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Direio Ambiental Aula 07 e 08 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Ambiental 
 Professor: Luiz Antônio 
Aulas: 07 e 08 | Data: 19/06/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL 
1. Responsabilidade Civil 
2. Responsabilidade Penal 
 
TUTELA DO PATRIMÔNIO CULTURAL 
1. Conceito 
2. Instrumentos de Tutela 
 
 
RESPONSABILIDADE AMBIENTAL 
 
1. Responsabilidade Civil 
A responsabilidade civil não afasta a responsabilidade penal ou administrativa. Tem natureza jurídica de 
responsabilidade objetiva e solidária. 
 
1) Infrator / Poluidor (art. 3º, IV, LPNMA) 
Conduta e Atividade. Poluidor ou infrator é toda pessoa física ou jurídica de direito público ou privado causador 
direto ou indireto da degradação ambiental. Ex.: Se um posto de gasolina está causando poluição respondem: O 
proprietário do Terreno, o posto de gasolina, a distribuidora de petróleo e o Estado. RESP 1.071.741/SP. 
 
RESP 1.071.741/SP: AMBIENTAL. UNIDADE DE CONSERVAÇÃO DE 
PROTEÇÃO INTEGRAL (LEI 9.985/00). OCUPAÇÃO E CONSTRUÇÃO 
ILEGAL POR PARTICULAR NO PARQUE ESTADUAL DE JACUPIRANGA. 
TURBAÇÃO E ESBULHO DE BEM PÚBLICO. DEVER-PODER DE 
CONTROLE E FISCALIZAÇÃO AMBIENTAL DO ESTADO. OMISSÃO. ART. 
70, § 1º, DA LEI 9.605/1998. DESFORÇO IMEDIATO. ART. 1.210, § 1º, 
DO CÓDIGO CIVIL. ARTIGOS 2º, I E V, 3º, IV, 6º E 14, § 1º, DA LEI 
6.938/1981 (LEI DA POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE). 
CONCEITO DE POLUIDOR. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO DE 
NATUREZA SOLIDÁRIA, OBJETIVA, ILIMITADA E DE EXECUÇÃO 
SUBSIDIÁRIA. LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO. 1. Já não se duvida, 
sobretudo à luz da Constituição Federal de 1988, que ao Estado a 
ordem jurídica abona, mais na fórmula de dever do que de direito ou 
faculdade, a função de implementar a letra e o espírito das 
determinações legais, inclusive contra si próprio ou interesses 
imediatos ou pessoais do Administrador. Seria mesmo um 
despropósito que o ordenamento constrangesse os particulares a 
cumprir a lei e atribuísse ao servidor a possibilidade, conforme a 
conveniência ou oportunidade do momento, de por ela zelar ou 
abandoná-la à própria sorte, de nela se inspirar ou, frontal ou 
indiretamente, contradizê-la, de buscar realizar as suas finalidades 
públicas ou ignorá-las em prol de interesses outros. 2. Na sua missão 
 
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de proteger o meio ambiente ecologicamente equilibrado para as 
presentes e futuras gerações, como patrono que é da preservação e 
restauração dos processos ecológicos essenciais, incumbe ao Estado 
“definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e 
seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a 
alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada 
qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que 
justifiquem sua proteção” (Constituição Federal, art. 225, § 1º, III). 3. 
A criação de Unidades de Conservação não é um fim em si mesmo, 
vinculada que se encontra a claros objetivos constitucionais e legais de 
proteção da Natureza. Por isso, em nada resolve, freia ou mitiga a crise 
da biodiversidade – diretamente associada à insustentável e veloz 
destruição de habitat natural –, se não vier acompanhada do 
compromisso estatal de, sincera e eficazmente, zelar pela sua 
integridade físico-ecológica e providenciar os meios para sua gestão 
técnica, transparente e democrática. A ser diferente, nada além de um 
“sistema de áreas protegidas de papel ou de fachada” existirá, espaços 
de ninguém, onde a omissão das autoridades é compreendida pelos 
degradadores de plantão como autorização implícita para o 
desmatamento, a exploração predatória e a ocupação ilícita. 4. 
Qualquer que seja a qualificação jurídica do degradador, público ou 
privado, no Direito brasileiro a responsabilidade civil pelo dano 
ambiental é de natureza objetiva, solidária e ilimitada, sendo regida 
pelos princípios do poluidor-pagador, da reparação in integrum, da 
prioridade da reparação in natura, e do favor debilis, este último a 
legitimar uma série de técnicas de facilitação do acesso à Justiça, entre 
as quais se inclui a inversão do ônus da prova em favor da vítima 
ambiental. Precedentes do STJ. 5. Ordinariamente, a responsabilidade 
civil do Estado, por omissão, é subjetiva ou por culpa, regime comum 
ou geral esse que, assentado no art. 37 da Constituição Federal, 
enfrenta duas exceções principais. Primeiro, quando a 
responsabilização objetiva do ente público decorrer de expressa 
previsão legal, em microssistema especial, como na proteção do meio 
ambiente (Lei 6.938/1981, art. 3º, IV, c/c o art. 14, § 1º). Segundo, 
quando as circunstâncias indicarem a presença de um standard ou 
dever de ação estatal mais rigoroso do que aquele que jorra, 
consoante a construção doutrinária e jurisprudencial, do texto 
constitucional. 6. O dever-poder de controle e fiscalização ambiental 
(= dever-poder de implementação), além de inerente ao exercício do 
poder de polícia do Estado, provém diretamente do marco 
constitucional de garantia dos processos ecológicos essenciais (em 
especial os arts. 225, 23, VI e VII, e 170, VI) e da legislação, sobretudo 
da Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/1981, arts. 2º, 
I e V, e 6º) e da Lei 9.605/1998 (Lei dos Crimes e Ilícitos Administrativos 
contra o Meio Ambiente). 7. Nos termos do art. 70, § 1º, da Lei 
9.605/1998, são titulares do dever-poder de implementação “os 
funcionários de órgãos ambientais integrantes do Sistema Nacional de 
Meio Ambiente – SISNAMA, designados para as atividades de 
 
