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Resumão 2ª Prova Ciência Política 15 JUNHO 4ª F - Segunda avaliação: Prova em sala de aula, individual, com consulta, referente à Unidade 2, a ser realizada na data provável de 15/06. Unidade 2 - Teoria Política Contemporânea - Parte I Elitistas, Pluralistas e Marxistas - Engenharia Institucional - Relações entre Poderes Relações Executivo-Legislativo Relações Executivo-Judiciário - Judicialização da Política - Teoria Política Contemporânea - Parte II - Teorias da Democracia: A democracia liberal-pluralista A democracia deliberativa O republicanismo cívico A democracia participativa O multiculturalismo - Impasses da representação democrática - Políticas Públicas - Ciclos políticos Unidade 2 - Teoria Política Contemporânea - Parte I Elitistas, Pluralistas e Marxistas 1. INTRODUÇÃO O estabelecimento de um Estado e seus governantes tem por objetivo responder as demandas de uma sociedade, permitindo seu desenvolvimento e crescimento em harmonia.[1: Estado, segundo o Dicionário Houaiss, data do século XIII e designa "conjunto das instituições que controlam e administram uma nação"; "país soberano, com estrutura própria e politicamente organizado".] A seguir será realizado o fichamento do artigo de Carlos Pio e Mauro Porto, denominado “Teoria política contemporânea: política e economia segundo os argumentos elitistas, pluralistas e marxistas” (p. 291). 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 O problema O Estado é encarregado de tomar as decisões para o conjunto da sociedade, ou seja, quem esta no poder, toma as decisões, eleitos pela sociedade, sendo que os governantes possuem meios para tornar imperativas as decisões tomadas (p. 292). “Como questão central, a análise da relação entre os sistemas político e econômico, mais especificamente, de como os diferentes autores interpretam as afinidades e as incompatibilidades entre a democracia-representativa e a economia de mercado”. (CARLOS PIO e MAURO PORTO, p. 291) Diversas perguntas são feitas como um questionário para “filtrar” os possíveis governantes, tais como: seus interesses? Algum grupo tem maior facilidade de ter seus interesses considerados? Se sim, que grupo? Esse grupo obtém sucesso nas suas tentativas de influenciar o processo? Criticas e definições serão feitas para tentar responder essas questões. Alguns autores tentaram responder essas questões, e podem ser organizados em três correntes teóricas principais: o elitismo, o pluralismo e o marxismo. 2.2 Elitismo Elitismo ou teoria das elites. Também conhecido como "Teoria do Poder" definido por Pareto, na qual “toda sociedade humana estará sempre dividida em uma elite (com os mais capacitados) e uma "não-elite" (com os menos capacitados)”(p. 294). É uma vertente da ciência política baseada no princípio minoritário, segundo o qual o poder político está sempre nas mãos de uma minoria, bem ajustada. Para Mosca, “A elite é, pois, uma minoria com interesses homogêneos e, devido a essa homogeneidade, de fácil organização. É justamente essa organização que explica sua capacidade de domínio sobre a massa” (p. 295). Elitista é, portanto, o sistema embasado no favorecimento de minorias, normalmente constituídas por membros da aristocracia ou de uma oligarquia, estabelecida na educação e bons costumes, segundo Platão e Aristóteles. O elitismo provém não da prosperidade ou de funções sociais específicas, mas de um vasto e complexo educacional e cultural, corpo de símbolos, inclusive de condutas, estilos de vestimenta, sotaque, atividades recreativas, rituais, cerimônias e de um punhado de outras características. Habilidades e aptidões que podem ser ensinadas são conscientes, enquanto o grande vulto de símbolos que forma o verdadeiro elitismo verdadeiro é considerado utópico como a própria República de Platão e Aristóteles, não é deste mundo, portanto é inconsciente. Observa-se que o “argumento elitista aplicado às sociedades democráticas em economias de mercado aponta para uma concentração do poder político no topo das estruturas política, social e econômica” (p. 298). 