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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS CENTRO DE ENGENHARIAS U n id ad e 0 1 Conceitos Básicos e g c n Professores: Eurico G. de Castro Neves Rubi Münchow POR QUE A ELETRICIDADE É UMA FORMA DE ENERGIA TÃO IMPORTANTE? • porque pode ser gerada em grandes quantidades e com custo razoável • porque pode ser transformada em outras formas de energia com muita facilidade e alto rendimento • porque pode ser transmitida a grandes distâncias sem necessidade de veículos ou tubulações Lâmpada Motor elétrico Alto falante Aquecedor e g c n ESTRUTURA ATÔMICA DA MATÉRIA Para o estudo de Eletrotécnica só interessam os elétrons da órbita mais externa. Lacunas podem ser tratadas como se fossem cargas positivas e g c n As propriedades elétricas dos materiais podem ser explicadas a partir de sua estrutura atômica Um modelo simples: o átomo de Rutherford Ernest Rutherford (1871 - 1937) CONDUTORES E ISOLANTES e g c n ISOLANTES Elétrons-livres só podem ser gerados à custa de altas quantidades de energia A densidade de elétrons-livres é muito pequena, qualquer que seja a temperatura Exemplos: borracha, madeira, papel CONDUTORES Pequenas quantidades de energia são suficiente para produzir elétrons-livres Mesmo à temperatura ambiente, a densidade de elétrons-livres é alta Exemplos: cobre, alumínio e ouro CONDUTOR Material que favorece a passagem de corrente elétrica Elemento usado na interconexão de dispositivos CARGA ISOLANTE Carga elétrica Dispositivo que usa a energia fornecida por uma fonte Elemento usado para bloquear a corrente em circuitos elétricos Material que dificulta a passagem de corrente elétrica - Motor elétrico Fios e cabos Isolador Elétron Cobre Tântalo Alguns termos podem ter duplo significado: e g c n Movimento ordenado de cargas elétricas devido à aplicação de diferença de potencial (tensão) O QUE É A CORRENTE ELÉTRICA? UNIDADE: Ampère (A) SÍMBOLO : i Submúltiplos usados: miliampère (mA) = 0,001 A = 10-3 A microampère ( A) = 0,000 001 A = 10-6 A e g c n Movimento randômico Movimento ordenado MÓDULO* É dado pela variação da carga q que passa pelo condutor em durante o intervalo de tempo t t q i Um sinal negativo antecedendo o módulo da corrente indica que seu sentido é o oposto àquele indicado pela seta SENTIDO Mostra o deslocamento das cargas portadoras da corrente É indicado através de uma seta colocada próxima ao condutor COMO SE ESPECIFICA A CORRENTE? A corrente é caracterizada por dois parâmetros: - 2A 2A Exemplo: = e g c n * Alguns eletricistas chamam o módulo da corrente de amperagem. Uma dúvida pertinente: POR QUE O SENTIDO CONVENCIONAL É MAIS USADO? • Por tradição histórica • Por se adequar ao conceito de “carga básica positiva” usado em Física. e g c n QUE TIPO DE CARGA SE MOVIMENTA NOS CONDUTORES ? cargas negativas (ex. elétrons-livres) cargas positivas (ex. íons +, lacunas) sentido eletrônico sentido convencional MEDIDORES DE CORRENTE: AMPERÍMETROS Miliamperímetro analógico Amperímetro digital de painel Multímetro digital “alicate” e g c n ALGUNS EFEITOS E APLICAÇÕES DA CORRENTE Aquecimento • Aquecedores elétricos • Chuveiros elétricos • Lâmpadas incandescentes • Fusíveis e disjuntores Geração de campos magnéticos • Motores elétricos • Transformadores • Chaves elétricas • Instrumentos de medida Efeitos fisiológicos • Equipamentos de segurança • Tratamento médico e g c n • Perdas nos condutores (Efeito Joule) • Interferências • Choque elétrico ENTENDENDO GRÁFICOS: CC CA CORRENTE CONTÍNUA (CC) CORRENTE ALTERNADA (CA) NA PRÁTICA CC é aquela que mantém o sentido e o módulo inalterados NA PRÁTICA CA é aquela que apresenta forma de onda sinusoidal e g c n TENSÃO – A ORIGEM DOS FENÔMENOS ELÉTRICOS A tensão também é chamada diferença de potencial (ddp), voltagem ou força eletromotriz (fem). UNIDADE: Volt (V) SÍMBOLOS: u, v ou e Múltiplos e submúltiplos usados: quilovolt (kV) = 1.000 V = 103 V milivolt (mV) = 0,001 V = 10-3 V e g c n A tensão é uma grandeza que expressa a quantidade de energia