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Dossiê Dilma Rousseff Fonte: Jornal Folha de S.Paulo Período: 8 de agosto a 03 de outubro de 2010 Matérias publicadas aos domingos. Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Comunicação Integrada – 3° período – manhã. Grupo: Camila Renata, Juliana Rodrigues, Larissa Oliveira. Histórico do veículo Criado em 1921, com o surgimento do Jornal “Folha da Noite”, a hoje, Folha de São Paulo é um jornal de circulação e repercussão nacional. Uns dos periódicos mais vendidos do país, a Folha tem uma postura denominada, em tese, imparcial e visa atingir um público de classe social mais alta. Os resultados preliminares da versão 2000 da pesquisa 'Perfil do Leitor da Folha' do Datafolha, para o estado de São Paulo, afirma que seu típico leitor tem aproximadamente 40 anos e um alto padrão de renda e escolaridade. Caso fosse escolhido um leitor, por acaso, a probabilidade que ele seja homem é a mesma de que seja mulher. O mesmo leitor faria parte da classe A ou da B, seria católico e possuiria TV por assinatura e acesso à Internet. Já em outros estados, o perfil é mais variado. O leitor é mais jovem (em média 36 anos) e mais elitizado (classe A). Além disso, é muito grande o índice de pós- graduados. A publicidade explícita na Folha confirma esse perfil de leitor. É comum ver em suas páginas propagandas de empresas de viagem (como a CVC), carros e apartamentos de alto luxo. Escolha do jornal e da candidata O grupo optou pela Folha de São Paulo, exatamente por ser um jornal que visa uma classe com renda mais elevada para que fosse feito a análise da postura do veículo com relação à candidata do PT, Dilma Rousseff. O Partido dos Trabalhadores tem suas raízes na população mais humilde, confrontando totalmente com o perfil de público do jornal. A partir desse ponto, iniciaremos a análise das matérias buscando conhecer a total imparcialidade pregada pelo jornal. Folha de S.Paulo – DOMINGO, 8 de agosto de 2010. Pesquisa Datafolha A candidata à presidência Dilma Rousseff ganhou destaque em 2 páginas do jornal de domingo, no caderno Poder. Página A13 – Matéria localizada no canto inferior à direita. “Lula e Dilma ampliarão visitas a SP para impulsionar Mercadante” “Objetivo é diminuir a vantagem de Serra sobre petista no Estado” A matéria situada na parte inferior da página do caderno Poder fala sobre a estratégia de campanha adotada pela candidata Dilma e apoiada pelo presidente Lula. Dilma, em pesquisa realizada no maior colégio eleitoral do Brasil (SP), está 14 pontos atrás do também candidato à presidência José Serra. Com isso, a estratégia implantada é aumentar a presença da candidata em SP, além de buscar promover a campanha de Aloísio Mercadante ao governo paulista. Análise da foto: A foto da reportagem traz Lula, Mercadante e Marta Suplicy. A candidata à presidência não aparece na imagem. “ „O presidente Lula já havia me dito que iria dar prioridade a São Paulo na reta final‟, afirmou Mercadante. O candidato também brincou com declarações de Dilma durante o debate na Band: „Agora só falo como ela. Tenho muito orgulho de ter sido líder do Lula no Senado, e do nosso governo‟.” O nome da candidata ainda aparece em outro título na mesma página, “O apoio dos tucanos a Dilma virou fraude”, mas não ganha destaque no conteúdo da reportagem onde foi debatido mais o Pluripartidarismo criado para apoiar a candidatura de Dilma. Na página seguinte (A14 – página inteira), em “Partidos exibem festival de contradições em discursos”, aparecem charges onde os candidatos são “alfinetados” por suas atitudes e falas dos partidos. O nome de Dilma é citado em três charges, mas a crítica é não diretamente à candidatura. PIQUE-ESCONDE “Na sabatinada da Folha, Aloízio Mercadante (PT) vive alfinetando Geraldo Alkimin (PSDB). Diz o petista que o tucano tem evitado o confronto. Na corrida presidencial, é o contrário: o PSDB acusa o PT de manter Dilma Rousseff na toca – embora tenha ido ao debate da Band, a petista já desmarcou outras participações. Sergio Guerra, presidente do PSDB, disse que a tática é „esconder a Dilma e enganar o povo‟.” A PÉ E DE TREM “O candidato do PSDB à Presidência, José Serra, foi a público criticar o trem-bala - projeto que Lula credita à Dilma. Para Serra, o governo federal poderia usar os recursos aplicados na obra (estimados em R$35 bilhões) na construção de outras ferrovias, rodovias e em 300 km de metrô em capitais brasileiras. Na sabatina da Folha, Alckimin mostrou-se a favor da empreitada. „No que eu puder ajudar como governador, eu farei‟, disse.” As sátiras retratam como há falhas na comunicação dos candidatos, que preocupam tanto com o que os outros candidatos fazem e se esquecem de examinar ao seu redor e perceber que fazem parecidos. Comentários sobre as matérias Por ser a primeira análise, não foi possível identificar de maneira clara e mais direta o posicionamento do jornal em relação à candidata. Folha de S.Paulo – DOMINGO, 15 de agosto de 2010. Pesquisa Datafolha Página A9 (direita) – Localizada no canto esquerdo da página. Obs.: A maior