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ESTUDO DE CASO CTA NATALIA.docx
UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
INSTITUTO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
CURSO DE PSICOLOGIA
CENTRO COMUNITÁRIO DE SAÚDE MENTAL
RELATÓRIO DE ESTÁGIO BÁSICO II
CTA
Supervisora: Christiane A. Miranda
Acadêmica: Natália Campagnolo
Passo Fundo, Novembro de 2015.
		
		UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
Curso de Psicologia/IFCH
CCSM - Centro Comunitário de Saúde Mental
Av Brasil, 748 s.17/18 Campus III tel: (54) 3316-8517
Passo Fundo RS
ATESTADO DE HORAS
Atesto para os devidos fins que Natália Campagnolo do curso de Psicologia da Universidade de Passo Fundo participou da equipe de trabalho do Centro Comunitário de Saúde Mental como estagiária de Básico II, exercendo atividades na Comunidade Terapêutica Adulta no período de Agosto a Novembro de 2015. Perfazendo o total de 151 horas/aula de estágio supervisionado.
_______________________________________
Acadêmica Natália Campagnolo
Matrícula: 132082
___________________________________
 				 		Supervisora
Prof.ª : Christiane A. Miranda
CRP 07/2223
Passo Fundo, Novembro de 2015.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
O presente Relatório de Estágio tem como finalidade documentar as atividades que foram realizadas no Centro Comunitário de Saúde Mental (CCSM), no período de agosto a novembro de 2015, tendo como supervisora a professora Mestre Christiane M. Sabegin Albuquerque Miranda na modalidade de CTA (Comunidade Terapêutica Adulta), referente à disciplina de Estágio Básico II.
 A disciplina tem como objetivo oferecer espaços de iniciação de algumas práticas e posturas que cabem ao psicólogo bem como proporcionar aplicação prática dos conhecimentos adquiridos no curso até então. O presente relatório descreve as atividades exercidas durante o processo de estágio, e um estudo de caso.
DADOS GERAIS
Nome da estagiária: Natália Campagnolo
Matrícula: 132082
Nível do Curso: VI Nível do Curso de Psicologia da Universidade de Passo Fundo. 
Supervisora acadêmica e CRP: Christiane Albuquerque de Miranda CRP: 07/2223
Período de Estagio: Agosto a Novembro de 2015.
Turnos de trabalho: Segunda feira (noite) Terça feira (tarde)
Local de Estagio: Centro Comunitário de Saúde Mental. Endereço: Av. Brasil n°743 – Centro -Campus III UPF
Área de concentração: Comunidade Terapêutica Adulta - CTA
DADOS ESPECÍFICOS
Descrição do local
O Centro Comunitário de Saúde Mental - CCSM é uma instituição que presta atendimento psicológico a pessoas de classe média baixa, portanto, filantrópica e sem fins lucrativos. As atividades são desenvolvidas pelas estagiárias do Curso de Psicologia da Universidade de Passo Fundo e supervisionadas por professoras do curso. Os atendimentos dividem-se em Clínica Terapêutica Adulta (CTA) e Clínica Terapêutica Infantil (CTI), tendo como objetivo, realizar triagens e atendimentos individuais para quem o procura. Além disso, realiza-se terapia de família.
 A população atingida é constituída por crianças, adolescentes e adultos. A fim de manter os gastos com material lúdico e gráfico é cobrado dos pacientes uma taxa simbólica. O espaço físico do CCSM é dividido em: uma sala de espera; duas salas de atendimento infantil e de grupo; duas salas de atendimento adulto; uma sala de Gesell; uma sala de reuniões; uma cozinha; dois banheiros e uma sala de arquivo. A equipe que trabalha no CCSM é composta por uma secretária, um grupo de professoras do curso, composto por: Carla Maria Ventura Tarasconi, Christiane Albuquerque de Miranda, Mirna Maria Branco Nicolai, Silvana Alba Scortegagna, Flávia Nedeff Langaro, estagiários de Psicologia Clínica I e II e Estagiários Básico I e II.
ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
Objetivos Gerais
Ampliar os conhecimentos através da relação entre teoria e prática, bem como, conhecer técnicas frente aos pacientes;
Aprimorar e ampliar o entendimento teórico, buscando o aperfeiçoamento e trabalhando de forma ética e compatível; 
Testar e aprimorar habilidades, buscando o manejo adequado as diferentes situações oferecendo a comunidade um serviço especializado construindo uma postura profissional integral;
Auxiliar na inserção da universidade com a comunidade e, considerando os interesses comunitários, trabalhar com a prevenção;
Conhecer os manejos adequados às diferentes patologias e quadros clínicos;
Aprendizado do atendimento adequado necessário a cada paciente.
Objetivos Específicos
Maior compreensão do ser humano e seu funcionamento psíquico; Realizar triagens com o objetivo de encaminhamento para o atendimento; 
Fornecer acompanhamento semanal ao paciente e aos seus familiares, se necessário;
Participar de seminários, reuniões e supervisões;
Ampliar a visão sobre os aspectos saudáveis e patológicos encontrados no paciente e como tratá-los;
Identificar as modificações que levaram o paciente a buscar atendimento no CCSM, conhecendo-o à fim de oferecer-lhe auxílio qualificado; 
Buscar crescimento profissional; 
Compreender e respeitar cada indivíduo em sua individualidade; 
Cumprir a carga horária proposta pelo estágio.
ATIVIDADES PREVISTAS 
Reuniões Gerais
Foram realizadas mensalmente, nas primeiras terças-feiras de cada mês. A fim de esclarecer questões burocráticas e do funcionamento do Centro Comunitário, bem como trabalhos obrigatórios, esclarecimentos de prazos, divisão dos grupos de estagiárias para funções específicas e o melhor andamento das atividades diárias do local, avaliar o andamento das funções exercidas no local do estágio, abrir espaço para sugestões, facilitar a interação entre os estagiários e as professoras coordenadoras do Centro Comunitário de Saúde Mental, entre outros. 
