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Teoria do Desenvolvimento Capitalista: Desenvolvimento do Capital Monopolizador - Paul M

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
WENDELL DA COSTA MAGALHÃES
Resenha do capítulo XIV do livro Teoria do Desenvolvimento Capitalista – Princípios de economia Política Marxista de Paul M. Sweezy.
Belém – 2012
Paul M. Sweezy. Teoria do Desenvolvimento Capitalista – Princípios de Economia Política Marxista (Cap. XIV – Desenvolvimento do Capital Monopolizador). 4ª edição. Zahar Editores. Rio de Janeiro.
Paul Sweezy, no capítulo XIV de seu Livro Teoria do Desenvolvimento Capitalista, em que explica o desenvolvimento do capital monopolizador, atribui como causa da tendência do capitalismo em romper com a livre concorrência entre os produtores individuais e ser conduzido à formação de monopólios, a maior composição orgânica do capital. Assim, ressalta dois aspectos a serem considerados neste estudo: primeiro, o crescimento do capital constante em relação ao variável; e, segundo, o crescimento da parte fixa do capital constante em detrimento da parte circulante (matérias-primas e seus derivativos). Essas duas tendências elevam o volume médio da unidade produtiva podendo acontecer de duas formas tal qual Marx analisa e Sweezy ressalta: Por meio da Concentração e da Centralização do Capital. Estes são dois elementos básicos e fundamentais que Sweezy se propõe a analisar neste capítulo de sua obra.
Ao analisar o processo de concentração do capital, é ressaltado que esta é companheira normal da acumulação, pois ao acumularem individualmente, aumentando sua quantidade de capital controlada, os capitalistas obtêm uma maior escala de produção. É justo este processo que é denominado de concentração de capital por Marx e que, Sweezy, por sua vez, só faz explicar. Esta mesma concentração de capital, já se faz suficiente, de certa forma, para explicar o aumento na escala de produção e a tendência da limitação da concorrência. Entretanto, juntamente com a concentração há a centralização do capital que Sweezy, ao ressaltar sua maior importância, faz dela mister de ser explicada.
A centralização viria a ser a reunião dos capitais já em existência e o principal fator subjacente a essa centralização estaria na produção de grande escala. A explicação disso se daria pelo fato das empresas entrarem na batalha da concorrência por meio do barateamento das mercadorias. Esse barateamento depende, ceteris paribus, da produtividade do trabalho e esta da escala de produção. Percebe-se que nessa batalha, os capitalistas maiores derrotam os menores fazendo com que o capital destes, ou desapareça, ou incorporem-se ao capital daqueles. A conclusão que se tira é que a concorrência é um agente da centralização.
Mas não só a concorrência, o sistema de crédito também é tomado como um agente da centralização, só que por meios diferentes. Diferente da expropriação que ocorre com os capitalistas menores na batalha da concorrência, aqui, no sistema de crédito em sua forma desenvolvida, ocorre a fusão de capitais já existentes ou em formação por meio da constituição das sociedades por ações.
A centralização, por sua vez, é causadora de três fatores que são destacados na obra: primeiro, leva a uma racionalização e socialização do trabalho dentro dos limites do capitalismo. Por segundo é que, tendo a centralização como consequência da modificação técnica e da crescente composição orgânica do capital, ela age para apressar ainda mais as modificações técnicas; e terceiro, ela finda com a concorrência entre os produtores individuais, fazendo da produção um objetivo do controle de empresas monopolistas ou semimonopolistas.
As sociedades anônimas são, nesse processo de centralização, verdadeiros instrumentos impulsionadores, aumentando a escala de produção e expansão das empresas, criando empresa e capital social que se contrapõe a empresa e o capital privado, abolindo a propriedade privada dentro dos limites da produção capitalista e transformando o capitalista em um simples gerente, administrador do capital de outras pessoas, fazendo, em contrapartida dos proprietários do capital, meros donos, simples capitalistas do dinheiro. Essas características são firmadas pelo autor tendo como base Marx e sua - pequena, mas frutífera - análise do desenvolvimento das sociedades anônimas.
As sociedades anônimas, resumidamente, são definidas, de um lado, como organismos que, pela intensificação da centralização de capitais, aceleram cada vez mais o processo de acumulação em geral. Por outro lado é responsável pela criação de um conjunto de diretores de empresa que controlam uma quantia de capitais superando em muito os limites de suas propriedades. Daí se dá a diferenciação entre o controle e a propriedade dos capitais. O que realmente ocorre é que a grande maioria dos proprietários perdem o controle da produção para uma pequena minoria de proprietários.
Em outra parte do capítulo já veremos com mais clareza como são formados os cartéis, trustes e fusões, em um terreno em que o processo de centralização de capitais já está por demais desenvolvido. Isto se dá por conta da concorrência entre as empresas intensificar-se a tal ponto que as condições postas não se tornam mais benefícios pra nenhuma empresa. Quando se chega a isso, podemos dizer que as condições são propícias para haver combinações, pois a formação de monopólios e oligopólios fazem com que os preços sejam fixados pelas empresas a seu bel-prazer e assim há um real aumento nas taxas de lucro.
Partindo dessa análise, Sweezy explica desde as combinações mais simples e voláteis, como os acordos tácitos entre as empresas e os pools, até as mais complexas e fixas, como os cartéis e trustes que por meio de contratos fixam as condições de compra e venda, além de fixarem os preços e as cotas de produção, podendo haver penalizações às empresas que descumprirem os acordos firmados. 
Por fim é ressaltada a importância dos bancos nas sociedades anônimas. Esta importância se dá pelo fato da posição estratégica que os bancos ocupam na venda e nas emissões de novas ações. É explicado que os bancos, ao terem parte nos lucros dos organizadores das empresas, elegem seus representantes para participarem da direção das empresas, objetivando sempre eliminar a concorrência e constituir monopólios. Ou seja, os bancos trabalham em favor dos monopólios, pois visam sempre obter maiores lucros e a livre concorrência impede com que isso aconteça, pois na batalha da concorrência muitas empresas saem perdendo e muitas dessas empresas estão ligadas a estes mesmos bancos.
Sweezy reconhece a boa explicação de Hilferding em “O Capital Financeiro” a respeito deste assunto, até esse ponto, depois critica Hilferding por sobrepor o capital bancário ao capital industrial, não vendo que a predominância do capital financeiro é uma fase do desenvolvimento capitalista tal qual a concorrência e não algo perene. Após as combinações de capital serem levadas às suas últimas consequências, Sweezy dirá que naturalmente o capital industrial virá a tornar-se central novamente, indo contrário a Hilferding e dizendo que este se equivocou ao dizer que o capital bancário é sempre predominante. Pra corroborar essa ideia, Lenin é citado com o intuito de esclarecer as diferentes determinações do capital monopolizador e desmistificar a ideia de que há um predomínio do capital financeiro e assim um domínio dos bancos neste processo todo que impede a construção de uma política econômica socialista.

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