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Métodos e técnicas de pesquisa

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	Conhecimento científico: práticas metodológicas e procedimentos técnicos 
 Bibliografia básica: SEVERINO, Antônio Joaquim. “Teoria e prática científica”. In Metodologia do trabalho científico. 23ª edição. São Paulo: Editora Cortez, 2008, pp. 99-126.
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A ciência surgiu na modernidade, em ruptura com o modo metafísico de pensar típico da Antigüidade e da Idade Média. 
Ela se legitimou devido ao seu poder de manipular o mundo mediante a técnica. “A técnica serviu de base para a indústria, para a revolução industrial, o que ampliou, sobremaneira, o poder do homem em manipular a natureza” (p. 105). 
“(...) a ciência é sempre uma articulação do lógico com o real, do teórico com o empírico, do ideal com o real” (p. 100). 
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Método científico – “Trata-se de um conjunto de procedimentos lógicos e de técnicas operacionais que permitem o acesso às relações causais constantes entre os fenômenos” (p. 102).
Observação dos fatos: é a primeira atividade do cientista (Ex. observo que objetos largados a si mesmos caem no chão). 
Mas os fatos não falam por si sós: “(...) quando ‘observamos’ fatos (...) estamos querendo exatamente saber por que tais fatos estão ocorrendo dessa maneira”(p. 102). 
 
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“O problema se formula então como a questão pela causa dos fenômenos observados, qual a relação causal constante entre eles” (p.103) – formulação de uma hipótese, ou seja, propõe-se uma determinada relação causal como explicação. 
A HIPÓTESE É UMA PROPOSIÇÃO PROVISÓRIA DE RELAÇÕES ENTRE FENÔMENOS, A SER COMPROVADA OU INFIRMADA PELA EXPERIMENTAÇÃO. SE ELA FOR CONFIRMADA, TORNA-SE UMA LEI. 
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Tão logo a hipótese é formulada, o indivíduo volta ao campo experimental para verificá-la (teste de hipótese). 
Variável: fato ou fenômeno que se encontra numa relação com outros fatos (a variação de um fato se correlacionando com a variação do outro). 
Quais variáveis são levadas em conta nas pesquisas de mercado? 
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1. raciocínio indutivo: ocorre um processo de generalização pelo qual o cientista passa do particular para o universal: 
“De alguns fatos observados (fatos particulares), ele conclui que a relação identificada se aplica a todos os fatos da mesma espécie, mesmo àqueles não observados (princípio universal). O que se constatou de uma amostra é estendido a toda a população de casos da mesma espécie. Assim, após constatar que, até o momento, um determinado número de homens morreram, chega-se à conclusão, por indução, de que todos os homens são mortais!” (p. 104). 
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2. raciocínio dedutivo: passagem do universal para o particular – a partir de um princípio geral, deduzimos outros menos gerais e mesmo fatos singulares. A dedução é um procedimento lógico, um raciocínio através do qual se pode tirar de uma ou mais premissas uma conclusão que delas decorre por razão puramente lógica. 
	“A ciência trabalha, pois, com raciocínios indutivos e com raciocínios dedutivos. Quando se passa dos fatos às leis, mediante hipóteses, está trabalhando com a indução; quando passa das leis às teorias ou destas aos fatos, está trabalhando com a dedução” (p. 105).
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Ao fazer ciência o homem parte de uma determinada concepção do real. A sistematização dessas posições de fundo do cientista chama-se paradigma:
 
“Cada modalidade de conhecimento pressupõe um tipo de relação entre sujeito e objeto e, dependentemente dessa relação, temos conclusões diferentes (...)o pesquisador, ao construir seu conhecimento, está ‘aplicando’ esse pressuposto epistemológico e, por coerência com ele, vai utilizar recursos metodológicos e técnicos pertinentes e compatíveis com o paradigma que catalisa esses pressupostos” (p. 108). 
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Positivismo – paradigma epistemológico das ciências naturais e das primeiras ciências humanas: o mundo é aquilo que se mostra fenomenalmente.
 
Enquanto o modo metafísico de pensar o mundo fundava-se na crença de que era possível, por um processo de abstração, chegar à essência das coisas, a ciência moderna considera possível conhecer de fato as aparências, os fenômenos, nunca as essências. 
A ciência aborda os objetos como fenômenos e procura estabelecer relações de causa e efeito entre eles. 
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Relação funcional entre os fenômenos, de modo que um estado de um objeto é função constante de outro determinado estado: 
“Por exemplo, quando se constata que a cada grau de temperatura a que é submetida uma barra de metal corresponde uma variação de tamanho dessa barra, está-se dizendo que a dilatação do metal é função da temperatura (...) A ciência generaliza e conclui que toda vez que uma barra de metal for submetida a uma variação de temperatura, ela sofrerá uma dilatação, em determinada proporção. Tem-se então uma lei científica que expressa, dessa maneira, uma relação causal constante entre os fenômenos” (p. 111). 
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Ciências humanas no século XIX: rompimento com o monolitismo do paradigma positivista - outros pressupostos epistemológicos passam a ser utilizados para conhecer eficazmente o homem. 
Modalidades e metodologias de pesquisa científica:
Pesquisa etnográfica
Visa compreender, na sua cotidianidade, os processos do dia-a-dia em várias de suas modalidades – mergulho no microssocial, “olhado com lentes de aumento”. Abordagem qualitativa, o método etnográfico é por excelência descritivo. 
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Pesquisa participante
Para observar os fenômenos que vai analisar, o pesquisador compartilha a vivência dos sujeitos investigados. O pesquisador se identifica com os pesquisados e com eles interage ao longo do tempo da pesquisa: 
“Observando as manifestações dos sujeitos e as situações vividas, vai registrando descritivamente todos os elementos observados bem como as análises e considerações que fizer ao longo dessa participação” (p. 120). 
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Pesquisa-ação:	além de compreender, visa intervir na situação com vistas a modificá-la: 
“O conhecimento visado articula-se a uma finalidade intencional de alteração da situação pesquisada”. 
Ex: diagnósticos em áreas sociais vulneráveis. 
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Estudo de caso
	A pesquisa se concentra em um caso particular, considerado representativo de um conjunto de casos análogos. A coleta de dados e sua análise seguem a forma utilizada nas pesquisas de campo em geral.
 