2.3 Pluralismo O anti-elitista e principal defensor do pluralismo é Robert Dahl, que aponta algumas dimensões na estrutura de poder da sociedade dos Estados Unidos da América, questionando o grande poder concentrado nas mãos de poucos atores políticos (p. 298). O pluralismo é um conceito que tem aplicações em diversos âmbitos e que está associado à pluralidade e à convivência de coisas diferentes, muitas vezes propostas contraditórias são adequadas aos anseios da sociedade. Um sistema plural é aquele que aceita, reconhece e tolera a existência de diferentes posições, opiniões ou pensamentos. Na esfera da política, o pluralismo implica a participação de vários grupos sociais na vida democrática. Isto quer dizer que o pluralismo valoriza e, inclusive, promove que os sectores com diferentes ideologias façam parte dos processos eleitorais ou da tomada de decisões de um governo, por exemplo. A heterogeneidade social, cultural, ideológica, religiosa e étnica é protegida pelo pluralismo. Um governo pluralista, neste sentido, não exerce a representação monopólica de um só sector social, pois constrói antes o seu poder em torno do diálogo e do debate, com foco em ampliar a base do poder, sendo que o pluralismo demonstra a “capacidade de convencimento” dos candidatos ou governantes aos cargos públicos como a premissa essencial ao exercício de poder (p. 302). Observa-se que o pluralismo é capaz de atender aos interesses de grupos políticos e sociais com interesses distintos e mesmo contraditórios, e garantir tanto o respeito a valores e direitos democráticos, como a paz social, baseado no convencimento dos candidatos ou governantes. 2.4 Marxismo O marxismo é a doutrina derivada das teorias desenvolvidas pelos filósofos alemães Marx e Engels, que reinterpretaram o idealismo dialético de Hegel como o materialismo dialético e propuseram a criação de uma sociedade sem classes. Aos movimentos políticos fundados nessa interpretação são chamados marxistas. Na critica marxista, o poder político está concentrado nas mãos daqueles que detêm posições dominantes na economia capitalista. Como afirma o Manifesto comunista, a centralização da produção pela burguesia correspondeu a uma centralização da política, na qual o poder político do Estado nada mais é do que o poder organizado da classe burguesa em opressão a o proletariado. Em paralelo surge o marxismo ocidental, com o teórico marxista italiano Antônio Gramsci, abordando que em sociedades menos complexas, a luta pelo poder desenvolve-se em torno do aparelho do Estado (Estado restrito), enquanto que em sociedades ocidentais o fundamental passa a ser a disputa pela hegemonia na sociedade civil (p. 307). Adam Przeworski questiona como se "domina a classe dominante" em regimes pluralistas e democráticos? (p. 309). Poulantzas argumenta que o Estado organiza e defende os interesses da classe dominante como um todo (p. 309). Ralph Miliband analisa que o empresariado faz parte a elite estatal e age conforme seus interesses, pois seus membros pertencem geralmente às classes médias e altas, desta forma, a classe dominante governaria por meio da elite estatal (p. 309). Na atualidade, o autor alemão Claus Offe apresentou uma nova abordagem com a problemática de reconciliar a acumulação econômica e a legitimação política (p. 310). 3. CONCLUSÃO Em síntese, o Estado e sua configuração para dominar o poder, visando os anseios da sociedade onde o elitismo aponta para uma concentração do poder político no topo das estruturas política, social e econômica; o pluralismo atende grupos políticos e sociais com interesses distintos e mesmo contraditórios, garantindo tanto o respeito a valores e direitos democráticos, como a paz social, baseado no convencimento dos candidatos ou governantes e o marxismo com a oposição a exploração da burguesia sobre o proletariado. Observa-se que a distribuição do poder material influencia o sistema político, que não pode descartaros anseios da sociedade para seu desenvolvimento. As correntes teóricas apresentadas reforçam a reflexão sobre o tema que, além de atual, expressa a motivação para a busca pelo poder, caracterizado pelo Estado, que deve responder às demandas da sociedade. - Engenharia Institucional - Relações entre Poderes Brasil (judicialização da política) X Argentina (politização do Judiciário) Relações Executivo-Legislativo Relações Executivo-Judiciário De acordo com Lemos e Llanos (2013, p. 78): “Unlike other cases in the region, Brazil combines powerful presidents with powerful and independent courts.”