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QUE TAL AVALIAR SEUS CONHECIMENTOS DE PORTUGUÊ
REFERÊNCIAS
Básica
ANDRADE, M.M. 7 HENRIQUES. A língua portuguesa: noções básicas para cursos superiores. São Paulo : Atlas, 1995.
KOCH, I. V. A inter – ação pela linguagem. 5 ed. São Paulo : Contexto, 2000.
PASQUALE & ULISSES. Gramática da língua Portuguesa. 2 ed. Editora : Scipione, 2004.
Complementar
AZEREDO, José Carlos de (coord). Escrevendo pela nova ortografia: Como usar as regras do novo acordo ortográfico da língua
portuguesa. São Paulo: Publifolha, 2008.
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto: leitura e redação.16. ed. São Paulo: Ática, 2006.
INFANTE, Ulisses. Curso de gramática aplicada aos textos. 6. ed. rev. e ampl. São Paulo: Scipione, 2003.
JUNKES, Terezinha Kuhn. Pontuação: uma abordagem para a prática. Florianópolis: EDUFSC, 2002
Tente encontrar erros nas frases abaixo, extraídas do livro 400 Erros que os Executivos Cometem ao Falar e Redigir, editora Edicta, da professora Laurinda Grion.
1- Ao meu ver, esse procedimento não está correto.
2- Devido ao mal tempo, não pudemos efetuar os reparos.
3- O contrato é para mim assinar.
4- Informo que já respondi o questionário.
5- Há vinte anos atrás nem você era nascido.
6- De fato, ela anda meia estressada ultimamente.
Linguagem verbal e visual – norma culta e norma popular
Comunicação
	Como os homens se comunicam?
	A comunicação humana é uma relação social que se estabelece entre duas ou mais pessoas que desejam trocar informações, ideias e compartilhar sentimentos ou conhecimentos. O ser humano utiliza inúmeros signos universais de comunicação: o choro, para expressar aborrecimento; o sorriso, para manifestar alegria; o beijo e o abraço, para transmitir afeto. As pessoas não se comunicam apenas por meio de gritos, gestos ou símbolos: a comunicação humana se faz, principalmente, pela palavra.
	“ A palavra distingue os homens entre os animais; a linguagem, as nações entre si _ não se sabe de onde é um homem antes de ter ele falado. O uso e a necessidade levam cada um a aprender a língua de seu país, mas o que faz ser essa língua a de seu país e na ao de um outro? A fim de explicar tal fato, precisamos reportar-nos a algum motivo que se prenda ao lugar e seja anterior aos próprios costumes, pois, sendo a palavra a primeira instituição social, só a causas naturais deve a sua forma.
Desde que um homem foi reconhecido por outro como um ser sensível, pensante e semelhante a ele próprio, o desejo ou a necessidade de comunicar-lhe seus sentimentos e pensamentos fizeram-no buscar meios para isso. Tais meios só podem provir dos sentidos, pois estes constituem os únicos instrumentos pelos quais um homem pode agir sobre outro. Aí está, pois, a instituição dos sinais sensíveis para exprimir o pensamento. Os inventores da linguagem não desenvolveram esse raciocínio, mas o instinto sugeriu-lhes a consequência.”
	“...Apresentam-nos a linguagem dos primeiros homens como línguas de geômetras e verificamos que são línguas de poetas...Daí se conclui, por evidência, não se dever a origem das línguas às primeiras necessidades dos homens; seria absurdo que da causa que os separa resultasse o meio que os une. Onde, pois, estará essa origem? Nas necessidades morais, nas paixões. Todas as paixões aproximam os homens, que a necessidade de procurar viver força a separarem-se. Não é a fome ou a sede, mas o amor, o ódio, a piedade, a cólera, que lhes arrancaram as primeiras vozes. Os frutos não fogem de nossas mãos, é possível nutrir-se com eles sem falar; acossa-se em silêncio a presa que se quer comer; mas , para emocionar um jovem coração, para repelir um agressor injusto, a natureza impõe sinais, gritos e queixumes.” 
	O ato de comunicação
	Em todo processo de comunicação intervém necessariamente um conjunto de fatores: um emissor ou pessoa que perante um estímulo codifica, elabora e transmite para outra _ o receptor _ uma informação ou mensagem sobre o mundo ou sobre si mesmo, dentro de um referente ou contexto. Para transmitir essa mensagem, o emissor emprega um conjunto de signos, que se combinam de acordo com regras _ código ou língua. Seu meio de difusão é um meio físico _ o canal. Exemplo: o ar, no caso das ondas sonoras; o papel, no caso do texto impresso.
	Níveis de Linguagem 
	Toda nossa vida em sociedade supõe um problema de intercâmbio e comunicação que se realiza fundamentalmente pela língua, sendo, portanto, o suporte de uma dinâmica social, que compreende não só as relações diárias entre os membros da comunidade como também uma atividade intelectual, que vai desde o fluxo informativo dos meios de comunicação de massa, até a vida cultural, científica ou literária.
	A língua funciona como um elemento de interação entre o indivíduo e a sociedade em que ele atua. É através dela que a realidade se transforma em signos pela associação de significantes sonoros a significados arbitrários, com os quais se processa a comunicação linguística. É, com efeito, na língua e pela língua que indivíduo e sociedade se determinam mutuamente. A sociedade não é possível a não ser pela língua; e pela língua também o indivíduo. Odespertar da consciência na criança coincide sempre com o aprendizado da linguagem, que a introduz pouco a pouco como indivíduo na sociedade. Assim, a linguagem representa a forma mais alta de uma faculdade que é inerente à condição humana, a faculdade de simbolizar. Os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo.
	Não devemos, porém, cometer o erro de condicionar diretamente a língua aos fatores culturais ou raciais, embora se reconheça que pode haver uma ligação entre eles, em especial no que se refere ao vocabulário de uma língua. 	Existe uma ciência, chamada sociolinguística, que estuda a diversidade linguística; levando em conta três dimensões: a do emissor, a do receptor e a da situação ou contexto.
	A primeira envolve a identidade social do emissor, onde as diferenças de fala se condicionam com a estratificação social; a segunda envolve a condição social do receptor ou ouvinte, seria relevante onde quer que vocabulários especiais de respeito sejam usados em se falando com superiores; a terceira engloba todos os elementos relevantes possíveis no contexto de comunicação, com exceção da identidade dos sujeitos envolvidos.
	Várias são as tentativas de classificação desses fatores extralinguísticos, que influem na maneira de falar, e elas envolvem distinções geográficas, históricas, econômicas, políticas, sociológicas, estéticas. Logo, podemos dizer que as variações extralinguísticas que podem manifestar-se no diálogo são de três espécies:
	1. Geográficas: que envolvem variações regionais.
	2. Sociológicas: que compreendem as variações provenientes da idade, sexo, profissão, nível de estudos, classe social, localização dentro da mesma região, raça, as quais podem determinar traços originais dentro da linguagem individual.
	3. Contextuais: que constam de tudo aquilo que pode determinar influências na linguagem do locutor, por influências alheias a ele, como, por exemplo, o assunto, o tipo de ouvinte, o lugar em que o diálogo ocorre e as relações que unem os interlocutores.
	Pode-se dizer que a linguagem é um princípio de classificação social, pois influem na linguagem o contexto social do enunciado específico, a posição social do locutor, sua origem geográfica e sua idade.
	Tratando-se da variedade da individualidade do saber linguístico, podemos Ter dos grandes grupos:
	1. Variedades sincrônicas: cronologicamente simultâneas, que compreenderiam as variações causadas por fatores geográficos (dialetos ou falares próprios de influência regional _ cidade, vila ou aldeia); sócioculturais (família, classe, padrão cultural, atividades habituais); e estilísticos (observadas de momento para momento na atividade linguística de um único sujeito, traduzindo-se na escolha de formas e esquemas combinatóriosa usar); 
	2. Variedades diacrônicas, que compreendem aquelas dispostas em vários planos de uma só tradição histórica.
	A fala do indivíduo considerada isoladamente dentro do grupo, não é sempre a mesma. A isto se acrescenta que a linguagem toma diferente colorido segundo o tema da conversação. Considerando ainda as variações da linguagem, podemos levar em conta os seguintes fatores:
	1. As diferenças entre gerações;
	2. As diferenças dialetais entre comunidades;
	3. As diferenças entre os meios sociais;
	4. As diferenças ligadas às condições em que se produziu o diálogo.
	O rádio, a televisão, o cinema e a imprensa mostram variações de língua de toda ordem, identificações entre tipos sociais e linguísticos, entre comportamentos individuais e estruturas específicas para representá-los. Além disso, podemos acrescentar outro fator de igual importância no condicionamento social: a propaganda.
Esta, para atingir seus objetivos, busca uma aproximação mais eficiente com o público consumidor, procurando uma variação de linguagem como forma de identificação com o consumidor-ouvinte. E isto tem colaborado até para uma nova compreensão do problema erro na língua, aceitando a comunidade padrões antes repudiados, num processo de desmitificação da chamada linguagem padrão (norma culta).
	É interessante refletir acerca de até que ponto o conhecimento linguístico expresso pelo indivíduo no diálogo revelaria seu nível de linguagem, pois o indivíduo não sabe apenas falar mas sabe também como outros falam. Além das formas e esquemas linguísticos de que habitualmente se serve ao funcionar como emissor na multiplicidade de atos de fala que diariamente realiza, ele conhece outras formas e esquemas que não utiliza mas que são usados por outros, sem Ter a necessidade de realizar um grande número de formas que os outros atualmente produzem. Assim, os conhecimentos linguísticos utilizados pelo indivíduo ao se expressar na fala seriam um idioleto produtivo. Já o idioleto receptivo seria os conhecimentos passivos, provenientes da linguagem do emissor. Levemos em consideração que o idioleto é a língua enquanto falada pelo indivíduo.
	
	Sociolinguística , a Etnolinguística e a Psicolinguística são três ciências que estudam as variedades linguísticas sob o ponto de vista social, étnico e psicológico.
