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CIV237 - Rochas

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Prévia do material em texto

Materiais de Construção I 
 
 ROCHAS NATURAIS 
 
 
 
série MATERIAIS 
 
 
 
artur zeferino 
joão guerra martins 
 
 
 
4.ª edição / 2010 
 
Apresentação 
No final do processo de pesquisa e compilação, o presente documento acaba por ser, genericamente, 
o repositório da Monografia do Eng.º Artur Zeferino que, partindo do trabalho acima identificado, o 
reviu totalmente, reorganizando, contraindo e aumentando em função dos muitos acertos que o 
mesmo carecia. 
Pretende, contudo, o seu teor evoluir permanentemente, no sentido de responder quer à 
especificidade dos cursos da UFP, como contrair-se ainda mais ao que se julga pertinente e alargar-
se ao que se pensa omitido. 
Embora o texto tenha sido revisto, esta versão não é considerada definitiva, sendo de supor a 
existência de erros e imprecisões. Conta-se não só com uma crítica atenta, como com todos os 
contributos técnicos que possam ser endereçados. Ambos se aceitam e agradecem. 
João Guerra Martins 
Pedras Naturais 
3 
Índice 
Índice .......................................................................................................................................... 3 
Índice de Figuras ...................................................................................................................... 10 
Índice de Quadros ..................................................................................................................... 15 
Introdução ................................................................................................................................. 17 
1. Definição e génese das Rochas ou Pedras Naturais ............................................................. 20 
1. Definição e génese das Rochas ou Pedras Naturais ............................................................. 20 
1.1. Ambientes de Formação das Rochas ................................................................................. 20 
1.1.1. Ambiente Magmático ............................................................................................. 21 
1.1.2. Ambiente Sedimentar ............................................................................................. 22 
1.1.3. Ambiente Metamórfico .......................................................................................... 24 
1.2 Ciclo das Rochas ou Ciclo Petrogénico ............................................................................. 24 
1.3. Rochas Magmáticas ou Ígneas .......................................................................................... 28 
1.3.1. Textura das Rochas Magmáticas ............................................................................ 29 
1.3.2. Cor das Rochas Magmáticas .................................................................................. 34 
1.3.3. Composição química .............................................................................................. 35 
1.3.4. Principais rochas magmáticas ................................................................................ 35 
1.4. Rochas Sedimentares ......................................................................................................... 37 
1.4.1. Ciclo Sedimentar .................................................................................................... 38 
1.4.2. Agentes de Erosão .................................................................................................. 39 
1.4.3. Classificação das Rochas Sedimentares ................................................................. 41 
1.4.4. Principais Rochas Sedimentares ............................................................................. 44 
Pedras Naturais 
4 
1.5. Rochas Metamórficas ........................................................................................................ 45 
1.5.1. Principais tipos de Rochas Metamórficas .............................................................. 48 
1.5.2. Sequências Metamórficas ....................................................................................... 50 
1.5.3. Estrutura ................................................................................................................. 51 
1.5.4 Textura .................................................................................................................... 51 
2. Propriedades das pedras naturais .......................................................................................... 52 
2.1. Resistência mecânica das pedras naturais ......................................................................... 52 
2.1.1. Resistência à compressão ....................................................................................... 52 
2.1.2. Resistência ao funcionamento ................................................................................ 53 
2.1.3. Resistência a tracção, flexão e ao corte .................................................................. 53 
2.1.4. Resistência ao desgaste .......................................................................................... 53 
2.1.5. Resistência ao esmagamento .................................................................................. 54 
2.1.6. Resistência ao choque ............................................................................................ 54 
2.2. Características físicas ........................................................................................................ 54 
2.2.1. Estrutura e textura .................................................................................................. 55 
2.2.2. Fractura ................................................................................................................... 55 
2.2.3. Homogeneidade ...................................................................................................... 56 
2.2.4. Dureza .................................................................................................................... 57 
2.2.5. Aderência aos ligantes ............................................................................................ 58 
2.2.6. Densidade ............................................................................................................... 60 
2.2.7. Compacidade .......................................................................................................... 60 
2.2.8. Porosidade .............................................................................................................. 61 
Pedras Naturais 
5 
2.2.9. Permeabilidade ....................................................................................................... 63 
2.2.10. Higroscopicidade .................................................................................................. 63 
2.2.11. Gelividade ............................................................................................................ 64 
2.2.12. Baridade ............................................................................................................... 65 
2.2.13. Condutibilidade Térmica ...................................................................................... 65 
2.2.14. Trabalhabilidade ................................................................................................... 66 
2.3. Características químicas .................................................................................................... 66 
2.4. Verificação das características e critérios de utilização das pedras naturais ..................... 67 
3. Rochas mais utilizadas na Construção Civil ........................................................................ 70 
3.1. Rochas como ornamento ...................................................................................................71 
3.1.1. Categorias de rochas ornamentais .......................................................................... 71 
3.1.2. Rochas Carbonáticas e Silicáticas .......................................................................... 77 
3.1.3. Ardósias .................................................................................................................. 78 
3.1.4. Quartzitos ............................................................................................................... 79 
3.1.5. Serpentinitos ........................................................................................................... 79 
3.1.6. Conclusões ............................................................................................................. 79 
3.2. Principais usos das rochas ornamentais e rochas industriais ............................................. 80 
3.3. Localização nacional da exploração de rochas ................................................................. 82 
4. Alteração e tratamentos das rochas ...................................................................................... 87 
4.1 Acção de agentes químicos da atmosfera ........................................................................... 88 
4.1.1. Dióxido de carbono ................................................................................................ 88 
4.1.2 Dióxido de enxofre .................................................................................................. 88 
Pedras Naturais 
6 
4.2. Acção de agentes químicos dos próprios materiais e do solo ........................................... 89 
4.2.1. Acções de agentes químico-biológicos .................................................................. 89 
4.2.2. Alteração dos feldspatos ......................................................................................... 90 
4.3. Principais causas de deterioração das pedras .................................................................... 90 
4.3.1. Acção da água ........................................................................................................ 90 
4.3.2. Acção dos sais solúveis .......................................................................................... 92 
4.3.3. Acção do vento ....................................................................................................... 93 
4.3.4. Acção da temperatura ............................................................................................. 94 
4.3.5. Acção dos agentes biológicos ................................................................................ 94 
4.3.6. Acção da poluição atmosférica .............................................................................. 96 
4.3.7. Acção do Fogo ....................................................................................................... 96 
4.3.8. Acção humana ........................................................................................................ 97 
4.3.9. Observações conclusivas ........................................................................................ 98 
4.4. Tratamentos para impedir as alterações das pedras de construção ................................... 99 
4.4.1. Pintura ou impregnação .......................................................................................... 99 
4.4.2. Silicatização (aplicação de soluções de silicato de potássio) ............................... 100 
4.4.3. Flutuação .............................................................................................................. 101 
4.4.4. Observações conclusivas ...................................................................................... 101 
5.1. Estudo das pedras como material inerte .......................................................................... 103 
5.1.1 Classificação dos inertes ....................................................................................... 103 
5.2. Origem dos inertes .......................................................................................................... 104 
5.2.1. Materiais provenientes do mar ............................................................................. 104 
Pedras Naturais 
7 
5.2.2. Materiais provenientes do rio ............................................................................... 104 
5.3. A limpeza das areias ........................................................................................................ 105 
5.4. Classificação das areias ................................................................................................... 105 
5.5. Granulomotria ................................................................................................................. 106 
5.5.1. Processos de sedimentação ................................................................................... 108 
5.6. Impurezas da areia ........................................................................................................... 110 
5.6.1. Filler ..................................................................................................................... 110 
5.6.2. Argilas .................................................................................................................. 110 
5.6.3. Matéria orgânica ................................................................................................... 111 
5.6.4. Gesso .................................................................................................................... 112 
5.6.5. Outras impurezas .................................................................................................. 112 
Forma do material inerte ........................................................................................................ 112 
5.7.1. Natureza das superfícies ....................................................................................... 113 
5.8. Qualidade da pedra .......................................................................................................... 113 
5.9. Fabricação dos inertes ..................................................................................................... 114 
5.9.1. Operações ............................................................................................................. 114 
5.10. Aparelhos cilíndricos ..................................................................................................... 121 
5.10.1. Cilíndrico único dentado .................................................................................... 121 
5.10.2. Cilindros duplos ou triplos lisos ......................................................................... 121 
5.11. Aparelhos de barras ....................................................................................................... 121 
5.12. Aparelhos de esferas ...................................................................................................... 121 
5.13. Classificação usadas nas pedreiras ................................................................................ 122 
Pedras Naturais 
8 
5.13.1. Classificação mecânica ...................................................................................... 123 
5.13.2. Classificação hidráulica ...................................................................................... 127 
5.13.3. Classificação Hidro – Mecânica ......................................................................... 129 
5.14. Apresentação dos resultados duma análise granulométrica .......................................... 131 
5.14.1. Triângulo de FERET .......................................................................................... 133 
5.15. Instalações de fabrico de inertes ....................................................................................135 
5.15.1 Instalação a meia encosta .................................................................................... 135 
5.15.2. Instalação do tipo vertical .................................................................................. 135 
5.15.2. Instalação em terreno plano ................................................................................ 137 
5.16. Armazenagem de inertes ....................................................................................... 137 
6.1.2 Fixação com componentes metálicos (processo racionalizado) ............................ 145 
Anexo 1A - Terminologia ...................................................................................................... 164 
Anexo 1B – Terminologia (complemento) ............................................................................ 168 
Anexo 2 – Glossário da Pedra Natural ................................................................................... 174 
Anexo 3 – Extracção das pedras naturais ............................................................................... 194 
A3.1. Condicionantes à escolha do local de exploração ........................................................ 194 
A3.1.1. Natureza da pedra a extrair ................................................................................ 194 
A3.1.2.Características do terreno de cobertura .............................................................. 194 
A3.1.3. Espessura e inclinação dos estratos exploráveis ................................................ 195 
A3.1.4. Definição das frentes de trabalho ...................................................................... 195 
A3.1.5. Espessura de material degradado ...................................................................... 196 
A3.1.6. Situação relativamente às zonas envolventes .................................................... 196 
Pedras Naturais 
9 
A3.2. Tipos de Pedreiras ........................................................................................................ 197 
A3.2.1 Exploração a meia encosta ................................................................................. 197 
A3.2.2 Exploração em terreno plano .............................................................................. 199 
A3.2.3 Pedreiras de boca ................................................................................................ 200 
A3.2.4. Pedreiras em plano inclinado ............................................................................ 201 
A3.2.5. Pedreiras de poço ............................................................................................... 201 
A3.3. Equipamento e Instalações necessárias ........................................................................ 202 
I.3.1. Equipamentos de perfuração ................................................................................. 203 
A3.3.2. Equipamentos de desmonte ............................................................................... 205 
I.3.3 Equipamentos de transporte ................................................................................... 207 
A3.4 Métodos de desmonte .................................................................................................... 208 
A3.4.1 Exploração com bancadas de pequena altura ..................................................... 208 
A3.4.2. Exploração com uma só bancada de grande altura ............................................ 209 
A3.4.5 Exploração através de explosivos em galeria ..................................................... 212 
A3.5 Explosivos ..................................................................................................................... 213 
 
