais. 1.1.5 - Globalização Entende-se por globalização a produção e a distribuição de valores dentro de redes em escala mundial, com o acirramento da concorrência entre grandes grupos multinacionais. Neste sentido, destacam-se cinco tendências: i. Nas últimas décadas, é notável o crescimento do progresso tecnológico, principalmente nas áreas de informação com o desenvolvimento e a difusão de novas tecnologias, sendo os setores de semicondutores, telecomunicações e informática os mais atingidos. A difusão de tais tecnologias, por um lado, cria novos produtos e novas fronteiras mercantis e, por outro lado, gera maior eficiência e maiores condições de competitividade àqueles que têm acesso a essas inovações. A participação nesse processo, porém, não é acessível a todos, em decorrência do alto custo da inovação, da elevada complexidade tecnológica do processo, da necessidade de elevados gastos em pesquisa e desenvolvimento, do fato de o ciclo de vida dos produtos ser curto e da dificuldade de acesso a mercados (fornecedor e consumidor) de tamanho mundial. ii. Associado a essas mudanças tecnológicas, existe um movimento de reestruturação comercial e produtiva em escala mundial, verificando-se também o acirramento da concorrência. Assim, pode-se falar em um processo de forte internacionalização econômica e na chamada globalização produtiva. As empresas reagem a tais modificações e a esse crescimento da concorrência, buscando rebaixar custos e eliminar riscos. Ocorre forte processo, a partir da década de 80, de fusões, aquisições e incorporações a nível internacional. Na verdade, grande parte dos investimentos diretos externos estava associada à compra de empresas já existentes. iii. Em termos comerciais, desde a década de 70, crescem o protecionismo e a tendência contrária ao multilateralismo, que caracterizam a chamada época de ouro do pós-guerra. Esse protecionismo que atualmente se manifesta de formas mais sutis do que a imposição de tarifas alfandegárias, surge em função do acirramento da concorrência internacional e dos problemas enfrentados pelos países durante o período. Porém, deve-se ressaltar o grande processo liberalização dos países em desenvolvimento, no final dos anos 80 e início dos 90. iv. Na década de 80, assiste-se também ao aumento do número de acordos e mecanismos de integração regional, tendo como principais exemplos a união européia, o NAFTA (north-american free trade agreement) ou acordo de livre comércio norte-americano), a área de livre comércio asiática e o Mercosul. No ano de 1994, foi criada a ALCA (Área de Livre Comercio das Américas e Caribe, 9 formada pelos estados unidos México e Canadá. Atualmente em fase de negociação com outros países. v. A formação destes blocos regionais é bastante desigual, oscilando entre simples promessas de tratamento preferencial, e tentativas de formação de um mercado único de produtos até um sistema monetário unificado, passando pela formação de zonas de livre comércio e uniões aduaneiras. Na verdade, a formação desses blocos é resposta às dificuldades enfrentadas no mercado internacional, dado o declínio do multilateralismo, e também está associada às próprias modificações produtivas em curso. Estes acordos regionais são em parte forçados pela necessidade de ampliação do espaço econômico das empresas, a fim de viabilizar a operação e a continuidade das inovações, constituindo-se, assim, em um processo intermediário dentro da tendência de globalização). vi. A tendência de ampliação de práticas protecionistas e o processo de globalização tornaram o GATT um mecanismo que foi perdendo sua eficácia na promoção de um comércio livre e multilateral. A rodada Uruguai procurou reverter essa tendência. Teve por objetivo a retomada de práticas de transações internacionais menos discriminatórias e a maior liberalização comercial, discutindo especialmente os esquemas protecionistas não-tarifários. Procuraram-se incluir novas discussões no âmbito do GATT, como a dos produtos agrícolas e têxteis e temas como propriedade intelectual, tecnologia e investimentos externos. vii. Outros Blocos Econômicos: ACP; (Associação de países da África, Caribe e Pacífico) ACP-EU; (Acordo de Cotonou. Um acerto comercial entre a União Europeia) AEC; (Associação dos Estados do Caribe) AELC; (Associação Europeia de Livre Comércio) ALADI; (Associação Latino-Americana de Integração) ALALC; (Associação Latino-Americana de Livre Comércio) ALBA; (Aliança Bolivariana para as Américas) ALCA; (Área de Livre Comércio das Américas) APEC; (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) ASEAN; (Associação de Nações do Sudeste Asiático) CEFTA; (Acordo Centro-Europeu de Livre Comércio) CAFTA-DR; (Comunidade de Livre Comércio entre Estados Unidos Central e República Dominicana) CAN; (Comunidade Andina de Nações) CAO; (Comunidade da África Oriental) CARICOM; (Comunidade do Caribe) CARIFTA; (Associação de Livre Comércio do Caribe) CEA; (Comunidade Econômica Africana) CEDEAO; (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental) CEEA; (Comunidade Econômica Eurasiática) CEEAC; (Comunidade Econômica dos Estados da África Central) 10 CEMAC; (Comunidade Econômica e Monetária da Africa Central) IBAS; (Fórum de Diálogo Índia-Brasil- África do Sul) COMECOM; (Conselho para Assistência Econômica Mútua) COMESA; (Mercado Comum da África Oriental e Austral) OCDE(Organização para a Cooperação e desenvolvimento Econômico) OECO; (Organização dos Estados do Caribe Oriental) SAARC; (Associação Sul- Asiática para a Cooperação Regional) SADC; (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) UA; (União Africana) UAAA; (União Aduaneira da África Austral) UE; (União Europeia) UEMOA; (União Econômica e Monetária dos Oeste Africano) UMA; (União do Magrebe Árabe) UNASUL (União de Nações Sul-Americanas) 1.2 . – DIVISÃO DA ECONOMIA O estudo dos diferentes segmentos da economia fundamenta-se na divisão entre MICROECONOMIA E MACROECONOMIA. Para que se possa compreender bem, deve-se ressaltar que a microeconomia e a macroeconomia, são dois ramos da mesma disciplina, a economia, e como tais se ocupam das mesmas questões, ainda que se fixem em aspectos distintos. A Microeconomia trata dos problemas dos indivíduos e da empresa dentro do sistema econômico. Preocupa-se em estudar o consumidor individual que se dirige ao mercado com uma determinada renda para adquirir bens e serviços e, também, a maneira como a empresa emprega os fatores de produção para obter o maior lucro possível. A Macroeconomia estuda o funcionamento da economia em seu conjunto. Seu interesse é determinar os fatores que influenciam o nível da renda e do produto do Sistema Econômico. 