necessária para deslocar uma carga q entre dois pontos A e B de um condutor. Dado pela razão entre a energia fornecida à uma carga para movimentá- la e o módulo q desta carga: q u A tensão é caracterizada através de 2 parâmetros: MÓDULO POLARIDADE Indica o desequilíbrio das cargas elétricas no corpo, desequilíbrio este capaz de produzir corrente. Indicada por um par de sinais + e -. Um sinal negativo antecedendo o módulo da tensão indica que sua polaridade é o oposto daquela indicado pelos sinais + e -. COMO SE ESPECIFICA A TENSÃO? e g c n u MEDIDORES DE TENSÃO: VOLTÍMETROS E OSCILOSCÓPIOS Voltímetro analógico de painel Voltímetro digital de painel Osciloscópio e g c n COMO A TENSÃO É GERADA? Reações químicas Fenômenos eletromagnéticos • pilhas elétricas • baterias • células de combustível Conversão fotovoltaica Efeito Peltier-Seebeck • alternadores • dínamos • painel solar (fotovoltaico) e g c n Efeito Piezelétrico CC e CA: DE NOVO? O termo CC virou sinônimo de funções invariáveis com o tempo Tensão CC é aquela que mantém inalterados o módulo e a polaridade O termo CA virou sinônimo de funções que variam de forma sinusoidal Tensão CA é aquela cuja forma de onda é cíclica e se assemelha a uma senóide Alternador Bateria automotiva Pilhas elétricas Gerador a gasolina e g c n CC X CA: Prós e Contras TIPO DE TENSÃO PRÓS CONTRAS CONTÍNUA • Portabilidade. • Custo baixo para pequenas quantidades de energia. • Possibilidade de armazenamento (baterias). • Perdas apenas por efeito Joule • Custo proibitivo para grandes quantidades de energia. • Máquinas de CC são mais caras e necessitam de mais manutenção. • Inversão mais complexa e onerosa que a retificação. ALTERNADA • Facilidade/bom custo de geração. • Máquinas de CA são mais baratas (motores de indução). • Facilidade de alteração de níveis (transformadores). • Facilidade na transmissão e distribuição. • Retificação simples e barata • Perdas por indutância e capacitância na transmissão e distribuição. • Choques elétricos mais perigosos • Impossibilidade de armazenamento direto e g c n ESTRUTURA DOS SISTEMAS DE ENERGIA ELÉTRICA Usinas Linhas de transmissão Linhas de distribuição (primária/secundária) e g c n • Hidrelétricas • Termelétricas • Nucleares • Eólicas GERAÇÃO TRANSMISSÃO DISTRIBUIÇÃO CONSUMO TÍPICO SISTEMA DE TRANSMISSÃO/DISTRIBUIÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA e g c n ELÉTRICA Mecânica Térmica Acústica Formação de campos Luminosa ENERGIA É um conceito intuitivo, que indica a capacidade de um sistema realizar trabalho. Em Eletrotécnica pode ser interpretada como a grandeza capaz de alterar o comportamento das cargas elétricas de um circuito. UNIDADE: 1 Joule (J) Em Eletricidade é comum usar-se o quilowatt-hora (kWh) SÍMBOLO:Ela também pode ser facilmente convertida em outras formas de energia A energia elétrica pode ser obtida a partir de outras formas de energia (mecânica, solar, nuclear, etc.) e g c n MEDIDORES DE ENERGIA ELÉTRICA Analógico Digital O que se paga mensalmente às companhias concessionárias é a energia elétrica consumida. Mecânicos Eletrônicos RELAÇÃO ENTRE A ENERGIA E O NOSSO BOLSO O consumo (de energia elétrica) é um dos componentes da estrutura tarifária. Os consumidores são divididos em • grupos – de acordo com os níveis da tensão de alimentação • classes – de acordo com a natureza da atividade exercida O valor do kWh é diferenciado de acordo com o grupo e a classe do consumidor e g c n POTÊNCIA A potência (p) expressa a “velocidade” com que a energia em um dispositivo está sendo transformada em um dispositivo ou sistema. t p UNIDADE: Watt (W) Múltiplos e submúltiplos comuns: megawatt (MW) = 1.000.000 W = 106 W quilowatt (kW) = 1.000 W = 103 W miliwatt (mW) = 0,001 W = 10-3 W Cálculo da potência em equipamentos elétricos A potência instantânea é dada pelo produto entre a tensão (u) e a corrente (i) a cada instante e g c n iup Nos circuitos elétricos existem elementos que fornecem energia e outros que a absorvem, transformando-a em outras modalidades. Por