	Conforme já citamos acima, podemos levar em consideração três variedades:
	1. Geográficas (ou diatópicas): é o plano horizontal da língua, onde concorrem as comunidades linguísticas, formando os chamados regionalismos, provenientes de dialetos ou falares locais. Conduzem a uma oposição fundamental: linguagem urbana/ linguagem rural. A primeira cada vez mais próxima da linguagem comum, pela ação decisiva que recebe dos fatores culturais (escola, meios de comunicação de massa, literatura). A segunda, mais conservadora e isolada, extingue-se com a chegada da ‘civilização’. Ex.: falares: amazônico, nordestino, baiano, fluminense mineiro, sulino, etc.
	2. Socioculturais (ou diastráticas): ocorrem no plano vertical da língua, isto é, dentro da linguagem de uma comunidade específica (urbana ou rural). Podem se influenciadas por fatores ligados diretamente ao falante (ou ao grupo a que pertence), ou à situação ou a ambos simultaneamente. Entre eles:
• Idade;
• Sexo (diferenças determinadas devido aos tabus morais, diferenciadores da linguagem do homem e da mulher, que atualmente não mais existem devido à influência dos meios de comunicação de massa);
• Raça (etnia ou cultura);
• Profissão (seria o caso do vocabulário de vendedores ambulantes, de médicos, de advogados);
• Posição social (de acordo com o status do falante ou do ouvinte existe uma maior preocupação com a linguagem);
• Grau de escolaridade (é o caso do domínio da norma culta, como: a concisão, a economia linguística e o uso das formas cultas);
• Local em que reside na comunidade (existem diferenças nas áreas urbanas, enfatizadas na fala, ou fonologia da língua);
• Religião (vocabulário específico de cada crença).
	Dentro das variações sociais teríamos a linguagem culta ou padrão e a linguagem popular ou subpadrão. O dialeto culto é eleito pela própria comunidade como o de maior prestígio, refletindo um índice de cultura a que todos pretendem chegar. O dialeto social culto é quase sempre usado pela literatura e por outras espécies de linguagem escrita, exceto, as cartas familiares, a literatura dita popular ( o cordel, por exemplo), os diálogos mais realistas dos romances, os versos das músicas populares etc.
	Quanto ao léxico, ou vocabulário, há maior variedade na linguagem culta, maior precisão no emprego dos significados maior incidência de vocábulos técnicos; ao passo que na linguagem popular, predomina o vocabulário restrito, o uso abusivo da gíria, de recursos enfáticos e obscenos. Há, além disso, um dialeto intermediário entre o culto e o popular, sendo o dialeto comum. O uso de uma ou de outra variedade importa sempre num problema de maior ou menor prestígio. O dialeto social culto se prende mais às regras da gramática tradicionalmente considerada, normativa, muito mais conservadora, ao passo que o dialeto popular é mais aberto às transformações da linguagem oral do povo.
	Dá-se o nome de níveis de fala, ou níveis de linguagem ou registros, às variações determinadas pelo uso da língua pelo falante, em situações diferentes. Estas variações quanto ao uso da linguagem pelo mesmo falante, em função das variações de situação, podem ser de duas espécies: nível de fala ou registro formal, empregado em situações de formalidade, com predominância da linguagem culta, comportamento mais tenso, mais refletido, incidência de vocabulário técnico; e nível de fala ou registro coloquial, para situações familiares, diálogos informais onde ocorre maior intimidade entre os falantes, com predominância de estruturas e vocabulário da linguagem popular, gíria e expressões obscenas ou de natureza afetiva. Os limites entre o registro formal e o coloquial são indefinidos, por isso existe um nível de fala intermediário entre o formal e o coloquial, correspondendo ao dialeto comum.
	A variação de uso da linguagem pelo mesmo falante, ou seja, a dos níveis de fala ou registros, poderia também ser chamada de variedade estilística, no sentido de que o usuário escolhe, de acordo com a situação, um estilo que julga conveniente para transmitir seu pensamento, em certas circunstâncias. Falamos, então, em um estilo formal e um coloquial ou informal.
	
	Estrutura morfossintática dos dialetos sociais
Dialeto Culto
• Indicação precisa das marcas do gênero, número e pessoa;
• Uso de todas as pessoas gramaticais do verbo;
• Emprego de todos os modos e tempos verbais;
• Correlação verbal entre tempos e modos;
• Coordenação e subordinação;
• Maior utilização da voz passiva;
• Largo emprego de preposições nas regências;
• Organização gramatical da frase;
• Variedade de construções da frase
Dialeto Popular
• Economia nas marcas de gênero, número e pessoa;
• Redução das pessoas gramaticais do verbo;
• Redução dos tempos da conjugação verbal;
• Falta de correlação verbal entre os tempos;
• Redução de processo subordinativo em beneficio da frase simples e da coordenação;
• Maior emprego da voz ativa, em lugar da passiva;
• Predomínio das regências diretas nos verbos;
• Simplificação gramatical da frase;
• Emprego dos pronomes pessoais retos como objetos.
Resumindo: 
Dialetos sociais:
1. Culto: possui padrão linguístico; maior prestígio social; usado em situações formais, por falantes cultos; possui um vocabulário mais amplo e técnico.
2. Popular: subpadrão linguístico; menor prestígio; usado em situações menos formais; seu vocabulário é restrito; está fora do padrão gramatical; usa gírias, linguagens obscenas e familiares.
3. Comum: é o utilizado na maioria das situações, está entre o culto e o popular, ora possui características de um , ora do outro.Níveis de fala ou registros:
1. Formal: usado em situações de formalidade; predomina a linguagem culta; emprega um comportamento linguístico mais refletido; utiliza um vocabulário técnico.
2. Coloquial: utilizado em situações familiares ou de menor formalidade; predomina a linguagem popular; uso de gírias, linguagem familiar ou afetiva, expressões obscenas.
3. Comum: é a fala do dia-a-dia, que utiliza tanto características do nível formal como do coloquial.
As questões de 01 a06 referem-se ao texto.
Mudança e Variação Linguística
	Os estudos sobre variação linguística registram pelo menos seis dimensões de variação dialetal: a territorial, a social, a de idade, a de sexo, a de geração e a de função. Nem todos os processos de variação culminam efetivamente em um caso de mudança na língua, mas, muitas vezes, a ocorrência de duas formas coexistentes acaba sendo substituída por apenas uma , caracterizando assim um caso de mudança na língua.
 Os dialetos na dimensão territorial, geográfica ou regional representam a variação que acontece entre pessoas de diferentes regiões em que se fala a mesma língua. Essa variação normalmente acontece pelas influências que cada região sofreu durante a sua formação ou porque os falantes de uma dada região constituem uma comunidade linguística geograficamente limitada em função de estarem polarizados em termos políticos e/ou econômicos e/ou culturais, e desenvolverem então um comportamento linguístico comum que os identifica e distingue. É o caso da diferença entre o Português do Brasil e o de Portugal e o dos países africanos de Língua Portuguesa. Incluem-se nesse caso também diferentes falares que encontramos no Brasil como os falares gaúcho, nordestino, carioca, o chamado dialeto caipira, etc.
 Evidentemente, não existem limites claros e precisos entre os diferentes dialetos regionais. Na verdade, estabelecem-se limites de acordo com determinadas conveniências. É o que mostram os estudos de Atlas Dialetais em que não se encontram linhas precisas de demarcação de dialetos, mas apenas certas áreas de maior concentração de um determinado conjunto de características. 
 Assim, é difícil dizer onde acaba o dialeto nordestino e começa o caipira, ou o carioca, e a distinção do falar gaúcho, se é nítida em relação ao nordestino, não é tão nítida em relação ao modo característico de usar a língua no Paraná e Santa Catarina.
 Os dialetos na dimensão social representam as variações que ocorrem de acordo com a classe social a que pertencem os usuários da língua, isso porque há uma “tendência para maior semelhança entre os atos verbais dos membros de um mesmo setor sociocultural da comunidade” (Camacho, 1988:32), geralmente com relações bastante estreitas e interesses comuns. É por isso que se consideram como variedades dialetais de natureza social os jargões profissionais ou de determinadas classes sociais bem definidas como grupos (linguagem dos artistas, professores, médicos, mecânicos, estivadores, dos marginais, classe social alta, favelados, etc.). A gíria, definida como forma de utilização particular da língua por um grupo social, o qual se identifica por esse uso da língua e se protege do entendimento por outros grupos, pode também ser considerada como uma forma de dialeto social.
 Os dialetos na dimensão de idade representam as variações decorrentes da diferença no modo de usar alíngua de pessoas de idades diferentes, normalmente em faixas etárias diversas: crianças, jovens, adultos e idosos ou outras que se julguem pertinentes estabelecer de acordo com o objetivo de observação. Durante a vida, a pessoa passa de um grupo para outro, adotando as formas de um determinado grupo e abandonando as do outro.
 Os dialetos de sexo representam as variações de acordo com o sexo de quem fala. Algumas diferenças são determinadas por razões gramaticais, como certos fatos de concordância, assim, por exemplo, um homem não diria a frase “A gente está preocupada com as eleições presidenciais” . Mas há diferenças mais sutis no que diz respeito ao uso do léxico e de certas construções, o que provavelmente seja determinado por restrições sociais quanto à imagem que se faz do comportamento apropriado para homens e mulheres inclusive em termos de comportamento verbal. Assim, se espera que homens digam frases como “ Cara, preciso te contar o que aconteceu na festa ontem.” / “ Comprei uma camisa transada.” Enquanto o que se espera das mulheres é exatamente o contrário: “Querido, preciso te contar o que aconteceu na festa ontem.” / “Comprei uma blusinha linda!”
 Os dialetos, na dimensão da geração, representam estágios no desenvolvimento da língua. Alguns estudiosos preferem falar de variação histórica, que evita possíveis confusões com idade que o termo geração pode ocasionar. As variantes históricas dificilmente coexistem e são mais percebidas na língua escrita, por causa do registro, que as faz permanecer no tempo. Com os modernos meios de registro do oral é possível que no futuro se possam observar e analisar diferenças históricas também na variação do oral.
