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Direio Constitucional Aula 2 07 Material de Apoio Magistratura

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Magistratura e Ministério Público 
CARREIRAS JURÍDICAS 
Damásio Educacional 
MATERIAL DE APOIO 
 
Disciplina: Direito Constitucional 
 Professor: Flávio Martins 
Aula: 07 | Data: 01/04/2015 
 
 
ANOTAÇÃO DE AULA 
SUMÁRIO 
 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
1. Classificação dos Direitos Fundamentais 
2. Titulares dos direitos fundamentais 
3. Características dos direitos fundamentais 
4. Limitação aos direitos fundamentais 
5. Eficácia dos direitos fundamentais 
6. Direitos em espécie 
 
DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS 
 
Diferença entre direitos e garantias: direito é uma nora de conteúdo declaratório (exemplo: norma que declara 
que você tem vida, liberdade, propriedade etc); garantia é uma norma de conteúdo assecuratório, ou seja, tem a 
função de assegurar um direito previsto (exemplo: liberdade de locomoção é um direito e para assegurar esse 
direito há a garantia do Habeas Corpus). 
 
1. Classificação dos Direitos Fundamentais 
 
1) Dimensões (gerações) - Norberto Bobbio (livro “a era dos direitos”): 
 
a) direitos de primeira dimensão: são os direitos individuais, também chamados de liberdades públicas. São os 
direitos que primeiro foram previstos nas legislações. Exemplo: vida, liberdade, propriedade etc. No Brasil 
surgiram os direitos de primeira dimensão a partir da primeira Constituição (1824). O Estado tem o dever 
principal de não fazer, de não agir (exemplo: o Estado tem o dever de não tirar sua vida; o Estado tem o dever de 
não te retirar de sua propriedade); 
 
b) direitos de segunda dimensão: são os direitos sociais (exemplo: saúde, educação, moradia, alimentação, 
trabalho etc). Surgiu no Brasil a partir da Constituição de 1934. O Estado tem o dever principal de fazer (exemplo: 
garantir a saúde, alimentação, trabalho etc); 
 
c) direitos de terceira dimensão: são os direitos metaindividuais ou transindividuais, que pertencem a uma 
comunidade de pessoas, direitos difusos e coletivos (exemplo: direito ao meio ambiente sadio). 
 
Alguns dizem que há ainda uma quarta dimensão onde estariam os direitos de tecnologia, mas o professor 
entende que esses direitos estão incluídos na primeira dimensão. Alguns ainda comparam essas três dimensões 
com a revolução francesa: igualdade, fraternidade e igualdade. 
 
2) Classificação de George Jellinek: 
 
Quatro status, analisa a posição que a pessoa tem enquanto ao Estado: 
 
a) status negativo: o Estado tem o dever de não fazer (assim como a primeira dimensão); 
b) status positivo: o Estado tem o dever de fazer (assim como nos direitos de segunda dimensão); 
 
 
 
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c) status ativo: possibilidade de interferir nas decisões do Estado (exemplo: voto e demais direitos políticos); 
d) status passivo: são os deveres das pessoas (exemplo: artigo 229 CF prevê deveres dos pais com relação os 
filhos e dos filhos adultos quanto aos pais). 
 
2. Titulares dos direitos fundamentais 
 
Artigo 5º, “caput”, CF – brasileiros (sem distinção entre brasileiros natos e naturalizados) e estrangeiros 
residentes no país. 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes. 
 
- Estrangeiro que não reside no Brasil e o apátrida: segundo o STF todos que estão no território brasileiro são 
titulares dos direitos fundamentais (brasileiros, estrangeiros e apátridas). HC 74.051. Desta forma, estrangeiro 
turista pode impetrar Habeas Corpus, desde que em língua portuguesa em obediência ao princípio da 
publicidade. 
 
- Pessoa jurídica: é titular de alguns direitos fundamentais (alguns direitos são incompatíveis com sua natureza) – 
Exemplo: segundo o STF e o STJ não cabe HC em favor de pessoa jurídica, afinal não tem liberdade de locomoção. 
 
A PJ é titular exclusiva de alguns direitos fundamentais do artigo 5º da CF: “nome empresarial”. 
 
Segundo o STF até a pessoa jurídica de direito público é titular de direitos fundamentais. 
Exemplo: o STF já admitiu mandado de injunção impetrado por município. 
 
- Embrião humano: ADI 3510 – o embrião no ventre materno é titular de alguns direitos fundamentais. O embrião 
que está fora do ventre materno (embrião congelado numa clínica de fertilização) não é titular de direito 
fundamentais (princípio da solidariedade, princípio da legalidade). O STF declarou constitucional a lei de 
biossegurança. 
 