parte da página é ocupada por um anúncio, deixando a reportagem pouco perceptível. “Serra caiu nos Estados que mais visitou” “Tucano concentrou campanha no Sudeste, mas perdeu seis pontos no Rio, quatro em Minas e três em São Paulo”. “No intervalo entre as duas últimas pesquisas, de 23 de julho até anteontem, Serra teve pelo menos sete agendas de campanha em São Paulo, cinco em Minas Gerais e três no Rio de Janeiro.” Segundo dados fornecidos pela pesquisa Datafolha, o desempenho do candidato Serra piorou nos Estados em que ele mais visitou. A matéria afirma que, pela primeira vez, Dilma está à frente de José Serra no resultado geral das pesquisas, mas em São Paulo – maior colégio eleitoral do país e berço de Serra -, a candidata petista está empatada tecnicamente com o candidato tucano, mesmo levando em consideração a margem de erro de 3%. Página A10 (esquerda) – Página inteira. As três reportagens contidas na página citam Dilma Rousseff. Parte superior da página – ocupa da margem esquerda à margem direita. “Sinais de reviravolta” “Resta a Serra introduzir alguma perspectiva capaz de seduzir aspirações frustradas do eleitorado” “Serra e seus marqueteiros poderiam perceber que assim só confirmam o que é a principal bandeira da adversária. Façamos justiça: a candidatura de Dilma e seu êxito são produtos de Lula, como Gilberto Kassab foi de Serra, mas o PSDB e seu candidato não têm regateado facilidades e outras colaborações à candidatura governista.” O texto publicado tem a opinião do redator Janio de Freitas. A análise crítica aponta os problemas das campanhas dos presidenciáveis. Dilma leva vantagem na matéria em relação a seu opositor, José Serra. Para o autor, a candidata soube aproveitar melhor seu tempo nas propagandas eleitorais, não se preocupando em falar mal da oposição, enquanto Serra deixa claro várias promessas, mas que ficam “no ar”, perdidas, dando ao eleitorado a impressão de vazio. Janio diz que falta ao candidato do PSDB mostrar para que realmente veio e porque deixou o governo de São Paulo para se candidatar a Presidência. Ocupa mais da metade da página “Metade do eleitorado crê na vitória de Dilma” “Entre os brasileiros que aprovam o governode Lula, candidata petista abre 22 pontos de vantagem sobre Serra.” “Além de ter se isolado à frente da pesquisa Datafolha para presidente, Dilma Rousseff (PT) ampliou entre os eleitores a percepção de que será a vitoriosa em 3 de outubro.” Logo abaixo à análise crítica de Jânio de Freitas, uma matéria afirma que Dilma mostra força em capitais que antes eram reduto de Serra. A reportagem é resumida por apresentação de gráficos que mostram diferenças entre expectativa de vitória e intenção de votos. Parte inferior da página – canto direito “Pela primeira vez petista empata com tucano entre as mulheres” Também segundo pesquisas Datafolha, o público feminino empata pela primeira vez os candidatos José Serra e Dilma Rousseff (ambos com 35%). A reportagem ainda comenta que se dependesse do público masculino, Dilma venceria no primeiro turno. Entre os mais ricos (ganham acima de 10 salários mínimos), 44% votariam em Serra e apenas 28% em Dilma. Página A11 (direita) – canto superior direito. A página é repleta de propagandas e, abaixo da reportagem, está a propaganda de um deputado do PSDB com sua foto e os números de Serra e do candidato ao governo de São Paulo, Geraldo Alkimin. “Ás vésperas da estréia na TV, Lula grava para 20 aliados nos Estados”. “Dilma comemora Data Folha e afirma que não haverá soberba” “Dilma adotou discurso de humilde. Disse que não haverá na campanha „salto alto, soberba ou autossuficiência‟.” A princípio, a reportagem dá ênfase às gravações feitas por Luiz Inácio Lula da Silva para as campanhas eleitorais de seus aliados. Ao final, um breve comentário diz que, enquanto Lula grava para 20 aliados políticos, Dilma também gravava, porém sem a participação do atual presidente da República. Apesar de gravarem tomadas diferentes, os dois comemoraram a posição de Dilma diante Serra. O jornal afirma que Dilma adotou uma postura humilde em relação à sua candidatura e a vantagem presente sobre Serra ao dizer que ainda não tem nada decidido e que não está de salto alto. Na foto, Dilma lê a revista Época, que a traz como capa, contando relatos da sua participação na luta armada contra a ditadura. Diante à publicação, Dilma afirma não ter participado e nem sequer ter sido julgada ou condenada pelo ato apontado pela revista. Análise da foto: A candidata aparece lendo a revista em que é capa perto de um carro de luxo, contrapondo o rótulo de humilde comentado na matéria. Comentários sobre as matérias Nas matérias publicadas neste dia, foi possível perceber um pouco da posição do jornal em relação à candidata Dilma Rousseff. São apresentadas as vantagens da candidata, mas as críticas feitas a Serra parecem mais um alerta ao candidato tucano de como isso prejudicará sua campanha. Percebe-se, em primeiro momento, que o jornal possui uma preferência não explicitada diretamente por José Serra. Folha de S.Paulo – DOMINGO, 22 de agosto de 