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fiscalização”, além de outros a que se confira tal atribuição. 8. Quando 
a autoridade ambiental “tiver conhecimento de infração ambiental é 
obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante processo 
administrativo próprio, sob pena de co-responsabilidade” (art. 70, § 
3°, da Lei 9.605/1998, grifo acrescentado). 9. Diante de ocupação ou 
utilização ilegal de espaços ou bens públicos, não se desincumbe do 
dever-poder de fiscalização ambiental (e também urbanística) o 
Administrador que se limita a embargar obra ou atividade irregular e 
a denunciá-la ao Ministério Público ou à Polícia, ignorando ou 
desprezando outras medidas, inclusive possessórias, que a lei põe à 
sua disposição para eficazmente fazer valer a ordem administrativa e, 
assim, impedir, no local, a turbação ou o esbulho do patrimônio estatal 
e dos bens de uso comum do povo, resultante de desmatamento, 
construção, exploração ou presença humana ilícitos. 10. A turbação e 
o esbulho ambiental-urbanístico podem – e no caso do Estado, devem 
– ser combatidos pelo desforço imediato, medida prevista atualmente 
no art. 1.210, § 1º, do Código Civil de 2002 e imprescindível à 
manutenção da autoridade e da credibilidade da Administração, da 
integridade do patrimônio estatal, da legalidade, da ordem pública e 
da conservação de bens intangíveis e indisponíveis associados à 
qualidade de vida das presentes e futuras gerações. 11. O conceito de 
poluidor, no Direito Ambiental brasileiro, é amplíssimo, confundindo-
se, por expressa disposição legal, com o de degradador da qualidade 
ambiental, isto é, toda e qualquer “pessoa física ou jurídica, de direito 
público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por 
atividade causadora de degradação ambiental” (art. 3º, IV, da Lei 
6.938/1981, grifo adicionado). 12. Para o fim de apuração do nexo de 
causalidade no dano urbanístico-ambiental e de eventual 
solidariedade passiva, equiparam-se quem faz, quem não faz quando 
deveria fazer, quem não se importa que façam, quem cala quando lhe 
cabe denunciar, quem financia para que façam e quem se beneficia 
quando outros fazem. 13. A Administração é solidária, objetiva e 
ilimitadamente responsável, nos termos da Lei 6.938/1981, por danos 
urbanístico-ambientaisdecorrentes da omissão do seu dever de 
controlar e fiscalizar, na medida em que contribua, direta ou 
indiretamente, tanto para a degradação ambiental em si mesma, 
como para o seu agravamento, consolidação ou perpetuação, tudo 
sem prejuízo da adoção, contra o agente público relapso ou desidioso, 
de medidas disciplinares, penais, civis e no campo da improbidade 
administrativa. 14. No caso de omissão de dever de controle e 
fiscalização, a responsabilidade ambiental solidária da Administração 
é de execução subsidiária (ou com ordem de preferência). 15. A 
responsabilidade solidária e de execução subsidiária significa que o 
Estado integra o título executivo sob a condição de, como devedor-
reserva, só ser convocado a quitar a dívida se o degradador original, 
direto ou material (= devedor principal) não o fizer, seja por total ou 
parcial exaurimento patrimonial ou insolvência, seja por 
impossibilidade ou incapacidade, inclusive técnica, de cumprimento 
 
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da prestação judicialmente imposta, assegurado, sempre, o direito de 
regresso (art. 934 do Código Civil), com a desconsideração da 
personalidade jurídica (art. 50 do Código Civil). 16. Ao acautelar a 
plena solvabilidade financeira e técnica do crédito ambiental, não se 
insere entre as aspirações da responsabilidade solidária e de execução 
subsidiária do Estado – sob pena de onerar duplamente a sociedade, 
romper a equação do princípio poluidor-pagador e inviabilizar a 
internalização das externalidades ambientais negativas – substituir, 
mitigar, postergar ou dificultar o dever, a cargo do degradador 
material ou principal, de recuperação integral do meio ambiente 
afetado e de indenização pelos prejuízos causados. 17. Como 
consequência da solidariedade e por se tratar de litisconsórcio 
facultativo, cabe ao autor da Ação optar por incluir ou não o ente 
público na petição inicial. 18. Recurso Especial provido. 
 
No âmbito da responsabilidade ambiental não existe percentagem quanto à culpa do dano. Qualquer causador de 
dano ambiental responde pela reparação ambiental (RESP 1.236.836/ES). Ex.: Os bancos que financiam 
empreendimentos podem ser responsabilizados pelos danos ambientais causados pelo investidor. 
 
Obs.: O Banco Central editou a Resolução 4327/2004, alertando os Bancos sobre a responsabilidade ambiental. 
 
Quanto à atividade do empreendedor não interessa se ela é lícita ou ilícita, o que não pode é poluir. Ex.: Uma 
empresa pode ser licenciada e estar poluindo ao mesmo tempo. 
 