Supervisão
As supervisões foram realizadas semanalmente, nas terças-feiras, no horário das 16:30 com a professora mestre Christiane M. S. Albuquerque Miranda. As supervisões eram realizadas em grupo, sendo que a cada relato exposto pelo estagiário(a) era debatido a respeito do mesmo com o auxílio dos colegas e da supervisora. 
Seminários Teóricos
Os seminários teóricos foram realizados mensalmente, nas segundas terças feiras de cada mês. Os mesmos foram coordenados pelas estagiarias de Clinica, sendo que em cada um deles era abordado um tema relacionado a área da Psicologia. Os mesmo tinham a duração de aproximadamente uma hora, e eram abordados de diferentes maneiras: leituras, slides, comentários entre outros.
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ESTUDO DE CASO EM CTA
Dados de Identificação
Nome: F.S
Idade: 32 anos
Sexo: Feminino
Data de Nascimento: 24.08.1983
Naturalidade: Passo Fundo –RS
Cor: Branca
Religião: Católica
Nível Sócio Econômico: Baixo
Escolaridade: 2° Grau
Profissão: Adiarista 
Nome da Mãe: J.S.S
Nome do Pai: P. R. S. (In memorian).
GENOGRAMA
 CIRCUNSTÂNCIAS DO EXAME
Os atendimentos a paciente foram realizados no Centro Comunitário de Saúde Mental, em Passo Fundo/RS, situado na Avenida Brasil, 743, Campus III da Universidade de Passo Fundo. O exame realizou-se na modalidade de psicoterapia individual, utilizando-se de entrevistas livres com a paciente. O período
de atendimento ocorreu entre agosto à novembro de 2015, as sessões eram realizadas as segundas feiras à tarde, às 18 horas.
 O presente estudo de caso foi realizado com o objetivo de recolher informações referentes a paciente a fim de compreender o que lhe causava incomodo, bem como, fornecer informações à respeito de seu prognóstico e indicação terapêutica. Para tanto, foi realizado levantamento dos dados de identificação do mesmo, motivo de sua procura para o atendimento, história clínica, sintomatologia, foi realizado o exame de suas funções psíquicas do ego, identificação dos mecanismos de defesa, traços de caráter e análise de seu entendimento dinâmico.
 MOTIVO DA CONSULTA
F, veio ao atendimento psicológico por intermédio de uma sessão agendada para seu filho de 14 anos. Comentou-se com F, que devido a idade de seu filho o mesmo poderia vir sozinho, porém quem compareceu foi a mãe. No decorrer da sessão F, mostrou-se bastante interessada em ter um atendimento só para ela, pois não esta mais dando conta dos três filhos sozinha, e não está sabendo como lidar diante do comportamento dos mesmos.
 IMPRESSÃO GERAL TRANSMITIDA
 Aspectos do paciente
F. tem olhos castanhos, estatura mediana, cabelos grisalhos e sua pele é branca. F. não apresenta nem um problema físico, apenas falas pobres e erradas durante a sessão. Nota-se que a mesma não está sabendo como agir diante da demanda dos filhos pois é sozinha. Reclama bastante da atual situação que se encontra sendo ela financeira e de saúde, pois os filhos novatos tem problemas na “cabeça” segunda a paciente, mesmo assim F mostra-se bastante passiva diante da situação sendo que não faz nada para que esta se modifique
HISTÓRIA CLÍNICA
 Historia Pregressa
F, atualmente trabalha como adiarista. Tem três filhos, E de 14 anos, C de 9 anos e R de 4 anos. Segundo ela, sua primeira gravidez foi independente, ou seja, ela fez tratamento para poder engravidar e tinha namorado a um certo tempo, porém quando descobriu a gravidez não quis mais o mesmo pois alegava não gostar dele, sendo assim o mandou embora de sua casa pois iria criar seu filho sozinha. Atualmente F e seu filho não possuem nenhum contato com o pai, pois após o termino do namoro, o mesmo envolveu-se com sua irmã a qual tiveram uma filha porém logo depois separaram-se, e o mesmo casou-se novamente com outra mulher, hoje não tem ideia de onde o pai do menino possa estar. 
 Passaram-se três anos e F arranjou um novo namorado, esse namoro resultou em um casamento e dois filhos, o C e o R. Segundo F, as duas gravidez foram por acaso, ou seja, “ ela não queria”. A gravidez do segundo filho se deu por um descuido, pois estava fazendo um tratamento, o qual cortou o efeito de seus comprimidos. Quando soube que estava grávida do terceiro filho, não quis mais seu marido e novamente ficou sozinha, segundo ela “ eu e meus filhos”. 
F, relatou que seu casamento durou oito anos, e que a separação foi de uma hora para a outra. A mesma saiu de casa quando soube que estava grávida, porém seu marido logo colocou outra mulher em seu lugar. Como mencionado anteriormente hoje em dia F, cria os filhos sozinha e mantém pouco contato com seu ex marido. O pouco contato estende-se quando o mesmo busca os filhos para passear em sua casa, sendo assim trocam algumas palavras quando encontram-se. Em uma das sessões a paciente relata que por diversas vezes, mais precisamente por três anos, seu ex marido a insultou com xingamentos do tipo: “sua vagabunda ou até mesmo você não é mãe dos meus filhos”, segundo F seu ex marido lhe diz seguidamente que não consegue olhar para sua cara pois a detesta e que futuramente seus filhos irão sair de casa pois não aguentam a mãe.
F. relata que um de seus filhos o C, tem problemas na cabeça, quando questionada de que problemas seriam esses a mesma diz não saber, e que leva o mesmo em diversos médicos e ninguém descobre nada.