2010. Pesquisa Datafolha Editoriais A página dos editoriais apresenta duas colunas tratando de Dilma. A coluna de Clóvis Rossi adota o termo piloto automático para se referir ao futuro mandato de Dilma, que segundo Rossi, seguirá o mesmo modelo governista adotado por Lula tanto referente a posturas quanto táticas. Enfim, as coisas ficariam como estão. Eliane Cantanhêde, em seu comentário, não demonstra simpatia ao atual cenário e deixa bem claro em suas previsões esta postura. Cantanhêde também expõe em seu texto o fracasso eleitoral do candidato tucano José Serra que, segundo afirma a mesma, deve-se ao seu posicionamento nada ofensivo do candidato e a “a falta de empenho por parte do mesmo em demonstrar para a maioria da população que o Brasil pode mais”. A capa dessa semana traz duas matérias relacionadas à candidata. Na chamada para a reportagem: “Lula prepara ofensiva para tentar mudar eleição em SP”, o nome de Dilma não é citado, mas a matéria referente ao título fala sobre a candidata. A outra chamada, “Empresa produz boletim diário contra tucano” também não traz o nome da petista estampado, mas seu conteúdo também é sobre a mesma. Página A14 – Ocupa quase que toda a primeira metade da página. Segundo o jornal, o dono da Lanza Comunicação, Luiz Lanzetta, abastece veículos de comunicação de todo o país com conteúdos pró-Dilma Rousseff (PT) e contra o tucano José Serra. Pelas contas da empresa, o material é distribuído diariamente a 556 mil e-mails e reproduzido por 250 sites. A Lanza entrega gratuitamente o conteúdo do boletim "Brasília Confidencial", que é reproduzido por sites de partidos aliados do PT, simpatizantes de Dilma, centrais sindicais, jornais e rádios. Também é usado pela rede de mobilização comandada por Marcelo Branco, responsável pela campanha de Dilma na web. A Secretaria de Comunicação da Presidência nega ter pagado pelos serviços da Lanza e afirma não ter repassado recursos de publicidade ao site. Procurados pela Folha, Barenho se recusou a comentar e Lanzetta não respondeu aos telefonemas. Luiz Lanzetta é acusado de envolvimento na negociação de dossiê contra Serra. Imagem do Boletim pró-Dilma. A página A4 – Poder. “Vantagem de Dilma faz Lula exigir ofensiva em SP” Presidente cobra „fatos políticos‟ para alavancar campanha de Mercadante. A matéria fala sobre a tática de Lula em relação à tentativa de aumentar a preferência do eleitor paulista por Mercadante. A pesquisa Datafolha dessa semana mostra Dilma 17pontos à frente de José Serra, o que agrada ao atual presidente. A candidata Dilma se mostra feliz com o resultado da pesquisa, mas afirma que pesquisa não ganha eleição. Segundo a mesma, o que a fará presidente será a decisão dos eleitores no dia 03 de outubro. Análise da foto: Dilma aparenta tranqüilidade e Lula mostra vigor. A foto traduz o que é detalhado na matéria, que se refere à postura dos candidatos mediante a vantagem da petista nas pesquisas. Comentários sobre as matérias A Folha desse domingo se manteve mais estável e com certa imparcialidade nas matérias, mas o editorial mostrou realmente a postura do jornal em relação à candidata, se mostrando insatisfeito a esse apoio de Lula a Dilma. Folha de S.Paulo – DOMINGO, 29 de agosto de 2010 Pesquisa Datafolha A capa do jornal deste domingo traz duas chamadas que dizem respeito à candidata Dilma. A primeira trata da omissão de Michel Temer, vice da candidata pedista, de um imóvel no Imposto de Renda (IR). Já a outra, afirma que, para eleitores, Dilma é mais hábil para governar. Ambas estão localizadas do lado esquerdo da página e ocupam pouco espaço. Página A2 – Opinião. Localizada na parte mais alta do lado direito. O editorial de domingo traz uma charge, que insinua de maneira direta, que Dilma é coordenada por Lula, e só faz o que a é recomendada. Deixando explicita a opinião de que Dilma é totalmente manipulada e não faz nada por vontade própria. Página A4 (esquerda) – Poder. Ocupa todo o lado direito da página. “Temer omite de declaração ao TSE imóvel de R$2,2mi “Vice de Dilma diz que omissão na eleição de 2006 se deve a „erro de digitação‟” O jornal traz uma matéria extensa mostrando as contradições de Michel Temer quando o mesmo tenta se explicar sobre a não declaração de um imóvel em seu nome. Em um primeiro pronunciamento, Temer afirma ter adquirido o imóvel com o honorário recebido por uma causa advogada em 1970 e, que só recentemente recebeu. Apartir dessa declaração, a Folha começou a investigar na Justiça Paulista sobre tal ação, já que o político não divulgou o nome do cliente. Após essa investigação, a versão sobre a história mudou. O vice de Dilma, ao debater as acusações de ter mentido, afirmou ter sido um erro de digitação a não inclusão do valor em seu IR. A justiça eleitoral não considera o caso como grave, já que, segundo a mesma, esse fator não interferiu na candidatura da presidenciável. Além do texto, ao final da página há a entrevista de Michel Temer à Folha de S.Paulo. + Página A12 – Poder. Duas reportagens que ocupam mais da metade da página. “Eleitor vê Dilma como mais preparada”. “Candidata