 Assim, nem todos os casos de dialetos são significativos o suficiente para alterar ou mudar o idioma, mas os movimentos linguísticos que suscitam podem, associados às necessidades dos falantes, se configurarem em mudança. (SARMENTO, Flávia. In: Revista da Linguagem, 2004)
1- O OBJETIVO CENTRAL do texto é:
a) descrever as possibilidades de mudança de uma língua a partir das suas variações.
b) apresentar as possibilidades de variação de uma língua e discutir suas implicações na atualidade.
c) discutir os prejuízos que as variações geram para uma língua em função da instabilidade causada ao idioma. 
d) demonstrar que nem toda variação culmina em mudança linguística, mas que alguns processos são significativos o suficiente para mudar a língua.
2- A partir da leitura do texto, é CORRETO afirmar que:
homens e mulheres apresentam distinções na fala que vão desde o vocabulário até a estruturação de determinadas concordâncias.
as línguas apresentam variações de vários tipos, mas nenhum é capaz de mudar o idioma.
as mudanças linguísticas, normalmente, ocorrem em função exclusivamente de variações dialetais.
existem na língua apenas diferenças condicionadas por fatores regionais e/ou sociais.
3-Todas as estratégias argumentativas foram utilizadas pelo produtor do texto, EXCETO:
enumeração.	B)analogia.		C)citação textual.			D) exemplificação.
4- Sobre a variação de sexo, pode-se dizer, de acordo com o texto, que ela está intimamente RELACIONADA:
à maneira distinta de ver o idioma.
à expectativa em torno de um determinado comportamento sociolinguístico.
à forma como as mulheres falam, que não é compatível com o sexo masculino. 
ao modo como as escolas ensinam a língua para homens e mulheres. 
5- Observe a frase abaixo:
“A gíria, definida como forma de utilização particular da língua por um grupo social, o qual se identifica por esse uso da língua e se protege do entendimento por outros grupos, pode também ser considerada como uma forma de dialeto social.”
O termo destacado RETOMA, no contexto, o seguinte vocábulo:
grupo social.B) gíria. C) utilização particular. D) língua.
6-Em todas as alternativas, a relação apresentada entre parênteses corresponde à ideia estabelecida pelo elemento coesivo destacado, EXCETO
“Assim, nem todos os casos de dialetos são significativos o suficiente para alterar ou mudar o idioma...” (conclusão)
“Enquanto o que se espera das mulheres é exatamente o contrário...” (tempo)
“Nem todos os processos de variação culminam efetivamente em um caso de mudança na língua, mas, muitas vezes, a ocorrência de duas formas coexistentes acaba sendo substituída por apenas uma.” (oposição)
d)“Incluem-se nesse caso também diferentes falares que encontramos no Brasil comoos falares gaúcho, nordestino, carioca,o chamado dialeto caipira, etc.” (comparação)
7- Considerando as diferenças entre língua oral e língua escrita, assinale a opção que representa uma inadequação da linguagem usada ao contexto.
a)“O carro bateu e capotô, mas num deu pra vê direito” __ um pedestre que assistiu ao acidente comenta com o outro que vai passando.
b)“Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observação” __ alguém comenta em uma reunião de trabalho.
c)“Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de Secretária Executiva desta conceituada empresa” __ alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego.
d)“Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros” __ um professor universitário em um congresso internacional.
8-O texto que OBEDECE às regras de concordância verbal da norma-padrão é:
a) Com a alta dos juros, o saldo devedor dos financiamentos habitacionais deverão aumentar cerca de 6% caso a TR permaneça elevada por seis meses. Isso significa que uma dívida de R$62.867 aumentará para R$66.432 no período de dozes meses.	(O GLOBO - 13/9/98)
b) Dos dois mil eleitores de todo o país consultados pelo Ibope entre 6 e 10 de agosto, 22% disseram que costumam assistir ao programa até o fim e 30 %, algumas partes. Mas 33% desligam a TV e 9% mudam para o canal a cabo ou para o vídeo. Os maiores índices dos que assistem a todo o programa estão entre os de menor grau de instrução... (A GAZETA - 16/7/98) 
c) A utilização competente destes instrumentos processuais têm permitido que o judiciário, principalmente nos casos de vícios presumíveis nos editais de venda e transferência de controle das empresas estatais para empresas privadas, decidam (pre)liminarmente pela suspensão dos editais ou de cláusulas específicas. (O GLOBO - 26/7/98)
d) O Ministério da Saúde lançou ontem, no Rio, o Programa de Combate ao Câncer de Colo Uterino, que pretende atingir pelo menos 4 milhões de mulheres este ano. Entre as metas do programa estão a redução de incidência da doença e do número de óbitos motivados principalmente pela falta de um diagnóstico precoce. (O ESTADO DE MINAS - 1/8/98)
e) A redução das alíquotas do IPI vinha sendo pleiteada pelas montadoras desde novembro passado, quando foram elevadas em cinco pontos, dentro do pacote de ajuste fiscal do governo. Na época havia estimativas de que o aumento do IPI dos carros, em cinco pontos percentuais, e das bebidas, em dez pontos, proporcionariam uma arrecadação extra de R$800 milhões neste ano. (O ESTADO DE MINAS - 1/8/98)
9- Reescreva os trechos em destaque, usando o nível coloquial.
a) Isso é muito desagradável.
b) Mantenha-se calmo quando seu filho lhe perguntar algo sobre bebês.
c) Perca a esperança porque está claro que ninguém vai se acusar.
d) Controle-se, não fique nervoso com a bagunça que você vai encontrar.
10- Identifique o nível de linguagem usado nas frases abaixo:
Ela não está nem aí pro que você faz ou não.
Toda criança tem direito à moradia.
Criança acha melhor cair morta que dedurar os outros.
Segure a barra, moçada. O pior ainda vem.
V.Sª. precisa prestar mais atenção a esses problemas.
11- Reescreva as frases do exercício anterior, mudando o nível de linguagem.
12- Reelabore o diálogo abaixo, usando o nível formal.
__ Ô meu, vê se não me deixa numa furada. Essa de pagar mico toda hora já tá me azucrinando todo e mais, no arrasta-pé das minas lá no morro, não vai aprontar pra cima de mim.
__ Podes crer, irmão! Não vou deixar a peteca cair e nem dar mancada. O lance é o seguinte: a amizade aqui vai sacar uma mina que é um estouro e você vai ficar babando!
13- Casamento de classe média. Noivos: Suzana e Nestor.
Espaço: igreja repleta de convidados.
Cena: Encaminhamento normal da cerimônia até a hora do “sim”. Nestor diz “sim”. Todavia, quando chega a vez de Suzana, esta se levanta, encara as pessoas e diz: “Gente, eu pensei e não vai dar. Não quero me casar.”
Pânico geral. Burburinhos, gestos descontrolados. Os convidados se agitam. A mãe do noivo desmaia...
Considerando o nível de linguagem, escolha quatro das personagens abaixo e imagine que comentário fizeram.
- Padre _____________________________________________________________________________
- “Amiga fofoqueira ____________________________________________________________________
- Jornalista __________________________________________________________________________
- Casal de namorados adolescentes ______________________________________________________
- Avô de Nestor ______________________________________________________________________
- Marli, sobrinha de 10 anos _____________________________________________________________
ACENTUAÇÃO GRÁFICA - REGRAS BÁSICAS
1. Acentuam-se as palavras MONOSSÍLABAS TÔNICAS (que apresentam uma única sílaba, pronunciada com intensidade), terminadas em:
-a(s), -e(s), -o(s). 		Ex.: pé(s), pá(s), nó(s), mês, fé(s), má(s), etc.
2. Acentuam-se as palavras OXÍTONAS (a tonicidade recai sobre a última sílaba) terminadas em: 
-a(s), -e(s), -o(s), -em e –ens.		Ex.: sofá(s), Amapá, café(s), cipó(s), também, parabéns.
3. Acentuam-se as PAROXÍTONAS (a tonicidade recai sobre a penúltima sílaba)terminadas em-l, -n, -x, -r, -i(s), -u(s), -ão(s), -ã(s), -um, uns, -ps e ditongos seguidos ou não de –s.
Ex.: nível, hífen, tórax, caráter, júri(s), vírus, órgão, órfã(s), álbum, fóruns, bíceps, série, colégio, estágio, área(s), imundície, tábua(s).
4. Acentuam-se todas as palavras PROPAROXÍTONAS (a tonicidade recai sobre a antepenúltima sílaba).
Ex.: lâmpada, pêssego, ,âncora, esplêndido, zoológico, etc
OBSERVAÇÕES:
( As regras de acentuação relacionam-se com as terminações das palavras.
( Observe as regras dasoxítonas e das paroxítonas. Noteque as terminações que exigem acento nas oxítonas não exigem nas palavras paroxítonas e vice-versa, por isso não é necessário decorar o grande número de terminações que exigem acento nas paroxítonas. Basta que você conheça as regras das oxítonas, que são em número bem menor.
( Os monossílabos tônicos são acentuados como as oxítonas (só não levam acento se a palavra terminar com –em ou ens.
O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Com o objetivo de criar uma ortografia unificada para o português, a ser usada por todos os países de língua oficial portuguesa surgiu, então, Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, que entrou em vigor no Brasil em 2009.Os países que possuem o Português como língua oficial e participam desse Acordo são: Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor Leste.
MUDANÇAS NAS REGRAS DE ACENTUAÇÃO
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éie óidas palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba). 
Antes:			Depois 			Antes:			Depois 
colméia		colméia			heróico		heroico
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus,ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
2. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êeme ôo(s). 
Antes				Depois			Antes				Depois
Abençôo			abençoo		Perdôo				perdoo
Crêem				creem			Vêem				veem
TREMA
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui. 
Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Müller
MUDANÇAS NO ALFABETO - A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Y, Z (passa a ter 26 letras com a incorporação do K, Y e W).
ACENTO DIFERENCIAL - Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/ pela(s), pêlo(s)/pelo(s), e pêra/pera.
Como era: Para entregar as pizzas encomendadas por Carlinhos,Geraldo pára sua moto em frente ao sacolão. 
Como ficou: Para entregar as pizzas encomendadas por Carlinhos, Geraldo para sua moto em frente ao sacolão. 
1- Compare os seguintes pares de palavras e explique por que apenas uma delas é acentuada.
a)HÍFEN – HIFENS ___________________________________________________________________________________________
b) BELÉM- ITEM ___________________________________________________________________________________________
2- No texto que segue, algumas palavras foram transcritas sem o necessário acento gráfico. Identifique essas palavras, acentue-as e justifique a acentuação.
A miseria no Brasil ja tem o tamanho do Estado de São Paulo. Pesquisa elaborada pelo Instituto de Pesquisa Economica Aplicada (IPEA), da Secretaria de Planejamento da Presidencia da Republica, estima em 31.679.095 o numero de indigentes no país, o equivalente à população paulista. São 9,2 milhões de familias cuja renda permite, no maximo, a compra de uma cesta basica de alimentos por mes.
As historias desses brasileiros formam uma especie de manual de sobrevivencia.
3- (PUC SP) Assinale a opção em que os vocábulos obe​decem à mesma regra de acentuação gráfica:
a) terás/límpida			d) incêndio / também 
b) necessário/verás			e) extraordinário/ incêndio
c) dá-lhes / necessário			
4-Coloque o devido acento gráfico nas palavras abaixo, sempre que houver, procurando justificar seu uso.
1- quisesseis						26- obliquo
2- lampada						27- circuito
3- flor							28- cinquenta
4- juiz							29- necropsia
5- juizes						30- arcaico
6- destrui						31- heroico
8- permiti						32- ruim
9- quis							33- cafeina
10- destruiste						34- graudo
11- supos(ele)						35- arduo
12- amavel						36- para (ele)
13- femur						37- saiste
14- rubrica						38- saude
15- atras						39- papeizinhos
16- japones						40- sanguineo
17- japonesa						41- gratuito
18- louvassemos					42- recem
19- album						46- rubrica
23- hifens						47- detem (eles)
24- perua						48- cancer
25- protons						49- adeus
As questões 1, 2 e3referem-se ao pequeno fragmento histórico da Língua Portuguesa. 
Leia-o e observe-o com atenção. 
O português é o desenvolvimento do latim vulgar lusitânico, variante do latim vulgar levado pelos romanos, que invadiram a Península Ibérica em 218 a.C. Em 409, com a invasão dos germânicos (vândalos, suevos, e alanos), a unidade romana rompeu-se definitivamente: embora o latim escrito tenha resistido como língua de cultura, o latim falado diversificou-se rapidamente. Posteriormente (711), os árabes invadiram a península e dominaram com relativa facilidade, pois lá encontraram um povo de sucessivas invasões. A região entre o Douro e o Minho, campos de batalhas frequentes entre cristãos e árabes,era escassamente povoada. Para consolidar a posse desta região, D. Afonso IV de Castela instituiu em 1095 o Condado Portucalense (de onde deriva portucale, português) onde era falado o galego português. Esta língua foi levada pela reconquista para o sul atéAlgarve (séc. XIII). Por volta de 1350, época em que se extinguiu a escola literária galego-portuguesa, o português, já separando do galego por uma fronteira política, tornou-se a língua oficial de Portugal. Com a expansão ultramarina do séc. XVI, o português foi levado aos arquipélagos da madeira e dos Açores, à África, ao Brasil e à Ásia.
O português desenvolveu-se na faixa ocidental e na Península Ibérica. Atualmente é a língua oficial não só em Portugal e no Brasil, mas também dos territórios de São Tomé, Príncipe, Ilhas de Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Angola (África). E também falada na Ásia (Goa, Damão, Diu, Ceilão, Java, Malaca e Macau) sob a forma de dialetos crioulos.Fonte:http://www.vestibular1.com.br/ – 20/3/2009 – adaptado. 
1-Conforme fragmento, a origem e o crescimento da Língua Portuguesa, como latim vulgar lusitânico (ou lusitano)– termo empregado para designar os dialetos de uma língua nativa de um país ou localidade, no caso conjunto de povos de origem indo-europeia, habitando a porção oeste da Península Ibérica (hoje grande parte de Portugal) –, foram desenvolvidos, principalmente, 
a) pela Literatura do latim. 			b) pelas Artes do latim. 
c) pelas falas situacionais do latim.		d) pela questão clássica do latim. 
e) pelo fator formal criado para a conquista de outras regiões. 
2- Países onde se fala o português – ou têm o português como língua –, conforme Portugal, Brasil, São Tomé, Príncipe, Ilhas de Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e Angola, entre outras localidades, podem ser classificados como
a) lusos. 	b) lusófilos. 	c) lusitanos. 	d) lusófonos.		e) lusitânicos .
3- O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa*, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e em Timor Leste, iniciado no Brasil em 2008 e em vigor até 2011, apresenta algumas mudanças estabelecidas a seguir, EXCETO: 
a) Não se usa mais o hífen (–) quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Ex.: aeroespacial, autoescola, autoestrada e infraestrutura. 
b) Não se usa mais os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir. Ex.: Ele temdois carros ou Eles tem dois carros. / Ela vem passear ou Elas vem passear. 
c) O alfabeto passa a ter 26 letras, reintroduzidas as letras K, W e Y, passando a ser: A, B, C, D, E, F, G, H, I, J, K, L, M, N, O, P, Q, R, S, T, U, V, W, X, Ye Z. 
d) Não se usa mais o trema (¨) em palavras indicando gue, gui, que e qui. Ex.: aguentar, cinquenta, linguiçae ambiguidade. 
e) Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éie ói, das palavras paroxítonas. Ex.: Assembleia, boia, Coreia, europeia, estreia, ideia, jiboia e joia.
*Atenção!Esta questão apresenta apenas alguns exemplos das normas estabelecidas nas mudanças do Acordo Ortográfico. Consulte um guia prático que possa mostrar todas as alterações e a necessidade de já aplicarmos as novas regras no que é escrito. 
As questões 4e 5referem-se ao anúncio, a seguir, divulgado pela Coca-Cola – refrigerante conhecido e vendido em todo o mundo.
Fonte: http://farm1.static.flickr.com/161/353950707_cbb2f3a28c.jpg – 17/11/2009 – adaptado. 
4-Observando os discursos da linguagem não-verbal na propaganda da Coca-Cola, DESCREVA o principal motivo da inserção das imagens representadas por personagens que praticam os estilos musicais atuais – funk, samba, reggae e rap – dentro da garrafinha do refrigerante Coca-Cola. 
5- Slogan constitui um tipo de frase breve, incisiva e penetrante, usada em publicidade e propaganda.
a) EXPLIQUE a inferência que podemos destacar em relação ao slogan utilizado no anúncio: Viva o lado Coca-Cola da música. 
b) IDENTIFIQUE a tipologia textual associada. 
(UEM – Universidade Estadual de Maringá/PR – 2006 – adaptado) 
O fragmento a seguir foi retirado da entrevista concedida por Arnaldo Jabor ao jornal O Estado de S. Paulo, por ocasião dolançamento de seu novo livro Pornopolítica.
A política hoje é pornô?
É uma pornografia. Sabíamos da corrupção, das contradições brasileiras, mas desconhecíamos sua extensão. Vivemos um momento histórico muito importante, que é a descoberta de um país que não sabíamos que existia. Estamos muito maisinstruídos hoje que há 4, 5 anos. Entendemos muito mais de Brasil do que entendíamos e essa é a grande importância domomento que vivemos.
(Extraído do jornal O Estado de S. Paulo, 21/8/06, Caderno 2.)
Pornografia. [Do gr. Pornográphos, ‘autor de escritos pornográficos’, + ia.] S.f. 1. Tratado acerca da prostituição.2. Figura(s), fotografia(s), filme(s), espetáculo(s), obra literária ou de arte, etc., relativos a, ou que tratam de coisasou assuntos obscenos ou licenciosos, capazes de motivar ou explorar o lado sexual do indivíduo. 3. Devassidão,libidinagem.
(Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 3. ed. Curitiba, 2004.)
6- DESTAQUE,das definições fornecidas pelo dicionário, qual(is) a(s) que justifica(m) o título da obra de Arnaldo Jabor – Pornopolítica. JUSTIFIQUE sua resposta
FedExé uma empresa estadunidense de transporte expresso de correspondências, documentos e objetos oferecendo ainda vários serviços de logística (ajuste de transporte). O termo FedExé um acrônimo (sigla formada pelas letras inicias de uma expressão com mais de uma palavra) do nome original da empresa Federal Express. 
Leia o anúncio de uma propaganda a seguir, divulgado pela FedEX, e responda :
Fonte: http://issovira.blogspot.com/2011/03/propagandas-criativas-midia-impressa.html– 25/5/2011 – adaptado.
7- A expressão e a comunicação da FedEx ao seu público-alvo, de forma a alcançá-lo, é usada em uma língua que envolve
A) unicamentea linguagem não-verbal. B) unicamentea linguagem verbal. 
C) a linguagem verbal e a linguagem não-verbal. D) a variedade linguística na união de dois países. 
E) a analogia dos gêneros: o masculino e o feminino. 
8- Domínio Discursivo é um espaço de produção discursiva ou de atividade humana que propicia o surgimento de discursos específicos, como o Jurídico, o Jornalístico, o Científico, o da Saúde, o Industrial, entre vários. O anúncio divulgado pela FedEx é uma instância que pertence ao Domínio 
A) do Lazer. 	B) do Esporte. 		C) Publicitário.		D)Ficcional. 		E) Comercial. 
