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Resumo Prova 2

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MICROECONOMIA
I - O Mercado
II - A Demanda
III - A Oferta
IV - O Equilíbrio entre Demanda e Oferta
(I) O Mercado: 
O mercado, em um sentido primitivo, é o local físico onde se realizam as trocas comerciais. Os mercados concentram as pessoas que querem comprar e vender coisas e, por isso, pode-se dizer que favorecem o aceleramento do processo as trocas, visto que concentram a oferta e a demanda de produtos. Para ilustrar, basta lembrar-se do exemplo da concentração de lojas de peças de automóveis na Azenha citada pelo professor Rossal. 
Atualmente, o sentido de mercado é o de mercado virtual. Os mercados virtuais fixam os preços das commodities no mundo inteiro. O mercado de produto é o mercado principal. Por exemplo, o mercado de automóveis é um mercado principal; ele estuda a fixação dos preços do automóvel pela lei da oferta e da demanda, enquanto que o mercado de autopeças é um mercado derivado (derivado em relação ao mercado de automóveis). É importante lembrar que o que ocorre no mercado derivado vai influenciar as ações no mercado principal, pois há uma forte interação entre eles. Pode-se dizer que o mercado está firme ou aquecido quando há mais demanda do que oferta; estável quando houver equilíbrio entre demanda e oferta e frouxo ou desaquecido quando houver mais oferta do que demanda. 
As características da Concorrência Perfeita:
Observações: é o padrão de comparação. Praticamente impossível ocorrer na prática. É o pressuposto ideal do sistema. 
- Atomização: há atomização quando há um grande número de agentes compradores e vendedores, sendo que nenhum deles tem condições de influenciar o mercado por si só, atuando um independentemente do outro e todos se submetendo às condições estabelecidas. 
- Homogeneidade: os bens ou serviços do mercado de produtos são homogêneos, nenhuma empresa pode diferenciar o produto que oferece. Tem empresas que fazem de tudo para dizer que seu produto é diferente, como por meio da propaganda. 
- Mobilidade: cada agente comprador ou vendedor atua de forma independente dos demais. Não há restrições governamentais de qualquer espécie. Mobilidade significa nada que impede que se tomem decisões alocativas.
- Permeabilidade: é uma consequência da mobilidade. Não há nenhuma barreira para a entrada ou saída de agentes que atuam ou que queiram atuar no mercado. Não há barreiras técnicas, sanitárias, protecionistas, etc.
- Preço-limite ou extra-preço: como consequência dessas características citadas acima, o preço limite é dado pelo mercado. Nenhum vendedor pode praticar preço acima do estipulado pelo mercado, assim como nenhum comprador pode impor preço inferior simplesmente porque o mercado regula o preço. Portanto, no preço-limite, não haveria a eficácia da propaganda, do marketing.
- Transparência: nenhum agente detém informações privilegiadas e ou diferentes das que os demais agentes possuem.
O preço de uma mercadoria nunca é dado só pela demanda ou só pela oferta, mas sim pela conjugação desses dois fatores. Temos uma visão diferente, muitas vezes, porque olhamos pela ótica de comprador.
(II) A Demanda: A demanda de um produto é determinada pelas várias quantidades de bens a que os consumidores estão aptos e dispostos a adquirir, em função dos vários níveis possíveis de preços, em um dado período de tempo. Em outras palavras, é a quantidade desejada e possível de ser adquirida. 
Lei da demanda: quando os preços diminuem, a demanda aumenta. Para os consumidores, os preços funcionam como uma espécie de barreira: quanto mais alto o preço de um produto, menos consumidores estarão aptos a adquiri-lo.
Características da demanda: há consumidores aptos e dispostos que têm dinheiro para adquirir o produto, mas não o querem, bem como há consumidores que não têm dinheiro, mas gostariam de ter o produto. 
