Buscar

Maracatu-rural

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 1
 
 
 
 
 
TEXTOS DA INICIAÇÃO CIENTÍFICA. N˚ 4 
Orientação: Profª. Maria Laura Viveiros de Castro Cavalcanti 
Departamento de Antropologia Cultural 
 
 
O MARACATU RURAL EM PERNAMBUCO 
 
 
 
Suiá Arruda Omim 
Julho, 2004. 
suiachaves@gmail.com 
 
 
 
 Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 2
O Maracatu rural em Pernambuco 
 
 
Resumo: O trabalho examina o universo dos Maracatus de Baque Solto a partir de uma 
experiência etnográfica com um Maracatu da cidade de Condado, Zona da Mata Norte de 
Pernambuco. Os três dias de carnaval junto ao Maracatu Leão de Ouro, no ano de 2004, 
constituíram um longo percurso, dia e noite, viajando por diversas cidades. Através da 
análise desses três dias de carnaval somos levados a alguns dos muitos elementos que 
constituem o misterioso universo dos Maracatus onde se misturam diversão e sacrifício, 
brincadeira e seriedade, amizade e rivalidade, música, dança e poesia. 
 
Palavras-chave: Zona da Mata Norte; Maracatu; ritual; rivalidade; peregrinação. 
 
 
Introdução 
 
O carnaval no Estado de Pernambuco é conhecido por sua grande diversidade de 
manifestações culturais, em suas diferentes regiões. Não por acaso, a festa do Rei Momo 
em Pernambuco tem como slogan “Carnaval Multicultural”1: em Recife e Olinda há Frevo, 
Blocos, Maracatus de baque-virado; no Agreste tem Caretas, Papangus, Caiporas; na Zona 
da Mata tem Maracatus de baque-solto, Caboclinhos, entre outras manifestações. 
Dentro da multiplicidade do carnaval pernambucano, este trabalho trata 
especificamente do Maracatu Rural, no contexto das discussões sobre as imagens e 
representações do índio na cultura popular (Cavalcanti, 2000; 2002). O Maracatu Rural ou 
Maracatu de Baque-Solto é uma manifestação expressiva no cenário cultural 
pernambucano, não só como uma manifestação representativa do carnaval, mas também 
como uma imagem relevante da cultura pernambucana, como um símbolo da expressão 
popular local.2 
A pesquisa foi realizada em dois momentos principais: a 1a etapa foi uma pesquisa 
bibliográfica sobre o tema e a 2a etapa foi a realização de um trabalho de campo durante o 
carnaval de 2004, em Pernambuco. 
 Na 1o etapa, a idéia era sistematizar os aspectos primordiais da história e do 
contexto social em que o Maracatu Rural se desenvolveu, através da literatura já existente 
 
1 Jornal do Comércio. 4 de fevereiro de 2004. 
2 Uma série de propagandas de concessionárias automobilísticas, empresas telefônicas, shopping centers locais, carregam a 
imagem do Caboclo de Lança do Maracatu de Baque-Solto, como referência ao Estado de Pernambuco. Ver monografia 
de Valéria Vicente, “O Caboclo na Mídia”, orientada por Angela Priston (Departamento de Comunicação.UFPE). 
 Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 3
sobre o tema. Já na 2a etapa, durante o carnaval de 2004, acompanhei um grupo de 
Maracatu Rural — o Leão de Ouro — de uma pequena cidade da Zona da Mata Norte 
chamada Condado. Após a realização do trabalho de campo, a idéia é fazer neste relatório, 
uma sistematização do material produzido no campo a fim de contextualizar o universo do 
carnaval dentro da brincadeira do Maracatu, e refletir sobre questões que se destacam neste 
contexto social específico: a religiosidade, a rivalidade e a manutenção da “brincadeira”. 
 O trabalho de campo teve diferentes tipos de contato com o grupo de Maracatu 
Leão de Ouro. O primeiro contato foi através de uma “sambada”, o ensaio do Maracatu, 
que acontece antes do Carnaval. No ensaio, eles definem as pessoas que irão compor o 
grupo, determinam seus personagens, afiam os músicos do ‘terno’ — conjunto de 5 músicos 
que tocam os instrumentos de base: bombo, tarol, ganzá, cuíca e agogô — e os músicos dos 
instrumentos de sopro. Na sambada ficou combinado que eu acompanharia o grupo 
durante o carnaval. 
 O segundo contato foi, portanto, nos três dias de carnaval, em que o grupo 
apresentou o Maracatu em mais de dez cidades diferentes. Uma semana após o carnaval, 
retornei a Condado e fiz entrevistas com cinco integrantes do Maracatu Leão de Ouro, 
sendo assim um terceiro contato. 
 Depois houve um “toque para os orixás” em Chã de Camará, uma fazenda de cana 
perto de Condado, onde encontrei alguns dos participantes do Maracatu. E por fim, no 1o 
Domingo de março, assisti a Reunião mensal da Associação de Maracatus Rurais, e tive o 
último encontro com o dono do Maracatu, Seu Biu Alexandre. 
 Este trabalho conta com diferentes materiais de pesquisa: o diário de campo, um 
registro pessoal das experiências vivenciadas no campo, as entrevistas gravadas em fita 
cassete e posteriormente transcritas, jornais do período do carnaval e a literatura já 
existente sobre o tema. 
 
