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AULA 9

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Ajuste a Valor Presente das Contas a Pagar e a Receber
O ajuste a valor presente é um procedimento utilizado para expurgar os juros embutidos nas operações a prazo, uma vez que o valor à vista não se iguala ao valor financiado no mesmo tempo. Formalmente, podemos dizer que é a estimativa do valor corrente de um fluxo de caixa futuro, no curso normal das operações da empresa.
Em tese, o valor presente de um ativo ou um passivo é o valor de um fluxo de caixa futuro relacionado a ativo ou passivo descontado a uma determinada taxa. Assim, o pressuposto básico do valor presente é que existe um valor do dinheiro no tempo. Isto porque as pessoas e as empresas preferem receber uma quantidade de dinheiro, hoje, diferente do que estariam dispostas a receber em uma data futura.
Depreende-se então que o ajuste a valor presente é aplicável para operações envolvendo ativos e passivos de longo prazo e não para operações que são liquidadas em curto espaço de tempo (até 90 dias), cujo efeito não seja material. A determinação do valor presente de um fluxo de caixa requer o conhecimento de três informações:
valor do fluxo de caixa;
data do referido fluxo financeiro;
taxa de desconto aplicável.
Risco e Incerteza: Taxa de Desconto
Ao se utilizarem para fins contábeis, informações com base no fluxo de caixa e no valor presente, incertezas inerentes são obrigatoriamente levadas em consideração para efeito de mensuração. Da mesma forma, o preço (taxa de juros) que os participantes do mercado estão dispostos a cobrar para assumir riscos advindos de incertezas associadas a fluxos de caixa deve ser igualmente avaliado.
A tarefa de calcular riscos não é das mais simples.
Por outro lado, a teoria de finanças oferece alguns modelos que, apesar de suas limitações, podem ser utilizados para tal fim.
A utilização de uma única taxa de juros não é usual, porém aceitável para um grupo de ativos e passivos com características semelhantes, mas não para todas as transações que envolvem ativos e passivos.
Aplicação do ajuste a valor presente
Como vimos, esse procedimento contábil visa excluir juros embutidos nos preços das operações a prazo, pois as empresas tendem a dar a essas operações tratamento igual a das operações à vista, deixando de reconhecer no exercício apropriado receitas financeiras incluídas nas operações e apurando resultados distorcidos.
Assim, alguns elementos integrantes do ativo e do passivo, quando decorrentes de operações de longo prazo, devem ser ajustados ao seu valor presente, mediante descontos que considerem os juros embutidos.
Se houver efeitos relevantes, serão também ajustados ativos e passivos decorrentes de operações a curto prazo.
Esse tratamento permite a homogeneização das operações e possibilita a comparação de demonstrações, independentemente de as empresas operarem à vista ou a prazo.
A quantificação do ajuste a valor presente deve ser realizada em base exponencial pro rata die, a partir da origem de cada transação, sendo seus efeitos apropriados nas contas a que se vinculam.
As reversões dos ajustes a valor presente nos ativos e passivos devem ser apropriadas como receitas ou despesas financeiras, a não ser que a empresa possa devidamente fundamentar que o financiamento feito a seus clientes faça parte de suas atividades operacionais, quando então as reversões serão apropriadas como receita operacional.

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