convenção: potência positiva = potência absorvida potência negativa = potência fornecida Antoine Laurent de Lavoisier (1743-1794) Em obediência à Lei da Conservação da Energia: absorvidafornecida PP e g c n Costuma-se chamar fonte de alimentação aos dispositivos que fornecem potência e de carga àqueles que a absorvem. A energia não pode ser criada nem destruída. Pode apenas mudar de forma. BALANÇO DE POTÊNCIAS Duvida pertinente: COMO SABER SE A POTÊNCIA DE UM ELEMENTO É POSITIVA OU NEGATIVA? • a corrente entra pelo pólo + da tensão potência positiva elemento absorve potência • a corrente entra pelo pólo - da tensão potência negativa elemento fornece potência Resposta: observando a relação entre o sentido da corrente e a polaridade da tensão no elemento SE EXEMPLOS e g c n MEDIDORES DE POTÊNCIA ELÉTRICA: WATTÍMETROS Wattímetro analógico Alicate wattímetro EXEMPLO Lâmpadas de 100 W ligadas em horários diferentes DEMANDA 100 W (0,1 kW) 200 W (0,2 kW) 300 W (0,3 kW) Demanda máxima: 300 W Consumo total: 0,6 kWh CONSUMO 19-20h: 0,1 kW x 1 h = 0,1 kWh 20-21h: 0,2 kW x 1 h = 0,2 kWh 21-22h: 0,3 kW x 1 h = 0,3 kWh 0,6 kWh O QUE É DEMANDA? É o termo usado para designar potência em sistemas tarifários demanda = potência e g c n POTÊNCIA ELÉTRICA POTÊNCIA MECÂNICA Potência elétrica Potência mecânica Watt W) cavalo-vapor (cv) = 736 W horse-power (hp) 747 W Perdas RENDIMENTO ( ): indica o quanto de potência (ou energia) é perdido na operação do sistema Exemplo de um sistema elétrico: o motor elétrico e s P P ENTRADA SAÍDA Ps = potência na saída Pe = potência na entrada Nos cálculos efetuados, as potências de entrada e saída devem estar expressas nas mesmas unidades eg c n CARACTERÍSTICAS NOMINAIS TÍPICAS DE ALGUNS APARELHOS ELETRO/ELETRÔNICOS Fonte: BRASIL - Ministério de Minas e Energia Aparelhos Potência média (W) Dias estimados uso/mês Média utilização/dia Consumo médio mensal (kWh) Aquecedor de ambiente 1550 15 8 h 186 Ar-condicionado 7.500 btu 1000 30 8 h 120 Ar-condicionado 10.000 btu 1350 30 8 h 162 Ar-condicionado 15.000 btu 2000 30 8 h 240 Ar-condicionado 18.000 btu 2100 30 8 h 252 Boiler 100 l 2030 30 6 h 365,4 Boiler 200 a 500 l 3000 30 6 h 540,0 Bomba d'água 1/4 cv 335 30 30 min 5,02 Bomba d'água 1/2 cv 613 30 30 min 9,20 Bomba d'água 1 cv 1051 30 30 min 15,77 Chuveiro elétrico (*) 3500 30 40 min 70,0 Computador/impressora/estabilizador 180 30 3 h 16,2 Ferro elétrico automático 1000 12 1 h 12,0 Fogão elétrico 4 chapas 9120 30 4 h 1094,4 Forno à resistência grande 1500 30 1 h 45,0 Forno à resistência pequeno 800 20 1 h 16,0 Forno microondas 1200 30 2O min 12,0 Freezer (**) 130 30 10 h 39 * Considerados 5 (cinco) banhos de 8 (oito) minutos cada ** O tempo médio de utilização de 10h/dia para o freezer se refere ao período em que o compressor está ligado, para manter o interior na temperatura desejada. e g c n Aparelhos Elétricos Potência média (W) Dias estimados uso/mês Média utilização/dia Consumo médio mensal (kWh) Geladeira 1 porta (*) 90 30 10 27 Geladeira 2 portas (*) 130 30 10 39 Lâmpada fluorescente compacta - 11w 11 30 5 h 1,65 Lâmpada fluorescente compacta - 15 w 15 30 5 h 2,2 Lâmpada fluorescente compacta - 23 w 23 30 5 h 3,5 Lâmpada incandescente - 40 w 40 30 5 h 6,0 Lâmpada incandescente - 60 w 60 30 5 h 9,0 Lâmpada incandescente -100 w 100 30 5 h 15,0 Lavadora de louças 1500 30 40 min 30,0 Lavadora de roupas 500 12 1 h 6,0 Máquina de furar 350 1 1 h 0,35 Secadora de roupa grande 3500 12 1 h 42,0 Secadora de roupa pequena 1000 8 1 h 8 Torneira elétrica 3500 30 30 min 52,5 TV em cores - 14" 60 30 5 h 9,0 TV em cores - 29" 110 30 5 h 16,5 TV portátil 40 30 5 h 6,0 Ventilador de teto 120 30 8 h 28,8 Ventilador pequeno 65 30 8 h 15,6 Videocassete 10 8 2 h 0,16 * O tempo médio de utilização de 10h/dia para a geladeira se refere ao período em que o compressor está ligado, para manter o interior na temperatura desejada. CARACTERÍSTICAS NOMINAIS TÍPICAS DE ALGUNS APARELHOS ELETRO/ELETRÔNICOS (cont.) e g c n
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