Obs.: Ainda que o empreendedor receba uma licença do poder público (seja essa licença indevida ou não) isso não 
o exime da responsabilidade. Se a licença for indevida o empreendedor e o poder público poderão discutir a culpa, 
mas em processo autônomo. 
 
O art. 4º da Lei dos Crimes Ambientais regula a desconsideração da personalidade jurídica. Se a empresa não puder 
enfrentar os danos, os sócios e os administradores respondem pelos danos com seus bens – Teoria Menor da 
Desconsideração. 
 
Art. 4º, LCA. Poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que 
sua personalidade for obstáculo ao ressarcimento de prejuízos 
causados à qualidade do meio ambiente. 
 
2) Danos 
É o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao 
meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. Os danos ambientais não prescrevem, mas os danos 
individuais prescrevem (RESP 1.120.117/AC). Os danos ambientais ainda se dividem em: 
 
. Danos ambientais patrimoniais 
Trata-se de reparar os danos. 
 
 
. Danos ambiental morais 
Trata-se do dano moral ambiental difuso 
 
 
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RESP 1.120.117/AC: RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL E DIREITO 
AMBIENTAL. CONTAMINAÇÃO DO SOLO E DO LENÇOL FREÁTICO POR 
PRODUTOS QUÍMICOS UTILIZADOS EM TRATAMENTO DE MADEIRA 
DESTINADA À FABRICAÇÃO DE POSTES. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL 
NÃO DEMONSTRADO. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. SÚMULA Nº 
7/STJ. NÃO CABIMENTO. CIÊNCIA INEQUÍVOCA. PRECEDENTES. 1. A 
demonstração do dissídio jurisprudencial pressupõe a ocorrência de 
similitude fática entre o acórdão atacado e o paradigma, o que não 
ocorreu no caso. 2. Inviável a incidência da Súmula nº 7/STJ a 
obstaculizar o conhecimento do recurso, visto que se trata, na espécie, 
tão somente de firmar posição sobre tese jurídica, isto é, qual o termo 
inicial para a contagem do prazo prescricional. Precedentes. 3. Não há 
como se presumir que, pelo simples fato de haver uma notificação 
pública da existência de um dano ecológico, a população tenha 
manifesto conhecimento de quais são os efeitos nocivos à saúde em 
decorrência da contaminação. 4. Na linha dos precedentes desta Corte 
Superior, o termo inicial do prazo prescricional para o ajuizamento de 
ação de indenização, por dano moral e material, conta-se da ciência 
inequívoca dos efeitos decorrentes do ato lesivo. 5. Recurso especial 
parcialmente conhecido e nesta parte não provido, para dar 
prosseguimento ao processo. 
 
3) Nexo Causal 
A obrigação da reparação ambiental é “propter rem”, ou seja, o causador indireto do dano também responde. Ex.: 
Uma pessoa desmata próximo ao rio (causador direto do dano), e logo em seguida vende a propriedade, quem 
compra responde pelos danos ambientais (causador indireto do dano). O Código Florestal (Lei 12.651/12) no art. 
2º, §2º determina a obrigação “propter rem”. 
 
Art. 2o. As florestas existentes no território nacional e as demais 
formas de vegetação nativa, reconhecidas de utilidade às terras que 
revestem, são bens de interesse comum a todos os habitantes do País, 
exercendo-se os direitos de propriedade com as limitações que a 
legislação em geral e especialmente esta Lei estabelecem. 
 
§ 2o. As obrigações previstas nesta Lei têm natureza real e são 
transmitidas ao sucessor, de qualquer natureza, no caso de 
transferência de domínio ou posse do imóvel rural. 
 
- Teoria do Risco Integral ou Teoria do Risco Criado 
O STJ no RR-RESP 1.374.284/MG determinou que a responsabilidade por dano ambiental é objetiva e solidária, 
formada pela Teoria do Risco Integral, não sendo possível alegação de excludentes. 
 
 
 
4) Inversão do Ônus da Prova 
Quem deve fazer a prova é o réu, bem como ele também deve responder pelos custos da perícia (RESP 
1.049.822/RS). 
 
 
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RESP 1.049.822/RS: AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RECURSO ESPECIAL. 
IMPOSIÇÃO DE RECOLHIMENTO, PELA AUTORA, LEGITIMADA 
EXTRAORDINÁRIA, PARA AJUIZAMENTO DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA EM 
DEFESA DOS INTERESSES COLETIVOS DE CONSUMIDORES, DE 
QUANTIA, RELATIVA À DENOMINADA "TAXA JUDICIÁRIA". 
IMPOSSIBILIDADE. 1. As ações civis públicas, em sintonia com o 
disposto no artigo 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor, ao 
tutelarem direitos individuais homogêneos dos consumidores, 
viabilizam a otimização da prestação jurisdicional, abrangendo toda 
uma coletividade atingida em seus direitos, dada a eficácia vinculante 
de suas sentenças. 2. O artigo da Lei 18 da Lei 7.347/85 é norma 
processual especial, que expressamente afastou a necessidade, por 
parte do legitimado extraordinário, de efetuar o adiantamento de 
custas, emolumentos, honorários periciais e quaisquer outras 
despesas, para o ajuizamento de ação coletiva, que, de todo modo, 
conforme o comando normativo, só terá de ser recolhida a final pelo 
requerido, se for sucumbente, ou pela autora, acaso constatada 
manifesta má-fé. 3. Ademais, o artigo 87 do Código de Defesa do 
Consumidor expressamente salienta que, nas ações coletivas de 
defesa do consumidor, não haverá adiantamento de quaisquer 
despesas, portanto é descabido a imposição à autora do prévio 
recolhimento da "taxa judiciária". Precedentes. 4. Recurso especial 
provido. 
 