Durante as sessões F, não fala sobre seu passado, comenta apenas de seus dois casamentos e como era a relação de ambos. Segundo F, sempre fez tudo pelos seus filhos e não recebe nada e troca dos mesmos, a mesma diz que somente os filhos a obedecendo já seria uma grande coisa. Em uma das sessões a paciente relata brevemente que era muito apegada em seu pai, este falecido a doze anos já. E que nos dias atuais cuida de sua avó, pois gosta muito da mesma. Segundo a paciente sua avó mora longe de sua casa estando em um trajeto contra mão para visitas e auxilia-la sempre que possível, mesmo assim F dá um jeito de poder ajuda-la.
	
 Historia Atual
Atualmente F, encontra-se com trinta e dois anos de idade. Como mencionado anteriormente mora com seus três filhos e trabalha como adiarista alguns dias durante a semana. Sua família é constituída por quatro pessoas F e seus três filhos, sendo que nenhum deles trabalha devido a idade dos mesmos. Segundo a paciente, algumas vezes o filho mais velho cuida das sobrinhas e ganha uma pequena remuneração, mas nada que ajude nas despesas da casa. F possui apenas o segundo grau completo, sendo assim não consegue arrumar um emprego melhor, mas tem planos futuramente de voltar a estudar para que consiga melhorar seu salário e proporcionar uma melhor criação a seus filhos.
	F, veio ao Centro Comunitário de Saúde Mental segundo ela por vontade própria, pois queria que seu filho mais velho começasse a vir no atendimento psicológico com urgência pois estava precisando. Como relatado anteriormente desde a primeira sessão quem compareceu foi F e quando questionada de o por que estar ela na sessão e não seu filho de imediato responde que o mesmo não quer vir a sessão pois “psicólogo é para louco”. Após esta primeira sessão com a mãe do menino a terapeuta diz a mesma que na próxima sessão deverá vir seu filho, pois o mesmo já possui idade o suficiente para poder vir sozinho.
	Na próxima sessão o filho não comparece, quando entrado em contato com o mesmo recusa-se a conversar com a estagiaria, sendo assim a mãe solicita que o atendimento agendado para o filho passe a ser dela, pois estava precisando conversar com alguém, e segundo ela aquela única sessão em que pode conversar com a estagiaria sentiu-se mais leve. Desde a primeira sessão a paciente apenas relatou acontecimentos que lhe causam incomodo, de seu filho como deveria ser não trouxe nada a respeito.
F, relata ser uma pessoa bastante calma e aceitar tudo o que fazem pra ela, sem questionar o por que e nem argumentar se gosta ou não. Apenas aceita e ponto final. De tal maneira que em uma sessão me relatou que finalmente acharam o problema de seu filho mais novo, o mesmo foi diagnosticado com epilepsia. Agora esta esperando um diagnostico para seu filho do meio C de nove anos, sendo que este tem diversos ataques durante a noite, os quais resultam em gritos e gemidos e muitas vezes urina e defecação em sua cama, o mesmo tem que ser acordado por sua mãe e no outro dia diz não lembrar de nada. Para que seja feito um diagnostico ambos os filhos foram encaminhados a um neurologista, mas segundo a mãe dos meninos esse ano que esta findando já não consegue fazer mais nada, vai esperar iniciar um ano novo e tomar as devidas providencias: arrumar mais faxinas ou pedir dinheiro emprestado. A mesma mostra-se bastante passiva diante da situação. 
A paciente relata que por três anos vem tento conflitos com seu ex marido, quando questionada pela estagiaria de que conflitos seriam esses a mesma responde que o mesmo a agride verbalmente na frente dos filhos. Quanto ao motivo não sabe dizer o por que, apenas relata que não faz nada diante dos acontecimentos e agredida na força de Deus. A mesma possui um dito popular: “aqui se faz, aqui se paga”. A mesma acredita que Deus é maior que tudo, e que os insultos do ex marido um dia voltarão contra ele.
F relata estar passando por dificuldades financeiras no momento e que por isso boa parte dos exames para seus filhos não são realizados. Segundo ela o mercado
de trabalho para faxineiras esta “parado” e que para fazer faxina na casa de alguém precisa ter uma indicação pois fica mais fácil. Segundo a mesma não tem nenhuma ajuda de custo de seu ex marido o qual esta casado no momento e possui outra filha. F relata não querer esta ajuda pois ultimamente esta desconfiando do ex marido, que ele possa estar fazendo alguma coisa prejudicial a seus filhos, quando questionada do que o mesmo poderia estar fazendo relatou-me que por aproximadamente três anos sempre que os filhos visitam o pai voltam pra casa com o comportamento alterado.
	Os ataques mencionados anteriormente de que seu filho do meio C de 9 anos tem durante a noite se dão apenas após este ir visitar seu pai. Segundo F esses ataques iniciaram por volta de três anos atrás mas este ano se deu com maior frequência. Quando questionada sobre a desconfiança de seu ex marido a mesma relata que ultimamente quando seus filhos vão a casa do pai o mesmo os deixa na casa de sua mãe, ou seja, na avó dos meninos. A paciente diz não gostar que s filhos fiquem por lá, pois é uma casa bastante agitada sendo que esta avó possui dez filhos sendo que apenas as mulheres casaram e saíram de lá, mesmo assim permanecem sete homens dentro da casa.
	Os frequentes ataques dos quais a paciente refere-se, acontece apenas com um de seus filhos. A mesma relata que seu filho mais novo ultimamente não quer mais visitar o pai de jeito nenhum, segundo ela não sabe dizer o motivo apenas notou que o mesmo anda mais colado com ela e seu comportamento agressivo. O mesmo também não quer ficar sozinho e chora quando a mãe sai de casa. Em todas as sessões que foram realizadas o foco principal desta paciente se deu nos dois filhos mais novos, exceto a primeira da qual falou apenas do mais velho pois seria o atendimento pra ele. Em uma sessão F relata que seu filho do meio esta vendo pessoas mortas, e que pretendia levar o menino num centro espírita, o menino esta enxergando seu avô o qual esta falecido a doze anos e o mesmo nem o conheceu.