Pedras Naturais 
10 
Índice de Figuras 
Fig. 2 - Corte esquemático e simplificado do modelo da Tectónica de Placas (é de salientar as 
diferentes profundidades e posições relativas a que se encontram as câmaras 
magmáticas) [Fonte: Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. . 22 
Fig.3 - Cratera do vulcão Stromboli [1]. .................................................................................. 22 
Fig. 4- Recolha de amostras de lava do vulcão Etna [1]. ......................................................... 22 
Fig. 5- Arrefecimento brusco de uma escoada lávica [1]. ........................................................ 23 
Fig.6 - Esquema simplificado da génese das rochas sedimentares) [Fonte: Terra planeta 
”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ......................................................... 23 
Fig.7 - Erosão marinha de estratos ou camadas calcárias [Fonte: Terra planeta ”vivo”, 
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ...................................................................... 24 
Fig.8 - Erosão pluvial, fluvial e eólica de estratos de arenitos e calcários [Fonte: Terra planeta 
”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ......................................................... 24 
Figura nº 9 – ciclo litológico .................................................................................................... 25 
Fig. 10- Esquema da compactação dos sedimentos detríticos e circulação dos fluidos entre os 
poros [Fonte: Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ............ 26 
Fig. 11 - Esquema do fenómeno da solução de pressão, reflectindo a dissolução dos grãos de 
um mineral resultado das pressões e a cimentação dos poros [Fonte: Terra planeta 
”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ......................................................... 26 
Fig. 12 - Ciclo das Rochas ou Ciclo Petrogénico (esquema litológico ou petrogenético) 
[Fonte: Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ...................... 27 
Fig. 13 - Formação das Rochas Magmáticas ou Ígneas e representação esquemática dos tipos 
de estruturas intrusivas e extrusivas [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. ................. 28 
Fig.14 Cristalização fraccionada .............................................................................................. 30 
Pedras Naturais 
11 
Fig. 15 - Texturas das Rochas Magmáticas ou Ígneas [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro].
 .......................................................................................................................................... 31 
Fig.16 – tipos de texturas ......................................................................................................... 33 
Fig.17 – composição química das rochas magmáticas mais comuns ....................................... 35 
Figura nº 18 – classificação simplificada das rochas magmáticas mais comuns ..................... 36 
Fig.19 – Ciclo sedimentar ........................................................................................................ 39 
Fig. 20- Formação das rochas sedimentares [Fonte: Terra planeta ”vivo”, 
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ...................................................................... 40 
Fig. 21 - Esquema de classificação das Rochas Sedimentares segundo a origem dos 
sedimentos [Fonte: Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ... 41 
Fig. 22 - Esquema simplificado de um modelado cársico numa formação calcária, resultante 
da acção dissolvente da água [Fonte: Terra planeta ”vivo”, 
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]: ..................................................................... 43 
A - Dolina; B - Campos de lapiás; C - Gruta com rio subterrâneo; D - Estalagmite; E - 
Estalactite; F - Algar; G - Exsurgência. ........................................................................... 43 
Fig. 23 - Aspecto de uma gruta numa formação calcária, mostrando as estalagmitese 
estalactites [Fonte: Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. .... 44 
Fig. 24 – Diversos tipos de metamorfismo [Fonte: Terra planeta ”vivo”, 
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. ...................................................................... 47 
Fig. 24 – Principais tipos de rochas metamórficas [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. ... 48 
Mármores e Outras Rochas Carbonatadas (Fonte: Instituto Geológico e Mineiro) ................. 83 
Granitos e similares (Fonte: Instituto Geológico e Mineiro) ................................................... 84 
Ardósias e Xistos (Fonte: Instituto Geológico e Mineiro) ....................................................... 85 
Areias, Argilas, Caulino, Saibro e Seixo (Fonte: Instituto Geológico e Mineiro) ................... 86 
Fig. 25 – Fabrico de inertes Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ...................................... 114 
Pedras Naturais 
12 
Fig. 26 – Britadeira de mandíbulas (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ......................... 116 
Fig. 27– Instalação de britagem (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) .............................. 117 
Fig. 28 - Britadeira de mandíbulas acoplada á trova (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot)117 
Fig. 29 – Esquema de funcionamento de uma britadeira giratória (Disponível em 
www.ufp.pt/~ricardot) .................................................................................................... 118 
Fig. 30 – Britadeira giratória (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ................................... 119 
Fig. 31– Unidade móvel de britagem (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ...................... 119 
Fig. 32 – Impactor de eixo horizontal (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ..................... 120 
Fig. 33 – Vista do interior de um impactor (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ............. 120 
Fig. 35 – Aspecto exterior do tambor (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ...................... 122 
Fig. 36 – Crivos de discos (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ....................................... 123 
Fig. 37 – Trommel de cilindro único (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ...................... 124 
Fig. 38 – Trommel de cilindro único. Vista exterior e interior (Disponível em 
www.ufp.pt/~ricardot) .................................................................................................... 124 
Fig. 39 – Instalação de separação com Trommel de cilindro único (Disponível em 
www.ufp.pt/~ricardot) .................................................................................................... 125 
Fig. 40 – Unidade móvel se separação com cilindro Trommel (Disponível em 
www.ufp.pt/~ricardot) .................................................................................................... 125 
Fig. 41 – Crivo vibratório (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ........................................ 126 
Fig. 42 – Crivo vibratório móvel (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ............................. 126 
Fig. 43 – Alimentação do crivo por gravidade (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ........ 127 
Fig. 44 – Alimentação do crivo através de tapete transportador (Disponível em 
www.ufp.pt/~ricardot) .................................................................................................... 127 
Pedras Naturais 
13 
Fig. 45– Cuba separadora (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ........................................ 128 
Fig. 46 - Parafuso Arquimedes (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ................................ 130 
Fig. 47 – Funcionamento de um separador de ar (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) .... 130 
Fig. 48 – Separador de ar para pó de cimento (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ......... 130 
Fig. 49 – Separador de ar acoplado a um aparelho de esferas (Disponível em 
www.ufp.pt/~ricardot) .................................................................................................... 131 
Fig. 50 – Analise granulométrica ........................................................................................... 132 
Fig. 51 – Representação no triângulo de FERET. .................................................................. 134 
Fig. 52 – Instalação a meia encosta (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ......................... 136 
Fig. 53– Esquema de funcionamento de uma instalação do tipo vertical (Disponível em 
www.ufp.pt/~ricardot) .................................................................................................... 136 
Fig. 54 – Instalações de fabrico em terreno plano (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ... 137 
Fig. 55 – Tapetes transportadores (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ........................... 138 
Fig. 56 – Armazenagem de inertes (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) .......................... 139 
Fig. 57 – Silos de armazenagem de inertes (Disponível em www.ufp.pt/~ricardot) ............. 139 
Fig. A3.1 – Terreno de cobertura ........................................................................................... 195 
Fig. A3.2 – Estratos exploráveis ............................................................................................ 195 
Fig.3 – Frentes de trabalho ..................................................................................................... 196 
Fig. A3.4 – Material degradado ............................................................................................. 196 
Fig. A3.5 – Tipos de explorações ........................................................................................... 197 
Fig. A3.6 – Exploração a meia encosta .................................................................................. 198 
Fig. A3.7 – Exploração a meia encosta com bancadas .......................................................... 198 
Pedras Naturais 
14 
Fig. A3.8 – Exploração em terreno plano .............................................................................. 199 
Fig. A3.9 – Exploração em terreno plano .............................................................................. 200 
Fig. A3.10 – Pedreiras de boca .............................................................................................. 200 
Fig. A3.11 – Pedreiras em plano inclinado ............................................................................ 201 
Fig. A3.12 – Pedreiras de poço .............................................................................................. 201 
Fig. A3.13 – Organograma de equipamento e instalações ..................................................... 202 
Fig. A3.14 – Perfuradora acoplada a uma escavadora ........................................................... 203 
Fig. A3.15 – Perfurador móvel ............................................................................................... 204 
Fig. A3.16 – Brocas de perfuração ......................................................................................... 204 
Fig. A3.17 – Perfurador utilizado em extracções subterrâneas .............................................. 205 
Fig. A3.18 – Tomba blocos .................................................................................................... 205 