Vistos, etc. Ante a saliente importância da matéria que subjaz a esta 
ação direta de inconstitucionalidade, designei audiência pública para 
o depoimento de pessoas com reconhecida autoridade e experiência 
no tema (§ 1º do art. 9º da Lei nº 9.868/99). Na mesma 
oportunidade, determinei a intimação do autor, dos requeridos e dos 
interessados para que apresentassem a relação e a qualificação dos 
especialistas a ser pessoalmente ouvidos. 2. Pois bem, como fiz 
questão de realçar na decisão de fls. 448/449, “a audiência pública, 
além de subsidiar os Ministros deste Supremo Tribunal Federal, 
também possibilitará uma maior participação da sociedade civil no 
enfrentamento da controvérsia constitucional, o que certamente 
legitimará ainda mais a decisão a ser tomada pelo Plenário desta 
nossa colenda Corte. Sem embargo, e conquanto haja previsão legal 
para a designação desse tipo de audiência pública (§ 1º do art. 9º da 
Lei nº 9.868/99),não há, no âmbito desta nossa Corte de Justiça, 
 
 
 
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norma regimental dispondo sobre o procedimento a ser 
especificamente observado.3. Diante dessa carência normativa, 
cumpre-me aceder a um parâmetro objetivo do procedimento de 
oitiva dos expertos sobre a matéria de fato da presente ação. E esse 
parâmetro não é outro senão o Regimento Interno da Câmara dos 
Deputados, no qual se encontram dispositivos que tratam da 
realização, justamente, de audiências públicas (arts. 255, 258 do 
RI/CD). Logo, são esses os textos normativos de que me valerei para 
presidir os trabalhos da audiência pública a que me propus. 
Audiência coletiva, realce-se, prestigiada pela própria Constituição 
Federal em mais de uma passagem, como verbi gratia, o inciso II do § 
2º do art. 58, cuja dicção é esta:“Art. 58. O Congresso Nacional e suas 
Casas terão comissões permanentes e temporárias, constituídas na 
forma e com as atribuições previstas no respectivo regimento ou no 
ato de que resultar sua criação. (...)§ 2º. Às comissões, em razão da 
matéria de sua competência, cabe: II – realizar audiências públicas 
com entidades da sociedade civil; (...)”4. Esse o quadro, fixo para o 
dia 20.04.2007, das 09h às 12h e das 15h às 19h, no auditório da 1ª 
Turma deste Supremo Tribunal Federal, a realização da audiência 
pública já designada às fls. 448/449. Determino, ainda: a) a expedição 
de ofício aos Excelentíssimos Ministros deste Supremo Tribunal 
Federal, convidando-os para participar da referida assentada;b) a 
intimação do autor, dos requeridos e dos amici curiae, informado-
lhes sobre o local, a data e o horário de realização da multicitada 
audiência; c) a expedição de convites aos especialistas abaixo 
relacionados: c.1. Mayana Zatz, Rua do Matão, 277, Sala 211, Cidade 
Universitária, Bairro Butantã, São Paulo-SP, CEP 05.508-090; c.2. 
Lygia V. Pereira, Rua do Matão, 277, Sala 211, Cidade Universitária, 
Bairro Butantã, São Paulo-SP, CEP 05.508-090; c.3. Rosália Mendes 
Otero, Avenida Rui Barbosa, 480, Ap. 601, Flamengo, Rio de Janeiro-
RJ, CEP 22.250-020; c.4. Stevens Rehen, Universidade Federal do Rio 
de Janeiro, Bloco “F”, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro, CEP 21.941-590; 
c.5. Antonio Carlos Campos de Carvalho, Rua General Glicério, 355, 
Ap. 602, Laranjeiras, Rio de Janeiro-RJ, CEP 22.245-120; c.6. Luiz 
Eugenio Araújo de Moraes Mello, Rua ÁlvaresFlorence, 161, Bairro 
Butantã, São Paulo-SP, CEP 05.502-060; c.7. Drauzio Varella, Rua 
Joaquim Floriano, 72, Conjunto 72, São Paulo-SP, CEP 04.534-000; 
c.8. Oscar Vilhena Vieira, Rua Pamplona, 1197, Casa 04, Jardim 
Paulista, São Paulo-SP; c.9. Milena Botelho Pereira Soares, Rua 
Waldemar Falcão, 121, Candeal, Salvador-BA, CEP 40.296-710; c.10. 
Ricardo Ribeiro dos Santos, Rua Waldemar Falcão, 121, Candeal, 
Salvador-BA, CEP 40.296-710; c.11. Esper Abrão Cavalheiro, Rua 
Botucatu, 862, Ed. José Leal Prado, Vila Clementino, São Paulo-SP, 
CEP 04.023-900; c.12. Março Antonio Zago, Faculdade de Medicina 
de Ribeirão Preto, Ribeirão Preto-SP, CEP 14.049-900; c.13. Moisés 
Goldbaum, Avenida Dr. Arnaldo, 455 , 2º andar, Sala 2255, Cerqueira 
César, São Paulo-SP, CEP 01.246-903 c.14. Patrícia Helena Lucas 
 