	A paciente relata que apenas os filhos mais velhos estudam, sendo que o colégio dos mesmos esta localizado no bairro São Luiz, o que dificulta a ida dos mesmos até lá. Segundo F esta na fila de espera para que seus filhos possam estudar perto de sua casa, pois facilitara o deslocamento dos mesmos. A paciente relata que ambos os filhos estudam de manha, porém seu filho do meio, segundo ela aquela que possui dificuldades, no turno da tarde faz aulas de reforço, sendo assim seu progenitor passa a tarde esperando o irmão para que possam ir para casa juntos, o que resulta em um enorme cansaço do filho mais velho. Nesta mesma escola, estuda a filha de seu ex marido com a atual mulher o que resulta em conflitos frequentes com o irmão. 
Em todas as sessões a paciente mostrou-se bastante passiva em tudo o que faz, inclusive frente a dificuldade que afronta com os filhos. Como mencionado anteriormente a mesma não comenta de seu passado, sendo que as sessões são dirigidas em torno de seus filhos e das dificuldades que a mesma encontra frente a criação dos mesmos.
SÍNTESE EVOLUTIVA DAS SESSÕES
Até o momento foram realizadas cinco sessões com a paciente, e em apenas uma a mesma não compareceu. A seguir um resumo das sessões:
Primeira sessão 17.09.2015
Neste dia a sessão estava marcada para seu filho mais velho, porém quem compareceu foi F. De inicio a paciente já começa a falar da dificuldade que tem em relação a criação dos filhos e que atualmente cria os mesmos sozinho. Em nenhum momento da sessão traz informações de seus filho mais velho, apenas o que lhe esta incomodando.
Relatou ter sido casada por duas vezes, do primeiro casamento o filho mais velho E, e do segundo casamentos mais dois filhos C e R. A primeira separação veio com a descoberta da gravidez, a paciente relata que ao descobrir a gravidez não quis mais seu companheiro pois não o amava como gostaria. A historia se repete em seu segundo casamento, que ao descobrir a gravidez indesejado do terceiro filho pede a separação ao marido, sendo que o mesmo colocou outra mulher dentro de sua casa no mesmo dia em que ela saiu. F, relata ter pouco contato com seus ex companheiros.
 Segunda Sessão 28.09.2015
Neste dia a paciente chega com vinte e cinco minutos de atraso. Inicia a sessão pedindo desculpas pelo atraso e conta que seu filho mais velho não queria ficar com seus irmãos para que a mesma viesse na sessão.
Nesta sessão a paciente relata estar cansada da vida, que gostaria de sair mais de casa, fazer caminhadas, tomar chimarrão em lugares abertos porém tem medo pois ultimamente anda acontecendo muita coisa triste. Quando questionada desse medo a mesma responde ser um medo de ser agredida ou até mesmo estuprada por isso se cuida muito. Diz ser uma pessoa sozinha e que não tem amigas que lhe acompanham para fazer esse tipo de coisa, e com seus filhos não faz isso por que são pequenos demais para conversar sobre determinados assuntos.
No decorrer da sessão a paciente relata estar trocando olhares com um cara, pois esta cansada de viver apenas para os filhos e quer começar a pensar nela também. Segundo a paciente seus filhos a colocam para baixo dizendo a ela que a mesma esta velha demais para namorar e feia, sendo assim com trinta e dois anos não ira arrumar ninguém. Quando questionada pela terapeuta de qual sua reação diante disso, a mesma responde que apenas seu filho C a apoia em tudo e que os outros dois não admitem a ideia da mãe relacionar-se com outro homem.
 Terceira sessão 05.10.2015
	Nesta sessão a paciente inicia a conversa dizendo que irá deixar o telefone desligado pois não quer ser atrapalhada por ninguém. Inicia a sessão cotando tudo o que aconteceu durante a semana, sendo que seus filhos C e R foram passar alguns dias na casa do pai dos mesmos. Porem quando o pai levou de volta os meninos a encheu de lixo e destratou a mesma na frente dos filhos, e quando questionada por qual motivo o ex marido estaria fazendo isso responde não saber. Segundo a paciente o ex marido sempre faz isso de a destratar na frente dos filhos, aproximadamente três anos que essa situação se repete constantemente e a mesma acaba aceitando sem tomar as devidas providencias. “ Hoje ele me xinga me destrata, quando é a amanha ele me liga ou vai na minha casa como se nada tivesse acontecido relata F”.
	Neste dia a paciente não quis deixar o telefone ligado para evitar que o ex marido interrompesse a sessão, pois o mesmo estava desesperado ligando para ela querendo se desculpar.
Quarta sessão 26.10.2015
	Nesta sessão a paciente veio com os três filhos para o atendimento, o que resultou em um atraso de quinze minutos pelo fato de que um dos filhos chorava e não queria que a mãe fosse ao atendimento.
	Durante a sessão seus filhos ficaram na parte externa do Centro Comunitário de Saúde Mental, sendo que durante a sessão ouvia-se os gritos dos mesmos o que resultou em um atrapalho da sessão. Iniciamos a sessão com a paciente relatando que levou seus dois filho mais novos no neurologista e foi constatado problemas na cabeça de ambos. Quando questionada de que problemas são esses a mesma não sabe dizer o que exatamente é. Segundo ela está bem complicado essa situação pois trabalha como adiarista e não esta com muitas faxinas ultimamente.