Fig. A3.19 – Martelos pneumáticos ....................................................................................... 206 
Fig. A3.20 – Equipamento de transporte ................................................................................ 207 
Fig. A3.21 – Exploração de bancada ...................................................................................... 208 
Fig. A3.22, esq.ª) – explosivos no pé da bancada; Fig. A3.22, dir.ª) – explosivos verticais e 
horizontais combinados .................................................................................................. 209 
Fig. A3.22– Desmonte através de furos horizontais profundos ............................................ 209 
Fig. A3.23 - Exploração através de furos verticais profundos ............................................... 210 
Fig. A3.24 - Exploração através de furos verticais profundos ............................................... 211 
Fig. A3.25 - Exploração através de explosivos em galeria .................................................... 212 
Fig. A3.26 – Vista em planta das galerias .............................................................................. 213 
Fig. A3.27 – Organograma de tipos de explosivos ................................................................ 213 
Pedras Naturais 
15 
Índice de Quadros 
Quadro 1 – Quadro classificativo das principais rochas magmáticas em função dos minerais 
presentes e sua textura [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. ...................................... 32 
Quadro 2 – Quadro classificativo das principais rochas magmáticas em função dos minerais 
presentes e sua cor [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. ............................................ 34 
Quadro 3 – Quadro classificativo das principais rochas magmáticas em função da amostra de 
mão [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. ................................................................... 34 
Quadro 4 – Designação quanto ao tamanho dos sedimentos. .................................................. 42 
Quadro 4A – Classificação de rochas quanto à resistência à compressão e aderência aos 
ligantes ............................................................................................................................. 59 
Quadro 5 – Relação entre a dureza, a densidade e a resistência à compressão das pedras 
calcárias [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. ............................................................ 61 
Quadro 5A – Trabalhabilidade das rochas correntes ............................................................... 66 
Quadro 6 – Tipos de rochas calcárias [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. ....................... 70 
Quadro 7 – Classificação das rochas calcárias [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro] .......... 70 
Quadro 8 – Modo de comercialização das rochas Ornamentais calcárias [Fonte: Instituto 
Geológico e Mineiro] ....................................................................................................... 71 
Quadro 9 – Produtos das rochas ornamentais e rochas industriais calcárias [Fonte: Instituto 
Geológico e Mineiro] ....................................................................................................... 72 
Quadro 10 – Tipos de ensaios .................................................................................................. 74 
Quadro 11 - Principais indústrias consumidoras das rochas industriais [Fonte: Instituto 
Geológico e Mineiro] ....................................................................................................... 81 
Quadro 12 - Matérias-primas minerais utilizadas na construção de uma casa (adaptado de 
Gomes et al., 1998) .......................................................................................................... 82 
Pedras Naturais 
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QUADRO 13 - CLASSIFICAÇÃO DOS INERTES ............................................................. 103 
QUADRO 14 - CLASSIFICAÇÃO DOS PENEIROS .......................................................... 107 
QUADRO 15 – RELAÇÃO ENTRE PRESSÃO ABERTURA DO GLICLEUR E 
DIMENÇÕES DAS PARTICULAS ARRASTADAS .................................................. 109 
QUADRO 16 – RESULTADOS DE UMA ANÁLISE GRANULOMÉTRICA. ................. 131 
QUADRO 17 - NUMERO DE PENEIROS ........................................................................... 133 
QUADRO 18 – EXEMPLO DE AREIAS PARA ANALISE DE TRIANGULO FERET ... 134 
Quadro 19 - CARACTERÍETICAS DOS INERTES ............................................................ 140 
Tabela 1 – tipos de frente ....................................................................................................... 211 
Pedras Naturais 
17 
Introdução 
As pedras naturais constituem, com as madeiras, um dos mais antigos materiais de 
construção. Com múltiplas aplicações, fundamentalmente como cantarias, alvenarias e 
revestimentos, ao longo do tempo tem diminuído o seu emprego. As razões são conhecidas: 
entre outras a descoberta e o domínio de outros materiais, sobretudo com a invasão do betão 
(embora os seus inertes sejam pedras naturais). 
Praticamente as alvenarias de pedra ordinária deixaram-se de se executar, mas quanto ao 
regresso ao emprego generalizado da pedra natural ou ao seu abandono definitivo, função do 
seu declínio, haverá que fazer uma reflexão profunda. Efectivamente, esta situação está a 
merecer, em muitos países, uma alargada discussão, sendo em alguns já precedida de medidas 
adequadas no sentido de se seguir uma política racional da utilização deste recurso da 
Humanidade. 
É, assim, fundamento deste trabalho um estudo sobre as pedras naturais ou rochas, como 
resultado da pesquisa feita em diversas fontes, onde os valores científicos e práticos vêm clara 
e exaustivamente tratados, nomeadamente em publicações e sites da responsabilidade de 
organismos oficiais, assim como estudos e trabalhos publicados por personalidades cujo grau 
de conhecimentos é reconhecido, tanto nacional como internacionalmente. 
Como contribuição pessoal, servi-me da experiência adquirida ao longo da minha vida 
profissional, visitando explorações e indústrias de transformação nas diversas regiões do país. 
Se considerarmos a composição da crosta terrestre, ou camada superficial sólida do planeta 
(denominando-se crosta continental se está a descoberto e crosta oceânica se está submersa), 
verificamos que ambas são constituídas por rochas. Estudos da distribuição litológica indicam 
que 95% do volume da crosta continental corresponde a rochas cristalinas, ou seja, ígneas e 
metamórficas, sendo os restantes 5 % rochas sedimentares. 
As rochas sedimentares representam, essencialmente, uma camada rochosa disposta sobre as 
rochas ígneas e metamórficas e representam, basicamente, o resultado da alteração das 
primeiras no tempo. 
Como se verifica face à sua abundância e características, fácil foi o homem ter escolhido as 
pedras naturais como um dos principais materiais de construção. Com múltiplas aplicações, 
Pedras Naturais 
18 
têm à medida que o homem vai adquirindo novos conhecimentos e descoberto novas 
tecnologias, passado da utilização no seu estado simples, como em cantarias, alvenarias e 
revestimentos, para a combinação com outros materiais, cite-se o betão e as massas 
betuminosas. Assim, dos primitivos abrigos aos vários monumentos que ao longo da história 
têm sido construídos, até às edificações mais sofisticadas e hoje designadas de inteligentes, a 
pedra natural esteve e está presente. Destes e de outros usos daremos mais reconhecimentos 
ao longo deste trabalho. 
Por curiosidade, se nos referirmos à utilização deste produto no contexto de ornamentação, os 
locais mais referidos são o Próximo Oriente, o Extremo Oriente, os EUA, a China, a Índia, o 
Brasil e a Europa. Mas, de facto, o “Velho Continente” é e será o mais importante mercado 
mundial das rochas naturais. 
Na última década os consumidores redescobriram a rocha natural como material de 
construção. Desde 1990 que o consumo de rochas naturais nos países da Comunidade 
Europeia registou um acréscimo, sendo aqui que ainda é produzida sensivelmente a metade 
das necessidades mundiais de rochas ornamentais. 
 A adopção das várias qualidades de rochas naturais, assim como o seu acabamento e modo 
de aplicação, continuam a terem origem nos países europeus,sendo então adaptadas nos EUA 
ou na Ásia. 
Actualmente na Europa central existe uma grande procura por materiais com superfícies 
ásperas. Superfícies envelhecidas artificialmente também são muito apreciadas, como 
expressão de elegância e de intemporalidade. O cinzento, em todos os seus matizes, continua 
a ser altamente favorito dos arquitectos. Também hoje são muito solicitados os tipos pretos e 
cinzentos e, especialmente, os amarelos. A recuperação de edifícios e a arquitectura 
paisagística são tidas como os importantes mercados do futuro. 
 Numa breve análise do sector em Portugal, ocupamos a quinta potência mundial em termos 
de produção de rochas ornamentais, mas a primeira quando se considera a produção per-
capita. 
O sector das rochas ornamentais em Portugal destaca-se principalmente devido à sua grande 
vocação para a produção e exportação de rocha natural talhada para calcetamento. A produção 
destas rochas, em termos nacionais, representa cerca de 34% do total da produção de rochas 
Pedras Naturais 
19 
ornamentais. A produção nacional de mármores, e outras rochas carbonatadas, representam 
33% do volume total de rochas ornamentais, seguindo-se os granitos e rochas similares. 
As rochas ornamentais naturais susceptíveis de aproveitamento e valorização encontram-se 
repartidas, em Portugal, um pouco por todo o território, contribuindo para a criação de riqueza 
e desenvolvimento do País. Por outro lado, a realidade geológica compreende uma larga 
variedade de pedras naturais, o que proporciona ao sector a necessária sustentabilidade. 
Nessas circunstâncias, a indústria das rochas ornamentais constitui, em Portugal, um dos 
sectores mais importantes de entre os que têm por base actividades extractivas, tanto mais que 
se tem assistido a um forte incremento da produção, concomitante com a modernização do 
sector, o qual ainda constitui um dos importantes em termos das exportações nacionais. 
Descrição sintética do assunto abordado em cada capítulo. 
No capítulo 1, faz-se uma apresentação da génese das rochas naturais, descrevendo o modo de 
formação, os materiais que as compõem, o modo de classificação, assim como os principais 
tipos. 
No capítulo 2 descrevem-se as propriedades das pedras naturais, nomeadamente quanto à sua 
resistência mecânica, as propriedades físicas, químicas e a verificação das características e 
critérios de utilização. 
No capítulo 3 indicam-se as rochas com maior utilização na construção civil e indústrias 
consumidoras, analisando-as quanto aos seus aspectos de comercialização, assim como tendo 
em vista a sua escolha face ao uso pretendido. 
No capítulo 4 fala-se das principais alterações que as rochas têm por acção dos vários agentes, 
tanto no processo da aplicação como ao longo da sua vida, nomeadamente agentes químicos, 
vento, temperatura, agentes biológicos, poluição, fogo, acção humana, etc. 
No capítulo 5, enumeram-se os vários tratamentos que se podem efectuar para atenuar as 
acções de desgaste e degradação que as rochas estão submetidas, tais como a pintura, a 
impregnação, a silicatização e a flutuação. 
 
