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Estudo dirigido de Teoria Geral do Estado – 1/C Professor: José Luiz Quadros de Magalhães Alunos: Carolina Evelin Jorge Lacerda Vitória Maria Explique a crise do feudalismo e o processo de formação do Estado Moderno na Europa e na América. Várias foram às transformações que contribuíram para a crise do feudalismo, entre elas destacam-se: o renascimento cultural, impulsionado pelas cruzadas, que estabelecia novas rotas marítimas e proporcionava a volta do contato entre Europa e Oriente, quebrando o isolamento do sistema feudal. Com essa volta do comércio, houve também o desenvolvimento dos centros urbanos, que provocou o exôdo rural, gerando o processo de urbanização. Além disso, devido ao crescimento das relações comerciais, houve também a crescente circulação de moedas, que fez com que a terra e a produção agropecuária deixassem de ser a base da riqueza na Europa. Somado à isso, a ascensão da burguesia nas cidades medievais passou a ter considerável movimentação comercial e alto poder econômico, dominando o comércio e tirando o poder político e econômico dos senhores feudais. Devido à todos esses fatores apresentados, o número de servos começa a cair nas fazendas, e os senhores feudais têm dificuldade de manter a mão de obra, pois a população é atraída para as cidades. Com isso, eles começam a oferecer pequenos salários para que os servos permaneçam nas fazendas, o que fez com que as relações servis, características do sistema feudal, começassem a se desfazer. Ademais, ocorreram os esgotamentos do solo, causados pelo grande desenvolvimento agrícola -fazendo com que a produção caísse- e fortes chuvas torrenciais -que destruíram plantações- e espalharam a fome pelo continente. Com isso, os senhores feudais exploraram cada vez mais os servos, causando revoltas servis contra os senhores feudais, que passaram a disputar as terras entre si, devido ao esgotamento dos solos. Portanto, o sistema feudal não conseguiu acompanhar as mudanças em relação ao crescimento das cidades e da população, nem ao surgimento da burguesia, impulsionando o fim do feudalismo e início do Estado Moderno. A formação do Estado Moderno começa a partir do século XV, após as lutas internas onde o Rei se afirmava perante os poderes dos senhores feudais, dando origem ao poder unificado, para poder se afirmar perante os poderes externos e outros impérios, diferente do feudalismo, em que o poder era extremamente fragmentado, e levava a uma negociação do poder e à instabilidades e guerras constantes. 1492 é o ano de referência para o início do processo de formação da modernidade, pois nele ocorrem dois fatos simbólicos que marcam o início desse processo: A invasão das Américas pelos europeus, e a queda de Granada e consequente expulsão dos muçulmanos da península ibérica. Com isso, ocorre um reconhecimento da humanidade do "eu" no "outro", os povos começam a ser escondidos por nomes coletivos, pessoas únicas e complexas são encobertas por um mesmo nome coletivo, que justificam os genocídios, torturas e etnocídios, milhares de povos têm suas culturas extintas. Na Europa a tarefa de construção do Estado moderno dependia da construção de uma identidade nacional, e de um povo nacional, ou seja, de uma imposição de valores comuns que deveriam ser compartilhados pelos diversos grupos, étnicos e culturais, pois, ao se criar uma identificação entre grupos diferentes, possibilita-se a identificação desses com o rei, o que garante a aplicação do direito produzido pelo estado. Já na América os Estados Nacionais surgem a partir das lutas pela independência, durante o século XIX, e diferente da Europa, onde esses são construídos para todos que se enquadrassem ao comportamento religioso imposto pelo poder do Estado, com expulsão dos considerados "diferentes", já na América não se esperava a igualdade de comportamento entre esses povos, pois negros e indígenas não seriam capazes de ter o mesmo comportamento dos europeus, dessa forma, permaneciam à margem da sociedade ou eram mortos em massa. Conceitue Estado Moderno; Estado absolutista; Estado nacional; Estado Constitucional; Estado Liberal; Soberania externa e interna; povo nacional Estado moderno: país politicamente organizado, uniforme, tendo o poder centralizado e hierarquizado e possuindo um povo nacional. Dividido entre governantes e governados pretende, dentro do território reconhecido, a supremacia sobre todas as demais instituições, colocando sob o seu domínio todas as formas de atividade cujo controle ele julgue conveniente. Estado absolutista: é um tipo de Estado Moderno, tendo como principal característica a total centralização do poder nas mãos de um soberano. Estado nacional: O Estado nacional em um primeiro momento teve como regime político o absolutismo, esse poder absoluto, que foi imposto através de um corpo de funcionários treinados e obedientes ao rei, a burocratização simbolizada pelo soberano –moeda nacional, poder unitário e soberano. Além disso houve uma construção de uma identidade nacional forjada, em que um inimigo comum foi criado e a criação da nacionalidade trabalhada para “uniformizar” os indivíduos da região como povos, para esses se identificarem como comuns e rejeitarem o inimigo, fortalecendo assim o rei e o Estado recém formado. Estado Constitucional: ele preza pela proteção dos direitos fundamentais e possui certa limitação para o poder do próprio