 
 
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Pranke, Avenida Ipiranga, 2752, sala 305, Santana, Porto Alegre-RS, 
CEP 90.610-000; c.15. Radovan Borojevic, Avenida Pau Brasil s/nº, 
CCS, Bloco “F”, Ilha do Fundão, Rio de Janeiro-RJ, CEP 21.941-970; 
c.16. Tarcisio Eloy Pessoa de Barros Filho, Rua Dr. Ovídio Pires de 
Campos, 333, 3º andar, sala 302, Cerqueira César, São Paulo-SP, 
05.403-010; c.17. Débora Diniz, Caixa Postal 8011, Setor Sudoeste, 
Brasília-DF, CEP 70.673-970. Às Secretarias Judiciárias e das Sessões 
para as providências cabíveis. Publique-se. Brasília, 16 de março de 
2007. Ministro CARLOS AYRES BRITTO Relator 
 
(STF - ADI: 3510 DF, Relator: Min. CARLOS BRITTO, Data de 
Julgamento: 16/03/2007, Data de Publicação: DJ 30/03/2007 PP-
00098 RTJ VOL-00200-01 PP-00282). 
 
- Morto: segundo a doutrina majoritária e a jurisprudência o morto continua sendo titular de alguns direitos 
fundamentais (exemplo: direito de imagem, direito à honra). RESP 268.660 – o STJ ordenou a proibição de 
circulação de biografia por ferir a honra do jogador de futebol já morto. 
 
- Animais: segundo o STF, embora protegidos pelo direito (artigo 225, CF), os animais não são titulares de direitos 
fundamentais. 
 
3. Características dos direitos fundamentais 
 
a) historicidade: os direitos decorrem de uma evolução histórica; 
b) universalidade: os direitos fundamentais pertencem a todos (exceção: direitos políticos não pertencem a 
todos); 
c) concorrência: os direitos fundamentais podem ser usufruídos simultaneamente (exemplo: liberdade de 
manifestação de pensamento e direito de informação); 
d) irrenunciabilidade: não se pode renunciar aos direitos fundamentais, é possível, eventualmente, não exercê-
los; 
e) relatividade: os direitos fundamentais não são absolutos, mas relativos. São princípios constitucionais, e se 
fosse absoluto determinaria que qualquer direito contrário à ele não poderia ser tutelado; é necessário sopesar 
num caso concreto qual direito fundamental deve prevalecer. 
Exemplo: direito a vida – o Brasil admite a pena de mortem, o aborto; liberdade de crença - não são admitidos 
sacrifícios humanos e usos de drogas sob o argumento de exercer o direito de crença. 
 
4. Limitação aos direitos fundamentais 
 
a) limites imanentes: são limites previstos na própria CF, em razão de outros direitos fundamentais. Exemplo: 
liberdade de religião encontra limites na própria CF (exemplo: direito a vida, proíbe, portanto o sacrifício 
humano). 
Exemplo: liberdade de manifestação de pensamento encontra limite no direito à honra; 
 
b) limitações externas: são limitações feitas por lei infraconstitucional, que terá sua constitucionalidade aferida 
pelo princípio da proporcionalidade. 
Exemplo: mandado de segurança previsto na CF, existe lei que limita o uso (lei 12.016/09). 
 
 
 
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Exemplo: princípio da ampla defesa previsto na CF, a lei 11.900/09 permite o interrogatório por videoconferência 
limitando assim a ampla defesa. 
Exemplo: direito de reunião previsto na CF, lei estadual carioca que traz a limitação ao uso de máscara. 
 
5. Eficácia dos direitos fundamentais 
 
Artigo 5º, §1º, CF – as normas definidoras dos direitos fundamentais têm aplicação imediata. Não precisam de 
regulamentação, são autoaplicáveis. 
Exemplo: mandado de injunção é previsto na CF, mas não tem lei regulamentadora. O STF aplica por analogia a lei 
do MS, é autoaplicável. 
Exemplo: direito de resposta é previsto na CF, estava regulamentado na lei de imprensa, mas o STF decidiu que a 
lei de imprensa não foi recepcionada pela CF/88, desta forma, não há mais lei reguladora, mas este dispositivo é 
autoaplicável. 
 