2. Responsabilidade Penal Ambiental 
 
1) Legislação 
Está presente no art. 225, § 3º da CF e na Lei dos Crimes Ambientais– Lei 9.605/98. 
 
2) Responsabilidade Subjetiva 
Não existe responsabilidade objetiva no campo penal. 
Aqui a responsabilidade é subjetiva, pois não existe responsabilidade criminal objetiva. 
 
3) Ônus da Prova é do Acusador 
Não há inversão do ônus da prova em matéria penal. 
Não existe o ónus da prova por parte do acusado, não há de se falar em inversão. 
 
4) Princípio da Intranscendência 
Não há responsabilidade por fato de terceiro. Não há responsabilidade “propter rem”, só responde pelo crime quem 
é autor ou participe. Agrg no HC 256.199/MG o crime do art. 60 da LCA tem caráter permanente. 
 
 
Agrg no HC 256.199/MG: PROCESSUAL PENAL. CRIME AMBIENTAL. 
ART. 60 DA LEI Nº 9.605/1998. EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE NA 
ORIGEM. PERDA DO OBJETO. IMPETRAÇÃO PREJUDICADA. 1 - Extinta 
a punibilidade dos pacientes na origem, em face do cumprimento de 
transação penal, a impetração apresenta-se prejudicada, por falta de 
 
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objeto, pois visa justamente o reconhecimento da prescrição. 2 - Ainda 
que assim não fosse, o acórdão atacado está em consonância com o 
entendimento desta Corte, no sentido de que o delito em comento é 
crime permanente, cuja cessação somente ocorre com a concessão da 
licença ambiental, o que afasta, na espécie, a incidência da prescrição. 
3 - Agravo regimental não provido. 
 
5) Prescrição 
Segue as regras de prescrição do Código Penal. O STJ reconheceu qeu o crime do art. 40 é instantâneo com efeitos 
permanentes (RESP 1.402.984/DF). 
 
RESP 1.402.984/DF: PENAL E PROCESSUAL PENAL. RECURSO ESPECIAL. 
DANO AMBIENTAL. ART. 40, CAPUT, DA LEI Nº 9.605/98. 
CONSTRUÇÕES EM ÁREA DE PROTEÇÃO PERMANENTE. CRIME 
INSTANTÂNEO DE EFEITOS PERMANENTES. PRESCRIÇÃO DA 
PRETENSÃO PUNITIVA. ART. 110 § 1º, DO CÓDIGO PENAL. 
RECONHECIMENTO. 1. Com o trânsito em julgado para a acusação, o 
cálculo do prazo prescricional deve ser regido pela pena 
concretamente fixada, pois aí já se tem o máximo possível da 
reprimenda (ne reformatio in pejus). 2. A pena de 1 (um) ano 
prescreve em 4 (quatro) anos, prazo a ser contado retroativamente 
nos termos do art. 110, §§ 1º e 2º, na redação vigente à data do fato. 
3. Considerando a natureza do delito - instantâneo de efeitos 
permanentes - o termo inicial do prazo prescricional se dá com a 
edificação irregular. 4. Prescrição reconhecida. 5. Recurso especial 
provido. 
 
6) Competência 
Há competência como regra é da justiça estadual. Só vai para justiça federal os casos em que houver interesse 
direto e imediato da União, autarquias e empresas públicas federais. São crimes ambientais contra a administração 
pública os crimes dos artigos 66 a 69-A da LCA. Crimes nos rios de fronteira também são de competência federal. 
 
7) Norma Penal em Branco 
É muito forte a presença das normas penais em branco. 
 
8) Principio da Insignificância 
Deve ser analisada sua aplicação no caso concreto. Ex.: Cortar uma árvore da floresta pode ser insignificante. Matar 
um único animal que está em extinção, não é insignificante. 
HC 192. 696/SC 
HC 124.820/DF 
HC 84.412/SP (STF) 
HC 84.412/SP: PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - IDENTIFICAÇÃO DOS 
VETORES CUJA PRESENÇA LEGITIMA O RECONHECIMENTO DESSE 
POSTULADO DE POLÍTICA CRIMINAL - CONSEQÜENTE 
DESCARACTERIZAÇÃO DA TIPICIDADE PENAL EM SEU ASPECTO 
MATERIAL - DELITO DE FURTO - CONDENAÇÃO IMPOSTA A JOVEM 
DESEMPREGADO, COM APENAS 19 ANOS DE IDADE - "RES FURTIVA" 
 