Consequências da demanda: as quantidades procuradas/demandadas variam inversamente em relação aos preços. A primeira reação dos consumidores é de achar que os preços funcionam como um "repelente", isto é, uma “barreira”. A segunda reação é dada pelo efeito-substituição: quando os preços de um determinado produto aumentam, permanecendo fixas as demais condições do mercado, os consumidores tendem a substituí-lo por outro, reduzindo a sua procura. As pessoas fazem isso naturalmente. Um exemplo é a cesta de natal, se não se pode comprar o peru do Natal, compra-se o chester ou uma galinha, etc. Outro exemplo é o tomate e seu elevado preço; as donas de casa passaram a deixar de consumi-lo e substituíram-no por outro produto. O efeito-substituição é um poderoso controlador dos preços. A terceira reação em relação aos preços é dada pela utilidade-marginal: quanto maiores forem as quantidades disponíveis de um produto qualquer, menores serão os graus de utilidade de cada nova unidade adicional. Essa terceira reação se aplica tanto para a demanda quanto para a oferta. 
A elasticidade da demanda: o conceito de elasticidade está relacionado com a quantidade de esforço que eu faço para produzir/ofertar. Existem alguns produtos que tem uma demanda mais elástica que outra, enquanto outros têm uma demanda mais estável. O sal, por exemplo, tem uma demanda muito fixa, porque é um produto de primeira necessidade. Os produtos supérfluos tendem a ter uma elasticidade maior do que os de primeira necessidade. Demandamos mais aqueles que são de primeira necessidade. Fatores que influenciam na elasticidade da demanda do produto: essencialidade, periodicidade de aquisição, a possibilidade de substituição, importância relativa do orçamento. A Coca-Cola tem uma demanda de elasticidade muito pequena, pois se posicionou de tal forma no mercado que a sua demanda é tida como fixa.
O deslocamento da demanda
Os fatores que influenciam no deslocamento da demanda do produto: o nível de deslocamento de distribuição de renda (aumenta a renda, tem mais demanda), as atitudes e preferência do consumidor (gosto, hábitos, cultura, moda, etc. Chinelos da marca Havaianas e tênis da marca All-Star, por exemplo), os preços dos bens substitutos (havaianas e outros chinelos), os preços dos bens complementares (preço do carrinho gol usado, preço de revenda técnica), as expectativas dos consumidores (a demanda de um determinado produto pode ser influenciada pelos boatos do mercado: pessoas que falam bem ou mal dos produtos, empresas que mandam e-mails para tentar adquirir a fidelidade do cliente, etc). 
(III) A Oferta: A oferta de determinado produto é determinada pelas várias quantidades de produtos que os produtores estão aptos e dispostos a oferecer no mercado em função dos vários níveis possíveis de preços, em um dado período de tempo. Quanto mais baixos os preços, menor o número de pessoas tenderá a oferecer preços. A oferta relaciona-se diretamente com os preços. Quanto melhor o preço, mais oferta. Para quem produz, o preço é um estímulo.
Lei da oferta: quanto maior o preço do produto, maior será a oferta.
Fatores que influenciam na elasticidade da oferta: a disponibilidade dos fatores de produção (se eu tenho os fatores de produção sempre disponíveis, posso manter a oferta inelástica. Agora, se faltam fatores de produção, cessa a oferta), a defasagem de resposta (as respostas na oferta são mais lentas do que as respostas na demanda).
Fatores que influenciam no deslocamento da oferta: a capacidade de instalar, as condições de oferta dos fatores de produção, os preços dos insumos, defasagens tecnológicas e assim como na demanda, as expectativas dos vendedores. Aqui entram inclusive fatores políticos (vou ou não vou investir?).
Todo produto tem que vencer os custos iniciais.
(IV) O Equilíbrio da Demanda e da Oferta
	O preço de uma mercadoria nunca é dado só pela oferta ou só pela demanda. Quando as curvas da demanda e da oferta se encontram, temos o chamado "preço de equilíbrio", o qual ocorrerá com a livre manifestação da oferta e da demanda. Este encontro será ideal nas condições de concorrência perfeita. Sempre que a demanda e a oferta se deslocam, os preços de equilíbrio semovimentam, levando o mercado a se ajustar.
