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Tratamento de Epilepsia e Cuidados Odontológicos

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4-Não devemos fazer uso de medicamentos via oral durante a crise, pois os pacientes poderão aspirá-los com graves conseqüências, sendo comum nestes casos as infecções pulmonares.
Após a primeira crise, devemos interpor uma cânula (guedel) entre os dentes do paciente para evitar que morda a língua, oxigená-lo e acompanhá-lo até o hospital. Geralmente a pressão arterial, a freqüência cardíaca e o pH costumam se alterar muitas vezes de forma perigosa, portanto uma avaliação médica se faz necessária.
As drogas devem ser administradas por via endovenosa e podem causar depressões respiratórias e cardiovasculares significativas; somente pessoal bem treinado e familiarizado com o tratamento endovenoso deve participar da intervenção. 
A droga de escolha no tratamento de convulsões sucessivas é o Diazepan 5 a 10 mg (1 a 2 ml de solução de 5 mg-ml administradas lentamente durante 1 a 2 minutos) ou o Lorozepan.
Ás vezes, por apresentar crises sucessivas, o paciente é submetido à “hidantalização” na forma endovenosa, em ambiente hospitalar. O Hidantal é um potente anticonvulsivo, também usado como um auxiliar farmacológico nos casos crônicos de epilepsia.
A Tiamina (vitamina B¹) + glicose poderá também fazer parte da medicação na dependência do quadro.
A oxigenação é fator importante e deverá ser feita no atendimento inicial ao paciente. Com isso evitamos alterações bruscas do pH.
ASPECTOS ODONTOLÓGICOS NA EPILEPSIA
Pacientes que fazem uso de anticonvulsivantes, muitas vezes por esquecimento ou por fator econômico, não “tomam” o remédio e se apresentam com sucessivas crises originando, em conseqüência disso, falta de elementos dentários.
Filhos de pais com dificuldades econômicas (muito comum nos países de terceiro mundo, como o nosso), apresentam-se com falta de elementos dentários perdidos em decorrência de hipertrofias e hiperplasias gengivais causadas pelo uso prolongado de drogas e sem acompanhamento odontológico adequado para manter a sanidade bucal.
O uso constante do anticonvulsivo Hidantal (derivados da fenitoina), costuma provocar hiperplasias e hipertrofias gengivais, portanto, uma avaliação criteriosa se faz necessária no sentido de uma possível substituição por outra droga equivalente. A orientação preventiva de escovação, uso do fio dental e remoção da placa é imperiosa e evita o agravamento das hipertrofias e hiperplasias gengivais.
Em virtude da alta incidência de epilepsia, uma entre 200 pessoas na nossa sociedade tem crises convulsivas periódicas. 
Faço um apelo aos que se preocupam com a Odontologia como “Ciência”, no sentido de que seja descoberto um fármaco de uso tópico, preferencialmente a ser usado nesses pacientes de forma a evitar as cirurgias gengivais freqüentes a que são submetidos, cirurgias que estão contra-indicadas na grande maioria das vezes, pois os anticonvulsivantes são drogas de uso constante e provocam hipertrofias gengivais com o aparecimento de bolsas periodontais falsas, pois não ocorre, nesses casos, o rompimento da aderência epitelial.
Caso tenhamos que amparar uma pessoa em crise convulsiva no consultório ou fora dele, devemos fazê-lo da maneira mencionada, nunca se esquecendo de encaminhá-lo, posteriormente à primeira crise, a um hospital e, principalmente, termos uma boa dose de paciência e compreensão.
Pacientes que fazem uso constante de anticonvulsivantes deverão ser atendidos desde que estejam compensados, porém mesmo assim poderão apresentar crises convulsivas.
Observação 1: Evite anestesiar pacientes epilépticos com lidocaína.
Observação 2: Pacientes epilépticos deverão urinar antes da consulta, pois retenções hídricas poderão aumentar as chances de convulsão.
Pacientes que fazem uso de anticonvulsivantes poderão, mesmo assim, apresentar crises. Portanto, a cadeira odontológica e o mocho deverão estar na posição mais baixa possível, e o profissional deverá atendê-lo na posição sentada.
Não devemos deixar o foco de luz nos olhos do paciente, pois “flashes de luz” poderão provocar crises de epilepsia reflexas em pacientes suscetíveis.
3-uso de anticonvulsivantes no tratamento da dor neuropática
2-

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