Pedras Naturais 
20 
1. Definição e génese das Rochas ou Pedras Naturais 
As rochas, ou pedras naturais, são associações compatíveis e estáveis de um ou mais 
minerais. 
O seu estudo pode ter vários fins, podendo-se efectuá-lo na perspectiva das rochas como 
fontes ou reservatórios de matérias-primas (minérios, materiais de construção, 
combustíveis fósseis, águas subterrâneas, etc.) e, até, com fins mais científicos, como 
visar conhecer melhor o nosso planeta, já que estas são o testemunho mais importante da 
história da Terra e dão-nos, ainda, bases para conhecer a história do Sistema Solar e do 
próprio Universo. 
1.1. Ambientes de Formação das Rochas 
Os três grandes ambientes geológicos geradores de rochas, também ditos petrogénicos, são: 
1. Ambiente magmático; 
2. Ambiente sedimentar; 
3. Ambiente metamórfico. 
As principais diferenças entre eles são definidas em termos de: 
• Pressão; 
• Temperatura; 
• Composição química. 
A estes ambientes correspondem, respectivamente: as rochas magmáticas, as rochas 
sedimentares e as rochas metamórficas. 
Pedras Naturais 
21 
 
 
1.1.1. Ambiente Magmático 
O ambiente magmático caracteriza-se geralmente por: 
• Temperaturas elevadas (acima dos 800ºC); 
• Pressões muito variadas, desde muito baixas, no caso do Vulcanismo, a muito 
altas, no caso do Plutonismo, ocorrido no interior da Litosfera, variando num intervalo 
que reflecte as diferentes profundidades a que pode ocorrer; 
• Variações de composição química, considerada restrita em comparação com ou 
outros ambientes. 
Pedras Naturais 
22 
 
Fig. 2 - Corte esquemático e simplificado do modelo da Tectónica de Placas (é de salientar as diferentes 
profundidades e posições relativas a que se encontram as câmaras magmáticas) [Fonte: Terra planeta 
”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. 
1.1.2. Ambiente Sedimentar 
É praticamente o ambiente existente à superfície da Terra, caracteriza-se por: 
• Baixos valores de temperatura e pressão; 
• Grande variabilidade na composição química dos materiais; 
• Proporcionar grandes transformações químicas, tais como a oxidação, 
carbonatação, hidrólise e a hidratação. 
 
Fig.3 - Cratera do vulcão Stromboli [1]. 
 
Fig. 4- Recolha de amostras de lava do vulcão Etna [1]. 
Pedras Naturais 
23 
 
Fig. 5- Arrefecimento brusco de uma escoada lávica [1]. 
 
Fig.6 - Esquema simplificado da génese das rochas sedimentares) [Fonte: Terra planeta ”vivo”, 
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. 
Pedras Naturais 
24 
 
Fig.7 - Erosão marinha de estratos ou camadas 
calcárias [Fonte: Terra planeta ”vivo”, 
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. 
 