Estado, variando de acordo com a Constituição. Estado liberal: apresenta como característica os direitos individuais, como a liberdade baseada na propriedade privada e o voto censitário. Aqui, os direitos fundamentais se restringem aos direitos individuais. Soberania externa e interna: a soberania externa baseia-se na independência do Estado, já na soberania interna não existe poder paralelo nem acima do Estado. Povo nacional: é uma identidade nacional forjada nas características daquela população. Escreva sobre: Democracia x constituição A tensão democracia x constituição inicia-se quando os liberais afirmam que a constituição não pode incorporar princípios democráticos majoritários, porque a constituição liberal deve garantir as escolhas individuais, respeitando assim as vontades do coletivo minoritário e as vontades do indivíduo, enquanto a democracia representa a vontade de um coletivo majoritário, que se impõe à vontade de um coletivo minoritário. Nesse contexto, pode-se ressaltar que essa tensão se constrói sobre a busca da segurança trazida pela constituição, impondo como limite as mudanças, e a vontade de transformação, visada pela democracia, o que significaria alguns riscos. Assim, para lidar com essa dicotomia, na segunda metade do sec. XIX, houve uma fusão entre ambos, visando equilibrar a segurança que protege os direitos fundamentais com as mudanças necessárias para que a constituição acompanhe as transformações ocorridas pela democracia representativa majoritária, formando assim o constitucionalismo moderno democrático. Qual a resposta do Estado Liberal às rebeliões políticas e ao aumento da criminalidade? Qual o papel da criminologia, do direito penal e do urbanismo na crise social e política do século XIX? Durante o período de concentração econômica vivido na Europa no século XIX, começou um processo de exclusão social nas grandes cidades, o que provocou rebeliões políticas e também o aumento da criminalidade. Para conter esses problemas, o Estado Liberal tem como resposta a ação política, adotando medidas de criminalização dos pobres, controle e repressão. Nesse momento, observa-se um importante papel da criminologia e do direito penal como método de controleda população insatisfeita. A partir do instante em que o Estado Liberal começa a atuar de forma coerciva, respondendo com violência, para criminalizar as rebeliões e principalmente aqueles desfavorecidos pelo sistema econômico vigente (julgando-os criminosos por escolha e não admitindo que tal situação é consequência de um problema social e político) ele, de forma superficial, cria uma segurança que têm sua estabilidade visivelmente comprometida. Então, o Estado inicia um processo de urbanismo de controle visual de exclusão, construindo, no lugar das ruas estreitas, largos bulevares e avenidas, com o fim de facilitar a visualização dos marginalizados, além de propiciar a expulsão destes para as periferias, fazendo com que fiquem mais dispersos, e assim, facilitando o controle. Desse modo, o Estado Liberal consegue criar uma sociedade de controle visual, a partir dos mecanismos por ele efetuados, os quais provocaram o aumento da exclusão e dos problemas socioeconômicos que “buscava” combater, favorecendo sempre os seus interesses e os daqueles que detém o poder econômico. O que significa voto censitário? O voto censitário significava a concessão do direito ao voto apenas àquelas pessoas que possuíam certos critérios que comprovassem situação financeira satisfatória, ou seja, era baseado na renda. Da Colônia até quase o fim do Império, só podiam votar (e ser votados) nobres, burocratas, militares, comerciantes ricos, senhores de engenho e homens de posses, mesmo analfabetos. Dessa forma, os cidadãos eram classificados em ativos (que pagavam impostos), e passivos, que tinham baixa renda e não possuíam direito ao voto. Portanto, o voto censitário limitava o número de eleitores, já que impedia a participação das camadas mais pobres da população. Além disso, o voto censitário variava de país para país, mas pode-se dizer que apresentava 5 requisitos essenciais: Requisito de idade, requisito de nacionalidade, requisito de gênero, requisito de escolaridade e requisito econômico. Vale ressaltar que os requisitos de nacionalidade e idade são essenciais e existem até hoje. Quais os três problemas ocorreram no decorrer do século XIX que geraram concentração econômica com o aumento da desigualdade e como consequência as rebeliões sociais e políticas e o aumento da criminalidade? Os três problemas do liberalismo no século XIX: 1) Desigualdade das condições históricas de competição; Postura conservadora dos grandes proprietários criando mecanismos de conservação do seu espaço no mercado comprometendo ou eliminando a livre iniciativa e a livre concorrência; 2) A desregulamentação (inexisstência de normas de direito econômico) que permite o abuso do poder econômico e permite o abuso do poder econômico e o desrespeito às regras do jogo. Explique as principais características da três fases do Estado liberal nos séculos XVIII; XIX e XX? A primeira fase do Estado liberal é extremamente abstencionista (inexiste direitos sociais e econômicos), conservadora, elitista. É um Estado em que são garantidos apenas os direitos individuais (relativos à vida, à propriedade e à liberdade) para os homens brancos e proprietários, não há direitos políticos para a sociedade em geral – voto censitário, política