do PT ultrapassa José Serra na sondagem sobre quem reúne maior número de habilidades para governar” Segundo pesquisa Datafolha, Dilma é vista pelo eleitorado como mais apta a governar o país. Fato inédito. A candidata petista ultrapassou José Serra, que em maio, era considerado melhor em vários quesitos abordados. A pesquisa leva questionamentos como, “quem defenderá os ricos”, “mais autoritário”, “mais inteligente”, dentre outros. A matéria é completada com caricaturas de Serra e Dilma e gráficos com os percentuais dos três mais bem colocados presidenciáveis. “Imagem de Dilma perante o eleitor mostra avanço além da tutela de Lula” Ao final da página, em uma pequena reportagem, passível de passar despercebido por estar abaixo da produção gráfica acima, há uma reportagem afirmando que Dilma começa a ser conhecida pela sua campanha, e não por ter o apoio do presidente Lula. A mulher que antes era vista como a “sombra” de Lula ganhou voz e atuação entre os eleitores, que a classificam como a mais preparada para manter a estabilidade econômica, defender os pobres e, dentre outras coisas, combater a violência. A candidata ainda é vista como quem melhor se expressou na televisão. Na página A15, também do caderno Poder, o jornal apresenta uma matéria contanto sobre o passado de Dilma. A matéria diz apenas que Dilma vendeu bugigangas e „Cavaleiros do Zodíaco‟ no Sul e que renega esse passado. Como de costumes este ano na cobertura das eleições, a Folha chama um especialista para analisar a fisionomia dos candidatos em situações pré-escolhidas. Na visão do especialista, ao analisar algumas cenas do debate realizado pela Uol e a campanha eleitoral pela tv, Dilma se mostra bastante emocional nas duas situações e suas expressões faciais condiziam com sua fala. A candidata demonstrou confiança e sinceridade, transparecendo mais honestidade com seus sentimentos, ao contrário da última análise, onde a mesma foi considerada crua. Comentários sobre as matérias A edição desse domingo ao mesmo tempo em que exalta a candidata petista traz contraposições que buscam denegrir de maneira sutil a imagem da mesma. Analisando a capa do dia, percebe-se que não é por acaso que o chamado para a matéria que compromete Temer esteja acima da que Dilma aparece como mais apta a governar. De maneira sutil, podemos analisar que o jornal tende a desfavorecer a candidata, não sendo tão imparcial quanto prega ser. Folha de S.Paulo – DOMINGO, 05 de setembro de 2010. Pesquisa Datafolha Página Especial 1 (Centro) – Localizada no centro, utilizada página inteira. “Dilma ignorou falha apontada por TCU em contas de luz; prejuízo é de R$1bi”. “Em Minas e Energia, petista foi avisada três vezes pelo órgão sobre falha no cálculo da tarifa de luz mas nada fez” Análise da foto: Foto com o rosto de Dilma com expressão de raiva, como se estivesse negando o fato. Em auditoria feita após a saída de Dilma da pasta confirmou problema; benefício não garantia desconto aos mais pobres. A propaganda eleitoral tem apresentado Dilma como eficiente gestora, mas o erro cometido em Minas e Energia coloca sua imagem em xeque. Dilma tardou em reconhecer e corrigir deficiências na tarifa social, o erro resultou no gasto inadequado de R$2 bilhões, dinheiro este que poderia tem sido utilizado em investimentos federais ou até mesmo em benefício de famílias mais pobres. Na época, um dos critérios para a concessão do benefício era o consumo residencial, porém a conclusão foi que os consumidores que consumiam até 80kWh/mês não eram necessariamente pobres, mas sim donos de casa de praia. Os consumidores realmente pobres que consumiam acima de 80 kWh/mês ficavam fora do desconto, pois numa mesma casa podia residir um alto número de moradores no local. O tribunal propôs reformulação dos critérios por mais de três vezes a Dilma, a alertando do problema. Porém, na época, ela não deu atenção, somente pela 3ª vez em que foi notificada é que as providências começaram a ser tomadas. Mas foi após a saída de Dilma e com entrada de Silas Rondeau, que novos estudos foram feitos para aprovar uma nova lei. Página Especial 1 (à direita) – Localizada no canto da página à direita. Obs: Pequena nota com o relato de defesa de Dilma Rousseff a respeito do erro. “Ex-ministra diz que pasta estudou mudança na tarifa” Dilma informou por meio de sua assessoria de imprensa que desde 2003 foram realizados estudos para propor mudanças no cálculo da tarifa social. A assessoria informou que a candidata “sempre considerou positiva a posição do TCU” e que a proposta de alteração da lei “sempre foi convergente com a posição do MME”. Comentários sobre as matérias Percebe-se que, nesta edição, o Jornal se posicionou a favor de críticas e a exposição de fatos que poderiam prejudicar a candidatura de Dilma, tanto que nesta mesma página, apenas uma coluna à direita foi disponibilizada em defesa da ex- ministra, e mesmo assim, nesta coluna, quiseram indiretamente comprovar um descaso de Dilma em relação ao problema com a apresentação de fatos de dados como datas e períodos de alteração da lei. Folha