	“O caso escolhido para a pesquisa deve ser significativo e bem representativo, de modo a ser apto a fundamentar uma generalização para situações análogas, autorizando inferências” (p. 121).
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Análise de conteúdo: tratamento e análise de informações que constam em documentos de linguagens variadas: escritos, orais, imagens, gestos.
Pesquisa bibliográfica, pesquisa documental, pesquisa experimental, pesquisa de campo: 
[COM REFERÊNCIA ÀS FONTES UTILIZADAS PARA ABORDAGEM E TRATAMENTO DO OBJETO]
A pesquisa bibliográfica se apropria de pesquisas anteriores (livros, artigos, teses). O pesquisador procura, nos textos, os temas a serem analisados. 
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A pesquisa documental toma os documentos no sentido amplo, tais como jornais, fotos, filmes, gravações, etc. O pesquisador vai analisar o conteúdo dos textos que ainda não tiveram nenhum tratamento analítico, são ainda matéria-prima a partir da qual desenvolverá sua investigação 
A pesquisa experimental é a pesquisa de laboratório adequada às ciências naturais.
Na pesquisa de campo o objeto/fonte é abordado em seu meio ambiente próprio. A coleta de dados é feita à medida que os fenômenos ocorrem, sendo diretamente observados, sem intervenção da parte do pesquisador. 
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Técnicas de pesquisa
Procedimentos operacionais para a realização das pesquisas que precisam ser compatíveis com os métodos e os paradigmas epistemológicos adotados:
 
Documentação
“(...) em ciência, documento é todo objeto (livro, jornal, estátua, escultura, edifício, ferramenta, túmulo, monumento, foto, filme, vídeo, disco,
CD etc.) que se torna suporte material (pedra, madeira, metal, papel, etc.) de uma informação (oral, escrita, gestual, visual, sonora etc.) que nele é fixada mediante técnicas especiais (escritura, impressão, incrustação, pintura, escultura, construção etc.)” (p. 124). 
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Entrevista – interação pesquisador/pesquisado; visa conhecer o que os sujeitos pensam, sabem, representam e argumentam. 
Entrevistas não-diretivas: colhe-se informação do sujeito a partir do seu discurso livre; o entrevistador interfere discretamente, só para estimular o depoente. O diálogo deve ser descontraído para deixar o informante à vontade para expressar suas representações.
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Entrevistas estruturadas: as questões são direcionadas e previamente estabelecidas, com uma dada articulação interna. Aproxima-se do questionário, sem ter a impessoalidade do mesmo. Como as questões são bem diretivas, as respostas de todo o universo dos sujeitos são mais facilmente categorizáveis. 
História de vida: coleta informações da vida pessoal dos informantes, podendo assumir formas variadas: auto-biografia, memorial, crônicas em que se expressam as trajetórias pessoais dos sujeitos. 
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Questionário: conjunto de questões sistematicamente articuladas que se destina a levantar informações a respeito dos sujeitos pesquisados, com vistas a conhecer suas opiniões sobre o assunto em estudo.
 
As questões podem ser fechadas ou abertas, mas devem ser objetivas de modo a suscitar respostas igualmente objetivas.
 
Em geral faz-se um pré-teste mediante a aplicação num grupo pequeno, para que o pesquisador possa revisá-lo e, se for o caso, ajustá-lo. 
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Conclusão
A ciência não é mero levantamento e exposição de fatos. É articulação do lógico com o real, do teórico com o empírico: 
“Só a teoria pode caracterizar como científicos os dados empíricos. Mas, em compensação, ela só gera ciência se estiver articulando dados empíricos” (p. 126). 
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Epistemologia
[Do gr. epistéme, ‘ciência’; ‘conhecimento’, + -o- + -logia.] 
Substantivo feminino. 
1.Conjunto de conhecimentos que têm por objeto o conhecimento científico, visando a explicar os seus condicionamentos (sejam eles técnicos, históricos, ou sociais, sejam lógicos, matemáticos, ou lingüísticos), sistematizar as suas relações, esclarecer os seus vínculos, e avaliar os seus resultados e aplicações. [Cf. teoria do conhecimento e metodologia (2).]
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Metafísica
Substantivo feminino. 
1.Filos. Parte da filosofia, que com ela muitas vezes se confunde, e que, em perspectivas e com finalidades diversas, apresenta as seguintes características gerais, ou algumas delas: é um corpo de conhecimentos racionais (e não de conhecimentos revelados ou empíricos) em que se procura determinar as regras fundamentais do pensamento (aquelas de que devem decorrer o conjunto de princípios de qualquer outra ciência, e a certeza e evidência que neles reconhecemos), e que nos dá a chave do conhecimento do real, tal como este verdadeiramente é (em oposição à aparência).

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