1.3 - Necessidades Humanas Os indivíduos isoladamente têm uma série de necessidades. Como o ser humano vive em sociedade, em contato com outras pessoas, surgem também as necessidades coletivas. A economia se ocupa, portanto, das questões relativas à satisfação das necessidades não só dos indivíduos como da sociedade. Necessidade, no sentido econômico, é a sensação de carência de algo unida ao desejo de satisfaze-la. Podemos entender as necessidades, pôr seus tipos:I – Segundo o Requerente: a) Necessidades dos indivíduos - Precisam ser satisfeitas para garantir a sobrevivência dos indivíduos e dividem-se em: Natural - O ato de comer, por exemplo; Social – Decorre da vida em sociedade: ex.: festa de aniversário 11 b) Necessidades da Sociedade: - São decorrentes da vida do indivíduo em sociedade, e podem ser: Coletivas – Partem do indivíduo e passam a ser da sociedade, tais como o transporte coletivo; Públicas – Surgem da mesma sociedade, e são para uso global por parte da população, tais como a defesa interna, a saúde pública, a educação, etc. II – Segundo sua Natureza: a) Primárias - Depende a conservação da vida, como por exemplo, os alimentos. b) Secundárias - São as que tendem a aumentar o nível do bem-estar e variam no tempo, segundo o meio cultural, econômico e social em que o indivíduo vive; por exemplo, o turismo. c) Terciária - Correspondem a tudo aquilo que, numa determinada sociedade e num determinado momento, se considera como um luxo, considerados o que é supérfluo .Exemplos: o uso de joias, de perfumes ou de roupa de marca 1.4 - A ESCASSEZ Em economia o problema se resume a uma restrição quase física, isto é, a escassez. Surge porque as necessidades humanas são ilimitadas e os recursos econômicos limitados, incluindo também, os bens. A escassez é um conceito relativo, pois existe o desejo de adquirir uma quantidade de bens e de serviços, maior que a disponibilidade. 1.5 – UTILIDADES BENS E SERVIÇOS Utilidade é a propriedade que os bens e os serviços têm de satisfazer as necessidades humanas. Bem é toda coisa útil, que satisfaz direta ou indiretamente, os desejos e as necessidades humanas. Caracteriza-se por sua utilidade, escassez e por ser transferível. Os bens que existem em quantidades superiores as necessidades humanas são considerados bens livres e estão fora do estudo da economia. Somente os bens escassos, ou disponíveis em quantidades limitadas, são considerados bens econômicos. Os bens podem ser classificados como: a) De consumo – Satisfaz diretamente as necessidades humanas. Duráveis – permitem um uso prolongado. (Bicicleta, geladeira, etc.) Não duráveis – pressupões sua destruição no momento do consumo ou num período de tempo relativamente curto. (Alimentos, produtos de higiene pessoal, vestuário, etc.) b) De produção – Satisfaz indiretamente as necessidades humanas. Bens de capital – Destinados aa suprir as necessidades de acumulação do aparelho produtivo. (máquinas, equipamentos, instalações, etc.) Intermediários – São as matérias primas e os bens semielaborados, que entram na composição de outros bens. Podem ocorrer de um mesmo bem, dependendo do seu destino, ser de consumo ou produção. É o caso, entre outros, do leite. Este produto “in natura” é um bem de consumo. Se utilizado porem, para fabricação de laticínios, é um bem de produção, porque será utilizado como matéria-prima para a fabricação de outros bens. 12 O trabalho, quando realizado pelo professor, médico, encanador, vendedor ou um transportador, ou em outras atividades, tais como os serviços oferecidos por um banco ou lavanderia, constituem o que se denomina de SERVIÇOS. Os serviços, portanto são aquelas atividades que, sem criar objeto materiais, se destinam direta ou indiretamente a satisfazer as necessidades humanas. 1.6. – FATORES DE PRODUÇÃO Para a satisfação das necessidades humanas é necessário produzir bens e serviços. Para tanto, exige-se o emprego de recursos produtivos e bens elaborados. Os recursos são os fatores ou elementos básicos utilizados na produção de bens e serviços. Os fatores de produção se dividem em três categorias: Recursos Naturais; Trabalho; Capital. a) Recursos Naturais - São os elementos da natureza utilizados pelo homem com a finalidade de produzir bens e serviços. Por exemplo, os minerais, a terra (utilizada na agricultura), a água (utilizada para irrigação de lavoura), os animais, etc.; b) Trabalho – Toda atividade correspondente a faculdade física, habilidade intelectual e capacidade empresarial dos seres humanos que intervêm no processo produtivo; População – é um conjunto de seres humanos que vivem em uma área determinada. A produção econômica é obtida com a combinação dos fatores de produção. Desses fatores, o Trabalho recebe destaque especial por duas razões: I. São as pessoas que organizam e executam a produção econômica; II.A produção de bens e serviços reverte para as pessoas, satisfazendo suas necessidades. A população total está dividida em dois grandes grupos: A população não mobilizável economicamente e a população economicamente mobilizável. a) População não mobilizável economicamente – Parte da população total que não tem condições de oferecer força de trabalho (população pré-produtiva, que está compreendida entre 0 a 14 anos e a população pós-produtiva, acima de 60 anos); b) População economicamente mobilizável – Parte da população produtiva subdividida em: População Economicamente Ativa – constituída dos empregadores, empregados e autônomos; População Economicamente Inativa – constituída da população produtiva que, embora tenha qualificação profissional e idade de trabalhar, pode não estar trabalhando ou se dedica a ocupações que não se consideram para o calculo do produto agregado. A inatividade, desocupação ou desemprego ocorrem de forma voluntária ou involuntária, a partir de fatores sazonais, cíclicos, friccionais ou estruturais. 13 Conceito de população ocupada – É a parcela da população total que, realmente produz para o sistema econômico. Isto é, a parte da população economicamente ativa que está trabalhando. A taxa de ocupação é dada pela seguinte fórmula: Onde: oT = Taxa de Ocupação oP = População Ocupada tP = População Total c) Capital - É o conjunto de equipamentos, ferramentas, máquinas e instalações produzidas pelo homem, que não satisfazem diretamente as necessidades humanas mais são utilizados na produção de bens de consumo ou outros bens de capital. Em economia, o termo “capital” significa capital físico, ao menos que se determine o contrario. Entretanto, é comum usar-se o termo capital humano, como forma de indicar os gastos com a educação e a formação profissional, bem como o termo capital financeiro, como sendo os recursos disponíveis para a compra de capital físico ou de ativos financeiros. 1.7 – A ATIVIDADE ECONÔMICA E OS AGENTES ECONÔMICOS. A produção de bens e serviços numa sociedade realiza-se através de unidade de produção ou empresa, cada uma das quais exigindo a organização e a combinação dos fatores de produção existentes à disposição da economia. A organização dos fatores produtivos (recursos naturais, trabalho e capital) nas empresas, bem como a direção de suas atividades, recaem sobre pessoas ou grupos de caráter privado ou público. Na economia, os diversos papéis são desempenhados pelos agentes econômicos. São eles: As famílias ou unidades familiares, as empresas e o setor público. As famílias ou unidades familiares – Aquelas que consomem bens e serviços, e oferecem seus recursos (fundamentalmente trabalho e capital) as empresas; As empresas – Consideradas as unidades de produção básica, são as que contratam e compram fatores, com o objetivo de produzir e vender bens e serviços; Setor Público – Estabelece um marco jurídico-institucional, no qual se desenvolve a atividade econômica. Apesar da diversidade de objetivos, as inúmeras unidades produtoras podem ser agrupadas em três setores básicos, que compõem o sistema econômico: Os setores primários, secundários e terciários. O setor primário – Constituído pelas unidades produtorasque utilizam intensamente os recursos