Página 8 de 16 
 
NO VALOR DE R$ 25,00 (EQUIVALENTE A 9,61% DO SALÁRIO MÍNIMO 
ATUALMENTE EM VIGOR) - DOUTRINA - CONSIDERAÇÕES EM TORNO 
DA JURISPRUDÊNCIA DO STF - PEDIDO DEFERIDO. O PRINCÍPIO DA 
INSIGNIFICÂNCIA QUALIFICA-SE COMO FATOR DE 
DESCARACTERIZAÇÃO MATERIAL DA TIPICIDADE PENAL. - O princípio 
da insignificância - que deve ser analisado em conexão com os 
postulados da fragmentariedade e da intervenção mínima do Estado 
em matéria penal - tem o sentido de excluir ou de afastar a própria 
tipicidade penal, examinada na perspectiva de seu caráter material. 
Doutrina. Tal postulado - que considera necessária, na aferição do 
relevo material da tipicidade penal, a presença de certos vetores, tais 
como (a) a mínima ofensividade da conduta do agente, (b) a nenhuma 
periculosidade social da ação, (c) o reduzidíssimo grau de 
reprovabilidade do comportamento e (d) a inexpressividade da lesão 
jurídica provocada - apoiou-se, em seu processo de formulação 
teórica, no reconhecimento de que o caráter subsidiário do sistema 
penal reclama e impõe, em função dos próprios objetivos por ele 
visados, a intervenção mínima do Poder Público. O POSTULADO DA 
INSIGNIFICÂNCIA E A FUNÇÃO DO DIREITO PENAL: "DE MINIMIS, NON 
CURAT PRAETOR". - O sistema jurídico há de considerar a 
relevantíssima circunstância de que a privação da liberdade e a 
restrição de direitos do indivíduo somente se justificam quando 
estritamente necessárias à própria proteção das pessoas, da 
sociedade e de outros bens jurídicos que lhes sejam essenciais, 
notadamente naqueles casos em que os valores penalmente tutelados 
se exponham a dano, efetivo ou potencial, impregnado de significativa 
lesividade. O direito penal não se deve ocupar de condutas que 
produzam resultado, cujo desvalor - por não importar em lesão 
significativa a bens jurídicos relevantes - não represente, por isso 
mesmo, prejuízo importante, seja ao titular do bem jurídico tutelado, 
seja à integridade da própria ordem social. 
 
9) Concurso de Agentes (art. 2º da LCA) 
Quem, de qualquer forma, concorre para a prática dos crimes previstos nesta Lei, incide nas penas a estes 
cominadas, na medida da sua culpabilidade (Teoria Monista – art. 29, CP), bem como o diretor, o administrador, o 
membro de conselho e de órgão técnico, o auditor, o gerente, o preposto ou mandatário de pessoa jurídica, que, 
sabendo da conduta criminosa de outrem, deixar de impedir a sua prática, quando podia agir para evitá-la (art. 13, 
§2º, a, CP - crime omissivo impróprio ou comissivo por omissão) (RHC 34.957/PA). 
 
RHC 34.957/PA: RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS. PENAL. 
DESCABIMENTO. ART. 34 DA LEI 9.605/98. CRIME DO MEIO 
AMBIENTE. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL. INÉPCIA DA DENÚNCIA 
EVIDENCIADA. RECORRENTE DENUNCIADA APENAS POR INTEGRAR O 
QUADRO ASSOCIATIVO DE EMPRESA QUE TERIA PROMOVIDO A PESCA 
PROIBIDA. RESPONSABILIZAÇÃO PENAL OBJETIVA. AUSÊNCIA DE 
INDIVIDUALIZAÇÃO MÍNIMA DE SUA CONDUTA. RECURSO PROVIDO. 
1. O simples fato de a Recorrente figurar como sócia-gerente de uma 
pessoa jurídica não autoriza a instauração de processo criminal por 
 
Página 9 de 16 
 
crime contra o meio ambiente, se não restar minimamente 
comprovado o vínculo com a conduta criminosa, sob pena de se 
reconhecer impropriamente a responsabilidade penal objetiva. 2. 
Embora art. 2.º da Lei 9.605/98 admita conduta omissiva como 
relevante para o crime ambiental, devendo da mesma forma ser 
penalizado também aquele que na condição de administrador da 
pessoa jurídica, tenha conhecimento da conduta criminosa e, podendo 
impedi-la, não o faz, a pessoa física não pode ser a única 
responsabilizada pelo ilícito penal cometido pela pessoa jurídica, 
mormente sem qualquer demonstração de sua responsabilidade 
sobre o evento, em tese, criminoso. 3. Recurso provido para, 
reconhecendo a inépcia da denúncia, por ausência de individualização 
da conduta em relação ao crime previsto no art. 34 da Lei n.º 9.605/98, 
determinar o trancamento da ação penal instaurada em relação à 
Recorrente, sem prejuízo de outra denúncia ser ofertada nos termos 
do art. 41 do Código de Processo Penal. 
 
10) Responsabilidade Penal da Pessoa Jurídica (art. 3º, LCA) 
As pessoas jurídicas serão responsabilizadas penalmente, nos casos em que a infração seja cometida por decisão 
de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade. A 
responsabilidadedas pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo 
fato. 
 
- Teoria do Concurso Necessário ou da Dupla Imputação 
O STJ exigia que ao fazer a denúncia contra uma pessoa jurídica era necessário identificar a pessoa física responsável 
pelo ato (Ex.: HC 187.842/RS). Hoje o STF entende que é inconstitucional a exigência de individualização da pessoa 
física para punir a pessoa jurídica (AgRg no RE 548.181/PR e STJ – HC 248.073/MT). 
 
AgRg no RE 548.181/PR : EMENTA AGRAVO REGIMENTAL EM 
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO PENAL. CRIME AMBIENTAL. 
RESPONSABILIDADE PENAL DA PESSOA JURÍDICA. 
CONDICIONAMENTO À IDENTIFICAÇÃO E À PERSECUÇÃO DA PESSOA 
FÍSICA. Tese do condicionamento da responsabilização penal da 
pessoa jurídica à simultânea identificação e persecução penal da 
pessoa física responsável, que envolve, à luz do art. 225, § 3º, da Carta 
Política, questão constitucional merecedora de exame por esta 
Suprema Corte. Agravo regimental conhecido e provido. 
 