9- A FedEx é uma empresa estadunidense de transporte expresso e busca persuadir os interlocutores por meio do anúncio e conquistar novos clientes em vários países do mundo. Assim, a imagem transmitida no anúncio mostra-nos, implicitamente, a capacidade da empresa quando apresenta a
A) destreza numa entrega: da “personagem” nos EUA à “personagem” na América do Sul. 
B) simplicidade no trabalho logístico desenvolvido: de janela para janela; casa para casa. 
C) visibilidade para os acessos nos contatos previstos: site, fedex.com,eo 0800 7033339. 
D) harmonia entre os países diferentes na Teoria dos Mundos: do primeiro ao terceiro. 
E) logomarca em dois pontos: ‘FedEx Express’ no produto entregue, e à direita no anúncio. 
“Os livros não são capazes de mudar o mundo, quem muda o mundo são as pessoas,
				os livros só mudam pessoas”
 Mário Quintana
OS DIFERENTES NÍVEIS DE LEITURA
				Por: Andréa Machado e Edson Teixeira 
	Ler é uma atividade muito mais complexa do que a simples interpretação dos símbolos gráficos, de códigos,requer que o indivíduo seja capaz de interpretar o material lido, comparando-o e incorporando-o à sua bagagem pessoal, ou seja, requer que o indivíduo mantenha um comportamento ativo diante da leitura. 
	Para que isso aconteça, é necessário que haja maturidade para a compreensão do material lido, senão
tudo cairá no esquecimento ou ficará armazenado em nossa memória sem uso, até que tenhamos condições cognitivas para utilizar.
	De uma forma geral, passamos por diferentes níveis ou etapas até termos condições de aproveitar totalmente o assunto lido. Essas etapas ou níveis são cumulativas e vão sendo adquiridas pela vida, estando presente em praticamente toda a nossa leitura
O PRIMEIRO NÍVEL é elementar e diz respeito ao período de alfabetização. Ler é uma capacidade cerebral muito sofisticada e requer experiência: não basta apenas conhecermos os códigos, a gramática, 
a semântica – é preciso que tenhamos um bom domínio da língua.
	O SEGUNDO NÍVEL é a pré-leitura ou leitura inspecional. Tem duas funções específicas: primeiro, prevenir para que a leitura posterior não nos surpreenda e, sendo, para que tenhamos chance de escolher qual material leremos, efetivamente. Trata-se, na verdade, de nossa primeira impressão sobre o livro. 
É a leitura que comumente desenvolvemos “nas livrarias”.
Nela, por meio do salteio de partes, respondem basicamente às seguintes perguntas:
 Por que ler este livro? Será uma leitura útil? 
 Dentro de que contexto ele poderá se enquadrar? 
Essas perguntas devem ser revistas durante as etapas que se seguem, procurando usar de imparcialidade quanto ao ponto de vista do autor, e o assunto, evitando preconceitos. Se você se propuser a ler um livro sem interesse, com olhar crítico, rejeitando-o antes de conhecê-lo, provavelmente o aproveitamento será muito baixo.
LER É
armazenar informações; desenvolver;
ampliar horizontes; compreender o mundo;
comunicar-se melhor; escrever melhor;
relacionar-se melhor com o outro.
Pré-leitura 
Nome do livro Autor
Dados bibliográficos Prefácio e índice 
Prólogo e introdução 
Os passos da pré-leitura
	O primeiro passo é memorizar o nome do autor e a edição do livro, fazer um folheio sistemático: ler o prefácio e o índice (ou sumário), analisar um pouco da história que deu origem ao livro, ver o número 
da edição e o ano de publicação. 
	Se falarmos em ler um Machado de Assis, um Júlio Verne, um Jorge Amado, já estaremos sabendo muito sobre o livro, não é? É muito importante verificar estes dados para enquadrarmos o livro na cronologia 
dos fatos e na atualidade das informações que ele contém. 
Verifique detalhes que possam contribuir para a coleta do maior número de informações possível. 
Tudo isso vai ser útil quando formos arquivar os dados lidos no nosso arquivo mental!
A propósito, você sabe o que seja um prólogo, um prefácio e uma introdução? 
Muita gente pensa que os três são a mesma coisa, mas não:
PRÓLOGO: é um comentário feito pelo autor a respeito do tema e de sua experiência pessoal.
PREFÁCIO: é escrito por terceiros ou pelo próprio autor, referindo-se ao tema abordado no livro e
muitas vezes também tecendo comentários sobre o autor.
INTRODUÇÃO: escrita também pelo autor, referindo-se ao livro e não ao tema.
O segundo passo é fazer uma leitura superficial. Pode-se, nesse caso, aplicar as técnicas da leitura dinâmica.
	O TERCEIRO NÍVEL é conhecido como analítico. Depois de vasculharmos bem o livro na pré-leitura, analisamos o livro. Para isso, é imprescindível que saibamos em qual gênero o livro se enquadra: trata-se de um romance, um tratado, um livro de pesquisa e, neste caso, existe apenas teoria ou são inseridas práticas e exemplos. 
	No caso de ser um livro teórico, que requeira memorização, procure criar imagens mentais sobre o assunto, ou seja, VEJA, realmente, o que está lendo, dando vida e muita criatividade ao assunto. Note bem: a leitura efetiva vai acontecer nesta fase, e a primeira coisa a fazer é ser capaz de resumir o assunto do livro em duas frases. 
Já temos algum conteúdo para isso, pois o encadeamento das idéias já é de nosso conhecimento. Procure, agora, ler bem o livro, do início ao fim. Esta é a leitura efetiva, aproveite bem este momento!
Fique atento!
	Aproveite todas as informações que a pré-leitura ofereceu.
Não pare a leitura para buscar significados de palavras em dicionários ou sublinhar textos – isto será feito em outro momento!
O QUARTO NÍVELde leitura é o denominado de controle. Trata-se de uma leitura com a qual vamos efetivamente acabar com qualquer dúvida que ainda persista. Normalmente, os termos desconhecidos de um texto são explicitadosneste próprio texto, à medida que vamos adiantando a leitura. Um mecanismo psicológico fará com que fiquemos com aquela dúvida incomodando-nos até que tenhamos a resposta. Caso não haja explicação no texto, será na etapa do controle que lançaremos mão do dicionário.
	Veja bem: a esta altura já conhecemos bem o livro e o ato de interromper a leitura não vai fragmentar a compreensão do assunto como um todo. Será, também, nessa etapa que sublinharemos os tópicos importantes, se necessário.
	Para ressaltar trechos importantes opte por um sinal discreto próximo a eles, visandoprincipalmente a marcar o local do texto em que se encontra, obrigando-o a fixar a cronologia e a sequência deste fato importante, situando-o no livro.
	Aproveite bem esta etapa de leitura!
	Para auxiliar no estudo, é interessante que, ao final da leitura de cada capítulo, você faça um breve resumo com suas próprias palavras de tudo o que foi lido.
	Um QUINTO NÍVEL pode ser opcional: a etapa da repetição aplicada. Quando lemos, assimilamos o conteúdo do texto, mas aprendizagem efetiva vai requerer que tenhamos prática, ou seja, que tenhamos experiência do que foi lido na vida. Você só pode compreender conceitos que tenha visto em seu cotidiano. Nada como unir a teoria à prática. 
	Na leitura, quando não passamos pela etapa da repetição aplicada, ficamos muitas vezes sujeitosàqueles brancos quando queremos evocar o assunto. Para evitar isso, faça resumos! Observe agora os trechos sublinhados do livro e os resumos de cada capítulo, trace um diagrama sobre o livro, esforce-se para traduzi-lo com suas próprias palavras. Procure associar o assunto lido com alguma experiência já vivida ou tente exemplificá-lo com algo concreto, como se fosse um professor e o estivesse ensinando para uma turma de alunos interessados. 
	É importante lembrar que esquecemos mais nas próximas 8 horas do que nos 30 dias posteriores. Isto quer dizer que devemos fazer pausas durante a leitura e ao retornarmos ao livro, consultamos os resumos. Não pense que é um exercício monótono! Nós somos capazes de realizar diariamente exercícios físicos com o propósito de melhorar a aparência e a saúde. 
	Pois bem, embora não tenhamos condições de ver com o que se apresenta nossa mente, somos capazes de senti-la quando melhoramos nossas aptidões como o raciocínio, a prontidão de informações e, obviamente, nossos conhecimentos intelectuais. Vale a pena se esforçar no início e criar um método de leitura eficiente e rápido. 			
				ENTÃO... BOA LEITURA!!
				A LEITURADE JORNAIS NOS TORNA ESTÚPIDOS?
							Rubem Alves
	O nome não me era estranho. Eu já o vira de relance em algum jornal ou revista . Mas não me interessei. Aquele nome para mim não passava de um bolso vazio. Eu não tinha a menor ideia do que havia dentro dele. Sou seletivo em minhas leituras. Leio gastronomicamente. Diante de jornais ou revistas eu me comporto da mesma forma como diante de uma mesa de bufê. Provo muito. Rejeito muito. Escolho poucas coisas. Concordo com Zaratustra: “Mastigar e digerir tudo, essa é uma maneira suína”.
	Aquele bolso devia estar cheio de coisas dignas de serem comidas, caso contrário não teria sido oferecido como banquete nas páginas amarelas de “Veja”. Mas eu não comi. Aí um amigo me enviou por e-mail cópia de uma crônica do Arnaldo Jabor a propósito do dito nome. Crônica que li e de que gostei: sou amante de pimentas e jilós.
	Senti-me parecido com o Mr. Gardner do filme “Muito Além do Jardim”, com Peter Sellers. Mr. Gardner jamais lia jornais e revistas.Fui até minha secretária e lhe perguntei, envergonhado, temeroso de que ela tivesse visto o dito filme e me identificasse com o Sr. Gardner. “ Natália, quem é Adriane Galisteu? Era o nome do bolso vazio. Ela deu uma risadinha e me explicou.