Lei da oferta e da demanda: Ao menos numa situação de concorrência perfeita, a oferta e a demanda tendem a se equilibrar (suas curvas convergem).
Primeiro exemplo: Eu tive uma supersafra de grãos. Posso afirmar que a demanda é a mesma, isto é, é fixa, e a oferta se desloca (varia). Caso a oferta se desloque positivamente no gráfico (para a direita), o preço do grão diminui. Se a oferta se deslocar negativamente no gráfico (para a esquerda), o preço do grão aumenta.
Segundo exemplo: Por conta da gripe A, a demanda pelo Tamiflu aumenta. Supondo que a oferta permaneça a mesma e a demanda aumente, isto é, a fábrica não consegue produzir a quantidade suficiente do remédio em meio a uma crescente solicitação do mesmo, o preço sobe.
Terceiro exemplo: Pode ocorrer, ainda, que tanto a demanda quanto a oferta se desloquem ao mesmo tempo. O preço, nesse caso, permanece igual.
Quarto exemplo: O último gráfico mostra a grande variação de preço das mercadorias.
O equilíbrio da oferta e da demanda, bem como a fixação do preço do equilíbrio, é de grande importância para a economia porque os preços orientam a alocação de recursos e determinam as metas de produtividade. Se eu não conseguir aumentar a quantidade dos produtos, posso investir em qualificação da mão-de-obra, etc. 
	Os preços é que orientam o mercado. Mesmo as economias planificadas não conseguem dar conta da oferta e da procura. Os preços podem ser vistos como "índices de escassez". Logo, ele é instrumento bastante confiável para determinar as variações dos preços. Cabe ao mercado e ao Estado interpretar estas variações, fixando as estratégias empresariais e as formas de intervenção estatal na economia. Essa força do mercado, a fixação do preço, é chamada de "mão invisível" do mercado, a qual tem as seguintes características:
 - Os consumidores têm necessidades permanentes de ampla variedade de bens e de serviços. Orientam sua atitude pela maximização da satisfação e pelas restrições orçamentais. Sempre buscam o menor preço, desde que satisfeitos os requisitos de qualidade e de performance. É a velha relação de custo x benefício.
 - Os produtores praticam os preços do mercado e não os que eles desejariam.
 - Os movimentos registrados no mercado de produtos transmitem-se para o de recursos e vice-versa. Isto é, o mercado de produtos e seus mercados derivados interagem entre si. Se aumentarem os insumos dos fertilizantes da soja, aumenta-se o preço da soja. 
- As remunerações pagas pelas mercadorias definem os níveis de renda da sociedade como um todo. Disso decorre a 'renda social'. 
- Os detentores de renda sustentam pelos seus dispêndios os diferentes mercados existentes na economia, sinalizando sempre como os recursos disponíveis serão empregados.
Tipos de renda:
A principal fonte de renda dos proprietários de produção é o lucro. Há ainda o aluguel e os juros como fontes de renda. Exemplo: o dono de um minimercado consegue ganhar dinheiro suficiente para obter uma casa própria, etc. Do ponto de vista dos trabalhadores, a principal renda é o salário. No Estado Moderno, existe uma outra renda que serve como sustento de um determinado número da população: benefícios previdenciários, por exemplo.
Todas essas rendas vão variar de acordo com o mercado, visto que é este quem regula os preços na economia.
O mercado tem seu lado bom. As virtudes do mercado são:
1. O mercado vai definir naturalmente as alocações de recursos, as estratégias empresariais, etc.
2. O mercado, por força da fixação livre dos preços, é um centro de estimulação (relacionada à concorrência). A concorrência diminui os preços e qualifica os produtos, em regra, e em condições ideais. É um resultado paradoxal.
3. O mercado possibilita trocas voluntárias, viabilizando a liberdade econômica. Portanto, há maior fluidez da liberdade (liberdade de vender, de comprar, etc, não liberdade de expressão, religião, opinião, etc). Essa liberdade, para os liberais, era considerada a liberdade de "contratar", não liberalismo político.