naturais, isto é, as atividades agrícolas, pesqueiras, pecuárias e extrativas; 100* t o o P P T 14 O setor secundário – Constituído pelas unidades produtoras dedicadas às atividades industriais, através das quais os bens são transformados; O setor terciário – Composto pelas unidades produtoras que prestam serviços, como bancos, escolas, transportes, comércio, etc. Nas economias subdesenvolvidas, o setor primário assume maior peso na composição do PIB (Produto Interno Bruto). Essa situação vai sendo gradativamente alterada à medida que a economia evolui para estágios superiores de desenvolvimento. A tabela a seguir fornece uma visão aproximada do emprego de fatores de produção nos diversos setores, em economias desenvolvidas e subdesenvolvidas. SETORES ECONOMIAS DESENVOLVIDAS ECONOMIAS SUBDESENVOLVIDAS Primário Absorve grande parte da população economicamente ativa; Uso predatório da terra. Uso crescente e intensivo de capital; Pouco emprego relativo da força de trabalho; Secundário Pouco desenvolvido; Escasso emprego de equipamentos. Uso intensivo de capital. Terciário Uso extensivo da força de trabalho, inclusive em atividades informais. Participação crescente de capital; Contínua absorção da força de trabalho em larga escala. 1.8 – AS QUESTÕES FUNDAMENTAIS Diante da impossibilidade do atendimento pleno das necessidades humanas em virtude da escassez de recursos, todo sistema econômico deve tratar de responder às seguintes questões: O QUE, COMO E PARA QUEM produzir. O QUE PRODUZIR? - Que bens e serviços produzir e em que quantidade? Dessa forma, a sociedade deve escolher entre estradas, hospitais, alimentos, roupas, bens de capital, etc.; COMO PRODUZIR? - Toda sociedade deve determinar o que vai ser responsável pela produção, que meios e técnicas serão utilizados e quais serão os métodos e organização utilizados no processo produtivo; PARA QUEM PRODUZIR? - Esta questão indica de que forma será distribuído o produto do trabalho entre os diferentes indivíduos e famílias. A CURVA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO Uma ilustração do problema da escassez e da escolha (Texto segundo Otto Nogami 2012, com adaptações) Para desenvolver o modelo da curva de possibilidades de produção: A limitação dos fatores de produção capazes de produzir diferentes mercadorias impõe uma escolha entre produtos relativamente escassos. Pode ser ilustrado quantitativamente através de exemplos aritméticos e diagramas geométricos. 15 Assim, a analise das ilimitadas necessidades humanas e da escassez de recursos conduz a conclusão de que a Economia é uma ciência ligada a problemas de escolha. Como simplificação, o dilema da opção e suas possíveis soluções aplicadas a um empreendimento mostra a questão da escolha no âmbito de uma economia. Três hipóteses básicas são necessárias Existência de uma quantidade fixa de recursos. A quantidade e a qualidade dos recursos produtivos permanecem inalteradas durante o período de analise; Existência de pleno emprego dos recursos. A economia opera com todos os fatores de produção plenamente empregados e produzindo o maior nível de produto possível; E a tecnologia permanece constante. A FRONTEIRA DE POSSIBILIDADES DE PRODUÇÃO Para entender claramente o assunto. Considera-se, inicialmente, uma fazenda com uma determinada extensão de terra, um conjunto de instalações maquina e equipamentos e um numero fixo de trabalhadores. Imaginemos, ainda, que o proprietário dessa fazenda possua qualificações técnicas que lhe permitam se dedicar a qualquer tipo de atividade agrícola. Ao decidir o que e como produzir, o fazendeiro estará decidindo a maneira pela qual os seus recursos produtivos serão distribuídos entre as varias combinações de bens possíveis. Para simplificar: Supondo que essa fazenda só produza dois tipos de bens: milho e soja. Se o fazendeiro utilizar toda a terra para cultivar milho, não haverá área disponível para o plantio de soja. Por outro lado, se ele quiser se dedicar somente a cultura de soja, utilizando-se de toda a sua propriedade para esse fim, não poderá plantar milho. São duas situações extremas. Existirão, soluções alternativas intermediarias, com a utilização de parte das terras para o plantio de soja, ficando a fração restante para a cultura do milho. As diferentes possibilidades de produção, desse fazendeiro, são apresentadas na tabela 1. Tabela1 Fonte: Passos; Nogami, 2006 pág. 49 Colocando os dados da tabela em um eixo cartesiano, o resultado será a figura 1. O eixo das ordenadas, vertical, representa a quantidade de milho que a fazenda pode produzir e o eixo das abscissas, horizontal, representa a quantidade de soja que pode ser obtida. 16 Figura 1 – Possibilidades de produção de uma fazenda. Fonte: Passos; Nogami, 2006 pág. 68 O ponto A indica uma situação em que toda a terra esta sendo utilizada na produção do milho. Nesse caso, a produção de soja e zero. O ponto F indica outro extremo, ou seja, quando toda a terra e usada exclusivamente para plantar soja. Logo, a produção de milho e nula. Desta forma, os pontos B, C, D e E indicam possíveis combinações intermediarias ao alcance do produtor na hipótese de a terra, e demais recursos, ser plenamente utilizada. Ao unir os pontos de A até F. A linha resultante denomina-se Curva de Possibilidades de Produção, ou Fronteira de Possibilidades de Produção, e mostra todas as combinações possíveis entre milho e soja que podem ser estabelecidas. A figura 2 representa graficamente o que foi descrito. Figura 2 – Curva de possibilidades de producao de uma fazenda. Fonte: Passos; Nogami, 2006 pág. 69 17 EFICIÊNCIA PRODUTIVA No exemplo dado, a fazenda estará funcionando de maneira eficiente sempre que, ao aumentarmos a produção de um bem, tivermos que reduzir a produção de outro bem. Assim, teremos eficiência produtiva somente se estivermos situados sobre a fronteira (ao longo da linha AF), na qual aumentos na produção de soja deverão vir, necessariamente, acompanhados de diminuições na produção de milho. CUSTO DE OPORTUNIDADE A verificação de que, a fazenda está usando eficientemente seus recursos (o que indica uma situação de pleno emprego), um aumento na produção de soja somente ocorrera mediante diminuição na produção de milho. Assim, o custo de um produto poderá ser expresso em termos da quantidade sacrificada do outro. Dessa forma, custo de oportunidade é uma expressão utilizada para exprimir os custos no que se refere às alternativas sacrificadas. Em outras palavras, para que se tenha a ocorrência de custo de oportunidade é preciso não só que os recursos sejam limitados, mas que estejam sendo plenamente utilizados. Qualquer que seja o movimento ao longo da curva de possibilidades de produção fica claro que haverá uma troca entre soja e milho. Essa troca é conhecida em Economia como custo de oportunidade. O custo de oportunidade pode ainda ser conceituado como sendo o valor da próxima melhor alternativa que deve ser sacrificada quando uma escolha e feita. OO TTRRAADDEE OOFFFF TTrraaddee ooffff é uma expressão que define uma situação em que há conflito de escolha. Ocorre quando se abre mão de algum bem ou serviço distinto para se obter outro bem ou serviço distinto. A importância do entendimento da expressão “trade off, é conhecer as definições de sistemas, para facilitar a compreensão de decisões tomadas gestores econômicos e financeiros, quando