I. Os Maracatus 
 
 Inicialmente, é necessário fazer uma distinção entre os dois tipos de Maracatu 
existentes no Carnaval pernambucano: o Maracatu Nação e o Maracatu Rural. A 
perspectiva antropológica de Geertz (1978) e sua concepção de descrição densa de cultura 
propõem decifrar a teia de significados tecida pelo homem para dar sentido à sua vida. 
Nesta perspectiva, a idéia é realizar uma breve reconstrução histórica dos maracatus para 
permitir uma maior compreensão de seu contexto de significado. 
 Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 4
 
Maracatu Nação ou Maracatu de Baque-Virado 
 
Os maracatus nação foram objeto de diversos estudos tendo, portanto, extensa 
literatura a respeito. Guerra-Peixe (1981) demonstra o consenso existente entre os 
estudiosos de Maracatu sobre o surgimento do cortejo real. Ele explica que o cortejo do 
Maracatu teria se originado das organizações de negros africanos e do funcionamento da 
instituição do Rei do Congo. Alguns documentos encontrados na igreja do Rosário de 
Recife indicam que havia eleições e coroação de reis negros já no século XVII. Como 
revela Guerra-Peixe, a instituição do Rei do Congo consistia na eleição de um Rei e de uma 
Rainha que deveriam manter organizados sua corte e seu cortejo, sendo seus cargos 
apoiados nas garantias que lhes ofereciam os senhores de escravo. As coroações eram 
realizadas no dia de Nossa Senhora do Rosário (Pereira da Costa, 1908) e as chamadas 
nações, agrupamentos de escravos, festejavam a posse do Rei. 
 
O cortejo deveria constituir uma espécie de elite da instituição, 
composta de figurantes da nobreza, ocupantes de posições honoríficas e 
oficialidade superior; as nações eram subdivisões de negros em grupos 
estendidos na zona onde um rei exercia autoridade máxima. (Guerra-
Peixe, 1981: 18) 
 
Além do funcionamento hierárquico e administrativo da instituição do Rei do 
Congo, havia, também o auto dos Congos, como registrou Pereira da Costa (1908), que 
seria um complemento festivo com teatro, dança e música. Na visão deste autor, ao longo 
do tempo, os autos foram acabando e teriam restado os cortejos de onde derivou o 
maracatu. Na visão de Guerra-Peixe (op. cit.), o desaparecimento da instituição do Rei do 
Congo e a decadência do auto dos Congos teria resultado no preenchimento dos cortejos 
com membros das nações, induzindo o povo a chamar, até os dias de hoje, os maracatus 
tradicionais de Nação. 
 
Maracatu Rural ou Maracatu de Baque-Solto 
 
De acordo com Elisabeth Assis (1997), os maracatus rurais teriam surgido na zona 
da mata norte em fins do século XIX e começo do século XX. Para a autora, os maracatus 
surgiram com o processo de abolição da escravatura e os possíveis conflitos de terra 
 Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 5
travados na região, entre senhores de engenho eescravos e também entre colonizadores e 
índios que habitavam a região. 
 Guerra-Peixe (1981) atribui a origem dos Maracatus de Orquestra à crise econômica 
que assolou o Brasil, no pós 2a guerra, deslocando os interioranos para a capital. No Recife, 
esses interioranos procurariam brincar a seu modo o carnaval, juntando-se aos recifenses, 
resultando nos agrupamentos chamados maracatus de baque solto. Esta tese é acatada pela 
maioria dos pesquisadores deste período. 
 Ele cita o exemplo do Maracatu Cambinda Estrela que foi fundado em 1935 que, 
como outros grupos, não era filiado à Federação Carnavalesca Pernambucana, pois era 
considerado uma deturpação dos velhos maracatus. Em 1952, o Cambinda Estrela tinha a 
seguinte estrutura: porta bandeira (pessoa que também desempenha função de baliza), 
dama-do-passo, porta- buquê, 10 baianas, 2 caboclos, 10 caboclos de lança, boneca Dona 
Aurora. O conjunto instrumental era composto de gonguê, ganzá, tarol, cuíca, surdo, 
zabumba e saxofone, trombone e trompete. 
 Guerra-Peixe (1981) chama atenção para a boneca que — de modo diverso dos 
Maracatus Nação, que fazem sua boneca de madeira com feições negras — esta Dona 
Aurora é feita de pano, com traços e cor branca. Muitos são os elementos considerados 
pelo autor como deturpadores em relação às Nações. Isso fica mais claro quando se trata 
da música: 
 