Fig.8 - Erosão pluvial, fluvial e eólica de estratos 
de arenitos e calcários [Fonte: Terra planeta 
”vivo”, 
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. 
1.1.3. Ambiente Metamórfico 
É caracterizado por um grande intervalo de pressões e temperaturas. 
Consoante o valor relativo de cada um destes dois parâmetros, o metamorfismo pode ser 
essencialmente térmico (metamorfismo de contacto), ou essencialmente dinâmico 
(metamorfismo regional) e estreitamente ligado com a formação das cadeias montanhosas. 
Quanto à temperatura os valores não excedem, em regra, os 800ºC (valor que marca o inicio 
da fusão de parte dos minerais, isto é o começo do magmatismo). O ambiente metamórfico 
tem, assim, lugar em meio essencialmente sólido. 
Assim, localizando-se a maior ou menor profundidade, abrange uma grande gama de valores 
de pressão e de temperatura, sem que ocorra fusão de materiais, muito embora. 
1.2 Ciclo das Rochas ou Ciclo Petrogénico 
As rochas geradas num determinado ambiente geológico são estáveis enquanto permanecem 
nesse mesmo ambiente. Uma mudança nas condições do ambiente induzem a transformações, 
mais ou menos lentas, de modo a que as rochas se adaptem e fiquem estáveis nessas novas 
condições. 
Pedras Naturais 
25 
As principais alterações são as da sua textura e a criação de novos minerais de acordo com o 
novo ambiente, a partir da destruição de outros que, mediante as novas condições, deixam de 
ser estáveis. 
 
Figura nº 9 – ciclo litológico 
Por exemplo, muitos dos minerais das rochas que se formam em zonas profundas da litosfera 
alteram-se quando chegam à superfície, dando origem a outros minerais que vão participar na 
formação das rochas sedimentares. Estas rochas, com o decorrer do tempo geológico, podem 
ser sujeitas a novas condições termodinâmicas, originando rochas metamórficas e mesmo 
magmáticas quandohá fusão do material. 
Podemos dizer que as rochas dependem umas das outras e que, também, ao longo do tempo se 
transformam umas nas outras, dando lugar aos diferentes tipos litológicos ou petrográficos. 
A litosfera é a zona da Terra onde se dão os processos internos, a grande profundidade, que 
consomem energia vinda do interior do Globo. Tais processos, como o magmatismo 
Pedras Naturais 
26 
(incluindo o vulcanismo), o metamorfismo, outras acções que resultam em deformações da 
crosta (dobramentos e falhas) e deslocações da litosfera, são os chamados fenómenos 
geodinâmicos internos ou endógenos. 
 
 
Fig. 10- Esquema da compactação dos sedimentos 
detríticos e circulação dos fluidos entre os poros [Fonte: 
Terra planeta ”vivo”, 
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. 
 
 
Fig. 11 - Esquema do fenómeno da solução de 
pressão, reflectindo a dissolução dos grãos de 
um mineral resultado das pressões e a 
cimentação dos poros [Fonte: Terra planeta 
”vivo”, 
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. 
Os processos que ocorrem à superfície, ou na película mais externa da crosta terrestre, 
consomem energia exterior ao nosso planeta (principalmente energia solar, acção mecânica e 
química da chuva e do vento) e são chamados fenómenos geodinâmicos externos ou 
exógenos. 
A partir do magma por arrefecimento, solidificação e cristalização originam-se as rochas 
magmáticas ou ígneas que, por processos de levantamento, podem chegar à superfície onde 
ficam sujeitas aos processos geodinâmicos externos (meteorização, erosão, transporte e 
sedimentação) originando-se sedimentos. 
Posteriormente, estes sedimentos são sujeitos a processos físico-químicos que conduzem à 
formação de rochas sedimentares. O conjunto desses processos denomina-se por diagénese. 
Pedras Naturais 
27 
À medida que estas rochas, ou os seus sedimentos, vão atingindo zonas mais profundas da 
litosfera, por subsidência1 ou por subducção2, a temperatura e a pressão aumentam dando-se 
então início a processos metamórficos com a consequente geração de rochas metamórficas. 
Com a continuação do aumento de pressão e temperatura, as rochas podem fundir dando 
origem a um magma, completando assim o ciclo. 
Dentro deste ciclo existem outros mais pequenos, como se pode ver na figura abaixo, já que 
uma rocha magmática ou uma rocha sedimentar podem sofrer processos metamórficos e 
mesmo voltar a fundir originando um magma. 
 
Fig. 12 - Ciclo das Rochas ou Ciclo Petrogénico (esquema litológico ou petrogenético) [Fonte: Terra 
planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. 
 
1 Movimento de descida do fundo de uma bacia de sedimentação 
2 Acção de mergulho de uma placa continental sobre outra, nas zonas de “rift” (Téctonica de Placas) 
 
Pedras Naturais 
28 
1.3. Rochas Magmáticas ou Ígneas 
Tal como o nome indica, estas rochas formam-se a partir da cristalização de um magma, 
podendo também ser designadas por ígneas. 
O ambiente em que se formam as rochas magmáticas é caracterizado por temperaturas muito 
elevadas, o que permite a existência de materiais rochosos em fusão (magma). 
O magma gera-se a grandes profundidades, durante a sua ascensão pode estacionar em 
câmaras magmáticas onde vai arrefecendo. Consoante o arrefecimento se processa de uma 
forma lenta ou rápida, as rochas que se vão formar apresentam características de textura 
diversas. O magma poderá ainda subir para níveis mais superficiais, sob a forma de filões, 
diques, soleiras e outras, ou poderá mesmo sair directamente para o exterior por processos de 
vulcanismo. 
Fig. 13 - Formação das Rochas Magmáticas ou Ígneas e representação esquemática dos tipos de 
estruturas intrusivas e extrusivas [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. 
Consoante a profundidade a que o magma solidifica classificam-se as rochas em: 
 
Pedras Naturais 
29 
Rochas Plutónicas ou Intrusivas que resultam do arrefecimento e cristalização lenta do 
magma em profundidade. Sendo o arrefecimento lento, os minerais que se vão formar 
apresentam dimensões consideráveis, sendo facilmente visíveis à vista desarmada. Um 
exemplo deste tipo de rochas é os granitos. Existem também, como referimos, rochas 
magmáticas que se formam a profundidades intermédias em estruturas filonianas como os 
diques e as soleiras ou filões camada. 
Rochas Vulcânicas ou Extrusivas quando a consolidação do magma é feito à superfície 
ou muito perto dela, designam-se as rochas ígneas por vulcânicas. Estas rochas resultam do 
arrefecimento muito rápido do magma, visto a temperatura à superfície ser bastante 
inferior à temperatura a que se encontrava o magma. Assim, os minerais não tem tempo 
suficiente para se desenvolver e por esta razão vão apresentar dimensões muito reduzidas, 
por vezes até microscópicas. Os basaltos são as rochas vulcânicas mais comuns. 
 
1.3.1. Textura das Rochas Magmáticas 
Como se acabou de ver, as rochas magmáticas intrusivas ou plutónicas são aquelas que 
solidificam lentamente no interior da crosta, portanto os minerais têm mais tempo para se 
formarem e diz-se que estas rochas têm textura holocristalina, granular ou fanerítica, em que 
todos os minerais seus constituintes são visíveis a olho nu. 
Contudo, esta também pode ser grão fino, designando-se por textura aplítica. Por outro lado, 
quando todos os cristais são de grandes dimensões diz-se que têm textura pegmatítica. Ainda 
existem certas rochas em que se regista uma variação entre cristais pequenos e grandes, que 
sobressaem na massa granular da rocha, diz-se, neste caso, que têm textura porfiróide. 
As rochas magmáticas extrusivas ou vulcânicas são as que têm um arrefecimento rápido à 
superfície e, por isso, os minerais são de pequenas dimensões e não se distinguem à vista 
desarmada. Diz-se que têm textura afanítica, em que só ao microscópio petrográfico se podem 
observar os seus constituintes, ou textura vítrea em que não há individualização dos seus 
minerais, nem mesmo quando observados ao microscópio, como por exemplo, os vidros 
vulcânicos (obsidiana). 
Pedras Naturais 
30 
Corresponde ao tamanho, à cristalinidade e ao modo como os cristais estão organizados na 
rocha. É uma consequência das condições de consolidação do magma (lenta ao rápida). 
É usual considerar dois tipos de textura: 
1. Holocristalina- quando a rocha se encontra totalmente cristalina. 
2. Vítrea- quando não se observam cristais, mesmo ao microscópio. 
Durante o arrefecimento do magma, os minerais, que são essencialmente silicatos, não 
cristalizam todos ao mesmo tempo. Formam-se primeiramente os minerais de ponto de fusão 
mais elevado e depois os restantes. 
Bowen, a partir de experiências laboratoriais, estabeleceu teoricamente a ordem segundo a 
qual se processa a formação dos principais minerais que constituem as rochas magmáticas, 
conforme Figura 14. 
 