relacionadas a custos, lucratividade, retorno do investimento e nível de serviço. As empresas fazendoparte de um mercado sem fronteiras, com a globalização e o avanço tecnológico estão inseridas dentro de um ambiente de incertezas, onde as mesmas precisam desenvolver um conjunto de práticas e intervenções para se tornarem competitivas e alcançarem suas metas organizacionais. A necessidade da organização em se manter ou aumentar sua competividade dentro do sistema no qual está inserida, faz com que os gestores adotem princípios básicos e fundamentais, tais como: organização, planejamento, execução, controle, liderança e direção. Alinhada a esses princípios, torna-se um diferencial, principalmente, quando as decidem utilizar o trade off. 18 1.9 - AS TROCAS, A DIVISÃO DO TRABALHO E O DINHEIRO Além da produção e do consumo, existe outra atividade que é comum em qualquer sistema econômico: As trocas. As trocas trazem vantagens para seus participantes, possibilitando a divisão do trabalho, que delas derivam a especialização e a possibilidade de empregar maquinarias. Ambos proporcionam aumento da produção por pessoa A troca significa uma transação em que dois indivíduos permutam bens entre si. Eles se desfazem do produto que possuem em excesso e adquirem os produtos que necessitam. Uma forma primitiva de troca era conhecida como escambo. Entretanto, o escambo gerava sérios inconvenientes em razão da indivisibilidade de alguns tipos de bens. Com o aparecimento do dinheiro as trocas tornaram-se mais fáceis e eficientes. O dinheiro é considerado um meio de pagamento aceito que pode ser permutado por bens e serviços, bem como ser utilizado, para saldar dívidas. 1.10 Sistema Econômico / Organização Econômica Principais formas: i. Economia de Mercado (ou descentralizada, tipo capitalista) ii. Economia Planificada (ou centralizada, tipo socialista) 1.11 - O SISTEMA DE ECONOMIA DE MERCADO O funcionamento de uma economia de mercado está baseado em um conjunto de regras, onde se compram e se vendem bens e serviços, assim como, fatores produtivos. Portanto, podemos definir mercado, como sendo toda e qualquer instituição social na qual, bens e serviços, assim como os fatores produtivos, são trocados livremente. Em todo mercado, existem dois tipos de agentes bem diferenciados: os compradores e os vendedores. Os compradores e os vendedores entram em acordo sobre o preço de um bem (ou serviço), de forma que se fará a troca de quantidades determinadas do bem por uma quantidade de dinheiro, também determinada. Portanto, o preço de um bem é a sua relação de troca pelo dinheiro, isto é, o número de reais necessários para obter em troca uma unidade do bem. A fixação dos preços dos bens e serviços pelo mercado permite a coordenação dos compromissos de vendedores e compradores e, portanto, a viabilidade de um sistema capitalista de mercado, de modo que: Livre jogo da oferta e demanda, é uma peça-chave no funcionamento de toda economia de mercado. Assim, o Fluxo Básico da Economia será: Pagamentos pelos Bens e Serviços Fluxo Real de bens e Serviços Fluxo Real (trabalho, Terra, Capital etc.) Pagamentos de Salários, juros, Aluguéis, Lucros CONSUMIDORES EMPRESAS 19 Para se analisar estes fluxos de forma mais precisa, alguns critérios são adotados, de modo a se agregar o conjunto de informações geradas nestas relações entre indivíduos e empresas. Durante o processo de produção, onde são obtidos bens e serviços, as unidades produtoras (Empresas) remuneram os fatores de produção da seguinte forma: Aos trabalhadores, pagam salários; Aos proprietários de imóveis, pagam aluguéis; Os proprietários do capital pagam juros, lucros, dividendos, etc. Essa remuneração é recebida pelos proprietários dos fatores de produção e permite-lhes adquirir bens e serviços de que necessitam. As unidades produtoras, ao mesmo tempo em que produzem bens e serviços, remuneram os fatores de produção por elas empregados permitindo que as pessoas adquiram bens e serviços produzidos por todas as outras unidades produtoras. Num sistema econômico, existem dois fluxos: i. O fluxo REAL, formado pelos bens e serviços produzidos no sistema e que também recebe o nome PRODUTO. ii. O segundo é o fluxo NOMINAL, ou MONETÁRIO, formado pelo pagamento que os fatores de produção recebem por sua participação no processo produtivo, também denominado RENDA. O fluxo REAL constitui a OFERTA da economia que corresponde a toda produção à disposição dos consumidores. O fluxo MONETÁRIO é a DEMANDA (procura) da economia, ou seja, aquilo que é procurado para a satisfação das necessidades dos indivíduos. 1.12 – MERCADO E CONCORRÊNCIA Mercado, para a economia, não é somente e espaço físico onde se encontram vendedores e compradores. Mercado é entendido como o encontro da oferta com a demanda, por bens e serviços. O mercado pode receber a denominação de acordo com o bem ou serviço a que se dedica. Exemplo: Mercado Imobiliário, Mercado do Café, Mercado de Ações, Mercado Bancário, Mercado Segurador, etc. A concorrência está associada, normalmente, à idéia de rivalidade ou oposição entre dois ou mais sujeitos para conseguir um objetivo, como utilidade pessoal ou ambição econômica privada. Concorrência, portanto, é uma forma de organizar os mercados que permite determinar os preços de equilíbrio. A classificação dos mercados depende do número de vendedores que atuam no mercado e são classificados em: 1. Concorrência Perfeita 2. Concorrência Imperfeita 2.1 Monopólio 2.2 Oligopólio 20 1.12.1 - Mercado em Concorrência Perfeita Um mercado em concorrência perfeita é aquele no qual existem muitos compradores e muitos vendedores, de forma que nenhum comprador ou vendedor individual exerce influência sobre o preço. Para que ocorra de maneira correta, a criação formal de mercados perfeitamente competitivos, quatro condições básicas, são necessárias: a) Existência de grande número de ofertantes e demandantes. Implica que a decisão de cada um deles exercerá pouca influência sobre o mercado global; b) Homogeneidade do produto. Supõe que não existe diferença entre o que vende um ofertante e o que vende os demais; c) Transparência no mercado. Requer que todos os participantes tenham pleno conhecimento das condições gerais em que opera o mercado; d) Liberdade de entrada e saída de empresas. Todas as empresas participantes poderão entrar e sair do mercado de forma imediata. Quando se cumprem simultaneamente todas as condições dir-se-á que é um mercado em concorrência perfeita. 