Os maracatus de orquestra não nos parecem senão a mistura ou fusão 
de elementos tomados dos antigos maracatus, do Recife, com os 
originados de localidades diversas, do Estado de Pernambuco. Pelo 
menos musicalmente, esclareça-se. (Guerra-Peixe, 1981: 98) 
 
 Esta visão emerge no discurso de diversos autores sobre o Maracatu de orquestra: o 
caráter alterado destes novos grupos visto como algo que não corresponde a um contexto 
original. Este discurso se assemelha às questões trazidas acerca da autenticidade e pureza 
dos candomblés e da deturpação dos cultos que deles se originaram e se misturaram sem 
manter as verdadeiras tradições.3 
 Em relação à dança, Guerra-Peixe explica: 
 
(...) dos Maracatus tradicionais dissemos que neles não há dança própria. 
As baianas sambam sob a influência das danças dos Xangôs e os 
Caboclos movem-se ao seu modo. (...) no Maracatu-de-orquestra as 
 
3 Interessante sobre este tema o livro “A Cidade das Mulheres” da antropóloga americana Ruth Landes. 
 Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 6
danças são ainda mais vagamente delineadas, numa fusão ou mistura de 
samba e marcha. (Guerra-Peixe, 1981: 100) 
 
 Nesta perspectiva, podemos notar a relevância da estreita ligação dos integrantes 
dos Maracatus Nações com os cultos de Xangô do Recife (Nagô) e, de outro lado, a forte 
tendência dos participantes dos Maracatus Rurais para o Catimbó que, como descreve 
Guerra-Peixe, é um “culto popular de características eminentemente nacionais” (1981: 23). 
Estas relações entre a religião e o Maracatu podem levar a diversas questões acerca das 
interseções entre as comunidades religiosas e os grupos carnavalescos. Nesta direção, 
podemos refletir sobre as concepções de identidade e alteridade entre os grupos de 
Maracatu nação e Maracatu de Orquestra e também entre os diferentes grupos que, dentro 
de uma destas modalidades, têm internamente suas formas de identificação e diferenciação. 
 Segundo Katarina Real (1974), a vida social nas Nações é quase exclusivamente 
ligada aos orixás, as atividades são mais religiosas que profanas. Quanto aos Maracatus 
Rurais, a autora diz que eles representam as Nações de ‘índios africanos’, concepção 
complexa da imaginação popular pernambucana. 
 Como define Elisabeth Assis: 
 
o maracatu baque virado é uma nação, sendo associado à África e a seus 
descendentes aqui escravizados. O caboclinho é uma tribo, 
representante dos povos desta terra, os índios. E o maracatu rural seria 
o quê? (...) Com fortes influências Ameríndias reúne elementos negros 
caboclos e índios, numa mistura, aparente, para quem de longe observa. 
Apesar de comungarem elementos comuns, a música é audivelmente 
distinta entre os três, seus traços étnicos, sua origem e sua representação 
sócio-cultural. (Assis, 1997: 21). 
 
 A partir da proposta de Mauss (2003) do fato social total em que uma realidade 
específica é formada por uma trama de fatos sociais, a idéia é tentar relacionar a 
sobreposição de diversos níveis de realidades no Maracatu: a diversão, a religiosidade, a 
dança, a música, a poesia, a representação, a amizade, a solidariedade, a rivalidade, a 
proteção, a doença, etc. 
 Passarei agora à abordagem de determinados aspectos do maracatu rural, a partir do 
contexto social e do universo de representação do grupo Leão de Ouro, observados no 
carnaval de 2004. 
 