de S.Paulo – DOMINGO, 12 de setembro de 2010. Pesquisa Datafolha Editorias Na parte superior da página, uma charge, caricatura Dilma e Lula, onde o atual presidente ocupa a região da cabeça correspondente ao cérebro e Dilma, com um perfil nada atraente, corresponde ao restante do corpo. Analisando o desenho é possível entender o que é escrito por Clóvis Rossi em sua coluna. Rossi menciona o modelo “jeito Lula de ser” adotado por Dilma, frisado sempre pelo colunista que alerta, esta postura após as eleições pode não apresentar ou continuar o rumo previsivelmente esperado, já que o estilo de ambos, apesar de estrategicamente se associarem, é completamente diferente. Segundo o mesmo, a candidata tem um temperamento explosivo, totalmente contrário ao do atual presidente. Os editoriais tratam em suas notas primeiramente a questão do rumo dos então chamados debates políticos que segundo eles, se tornaram uma verdade propaganda partidária em que os candidatos criticam obras ou atitudes do outro como justificativa ao ataque, apontando suas benfeitorias ou o que pretende fazer caso seja eleito. Eliane Catanhêde como insistente defensora do PSDB, avalia as estratégias utilizadas pelos candidatos à presidência, nas quais cita o escândalo com a filha do candidato tucano José Serra e o enredo dado a este fato. Esta também analisa a má articulação dos tucanos que, segundo a colunista, foi o fator determinante para o previsível desfecho das eleições. “Não consolidou um discurso para convencer a maioria de que o „Brasil pode mais”. Ou seja, a vontade de vencer a qualquer custo contra a falta de determinação (quase preguiça) de realmente guerrear. Novamente, a candidata à presidência, Dilma Rousselff,ganha, destaque na capa da edição de domingo. A Folha denuncia o filho da ministra da Casa Civil, Erenice Guerra, de atuar como lobista. A capa dessa edição traz a seguinte manchete: “Filho de braço direito de Dilma atua como lobista” Título esse, aprofundado melhor no caderno Especial Eleições 2010. Especial 8 – Eleições 2010. Localização: ocupa toda a página. Contra parecer, Anac beneficiou empresa Renovação de concessão MTA foi dada pela presidente da agencia em quatro dias, apesar de diretoria ser contra. A reportagem trata do escândalo que envolve Israel Guerra, filho da sucessora de Dilma, Erenice Guerra, no esquema de lobby. Guerra é apontado como lobista entre negociações empresa e governo. Segundo o jornal, o envolvimento de Dilma com Erenice teve início em 2002, onde Erenice foi assessora de Dilma no Ministério de Minas e Energia e secretária executiva da Casa Civil. A promoção da ministra foi feita em março, coordenada por Dilma. O jornal abriu espaço para Erenice debater as acusações. A mesma afirmou nunca ter recebido empresários em sua casa para tratar de assuntos institucionais e afirmou que, eventualmente, algum empresário possa ter ido a sua casa a convite de seus filhos. Análise da foto: Dilma e Erenice aparecem sorridentes na foto e a petista acena para o fotógrafo. A imagem mostra um certo entrosamento Especial 9 eleições 2010 . Localizada no centro da página. Depois de explicitado todo o caso sobre o suposto lobby, Dilma rebate as acusações. “Meu adversário tem perdido todas as estribeiras, fazendo acusações sistematicamente sem provas, de forma leviana. Periga passar a eleição sendo chamado de caluniador.” Além do comentário de Dilma, a página traz críticas e piadas feitas por José Simão ao cenário e personagens das eleições 2010. No meio da página, há ofensivas e defensivas de Dilma e Serra em relação ao escândalo da Casa Civil. Dilma defende a aliada, enquanto Serra diz que a Casa Civil é um centro de maracutaias. Especial 11 – Eleições 2010. “Espião de Dilma” “Ex-agente da ditadura militar acha que Dilma nasceu para mandar, não para ser mandada.” Análise da foto: Com destaque em meia página, a foto foi montada como se o ex- agente do DCI gaúcho, Silvio Ribeiro olhasse para o título da matéria. A página apresenta o relato de Sílvio Ribeiro, ex-espião da Ditadura Militar, falando sobre Dilma durante a sua militância no período ditatório. Ribeiro afirma que Dilma é um lobo em pele de cordeiro e acrescenta em nota que a postura da candidata em negar participação direta nos crimes de assaltos e assassinatos contra opositores não diminue sua responsabilidade, pelo contrário aumenta, visto que o movimento exigia gente forte. O ex - agente ainda relata que ao final dos anos 80, após responder a inquérito policial, teve sua casa arrombada e todos os documentos, fotos e fitas armazenadas por ele da época que atuava nos órgãos de repressão foram levados. A margem direita da parte inferior da página traça uma linha do tempo da vida da candidata durante a Ditadura Militar, complementada por uma pequena foto em preto e branco de Dilma e Guido Rocha no julgamento por crime político entre os anos 70 e 72. Comentários sobre as matérias Mais uma vez, a Folha trouxe matérias que denigrem a imagem da candidata à presidência Dilma Rousseff. O escândalo do filho de Erenice Guerra e a reportagem contando sobre seu