1.12.2 - Mercado em Concorrência Imperfeita Os mercados em concorrência imperfeita são aqueles nos quais o produtor ou produtores são suficientemente grandes para ter efeito notável sobre o preço e são classificados como: Monopólio – No mundo real, não é frequente o aparecimento deste tipo de mercado, pois existem fortes incentivos para tentar quebrá-lo, já que a empresa tem controle sobre os preços e pode utilizar esta capacidade para influir sobre os mesmos e melhorar sua posição individual. No mercado monopolista, existe um só ofertante, que tem plena capacidade de determinar o preço. Algumas causas que explicam o aparecimento do monopólio: a) O controle exclusivo de um fator produtivo por uma empresa ou o domínio das fontes importantes de matérias-primas indispensáveis para a produção de um determinado bem; b) A concessão de uma patente também gera uma situação monopolística, de caráter temporal. A patente confere ao inventor o direito de fabricação exclusiva de um produto durante um determinado período de tempo. c) O controle estatal da oferta de determinados serviços origina os monopólios estatais, como os serviços de Correios,Telégrafos, Energia, Água, entre outros. Esses serviços são frequentemente fornecidos por empresas concessionárias privadas ou mistas; d) O porte do mercado e a estrutura de custos de indústrias especiais podem dar lugar a um monopólio natural. Um monopólio natural surge quando uma empresa diminui de maneira expressiva seu custo médio por unidade de produto à medida que aumenta a produção. Em consequência, poderá satisfazer as necessidades do mercado de forma mais eficiente que muitas empresas. Algumas alternativas para regularização do monopólio, por parte do governo: a) Permitir que o monopólio funcionasse livremente, obtendo lucros extraordinários, mas estabelecer, um imposto sobre o monopolista de forma 21 a reduzir os lucros extras, devolvendo parte desses recursos aos consumidores através de transferências governamentais; b) Obrigar o monopolista a fixar um preço que elimine os lucros extras. Essa política consiste em estabelecer o preço mais baixo sem forçar a empresa sem sair do mercado. c) Estabelecer um preço que situe a empresa monopolista numa posição em que seu volume de produção seja equivalente ao da concorrência perfeita. d) Para evitar que a empresa seja obrigada a sair do mercado, em razão de algum tipo de regulamentação, o governo, recorre a subsídio oficial para compensar perdas por parte das empresas atingidas. Oligopólio – É uma forma de organizar os mercados que se situa entre a concorrência perfeita e o monopólio. No mercado oligopolista, existe um reduzido número de vendedores (ofertantes), diante de uma grande quantidade de compradores, de forma que os vendedores podem exercer algum tipo de controle sobre o preço. Uma das características básicas desse tipo de mercado é a independência mútua. Dado que as empresas determinam seus preços com base nas estimativas de suas funções de demanda, levando em consideração a reação de seus rivais, o normal será uma grande dose de incerteza. Para tanto, existem algumas possibilidades. a) Adivinhar as ações dos rivais; b) Pôr-se de acordo sobre os preços e competir só na base da publicidade; c) Formar um cartel, isto é, em vez de competir, cooperar e repartir o mercado. Cartel é um agrupamento de empresas que procura limitar a ação das forças de livre concorrência para estabelecer um preço comum e/ou alcançar uma maximização dos lucros. Esses acordos, porém, tendem a ser instáveis, porque cada membro do cartel tem incentivos para abaixar os preços e vender mais da sua cota. Normalmente, o atrito entre os interesses coletivos do cartel e os indivíduos de seus integrantes, acaba em guerra de preços, nas quais cada empresa procura aumentar sua participação no mercado. 1.12 - SISTEMA DE ECONOMIA CENTRALIZADA O sistema de economia centralizada parte da crítica aos mecanismos de economia de mercado. Argumenta-se que o funcionamento de uma economia de mercado, leva ao desemprego e ao frequente aparecimento de crises que implicam graves desperdícios de recursos. O planejamento centralizado pretende evitar esses males. Nas economias centralmente planificadas, os meios de produção são propriedades estatais e as decisões-chave são feitas na agência de planejamento, o poder central. O funcionamento do sistema de planejamento centralizado está baseado nos seguintes princípios: O papel do poder central, O funcionamento das empresas e o crescimento da burocracia. a) O papel do poder central; O poder central ou agência de planejamento distribui não só as tarefas do plano, mas também os meios de produção, tanto materiais como financeiros. A central de planejamento determina como designar a produção às diferentes fábricas e 22 esforça-se para que cada uma tenha os fatores de produção necessários para poder obter a quantidade exigida. b) O funcionamento das empresas; As empresas não baseiam sua atuação no cálculo econômico, isto é, na maximização dos lucros ou minimização dos custos, e sim na realização do plano de metas. Durante alguns anos, os objetivos procurados pelas empresas, eram quantitativos. Posteriormente, as metas passaram a estabelecer valor. O resultado foi às empresas procurarem cumprir as metas estabelecidas em termos de valor, na produção de bens e serviços, desmotivando-se em diminuírem custos. c) O crescimento da burocracia; O funcionamento do sistema requer a existência de um enorme aparato administrativo, pois é a única forma de controlar as empresas. Conforme cresce o sistema produtivo, o aparato burocrático vai desenvolvendo-se em um ritmo progressivo. O fluxo de informação entre as empresas passa por um sistema burocrático, que necessariamente precisa ser amplo e complexo, pois é fundamental controlar e influir sobre as empresas. d) Volta ao mercado Os elementos negativos do sistema de planejamento central começaram a manifestar-se na década de 70 e explodiram no início dos anos 80, quando foi posta em marcha o processo revolucionário de volta ao mercado, com a Perestroika, como o processo de reforma econômica radical e de reestruturação social, realizada na economia soviética. Com o funcionamento das empresas segundo critérios de eficiência econômica, sobretudo minimizando custos. Para tanto, foi necessária a liberação de dois elementos fundamentais: os preços e os mercados de fatores. Por outro lado, a liberação dos mercados de fatores, principalmente do mercado de trabalho, criou algumas dificuldades. Enquanto no sistema de planejamento central, o Estado oferecia emprego e assegurava uma renda mínima a toda população, no processo de transição, o crescimento significava um novo tipo de problema, como as greves, por exemplo. O futuro da economia dos países do Leste Europeu depende do êxito na resolução desses problemas. 23 CAPÍTULO II 2.1 – NOÇÕES DE MICROECONÔMIA A microeconomia preocupa-se em estudar o comportamento do consumidor e da unidade produtora, tomada isoladamente, e o mercado no qual interagem. Esse ramo da economia tem como objetivo estudar a determinação dos preços e quantidades em mercados específicos. O consumidor é o agente econômico que necessita de bens e serviços para satisfazer as suas necessidades e o empresário é aquele que produz esses bens e serviços. Por essa razão, a microeconomia é dividida em Teoria do consumidor, que estuda o comportamento das pessoas quando compram bens e serviços, e em Teoria da firma que estuda o comportamento do empresário ao produzir os bens e serviços que serão vendidos aos consumidores. Apesar de os agentes econômicos serem reunidos em três grupos distintos (consumidores, produtores e proprietários de fatores de produção) há uma coisa comum entre eles: todos são consumidores. Essa classificação, entretanto, é apenas didática, pois analisa o agente econômico em um determinado momento do processo produtivo, como consumidor, como empresário ou como proprietário de fatores de produção. Porem esses agentes econômicos são pessoas e, como tais, precisam consumir bens e serviços para satisfazer suas próprias necessidades. Cada unidade de consumo, seja um, indivíduo ou uma família, dispõe de uma certa renda monetária por período de tempo, que será gasta na aquisição de bens e serviços nesse mesmo período. É natural imaginar-se que essa unidade de consumo, procurará obter a satisfação do maior número de necessidades possíveis, a partir de sua renda monetária. 