Fig.14 Cristalização fraccionada 
Existem rochas que se formam em profundidades intermédias ou próximo à superfície nas 
quais se observam cristais mais desenvolvidos, fenocristais, dispersos numa matriz com 
textura afanítica. Diz-se que estas rochas apresentam textura porfírica. 
Os minerais mais comuns nas rochas magmáticas são: 
• Quartzo; 
Pedras Naturais 
31 
• Feldspatos e plagioclases; 
• Feldspatóides (nefelina, leucite); 
• Micas (moscovite, biotite); 
• Piroxenas; Anfíbolas e Olivina. 
Estes podem ser em cada caso essenciais, ou seja, são os que caracterizam a rocha que os 
contém, ou podem ser minerais meramente acessórios (que existindo numa rocha não afectam 
as características da mesma). 
TEXTURA GRANULAR 
Os minerais apresentam sensivelmenteas mesmas dimensões 
TEXTURA PORFIRÓIDE 
No seio de uma massa mais fina ocorrem
cristais bem desenvolvidos 
TEXTURA PEGMATÍTICA 
Os minerais da rocha apresentam-se em
cristais de grandes dimensões 
TEXTURA APLÍTICA 
Os minerais apresentam-se em pequenos
grãos quase invisíveis à vista desarmada 
Fig. 15 - Texturas das Rochas Magmáticas ou Ígneas [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. 
Pedras Naturais 
32 
 
Quadro 1 – Quadro classificativo das principais rochas magmáticas em função dos minerais presentes e 
sua textura [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. 
 
 
 
 
 
 
Pedras Naturais 
33 
Fig.16 – tipos de texturas 
Rochas 
Magmáticas 
Principais Minerais 
PLUTÓNICAS 
VULCÂNICAS 
Quartzo 
Feldspato 
potássico 
Feldspato 
Calco-
sódico 
Moscovite Biotite Anfíbola Piroxena Olivina 
GRANITO 
RIÓLITO 
SIENITO 
TRAQUITO 
DIORITO 
ANDESITO 
GABRO 
BASALTO 
 
 minerais abundantes (essenciais) 
 minerais pouco abundantes (acessórios)
 minerais raros (acessórios) 
 
Pedras Naturais 
34 
1.3.2. Cor das Rochas Magmáticas 
Para a classificação das rochas magmáticas faz-se a distinção entre minerais mais claros, 
denominados de félsicos (quartzo, feldspatos) e minerais mais escuros, designados de máficos 
(biotite, piroxenas, anfíbolas e olivinas). 
Quadro 2 – Quadro classificativo das principais rochas magmáticas em função dos minerais presentes e 
sua cor [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. 
Rochas Leucocratas De cor clara, ricas em minerais félsicos e, portanto, pobres em máficos.
 
Ex. Granito, Riólito, Sienito, Traquito. 
Rochas 
Mesocratas 
De cor intermédia, com proporções aproximadas dos dois tipos de minerais.
 
Ex. Diorito, Andesito. 
Rochas Melanocratas De cor escura, ricas em minerais máficos. 
 
Ex. Gabro, Dolerito, Basalto. 
Quadro 3 – Quadro classificativo das principais rochas magmáticas em função da amostra de mão [Fonte: 
Instituto Geológico e Mineiro]. 
Principais 
minerais 
 
Textura 
Pedras Naturais 
35 
1.3.3. Composição química 
A composição química é a percentagem de óxidos nos elementos que fazem parte dos 
minerais da rocha. 
Existem 4 tipos de classificações de rochas consoante a composição química: 
1. Ácidas – percentagem superior a 65% de sílica 
2. Intermédias – percentagem entre 65% e 52% de sílica 
3. Básicas – teor em sílica baixo 
4. Ultra – básicas – percentagem de sílica inferior ou igual a 45% 
 
Fig.17 – composição química das rochas magmáticas mais comuns 
 
1.3.4. Principais rochas magmáticas 
Granitos 
É a pedra mais divulgada e aparece em todo o norte do país, a norte do Tejo com excepção da 
orla costeira ocidental do Mondego até Aveiro. 
O granito Algarvio e Alentejo (pedreiras de Évora) não são bons para construção. 
Pedras Naturais 
36 
É constituído essencialmente por quartzo, feldspato e mica. Os melhores granitos são os 
quartzosos, os granitos mecáceos são inconvenientes pois a mica altera-se. No granito temos a 
considerar o fenómeno de feldspatização que consiste na alteração do feldspato quando 
exposto ao ar húmido, dando origem a argilas, o que conduz a formação de saibro e barro a 
partir do granito. 
 
 Figura nº 18 – classificação simplificada das rochas magmáticas mais comuns 
A variedade de granitos é bastante grande: desde granitos muito brandos de fácil alteração, 
devido a terem grandes quantidades de feldspato, com resistências à compressão de 100, 200 
ou 300 Kg.cm2, até granitos muito vítreos com resistências à compressão na ordem dos 2000 
Kg.cm2, usado para pavimentação. Esta classificação tem em conta não só a sua constituição, 
mas também o maior ou menor grau de alteração do feldspato. Os granitos têm grandes 
resistências à compressão, são fáceis de extrair e duráveis. 
Como se viu, as resistências à compressão são muito variáveis, no entanto, quanto maior for 
essa resistência menor é a sua aplicação, pois o trabalho da mesma é difícil. Assim, usam-se 
frequentemente granitos de resistência média (cores claras). As aplicações do granito são 
variadas. Utilizam-se em alvenarias, que podem ser ou não argamassadas, e em cantarias, aqui 
as pedras têm as mesmas dimensões bem definidas e as faces são planas. 
Temos também a pavimentação feita por lajes, no tempo dos Romanos, e, hoje em dia, por 
cubos ou paralelepípedos. Na pavimentação ainda se empregam sobre forma de cascalho, 
Pedras Naturais 
37 
sobre o qual se lança terra batida formando o “macadame”. Utilizam-se também no fabrico de 
inertes de betão. 
Com o desaparecimento da cantaria, devido à utilização de betão armado e a falta de mão-de-
obra especializada, surgiu a aplicação de granitos polidos, essencialmente para dar um aspecto 
estético a um edifício de betão e para que possa (em certa medida) rivalizar com os antigos 
edifícios de cantaria. É um material caro, pois os granitos destinados a serem polidos têm de 
ser importados. 
Pórfiros 
São pedras de afloramento localizados e com utilização local. Os pórfiros aparecem 
principalmente em Beja. São constituídos por feldspatos muito duros e raramente utilizados 
na construção. O pórfiro é utilizado polido na realização de elementos decorativos e tendo 
aplicações semelhantes aos mármores. 
Basaltos 
Trata-se de uma rocha vulcânica e por isso encontra-se principalmente nas ilhas, Madeira e 
Açores. Trata-se de uma chama muito dura, muito difícil de trabalhar. O seu emprego como 
brita nos betões não é aconselhável por não fazerem boa pega com as argamassas. 
Tem grande aplicação na execução de tapetes betuminosos sob a forma de gravilha 
(aproveitando basaltos menos ácidos). Por isso, no Continente utiliza-se apenas em 
pavimentação. Nas ilhas também se usa como alvenaria, mas os resultados não têm sido 
famosos devido à sua má aderência com a argamassa. 
1.4. Rochas Sedimentares 
A génese de sedimentos, isto é, a formação de produtos resultantes da alteração das rochas 
preexistentes, pertence ao conjunto de processos que ocorrem à superfície da crosta. Sob 
determinadas condições, estes sedimentos podem vir a formar rochas, chamadas rochas 
sedimentares. 
As rochas sedimentares resultam do transporte, acumulação e consolidação dos sedimentos, 
provenientes quer da erosão de rochas preexistentes, quer da precipitação química de 
Pedras Naturais 
38 
substâncias, quer ainda de material correspondente a conchas, esqueletos, espículas de 
organismos mortos. 
Estas rochas constituem uma fina película na crusta terrestre, cuja espessura raramente 
ultrapassa os 2 Km, cobrindo, no entanto, cerca de 80% da superfície do planeta e 
constituindo a maioria das suas paisagens. 
As rochas sedimentares sofrem um longo processo de transformações, que se inicia com a 
alteração e termina na diagénese ou litificação. 
1.4.1. Ciclo Sedimentar 
Alteração ou Meteorização: Processo pelo qual as rochas perdem as características físico-
químicas originais. 
As rochas da superfície terrestre estão a ser continuamente alteradas por agentes naturais, 
como a água, os gases atmosféricos, a acção dos seres vivos e as variações de temperatura. Os 
produtos resultantes da alteração podem ser detríticos (ex.: pedras soltas, areia, fracção fina 
dos solos) ou dissolverem-se na água. 
Erosão: Fenómeno de desgaste dos materiais rochosos por acção das águas, vento e seres 
vivos. 
Quase simultaneamente com a alteração das rochas dá-se a sua erosão, que é o processo de 
arrancar e deslocar os materiais rochosos previamente alterados. 
Transporte: Movimento dos materiais resultantes da erosão,pela acção da água, do vento e 
da força da gravidade. 
O transporte desses elementos soltos é providenciado por diversos agentes, como as águas dos 
rios e o vento, acumulando-se em lugares favoráveis, como por exemplo, rios, lagos, lagoas, 
praias e fundos oceânicos, dando-se a sedimentação desses materiais. Se o agente de 
transporte é a água, durante a sedimentação também podem depositar-se por precipitação 
Pedras Naturais 
39 
química as substâncias dissolvidas na mesma, dando origem a rochas sedimentares de origem 
quimiogénica, como é o caso do gesso e do salgema. 
Sedimentação: Processo de deposição dos sedimentos previamente erodidos e transportados. 
Também poderão sedimentar restos de conchas, carapaças e esqueletos de animais mortos, se 
estes existirem no local de acumulação ou nas proximidades, como numa praia ou num lago. 
 