A doutrina classifica a eficácia da seguinte maneira: 
 
a) eficácia vertical: é a relação entre o Estado e as pessoas (exemplo: direito a vida – o Estado deve respeitar esse 
direito). 
 
b) eficácia horizontal: é a aplicação dos direitos fundamentais nas relações privadas (relação de uma pessoa com 
outra pessoa, exemplo: empregado x empregador, marido x mulher). Cuidado: deve ser aplicada com cautela, 
para não ferir a autonomia da vontade que rege as relações privadas. Existem duas espécies de eficácia 
horizontal: 
 
- mediata ou indireta: os direitos fundamentais são aplicados às relações privadas por meio da lei 
infraconstitucional (exemplo: CC, CLT, CP); 
 
- imediata ou direta: os direitos fundamentais são aplicados às relações privadas sem a necessidade de lei 
infraconstitucional (exemplo: REXT 158.215 em que o STF diz que para se excluir um associado de uma 
associação, deve ser assegurado o contraditório, artigo 5º, LV, CF). 
 
6. Direitos em espécie 
 
1) Direito à vida - artigo 5º, “caput”, CF, existem dois aspectos quanto a esse direito: 
- é o direito de permanecer vivo, ou seja, o direito de não ser morto; 
- direito a uma vida digna. 
 
A CF determina o início dessa proteção? 
Não. O Pacto de San Jose da Costa Rica determina que a vida deve ser protegida desde a concepção. O direito 
brasileiro protege a vida intrauterina (exemplo: o aborto, em regra, é crime (artigo 124 e seguintes do CP); 
exemplo: lei dos alimentos gravídicos, os alimentos são devidos desde a gravidez (lei 11.802/08)). 
 
O direito à vida é absoluto? 
Não é absoluto. 
 
Exemplos de relatividade do direito à vida: 
 
 
 
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a) pena de morte é admitida em caso de guerra declarada, quem declara a guerra é o Presidente autorizado pelo 
Congresso. Existem crimes do código penal militar em que a pena máxima é a morte e o CPPM (código de 
processo penal militar) regulamenta a pena de morte (por fuzilamento); 
 
b) aborto quando a gravidez decorre de estupro (artigo 128, CP); 
 
c) lei do abate que permite a destruição de aeronaves hostis que não atendam a ordem da torre de comando para 
pousar. 
 
Feto anencéfalo: ADPF 54 – o STF decidiu que é possível a interrupção (cuidado que a expressão não é “aborto”, 
trata-se de interrupção porque o feto não tem vida, não é um aborto) da gravidez do feto anencéfalo. 
 
ADPF - ADEQUAÇÃO - INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ - FETO 
ANENCÉFALO - POLÍTICA JUDICIÁRIA - MACROPROCESSO. Tanto 
quanto possível, há de ser dada seqüência a processo objetivo, 
chegando-se, de imediato, a pronunciamento do Supremo Tribunal 
Federal. Em jogo valores consagrados na Lei Fundamental - como o 
são os da dignidade da pessoa humana, da saúde, da liberdade e 
autonomia da manifestação da vontade e da legalidade -, 
considerados a interrupção da gravidez de feto anencéfalo e os 
enfoques diversificados sobre a configuração do crime de aborto, 
adequada surge a argüição de descumprimento de preceito 
fundamental. ADPF - LIMINAR - ANENCEFALIA - INTERRUPÇÃO DA 
GRAVIDEZ - GLOSA PENAL - PROCESSOS EM CURSO - SUSPENSÃO. 
Pendente de julgamento a argüição de descumprimento de preceito 
fundamental, processos criminais em curso, em face da interrupção 
da gravidez no caso de anencefalia, devem ficar suspensos até o crivo 
final do Supremo Tribunal Federal. ADPF - LIMINAR - ANENCEFALIA - 
INTERRUPÇÃODA GRAVIDEZ - GLOSA PENAL - AFASTAMENTO - 
MITIGAÇÃO. Na dicção da ilustrada maioria, entendimento em 
relação ao qual guardo reserva, não prevalece, em argüição de 
descumprimento de preceito fundamental, liminar no sentido de 
afastar a glosa penal relativamente àqueles que venham a participar 
da interrupção da gravidez no caso de anencefalia. 
 
(STF - ADPF: 54 DF, Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de 
Julgamento: 27/04/2005, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-
092 DIVULG 30-08-2007 PUBLIC 31-08-2007 DJ 31-08-2007 PP-00029 
EMENT VOL-02287-01 PP-00021)

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