2.2. – CONCEITO DE UTILIDADE A UTILIDADE de um bem ou serviço é a sua capacidade de satisfazer as necessidades das pessoas. Assim, a utilidade da água é saciar a sede, de um automóvel, é a sua capacidade de transportar pessoas, etc. Podemos dizer, então, que o consumidor, agindo racionalmente, procurará obter a maior utilidade possível a partir de sua renda, que recebeo nome de orçamento. Para obter essa utilidade, sua renda será usada na aquisição de bens e serviços, a que se denominará de cesta de mercadorias. Assim, é razoável pensar, que quanto maior for o orçamento do indivíduo, maiores serão às suas possibilidades de obter maior quantidade de utilidades, de melhor satisfazer suas necessidades. Para maximizar a sua utilidade, isto é, obter o maior grau possível de satisfação, o consumidor deve escolher quais os bens e serviços que vai adquirir, e também em que quantidade, pois seu orçamento, já apresenta, por si só, uma limitação. 2.3 – A DEMANDA Um aspecto fundamental da teoria microeconômica é a discussão em torno do conceito de utilidade. Este conceito é importante pelo fato de estar na base de toda teoria do consumidor. Assim, se um determinado bem é consumido pelas pessoas, é porque as mesmas estão obtendo alguma utilidade desse bem. Avançando na teoria do consumidor, é necessário examinar os elementos que determinam a procura de bens: Evidentemente, a utilidade de um bem é uma dessas razões, mas existem outras, de ordem objetiva, como a renda e o gosto das pessoas, os preços de outros bens, 24 que irão determinar a procura das pessoas por um determinado bem. A sistematização dessas causas leva diretamente ao conceito de reta da demanda. A demanda, ou procura, é definida como sendo a quantidade de um bem ou um serviço que o consumidor deseja adquirir em um determinado período de tempo. A teoria do consumidor é elaborada a partir de hipóteses sobre a escolha do consumidor entre diferentes bens e serviços, que sua renda permita adquirir. Como cada um desses bens tem um preço, a renda ou orçamento do consumidor esgota-se na compra desses bens que, naturalmente, vão lhe proporcionar utilidade. O consumidor, entretanto, escolherá os bens e quantidades, que lhe proporcionem a maior utilidade possível, de acordo com a sua renda. A escala de demanda de um indivíduo mostra às quantidades de um bem que ele está disposto a comprar, em um certo período de tempo, a vários preços alternativos. A representação gráfica da escala da demanda do indivíduo é a sua curva da demanda. Escala da Demanda ALTERNATIVA PREÇOS (R$ Mil) QUANT. (TON) A 1,00 25 B 2,00 20 C 3,00 15 D 4,00 10 E 5,00 5 A reta da demandasse inclina para baixo (da esquerda para a direita) porque o indivíduo comprará mais de uma mercadoria a preços mais baixos. Assim, pode-se dizer que o consumidor escolhe as quantidades dos bens, que lhes fornecem maior satisfação, dado que exista uma restrição de renda. Convém observar que o gráfico da função demanda pode assumir tanto a forma de uma reta, como a de uma curva. Como foi dito antes, existem outros fatores influenciando a procura por um bem. Entretanto, esses fatores são associados à quantidade procurada desse bem, utilizando-se a seguinte expressão: Dx = f(px, p1, p2,........pn, R, G,) GRÁFICO DA DEMANDA 0 1 2 3 4 5 6 5 10 15 20 25 QUANT.(ton) PR EÇ O S (R $ m il) 25 onde: Dx = Quantidade demandada do bem x; px = Preço do bem x; p1, p2,........pn = preço dos bens consumidos pelos indivíduos; R = Renda do consumidor; G = Gosto ou preferência do consumidor por outros bens. Logo se percebe a dificuldade de se estabelecer a quantidade demandada, ou a demanda de um bem, em função de tantas variáveis. Por essa razão, se estabeleceu uma relação entre a demanda de um bem e seu preço, admitindo que os outros fatores não se alterassem, mas permanecesse constante. Portanto, para tornar operacional o conceito de demanda, torna-se necessário explicitar ou presumir sempre a condição “coeteris páribus” que supõe apenas a variação do preço do bem que está sendo estudado, permanecendo constantes os preços dos outros bens, a renda e a preferência dos consumidores. Matematicamente, a equação da demanda é dada por: Dx = f( Px), onde: Dx = quantidade demandada do bem x; Px = preço do bem x. Essa relação ou função mede o efeito da variação do preço do bem em sua procura. O estabelecimento do sentido desta relação é definida como a Lei da Procura, ou Lei da Demanda, de modo que, “Quanto maior for o preço de um bem, menor será a quantidade procurada desse bem”. Alternativamente, “quanto menor for o preço de um bem, maior será a quantidade procurada desse bem” Existe, portanto, uma relação inversa entre o preço de bem e a quantidade procurada desse bem. 2.4 – A OFERTA O elemento fundamental para se determinar a oferta de um bem são: a) O seu preço e b) O seu custo, Pois é a partir desses elementos que se calcula o lucro do empresário. Entretanto, os economistas, ao estabelecerem uma relação entre a quantidade ofertada de um bem e o seu preço de mercado, obtiveram a reta de oferta, ou função oferta, que pode ser expressa da seguinte forma: Qx = ( Px ) Onde: Qx = Quantidade ofertada do bem x Px = Preço do bem x 26 Deve sempre estar presente, a ideia das variáveis que afetam a oferta de dado bem ou serviço, considerados constantes “coeteriris páribus” da oferta, que são: o preço dos fatores de produção ( Recursos naturais , trabalho e capital), preço dos outros bens substitutos na produção Tecnologia, objetivo e metas do empresário, Clima, etc. Como pode ser observada na fórmula, a quantidade ofertada do bem (Qx) “é função do preço” (Px). Essa relação, no entanto precisa de um sentido, que é estabelecido pela Lei da Oferta. De acordo com essa lei. “Quanto maior for o preço de um bem, maior será a quantidade ofertada desse bem”. Alternativamente, “quanto menor for o preço de um bem, menor será a quantidade ofertada desse bem” Em outras palavras, há uma relação direta entre o preço de um bem e a quantidade ofertada desse bem. Para compreender a razão pela qual a reta de oferta é ascendente, a analise é feita de duas maneiras. A primeira é razoável admitir que quanto mais elevado o preço de uma mercadoria, maior será o interesse do empresário em produzir mais, pois sua receita aumentará e assim, também, seu lucro. Segundo, esta não é a única razão que o leva a proceder desta forma. A partir de certo ponto, quando o empresário aumenta sua produção, seus custos vão se elevando proporcionalmente mais do que a quantidade de bens produzidos. Isso o obriga a vender sua produção a um preço cada vez maior, para que possa cobrir custos crescentes de produção, conforme pode ser visto na escala de oferta, da tabela abaixo. Tabela de Oferta ALTERNATIVA PREÇOS (R$ MIL) QUANT. (TON) A 1 5 B 2 10 C 3 15 D 4 20 E 5 25 F 6 30 Graficamente, a reta da oferta está representada no diagrama acima. Para um preço de R$ 2,00, os produtores estão dispostos a ofertar 10 unidades do bem. Se o preço desse bem sobe para R$ 4,00, os produtores tendem a aumentar a oferta para 20 unidades. Convém GRÁFICO DA OFERTA 0 1 2 3 4 5 6 7 5 10 15 20 25 30 QUANT. (ton) PR EÇ OS (R $) 27 observar que o gráfico da função oferta pode assumir tanto a forma de uma reta, como a de uma curva. 