	À medida que ela me explicava, as coisas que eu havia lido começavam a fazer sentido e eu me lembrei de uma história que minha mãe me contava: uma princesinha linda que quando falava, de sua boca saltavam rãs, sapos, minhocas, cobras, lagartos...
	Terminada a explicação, fiquei feliz por não ter lido. Lembrei-me de Schopenhauer: “ No que se refere a nossas leituras, a arte de não ler é sumamente importante. Essa arte consiste em nem sequer folhear o que ocupa o grande público. Para ler o bom, uma condição é não ler o ruim: porque a vida é curta, e o tempo e a energia, escassos...” Existirá a possibilidade de que a leitura de jornais nos torne estúpidos?
	O que está em jogo não é a dita senhora, que pode pensar o que lhe for possível pensar. O que está em jogo é o papel da imprensa. Qual a filosofia que a mova ao selecionar comida como essa que será servida ao povo?
	A resposta é tradicional: “ A missão da imprensa é informar.” Pensa-se que, ao informar, a imprensa educa. Falso. Há milhares de coisas acontecendo e seria impossível informar tudo. É preciso escolher. As escolhas que a imprensa faz revela o que ela pensa do gosto gastronômico dos seus leitores. Jornais são refeições, bufês de notícias selecionadas segundo um gosto preciso.
	Se o filósofo alemão Ludwig Feuerbach estava certo ao afirmar que “ somos o que comemos”, será forçoso concluir que, ao servir refeições de notícias ao povo, os jornais realizam uma magia perversa com os leitores: depois de comer eles serão iguais àquilo que leram.
	Faz tempo que parei de ler jornais. Leio, sim, movido pelo espírito apressado da leitura dinâmica; apressadamente, deslizando meus olhos pelas manchetes para saber não o que está acontecendo, mas para ficar a par do menu das conversas estabelecidas pelos jornais.
	Muita coisa importante e deliciosa acontece sem virar notícia, por não combinar com o gosto gastronômico dos leitores. Se não fizer isso, ficarei excluído das rodas de conversa, por falta de informações. Parei de ler jornais não por não gostar de ler, mas precisamente porque gosto de ler.
	As notícias dos jornais são incompatíveis com meus hábitos gastronômicos: leio bovinamente, vagarosamente, como quem pasta... ruminando. O prazer da leitura, para mim,está não naquilo que leio. Ler, só ler, é parar de pensar. É pensar os pensamentos dos outros. E quem fica o tempo todo pensando o pensamento de outros acaba desaprendendo a pensar os próprios pensamentos: outra lição de Schopenhauer.
	Pensar não é ter informações. Pensar é o que se faz com as informações. Pensar é dançar com o pensamento, apoiando os pés no texto lido: é isso que me dá prazer. Suspeito que a leitura meticulosa e detalhada das informações tenha, frequentemente, a função psicológica de tornar desnecessário o pensamento. Quem não sabe dançar corre sempre o perigo de escorregar e cair... Assim, ao se entupir de notícias como o comilão grosseiro que de entope de comida, o leitor se livra do trabalho de pensar.
	A maioria das notícias de jornais, eu não sei o que fazer com elas. Por nãoentendê-las. Penso: se eu não entendo a notícia que leio, o que acontecerá com o “povão”? Outras notícias só fazem explicar o que já se sabe. Detalhes cada vez mais minuciosos, as tramoias políticas e econômicas de um Maluf, de um Jader, nada acrescentam ao já sabido. Esse gosto pelo detalhe escabroso deriva da pornografia, que extrai os seus prazeres da contemplação dos detalhes sórdidos, que são sempre os mesmos.
	A dita reportagem sobre a tal senhora e as notícias sobre Jader e Maluf atendem às mesmas preferências gastronômicas. Será que as notícias são selecionadas para dar prazer aos gostos suínos da alma? E os suplementos culturais? Deveriam se chamar suplementos para os eruditos. É preciso ter doutorado para os entender. Não é comida para as pessoas comuns. Pessoas do povão nem mesmo os abrem.
	Ao final de sua crônica, o Arnaldo Jabor dá um grito: “ Os órgãos da imprensa devem ter um papel transformador na sociedade.” De acordo. Dizendodo meu jeito: os órgãos de imprensa têm que contribuir para a educação do povo. Mas educar não é informar. Educar é ensinar a pensar. Os jornais ensinam a pensar? Repito a pergunta: Será que a leitura dos jornais nos torna estúpidos? 
Rubem Alves, 67, educador, psicanalista e escritor, é professor emérito de Unicamp –autor de, entre outros, 
A Escola que Sempre Sonhei sem Imaginar que Pudesse Existir. 
ESTRATÉGIA DE LEITURA			
Os Três Olhares
	Costuma-se ignorar, quase que a todo o instante, os “sinais” que recebemos/percebemos em nosso dia-a-dia. Direcionamos nossa atenção ao que nos interessa de fato e não damos importância ao que parece “marginal”.Contudo, os sinais podem ser tratados como forma de elaboração do pensamento em sala de aula. Apresentaremos agora uma técnica que pode ser aplicada à leitura e produção textual dos mais diversos tipos de texto: jornalístico, poético, narrativo, um conto, uma tira de quadrinhos. Para percebermos os sinais que recebemos todos os dias, precisamos exercitar nosso olhar e construirmos o pensamento (e o texto) por meio do olhar e, consequentemente, da palavra.
	Com a metodologia dos Três Olhares, podemos exercitar os três momentos do “pensar”: a apreensão, a compreensão e a conceituação/síntese.
	A apreensão baseia-se em ver os elementos significativos do texto; a compreensão em dar sentido aos elementos levantados e a conceituação em incorporar esses elementos à nossa realidade.
	É uma metodologia que usamos em nosso dia-a-dia sem dar-lhe a devida importância, quase intuitivamente. Exemplificando, podemos compará-las às etapas que percorremos quando conhecemos alguém, ou seja:
a) num primeiro encontro, observamos a pessoa em suas características externas, físicas, pessoais;
b) no segundo encontro, já tecemos alguns comentários sobre apersonalidade daquela pessoa. Passamos a conhecê-la melhor e ela já faz sentido para nós;
c) no terceiro encontro, nos identificamos com ela. Tem início um processo deconhecimento mais profundo. Há um cruzar de sentidos. Assim, também, acontece com relação ao objeto (imagem, figura, texto). Identificar um objeto e inteirar-se com ele tem a ver com o levantamento daspossibilidades, das suspeitas. É necessário dar um significado a ele e trazê-lo para a nossa realidade, contextualizar. 
Metodologias e Técnicas
1º Olhar: é o ENCONTRO com o objeto. É VER o objeto e fazer a COLHEITA de:sinais significativos, sugestões, coisas diferentes, suspeitas.Técnica: O que o objeto mostra? O autor se refere a quê? O objeto trabalha sobre
o quê? Que suspeitas ele abre? Parece com o quê? O que é?
2º Olhar: é o olhar da DEVASSA. É o ACOLHIMENTO do que se viu no objeto. É aceitar e reconhecer sentido entre a vida vivida e a representada. É um JULGAR, um olhar analítico.
Técnica: Há uma sequência lógica? De que forma se criam as imagens e que significados elas têm?
3º Olhar: é o olhar do MERGULHO no objeto. É hora de RECOLHIMENTO. AINTERAÇÃO e o AGIR. 
Da INTIMIDADE com o objeto.
Agora vamos ler as análises dos textos abaixo percebendo que foi feita através da metodologia dos três olhares com pequenas diferenças:
				O Lobo e o Cordeiro
Vamos mostrar que a razão do mais forte é sempre a melhor. 
Um cordeiro matava a sede numa corrente de água pura, quando chega um lobo cuja fome o levava a buscar caça. 
	- Que atrevimento é esse de sujar a água que estou bebendo? – diz enfurecido o lobo. – Você será castigadopor essa temeridade.
- Senhor – respondeu o cordeiro -, que Vossa Majestade não se encolerize e leve em conta que estou bebendo vinte passos mais abaixo que oSenhor. Não posso, pois, sujar a água que está bebendo.
-Você a suja – diz o cruel animal. – Sei que você falou mal de mimno ano passado.
- Como eu poderia tê-lo feito, se não havia sequer nascido? – respondeu o cordeiro. – Eu ainda mamo.
- Se não foi você, foi seu irmão.
- Eu não tenho irmãos.
- Então, foi alguém dos seus, porque todos vocês, inclusive pastores e cães, não me poupam. Disseram-me isso e, portanto, preciso vingar-me.
Sem fazer nenhuma outra forma de julgamento, o lobo pegou o cordeiro, estraçalhou-o e devorou-o.
A primeira questão que se pode propor quando se lêuma fábula é a seguinte: ela é a história de bichos ou de gente? O leitor poderia responder precipitadamente: de gente, é claro. Se lhe perguntássemos como é que elesabe disso, certamente responderia que lhe ensinaram na escola que as fábulas contam histórias de seres humanos representados por animais, plantas etc. Caberia então a pergunta: como é que os estudiosos chegaram a essa conclusão? Inferiram-na do fato de que há nos textos uma reiteração de traços semânticos, isto é, de elementos que compõem o significadodas palavras, que obriga a ler o texto de uma dada maneira.
Vejamos o que ocorre em nossa fábula. Inicialmente, temos dois animais: o lobo e o cordeiro. Poderíamos, então, pensar que se trata de uma história de bichos. No entanto, atribuem-se a eles procedimentos próprios dos seres humanos (dizer, castigar, responder, encolerizar-se, falar mal, não poupar, vingar-se), qualidades e estados exclusivos dos homens (enfurecido, temeridade, ter irmãos), formas de tratamento utilizadas nas relações sociais estabelecidas entre os humanos (Senhor, Vossa Majestade, você). Essa repetição, essa recorrência, essa reiteração do traço semântico humano desencadeia um novo plano de leitura. O primeiro plano de leitura é a história de animais. À medida, porém, que elementos com o traço humano se repetem, não se pode mais ler a fábula como uma história de bichos. Esses traços desencadeiam outro plano de leitura: o de uma história de homens. Nesse novo plano, o lobo é o homem forte que oprime o mais fraco, representado pelo cordeiro.