 
 
 Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 7
II. O Maracatu de Baque-Solto Leão De Ouro 
 
 No estandarte do maracatu Leão de Ouro, assim como na maioria dos maracatus, 
há bordados: o tipo de maracatu, baque solto ou baque virado, o nome do maracatu, a 
cidade em que ele foi fundado e a data de fundação. Por exemplo: MARACATU DE 
BAQUE-SOLTO LEÃO DE OURO. TUPAOCA ALIANÇA 1972. 
 Na entrevista (ver anexo II) realizada com o atual dono do Leão de Ouro, Seu Biu 
Alexandre, ele conta que, apesar do maracatu agora estar na cidade de Condado, ele tem 
que ter na bandeira a sua cidade de fundação. Biu passou a tomar conta do Leão quando 
seu antigo dono, Memezo, ficou muito doente e não teve mais condição de cuidar. Ele já 
brincava no Leão antes e acabou aceitando cuidar do brinquedo, apesar de dizer que, por 
ele, o maracatu estava acabado, pois é só problema para quem organiza. 
 O Leão de Ouro é considerado um maracatu ‘pequeno’ e pobre. No ano de 2004, 
o grupo teve 53 brincantes e recebeu diversas doações das fantasias, devido à oficina de 
bordado realizada na Associação de Maracatus Rurais. Os maracatus ‘grandes’, entendendo-
se por isso ricos também, quando fazem novas fantasias para o carnaval, doam as antigas 
para os grupos pequenos. 
 Essa associação entre o maracatu grande e rico e o maracatu pequeno e pobre tem 
um razão evidente. Para o maracatu ser ‘grande’, em termos numéricos, ele precisa ser ‘rico’ 
para pagar o ‘cachê’ de uma extensa quantidade de personagens. Portanto, o maracatu que 
tem 60 caboclos de lança, é porque tem ‘riqueza’ para sustentá-los. Todos os personagens 
têm um cachê que varia de acordo com o grau de responsabilidade deles para o cortejo. O 
Mestre do Maracatu, os Caboclos de Lança, os Reiamar e o “terno” são os que têm o maior 
cachê. Cada um à sua maneira, eles têm a responsabilidade de proteger a sua bandeira e 
cuidar dos demais integrantes do grupo. 
 Considerando a particularidade de cada folguedo e as variações do número de 
componentes que há em cada grupo de maracatu, segue abaixo uma relação dos 
personagens, a localização deles no cortejo do maracatu rural e o número de brincantes do 
grupo em questão: 
 
Na frente do cortejo puxando o maracatu: 
Mateus: personagem presente em outras brincadeiras como o boi e o cavalo-marinho, usa 
um chapéu de funil com fitas de celofane; 
Catita ou Catirina: um homem vestido de mulher e com a cara pintada de preto; 
 Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 8
Burra: um homem vestido de burra que estala um chicote no chão. 
Envolvendo o miolo do maracatu: 
Caboclos de Lança: (21) lanceiros. O caboclo usa um ‘surrão’ de metal pendurado nas 
costas, coberto por uma ‘gola’ de lantejoulas. Na cabeça tem um chapéu feito com tiras de 
celofane coloridas. Carregam uma lança de madeira decorada com fitas de pano, chamada 
‘guiada’. Além de pesada e exótica, a fantasiado Caboclo emite um estrondoso barulho, 
produzido pelos grandes sinos de metal que compõem o ‘surrão’. O rosto é pintado de 
vermelho, usam óculos escuros, e na boca levam um cravo branco, que é sua proteção. 
No miolo: 
Bandeira: o homem que carrega o estandarte com o nome e o símbolo do maracatu, veste 
uma roupa de súdito real; 
A corte: Rei, Rainha e dois carregadores de guarda sol que ficam cobrindo o casal real. 
Ficam atrás da bandeira; 
Boneca: preta de pano. É o símbolo do maracatu; 
A Dama da boneca: uma baiana que carrega a boneca, fica perto do estandarte ao centro. 
Reiamar (2): reiamar, ficam atrás da corte, puxando cada cordão de baianas. Têm um 
grande cocar na cabeça e usam um saiote de penas. Trazem uma gola, porém, mais curta do 
que a do caboclo e carregam nas mãos uma machadinha de índio; 
Baianas (15): formam dois cordões simétricos. Usam um vestido longo e armado, com as 
cores do seu orixá e na cabeça usam um lenço; 
Mestre do Maracatu: carrega uma bengala e um apito. Faz de improviso as loas ou sambas 
que movem o maracatu. 
Atrás do cortejo: 
Terno (5): conjunto musical: cuíca, ganzá, bumbo, tarol e gonguê; 
Músico: tocador de trompete. 
 
No total eram 55 integrantes do Maracatu Leão de Ouro contando com o 
Presidente e o Dono do Maracatu que, ao início de cada apresentação, soltava fogos de 
artifício, anunciando a chegada do cortejo. 
Atualmente, é muito comum a presença de crianças na brincadeira, em geral filhos 
dos integrantes do brinquedo. No Leão havia duas baianinhas, um caboclinho e um 
reiamar-mirim. Porém, ao longo do carnaval, alguns adoeceram e não voltaram a brincar 
devido à grande demanda de energia necessária para brincar carnaval. 
 
 Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 9
III. O Carnaval: a Peregrinação 
 
Nos três dias de carnaval, do domingo até a terça-feira de carnaval, o Leão de Ouro 
se apresentou em 10 cidades: Condado, Araçoiaba, Itaquitinga, Chã de Esconso, 
Upatininga, Carpina, Paudalho, Recife, Olinda e Buenos Aires (PE). 
Havia um ônibus, cedido pela prefeitura de Aliança, para transportar todos os 
integrantes do Maracatu e alguns familiares que acompanham e um caminhão para levar os 
surrões, os chapéus e as guiadas dos Caboclos de Lança. 
A cada nova cidade, todos saem dos ônibus, os caboclos vestem seu aparato, as 
baianas vestem sua armação, todos se ajeitam e o maracatu segue em direção ao palco para 
sua apresentação. 
Na maior parte das cidades em que passamos, os palcos eram montados por algum 
político local, aparentemente, já em clima de campanha. É costume que o mestre do 
maracatu que se apresenta faça uma saudação ao ‘ilustre patrono’ da festa com uma loa 
improvisada. Nas cidades do interior pernambucano é muito estreita esta relação entre os 
políticos locais e o carnaval, pois eles são a principal fonte de renda para a apresentação 
destes grupos de maracatu e caboclinho durante o carnaval. O grupo só se apresenta na 
cidade que fizer o contrato da apresentação cujo valor vai de R$50 a R$150 reais por grupo. 
Para o Maracatu, em quanto mais cidades ele se apresentar melhor, pois mais dinheiro ele 
recebe. 
Esta questão é muito problemática, pois a estrutura de apresentação dos maracatus 
no carnaval depende deste jogo político, que remete às tradicionais trocas de favores 
eleitorais, ainda mais se tratando de populações rurais com uma condição material restrita. 
Assisti inclusive um vereador pagando, por fora, a um mestre de maracatu, para ele 
falar o nome de um candidato a prefeito ao invés do nome do próprio prefeito que 
promovera a festa. Neste sentido, o carnaval é também um período em que os políticos se 
mostram ao povo. Demonstram, assim, uma valorização da ‘cultura carnavalesca popular’ e 
geram um campo de negociações políticas, eleitorais e econômicas. 
Nos palcos destas cidades do interior, é preciso esperar numa fila. Às vezes espera-
se por horas, até o grupo se apresentar. As filas tinham, na maioria das vezes, diversos 
grupos de maracatu rural e caboclinho e, uma vez ou outra, havia uma “troça” ou bloco. 
Estas filas de espera também criam um espaço de relações muito interessante. É neste 
momento que os integrantes dos grupos aproveitam para olhar os outros grupos e 
obviamente compará-los com o seu próprio maracatu. Este movimento é muito sutil, pois 
 Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 10 
em tese o maracatu deve ficar todo organizado na fila, pronto para se apresentar. Porém, os 
comentários são os mais maldosos possíveis em relação aos outros maracatus, deixando 
transparecer uma grande rivalidade entre os grupos. Os integrantes do Leão de Ouro 
reuniam-se para comentar como os caboclos do Maracatu de fulano estavam mirrados, os 
vestidos das baianas estavam “tronchos”, o mestre era ruim, os “reiamar” estavam pobres 
de penas, etc. Todo tipo de depreciação dos outros grupos ganha espaço neste momento, 
como num ritual de afirmação de identidade de grupo. 
No passado, esta rivalidade entre os maracatus tinha conseqüências drásticas, como 
luta corporal e até morte. De acordo com Biu Alexandre, os caboclos no maracatu saiam 
para brigar. Em outros tempos, o maracatu era constituído apenas por homens, mesmo as 
baianas eram homens, como observou Katarina Real nos anos 1960: “tudo sobre os 
maracatus rurais me dá a impressão de uma sociedade secreta masculina.” (Real, 1974: 93) 
De acordo com a entrevista de Biu Alexandre e de seu filho Aguinaldo, que é caboclo de 
lança do Leão de Ouro, uma das diversões dos caboclos de maracatu no carnaval de 
antigamente era brigar e para tanto se fazia uma preparação espiritual o “calço”. 
 