. O que fica marcado nas relações entre Poderes Executivo e Judiciário no Brasil é o caráter de independência decisória e de estabilidade no cargo, aspectos incomuns no contexto latino-americano. - Judicialização da Política 2- Quais relações existem entre Judiciário, Direito e Política? 3- O senso comum tende a responder que o Judiciário é uma instituição cuja finalidade é aplicar o Direito elaborado pela Política. 4- Nesse contexto, o Judiciário seria uma organização burocrática; o Direito, um conjunto de regras; e a Política, uma atividade que envolve a tomada de decisões em nome da coletividade. 5- Nessa visão, o Judiciário deveria ser politicamente neutro, para que fosse capaz de aplicar o Direito de maneira técnica e imparcial. 6- Judicialização da política O termo judicialização foi primeiramente empregado por Vallinder em 1994. No Brasil, o debate público incorporou a expressão num sentido fortemente normativo e provocou a proliferação dos seus sentidos em perspectivas divergentes. 7- Segundo Castro (1997), a judicialização da política ocorre porque os tribunais são chamados a pronunciar-se nos casos em que o funcionamento do Legislativo e do Executivo se mostram falhos, insuficientes ou insatisfatórios. 8- A judicialização da política corresponde a um fenômeno observado em diversas sociedades contemporâneas. Dentro desse fenômeno observa-se um novo "ativismo judicial", isto é, uma nova disposição de tribunais judiciais no sentido de expandir o escopo das questões sobre as quais eles devem formar juízos jurisprudenciais (muitas dessas questões até recentemente ficavam reservadas ao tratamento dado pelo Legislativo ou pelo Executivo); (MACIEL; KOERNER; 2002) 9- Torna-se cada vez mais comum a percepção de que o Judiciário tem ultrapassado as fronteiras de sua autoridade constitucional, porque, em vez de ser um mero intérprete, ele tem elaborado normas sob o pretexto de aplicá-las. (COSTA, 2013) 10- PEC n. 33/2011 “O STF deixou de ser um legislador negativo, e passou a ser um legislador positivo. E diga-se, sem legitimidade eleitoral. O certo é que o Supremo vem se tornando um superlegislativo.” Deputado Nazareno Fonteles 11- Costa (2013) sustenta que tal visão é incorreta, por ser baseada em uma compreensão formal das relações entre os poderes, implicando em um sistema de divisão de poderes idealizado e muito distante da efetiva organização do Estado brasileiro contemporâneo. 12- Além disso, esse diagnóstico normalmente envolve a ideia de que o Judiciário deveria se limitar a aplicar as leis segundo técnicas racionais de interpretação, evitando o ativismo que o faz ir “além do que o caso concreto exige, criando normas que não passaram pelo escrutínio do legislador”. 13- O Judiciário é uma instituição cuja função é realizar uma atividade política de importância fundamental: a aplicação do Direito, que não é uma função científica, muito embora o discurso judicial faça um grande esforço para se qualificar como tal. 14- Direito e política O papel inerentemente político do Poder Judiciário Textos normativos de caráter principiológico Caráter lacunar do Direito; liberdade judicial cada vez maior 15- A atividade criativa do Judiciário está além do preenchimento de lacunas. Está na própria aplicação da lei: A atividade hermenêutica dos magistrados, mediante a qual se confere sentido a um texto, permite que o Direito seja modificado sem que seja necessário modificar o texto das normas (COSTA, 2013, p. 16). 