	Todos os exames dos filhos são agendados pelo SUS, sendo que resulta em uma imensa fila de espera “ quero arrumar um emprego de carteira assinada, para que eu consiga melhorar minha qualidade de vida relata F”. Diz estar cansada de estar sempre em hospitais com seus filhos e nunca saber de fato o que eles tem. 
	Nesta sessão também relatou que seus filhos não tem limites e que sempre lhes faltou um pai que colocasse isso. Segundo ela o problema dos filhos é emocional pois na gravidez do C o pai fez tudo aquilo de colocar outra mulher para dentro de casa quando ela saiu, e na gravidez do R “ ele queria nascer de tudo que é jeito” e também
teve hemorragia, sendo que no quinto mês de gestação o menino queria nascer.
 Quinta sessão 09.10.2015
	Nesta sessão a paciente inicia relatando que foi descoberto um diagnostico para seu filho mais novo, o mesmo tem epilepsia. A mesma mostrava-se bastante feliz diante da descoberta do diagnostico do filho, sendo que o próximo passado é achar um neurologista para ambos os filhos, para que um inicie seu tratamento e o filho do meio para descobrir um diagnostico. F diz não poder levar os dois ao neurologista pois é particular, com sua renda mensal não consegue e não possui ajuda de seu ex marido. 
	Nesta sessão relatou que seu filho C de nove anos tem constantes ataques após visitas feitas ao pai, nestes ataques o mesmo grita e geme, algumas vezes o mesmo urina e defeca na cama também. Segundo a paciente estes ataques se apenas após as visitas feitas ao pai. Quando a mesma questiona seu ex marido sobre o que acontece na casa dele, segundo ela é tratada como se fosse um lixo e seu ex marido lhe diz que ela quer achar uma doença no filho.
	Nesta sessão conta que seu filho de nove anos esta vendo pessoas mortas, e que não sabe o que fazer diante da situação, pensou em levar o mesmo em um centro espírita, já que não possui vagas para atendimento no Centro Psicológico de Saúde Mental.
TÉCNICAS UTILIZADAS
- Entrevistas/escuta com duração de quarenta e cinco minutos cada uma;
- Transcrições das sessões dialogadas;
- Apresentação e discussão semanal na supervisão; 
- Pesquisa sobre os sintomas do paciente; 
- Exame das funções mentais
SINTOMATOLOGIA 
A paciente apresenta grande dificuldade de se expor diante das situações, sendo bastante passiva e conformada com tudo o que lhe acontece, possui uma personalidade dependente.
EXAME DAS FUNÇÕES PSÍQUICAS DO EGO
O exame das funções psíquicas do ego ou exame do estado mental é a parte da avaliação clínica que descreve a soma total das observações do examinador e suas impressões sobre o paciente no momento da entrevista. Enquanto a história do paciente permanece estável, seu estado mental pode mudar de um dia para o outro de hora para outra (Kaplan, 2001). Foram utilizados em alguns conceitos citados abaixo Dalgalarrondo (2008).
ATENÇÃO: processo no qual possibilita a concentração do estado mental sobre um fato ou uma atividade.
A paciente apresenta capacidade de atenção.
SENSO PERCEPÇÃO: processo mental que possibilita a compreensão, decodificação das sensações, ou seja, se torna consciente.
Preservada na paciente.
MEMÓRIA: capacidade de registrar, conservar e reconhecer experiências e fatos ocorridos.
Preservado na paciente.
ORIENTAÇÃO: capacidade de situar-se quanto a si mesmo e ao ambiente.
Preservado na paciente.
CONSCIÊNCIA: capacidade de dar-se conta do que acontece ao seu redor e ao seu alcance sensório.
Preservado na paciente.
PENSAMENTO: aptidão para pensar, elaborar conceitos, raciocinar, julgar e criticar ideias.
Preservado na paciente.
LINGUAGEM: fundamental para elaboração e expressão do pensamento, desejos e sentimentos.
Linguagem coloquial, sendo que esta fala palavras erradas, mas com fácil entendimento pela estagiaria.
INTELIGÊNCIA: capacidade cognitiva, de identificar e resolver problemas, encontrar soluções mais satisfatórias possíveis.
Não testada.
AFETO: qualidade e tônus emocional que acompanha uma ideia ou representação mental.
Preservado na paciente.
CONDUTA: são os comportamentos do paciente, impulsos, desejos, instintos, anseios, atitudes.
Paciente bastante passiva.
INSIGHT: Grau de consciência e entendimento em relação à determinada situação.
Paciente com Insight baixo.
JUÍZO CRÍTICO: capacidade que o paciente tem de entender a relação entre fatos de tirar suas conclusões, respostas em situações sociais.
Quando a mesma é tratada com uma linguagem formal parece não assimilar o que lhe foi dito, sendo assim durante as sessões a mesma relatava que todos os médicos não lhe diziam nada, ou diziam não saber sobre os diagnósticos dos filhos.
APARÊNCIA: Impressão física geral do paciente, refletida por sua postura, roupas e maneiras de se arrumar.
paciente com estatura mediana, cabelos escuros, vestimentas simples mas sempre bem cuidadas.
MECANISMOS DE DEFESA
O aparelho psíquico está construído como um conjunto organizado de barreiras contras as estimulações internas e externas que o invadem que são as defesas, estas têm a função de reduzir ou suprimir tais estímulos, os efeitos de desprazer e as motivações diversas. A base fundamental do processo defensivo é o conflito psíquico, pois como não existe vida sem conflito, também não existe vida do aparelho psíquico sem defesas. O conflito entre uma tendência que procura a descarga e outra tendência tenta evitá-la. (KUSNETZOFF, 1982, pag. 183). Assim o paciente faz uso dos seguintes mecanismos de defesa.
