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Magna Carta Afirmação Histórica dos Direitos Humanos Fabio Konder Comparato (Ed. Saraiva) Contexto Histórico Séc XI – tendência a centralização do poder O rei é o primeiro entre todos os suseranos Papa Gregório VII (1073) – supremacia universal João Sem-Terra submete-se ao poder papal -1213 1215 – obrigado a assinar a Carta limitando seus poderes, e a declara nula logo em seguida Sociedade Estamental Sociedade medieval européia composta por três estamentos: nobreza, clero e povo Soberania espititual encarnada pelo sacerdote, monopolizador do saber mitológico e da magia Função militar encarregada da segurança coletiva Produtores da riqueza vinculados ao cultivo da terra Multidão de servos de todos so gêneros Importância Histórica Convenção entre monarca e barões feudais Reconhecimento de foros, privilégios especiais Soberania do monarca é limitada por privilégios estamentais Pedra angular da democracia moderna : o poder dos governantes passa a ser limitado Cláusulas 1 – livre designação de bispos pela Igreja, sem necessidade de confirmação régia – indica futura separação institucional entre Igreja e Estado 12 e 14 – exercício do poder tributário – exige consentimento dos súditos por representantes – origem do moderno sistema parlamentar 16 e 23 – ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei Cláusulas 17 e 40 – justiça é uma função de interesse público – o rei tem o poder-dever de fazer justiça – “ o direito de qualquer pessoa a obter justiça não será por nós vendido, recusado ou postergado” 20 e 21 – base do tribunal do júri e princípio da correlação entre delitos e penas – inicio do lento processo histórico de abolição das penas criminais arbitrárias ou desproporcionais – “nenhuma das penas será aplicada, a não ser mediante juramento de homens probos da vizinhança” Cláusulas 30 e 31 – garantia do respeito à propriedade privada contra os confiscos ou requisições 39 – coração da Magna Carta – Os homens livres devem ser julgados por seus pares e de acordo com a lei da terra – princípio do devido processo jurídico (due process of law) – art. 5º, LIV, CF88: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal” Cláusulas 41 e 42 – liberdade de ingresso e saída do país e livre locomação dentro de suas fronteiras, a qualquer pessoa e aos comerciantes em particular – tratamento paritário se prisioneiros de guerra – direito de guerra 45 – embrião da administração pública autônoma e regular – “ Não nomearemos juízes, oficiais de justiça, xerifes ou bailios, que desconheçam a lei do reino e não se disponham a observá-la” Cláusulas 60 – as limitações impostas ao rei se estendem aos senhores feudais: “Todos os direitos e liberdades, cuja observância garantimos em nosso reino, na medida de nossa competência em relação aos nossos homens, serão igualmente observados por todos os clérigos e leigos do nosso reino, em relação àqueles que deles dependem” 61 – mecanismo de responsabilidade do rei perante seus súditos, que prenuncia a abolição do regime monárquico Habeas-corpus - 1679 Garantia processual que cria o direito: da ação em juízo nasce o direito subjetivo (anglo saxão) Direito continental: CC – “a todo direito corresponde uma ação que o assegura” - funda-se nas declarações de direitos e sua força política e transformadora Dispositivo nuclear: ordem para que Autoridade que detém o paciente o apresente incontinenti em Juízo Bill of Rights - 1689 Institucionalização da permanente separação de poderes do Estado – poder de criar tributos passa a ser competência reservada do Parlamento Constituição Inglesa : “conglomerado de leis, instituições e costumes, que decorrem de certos princípios imutáveis da razão e tendem a certos elementos imutáveis do bem público, compondo o essencial de um sistema segundo o qual se convencionou que a comunidade deve ser governada” Questão 2 Os direitos reconhecidos na Magna Carta, Lei de Habeas-corpus e e Declaração de Direito na Inglaterra que constituem o alicerce da democracia moderna.
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