passado na Ditadura mostram totalmente a visão da Folha sobre a candidata. Claro que, entendemos que o jornal tem o dever de informar ao seu leitor sobre o que está acontecendo, mas foram utilizadas formas mais diretas, como a junção das matérias do escândalo na Casa Civil e o passado tão “escondido” de Dilma, além as charge que explicita Dilma como apenas o corpo para que o cérebro de Lula coordene para dizem de maneira quase explícita em quem os leitores não devem votar. Folha de S.Paulo – DOMINGO, 19 de setembro de 2010. Pesquisa Datafolha O escândalo da Casa Civil ganha destaque na capa desse domingo na Folha. O nome da candidata Dilma Rousselff aparece em várias partes da página e há diversas chamadas referentes à candidata. Os editoriais do dia utilizam o termo síndrome para se referir ao posicionamento dos candidatos na reta final das eleições. Para eles, o tucano Serra, segundo o próprio texto, teve por assim dizer, “seu momento Dilma”, ao reagir com irritação a entrevistadores de um programa de TV. Já os petistas, adotaram o estilo prepotente. Os editoriais alertam que “os petistas não são vítimas, são na verdade aproveitadores que se escondem por trás de farrapos de ideologias para promover os negócios e tentar desfigurar na medida de suas próprias dimensões um sistema democrático a duras penas consolidados no país.”. Caderno Especial 1 – Eleições 2010. Localizada na parte superior e continua na lateral esquerda. A primeira página do caderno especial sobre as eleições trata imediatamente sobre o suposto esquema de propina do filho de Erenice Guerra. O titulo da matéria: “Dilma afirma que não sabia de lobby na Casa Civil, e Erenice alega ter sido traída”. “Candidata diz desconhecer denúncia de que filho de sua sucessora cobrou para liberar empréstimo do BNDES a empresa” O assunto chama a atenção logo quando se olha para a página, que por sinal, foi impressa em um papel diferente do usado no restante do jornal, o que faz com que se perceba mais aquele caderno. Nem a grande publicidade, que ocupa grande parte da página, evita que o olhar vá direto ao tema, muito repercutido na mídia durante a semana. Nesta primeira página há apenas uma introdução. A matéria se desenrola nas páginas 8 e 9, mas o tema é discutido em quase todas as páginas do caderno sob vários pontos de vista. Especial 1 - Página 3 O presidente Lula, num discurso em Campinas, com a presença da candidata petista sai em defesa da mesma e diz que, além do PSDB, derrotará nas eleições alguns jornais e revistas que segundo o presidente “se comportam como partidos políticos”. A declaração foi feita durante o comício. Lula afirma que o seu governo é “democrata” porque permite que a imprensa “bata” nele. Mencionou ainda que os órgãos de imprensa “pensam que são democratas, mas a democracia que eles suportam é dizer que a economia vai crescer mais de 7% neste ano”. Segundo Lula, não será ele quem irá censurar a imprensa, mas sim o telespectador, ouvinte, leitor, que medirá o que é mentira ou verdade. Para o atual presidente, determinados setores da imprensa chegam a ser uma vergonha. Ele satiriza a revista Veja, a qual chamou de “Oia”. Ao final, disse que criará uma “bolsa família para tucanos” e completa dizendo que “eles vão passar fome [...] quando perderem o governo de São Paulo”. Especial 1 - Página 8. “Dilma afirma que não sabia de lobby na Casa Civil, e Erenice alega ter sido traída”. “Candidata diz desconhecer denúncia de que filho de sua sucessora cobrou para liberar empréstimo do BNDES a empresa” Apesar das declarações feitas por Dilma de que não sabia do esquema, o jornal afirma que o envolvido, Israel Guerra, filho de Erenice Guerra, cita a candidata à presidência como responsável por avalizar negócios. A matéria traz a seguinte frase: “minha mãe resolve e minha tia resolve”, sendo a 'tia' a ministra Dilma. Frase esta citada por dois envolvidos na negociação. Comentários sobre a matéria O jornal desse domingo foi de acusações claras e diretas entre a imprensa e o presidente Lula. Nos editoriais, ficou explícita a guerratravada entre os petistas e o jornal. A imparcialidade, tanto teoricamente utilizada no jornal, foi deixada de lado e posicionamento contra a candidata Dilma Rousselff transpareceu em algumas reportagens da edição. Folha de S.Paulo – DOMINGO, 26 de setembro de 2010. Pesquisa Datafolha Página Especial 12 (Centro) – Localizada no centro, utilizada página inteira, completa. “A Hollywood de Dilma” “Mais rica e preparada com antecedência, campanha da petista na TV usa técnicas de „cinema‟ e câmera que pode custar R$500 mil”. Se em marketing político imagem é tudo, a campanha da presidenciável Dilma Rousseff possui armas poderosas na guerra do horário eleitoral. Uma das grandes armas é uma câmera chamada Red One 4K. A câmera digital americana filma com resolução de cinema e custa em torno de R$500 mil. Ela só pode ser utilizada por um cinegrafista muito preparado e escolhido a dedo. Além desta super câmera, as propagandas de Dilma utilizam outras duas de primeira linha (Canon 5D e Sony HDX 500), isso para transmitir