Que nem antigamente, que o povo fazia calço para isso mesmo, para 
pular a janela de costas, para encontrar o camarada dele e mete-lhe o 
cacete, bater pau um com outro e até se matá e furar uns aos outros. Às 
vezes ele pegava uma briga com amigo dele, antes do carnaval, aí 
guardava aquilo ali tudinho, para pegar durante o carnaval, ia descontar 
só na semana de carnaval. Agora não tem mais isso não, até porque os 
maracatus agora são cheios de meninos, ninguém que botá as crianças 
em bico de pau. Mas antigamente a diversão era brigar. Desconta a 
mágoa de São João no Carnaval. O carnaval antigamente era pau. O 
problema da briga hoje em dia é a cachaça, a droga e o amostramento. 
(Aguinaldo, Caboclo de Lança do Leão de Ouro. Entrevista realizada 
em 28 de fevereiro de 2004, Condado) 
 
A preparação para o carnaval é um aspecto muito importante no que diz respeito 
ao terreno místico-religioso do maracatu. O “calço” é realizado em terreiros de Umbanda 
ou de Catimbó, para proteger o brincante durante o carnaval. Como descreve Katarina 
Real: 
 
Há muita influência do catimbó, xangô de caboclo e mestres do além 
entre os associados não há dúvida (...) Também há indicação de 
influência do toré, dança guerreira indígena (e culto secreto) que existe 
nos subúrbios do Recife e no interior de Pernambuco e Alagoas. (Real, 
1974: 93-94). 
 
 Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 11 
Mário de Andrade em Música de Feitiçaria no Brasil (1983) sugere a idéia de que a 
dança está num terreno sagrado, elaborando a relação entre a dança e o transe, atribuindo 
um caráter místico ao Maracatu: 
 
Onde o Maracatu se distingue profundamente de todas as outras danças 
dramáticas, e quaisquer das danças negras, é na coreografia. Nisso ele se 
conservou fortemente eivado de origem mística, porque a maneira que 
vi dançar as pretas velhas do maracatu, na frente da sede do Leão 
Coroado, concorda exatamente com as coreografias de candomblé 
baiano, descritas por Nina Rodrigues. (Andrade, 1983) 
 
Apesar de esse trecho também parecer uma articulaçãoprecipitada entre suas 
leituras e sua rápida experiência etnográfica, esta observação é interessante por indicar a 
importância dessas práticas religiosas para os carnavais afro-americanos. Peter Burke (2000) 
discute esta ligação não só pela incorporação de práticas religiosas ao Carnaval — como no 
caso do Maracatu, em que muitos dos integrantes do cortejo são adeptos dos Xangôs ou 
por meio da presença do afoxé (instrumento religioso hoje também utilizado no Carnaval) 
— mas pela maneira própria de sua dança como sugeriu Mário de Andrade. Burke indica 
que na África Ocidental, de onde vieram a maioria dos escravos, a dança em grande parte 
se associava intimamente à prática religiosa: “A dança era um ritual sagrado que provocava 
perda de consciência e no qual os dançarinos eram possuídos por espíritos e divindades, 
como no caso dos iorubás no Daomé e na Nigéria” (Burke, 2000: 224). O autor destaca, 
portanto, que a possessão religiosa vista como um ritual ou mesmo como uma encenação, 
se assemelha a um determinado estado de espírito que os foliões carnavalescos incorporam 
e personificam no seu comportamento com o uso das fantasias de Carnaval. 
Toda a literatura sobre maracatu rural aponta para esta questão religiosa ligada aos 
cultos afro-indígenas. Como explica Elisabeth Assis: 
 
A ligação existente entre o maracatu, seus rituais de preparação e o 
cotidiano de seus atores sociais, demonstra a manutenção dos elementos 
ameríndios que remetem à sua origem. Desta forma, manter uma 
expressão cujos valores remetem à zona rural, reafirmando-a através do 
baque do maracatu, do reconhecimento e auto-definição de sua 
ruralidade, da manutenção de rituais ligados aos cultos afro-ameríndios, 
guarda significados, traduzindo seus traços de identidade aos quais está 
vinculada.(Assis, 1997: 135) 
 
 
 
 
 Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 12 
IV. Considerações Finais 
 