16- 17- A judicialização da Política é apenas um novo nome para o velho fenômeno de que as normas imutáveis são modificadas constantemente pelos intérpretes. Não há nada de novo no fato de que a interpretação é a forma pela qual modificamos as normas jurídicas impostas por uma autoridade superior, seja ela a autoridade da tradição, de deus, do rei, do povo ou do poder constituinte (COSTA, 2013, pp. 19-20). >>>> Segundo COSTA, 2013, pp. 19-20, a judicialização da Política é apenas um novo nome para o velho fenômeno..... Para responder!!! OK 18- Tampouco há inovação no fato de os intérpretes adotarem uma retórica que negue o fato de a interpretação ser uma atividade política (COSTA, 2013, p. 20). Não pode parecer que vai além da moldura 19- Toda lei precisa de intérpretes para que seja aplicada, e toda atividade interpretativa implica uma constante ressignificação da lei, dado que o hermeneuta sempre exerce sua função a partir de seu lugar na história e na cultura. Como os ambientes naturais e culturais estão em permanente modificação, a sensibilidade das pessoas e as interpretações que elas realizam também estão sujeitas a uma alteração constante. 20- O discurso interpretativo apresenta essa alteração no Direito como uma revelação do Direito. 21- Como reconhece Luis Roberto Barroso (2010, p. 15), o discurso judiciário padrão indica que “juízes são independentes da política e limitam-se a aplicar o direito vigente, de acordo com critérios aceitos pela comunidade jurídica”. (BARROSO, Luis R. Constituição, democracia e supremacia judicial: direito e política no Brasil contemporâneo. Revista Jurídica da Presidência, Brasília, DF, v. 12, n. 96, p. 3-41, fev./maio 2010.) 22- Por isso mesmo merece atenção o fato de que alguns magistrados têm adotado um reconhecimento explícito de suas funções legislativas, como é o caso das afirmações de Celso de Mello na ementa do HC n. 96.772, declarando que a interpretação judicial é um “instrumento juridicamente idôneo de mudança informal da Constituição” (BRASIL. STF, HC n. 96.772), e, principalmente, na ementa do MS 26.603. 23- MS n. 26.603 Mas será que esse processo de protagonismo judicial não nos levou demasiadamente longe, convertendo-se em uma tese de supremacia judicial que subverte o sistema de checks and balances? 24- MS n. 26.603 Será que essa carga interpretativa exigida da atividade judicial não terminou por anular a vantagem da divisão de poderes, que é justamente para impossibilitar que qualquer um dos poderes concentre para si a autoridade soberana, tendo a última palavra em todos os assuntos? 25- MS n. 26.603 Uma análise do discurso contemporâneo do STF indica que tal barreira está sendo ultrapassada, ou ao menos que estamos caminhando perigosamente nesse sentido. 26- A Necessidade de se impor limites ao protagonismo judicial Admitir claramente o caráter político da atuação judicial é o primeiro passo para que ela possa se tornar politicamente útil e democraticamente legítima. - Teoria Política Contemporânea - Parte II - Teorias da Democracia: seu trabalho!!! A democracia liberal-pluralista A democracia deliberativa O republicanismo cívico A democracia participativa O multiculturalismo 1. INTRODUÇÃO Há mais de cinquenta anos, no mundo ocidental, a democracia tornou-se o horizonte normativo da prática e do discurso políticos. Tamanho consenso esconde uma profunda divergência quanto ao sentido da democracia: como é comum em relação a palavras que se tornam objeto de disputa política, os diferentes grupos empenhados em ostentar o rótulo promovem sua ressemantização, adequando seu significadoaos interesses que defendem (p.5). Luis Felipe Miguel é professor do Instituto de Ciência Política e do Centro de Pesquisa e Pós-Graduação da Universidade de Brasília, aborda em seu artigo os diferentes modelos teóricos de democracia presentes no debate acadêmico, classificando-as em cinco abordagens principais: liberal pluralista, deliberativa, republicanismo cívico, participativa e multiculturalismo. A seguir será realizado o fichamento do artigo do Prof Luis Felipe Miguel, denominado “Teoria democrática atual: esboço de mapeamento” (p.5) com foco nas cinco abordagens que se encontram no campo da democracia representativa. 