aos eleitores qualidade de imagem. Porém, a última pesquisa de prestação de contas ao Tribunal Superior Eleitoral, a campanha de Dilma e comitê financeiro do PT declararam gastos de R$29 milhões com a “produção de programas de rádio e TV”. Já o candidato tucano, declarou gastos em torno de R$11milhões. Para mostrar a diferença de imagem entre as câmeras, o Jornal publicou imagens capturadas da campanha eleitoral de Dilma e Serra. A foto do programa eleitoral da petista é visivelmente superior à de Serra, sendo percebida a diferença até por quem não conhece sobre o assunto. Também foram utilizados para a campanha, segundo a matéria, mais de quatro estúdios de áudio para gravação de músicas que tenham relação direta com as imagens. O trabalho de propaganda eleitoral do PT começou com três meses de antecedência em relação aos dos outros candidatos. Página Especial 12 (à direita) – Localizada no canto da página à direita. De acordo com Lô Politi, diretora executiva da campanha, todos os dados e temas apresentados nas campanhas foram estudados com muita antecedência e, este novo modelo inovador, mostra que o segredo de se vender um candidato está justamente em não tratá-lo como algo que se possa inventar e vender. Politi afirma que “a Dilma da TV não é uma invenção”. Comentários sobre as matérias Nesta edição, o foco foram as críticas da candidata Marina (PV) à Dilma e Serra, tanto que a reportagem sobre Dilma está na última página do Jornal e com uma pitada de ironia e crítica em relação aos gastos da candidata com as propagadas eleitorais. Inclusive, há imagens que mostram a diferença de resolução em vídeos utilizados nas propagandas eleitorais de Dilma e Serra. Parece ser costume do Jornal as pequenas notas de defesa em relação aos fatos relacionados à Dilma, ficam sempre expostas à direita no canto da página. Em contra partida, na página Especial 3, o Jornal se posiciona a favor de Serra, afirmado que as propostas de governo dele conferem exatamente com os problemas atuais. Folha de S.Paulo – DOMINGO, 03 de outubro de 2010. A capa do periódico desse domingo, dia das eleições, traz a foto dos três principais candidatos à presidência e as respectivas intenções de voto. A foto e a chamada para a matéria ocupam toda a parte superior do jornal. A parte dos editoriais da Folha traz um texto denominado Segundo turno falando das vantagens de se ter um segundo turno no país. Segundo o relato, o resultado parcial das eleições, com Dilma na liderança, está associado “a um eleitorado submetido à frenética campanha movida pelo presidente Lula e à incompetência de seus oponentes para criar, nem se diga alternativa, mas real debate.”. Segundo o autor do texto, a ocorrência de um segundo turno é a oportunidade para os eleitores conhecerem os dois candidatos participantes na disputa, analisar suas propostas e ter tempo para pensar melhor sobre seu voto. O escrito, localizado na parte esquerda da página (esquerda) não é assinado. Caderno Especial - Eleições 2010. Além da capa relacionada às eleições de hoje, sete outras matérias tratam da candidata petista, Dilma Rousself. A capa apresenta a pesquisa Datafolha, que aponta Dilma com 50% dos votos válidos, o que traz indefinição sobre 2° turno. A pesquisa tem margem de erro de 2 pontos (para mais ou para menos). Segundo previsto por constituição, para ser eleita em 1° turno, Dilma deverá ter mais de 50% dos votos válidos. Página especial 4 e 5 – Reportagem ocupa as duas páginas. Petista oscila dois pontos e volta ao patamar de agosto Simulação de segundo turno mostra Dilma com 52% contra 40% de Serra. A matéria de duas páginas fala sobre a oscilação da candidata nos últimos dias. Segundo o jornal, em pesquisas realizadas na terça e quarta (antes do fim de semana de votação) Dilma aparecia nas pesquisas com 52% das intenções de votos, caindo para 50% ao final da semana. As páginas trazem um gráfico com a evolução dos candidatos e acontecimentos ocorridos durante toda a trajetória eleitoral. Segundo as pesquisas, a curva de intenções de votos da candidata ganhou uma trajetória mais lenta e declinante desde o escândalo sobre o trafico de influência na Casa Civil. Este foi o menor índice da candidata desde agosto, que tinha cerca de 54% das intenções de voto. Na página especial 5, canto direito, ocupando espaço estreito mas longo (do início ao fim da página), é feita uma análise sobre o que levou Dilma ao lugar que está, tão próximo de ser a primeira mulher presidente em primeiro turno (fato duplamente inédito) ou seguir para o segundo turno, provavelmente, com José Serra. Página Especial 6 e 7. Petista volta a perder votos na nova classe C. Dilma também oscilou dois pontos para baixo entre os eleitores que cursaram apenas o ensino fundamental. A página 6 traz uma matéria onde é dito que Dilma perdeu votos na nova classe C e entre os eleitores que cursaram apenas o ensino fundamental, enquanto a também candidata Marina Silva subiu nas pesquisas realizadas nas últimas semanas. Ao final desta página, há uma pequena matéria onde relatam sobre a pesquisa do Ibope, mostrando