Por outro lado, o mercado também tem o seu lado ruim. Os vícios do mercado são:
1. O mercado registra ineficácias sob o ponto de vista social. O processo de fixação dos preços exclusivamente via mercado pode gerar distorções. Um exemplo é o desabastecimento: os preços não são convidativos e os produtos deixam de se produzidos, como as antenas de celular (as empresas só as colocam onde tem bastante gente usando celular).
2. O mercado não se estrutura em concorrência perfeita.
3. O mercado, muitas vezes, não é capaz de lidar com externalidades negativas ou com a preservação de bens de valor social. Exemplo: meio-ambiente, patrimônio histórico... A ânsia pelo preço destroi o meio-ambiente, etc. Algumas coisas são destruídas com o intuito exclusivamente de lucro.
Para equilibrar a mão invisível com a fixação das variações dos preços é faz-se necessária uma intervenção estatal para fins de regulagem. Essa intervenção poderá ser por via normativa, isto é, indireta (por meio de leis, portarias, etc) ou direta (Estado como agente comprador e vendedor das mercadorias).
MERCADO DE TRABALHO
I – Características: Definição, Condições e Trabalho Subordinado
II - População e força de trabalho
III - População economicamente ativa
IV - Desemprego
	O mercado de trabalho é um mercado especial, dentro de tantos outros, composto por vendedores e compradores de uma mercadoria específica: a mão-de-obra. Em relação ao mercado de um determinado produto, o mercado de trabalho será sempre um mercado derivado. As roupas que nós usamos, por exemplo, são produtos do mercado têxtil. O que acontece com os trabalhadores terá repercussões no preço das roupas.
	No mercado geral, o maior número de indivíduos são os consumidores. No mercado de trabalho, essa proporção se inverte: há um maior número de vendedores em relação ao de compradores.
	De todos os mercados, o mercado de trabalho é o mais socialmente sensível: as questões morais, éticas, políticas, filosóficas, etc (questões metaeconômicas) interferem com mais força nesse mercado. É o mercado onde ocorre maior intervenção regulatória do Estado. Exemplo: CLT (Consolidação das Leis de Trabalho). Há dezenas de normas reguladores acerca do trabalho, são as chamadas nr's (normas técnicas e regulamentadoras: pesos, medidas, marcações de locais perigosos ou não). O mercado de trabalho pressupõe um certo tipo de propriedade que uma determinada articulação da propriedade e duas coisas a mais: para que o trabalho seja considerado a meradoria, isto é, o objeto de estudo do mercado de trabalho, ele tem que ser livre por tempo determinável ou determinado, de modo a afastar as relações opressivas (formas de escravidão).
	O empresário, além de ser dono das máquinas e dos bens de capitais, compra os recursos naturais e a mão-de-obra. Para que haja um determinado tipo de mercado de trabalho, é preciso ver que mão-de-obra que se tem lá.
	O capitalismo precisa de propriedade privada dos meios de produção, de liberdade de contratar, de trabalho assalariado (o trabalhador não se apropria totalmente do resultado do seu trabalho, mesmo que empresas tenham programas de repartição dos lucros. O proprietário compra e transforma a matéria prima, organiza os processos produtivos, vende a matéria prima transformada e paga os custos de produção e mais o trabalho de seus empregados. Ele não paga ao trabalhador com tudo o que lucro lhe fornece, mas apenas uma parte, pois visa ao lucro. Marx chama isso de superexploração) e de lucro.
	No sistema jurídico brasileiro, a relação de emprego tem quatro elementos: pessoalidade, continuidade, onerosidade e subordinação.