2.5 – O EQUILÍBRIO Quando estão em contato consumidores e produtores com seus relativos de consumo e produção, isto é, com suas respectivas retas de demanda e oferta em um mercado particular. Isoladamente, nem a reta de demanda, nem a reta de oferta poderia dizer até onde podem chegar os preços ou em que medida os planos dos consumidores e vendedores são compatíveis. O preço e a quantidade de equilíbrio é o ponto, que uma vez atingido tende a se manter, pois, qualquer mudança de afastamento prova a atuação de forçascontrárias, que causam o retorno ao equilíbrio. O quadro e o gráfico abaixo mostram como um preço arbitrário não consegue fazer coincidir os planos de demanda e oferta. Apenas quando o preço de bem é de R$ 240,00, a quantidade que os consumidores planejam demandar coincide com as quantidades que os produtores planejam oferecer. Em outras palavras, somente a um preço se dá essa coincidência de planos. É o chamado preço de equilíbrio, e a quantidade oferecida e demandada (comprada e vendida) denomina-se quantidade de equilíbrio. O preço de equilíbrio é aquele em que coincide os planos dos demandantes ou consumidores e dos ofertantes ou produtores. Preços (R$) Quantidade Demandada Quantidade ofertada Situação do Mercado 1 320 160 Excedente ou excesso de demanda 2 280 200 Excedente ou excesso de demanda 3 240 240 Equilíbrio de mercado 4 200 280 Excedente ou excesso de oferta 5 160 320 Excedente ou excesso de oferta 2.6 – CONCEITO DE ELASTICIDADE A lei da demanda que está expressa no declive da curva de demanda é muito importante para o conhecimento da economia, pois reflete o comportamento do consumidor no mercado. Entretanto, a lei da demanda não seria de grande valia se não pudesse ser operacionalizada, se não pudesse apresentar uma utilização prática. De fato o preço de um GRÁFICO DA OFERTA 0 1 2 3 4 5 6 160 200 240 280 320 QUANT. (ton) PR EÇ OS (R $) 28 bem aumenta a procura por esse bem diminui. Entretanto, nada foi dito a respeito da dimensão do aumento do preço do bem, isto é, de quanto foi o aumento, nem sobre a dimensão da diminuição da quantidade procurada. Para resolver este problema, surge o conceito de elasticidade, que diz qual foi a reação dos consumidores em relação a um aumento no preço de um bem. 2.6.1 – ELASTICIDADE – PREÇO DA DEMANDA É a razão entre a variação percentual verificada na quantidade demandada de um bem e a razão percentual no preço desse bem. Algebricamente, a elasticidade – preço da demanda pode ser representada pela seguinte fórmula: Onde: Ep = elasticidade – preço da demanda; Q = variação na quantidade demandada; Q = quantidade demandada P = variação no preço do bem; P = preço do bem. Dado que a reta da demanda tem uma inclinação negativa, as variações de P e Q são no sentido contrário, pois o quociente de variação teria um sinal negativo, isto é, o valor da elasticidade é multiplicado por –1, para que se trabalhe com valores positivos. Além do mais, as variações são expressas em porcentagem, pois a unidade em que o bem é medido não influi na elasticidade. No exemplo a seguir, será calculada a elasticidade – preço da demanda. P P Q Q Ep GRÁFICO DA DEMANDA 0 1 2 3 4 5 6 7 100 200 300 400 500 600 Quant. (ton) P( R$ ) 29 Suponha que os consumidores adquiriram 400 toneladas de um bem ao preço unitário de R$ 3,00, num determinado período. Se o preço do bem subir para R$ 4,00, em consequência os consumidores passam a consumir apenas 300 toneladas. Qual será a reação dos consumidores a esse aumento de preço? Graficamente, o comportamento da demanda, tem a seguinte forma: O emprego da fórmula dos dados apresentados mostra que a variação na quantidade, foi igual a Q = 300 – 400, isto é: Q = -100. A variação percentual no preço é calculada da mesma forma: Como o preço inicial é igual a 3, logo: 00,1 00,300,4 P P No exemplo dado, a reação dos consumidores foi proporcionalmente menor do que o aumento de preços, pois enquanto os preços aumentaram em 33,3% a diminuição da demanda foi de 25,0%. A elasticidade é igual a 0,76, portanto, menor que 1, sem considerar o sinal negativo. Portanto, uma demanda inelástica. Quando uma variação na quantidade demandada é percentualmente menor que a variação nos preços, a elasticidade será menor que 1, portanto, uma demanda inelástica. Quando uma variação na quantidade demandada é percentualmente maior que a variação nos preços, a elasticidade será maior que 1, portanto, uma demanda elástica. Quando ocorrer variação percentual na quantidade demandada igual a variação percentual nos preços, a elasticidade será igual a 1, tem-se portanto, uma demanda com elasticidade unitária. Resumindo: DEMANDA ELÁSTICA – Bens cuja elasticidade – preço da demanda é maior do que 1; DEMANDA INELÁSTICA – Bens cuja elasticidade – preço da demanda é menor do que 1;. DEMANDA UNITÁRIA – Bens cuja elasticidade – preço da demanda é igual a 1. O valor da elasticidade é um critério interessante para determinar o grau de essencialidade dos bens. É de esperar-se que um bem cujo consumo seja essencial à subsistência das pessoas tenha uma demanda inelástica, isto é, menor que 1, significando que as pessoas não venham a reduzir consideravelmente o consumo desses bens, mesmo com o aumento dos preços. Já um bem cuja demanda é elástica, significa que as pessoas estão reduzindo seu consumo numa proporção maior do que o aumento de preços. Podendo-se considerar que esse bem é supérfluo, ou então, que há substitutos próximos no mercado. 76,0 33,0 25,0 00,3 00,300,4 400 100 P P Q Q Ep 30 Finalmente, observa-se que o conhecimento da elasticidade preço da demanda de um bem, é fundamental para o empresário, pois isso lhe dará os reflexos das variações de preço sobre a demanda pelo seu produto. 2.6.2 – ELASTICIDADE – PREÇO DA OFERTA O conceito de elasticidade também pode ser utilizado na reta da oferta, para medir a reação dos empresários às variações de preços. A reta da oferta, como se sabe, e a relação entre as quantidades de um bem ou de um serviço que os empresários estão dispostos a produzir a diferentes preços. Diz a lei da oferta, que existe uma relação direta entre os preços e as quantidades ofertadas, pois “quanto maior o preço, maior a quantidade ofertada” A elasticidade – preço da oferta é a razão entre a variação percentual verificada na quantidade ofertada de um bem e a variação percentual no preço desse mesmo bem, dada pela seguinte fórmula: Onde: p p Q Q E op EpO = elasticidade preço da oferta; Q = variação na quantidade ofertada; Q = variação no preço da quantidade ofertada; Q = quantidade ofertada; P = preço do bem. A interpretação da elasticidade – preço da oferta é a mesma, com as devidas modificações, que foi dada para a elasticidade – preço da demanda. A diferença é que agora o estudo fala da oferta de bens, e do comportamento dos empresários. Considere um empresário que produz um determinado bem, cuja curva de oferta, seja a seguinte: O gráfico mostra que o empresário produz 300 toneladas do bem ao preço unitário de R$ 3,00. Suponha que o preço do bem se eleve para R$ 4,00. Com esse aumento, o empresário aumenta a sua produção para 400 toneladas. Aplicando a fórmula da elasticidade – preço da oferta, tem-se que: GRÁFICO DA OFERTA 0 1 2 3 4 5 6 7 100 200 300 400 500 600 Quant. (ton) P (R $) 31 Observe que o sinal da