Para concluir este relatório optei por problematizar alguns aspectos do maracatu 
rural que considero de extrema relevância para a discussão desta manifestação carnavalesca 
dentro do contexto social da zona da mata pernambucana. 
Não se pode deixar de falar das inúmeras dificuldades que a maioria dos grupos de 
maracatu passa para manter o brinquedo. As famílias vivem em condições muito pouco 
privilegiadas para arcar com as despesas que um maracatu demanda, já que quase não têm 
nenhuma doação de fora do maracatu. As fantasias são feitas, na maior parte das vezes, 
com as economias pessoais dos integrantes dos grupos. Estes, quase em sua totalidade, 
trabalham em usinas e engenhos da região, que os contratam na época do corte da cana. 
Eles moram em casas sem água encanada, sem luz, sem sistema de esgoto. Mesmo com 
uma condição material precária, os brincantes de um Maracatu gastam seu dinheiro em 
fantasias caríssimas. De acordo com Manuel Salustiano, vice-presidente da Associação de 
Maracatus Rurais, somente a gola do caboclo custa no mínimo R$500,00. Portanto, os 
folgazões economizam o ano todo para, nos três dias de carnaval, esbanjar todo luxo 
possível. Esta é uma das muitas batalhas do integrantes dos Maracatus e dos demais 
brincantes populares, manter o Maracatu vivo e belo. 
Um aspecto importante é o da rivalidade. Os maracatus são conhecidos pela 
rivalidade entre os grupos e, na preparação para o carnaval, há uma forte preocupação em 
ser melhor do que os outros. Inácio, o Reiamar do Leão de Ouro, deu a receita para 
aprender a complexa dança dos tuxáuas: 
 
A dança do reiamar é um problema, como se fosse uma inveja, cada 
cabra quer fazer melhor do que o outro, então a dança é um negócio 
que a gente aprende fazendo, tentando fazer melhor do que outro. É 
sempre tentar ser melhor do que o outro. Às vezes você chega numa 
federação e tem um cara dançando, aí você fala ‘esse cara dança bem 
mais eu vou tentar fazer meu papel melhor do que ele.’ A gente 
aprende às vezes com inveja do outro. A gente vai aprendendo aos 
poucos. A roupa é a mesma coisa, a gente vai melhorando, enfeitando, 
tem que mudar o visual para ficar mais bonito. (entrevista realizada em 
29 de fevereiro de 2004, em Upatininga) 
 
 Portanto, a rivalidade tem um caráter motivador no maracatu que se conjuga na 
tentativa de melhorar sempre o brinquedo em relação aos demais, tanto em termos 
materiais como na disposição e energia dos seus participantes. 
 Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 13 
Por fim, não se pode deixar de falar da preparação espiritual como um ponto 
fundamental para a compreensão do universo simbólico do maracatu rural. Nesta 
preparação mágico-religiosa, além de haver um resguardo sexual para qualquer integrante 
do maracatu, os caboclos fazem o “calço” e ingerem o “azougue”, mistura de cachaça, 
pólvora, limão, entre outras coisas, que serve para deixá-los “azougados”, agitados e ativos 
por muitas horas. Como bem define Bonald Neto (1987: 292), o azougue é o ‘dopping 
popular’, o que os faz agüentar três dias de carnaval, viajando de uma cidade para outra, 
com uma fantasia de quase 25 quilos, quase sem comer e sem dormir. 
“Azougue eu tomo pra me distrair, azougue eu tomo pra me transformar”: os 
versos de Maciel Salú4 traduzem o espírito carnavalesco dos maracatuzeiros. Através da 
criação deste universo místico em que se tem uma série de restrições e obrigações a serem 
cumpridas, eles se transformam em seres capazes de enfrentar uma verdadeira “guerra” 
durante o carnaval e sem ficarem cansados ou adoentados. Quando alguém fica doente a 
explicação é imediata: alguém desrespeitou o resguardo. Na fala de Biu Alexandre: “Eu 
mesmo uma vez, não respeitei de dia, de noite fui acidentado. Fui ‘pular a cerca’ e me cortei 
mesmo, foi um corte da peste no pé”. 
O mestre do Leão de Ouro, Negoinho explica a sua preparação: 
 
Chegando o carnaval, ninguém pode pegar no apito, só o mestre. (...) 
todo o segredo do mestre tá no apito. Quando a mãe de santo calçá, 
vem todo aquele segredo na bola do apito, se bobear não canta nada. Se 
alguém pegar desmantela, pode até acabar o Maracatu, a bengala não, o 
segredo é o apito, todo cuidado é pouco. Se não fizer o calço brinca, só 
que com o calço é mais seguro. Bloco pode sair sem calçar, urso pode 
sair sem calçar, caboclinho, tudo brincadeira pequena, agora, Maracatu 
não, tem que ser calçado, se não calçar desmantela. Os caboclos, as 
baianas, também calça, tem procurar uma casa segura para ser protegido 
no meio do caminho. Maracatu não é toda que se apronta nesse 
negócio, só o segredo de um Maracatu é o mestre, entre o apito e o 
mestre. Carnaval o mestre tem que calçar o apito. Sem apito mestre não 
brinca. (entrevista realizada no dia 29 de fevereiro de 2004, em 
Itaquitinga.) 
 