HC 248.073/MT: HABEAS CORPUS SUBSTITUTIVO DE RECURSO 
ORDINÁRIO. NÃO-CABIMENTO. PROCESSUAL PENAL. CRIMES DOS 
ARTS. 54, CAPUT, E 60, AMBOS DA LEI N.º9.605⁄98. TRANCAMENTO 
DA AÇÃO PENAL. MEDIDA EXCEPCIONAL. DENÚNCIA GERAL. 
POSSIBILIDADE. INÉPCIA NÃO CONFIGURADA. ATIPICIDADE 
DACONDUTA ENQUADRADA COMO CRIME DE POLUIÇÃO. 
NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. VIA ELEITA INADEQUADA. 
EXCLUSÃO DA PESSOA JURÍDICA DO POLO PASSIVO DA AÇÃO PENAL. 
INVIABILIDADE. AUSÊNCIA DEFLAGRANTE ILEGALIDADE QUE PERMITA 
A CONCESSÃO DE ORDEM EX OFFICIO. ORDEM DE HABEAS CORPUS 
 
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NÃO CONHECIDA. 1. A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal e 
ambas as Turmas desta Corte Superior, após evolução jurisprudencial, 
passaram a não mais admitir a impetração dehabeas corpus em 
substituição ao recurso ordinário, nas hipóteses em que esse último é 
cabível, em razão da competência do Pretório Excelso e deste Tribunal 
Superior tratar-se de matéria de direito estrito, prevista taxativamente 
na Constituiçãoda República. 2. Entretanto, a impetração de writ 
substitutivo de recurso ordinário não impede a concessão de ordem 
de habeas corpus de ofício, em situações de flagrante ilegalidade. 3. A 
teor do entendimento desta Corte, é possível o oferecimento de 
denúncia geral quando uma mesma conduta é imputada a todos os 
acusados e, apesar da aparente unidade de desígnios, não há como 
pormenorizar a atuação de cada um dos agentes na prática delitiva. 
No caso, a denúncia não é inepta, mas apenas possui caráter geral, e 
tampouco prescinde de um lastro mínimo probatório capaz de 
justificar o processo criminal. Precedentes. 4. Nos crimes de autoria 
coletiva, é prescindível a descrição minuciosa eindividualizada da ação 
de cada acusado, bastando a narrativa das condutasdelituosas e da 
suposta autoria, com elementos suficientes para garantir o direito 
àampla defesa e ao contraditório, como verificado na hipótese. 5. 
"[O]s denunciados causaram poluição em nível possível de resultar 
danos à saúde humana, bem como fizeram funcionar estabelecimento 
potencialmente poluidor contrariando as normas legais e 
regulamentares pertinentes." Tais fatos, em tese, amoldam-se aos 
tipos penais descritos nos arts. 54 e 60, ambos da Lei n.º 9.605⁄98, a 
evidenciar que a denúncia atende o disposto no art. 41 do Código do 
Processo Penal, sendo inviável o prematuro encerramento da 
persecução penal. 6. A alegação de que o crime de poluição não se 
configurou, ante a falta de comprovação de perigo concreto à saúde 
humana, esbarra na necessidade de dilação probatória, incompatível 
com a via estreita do habeas corpus. 7. A pessoa jurídica também 
denunciada deve permanecer no polo passivo da ação penal. Alerte-
se, em obiter dictum, que a Primeira Turma do Supremo Tribunal 
Federal reconheceu que a necessidade de dupla imputação nos crimes 
ambientes viola o disposto no art. 225, 3.º, da Constituição Federal (RE 
548.818 AgR⁄PR, 1.ª Turma, Rel. Min. ROSA WEBER, Informativo n.º 
714⁄STF). 8. Ausência de patente constrangimento ilegal que, 
eventualmente, imponha a concessão de ordem ex officio. 9. Ordem 
de habeas corpus não conhecida.” 
 
 
11) Aplicação da Penal (art. 6º, LCA) 
Para imposição e gradação da penalidade, o juiz observará: (i.) a gravidade do fato, em vista dos motivos da infração 
e suas consequências para a saúde pública e para o meio ambiente; (ii.) os antecedentes ambientais do infrator; 
(iii.) a situação econômica do infrator, no caso de multa. 
 
- Penas Restritivas de Direitos 
 
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As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade quando: (i.) crime culposo 
ou se for aplicada a pena privativa de liberdade menor que 4 anos; (ii.) culpabilidade, antecedentes, conduta social 
e personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias do crime indicarem que a substituição 
seja suficiente para efeitos de reprovação e prevenção do crime. As penas restritivas de direitos terão a mesma 
duração da pena privativa de liberdade substituída. 
 
12) Sursis Ambiental (art. 16 e 17 da LCA) 
Nos crimes ambientais, a suspensão condicional da pena pode ser aplicada nos casos de condenação a pena 
privativa de liberdade não superior a 3 anos. 
 
A verificação da reparação a que se refere será feita mediante laudo de reparação do dano ambiental, e as 
condições a serem impostas pelo juiz deverão relacionar-se com a proteção ao meio ambiente. Não são as 
obrigações clássicas do sursis penal. 
 
13) Perícia (art. 13, LCA) 
A perícia fixará o montante do prejuízo causado para efeitos de prestação de fiança e cálculo de multa. A perícia 
produzida no inquérito civil ou no juízo cível poderá ser aproveitada no processo penal, instaurando-se o 
contraditório. 
 
