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11- Direito Grego

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HISTÓRIA DO DIREITO GREGO
“(...) que a lei e a pena criem na polis a harmonia da vida política”. Demócrito de Abdera
 
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 Localização geográfica:
Europa Oriental, banhada pelos mares Jônio, Egeu e Mediterrâneo
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Na Antiguidade, Grécia não indicava um nome de um país ou de uma unidade política, significava uma região. Para compreender essa ‘não unidade’ que era a Grécia, era preciso compreender o que era uma ‘cidade-estado’.
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A cidade não tinha o significado que tem hoje, cidade era a associação religiosa e política das famílias e das tribos, não apenas um território.
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A partir dessa importância que é dada à cidade-estado, há uma virada na filosofia que envolve o direito: o direto público passa a se sobrepor ao privado. O que importava para os gregos eram as condutas públicas, a esfera pública, não a vida privada das pessoas, superando a concepção oriental de justiça familiar, que tinha como base o primado da Lei de Talião.
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As principais cidades-estados gregas foram Esparta e Atenas. Cada uma com o seu governo, mas ligadas pela cultura e tradições comuns.
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Esparta era uma cidade-estado extremamente militarista, desde cedo os homens eram apresentados às práticas de guerra e rigidamente treinados. 
Era uma sociedade extremamente fechada, desenvolvendo a xenofobia, a xenelasia e o laconismo.
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Em Atenas há o florescimento da filosofia, do livre pensar, constituindo-se em cidade-estado culturalmente efervescente, pouco ligada às armas. É em Atenas que há o surgimento de ideias como a cidadania, a democracia, a oligarquia, a constituição etc.
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Não há em Atenas propriamente a figura do advogado, mas, como as pessoas podiam se defender oralmente, houve o desenvolvimento e o estudo aprofundado sobre retórica e argumentação jurídica que, posteriormente, seriam exercidas pelos advogados perante os tribunais.
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Características do 
Direito Grego:
- Desenvolvimento do direito público;
Fragmentação política e jurídica;
Laicização do Direito;
- Ideia que as leis poderiam ser revogadas pelos mesmos homens que a fizeram (direito como artefato humano)
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Fontes do Direito:
 
Costume;
- Leis (nomói) : epigráficas (leis gravadas em bronze, madeira e pedra);
- Literatura: discursos forenses, peças teatrais, escritos filosóficos
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Principais legislações gregas
 Constituição de Dracón (620 a.C)
Põe fim à solidariedade familiar;
Torna obrigatório o recurso aos tribunais;
Distingue os diversos tipos de homicídio;
Mantém a escravidão por dívidas;
- Reconhece legalmente a legítima defesa;
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Constituição de Sólon 
(594-593 a.C)
Extingue a escravidão por dívida;
Criou o Tribunal da Heliaia;
Instaurou a igualdade civil;
Extinguiu a propriedade coletiva dos clãs;
Limitou o poder paternal;
Legalizou os institutos da adoção e o direito de testar;
-Obrigou os pais a ensinarem seus ofícios aos filhos
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Principais institutos 
jurídicos gregos
Diferença entre lei substantiva e adjetiva;
2. Direito processual complexo (direito popular, publicidade dos atos processuais, inclusive julgamento, prisão preventiva, liberdade provisória sob caução, procedimento oficial nos crimes políticos);
3. Penas cruéis e banimento;
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4. Proporcionalidade e individualização das penas;
5. Publicidade nos atos de transferência de propriedade;
6. Júri popular;
7. Arbitragem privada (mediação) e pública (arbitragem)
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8. Ação Pública: ação provocada por qualquer cidadão que se considerasse lesado pelo Estado;
9. Ação Privada: ação proposta por qualquer cidadão que se sentisse lesado por outro cidadão. Ex.: injúria, roubo, homicídio, fraude, etc.
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Conselho dos Quinhentos – Boulé.
Composto por cidadãos escolhidos através de sortilégios. Todavia, depois de escolhidos juravam fidelidade às leis da cidade, sendo proibido contrariá-las, como também não poderia agir contrariamente aos interesses da democracia. Controle da atividade dos Magistrados.
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Assembléia Popular – Eclésia.
	Eram assembleias que reuniam cidadãos maiores de dezoito anos, no pleno exercício dos seus direitos políticos. Eram sessões públicas. Seus membros eram competentes para decidir matérias relativas à política externa, tratados e alianças com outra polis, declaração de guerra ou de paz.
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	Internamente decidiam sobre armazenamento de cereais, tributos, confisco de bens, a perda total ou parcial dos direitos políticos – via de regra perdia-se os direitos políticos quando condenados por crimes em geral, era uma restrição também acometida àqueles devedores do Erário, quando adimplissem sua dívida com o tesouro público, teriam seus direitos políticos restituídos. 
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Tribunal dos Eliástas 
 Era a ultima instância em matéria de causas públicas e privadas, a decisão deste órgão constituía a expressão da vontade e da soberania popular.

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