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17/12/2015 1 Distúrbios de pigmentação e tumores cutâneos P R O F a . D R a . S A R A S A N TO S B E R N A R D E S Melanócitos Melanoblastos: origem embrionária de células pluripotentes da crista neural; Melanócitos epidérmicos: 550-1200 cls/mm2; Síntese e distribuição da eumelanina e feomelanina; 1 melanócito : 30 queratinócitos; Melanina: proteção UVA e UVB. núcleo queratinócitos melanofilamentos L. basal melanócitos melanossomos melanização Queratinócitos Melanócitos tirosinase R. oxidaçãoTirosina L-DOPA Dopaquinona MelaninasR. oxidação Hipomelanoses Fisiológica (envelhecimento): apoptose mediada por RL nos melanócitos dos folículos pilosos; Congênitas (albinismo) ou adquiridas (vitiligo*); *Vitiligo (hipomelanose e amelanose) – inativação/destruição dos melanócitos; Incidência: 0,1 – 2%; Ambos os sexos; Pico de idade: 10-30 anos (50% antes dos 20 anos); Risco 7-10x parente de primeiro grau; Patogenia: Perda/disfunção dos melanócitos epidérmicos (multifatorial): Vitiligo Fatores genéticos desencadeados por fatores ambientais: genes ligados à auto-imunidade (*HLA) + estresse, exposição solar intensa, vírus (encefalites); Teoria auto-imune: - Relação com tireoidite de Hashimoto, diabetes mellitus tipo 1, alopécia areata e LES; - Presença de auto-anticorpos circulantes (anti-tirosinase e SB-100) ação citotóxica por ativação do sistema complemento; - Presença de LTCD8+ no infiltrado inflamatório contra melan-A (vitiligo ativo citólise in vitro). Teoria de autotoxicidade: desequilíbrio oxidante/antioxidante nos melanócitos - Inibição da tirosinase; - Proteínas modificadas apoptose defeituosa reconhecidas como neo-antígenos. Apresentação clínica: máculas amelanocíticas que acometem pele e mucosas; localizado (focal/segmentar*), generalizado (acrofacial/vulgar) ou universal (> 50% da pele). * Poliose de cílios e cabelos Crianças: doença com duração aproximada de 3 anos; Mais comum em face, pescoço e tronco. Pode ocorrer fenômeno de Koebner; Evolução: Repigmentação espontânea (10-20%, áreas foto-expostas); comprometimento da tireóide (~14% dos pacientes). Vitiligo Microscopia: Dermatite de interface (infiltrado linfocitário), diminuição ou ausência de melanócitos e melanina; Diagnóstico diferencial: Ptiríase versicolor, hipopigmentação pós-inflamação; sarcoidose, leucoderma químico, liquen plano (área genital). Vitiligo 17/12/2015 2 Vitiligo focal Vitiligo generalizado Alterações macroscópicas: Pitiríase versicolor Leucoderma químico Vitiligo Hipermelanoses Congênitas ou hereditárias: Efélides; nevo de ota/ nevo de ito (em caucasianos, risco de malignização); Adquiridas: Bronzeamento, melanose solar, melasma, hipermelanoses difusa (*doença de Addison, propiomelanocortina). Alterações macroscópicas: Hipermelanoses Nevo de Ota Melasma Doença de Addison Tumores cutâneos A) Não melanocíticos benignos Queratose seborreica: Mais frequente em idosos; Comum em áreas foto-expostas; Mutações nos receptores de FGF, com proliferação de células epidérmicas basais; Sinal de Lesser-Trélat: síndrome paraneoplásica (câncer do TGI: fatores de crescimento epidérmicos); Lesão áspera, marrom, com crescimento exofítico. Queratose seborreica Alterações macroscópicas e microscópicas: Queratose seborréica 1.Hiperqueratose 2.Cistos córneos 3. Proliferação ordenada dos queratinócitos basais 1 2 3 Queratose actínica: Lesão solar crônica (UVB) com hiperqueratose, aspecto áspero e coloração castanho-avermelhada; Mais comum em indivíduos de pele clara e com histórico de exposição solar crônica; Idosos e imunossuprimidos; lesões na face e no dorso das mãos; Mutações no p53*; Grande presença de atipias celulares na camada basal pode evoluir para carcinoma espinhoso, basocelular e melanoma ( risco); Queratose actínica 17/12/2015 3 Alterações macroscópicas e microscópicas: 1.Hiperqueratose e paraqueratose 2. Brotamentos epiteliais 3. Atipias celulares 4. Elastose 1 2 3 4 Queratose actínica B) Não-melanocíticos malignos Carcinoma espinocelular (células escamosas) Exposição solar crônica (face, mãos): Indivíduos idosos ou imunossuprimidos; Maior incidência em homens; Fatores predisponentes: úlceras crônicas infecciosas (sífilis/HPV) e não infecciosas, cicatrizes de queimaduras antigas, radiação ionizante, carcinógenos químicos (arsênico) e doenças congênitas (xeroderma pigmentoso); Lesões avançadas: invasivas nodulares, escamosas e passíveis de ulceração; Tumores cutâneos taxas de recidiva e metástase (lábios e ouvidos): linfonodos regionais, fígado, pulmões e cérebro; É mais agressivo em mucosas (bucal, esofágica); Tumores bem diferenciados: presença de pérolas córneas (melhor