elasticidade – preço da oferta é positivo, o que reflete a relação direta existente na reta de oferta. Em outras palavras, se o preço do bem aumenta, também aumenta a quantidade ofertada do bem, o que nada mais é do que a manifestação da lei da oferta. O valor assumido pela elasticidade – preço da oferta, sem considerar o sinal, ou seja, seu valor absoluto indica em que medida o empresário responde a estímulos de preço. A elasticidade – preço da oferta é classificada dependendo do seu valor absoluto, em três categorias: OFERTA ELÁSTICA – É a curva da oferta dos bens cuja resposta, em termos de produção, é proporcionalmente maior do que a variação do preço do bem, sendo a elasticidade – preço da oferta é maior do que 1; OFERTA INELÁSTICA – É a curva de oferta dos bens cuja resposta, em termos de produção, é proporcionalmente menor do que a variação do preço do bem, sendo a elasticidade – preço da oferta é menor do que 1; OFERTA UNITÁRIA – É a curva da oferta dos bens cuja resposta, em termos de produção, é proporcional a variação do preço do bem, sendo a elasticidade – preço da oferta igual a 1. 2.7 – BENS SUBSTITUTOS E COMPLEMENTARES O conceito da elasticidade, que expressa a reação dos consumidores à variação no preço dos bens, pode ser utilizado para verificar-se a existência de relações de COMPLEMENTARIEDADE e SUBSTITUTIBILIDADE entre os bens. Bens Complementares – Dois ou mais bens são considerados complementares do ponto de vista do consumidor, quando precisam ser consumidos juntos para que a satisfação do consumidor seja máxima. Assim, o pão e a manteiga, o arroz e o feijão, que habitualmente são consumidos juntos pelas pessoas, por hábito alimentar ou por qualquer outro motivo, são considerados bens complementares. Observe-se que a complementaridade, não está na natureza dos bens, mas sim nos hábitos das pessoas que se acostumaram a consumi-los ao mesmo tempo. Certamente, num outro pais, onde não haja o hábito de se comer feijão com arroz, esses bens não são considerados complementares. Bens Substitutos – Os bens substitutos são aqueles que, do ponto de vista do consumidor, podem ser trocados no momento do consumo, proporcionando igual satisfação ou satisfação semelhante. A manteiga e a margarina são exemplos, de bens substitutos, pois ambas cumprem o mesmo papel nos hábitos alimentares, mantendo satisfação igual ou semelhante para as pessoas que as consomem. Outro exemplo de bens substituto é o café e o chá, a carne de vaca e a carne de porco, etc. 00,1 33,0 33,0 00,3 00,300,4 300 300400 P P Q Q Epo 32 BENS COMPLEMENTARES E BENS SUBSTITUTOS SINAL DA ELASTICIDADE RELAÇÃO ENTRE BENS Ec = + Bens substitutos Ec = - Bens complementares Ec = 0 Não há relação entre os bens 2.8 – TEORIA ELEMENTAR DA PRODUÇÃO A teoria da produção preocupa-se com o lado da oferta do mercado, ou seja, com os produtores que vão oferecer aos consumidores os bens e serviços por eles produzidos. Entretanto, para entender essa teoria, é necessário estabelecer alguns conceitos, para melhor compreensão desta unidade. O primeiro conceito, é o de “firma” ou “empresa”. Na teoria da produção, não há uma definição própria da empresa do ponto de vista jurídico ou contábil. Esta será apenas uma unidade de produção. A seguir a definição dos fatores de produção, já abordada no primeiro módulo, e definido como sendo: RECURSOS NATURAIS, TRABALHO E CAPITAL. Finalmente, a produção será definida, como o processo que combina e transforma os fatores de produção adquiridos pela empresa, com o objetivo de criar bens e serviços que serão oferecidos no mercado. 2.9 – A FUNÇÃO DE PRODUÇÃO É uma relação técnica entre quantidades empregadas dos fatores de produção e as quantidades produzidas do bem ou do serviço, podendo ser representada pela seguinte expressão: Q = f (K, T) onde: Q = quantidades produzidas do bem x; K = quantidades empregadas do fator capital; T = quantidades empregadas do fator trabalho. Essa expressão significa que a quantidade produzida do bem depende, ou “é função”, das quantidades empregadas dos fatores, capital e trabalho. O quadro abaixo ilustra uma função de produção: FUNÇÃO DE PRODUÇÃO Q K T 4 5 6 5 6 7 6 7 8 7 8 9 Na primeira coluna tem-se a quantidade produzida do bem (Q). Na Segunda e terceira colunas, tem-se as quantidades utilizadas de capital (K) e trabalho (T), respectivamente. 33 Com base no quando acima, pode-se observar que 4 (quatro) unidades do bem, foram produzidas utilizando 5 (cinco) unidades de capital e 6 (seis) unidades de trabalho e assim sucessivamente. 2.10 – CUSTOS DE PRODUÇÃO, RECEITA E LUCROS Para realizar a produção, o empresário precisa adquirir os fatores de produção, pagando um determinado preço. Ao calcular os gastos dos empresários com os fatores de produção tem- se o custo da produção ou custo total. Se uma unidade do fator capital for adquirida a R$ 3,00 e uma unidade do fator trabalho, a R$ 2,00 o cálculo do custo de produção será determinado conforme quadro abaixo: CUSTO DE PRODUÇÃO Q K T CT 4 5 6 27 5 6 7 32 6 6 7 8 37 7 8 9 42 Para uma produção de 4 unidades do bem, o empresário emprega 5 unidades de capital, que vão lhe custar R$ 15,00 (5 X R$ 3,00). Por outro lado, emprega 6 unidades de trabalho que lhe custarão R$ 12,00 (6 X 2,00). Portanto, o custo total para produzir 4 unidades do bem é de 27,00 (R$ 15,00 + R$ 12,00). Para fazer frente aos custos, o empresário necessita vender seu produto, a fim de obter sua Receita, que é o resultado dessas vendas. Suponha que cada unidade seja vendida ao preço de R$ 8,00. Assim, se o empresário vender 4 unidades, sua receita “R”, será de R$ 32,00. A receita do empresário, para os diversos níveis de produção, será conforme a tabela a seguir: RECEITA DO EMPRESÁRIO Q K T CT R 4 5 6 27 32 5 6 7 32 40 6 7 8 37 48 7 8 9 42 56 A partir dos elementos apresentados, pode-se determinar o elemento que estimula o empresário, o lucro, que é a diferença entre os custos de produção e a receita do empresário, demonstrada no quadro abaixo, como lucro total (LT). RECEITA DO EMPRESÁRIO Q K T CT R LT 4 5 6 27 32 5 5 6 7 32 40 8 6 7 8 37 48 11 7 8 9 42 56 14 34 2.11- A INTERVENÇÃO DO ESTADO E SEUS OBJETIVOS Marco inicial: 1929 Expoente: John Maynard Keynes Sua obra: Teoria Geral do Emprego, dos Juros e da Moeda. Proposta: Aumento do gasto público para combater a depressão econômica O debate sobre a intervenção do Estado na economia feito por: KEYNESIANOS J.M. Keynes (1833-1946) Não aceitam a tese do pleno emprego recomendam a intervenção do Estado MONETARISTAS Milton Friedman (1912) Confiam no livre jogo das forças de mercado a intervenção do Estado deve-se reduzir ao mínimo possível: apenas o volume do dinheiro. As funções e os objetivos do setor público • Fiscalizadora: estabelecer e cobrar impostos • Reguladora: regular a atividade econômica (controle de preços, regular monopólios, proteção aos consumidores, etc) • Provedora de bens e serviços: facilitar o acesso a bens e serviços públicos e produzir bens de consumo e de produção. • Redistributiva: modificar a distribuição da renda ou da riqueza • Estabilizadora: controlar os agregados econômicos para evitar grandes flutuações. Flutuações ou Ciclos Econômicos Objetivos do setor Público i. Geral: Progresso econômico e social 35 ii. Específicos: a) Maior nível possível de emprego b) Estabilidade de preços
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