2. DESENVOLVIMENTO 2.1 Democracia liberal-pluralista A democracia liberal-pluralista, denominação que amalgama as posições mais “descritivas” dos sistemas políticos ocidentais, para a qual a realização do projeto democrático passa sobretudo pela vigência de um conjunto de liberdades cidadãs, competição eleitoral livre e multiplicidade de grupos de pressão, que se envolvem em coalizões e barganhas, cada qual tentando promover seus interesses. A idéia de “governo do povo” é esvaziada, na medida em que aos cidadãos comuns cabe, sobretudo, formar o governo, mas não governar (p.7). Segundo o economista Joseph Schumpeter, em seu primeiro esforço, foi a demolição dos mitos que cercam a política democrática, redefinindo a democracia como uma maneira de gerar uma minoria governante legítima. Sua teoria reduz drasticamente o alcance da democracia, na medida em que o resultado das eleições é uma mera somação de preferências manipuladas, preconceitos e decisões impensadas (p.9). 2.2 Democracia Deliberativa Nasceu da obra de Jürgen Habermas, seu principal teórico, sendo hoje a principal inspiração crítica às democracias realmente existentes, idealizando que as decisões políticas sejam fruto de ampla discussão na qual todos tenham condições iguais de participar em igualdade, em busca de um consenso. Se opõe à democracia liberal-pluralista, pois considera que os agentes não estão presos a interesses fixos e são capazes de alterar suas preferências através de debates (p.8), ou seja, modelo deliberativo postula uma forma legitima de produção de decisões coletivas (p.19). 2.3 O republicanismo cívico O republicanismo cívico, que prega a revalorização da ação na polis e do sentimento de com unidade, parcialmente inspirado pelo pensamento de Hannah Arendt. Algumas de suas vertentes desembocam no comunitarismo, que polemiza contra o individualismo da tradição liberal. E o pertencimento à com unidade que dota de sentido a ação humana; e nesse sentido a participação política pode ser entendida como provida de valor em si mesmo (ao passo que, para a vertente liberal, a política possui apenas valor instrumental, na busca pela realização de interesses constituídos na esfera privada) (p.8). Nessa vertente a política aparece como uma atividade instrumental, sendo um meio para se alcançar o consenso (p.19). No republicanismo cívico é marcante a vinculação com o comunitarismo, valorizando a comunidade como fonte de identidade, de valores e do bem comum (p.21). Observa-se que nessa vertente a ação política não é barganhável ou com compromisso entre preferências individuais, devendo ser observado o bem comum. O apelo cívico estaria ligado na história, na cultura e nas tradições compartilhadas numa identidade construída na comunidade (p.24). 2.4 Democracia Participativa A democracia Participativa destaca a necessidade de ampliação dos espaços de decisão coletiva na vida cotidiana, o chamamento à participação nas questões públicas, no período eleitoral é considerado insuficiente para promover a qualificação das cidadãs e dos cidadãos (p.8). A participação, nesta vertente, implica na transferência de alguma capacidade decisória efetiva do topo para a base, pressupondo que a experiência na gestão direta de poder na base ampliaria a capacidade de compreensão da política em geral e da escolha de seus representantes (p.28), em suma, seria um tipo de aprimoramento da representação por intermédio da qualificação política dos cidadãos comuns, entretanto, o ordenamento democrático participativo permanece incompatível com a manutenção do capitalismo (p.29). 2.5 Multiculturalismo O multiculturalismo ou a política da diferença, cujo fundamento é a afirmação das características distintivas dos diversos grupos presentes na sociedade nacional, entendidas como irredutíveis a uma identidade única e fontes legítimas de ação política. A ruptura com a perspectiva liberal é profunda, na medida em que grupos, e não só indivíduos, são considerados sujeitos de direitos (p.8). Essa vertente surgiu, nas últimas décadas, no ambiente acadêmico dos Estados Unidos da América, constatando-se que as sociedades contemporâneas são e serão marcadas pela convivência entre grupos de pessoas com estilos de vida e valores diferentes, por vezes conflitantes (p.29). A preocupação fundamental desta abordagem é menos com uma teoria da democracia e mais como uma teoria da justiça (p.30), levando a três problemas relevantes: determinação dos grupos que merecem os direitos compensatórios; diferença com a desigualdade e o mais grave, a acomodação entre os direitos de grupos e direitos individuais (p.31). 