	Uma relação de emprego é aquela que ocorre com pessoalidade, continuidade (a relação de emprego é uma relação de trato sucessivo ou de execução continuada), onerosidade (ambas as partes suportam esforços economicamente apreciáveis constituídos por uma obrigação de fazer [trabalhar] e de dar [pagar salário]) e subordinação (é dada pelo binômiodireção e dependência. O trabalhador depende do seu salário para sobreviver. "Quem depende economicamente para sobreviver automaticamente obedece", e portanto, isso gera o direito de direção. Não há uma norma na legislação trabalhista brasileira que obrigue o trabalhador a obedecer o seu patrão; é algo natural).
	O trabalhador tem o poder diretivo (poder de determinar as ordens do contrato: como fazer [modo do contrato], o que fazer [objeto do contrato], quando fazer [tempo do contrato], onde fazer [lugar do contrato] e com que desígnios fazer [finalidade do contrato], poder hierárquico (estabelecer as funções dos trabalhadores e a hierarquia dos mesmos. O empregador, dessa forma, organiza as relações e estabelece as respectivas remunerações aos seus trabalhadores [alguns ganham R$ 1.000,00, outros R$ 2.000,00...]. O poder hierárquivo não é absoluto, pois pode ser limitado pela equiparação salarial) e poder disciplinar (poder de aplicar sanções aos empregados: advertência, suspensão disciplinar e justa causa). Limitações do poder disciplinar: nexo de causalidade, proporcionalidade...
Execução instantânea - execução à vista (pão - dinheiro).
Execução diferida - compra e venda à prazo (instituições com juros e correção monetária).
Execução continuada - não se sabe o montante, apenas a prestação (empresa que paga a cada mês R$ 1.000,00 reais a um trabalhador por indeterminado tempo. Tem prestações e adimplementos/pagamentos recíprocos que se renovam sem criar uma série de pequenos contratos).
	- Contrato de emprego: contrato que vai determinar a relação de emprego entre empregado e empresa. O empregado é sempre pessoa física. Logo, o contrato de trabalho sempre se extingue com a morte do empregado.
	- Trabalho subordinado: é uma das espécies das relações de trabalho.
	A relação de emprego é a relação de trabalho hegemônica e ela vai ser fundamental para se estabelecer um índice de desemprego.
População e força de trabalho:
	"As pessoas escolhem trabalhar, pois, se não há outra renda, o trabalho torna-se necessário". Outra forma de conseguir renda se dá por meio de atividades ilícitas. As pessoas escolhem trabalhar conforme as suas necessidades e de acordo com a existência de outras rendas.
	Em princípio, nos países mais ricos, as pessoas trabalham mais, pois o efeito-renda do trabalho ainda é preponderante. O efeito-renda está relacionado à produtividade de um país. A produtividade, por sua vez, está relacionada com a tecnologia, a infraestrutura e os entraves burocráticos, etc. O papel do governo é melhorar todos esses pontos para aumentar a produtividade tanto do país quanto da empresa.
	Qual o efeito que o trabalho provoca na vida das pessoas? Do ponto de vista econômico, esse efeito chama-se "efeito-renda do trabalho". De modo geral, quanto mais trabalho tiver o indivíduo, mais renda ele terá.
	Perspectiva do proprietário dos meios: se tiver uma empresa, a principal renda é o lucro das empresas, podendo esse ser lucro produtivo ou lucro financeiro. Outra grande fonte de renda são os aluguéis.
	Perspectiva do não-proprietário: a principal fonte de renda são os salários e os benefícios previdenciários. Existem outras rendas, no entanto.
População economicamente ativa:
	O primeiro critério para defini-la é a idade. A idade é definida pelo sistema legal de cada país. Existem outros fatores que influenciam, além da idade: a inserção das mulheres no mercado de trabalho (discriminação), discriminação de sexo, raça, cor, etc., taxas de natalidade, imigração e emigração, tecnologia (robotização, automação).
Os empregados podem estar plenamente ocupados ou subempregados (trabalho informal). Há ainda os desempregados, os quais estão buscando trabalho ou estão dispostos a encontrar trabalho.