NEGAÇÃO: baseia-se simplesmente em negar os fatos acontecidos ou mesmo sentimentos, e consiste no uso, na linguagem falada, da partícula “não”. É a tentativa de não aceitar na consciência algo que perturba o Ego, ou seja, é a função de rejeição daquilo que não se admite, negar fatos acontecidos ou sentimentos.
Paciente: Insiste em dizer que o problema de um dos filhos é emocional e não orgânico como dizem os médicos.
RACIONALIZAÇAÕ: A racionalização é um mecanismo de defesa, parte consciente e parte inconsciente, no qual as falhas e os erros são perdoados e desculpados, tanto para o próprio sujeito como perante os outros, de modo a que seja preservada a autoestima do sujeito. O ego ajusta-se à realidade não só tendo em conta a realidade das coisas, mas também as necessidades narcisistas e instintivas do indivíduo. O sujeito apoia-se num raciocínio lógico para explicar os seus sentimentos e emoções que não controla. Torna racionais e coerentes pensamentos e ações inaceitáveis cujos mecanismos inconscientes lhe escapam, e com esta atitude tenta disfarçar os seus conflitos internos perante si e perante os outros. É uma forma de aceitar a pressão do superego, de disfarçar os verdadeiros motivos e de tornar o inaceitável mais aceitável.
Paciente: Preciso arrumar minha vida, dar um basta nisso de médicos e exames, mas no momento não posso pois o ano esta terminando.
REGRESSÃO: A regressão é o processo psíquico em que o Ego recua, fugindo de situações conflitivas atuais, para um estágio anterior.
Paciente: Não faz nada diante das dificuldades, sendo que esta sempre adiando as mesmas ou não as faz.
TRAÇOS DE CARÁTER
	
	A paciente mostrou-se disposta a vir nos atendimentos semanalmente, sendo que houveram alguns atrasos durante as sessões. Também mostrou-se bastante respeitosa e colaborativa durante as sessões.
 
ENTENDIMENTO DINÂMICO
	Através de uma analise dos relatos da paciente, será explanado um melhor entendimento do caso em questão e quais as características do mesmo.
	 A paciente em estudo F.S tem 32 anos de idade , separada, com filhos, procurou atendimento no Centro Comunitário de Saúde Mental, com a queixa de não estar conseguindo dar conta da criação de seus três filhos. F iniciou tratamento psicológico por intermédio de uma sessão agendada para seu filho mais velho, sendo que nesta sessão a paciente não fala nada de seu primogênito, apenas relata o que lhe incomoda no momento.
	Durante as sessões a paciente mostra-se bastante passiva em relação a situação que vive atualmente, de tal maneira que menciona um ocorrido no qual seu ex marido a insulta na frente dos filhos e a mesma não tem reação alguma, sendo que a paciente relata que por mais de três anos isso vem acontecendo. Esta passividade que a cerca faz com que a mesma não consiga tomar conta dos filhos, pois acaba cedendo as vontades dos mesmos. Ao ceder estas vontades a paciente acaba prejudicando
a si mesma, pois relata não conseguir ir trabalhar algumas vezes por que seu primogênito esta revoltado e não cuidara dos irmãos, segundo F, a qual trabalha como adiarista, neste dia desmarca o serviço agendado e fica em casa cuidando dos filhos.
	A paciente relata que por muitas vezes isso acontece, não vai trabalhar pois os filhos não ficam sozinhos o que resulta em uma renda mensal baixa e diversas dificuldades relacionadas ao âmbito da saúde, pois enfrentam enormes filas no SUS. A paciente mostra-se incomodada com a atual situação, não apenas financeira mas também relacionada a criação dos filhos, sendo que atribui esta dificuldade a falta paterna. F relata “que faltou um pai para seus filhos e que hoje não consegue colocar limites nos mesmo”.
F em suas ultimas sessões relatou que foi descoberto o diagnostico de seu filho mais novo, o mesmo esta com epilepsia. Seu filho de nove anos ainda não se sabe nada a respeito, mas o mesmo deve continuar indo em médicos para que se verifique qual é o seu diagnostico. Segundo a paciente ambos os filhos foram encaminhados a um neurologista, porém a mesma não tem dinheiro para pagar a consulta. F diz não poder fazer mais nada no momento pois o ano já esta acabando. A mesma mostra-se bastante conformada com a situação atual, e irá esperar o ano novo para ver o que consegue fazer.
Também no decorrer das sessões a paciente relata que nada lhe incomoda, e que para ela tudo esta bom. Sendo que a mesma é insultada frequentemente pelo seu ex marido com diversos tipos de xingamentos, segundo ela permanece calada sempre. Diante do comportamento dos filhos a mesma observa mas não toma atitudes frente aos mesmos, a paciente relata que sua vida é resumida em: trabalhar, cuidar dos filhos e fazer o que os mesmos querem. Segundo ela, independente da situação que se encontra tudo está bom, nada lhe preocupa demais. Segundo o site diálogo em psicanálise no qual está descrito a relação do gozo no sintoma. Assim esta exposto:
O gozo é um conceito necessário para compreender como o sujeito tem a ver com seu sintoma, como ele o ama bem mais do que o bem-estar, o prazer, o benefício e mesmo ele próprio, inclusive quando o faz sofrer. É precisamente nisso que o gozo e o prazer se distinguem. O gozo se alia à dor - o sintoma, de sua parte, magoa - e designa a satisfação paradoxal retirada dessa dor. Trata-se de uma satisfação que pode prejudicar o organismo e se tornar autônoma e até conduzir a morte.