14) Sentença (art. 20, LCA) 
A sentença penal condenatória fixará o valor mínimo para reparação dos danos causados pela infração, 
considerando os prejuízos sofridos pelo ofendido ou pelo meio ambiente. Transitada em julgado a sentença 
condenatória, a execução poderá efetuar-se pelo valor fixado, sem prejuízo da liquidação para apuração do dano 
efetivamente sofrido. 
 
15) Penas para as Pessoa Jurídica (art. 21, 22 e 23 da LCA) 
As penas podem ser aplicadas isolada, cumulativa, ou alternativamente às pessoas jurídicas. As penas podem ser 
de multa, restritivas de direitos, ou prestação de serviços à comunidade. 
 
As penas restritivas de direitos da pessoa jurídica podem ser: suspensão parcial ou total de atividades, interdição 
temporária de estabelecimento, obra ou atividade, ou a proibição de contratar com o Poder Público, bem como 
dele obter subsídios, subvenções ou doações. 
 
A suspensão de atividades será aplicada quando estas não estiverem obedecendo às disposições legais ou 
regulamentares, relativas à proteção do meio ambiente. A interdição será aplicada quando o estabelecimento, obra 
ou atividade estiver funcionando sem a devida autorização, ou em desacordo com a concedida, ou com violação de 
disposição legal ou regulamentar. A proibição de contratar com o Poder Público e dele obter subsídios, subvenções 
ou doações não poderá exceder o prazo de 10 anos. 
 
A prestação de serviços à comunidade pela pessoa jurídica consistirá em: custeio de programas e de projetos 
ambientais, execução de obras de recuperação de áreas degradadas, manutenção de espaços públicos, ou 
contribuições a entidades ambientais ou culturais públicas. 
16) Infração de menor Potencial Ofensivo 
São as infrações com pena privativa de liberdade máxima de 2 anos. Para haver transação penal é necessário 
preencher os requisitos do art. 76 da Lei 9.099/95, bem como a prévia composição do dano ambiental (art. 27 da 
LCA). Não é necessário reparar o dano, mas realizar o acordo. 
 
 
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Art. 27, LCA. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo,a 
proposta de aplicação imediata de pena restritiva de direitos ou multa, 
prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, 
somente poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia 
composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da mesma lei, 
salvo em caso de comprovada impossibilidade. 
 
17) Suspenção (art. 89 d Lei 9.099/95) 
Será concedida se comprovada a reparação do dano (art. 28, LCA). 
 
Art. 28. As disposições do art. 89 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro 
de 1995, aplicam-se aos crimes de menor potencial ofensivo definidos 
nesta Lei, com as seguintes modificações: 
I - a declaração de extinção de punibilidade, de que trata o § 5° do 
artigo referido no caput, dependerá de laudo de constatação de 
reparação do dano ambiental, ressalvada a impossibilidade prevista no 
inciso I do § 1° do mesmo artigo; 
II - na hipótese de o laudo de constatação comprovar não ter sido 
completa a reparação, o prazo de suspensão do processo será 
prorrogado, até o período máximo previsto no artigo referido 
no caput, acrescido de mais um ano, com suspensão do prazo da 
prescrição; 
III - no período de prorrogação, não se aplicarão as condições dos 
incisos II, III e IV do § 1° do artigo mencionado nocaput; 
IV - findo o prazo de prorrogação, proceder-se-á à lavratura de novo 
laudo de constatação de reparação do dano ambiental, podendo, 
conforme seu resultado, ser novamente prorrogado o período de 
suspensão, até o máximo previsto no inciso II deste artigo, observado 
o disposto no inciso III; 
V - esgotado o prazo máximo de prorrogação, a declaração de extinção 
de punibilidade dependerá de laudo de constatação que comprove ter 
o acusado tomado as providências necessárias à reparação integral do 
dano. 
 
 
18) Excludentes de ilicitude 
São três situações de excludentes de ilicitude: 
 
- Estado de necessidade (art. 37, LCA) 
Art. 37. Não é crime o abate de animal, quando realizado: 
I - em estado de necessidade, para saciar a fome do agente ou de sua 
família; 
II - para proteger lavouras, pomares e rebanhos da ação predatória ou 
destruidora de animais, desde que legal e expressamente autorizado 
pela autoridade competente; 
III – (VETADO) 
IV - por ser nocivo o animal, desde que assim caracterizado pelo órgão 
competente. 
 
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- Estado de necessidade (art. 50-A, §1º, LCA) 
 
Art. 50-A, § 1o. Não é crime a conduta praticada quando necessária à 
subsistência imediata pessoal do agente ou de sua família. 
 
 
- Exercício regular de direito (art. 65, §2º, LCA) 
 
Art. 65, § 2o. Não constitui crime a prática de grafite realizada com o 
objetivo de valorizar o patrimônio público ou privado mediante 
manifestação artística, desde que consentida pelo proprietário e, 
quando couber, pelo locatário ou arrendatário do bem privado e, no 
caso de bem público, com a autorização do órgão competente e a 
observância das posturas municipais e das normas editadas pelos 
órgãos governamentais responsáveis pela preservação e conservação 
do patrimônio histórico e artístico nacional. 
 
19) Crimes Ambientais 
Ler os artigos da Lei dos Crimes Ambientais – Lei 9.605/98: 
- Art. 29 
- Art. 38 
- Art. 38-A 
- Art. 40 
- Art. 48 
- Art. 54 
- Art. 62 a 65 
- Art. 66 a 69-A. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TUTELA DO PATRIMÔNIO CULTURAL 
 
1. Conceito 
Patrimônio cultural brasileiro são todos os bens moveis e imóveis, materiais ou imateriais, que dizem respeito à 
origem, formação, identidade, e memória do povo brasileiro (art. 216, “caput”, CF). 
 