População não-economicamente ativa:
	Há os chamados trabalhadores desalentados (teoricamente aptos a trabalhar, mas não buscam trabalho a um tempo significativo), os trabalhadores inativos (não buscam trabalho e não querem trabalhar) e os incapacitados (seja por doença, idade, acidentes).
- A taxa de desemprego é o índice mais importante e confiável para saber se uma economia está em crescimento ou em recessão: a mão-de-obra é um fator de produção, logo, é importante. A decisão de despedir das empresas é difícil, pois o empregador/a empresa tem que se equilibrar em um binômio: de um lado é uma tentação reduzir custos despedindo trabalhadores, de outro, se eu despedir trabalhadores vou produzir menos e estarei jogando fora tudo o que investi nele (capitaç-humano): conhecimento, capacitação, etc.
- Como se mede a taxa de desemprego? Não há uma taxa padrão. Ela deve ser comparada com ela própria. Compara-se com períodos de tempo. O desemprego varia de país para país no decorrer do tempo.
	O desemprego pode ser conjuntural (depende da conjuntura economica momentanea. Os postos de trabalho podem ser recuperado após a conjuntura de crise economica, isto é, não há extinção e os serviços e as industrias nao perdem a sua capacidade de instalá-los), estrutural (há uma extinção defitiva dos postos de trabalho porque se muda o padrão produtivo porque sao instaladas novas tecnologias, houve graves catástrofes tipo guerras, etc. No setor bancario do brasil, houve uma grande taxa de desemprego. com o desemprego estrutural, ocorre tambem a migraçao da populaçao para outros setores da economia.) e friccional (o desemprego friccional relaciona-se a rotatividade media do mercado de trabalho: pessoas deixam de trabalhar pelas mais variadas razões [demissão, etc]).
	Diz-se que um país tem pleno-emprego quando o país tem taxa de desemprego entre 3% e 4%. Sempre há um pouco de desemprego porque há uma rotatividade normal. Exemplo: as legislações sobre indenizações trabalhistas e o seguro-desemprego podem alterar (alargar ou diminuir) o desemprego friccional.
	Equilíbrio da oferta e da demanda no mercado de trabalho:
	Exemplo do terceiro grafico da folha: os israelenses e a construção de um muro. Com o impedimento da entrada de palestinos, há a diminuição da oferta de trabalho (desloc. oferta p esquerda) e a demanda permanece igual: salario aumenta.
	Exemplo do quarto gráfico: Quem pagar abaixo do salário mínimo (700, por exemplo) do trabalhador, será sancionado. As políticas de salário minimo tem impacto benefico (promovem maior consumo, maior produção, etc) na economia e são adotadas porque promovem distribuição de renda (o dinheiro volta para a economia). Pessoas que tem baixa renda, ao ter acrescimo na sua renda, vão gastar primeiro em alimento, vestuário. O dinheiro, então, volta imediatamente para a economia. CRITICOS: O raciocinio da redistribuição de renda, no entanto, é bom nas epocas de bonança da economia. Nas epocas de crise, as pol. de salario minimo geram desemprego. Ex: tenho pequena empresa e pago 500 reais pra cada empregado. fui autuado e devo pagar 700 reais. De onde vou tirar a quantidade a mais para pagá-los? Posso tirar do meu lucro ou despedir alguns.
Convenções coletivas: Recebem os mesmos elogios e críticas das politicas de salario-minimo. Categorias específicas ganham bem.
	Algumas empresas, espontaneamente, decidem pagar salarios mais altos do que a media do mercado para os seus empregados. Por que isso ocorre? Isso se chama "teoria do salario-eficiencia". Só funciona em época de bonança, é claro. Algumas empresas consideram que é lucrativo pagar salarios superiores porque salarios mais altos exercem papel de incentivo aos trabalhadores: melhoram a produtividade, diminuem as ausências, diminuem acidentes (estatísticas demonstram. trabalhadores que recebem vale-alimentação se alimentam melhor e evitam acidentes)...
Setor secundário: onde os movimentos sindicais são mais fortes.