Fig.19 – Ciclo sedimentar 
1.4.2. Agentes de Erosão 
Normalmente, os agentes de erosão são também agentes de transporte e sedimentação, pois 
estes processos podem ocorrer simultaneamente. A estes dá-se o nome de Agentes de Erosão, 
Transporte e Sedimentação, sendo os mais importantes: 
• A água da chuva, dos rios, dos mares e dos glaciares; 
• O vento; 
Pedras Naturais 
40 
• A força da gravidade. 
Em resumo, na sedimentação podem participar isolados ou em conjunto, detritos ou clastos 
arrancados a rochas preexistentes, substâncias dissolvidas nas águas e sedimentos de origem 
orgânica. 
Diagénese 
Diagénese: Conjunto de processos situados entre a sedimentação e o metamorfismo, que 
actuam sobre os sedimentos provocando a sua compactação e formação de rochas mais 
consistentes. 
Depois da sedimentação, inicia-se o último processo por que passam os sedimentos, antes da 
formação das verdadeiras rochas sedimentares: a Diagénese. Começa com a redução de 
volume dos sedimentos, devido ao próprio peso dos sedimentos que se vão depositando por 
cima. Nos sedimentos mais profundos vão-se reduzindo os espaços vazios e estes começam a 
agregar-se e a compactar. Com a compactação, os sedimentos tornam-se mais resistentes 
adquirindo um aspecto de rocha. 
 
Fig. 20- Formação das rochas sedimentares [Fonte: Terra planeta ”vivo”, 
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. 
Associada à compactação dos sedimentos, decorre o processo de cimentação que consiste no 
aparecimento de uma matriz, ou seja, um material muito fino entre os grãos dos sedimentos. 
Este material também pode ser um cimento resultante da precipitação de substâncias, 
geralmente carbonato ou sílica, conferindo uma maior consistência. 
Pedras Naturais 
41 
Nos sedimentos mais profundos podem existir modificações nos minerais e alterações 
químicas, com trocas de substâncias entre as rochas e as soluções que circulam em volta, 
dando origem a novos minerais designados de neoformação. 
1.4.3. Classificação das Rochas Sedimentares 
A classificação das rochas sedimentares pode ser feita com base em vários critérios. 
Num deles esta distinção é realizada consoante a origem dos sedimentos que as constituem, 
classificando-se as rochas sedimentares em três grupos principais. 
O esquema que apresentamos subdivide as rochas sedimentares em três grandes grupos: 
• (S) Siliciclastos (fragmentos silicatados e grãos associados); 
• (A) Aloquímicos; 
• (P) Precipitados químicos e bioquímicos. 
 
Fig. 21 - Esquema de classificação das Rochas Sedimentares segundo a origem dos sedimentos [Fonte: 
Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. 
Outra forma classificativa também tem em atenção a sua origem, mas mais em termos da 
origem dos elementos do que com a sua química: 
Pedras Naturais 
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• Rochas Sedimentares Detríticas; 
• Rochas Quimiobiogénicas ou Organogénicas; 
• Rochas Quimiogénicas. 
Rochas Sedimentares Detríticas 
São rochas cuja componente predominante são os detritos de rochas preexistentes, resultantes 
sobretudo da alteração e erosão que actuaram sobre essas mesmas rochas. 
Podem dividir-se em dois grandes grupos: 
1. Rochas sedimentares detríticas móveis (como exemplo, os calhaus, areias, argilas 
e os silites); 
2. Rochas sedimentares detríticas consolidadas (caso dos conglomerados, brechas, 
arenitos, siltitos e dos argilitos); 
Quadro 4 – Designação quanto ao tamanho dos sedimentos. 
Tipo de Rocha Tamanho Dimensão Rochas Móveis 
Rochas Consolidadas 
Brechas, Conglomerados 
Arenitos 
Siltitos 
Argilitos 
Balastros > 2 mm Cascalheiras 
Areias 2 - 1/16 mm Areias 
Siltes 1/16 - 1/256 mm Siltes 
Argilas < 1/256 mm Argilas 
 
Pedras Naturais 
43 
Rochas Quimiobiogénicas ou Organogénicas 
Resultam da acumulação de organismos depois de mortos ou de detritos da sua actividade. 
A esses restos de organismos preservados nas rochas chamam-se fósseis, sendo um exemplo 
desta rocha o diatomito que é constituída, essencialmente, por carapaças de diatomáceas. 
As rochas fossíliferas mais comuns são os calcários fossilíferos, que resultam da precipitação 
de carbonato de cálcio que vai cimentar e consolidar restos de animais. 
Rochas Quimiogénicas 
Resultam da precipitação a partir de substâncias dissolvidas na água que poderão através dela 
serem transportadas a longas distâncias. 
A precipitação dos produtos que irão dar origem a estas rochas, dá-se em condições químicas 
e de temperatura que não permitem que a água continue a transportá-los. Formam-se, então, 
rochas de precipitação química como, por exemplo, as estalactites, calcário comum e o sílex. 
 
Fig. 22 - Esquema simplificado de um modelado cársico numa formação calcária, resultante da acção 
dissolvente da água [Fonte: Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]: 
 A - Dolina; B - Campos de lapiás; C - Gruta com rio subterrâneo; D - Estalagmite; E - Estalactite; F - 
Algar; G - Exsurgência. 
O processo mais comum de precipitação é a evaporação, verificado no caso das rochas 
evaporíticas. Originam-se por precipitação de sais quando se dá a evaporação das águas que 
os contêm em solução, como exemplos temos o gesso e a halite (sal de cozinha). 
 
Pedras Naturais 
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Fig. 23 - Aspecto de uma gruta numa formação calcária, mostrando as estalagmites e estalactites [Fonte: 
Terra planeta ”vivo”, http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. 
 