	
	Após sair o diagnostico de um dos filhos, a paciente continua afirmando que o problema do mesmo é emocional, mesmo os exames provando ao contrario. A mesma quer acreditar que os filhos não possuem nenhum problema orgânico, e que este problema emocional o qual idealiza é culpa de seu ex marido, ou seja, o pai dos meninos. Quando questionada pela estagiaria de por que o mesmo teria esta culpa, a paciente responde pelo fato de ter sofrido demais em ambas gestações, sendo que chorava bastante, vivia deprimida e não podia ficar sozinha. F relata que teve a primeira gravidez independente financeiramente pois trabalha, mas segundo ela sempre foi uma mulher que precisou de companhia, apoio emocional e ate mesmo para tomar decisões, ou seja, sempre foi dependente de outros. F diz ser uma pessoa que não possui amigas no momento, então sente-se só e passa boa parte do dia chorando. Segundo a paciente se tornou uma pessoa dependente dos filhos, pois para ela estar bem precisa que os mesmos fiquem em casa com ela.
	F encontra-se em um estado anorgânico. Para melhor compreensão deste estado da paciente, buscou-se informações em diversos meios do saber acadêmico, porém foi encontrado apenas o blog de Monitoria em Psicanálise SP o qual descreve sobre este estado em que a paciente em estudo encontra-se.
As pulsões de morte representam a tendência fundamental de todo ser vivo a retornar a um estado anorgânico. Freud elaborou o conceito de pulsões de morte ao observar os fenômenos de repetição, que o levou a ideia do caráter regressivo da pulsão. Em tais fenômenos de repetição, o aparelho psíquico não apenas descarregava a libido, mas a libido estava relacionada a situações desagradáveis. As pulsões de morte representam um retorno a um estado anterior, ou, em última análise, o retorno ao repouso absoluto do anorgânico. O princípio de prazer parece estar a serviço da pulsão de morte.
	
	Com o findar do mês de novembro foram aproximadamente dois meses de tratamento, sendo que no decorrer das sessões a paciente em estudo cada vez mais mostrava-se conformada e dependente da situação em que se encontrava. Em sua ultima sessão F diz estar bastante desanimada pois esta vendo mais um ano chegar ao fim e ela esta do mesmo jeito de sempre, sem animo para nada. A estagiaria então lhe questiona sobre este cansaço e desanimo todo, a mesma diz que não sabe da onde vem. 
	A paciente encontrava-se mais feliz pois seu filho mais velho iria começar a trabalhar como empacotar em um grande supermercado da cidade onde mora. Segundo ela essa felicidade toda se dava pelo fato de que poderia trabalhar menos e dormir mais, e até quem sabe seu filho mais velho, o qual segundo ela “já possui quatorze anos” poderia ajuda-la a pagar as contas de casa e a começar a cuida-la. Para que se possa compreender melhor a personalidade da paciente em estudo a Oficina de Psicologia recentemente descreveu a respeito da personalidade dependente. Sendo assim:
“A personalidade dependente caracteriza-se por uma forte necessidade em se sentir cuidado, protegido e próximo dos outros. Há uma grande dificuldade em sentir-se autônomo, só e vulnerável. Quando se sente desta forma, surge um caos interior e uma enorme angústia. Torna-se difícil levar a sua vida para a frente e cuidar de si próprio(a) sozinho(a). Por isso, rapidamente tende a procurar alguém que o possa apoiar e proteger. No caso da paciente em estudo a mesma queria mostrar-se independente, porém em suas falas mostrava-se ao contrario. 
É como se não fosse possível viver na solidão, como se as coisas não fizessem sentido sem alguém que possa cuidar de si, garantir-lhe segurança. Deste modo, tende a criar fortes laços com as pessoas de quem é próximo(a). Se por um lado pensa que seria saudável ser mais independente, ao mesmo tempo pode recear que quanto mais autônomo(a) se tornar, maior seja a probabilidade de ser abandonada. Porém, isto aumenta o risco de se envolver em relações que acabam por lhe trazer sofrimento, já que é como se tentasse sistematicamente apagar-se a si mesmo para agradar ao outro. Poderá inclusive acabar por se envolver em situações que podem ser muito incongruentes com os seus próprios valores. Tem uma grande dificuldade em tomar decisões por si só, procurando constantemente segundas opiniões e conselhos das pessoas que o rodeiam. Quando surgem divergências de opiniões com as outras pessoas, é tendencialmente difícil expressar o seu desacordo, acabando muitas vezes por aceitar a visão do outro ou fazer coisas com as quais muitas vezes não concorda. A sua autoestima é provavelmente baixa. Imagina que as outras pessoas são melhores e as suas ideias não têm valor e deverão estar erradas. Quando alguém o corrige ou repreende, sente que perde totalmente o seu valor e submete-se rapidamente às ordens que os outros estabelecem, numa tentativa de ser aceite e tornar a ser protegido. (OFICINA DE PSICOLOGIA - hoficinadepsicologia.com/perturbacoes-de-personalidade/dependente).
	Em sua ultima sessão F diz apoiar-se sempre em sua avó, a qual lhe parece ser uma segunda mãe, porém apenas relata que a ama muito. Não faz nada sem lhe pedir conselhos, segundo a paciente a respeita muito por ser mais velha, sendo assim acredita que os ensinamentos da mesma são verdadeiros e que tudo o que a avo lhe disser será de fato verdade e dará certo.
	A paciente em estudo, mostrou-se uma mulher com forte dependência em tudo o que faz, sendo que a falta iniciativa que a cerca é por não saber o que fazer diante das situações.
Sobre seu passado, exceto que fora casada duas vezes, não relata absolutamente nada, sendo assim a hipótese diagnostica foi dada a partir de sua visa adulta. É de suma importância que a paciente traga sobre seu passada para que possa ser feito um melhor entendimento da paciente durante as sessões. Como já mencionado anteriormente neste relatório a paciente mostrou-se bastante colaborativa durante as sessões, porém pede-se que a mesma siga com terapia individual, para que a mesma mude o foco e deixa esta passividade , conformismo e dependência que a cercam de lado para que a mesma consiga ter uma vida melhor, como a mesma deseja.