 A idéia é a de que o carnaval é uma espécie de prova de resistência, pois mesmo 
sendo uma diversão, tem um sabor de sacrifício. É uma brincadeira que leva até ao auto-
flagelo, como coloca Elisabeth Assis: 
 
a imagem do caboclo de lança é de um guerreiro. Seu surgimento, na 
verdade, nos faz pensar nos conflitos de terra existentes na zona rural, 
 
4 Faixa 8 do CD: Maciel Salú e o terno do terreiro. 
 
 Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 14 
entre trabalhadores e senhores de engenho. Numa perspectiva 
fenomenológica poderíamos, ainda, fazer uma digressão, encontrando 
origem destes conflitos rurais num momento anterior. Entre os 
colonizadores e os índios foram travadas intensas batalhas, no processo 
de interiorização do Brasil, onde a expropriação aliada ao genocídio 
marcaram este momento. A figura do caboclo de lança – numa versão 
pitoresca – teria saído destes conflitos, estabelecendo sua imagem do 
guerreiro pronto paraa guerra, para o confronto, e , acima de tudo para 
a resistência. (Assis, 1997: 28) 
 
É neste plano que parece acontecer, no cortejo, não só a representação simbólica 
de uma guerra, tendo os caboclos de lança nas trincheiras, como também uma batalha com 
o próprio corpo, em que o brincante do Maracatu luta com sua resistência física, com a 
exaustão mental, indo até os últimos limites do corpo e da saúde pelo carnaval. 
 
“ A vida é uma aventura, quem batalha sempre alcança 
Olho grande e ganância não leva ninguém a nada 
Mãe natureza, sois sagrada, eu respeito e quero bem 
Quem trabalha Deus ajuda, quem faz pela vida tem.” 
Maciel Salú 
 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ANDRADE, Mário de. 1982. Danças Dramáticas do Brasil. In: Oneyda Alvarenga (org.). Belo 
Horizonte: Ed. Itatiaia. 
ANDRADE, Mário de. 1983 [1933]. Música de Feitiçaria no Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; 
Brasília: INL/PROMEMÓRIA. 
ARAÚJO, Alceu Maynard. 1964/1967. Folclore Nacional. vol. I e II. São Paulo: Ed. 
Melhoramentos. 
ASSIS, Maria Elizabete A. 1997. Cruzeiro do Forte a brincadeira e o jogo de identidade em um 
maracatu rural. Dissertação de Mestrado em Antropologia, UFPE. 
BASTIDE, Roger. 1959. Sociologia do folclore brasileiro. São Paulo: Anhembi S.A.. 
BENJAMIN, Roberto. 1982. “Maracatus Rurais de Pernambuco”. In: Américo Pellegrini 
Filho (org.). Antologia de folclore brasileiro. São Paulo: EDART. 
BONALD NETO, Olímpio. 1987. Os Caboclos de lança – Azouguados de Ogum. Recife: 
Fundarpe/ Conselho Estadual de Cultura. 
 Textos da Iniciação Científica. N˚4 
 15 
BURKE, Peter. 2000. Variedades de história cultural. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 
2000. 
CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. 2000. “O Boi bumbá de Parintins: breve 
história e etnografia da festa”. In: História, Ciências e Saúde: Visões da Amazônia. vol VI, 
setembro. Rio de Janeiro: Fiocruz. 
_________. 2002. “O Indianismo Revisitado pelo Boi-Bumbá: notas de pesquisa”. In: 
Somanlu. Revista de Estudos Amazônicos. Ano II, v. 2: edição especial. pp. 127-135. Manaus: 
Editora Valer. 
GEERTZ, Clifford. 1973. A interpretação das culturas. Rio de Janeiro: Zahar. 
GUERRA-PEIXE, César. 1981. Maracatus do Recife. Recife: Fundação de Cultura do 
Recife. 
LANDES, Ruth. 2002. A Cidade das Mulheres. Revisão e notas de Édison Carneiro. Rio de 
Janeiro: Editora UFRJ. 
MAUSS, M. 2003. Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naif. 
REAL, Katarina. 1974. O folclore no carnaval do Recife. Recife: Fundação Joaquim Nabuco/ 
Ed. Massangana. 
Seminários de Folclore e Cultura Popular: as várias faces de um debate/ Instituto Nacional 
de Folclore, Coordenadoria de Estudos e Pesquisas. 1992. Rio de Janeiro: IBAC. 
OLIVEIRA, Valdemar. 1948. Os indecifráveis Tucháuas. In: Contraponto. vol. II , nº 7. 
Recife. 
VICENTE, Ana Valéria. 2003. Maracatu Rural - o espetáculo como espaço social: um estudo sobre a 
valorização do popular através da imprensa e da mídia. Monografia em Comunicação Social. 
Recife, UFPE.

Continue navegando