1.4.4. Principais Rochas Sedimentares 
Resultam da deposição ou precipitação de substâncias e posterior consolidação dando origem 
a estratos. São rochas anisotrópicas pois têm propriedades muito diferentes segundo a 
direcção que se considera. Se considerarmos por exemplo a direcção dos estratos e a direcção 
perpendicular a eles as propriedades numa e noutra direcção variam radicalmente. Como 
exemplo deste tipo de rochas temos os calcários e o grés. 
Calcário 
Aparece no sul do Tejo e nas zonas de excepção do granito. O calcário é formado por 
Carbonato de Cálcio (CaCO3). 
Juntamente com o granito é a perda mais utilizada no nosso país. É uma perda branca com 
dureza muito variável, desde muito brandas até muito duras. 
O calcário tem um inconveniente – é uma pedra geladiça, isto é, é uma rocha que fractura por 
influência da compressão provocada pelo aumento do volume da água quando gela. Este 
fenómeno designa-se por gelavidez. 
Pedras Naturais 
45 
A pedra calcária ainda se utiliza como matéria-prima para o fabrico de cimento, juntamente 
com argila, e no fabrico de ligantes hidráulicos. O calcário brando trabalha-se muito 
facilmente e foi utilizado em vários monumentos. 
Temos assim que o calcário, nas suas variedades muito duras, tem as mesmas aplicações que 
o granito. 
Emprega-se como pedra de cantaria em janelas e portas, como pedradecorativa ou ainda, 
após britagem, como inertes para argamassas. Assim, os calcários duros são utilizados para 
alvenarias e cantarias, pedra para pavimentação e como inertes para betão. 
Uma grande variedade em revestimentos decorativos é o Lioz (Pero Pinheiro). Também 
outras variedades como o semi-rígido (calcário branco baço) o Moleano (cor creme com 
incrustações pontoais e regularmente distribuídas) e o Moca-creme (cor creme com riscas 
cinzentos onduladas e esbatidas, distribuídas irregularmente) são muito usados. 
Grés 
São constituídos por grãos de sílica que foram aglomerados por um cimento natural, de 
constituição siliciosa, argilosa ou calcária, dando assim origem respectivamente ao grés 
silicioso, argiloso ou calcário. Os grés siliciosos são muito duros e não se utilizam na 
construção. Os grés argilosos são muito moles e também não se utilizam. 
Os grés calcários são muito porosos sendo, portanto, bons condutores da humidade e só 
devem ser utilizados em construções de exteriores, por exemplo soleiras de portas. Os grés 
encontram-se sobretudo na Serra da Lousã e tem utilização local. 
1.5. Rochas Metamórficas 
Metamorfismo: 
É o conjunto das transformações e das reacções que uma rocha sofre quando é sujeita a 
condições de pressão e temperatura diferentes das que presidiram à sua génese. 
 
Pedras Naturais 
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As rochas metamórficas geralmente resultam da transformação de rochas pré-existentes. Estas 
transformações decorrem quando essas rochas atingem grandes profundidades ou quando são 
encaixantes nas intrusões magmáticas, sem contudo passarem pelo estado de fusão. Nestes 
casos, devido às novas condições de pressão e de temperatura, diferentes das que presidiram à 
sua génese, estas vão sofrer alterações nas suas características originais. 
Essas modificações consistem, essencialmente, nos reajustamentos mineralógicos e texturais 
das rochas, em consequência das novas condições físico-químicas, nomeadamente de pressão 
e temperatura do meio. Mas outros factores também são muito importantes no metamorfismo, 
como é o caso da acção dos fluidos e do tempo. 
Todos estes factores não actuam conjuntamente e com a mesma intensidade, falando-se de 
diferentes tipos e intensidade de metamorfismo. 
Quanto maiores forem a temperatura e pressão maior será a intensidade do metamorfismo e 
maiores vão sendo as transformações das rochas, até chegar a um ponto chamado de ultra-
metamorfismo, que faz a transição para o ambiente magmático. Inversamente, variações 
muito pequenas de temperatura e pressão induzem transformações menos acentuadas das 
rochas, podendo facilmente concluir-se qual a rocha inicial metamorfizada. 
Geralmente estas rochas são deformadas, apresentando foliação e xistosidade. A xistosidade é 
evidenciada pela facilidade com que a rocha se destaca em lâminas, como é exemplo o xisto. 
A foliação é evidenciada por bandas alternadas de minerais claros e minerais escuros e/ou 
pela orientação preferencial dos minerais que as constituem. 
O metamorfismo encontra-se frequentemente associado à formação de cadeias montanhosas e 
diz-se que o metamorfismo é do tipo "regional", pois afecta grandes quantidades de rochas 
com espessura e superfície consideráveis, está normalmente associado à orogénese. 
Mas as rochas metamórficas também poderão resultar das alterações térmicas que as rochas 
encaixantes sofrem, quando se dão as intrusões de maciços magmáticos. Fala-se então de 
metamorfismo de contacto, afectando apenas as rochas envolventes do maciço. 
A transformação da rocha ocorre na vizinhança de uma intrusão magmática. A temperatura e 
os fluídos deverão ser os factores de metamorfismo dominantes. 
Resumindo, a rocha metamórfica é a rocha resultante de um processo de alteração das 
condições originais que presidiram à sua génese. Esta alteração das condições do meio, vai ter 
Pedras Naturais 
47 
como consequência uma resposta da rocha que terá que se adaptar às novas condições, 
podendo alterar a sua textura e os seus minerais constituintes passando a possuir outros mais 
estáveis nas condições actuais. 
Alguns destes novos minerais permitem avaliar as condições de pressão e temperatura a que 
as rochas estiveram sujeitas e designam-se por minerais-índice ou tipomorfos, como, por 
exemplo, a estaurolite e silimanite e dizem-se também minerais característicos do ambiente 
metamórfico. 
 
 
Fig. 24 – Diversos tipos de metamorfismo [Fonte: Terra planeta ”vivo”, 
http://domingos.home.sapo.pt/index.html]. 
 
 
 
Pedras Naturais 
48 
1.5.1. Principais tipos de Rochas Metamórficas 
 
Fig. 24 – Principais tipos de rochas metamórficas [Fonte: Instituto Geológico e Mineiro]. 
 
Xisto 
Caracteriza-se por apresentar uma textura formada por uma série de planos. Os minerais que o 
constituem são em geral filosilicatos, (ex.: Biotite e Clorite) e apresentam dimensões tão 
reduzidas que não se distinguem a olho nu. Distinguem-se das Ardósias por os planos de 
xistosidade terem maior brilho. Resultam essencialmente da transformação de rochas 
argilosas. 
Aparecem em Trás-os-Montes e Beiras. Resultam da metamorfização das argilas que 
endurecem e tomam um aspecto lamelar. 
Utiliza-se em alvenarias, mas é uma má alvenaria pois a facilidade com que ela parte, segundo 
determinadas direcções, obriga à aplicação de muita argamassa. È muito difícil obter pedras 
com a forma desejada. Raramente se utiliza no fabrico de betões (sem ensaio prévio) pois 
alguns xistos reagem com os cimentos e provoca diminuições no volume e resistência do 
betão. 
Ardósia 
Pedras Naturais 
49 
A ardósia, uma variedade de xistos, caracteriza-se, também, por apresentar uma série de 
planos, muito bem definidos, que se sobrepõem uns aos outros. Os minerais que o constituem 
são em geral minerais de argila e apresentam dimensões tão reduzidas que não se distinguem 
a olho nu. Por vezes, contêm fósseis. 
Aplica-se como material de cobertura. Trata-se de um material de utilização normalmente 
restringida ao local onde aparece, pois nas outras regiões não pode competir com a telha 
clássica, dado que fica cara a sua aplicação devido ao transporte. Além disso exige um tablado 
sobre o qual se aplica, o que dificulta a sua utilização. 
Como é leve é facilmente levantada pelo vento, o que implica que os telhados tenham que ter 
maior inclinação. 
Os soletos de ardósia são muito utilizados em Inglaterra e outros países onde a parte junto ao 
telhado é muitas vezes utilizada como habitação. 
Estes soletos isolam melhor a habitação da humidade que as telhas, pois enquanto que estas 
absorvem 12% do seu peso em humidade, a ardósia absorve apenas 1%, daí também ser muito 
utilizada em reservatórios de água e bancas de cozinha (os melhores e mais compactos betões 
dificilmente atingem um absorção tão baixa). 
As ardósias são facilmente trabalhadas, moldadas e pintadas. 
A ardósia tem a particularidade de quando submetida a temperaturas superiores a 800ºC, os 
seus interstícios aumentarem de volume, enchendo-se de ar. Por outro lado, se conseguirmos 
que a ardósia fique vitrificada ela manterá esta estrutura, pois que o ar não sai, dando origem à 
chamada ardósia expandida. 
Esta ardósia é um material leve e de bom isolamento térmico e acústico. Aplica-se no fabrico 
de betões leves. O pó de ardósia também é utilizado no fabrico de tintas. 
Gnaisses 
Frequentemente derivado de rochas ricas de quartzo e feldspato. Os minerais encontram-se 
todos recristalizados e dispostos segundo faixas mais ou menos paralelas, formando bandas 
alternadas, claras e escuras. Regra geral os grãos apresentam uma forma arredondada ou 
lenticular. 
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Quartzitos

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