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1/1 Operações Acessórias As operações acessórias são aquelas que o banco realiza para prestação de serviços que pode executar com maior segurança do que o particular. As principais operações bancárias acessórias são a custódia de valores e o aluguel de cofres. As operações bancárias somente se tornam praticáveis se realizadas em massa e coordenadas a determinado fim econômico. Precisam realizar-se com um número indeterminado de clientes, e, torna-se necessária a organização de empresas especializadas, destinadas unicamente a esse fim , para que se possam realizar regularmente. Não é possível a sua prática individual por pessoa física ou esporadicamente por pessoa jurídica. Para serem consideradas como operações bancárias, uma das partes do contrato deve ser um banco. Nem todas as pessoas jurídicas estão autorizadas a exercer o comércio bancário. Para poder funcionar, o banco precisa de carta-patente obtida da competente autoridade, e seu funcionamento é subordinado à fiscalização e controle de órgãos próprios do Poder Público. Além disso, a empresa deve revestir a forma jurídica de sociedade anônima. Os bancos organizam-se de forma que suas relações jurídicas possam ocorrer de modo uniforme e simples com a série indeterminada de clientes. Por isso, há a necessidade de haver padronização dos esquemas e condições dos contratos, através de fórmulas uniformes, geralmente impressas. É também necessário que haja a simplificação das relações jurídicas, através de documentos e títulos de crédito por efeito dos quais substitui o controle de uma situação jurídica material pelo de situação meramente formal. Para alcançar os objetivos que lhe impõe a necessidade de realizar operações em massa, utilizam- se contratos-tipo e procede-se à materialização de títulos. 1/2 Os contratos bancários e o Código de Defesa do Consumidor - CDC Quando da adoção do CDC, alguns estudiosos do Direito não concebiam a incidência do mesmo nas relações ditas de Direito Econômico, tais como as de natureza bancária, financeira, securitária e de fornecimento de crédito, apesar de, àquela época, já em outros países encontrarem-se tais serviços submetidos às leis protetivas do consumo e consumidor. Tal discussão teve sua culminância quando houve a impetração, junto ao STF, da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIN) número 2591, em dezembro de 2001, onde alegava-se que não poderiam ser consideradas relações de consumo as cadernetas de poupança, os depósitos bancários, os contratos de crédito e todas as operações bancárias, ativas ou passivas. Para tais pessoas, havia em tal consideração uma ofensa ao artigo 192 da Constituição Federal. Segundo eles, a regulação do Sistema Financeiro Nacional é matéria de lei complementar, e não de lei ordinária, como é o caso do CDC. Vários juristas famosos se pronunciaram àquela época. Destacamos o que disse o Ministro Nelson Jobim, o qual distinguia serviços bancários de operações bancárias. Os primeiros, segundo ele, deviam ser regidos pelo CDC. Como exemplo, mencionou a emissão de talões de cheques, consultas em terminais de atendimento, consultas de saldos e extratos, entre outros. Mas, as operações bancárias, tais como depósitos, financiamentos e empréstimos, não configurariam relação de consumo, logo, segundo tal Ministro, deveriam ser reguladas pelo Sistema Financeiro Nacional. No entanto, de acordo com o enunciado número 297, da Súmula da Jurisprudência do STJ, julgada em 12/05/2009, foi reconhecida a regulação de atividades das instituições financeiras pelo CDC, logo, tal questão já se encontra totalmente pacificada. O CDC enuncia, em seu artigo terceiro, caput, o termo produto, e, no parágrafo primeiro do mesmo artigo, quando conceitua produto, fala de bem material ou imaterial. Tal disposição serve de base para a defesa de tal argumentação, pois o CDC inclui todos os bens materiais e imateriais como 2/3 produtos lato sensu e, especialmente, um sistema que não especifica os tipos contratuais utilizados, mas sim a atividade em si e geral dos fornecedores. A lógica do CDC está em que o produto financeiro é o crédito, a captação, a administração, a intermediação e a aplicação de recursos financeiros do mercado para o consumidor e que a caracterização do fornecedor vem da operação bancária e financeira geral oferecida no mercado e não só dos contratos concluídos. Contratos bancários e CDC Outras razões que servem para justificar a aplicação do CDC aos contratos bancários dizem respeito ao fato de que o CDC, em momento algum, visa regulamentar a questão de juros, pois trata apenas de juros moratórios, fixando- os em 2% do valor da prestação devida. Além disso, os serviços bancários, como já vimos, têm como característica a onerosidade, configurando a remuneração direta e indireta, logo, estão abrangidos no parágrafo segundo do artigo terceiro do CDC, que conceitua serviço aquele prestado mediante remuneração, sendo indiferente se a remuneração for direta (mediante taxas) ou indireta (usando-se de dinheiro de terceiros, as instituições financeiras obtêm lucros). screenshot.68 screenshot.69 screenshot.70 screenshot.71 screenshot.72 screenshot.73 screenshot.73 screenshot.74 screenshot.75 screenshot.76 screenshot.77 screenshot.78 screenshot.79 screenshot.80 screenshot.81 screenshot.82 screenshot.83 screenshot.84 screenshot.85 screenshot.86 screenshot.87 screenshot.88 screenshot.89 screenshot.90 screenshot.91 screenshot.92 screenshot.93 screenshot.93 screenshot.94
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