	
ÁREAS DE FUNCIONAMENTO
Profissional: Adaptado.
 Familiar: Parcialmente Adaptado. 
 Afetiva: Adaptado.
 Social: Adaptado.
 Sexual: Desadaptado.
HIPÓTESE DIAGNÓSTICA
A partir das observações realizadas, com a evolução das sessões, embasadas no funcionamento da paciente, e de acordo com a Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento CID-10, sugere-se as seguintes hipóteses.
F60.7: Transtorno de Personalidade Dependente.
	
INDICAÇÃO TERAPÊUTICA E PROGNÓSTICO
 	Tento em vista o exposto, indica-se ao caso, dar continuidade a psicoterapia individual, e sugere-se também acompanhamento psicológico e de um neurologista a os filhos da paciente, para que ambos possam trabalhar e investigar as “causas” dos sintomas.
AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO
	
A vivência pelo Estágio Básico II proporcionou um grande conhecimento e a ampliação do olhar clínico para a acadêmica, pois a partir das atividades desenvolvidas proporcionou um maior entendimento da prática em Psicologia.
 As dificuldades, frustrações e desafios enfrentados proporcionaram um entendimento diferenciado do ser humano, e nos mais diferentes tipos de sofrimento, a importância de um entendimento sem crítica ou julgamento, como manejar situações difíceis, bem como a busca por um autoconhecimento da estagiária como pessoa, como acadêmica e como futura profissional. 
Os atendimentos realizados, tanto de triagem, de continuação com paciente e com o paciente do estudo de caso exigiram uma postura de psicóloga da estagiária perante a situação clínica, sobre o espaço terapêutico e a experiência adquirida, foram de extrema importância para o crescimento e o aprendizado da aluna.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
KAPLAN, Harold; SADOCK, Benjamin. Compêndio de psiquiatria dinâmica. Tradução Helena Mascarenhas de Souza e cols. 3. Ed. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.
Disponível em: dialogoempsicanalise.blogspot.com.br.< Acesso em: 17 de Novembro de 2015.
Disponível em : monitoriapsicanalisesp.blogspot.com.br/2010/03/definicoes-pulsao-pulsao-de-vida-pulsao.html. Acesso em: 17 de Novembro de 2015.
KUSNETZOFF, Juan Carlos Introdução à psicopatologia psicanalítica/ Juan Carlos Kusnetzoff – Rio de Janeiro : Nova Fronteira, 1982.
PSICOLOGIA GERAL I. Resumo Mecanismos de Defesa do Ego. Passo Fundo: Universidade de Passo Fundo, Curso de Psicologia, 2010.
Disponível em: educacrianca.wordpress.com/2011/03/10/mecanismos-de-defesa-regressao. Acesso em: 18 de Novembro de 2015.
Disponível em: oficinadepsicologia.com/perturbacoes-de-personalidade/dependente.Acesso em: 18 de Novembro de 2015. 
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação de Transtornos Mentais e de Comportamento da CID-10: descrições clínicas e diretrizes diagnósticas. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.
MODELO DE RELATÓRIO DE ESTÁGIO.doc
MODELO DE RELATÓRIO DE ESTÁGIO
CAPA (Universidade, Instituto, curso, local de estágio, estágio, nome do estagiário, supervisor, data)
ATESTADO ( do local, especificando as horas realizadas durante o estágio; assinatura do estagiário, supervisor acadêmico, responsável pela instituição)
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO (pontos específicos que serão executados)
I - DADOS GERAIS
Nome do estagiário:
Matrícula n° :
Nível do curso:
Local de estágio (nome e endereço completo da instituição)
Supervisor acadêmico:(nome e CRP)
Período de realização do estágio:
7. Turnos de trabalho
8. Área de concentração:
II- DESCRIÇÃO DAS ATIVIDADES
Atividade (descrever cada tarefa realizada)
1.1-Objetivos
1.2-Objetivos específicos
1.3-População atingida
1.4-Procedimento (um resumo geral de como se deu a atividade, número de encontros realizados técnicas empregadas na execução da tarefa)
1.5-Conclusões e comentários (principais dificuldades encontradas, pontos fortes e fracos do trabalho)
1.6-Avaliação da atividade
II - ESTUDO DE CASO (quando houver)
1.DADOS DE INDENTIFICAÇÃO
1.1-Nome (inicias)
1.2-Idade
1.3-Data de nascimento
1.4-Naturalidade
1.5-Cor
1.6-Religião
1.7-Nível sócio-econômico
1.8-Escolaridade
1.9-Profissão
1.10-Filiação
1.11-Genograma
2.MOTIVO DA CONSULTA
3.IMPRESSÃO GERAL TRANSMITIDA
3.1-Aspectos do paciente
3.2-Aspectos do informante
4.HISTÓRIA CLÍNICA
4.1-História Pregressa
4.2-História Atual
5.Síntese Evolutiva das sessões
6.Técnicas Utilizadas
7.Sintomatologia segundo o GAP (criança)
8.Exame das Funções Psíquicas do Ego
9.Mecanismo de defesa /Traços de caráter
10.Entendimento Dinâmico
11.Nível de Funcionamento
12.Hipótese Diagnóstica (conforme CID)
13.Indicação Terapêutica
14.Prognóstico
15.Anexos ( entrevista dialogada, testagem)
IV- TRABALHO TÉCNICO-PRÁTICO OU ENSAIO CRÍTICO
(Estudo acerca de alguma experiência do estagiário em algum trabalho ou área específica , de no mínimo 12 folhas, contendo capa, introdução, justificativa do estudo, compreensão dinâmico do trabalho com teórica correspondente, considerações finais, referências bibliográficas).
V- AVALIAÇÃO DO ESTÁGIO (auto - avaliação)
VI - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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