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TEORIAS DO JORNALISMO TEORIA DO ESPELHO O JORNALISMO COMO ESPELHO DA REALIDADE • Inspira-se no Positivismo de Comte; • Traduz a ideia da fotografia e sua “reprodutibilidade técnica”; • Acredita e defende a objetividade do trabalho jornalístico; • Para esta corrente, o jornalista é um comunicador desinteressado e que conta “a verdade”, doa a quem doer. • Para o senso comum, é até hoje a concepção dominante no jornalismo ocidental. • Tem dois momentos históricos cruciais: 01. Meados do século 19: Nascimento do jornalismo informativo, que separa opinião de informação (reprodução); 02. Início do século 20: O jornalismo aparece associado à objetividade, aqui entendida como método criterioso de pesquisa e de checagem dos fatos. A teoria do espelho pressupõe que as notícias são como são porque a realidade assim as determina. TEORIA GATEKEEPER O JORNALISMO COMO CONSTRUÇÃO DA REALIDADE • Surge nos anos 50, nos EUA como uma forma de deferência ao jornalismo e ao seu poder; • Tem influencia da psicologia social (gatekeeper); • Acredita que o processo de produção da informação é um processo de escolhas no qual o fluxo de notícias tem que passar por diversos “gates” (portões) até a sua publicação; • Defende que há intencionalidade no jornalismo: o processo é subjetivo e arbitrário (ação pessoal, Shudson/1989)/ Mr. Gates (White: 1950). • A teoria esbarra em alguns limites: 2 a- Analisa a notícia apenas a partir de quem a produz; b- Esquece que as normas profissionais interferem no processo; c- Desconsidera a estrutura burocrática e a organização. A teoria do gatekeeper pressupõe que as notícias são como são porque os jornalistas assim as determinam. NEWSMAKING Constatação: há superabundância de fatos no cotidiano, sem organização do trabalho jornalístico é impossível produzir notícias. O PROCESSO DE PRODUÇÃO DA NOTÍCIA É PLANEJADO COMO UMA ROTINA INDUSTRIAL Os veículos de informação devem cumprir algumas tarefas neste processo: • Reconhecer entre os fatos, aqueles que podem ser notícia (seleção). • Elaborar formas de relatar os assuntos (abordagem/angulação). ORGANIZAR, temporal e espacialmente, o trabalho para que os acontecimentos noticiáveis possam ser trabalhos de maneira organizada. “Embora o jornalista seja participante ativo na construção da realidade, não há uma autonomia incondicional em sua prática profissional, mas sim a submissão a um planejamento produtivo. As normas ocupacionais teriam maior importância do que as preferências pessoais na seleção das notícias”. (PENA) O editor - que é um gatekeeper ao selecionar - fabrica o que vai ser notícia. O jornalismo de massa, ou o jornalismo produzido pela indústria cultural, é um jornalismo que serve aos interesses do capital e é produzido para reproduzir comportamentos e não para informar, no sentido que esperava-se do jornalismo. Isto porque quem mantém um jornal, geralmente está ligado a interesses comerciais de alguma empresa, grupo econômico, ou também tem relações implícitas com o Estado ou representantes de elites econômicas. Diante da IMPREVISIBILIDADE dos acontecimentos, as empresas jornalísticas precisam colocar ordem no tempo e no espaço. Para isso, estabelecem determinadas práticas unificadas na produção das notícias. É dessas práticas que se ocupa a teoria do newsmaking. TEORIA DO AGENDAMENTO (AGENDA-SETTING) Essa teoria diz que o público tende a considerar os assuntos veiculados na mídia como os mais importantes, "agendando" suas conversas por eles. As pessoas têm tendência para incluir ou excluir dos seus próprios conhecimentos aquilo que os mass media incluem ou excluem do seu próprio conteúdo. Além disso, o público tende a aquilo que esse conteúdo inclui uma importância que reflete de perto a ênfase atribuída pelos mass media aos acontecimentos, aos problemas, às pessoas. Agendamento = EM QUÊ, COMO E O QUÊ PENSAR TEORIA ORGANIZACIONAL Essa teoria trabalha com a ideia de mercado: a notícia aparece como um produto a venda. Nessa teoria a notícia sai do âmbito individual para o âmbito da organização jornalística, já que as normas da empresa sobrepõe aos valores individuais dos jornalistas. A Teoria da Organização pressupõe que as notícias são como são porque as empresas e organizações jornalísticas assim as determinam. Entende-se que o jornalista adequa-se à política do veículo não por existirem normas, mas por um processo de recompensa e punição, já que quando faz algo que a organização julga certo ele ganha uma recompensa e quando age de forma errada pelo julgamento da empresa ele é punido. Defende-se que a acomodação do jornalista na organização se dá por seis motivos: autoridade e sanções; hierarquia e referência superior; promoção profissional; ausência de conflitos de grupos; prazer pelo trabalho; notícias como valor estimulando a solidariedade (orgânica) entre os jornalistas da "direção" (ou a direção) e os da "redação". Mas o autor reconhece que o conformismo possa ser amenizado pelo sentimento de autonomia profissional da maioria dos jornalistas. Segundo ele existem cinco fatores que ajudam a iludir (ou fugir) o controle social da empresa. A falta de clareza de grande parte das normas presentes na política editorial, que costuma ser vaga ou pouco estruturada. As rotinas de produção da notícia, muitas vezes, escapam ao controle dos chefes, que não estão presentes durante a coleta e redação das informações. O jornalista pode privilegiar determinado entrevistado ou dar enfoque específico a um determinado assunto. Geralmente o jornalista acaba se tornando especialista em determinada área. E o chefe vai pensar duas vezes antes de interferir na reportagem dele. Principalmente, se a pauta for sugerida pelo próprio repórter. O jornalista pode ameaçar a chefia com a pressão do furo, alegando que o jornal concorrente deve publicar a matéria. O "estatuto de jornalista", que é uma espécie de star system da profissão. Aqueles que têm estatuto de estrela, como colunistas ou repórteres especiais, podem transgredir com mais facilidade a política editorial. CRITERIOS DE NOTICIABILIDADE Para que um determinado acontecimento se torne notícia, é necessário usar conceitos que utilizem ideias na produção noticiosa. Com frequência, utilizam-se os conceitos de noticiabilidade, valor-notícia e seleção de notícias. Todo o processo envolve a caracterização dos fatos, o julgamento pessoal do jornalista, as condições da empresa de mídia, a qualidade do material (texto e imagem), a relação com as fontes e com o público, os fatores éticos e circunstâncias históricas, políticas, econômicas e sociais. Temos então de considerar valor-notícia e seleção de notícias como conceitos exclusivos da noticiabilidade, porque o valor atribuído a determinado facto faz com que ele seja ou não selecionado para ser notícia.
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