prognóstico); Patogenia: Mutações em p53, imunossupressão (UVB, quimioterapia, transplante de órgãos...). Carcinoma espinocelular Carcinoma espinocelular Alterações macroscópicas: Carcinoma espinocelular Alterações microscópicas: 1.Papilas dérmicas atípicas 2.Invasão da derme 3.Peróla córnea 4.Disceratose Anaplasia 1 2 3 4 Carcinoma basocelular: Bastante comum, com crescimento lento, raramente sofre metástase; Exposição solar crônica + pele clara; Originado de células pluripotentes da camada basal; Não acomete mucosas; Subtipo mais comum: Nodular (pápulas peroladas com telangectasia); 40% apresentam novo tumor ou recidiva em 5 anos; Ulceração e invasão raras, ocorrendo apenas em casos negligenciados; Patogenia: mutação em p53 e PTCH (supressor tumoral). 17/12/2015 4 Carcinoma basocelular Alterações macroscópicas: Carcinoma basocelular 1.Ninhos de células basaloides 2.Anaplasia 3.Fenda (cls. tumorais e estroma) Carcinoma basocelular superficial Alterações microscópicas: 1 2 3 3 Tumores cutâneos C) Melanocíticos benignos Nevo melanocítico congênito Presente ao nascimento ou desenvolve-se na infância a partir de células pré- existentes; Incidência de 0,6-1,6%; Nevo gigante: 0,005%; Mutações em NRAS; • Nevo melanocítico grande/gigante: 16 x risco de melanoma; • Nevo melanocítico grande/gigante no couro cabeludo e pescoço: melanocitose leptomeníngea: hidrocefalia; melanoma primário intracraniano. Alterações macroscópicas: Nevo congênito Pequeno Médio Grande Gigante Nevos melanocíticos (nevo adquirido ou moles) Lesões hamartomatosas; Pápulas < 5 mm, com bordas bem definidas e coloração marrom-acastanhada; Fator de risco para melanoma: número, tamanho, coloração, tipo histológico; Pico de incidência: 30 anos, com regressão aos 80-90 anos; Susceptibilidade genética: *Mutações em BRAF/NRAS e no receptor de melanocortina; Alteração na proporção de feomelanina/eumelanina; Ocorre em regiões expostas e não expostas ao sol. Nevos melanocíticos Tipos histológicos/ evolução: Pele normal Nevo juncional Nevo composto Nevo intradérmico BRAF: proliferação e senescência 17/12/2015 5 Nevos melanocíticos Nevo displásico 5-10 mm, borda e pigmentação irregular (focos de melanócitos aberrantes); Podem ser esporádicos ou familiares (*Síndrome do nevo displásico familial: 100 x risco de melanoma); ≥ 10: Risco aumentado de melanoma: Melhor valor como marcador de risco e não como precursor (2/3 dos melanomas surgem “de novo”). Nevo displásico Tumores cutâneos D) Melanocíticos malignos Melanoma 4% dos cânceres de pele (* incidência nos últimos anos); letalidade: • Neoplasia in situ / localizada (Estágios 0, I e II) – 95% de sobrevidaem 5 anos • Neoplasia linfonodal (Estágio III) – 30% • Neoplasia disseminada (Estágio IV) – 5% Estimativa mundial de câncer, 2014 Tratamento farmacológico refratário! Patogenia: Fatores genéticos (CDKN2*, NRAS, BRAF) e ambientais; *Melanoma familiar Radiação ultravioleta (UVB e UVA) - Pele clara (↓ eumelanina feomelanina ↓ proteção contra o dano oxidativo ao DNA): Alterações no funcionamento dos queratinócitos; - Queimaduras solares na infância e adolescência (exposição intermitente, regiões geralmente não expostas ao sol). Melanoma Mais incidente e com pior prognóstico no sexo masculin0 (3:1); Áreas BANS: pior prognóstico; Diagnóstico: Regra ABCD; crescimento rápido de lesão pré-existente; nova lesão na idade adulta; prurido e sangramentos; risco de desenvolvimento de novo melanoma independente do primeiro; desenvolvimento de metástase, mesmo após remoção total do tumor primário (latência); * Tumores com pequeno diâmetro são capazes de metastizar. Melanoma 17/12/2015 6 Classificação clínico-histopatológica do melanoma: Tipos Melanoma extensivo superficial Melanoma nodular (* 50-60%) Melanoma acral-lentiginoso (10-15%) Lentigo maligno melanoma Crescimento radial Crescimento vertical Melanoma Classificação clínico-histopatológica do melanoma: Grau de invasão Níveis de Clark Melanoma Classificação clínico-histopatológica do melanoma: Profundidade Espessura de Breslow Melhor relação com o prognóstico: - <0,76 mm não ocorre metástase - >1,5 mm grande probabilidade de metástase Melanoma Prognóstico Medida de Breslow e ulceração; Linfonodo sentinela positivo; Lesões hipo ou amelanocítica (indiferenciação); Metástase a distância. Melanoma Alterações macroscópicas: Melanoma Extensivo superficial Nodular Lentigo maligno Acral 1 2 1. Ninhos de melanoma 2. Infiltrado linfocitário Alterações microscópicas: Melanoma Crescimento radial 17/12/2015 7 1. Ninhos de melanoma 2. Anaplasia 3. IH para HMB-45 em linfonodo Alterações microscópicas: Melanoma 1 2 Crescimento vertical
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