A recorrência de traços semânticos é que estabelecem que leituras devem ou podem ser feitas de um texto. Uma leitura não tem origem na intenção do leitor de interpretar o texto de uma dada maneira, mas está inscrita no texto como virtualidade, como possibilidade.
Lido de modo fragmentado, o texto pode parecer um aglomerado desconexo de frases a que o leitor dá o sentido que quiser e bem entender. Não é assim: há leituras que não estão de acordo com o texto e, por isso, não podem ser feitas. Mas talvez alguém perguntasse: um texto não pode aceitar múltiplas leituras? É verdade, pode admitir várias interpretações, mas não todas. São inaceitáveis as leituras que não estiverem de acordo com os traços de significado reiterados, repetidos, recorrentes ao longo do texto.
Há textos que possibilitam mais de uma leitura. Neles, as mesmas figuras têm mais de uma interpretação, segundo o plano de leitura em que forem analisadas. 
As anedotas, as frases maliciosas, de duplo sentido, os textos humorísticos jogam com dois planos de leitura. Neles, lê-se o que pertence a um plano em outro. 
Na anedota abaixo, por exemplo, enuncia-se a frase com uma entonação e ela é lida com outra.
A professora passou a lição de casa: fazer uma redação com o tema ‘Mãe só tem uma”.
No dia seguinte, cada aluno leu sua redação. Todas dizendo mais ou menos as mesmas coisas: a mãe nos
amamenta, é carinhosa conosco, é a rosa mais linda do nosso jardim etc. etc. etc. Portanto, mãe só tem uma...
Aí chegou a vez de o Juquinha ler sua redação:
“Domingo foi visita lá em casa. As visitas ficaram na sala. Elas ficaram com sede e minha mãe pediu para eu
ir buscar coca-cola. Aí eu gritei para minha mãe: ‘Mãe, só tem uma!’”.
Para que haja uma anedota, ou duplo sentido, é preciso que haja duas leituras em algum nível linguístico. 
Um texto pode ter várias leituras, bem como pode jogarcom leituras distintas para criar efeitos humorísticos. Entretanto, 
o leitor não pode atribuir-lhe o sentido que bem entender. Ele contém marcas de possibilidade de mais de um plano de significação. A primeira são as palavras com mais de um significado. Elas são chamadas relacionadores de leituras, pois apontam para mais de um plano de sentido. É o caso de Pelotas ou da frase Mãe só tem uma tomados em dois sentidos nas piadas acima. A outra são palavras ou expressões que não se integram no plano de leitura proposto e, por isso, desencadeiam outro plano de sentido. São denominadas desencadeadores de leituras. 
O leitor cauteloso abandona interpretações que não estejam apoiadas no texto e em suas recorrências.
Texto Comentado
O texto abaixo é um poema de Carlos Drummond de Andrade:
A Noite Dissolve os Homens
A noite desceu. Que noite!			Aurora,
Já não enxergo meus irmãos.			entretanto eu te diviso, ainda tímida, 
E nem tampouco os rumores 		inexperiente das luzes que vais acenderque outrora me perturbavam. 		e dos bens que repartirás com todos os homens.
A noite desceu. Nas casas, 			Sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações,
nas ruas onde se combate, 			adivinho-te que sobes, vapor róseo, expulsando a treva noturna.
nos campos desfalecidos, 			O triste mundo fascista se decompõe ao contato de teus dedos, 
a noite espalhou o medo 			teus dedos frios, que ainda não se modelaram 
e a total incompreensão. 			mas que avançam na escuridão como um sinal verde e peremptório. (decisivo)
A noite caiu. Tremenda, 			Minha fadiga encontrará em ti o seu termo, 
sem esperança... Os suspiros 		minha carne estremece na certeza de tua vinda.
acusam a presença negra 			O suor é um óleo suave, as mãos dos sobreviventes se enlaçam, 
que paralisa os guerreiros.			os corpos hirtos adquirem uma fluidez, 
E o amor não abrecaminho 			uma inocência, um perdão simples e macio...
na noite. A noite é mortal, 			Havemos de amanhecer. O mundo
completa, sem reticências, 			se tinge com as tintas da antemanhã 
a noite dissolve os homens, 			e o sangue que escorre é doce, de tão necessário 
diz que é inútil sofrer, 			para colorir tuas pálidas faces, aurora.
a noite dissolve as pátrias,
apagou os almirantes 
cintilantes! nas suas fardas.
 A noite anoiteceu tudo... 
O mundo não tem remédio. 
Os suicidas tinham razão. 
	O poema constitui-se em torno de três imagens: duas explícitas (noite e aurora) e uma implícita (manhã).
A primeira é a noite. Vai-se mostrando a chegada da noite numa gradação: desceu, caiu, anoiteceu. O último verbo indica que nada escapa à escuridão. A noite implica a dissolução de tudo: não se pode ver e não se pode ouvir. Ela espalha o medo e a incompreensão. A segunda imagem é a aurora, que é o momento da transformação das trevas em luz. É certo que a luz virá, mas a aurora é ainda indecisa. A terceira é a manhã, o momento de luminosidade plena. O texto é construído sobre a oposição escuridão X luminosidade.
 O primeiro plano de leituraestá estabelecido: a descida da noite com a escuridão e, depois, o aparecimento da aurora, que prenuncia a manhã. Trata-se de um nível de sentido cosmográfico. Há, no entanto, uma série de passagens que não se encaixam no plano de leitura proposto. O que são as ruas onde se combate, os campos desfalecidos, os guerreiros? Por que a aurora sobe sob o úmido véu de raivas, queixas e humilhações? Épreciso estabelecer um outro plano de leitura para explicar tudo isso. O verso O triste mundo fascista se decompõe ao contato de teus dedos desencadeia um plano de leitura política do tema e ele ilumina-se. A noite é o período do domínio do nazi-fascismo no mundo. Foi uma noite mortal, porque produziu uma guerra mundial, espalhou o medo, as perseguições e as intolerâncias, bloqueou o caminho para os bons sentimentos, que pareciam não ter mais lugar no mundo. Ela dissolveu as pátrias, porque os fascistas tomaram muitos países. Foi uma noite sem esperança, uma vez que parecia que esse domínio duraria mil anos. Diante dessa desesperança, parece que as únicas atitudes a tomar são a indiferença (é inútil sofrer), a resignação (o mundo não tem remédio) ou o desespero (os suicidas tinham razão).
A manhã é o mundo democrático. A aurora é o momento de transição do mundo fascista para o democrático. Os aliados começam a ganhar a guerra e a fazer recuar os nazi-fascistas (treva). O sangue dos mortos na guerra é necessário para a vitória da democracia (colorir tuas pálidas faces, aurora). Ela começa a mostrar os primeiros sinais. A democraciaexpelirá o medo, abrirá caminho para o amor (as mãos dos sobreviventes se enlaçam), acabará com a fadiga da opressão. Depois da dureza da ditadura, haverá a flexibilidade da democracia. O mundo democrático ainda não está completamente configurado (inexperiente das luzes que vais acender e dos bens que repartirás com todos os homens; ainda se não modelaram), mas o poeta canta a certeza da sua vinda (avançam na escuridão como um sinal verde e peremptório; certeza de tua vinda; havemos de amanhecer; o mundo se tinge com tintas da antemanhã). 
O segundo plano de leitura trabalha com o par de contrários fascismo X democracia, homólogo à oposição morte X vida. 
O fascismo é morte, porque dissolve, porque é rigidez, a democracia é vida, porque é fluidez. 
Aplique a metodologia dos três olhares aos seguintes textos. Leia-os atentamente e faça uma análise competente:
TEXTO 01
			O (Des)classificado (Gil Carlos Pereira)
	Aquele anúncio deixado sobre o assento me perturbou muito. Eu sabia que haveria uma mudança. 
A situação era difícil. As coisas ultimamente estavam complicadas demais, principalmente após a morte de Jonas. Donana já não sabia o que fazer para manter a casa. Vendeu várias joias de família. Não deu. E agora mais essa.Vendo sofá fofinho, excelente para deitar;
Sonhar... e tal, motivo: mudança para quartinho
Onde só cabe o fundamental.
	Não esperava que isso fosse acontecer tão cedo. Há quanto tempo estava naquela casa. Já me considerava da família. De repente, tudo girou à minha volta. Tudo ficou de pernas para o ar.
	No início éramos só nós três: Jonas, Donana e eu. Quantas vezes as roupas foram jogadas no tapete e entre nós aquela cumplicidade silenciosa do encontro. De corpos entrelaçados. Coração batendo junto. Só respiração. O corpo saciado. A alma leve. Quantas noites. Dias. Sem culpas. Medo...
	Não demorou muito vieram as crianças: Joana e Douglas. Nova etapa. Eu era constantemente amassado, pisado. Brinquedos espalhados por todo canto. “Não pise aí, menina. Olha essa mão suja de chocolate . Xixi?” E eu ali, acompanhando de perto todas as estrepolias: topadas, tampinhas engolidas, corte no dedo, primeiro dia de aula... Primeiro namorado. O beijo escondido. As noites sem fim. “Gente, onde andaJoana? Três horas. A hora não passa.”Os quinze anos. A festa. Luzes por todos os lados. A valsa. O falatório. A risadinha. Fim de noite. E eu dividi com eles o cansaço de tudo. A ressaca de quem mergulhou fundo na felicidade.
	A vida foi passando. As coisas foram passando. As pessoas.
	O vestibular.
	O noivado. Aborrecimento.
	Casamento.
	Separação.
	As noites vazias: quantaslágrimas recolhi e continuam guardadas em mim. Silenciosamente. No aconchego das almofadas. Na maciez de meus braços. Sempreabertos . À espera.