elitista-. Aos poucos vai surgindo movimentos de reivindicações ao sufrágio igualitário masculino, esta é a primeira grande conquista dos movimentos sociais – principalmente o movimento operário-e é a maior característica que define a segunda fase do Estado liberal, deve-se ressaltar que o voto ainda possuía quatro requisitos a serem cumpridos (idade, nacionalidade, escolaridade, gênero). Pode-se dizer que a conquista do voto “igualitário” trouxe modificações para o parlamento, novos partidos surgiram e novos representantes que, normalmente, representam uma dicotomia, como partidos trabalhistas x partidos burgueses. Com a mudança da composição do parlamente novas leis, legislações, direitos começam a surgir e novos interesses passam a ser representados e assim a terceira fase do Estado liberal passa a surgir. Essa fase é denominada de fase de transição, uma vez que novas formas constitucionais surgem, seu marco é a época primeira guerra mundial aparece o constitucionalismo social e socialista. Diferencie o Estado Social do Estado Socialista (3 diferenças). Explique cada diferença. O Estado social assegura os direitos individuais, políticos, sociais e econômicos, dentro de uma economia de mercado regulamentada - O Estado social mantem características do liberalismo e incorpora novos direitos, a economia de mercado é regulamentada-, enquanto o estado socialista assegura os direitos sociais, econômicos, individuais e políticos (dentro da lógica do partido único), esses direitos individuais e políticos socialistas são condicionados à construção da sociedade comunista, o Estado Socialista embora busque o Estado Social, busca principalmente uma desvinculação com o capitalismo, com objetivo de construir uma sociedade justa e igualitária, sem diferenças sociais, sem empresas privadas, em que todas as empresas existentes ficam sob o controle do estado transitório e posteriormente haveria o fim desse estado, ao se alcançar o comunismo. Simplificando: Estado social Estado socialista Economia capitalista Economia socialista Direitos individuais, sociais, econômicos e políticos indivisíveis Ênfase nos direitos sociais e econômicos, limitação transitória dos direitos individuais e políticos Finalidade: efetividade da constituição Finalidade: fim do estado e construção da sociedade comunista Explique o processo de formação e chegado ao poder do nazi fascismo. Quais as principais características do Estado nazifascista. Quais diferenças podem ser apontadas entre o nazismo e o fascismo. Qual o papel do capital conservador na chegada ao poder do nazismo e do fascismo Processo de formação do nazi fascismo O nazi fascismo não é uma construção teórica, é um movimento que surge no seio da sociedade europeia e que recebe forte investimento dos grandes empresários e banqueiros, que percebem a dimensão do movimento –época pós I GM e ressentimento alemão-. É preciso destacar que após a primeira guerra mundial e a descrença da sociedade pós guerra, os valores liberais começam a ser colocados sob suspeita, devido a impotência dos governos em fazer frente a grave crise econômica capitalista. Com isso, insurge uma sociedade que recrudescia os conflitos sociais, há um fortalecimento dos movimentos de esquerda e dos sindicatos, que, porém, foi fortemente combatido pelos grandes empresários, em que passam a ver no descontrole pós guerra a eminente ascensão de ideais sociais. Assim, os grandes empresários percebem nos grupos de extrema-direita –em sua maior parte formada por uma classe média (que eram os mais sensíveis aos temas antiliberais, nacionalistas, racistas) - a oportunidade de solidificar um nacionalismo e concretizar seus objetivos de recuperação econômica, proteção a seus patrimônios e aumento de suas riquezas – além de poderem, se o regime se solidificasse, colocar em pratica uma política imperialista. Na Itália com Mussolini e na Alemanha com Hitler, há a formação de organizações paramilitares, a utilização da violência para dissolver comícios e manifestações operarias e socialistas, forte propaganda e busca por filiação partidária, esses elementos citados foram os principais fatores que demonstram a chegada ao poder por vias legais desses partidos. Principais características do Estado Nazifascista Racista Ultra nacionalista Antiliberal Anticomunista Antidemocrático Financiadopelas grandes empresas Diferenças entre nazismo e fascismo O nazismo defendia a teoria do espaço vital e da superioridade ariana Nazismo Fascismo Propaganda ideológica- há o uso da força, mas a propaganda ideológica, visando a construção da identidade alemã, é a característica mais marcante desse estado. O cinema nazista de cunho ideológico forte, a literatura nazista nas escolas construíam o ideal nazista para as crianças, a imposição arquitetônica para demonstrar a grandeza do Estado Nazista, do ideal nazista Uso da força – sociedade puramente militar que emprega a ordem através do uso da força, as sociedade entendia o regime principalmente através da força, havia sim uma propaganda ideológica, mas o uso da força prevalecia sobre a tentativa de aceitação e ideologia. Antissemitismo Antieslavismo Perseguição aos ciganos Papel do capital conservador na chegada ao poder do nazismo e do fascismo O nazifacismo foi um movimento/pensamento de extrema direita que foi financiado pelas grandes corporações e pelos grandes empresários nacionais
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