3. CONCLUSÃO O Prof Luis Felipe Miguel conclui seu artigo enfatizando que as fronteiras das cinco correntes são fluidas e imprecisas (p.32) e estas classificações apenas indicam caminhos que podem permitir situar os diferentes autores e obras dentro de um campo mais amplo da tória da democracia atual (p.32). Os experimentos democráticos vão ser desenvolvidos conforme as peculiaridades de cada sociedade, algumas proporcionando o surgimento de teorias influentes, como é o caso das teorias oriundas na América do Norte e na Europa Ocidental que geram novos desafios, quando confrontadas com a realidade dos países periféricos (p.33). Nos países periféricos, como o Brasil, encontram-se solos férteis para novos experimentos democráticos para a reflexão teórica sobre a democracia, buscando melhor entender o mundo, além de compor forças sociais que venham a contribuir para a sua transformação e vivificação da plena democracia. - Impasses da representação democrática - Políticas Públicas 1 2 3 4 5 6 - Quem são os envolvidos nestes conflitos? Atores públicos e atores privados. 7 8 9 10- Agentes internacionais Outro ator de grande importância no processo político são os agentes internacionais. Agentes financeiros como o FMI, o Banco Mundial - questões econômicas. Anistia Internacional na questão dos desaparecidos políticos. Organizações ecológicas em tomo de problemas como a preservação da Amazônia 11- O papel da mídia Os jornais e a televisão são importantes agentes formadores de opinião, que possuem capacidade de mobilizar a ação de outros atores. Na verdade, principalmente a televisão, tem um grande poder de formar a agenda de demandas públicas, de chamar a atenção do público para problemas diversos, de mobilizar a indignação popular. 17- Como identificar os atores em uma política pública? Existem diversos critérios. Entretanto, o mais simples e eficaz é estabelecer quem tem alguma coisa em jogo na política em questão. Ou seja, quem pode ganhar ou perder com tal política, quem tem seus interesses diretamente afetados pelas decisões e ações que compõem a política em questão. 18- Demandas Existem, basicamente, três tipos de demandas: as demandas novas, as demandas recorrentes e as demandas reprimidas. 1) As demandas novas são aquelas que resultam do surgimento de novos atores políticos ou de novos problemas. 2) As demandas recorrentes são aquelas que expressam problemas não resolvidos ou mal resolvidos, e que estão sempre voltando a aparecer no debate político e na agenda governamental. 3) Asdemandas reprimidas são aquelas constituídas por "estados de coisas" ou por nãodecisões (é uma decisão). "estados de coisas" – não chega a constituir um item da agenda governamental (não se encontra entre as prioridades dos tomadores de decisão) “estado de coisas” t1 problema político t2 - mobiliza ação política AIDS, questão do meio ambiente, Ficha Limpa, casamento entre homossexuais (t1 t2) Lobby (t1) / Desaparecidos políticos (t1...)/ Os direitos da mulher no Oriente Médio (barreiras culturais) 20- “estado de coisas” t1 problema político t2 - mobiliza ação política T3 momento da formulação das alternativas 21- “A formulação das alternativas é um dos mais importantes momentos do processo decisório, porque é quando se colocam claramente as preferências dos atores, manifestamse os seus interesses e é então que os diversos atores entram em confronto. Cada um deles possui recursos de poder: influência, capacidade de afetar o funcionamento do sistema, meios de persuasão, votos, organização, etc. E cada um deles possui uma preferência. Estas preferências dependem do cálculo de custo/benefício de cada ator. Este cálculo não se restringe a custos econômicos ou financeiros. Envolve também elementos simbólicos, como prestígio; ou elementos políticos, como ambições de poder e ganhos ou perdas eleitorais, por exemplo. 