MOEDA E INFLAÇÃO
I - Moeda: evolução
II - O processo de multiplicação da moeda escritural: o Efeito multiplicador
III - Ativos Reais e Ativos Financeiros
IV - Velocidade de multiplicação da moeda
V - Teoria quantitativa da moeda
VI - Inflação
(I)- Evolução: Escambo/Troca, mercadorias-moeda, metais-moeda,moeda-metal e moeda-papel.
É importante ter em mente que a moeda serve como meio facilitador de trocas.
1. Escambo (ou troca simples): Duas pessoas trocam seus excedentes. O Escambo é realizado coletivamente, não entre indivíduos: clãs, tribos.
 O escambo tem duas dificuldades básicas: além da dificuldade em estabelecer qual é o padrão de referência utilizado (devo trocar 1 por 1, 2 por 1? Quanto vale tal coisa?), as necessidades daqueles que realizam o escambo precisam ser concomitantes (aquilo que é necessário a mim, pode ser que não seja necessário ou do interesse de outra pessoa).
A troca está relacionada ao desenvolvimento da linguagem, a qual nasce nas relações familiares, grupos sociais, clãs, tribos.
2. A partir de um determinado momento, surgem as mercadorias-moedas. Estas têm como características: relativo valor/escassez, homogeneidade (para facilitar os padrões) e aceitabilidade (aceitadas por grande número de pessoas). Funcionam como meio comum de troca. Desempenham esse mesmo papel, historicamente, sendo mercadorias-moeda: o sal, o gado; o tabaco e o milho (América), os peixes defumados (escandinavos); os grãos famosos (soja, arroz, trigo). As mercadorias-moeda tinham defeitos: perecibilidade e falta de homogeneidade.
Nesse evoluir, dois metais se destacam: o ouro (antigamente, abundantemente suficiente para garantir as trocas) e a prata. Eram mercadorias-moeda consideradas “quaisquer”. De uma maneira aproximada, pode-se dizer que 1kg de ouro equivalia a 5kg de prata. A grande vantagem da evolução da mercadoria-moeda foi a sua homogeneização: em qualquer lugar, ouro era ouro e prata era prata.
Na Lídia, província da Anatólia (hoje região na Turquia), foram cunhadas as moedas que são parecidas com as de hoje (cara de um lado, coroa de outro). Antes, o peso era o que determinava o valor da moeda. Com a evolução, o valor passou a ser determinado pela "cara", isto é, pela esfinge. Com o tempo, surgem outras necessidades: a aceitação comum (ideia de que todos aceitam o valor) e a necessidade de um Estado forte que imponha e banque o valor da moeda. Veio, então, a moeda-metal (peso --> esfinge), a qual consistiu em um passo fundamental para a abstração do valor. O ouro e a prata principais referências de valor até o século XIX.
Muitos governantes, então, resolvem emitir um papel (um título representativo, um certificado representativo de uma quantidade estocada de ouro ou de prata) fazendo referência a quantas moedas de ouro uma pessoa tinha. Isso aparece a partir da Baixa Idade Média e vai adentrar-se pela Idade Moderna. Começam a aparecer, nesse momento, as moedas secundárias (letras de câmbio, notas promissórias, títulos de crédito, etc).
Até o século XIX, ainda que a economia fosse bastante complexa, havia uma crença geral de que tudo o que circulava tinha um certo lastro. Se alguma coisa desse errada, algo tinha que segurar o valor da moeda. A partir do inicio do século XX começa, então, um outro movimento (o atual) de dizer o seguinte: "Já se atingiu um grau de maturidade do crescimento econômico. Não há ouro suficiente, e este não consegue lastrear tudo. É insano pensar que nós temos o lastro”. Faz-se a seguinte pergunta: “O que vai substituir o ouro, então?” E a resposta é a seguinte: “A moeda mais forte que tem no mundo: o dólar”. CURIOSIDADE: O país que mais tem dólares depois dos EUA é a China. Se um desses dois países quebrar, o outro também quebra. A China lastreia o seu crescimento; é a maior credora de dólares do mundo.