Dilma com 51% dos votos válidos. Gráficos que ilustram as matérias: A página 7 traz uma reportagem com o título: Dilma descarta clima de oba-oba eleitoral Governo do DF recebe solicitação de reforço policial para comemoração eleitoral na Esplanada dos Ministérios. Boatos sobre solicitação para o aumento na segurança para a Esplanada dos Ministérios para uma possível comemoração no local foram questionados à candidata que afirma não ter conhecimento disso. “Ninguém está preparando festa nenhuma. Temos muito respeito pelo processo eleitoral.”, afirma a candidata desmentindo os rumores. A candidata ainda rebateu as críticas sobre a tentativa do governo em constranger a liberdade da imprensa. Nesta mesma matéria, o presidente Lula admite ter se empenhado mais na campanha de Dilma do que em sua própria reeleição. Após votar no Rio Grande do Sul, Dilma seguirá para o Distrito Federal, onde se encontrará com Lula e ministros para acompanhar a apuração. Análise da foto: Dilma aparece muito sorridente, com expressão de confiança e tranqüilidade. Especial 8 (esquerda) – ocupa meia página, de uma margem a outra. Vença ou não, Dilma vai ouvir Lula para agir Petista acredita em vitória em 1º turno, mas adota cautela e evita discutirplanos para o dia seguinte com equipe. Segundo a reportagem, Dilma ainda não pensa em estratégias para governar e prefere não contar vitória antes do término das apurações, pois pode dar azar. Ganhando em 1° turno, a petista pretende tirar alguns dias de folga e após isso se reunir com o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva para discutir assuntos sobre o governo antes de convocar reuniões para apresentar seu ministério. Caso a disputa vá para o 2° turno, os dias de folga serão menores e a candidata buscará o apoio de Marina Silva (PV). O marqueteiro responsável pela elaboração da campanha de Dilma pretende aprofundar a comparação entre o atual governo e a era tucana, buscando questionar a população se ela deseja uma volta ao passado. Análise da foto: Dilma aparece sorridente na imagem. A foto ocupa o centro da matéria. Na parte direita da página há um Raio-X com o perfil da candidata e, logo abaixo, frases intituladas como ISTO É DILMA. Especial 10 e 11 – Dilma ocupa toda a página 10 Dilma inflou dados, e Serra faz promessas complicadas. Marina foi vaga em suas propostas, como na mudança na Previdência. A matéria apresenta as propostas e idéias dos candidatos durante as campanhas consideradas vagas, de difícil concretização e exageradas. Dilma foi indicada como autora de afirmações não condizentes com a verdade ao que diz respeito a valores gastos como, por exemplo, em saneamento básico. Ao lado, há um box com respostas dadas pela candidata sobre determinados questionamentos . A página 11 traz uma reportagem com o título “Campanha não teve discussão de propostas”, que critica a atitude dos presidenciáveis de exaltarem os escândalos e esqueceram de apresentar suas propostas. O nome de Dilma não foi citado diretamente, mas os escândalos mencionados são todos com seu nome. Especial 19. Localizada na parte inferior da página. “Está na cara”. “Dilma evolui no debate” A reportagem dessa página fala sobre a evolução da candidata petista Dilma nos debates televisivos. Dilma deixou de lado uma imagem crua e emocional e passou a gesticular de forma mais apropriada, com sorrisos nas formas medidas, não como alguns candidatos, segundo a matéria, o que leva a impressão de honestidade em sua fala. Os demais candidatos também foram examinados. O texto é assinado pelo professor de psicologia da Universidade de San Francisco (EUA), David Matsumoto. Comentários sobre as matérias Todas as matérias referentes aos presidenciáveis exaltaram, de forma clara ou implícita, a incompetência dos demais candidatos de barrarem o crescimento de Dilma nas pesquisas. O jornal apresentou matérias onde de maneira indireta a candidata foi atingida negativamente, como na reportagem sobre as declarações de Lula e os comentários de Dilma sobre o suposto boicote à imprensa. Comentário final sobre as matérias De maneira abrangente, fica claro ao longo de todas as edições de domingo da Folha de São Paulo, o desagrado pela campanha de Dilma e o apoio, meio que por debaixo dos panos, ao candidato José Serra. A cada reportagem com pontos positivos da petista, encontra-se outra com pontos negativos que a atingem direta ou indiretamente. Talvez essa preferência pelo candidato do PSDB seja pelo mesmo já ser muito conhecido em São Paulo e também pelo fato da Folha e alguns outros meios de comunicação, como a revista Veja, serem opositoras a Lula. A oposição à candidata ficou mais explicita após o surgimento do escândalo da Casa Civil, onde Dilma se mostrou contrária à postura do jornal. Assim, percebe-se que a Folha não teve, a cada edição publicada (que analisamos), a imparcialidade tão pregada pela mesma, esquecida principalmente nos ataques cada vez mais freqüentes nos editoriais e reportagens contrapondo a opinião da candidata e do presidente Lula.
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