 
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2. Instrumentos de Tutela (art. 216, §1º, CF) 
- Inventários 
- Vigilância 
- Desapropriação 
- Tombamento 
- Registros 
- Outras formas de acautelamento (ex.: ação civil pública) 
 
Resolução da Secretária da Cultura N.º 12 – Fica criado como instrumento de tutela cultural, Lugar de Interesse 
Cultural. 
 
O plano diretor da Cidade de São Paulo (Lei 16.050/2014) traz instrumentos municipais de tutela do patrimônio 
cultural da cidade de São Paulo. 
 
– Quilombos (art. 216, §5º, CF) 
Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos. 
 
– Municípios (art. 30, IX, CF) 
Cabe os Municípios promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local, observada a legislação e a ação 
fiscalizadora federal e estadual. 
 
 
1) Inventários 
É uma lista dos patrimônios culturais. 
 
2) Vigilância 
É a fiscalização. 
 
3) Tombamento (Dec. Lei 25/37) 
O tombamento pode ser de três espécies: 
 
I. De ofício (artigo 5º, Dec. Lei 25/37): Incide sobre bens públicos. 
 
Art. 5º O tombamento dos bens pertencentes à União, aos Estados e 
aos Municípios se fará de ofício, por ordem do diretor do Serviço do 
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, mas deverá ser notificado à 
entidade a quem pertencer, ou sob cuja guarda estiver a coisa 
tombada, afim de produzir os necessários efeitos. 
 
O município pode tombar um bem do Estado sem seu consentimento? 
Sim, STJ RMS 18.952/RJ, todas as pessoas jurídicas de direito público têm poder para tombar, tombar é preservar 
e não transferir propriedade como na desapropriação, a CF manda proteger e não diz que cada ente só pode 
proteger bens que são seus. 
 
 
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II. Voluntário (artigos 6º e 7º, Dec. Lei 25/37): Aquele em que o sujeito procura o órgão para oferecer o bem ou é 
notificado e consente. Ocorre quando não há oposição do proprietário. 
 
Art. 6º O tombamento de coisa pertencente à pessoa natural ou à 
pessoa jurídica de direito privado se fará voluntária ou 
compulsoriamente. 
 
Art. 7º Proceder-se-á ao tombamento voluntário sempre que o 
proprietário o pedir e a coisa se revestir dos requisitos necessários 
para constituir parte integrante do patrimônio histórico e artístico 
nacional, a juízo do Conselho Consultivo do Serviço do Patrimônio 
Histórico e Artístico Nacional, ou sempre que o mesmo proprietário 
anuir, por escrito, à notificação, que se lhe fizer, para a inscrição da 
coisa em qualquer dos Livros do Tombo. 
 
III. Compulsório (art. 6º e 8º, Dec. Lei 25/37): É o tombamento que contrária a vontade do proprietário do imóvel. 
 
Art. 8º Proceder-se-á ao tombamento compulsório quando o 
proprietário se recusar a anuir à inscrição da coisa. 
 
1º. Instauração do procedimento e notificação do proprietário (art. 9º e 10º). Após notificado o proprietário, já 
temos o Tombamento Provisório. O proprietário pode apresentar impugnação em 15 dias. Se não apresentar 
impugnação o tombamento se torna voluntário. 
 
2º. Órgão de proteção cultural vai cuidar do procedimento do tombamento. O tombamento ocorre na União 
(IPHAN), Estados (SP- CONDEPHAAT), municípios (SP- CONPRESP). Nem sempre é o órgão que tomba. O 
tombamento só é possível mediante lei e deve haver um órgão que faça exame do valor do patrimônio. 
 
Tombar é um ato vinculado ou discricionário? 
Para o MP é um ato vinculado a proteger tudo o que tem valor histórico e cultural e protege-se tombando ou 
desapropriando. Quando não há possibilidade de tombamento o MP deve recomendar a desapropriação e se 
recusar, ação civil (ação civil pública para tombamento – Apelação 70015002884 TJRS). 
 
3º. O objetivo do tombamento é reconhecer e declarar o valor histórico do bem. Esse procedimento acima é um 
ato declaratório, não é o tombamento que traz o valor e sim reconhece o valor. É constitutivo porque instaura uma 
proteção de forma especial. 
 
4º. Tombamento definitivo, com a inscrição no livro de tombo. Para todos os efeitos, salvo o art. 13 o tombamento 
definitivo se equipara ao provisório. 
 
 
 
 
Efeitos do Tombamento 
 
a. Artigo 13 do Decreto Lei 25/37: Averbação na matrícula do imóvel. 
Quando o bem é móvel o registro deve ser no cartório de registros detítulos e documentos. 
 
 
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b. Artigos 11 e 22 do Decreto Lei 25/37: Restrições à inalienabilidade, bem público tombado não se vende a 
particular, salvo se houver desafetação. Bem particular tombado exige direito de preferência, primeiro oferecer 
aos entes públicos (União, Estados e Municípios, nessa ordem), aí sim poderá alienar a terceiros – Direito de 
Perempção. 
 
c. Artigo 17 do Decreto Lei 25/37: Restrição à modificação, só posso modificar com ordem do órgão que tombou. 
 
d. Artigos 62 a 63 da Lei 9605/98: Crimes para descumprimento de legislação quanto ao tombamento. 
 
 
Próxima aula 
- Área Envoltória 
- Conservação e Restauração 
- Eventual Indenização 
- Registro 
- Tutela de política urbana

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