22- Issues As preferências se formam em torno de issues. problem, question, issue problema, questão Issue é um item ou aspecto de uma decisão, que afeta os interesses de vários atores e que, por esse motivo, mobiliza as suas expectativas quanto aos resultados da política e catalisa o conflito entre os atores. Por exemplo, na reforma agrária, são issues: o conceito de terra improdutiva, a forma de indenização nas desapropriações e o rito de desapropriação. 23- Issues Dependendo da decisão que for tomada quanto aos issues, alguns atores ganham e outros perdem, seus interesses são afetados e a política assume uma configuração ou outra. Para entender o processo de formulação (e também a implementação) é essencial definir quais são os issues de uma política e identificar as preferências dos atores em relação a cada um deles. 24- Processo decisório Argumentação; Troca de favores, de apoios e até mesmo de benefícios pessoais, como dinheiro, cargos, bens, etc. Ameaças A obstrução Tratase do uso de recursos de poder para impedir, atrasar, confundir, criar desgastes, gerar uma situação de paralisia. 25- “estado de coisas” t1 problema político t2 - mobiliza ação política T3 momento da formulação das alternativas (questão – issues) T4 decisão política 26- A rigor, uma decisão em política pública representa apenas um amontoado de intenções sobre a solução de um problema, expressas na forma de determinações legais: decretos, resoluções, etc, etc... Nada disso garante que a decisão se transforme em ação e que a demanda que deu origem ao processo seja efetivamente atendida. Ou seja, não existe um vínculo ou relação direta entre o fato de uma decisão ter sido tomada e a sua implementação. E também não existe relação ou vínculo direto entre o conteúdo da decisão e o resultado da implementação. A decisão é circunstancial -----não necessariamente-- ação 27- 28- Efetivamente, em especial quando uma política envolve diferentes níveis de governo federal, estadual, municipal ou diferentes regiões de uma mesmo país, ou ainda, diferentes setores de atividade, a implementação pode se mostrar uma questão problemática, já que o controle do processo de torna mais complexo. Geralmente, quando a ação depende de um certo número de elos numa cadeia de implementação, então o grau necessário de cooperação entre as organizações para que esta cadeia funcione pode ser muito elevado. Se isto não acontecer, pequenas deficiências acumuladas podem levar a um grande fracasso. 29- “estado de coisas” t1 problema político t2 - mobiliza ação política T3 momento da formulação das alternativas (questão – issues) T4 decisão política T5 implementação 30- Implementação de sucesso O programa deve dispor de tempo e recursos suficientes. A política a ser implementada deve ser baseada numa teoria adequada sobre a relação entre a causa (de um problema) e o efeito (de uma solução que está sendo proposta); (MARCO LÓGICO) 31- Implementação de sucesso Deve haver compreensão quanto aos objetivos a serem atingidos. Nem sempre os indivíduos que atuam na implementação de uma política sabem efetivamente que estão trabalhando como implementadores de algo abstrato como uma política. Comunicação e coordenação entre os vários atores envolvidos no programa. - shifting the blame 32- A implementação é um processo interativo e continuado de tomada de decisões por numerosos e pequenos grupos envolvidos com a política. As ações individuais em pontos estratégicos influenciam consideravelmente os resultados obtidos. 33- 34- Interface da política com outras Secretarias Os gestores responsáveis por cada ação – prazos definidos – contato Torna-se possível identificar os “gargalos” 35- PPA O Plano Plurianual (PPA) é um instrumento previsto no art. 165 da CF/88. É esse plano que identifica as prioridades da gestão durante quatro anos, principalmente os investimentos de maior porte. O projeto de PPA é encaminhado pelo Executivo ao Congresso até 31 de agosto do primeiro ano de cada governo, mas ele só começa a valer no ano seguinte. Fazendo as contas, você vai perceber que esse planejamento fica valendo até o final do primeiro ano do governo seguinte. Há um motivo para isso: essa passagem do PPA de um governo a outro garante continuidade administrativa, de forma que os novos gestores possam avaliar e, talvez, aproveitar partes do plano que está se encerrando. 36- 37- 38- - Ciclos políticos