	Pudesse eu parava o tempo. Certamente enfrentaria outras tempestades. Romperia novos nevoeiros. Descortinaria outras cenas. Mas o tempo... O tempo é breve.
	Jonas já morreu. A vida ficou sem graça. Meu companheiro de todas as tardes se foi. O silêncioera doloroso mas suportável . Donana foi perdendo o controle das coisas. Das pessoas. Da alegria. A casa parecia ninho sem filhotes. Mesmo assim, ali estava eu, quieto no meu lugar. Na (aparente) calma de quem nasceu para servir.
	Triiimmm! Triiimmmm! Alguém chamava.
-	É aqui que estão vendendo um sofá?
TEXTO 02
CILADA VERBAL (Affonso Romano de Sant´Anna)
Há vários modos de matar um homem:
Com o tiro, a fome
A espada
Ou com a palavra
ENVENENADA.
Não é preciso força.
Basta que a boca solte
A frase engatilhada 
E o outro morre 
- na sintaxe da
EMBOSCADA.
TEXTO 3
PROVÉRBIO REVISTO ( Newton de Lucca)
A voz do povo
É a voz de Deus
Que povo?
Que Deus?
O que beijou Stalin?
O que delirou com Hitler?
Ou o que soltou Barrabás?
( Será que Deus já não teria se enforcado em suas próprias cordas vocais?)
____________________________________________________________
A circulação social dos textos
Exercícios de interpretação
1- Leia o texto e complete-o corretamente:
					A ALMA DA FOME É A POLÍTICA
	A fome é exclusão. Da terra, da renda, do emprego, do salário, da educação, da economia, da vida e da cidadania. Quando uma pessoa chega a não ter o que ____________éporque tudo o mais já lhe foi negado. É uma _______________ de cerceamentomoderno ou de exílio. A MORTE EM VIDA. E exílio da terra. A alma da fome é a política.
	A história do Brasil pode ser __________________ de vários modos e sob ________________ ângulos, mas para a maioria ela é a ________________ da indústria da fome e da miséria. Um modo perverso de dividir o mundo em dois, produzindo um gigantesco apartheid.
Nesse campo, fizemos ______________ milagres de desenvolvimento . Um dos maiores PIB do mundo_________________ com a pobrezae a miséria mais espantosa. Aqui não houve lugar para o acaso. Tudo foi produzido como obra calculada. Fria.
	O resultado está aí diante dos olhos de todos. Uma parte ostensiva, rica, branca, educada, motorizada, dolarizada. Outra parte imensa na sombra, negra, analfabeta, dando duro todos os dias, comendo o pão que o diabo amassou em cruzeiros, reais. Dois __________________ no mesmo país , na mesma cidade, muito próximos pela geografia e infinitamente________________ como experiência de humanidade.
			(....)
	É gente que começa o dia_______________ o que comere que chega à noite sem nada. Pode-se imaginar o quadro _______________é o de todo dia para milhões de seres humanos: a fome de comidae de tudo. Há essa ________________ da vida da humanidade é incrível que isso aconteça. Como morrer de ___________________ ao lado de70 milhões de toneladas de grãos, de 8,5 milhões de hectares de terra, se todos estes brasileiros _____________________ ficariam saciados só com os 20% do desperdício? 
			(...)
	É assustador perceber com que naturalidade fomos virando um país de miseráveis, com que _________________fomos produzindo milhões de indigentes. Acabar com esta naturalidade, recuperar o sentido da indignação frente à degradação humana, reabsolutizar a pessoa como ___________________ e eixo da vida e da ação política é _______________
Para transformar a luta contra a fome e a misérianum imenso processo de _______________ do Brasil e de nossa própria dignidade. Por isso acabar com a fome não é só dar comida, e acabar com a _________________ não é só gerar emprego; é reconstruirradicalmente toda a sociedade, começando por incorporar agora 32 milhões de seres humanos ao mapa da ____________________.
			(...)
	 Por isso o _______________ de solidariedade, por menor que seja, é tão importante É um primeiro movimento no sentido oposto a tudo que se produziu até agora. Uma mudança de paradigma, de norte, de eixo, o começo de algo totalmente diferente. Como um olhar novo que ____________________ todas as relações, teorias, propostas, valores e prática, restabelecendo as basesde uma reconstrução radical de toda a ________________
Se a exclusão produziu a miséria, a _______________ destruirá a produção da miséria, produzirá a cidadania plena, geral e irrestrita. Democrática.
			(...)
	Se a indiferença construiu esse apartheid monstruoso, a solidariedade vai destruir suas bases. E essa energia existe com uma força surpreendenteentre nós, uma força capaz de contagiar quem menos espera e de ________________ uma nova cultura, a do reencontro. 
	(...)
	Há uma ________________força de mudança no ar, na terra. Há um _________________ poderoso, tecendo a novidade através de milhares de gestos de encontro. Há fome ___________________ entre nós , por sorte ou por virtude de um povo que ainda é capaz de sentir , de mudar e de impedir que se consume o desastre , o suicídio social de um país chamado Brasil. 
( Artigo publicado no Jornal do Brasil, 12 set. 1993 Herbert de Souza e Carla Rodrigues, Ética e Cidadania, São Paulo, Moderna, 1995 p. 22 a 25) 
Leia o artigo a seguir e responda às questões 01, 02 e 03. 
Qual a diferença entre racismo e preconceito racial?
O “preconceito” é um (pré)conceito, uma pré noção, algo que se “estrutura” como “noção”, como “conceito” sem ter passado pelo crivo da inteligência, da reflexão. Na vida do ser humano, tudo é baseado em “conceitos”. O conceito de “bom”, de “ruim”, “belo”, “sociedade”, “ciência”, “trabalho”, “casa”, “amor”, “religião”, “língua”. Todas as palavras que emitimos expressam conceitos. Inúmeras vezes lançamos mão de conceitos que são, na verdade, pré-conceitos. E quando é que uma “ideia” é pré-conceito? Quando se assenta sobre uma ideia errônea, equivocada, especialmente quando se assenta em “ouvi dizer”, “todo mundo diz isso”, “todo mundo pensa assim”... Essas, entre outras, são “ideias” de “senso comum” e, como tais, são sempre equivocadas.
[...]
No caso do preconceito racial, perpetrado historicamente no Brasil e no mundo, fez com que fossem subjugadas etnias, culturas, saberes. O preconceito racial é um preconceito que tem feito muito mal à humanidade. E, do preconceito ao racismo existe uma distância muito pequena, muito tênue. Ou, poderíamos dizer que não há diferença entre preconceito e racismo. Pois, se o preconceito se passa em nível interno (do ponto de vista do conhecimento – errôneo já dissemos), o racismo se passa em nível externo, do ponto de vista comportamental. E será quase impossível conseguirmos um comportamento não discriminatório, quando nosso pensamento, nossa vontade, nosso movimento é discriminatório.
Fonte: http://amaivos.uol.com.br/amaivos09/servicos/faq_resposta.asp?cod_canal=69&cod_pergunta=5316– 23/5/2011 – adaptado.
Crivo –s.m. Peneira de fio metálico; interação.
Ultrajar – v.t. Ofender fortemente, insultar.
Tênue – adj. Delgado, frágil..
1- No contexto, a palavra ‘preconceito’, relacionada à palavra conceito,significa um tipo de
A) racismo histórico. 	B) distinção biológica. 		C) conhecimento vasto. 
D) compreensão vaga. 	E) palavras emitidas. 
2- A conexão de sentido entre as palavras Preconceito e Racismo dá-se no meio social em virtude do conceito humano no nível
A) interno do conhecer. 	B) externo do conhecer. 		C) interno e no externo. 
D) de ação sociocultural. 	E) moral e no ideológico. 
3-Leia o período:Inúmeras vezes lançamos mão de conceitos que são, na verdade, pré-conceitos.
A palavra ‘inúmeras’é o ajuste feito no artigo com o substantivo ‘vezes’, o que chamamos de Concordância Nominal: termos da oração em sua adaptação. Essa concordância pertence à palavra ‘inúmero’, que quer dizer algo excessivo (que não se pode contar), e gramaticalmente é classificada como um(a) 
A) adjetivo. 	B) advérbio. 	C) preposição. 	D) pronome relativo. 	E) conjunção.
A charge a seguir aborda o tema “medicina no esporte”. Leia-a e responda a questão 04 
Fonte: http://rodolfolucena.folha.blog.uol.com.br/arch2006-11-01_2006-11-30.html– 23/5/2011 – adaptado.
4- A informação transmitida pela charge a respeito do trabalho realizado pela Medicina do Esporte é o(a) 
A) facilidade com o alongamento. 	B)força nos tecidos musculares. 
C) aumento da aptidão esportiva. 	D) ajuste entre o médico e o atleta.
E) beleza feminina nas entregas. 
Leia o poema a seguir, de Mário Quintana, e responda as questões propostas:
As civilizações desabam
por implosão
depois,
como um filme passando às avessas,
elas se erguem em câmera lenta do chão.
Não há de ser nada...
Os arqueólogos esperam, pacientemente,
a sua ocasião!
		Fonte: http://quintanaeterno.blogspot.com/2009/07/poemas-curtos.html – 25/5/2011 – adaptado.
civilizaçõesdesabampor implosão
5- Os dois versos do poema de Mário Quintana mostram pelo contexto que o desabamento de uma civilização ocorre em virtude da ocorrência de um fator
A) avesso, em criação.		B) incoerente e inapto. 			C) catastrófico, violento. 
D) externo, de explosão. 	E) interno, em si mesma. 
6-O objetivo que o poema apresenta em sentido figurado para o leitor é o(a) 
A) trabalho de uma pessoa que estuda os rastros antigos da sociedade. 
B) luta armada entre as nações ou entre partidos da mesma civilização. 
C) ausência de habilidade de uma pessoa ao sentir desgosto ou tristeza. 
D) conexão entre as experiências e as atitudes na vida de cada pessoa. 
E) ansiedade de uma pessoa (arqueólogo) para agir nas circunstâncias. 
O

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