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A CORROSÃO DO CARÁTER
Consequências pessoais do trabalho no novo capitalismo
Richard Sennett
Ana Luiza Silva
Cristiane Aparecida
Elane Inácio
Fernanda Ferreira
Marcio Fonseca
Wanderlei Leão
Richard Sennett  é um sociólogo e historiador norte-americano, e em seu livro ‘A corrosão do caráter” de Richard Sennett propõe em seu conteúdo uma reflexão nos aspectos introspectivos do homem na mudança decorrente do capitalismo burocrático para o capitalismo flexível e as implicações ao caráter do homem inserido nestes contextos.
O autor cita que caráter é o valor ético que atribuímos aos nossos próprios desejos e ás relações com os outros e através de histórias de vida e de teorias sócias como de Max weber e Adam Smith, Sennett descreve como os intensos contrastes do trabalho burocrático de “carreira” com o trabalho flexível onde não se fica estagnado em objetivos rígidos e sim em busca de resultados rápidos, reinvenções diárias e mobilidade constante pode afetar o caráter pessoal do indivíduo.
Richard na “Corrosão do caráter aborda com profundidade estes aspectos conflitantes que iremos abordar considerando os cinco primeiros capítulos do livro.
 No primeiro capítulo intitulado de A deriva, sennett conta a história de Enrico, um trabalhador que na época onde predominava o fordismo realizava seu trabalho burocratizado e rotineiro e tinha expectativa a longo prazo e contra ponto seu filho Rico, já era um trabalhador flexibilizado suas expectativas eram a curto prazo, não havia tempo para se estabelecer laços duradouros com os amigos, vizinhos e até com a própria família dada as mudanças constantes de emprego e moradia.
Rico vivia em conflito com a rotina, com o tempo e com a burocracia repetitiva do cotidiano. Enrico vivia na antiguidade na era industrial do capitalismo, anteriormente a modernidade na qual a rotina não era vista como mal.
Diderot, filosofo iluminista, acreditava que a rotina gerava aprendizagem por repetição, sempre em uma constante evolução. Já Adam Smith, importante filosofo e economista francês acreditava que a rotina enfraquecia o espirito, ela é autodestrutiva porque os seres humanos perdem o controle sobre os seus próprios esforços. Já Ford e Taylor (grandes pensadores estudiosos sobre o trabalho) vieram com visões diferentes sobre o capitalismo. Ford veio com a ideia de trabalhadores especialistas. Já Taylor dizia que a maquinaria e o projeto industrial poderiam ser altamente complicados numa grande empresa. Mais tarde as experiências mostraram que toda a tensão dada aos trabalhadores melhorava a produção no qual o papel do psicólogo assumia esse cargo. Na antiga geração de Enrico as dores da rotina alcançaram o ponto mais alto ou seja culminaram, as empresas se sustentavam em três pilares, a lógica da dimensão, a lógica da hierarquia e a lógica do tempo métrico, todas em prol de uma melhora positiva no trabalho.
Enrico criou uma narrativa positiva: “A rotina pode degradar, mas também proteger, pode decompor o trabalho, mas também compor uma vida”
 A importância da flexibilidade nas relações sociais e de trabalho, sendo que não se conta na forma econômica capitalista com a experiência do indivíduo e sim com o que tende a ser em seu maior tempo flexível e com maior capacitação a flexibilidade causa no caráter pessoal, sendo que na antiguidade a definição de caráter era certa e incontestável e baseado nos aspectos de longo prazo. Mas atualmente que as relações são flexíveis e pautadas no curto prazo, sendo assim a definição do caráter fica suspensa e variável.
 Segundo Sennet a ideia de classe social envolve uma estimativa pessoal do “eu” e das circunstancias expressa a necessidade de status ou seja 
Tende a ser interpretada como uma questão de caráter pessoal. Diante dessa visão o autor vê a tecnologia como um fator importante para o aumento de produção de mercado de trabalho, com carga horaria mais flexível e inserção das mulheres no mercado
No quinto capitulo Sennet traz a questão do risco e descreve através da história de Rose, uma mulher que após ficar viúva decide trocar a estabilidade e sucesso que tinha com o seu bar para se aventurar em um novo emprego. Mas que logo após um período retorna ao seu antigo emprego, assim como Rose muitas pessoas optam em se aventurar em novas áreas a fim de melhoria financeira ou mesmo de realização social, 
O autor mostra que nesse novo capitalismo flexível o correr risco juntamente com a questão da ênfase da juventude a experiência pode ser algo que não é valorizado, os jovens mesmo não tendo muito conhecimento tem preferência pois são mais maleáveis em termos de assumir riscos e quanto a submissão imediata.
A ideia de que a passagem do tempo necessário para acumular conhecimento e vista como algo negativo e essa apreensão de que o quanto mais velhos ficamos mais vazios nos tornamos gera uma ansiedade pessoal que está entrelaçada com o novo capitalismo flexível e diante disso nos vemos na obrigação de nos arriscarmos mesmo que com isso estejamos colocando a prova o caráter pessoal.

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