(II) - O processo de multiplicação da moeda escritural: O Efeito Multiplicador
Se a realidade não funcionar, o artigo financeiro não vale nada. Por isso, deve haver uma política de controle de fiscalização de títulos.
Sistemas de reservas fracionárias: um sistema bancário mantém apenas parte de seus depósitos ou reservas. Isso ocorre porque um banco opera um sistema de captação de poupança e de concessão de empréstimos. O banco não utiliza todo o dinheiro que tem; tem que fazer circular o dinheiro: pega o dinheiro de um, empresta pra outro, cobra com juros, etc. A diferença entre os juros cobrados dos mutuários e os juros pagos aos poupadores na captação é o lucro do banco e chama-se "spread bancário".
Razão de reserva: é a fração de depósitos que o banco mantém como reserva.
Multiplicador de moeda: é a quantidade gerada de moeda pelo sistema bancário a partir de suas reservas.
Operações de mercado-aberto: consistem na compra e venda de títulos do governo pelo banco central.
Depósito compulsório: é a regulamentação relativa ao montante de reservas sobre os depósitos que os bancos devem manter.
Taxa de redesconto: são os juros cobrados pelo banco central sobre os empréstimos concedidos aos bancos.
O efeito-multiplicador da moeda pode ser infinito, caso não for contido. Isso ocorre porque um empréstimo pode servir de pagamento a outro. Um depósito gera empréstimo, que gera novo depósito, que gera novo empréstimo, e por assim vai.
Como se controla o efeito multiplicador da moeda? O banco central coloca freios ao efeito multiplicador através dos seguintes instrumentos: encaixe-próprio (uma parcela do dinheiro que circula deve ser mantida no caixa para atender a possíveis necessidades. Pressupõe-se, é claro, que ninguém vai tirar o dinheiro ao mesmo tempo. Quanto maior o encaixe próprio, menos moeda em circulação), recolhimento compulsório (uma parte do dinheiro fica bloqueado pelo banco central. Pode ser entre 20% e 30%. Quanto maior o recolhimento compulsório, menos moeda em circulação), operações de redesconto e operações de mercado-aberto (compra e venda de grandes títulos bancários), controle seletivo de crédito (apertar a concessão de empréstimo pelo cadastro) e juros (quanto mais altas as taxas de juros, menos se facilita as operações de crédito).
O problema é que o banco central não controla totalmente uma parte do processo, a qual é representada pelos depositantes dos bancos e pelos próprios bancos. Além desse problema, existe todo o problema de economia pública (ou o governo aumenta os impostos ou redefine políticas para conseguir dinheiro, etc) e da moeda estrangeira. Aumenta a demanda por dólar, sobre o preço do mesmo.
Os juros são o principal elemento que conecta a economia real à financeira. É o eixo de transmissão de uma para a outra.
(III) - Os artigos reais são aqueles que podem proporcionar rendimentos a seus consumidores, atendendo a satisfação direta de necessidades sociais ou individuais. Commodities são artigos reais. Artigos reais correspondem aos bens e serviços.
Artigos financeiros constituem uma forma de riqueza, a qual é acumulada como meio de acesso a outras formas de riqueza, que por sua vez podem atender as necessidades reais dos agentes econômicos. Exemplos: moedas e títulos. Podem ser monetários (possuem liquidez absoluta; são considerados meios preferenciais de pagamento; são as cédulas e as moedas em si mesmas.) ou quase monetários (possuem liquidez próxima a da moeda, mas precisam ser liquidados, isto é, convertidos em moedas. Exemplo: títulos de crédito).
Outros exemplos: 
1) Tem-se uma empresa de roupas. Recebe-se do cliente, como forma de pagamento, cheques pré-datados. O dono está precisando de dinheiro agora, então vai e pega seus cheques pré-datados, os quais estão pré-datados para um período posterior. Alguém, então, compra os seus cheques, os quais são considerados artigos financeiros quase monetários. Quando o banco comprar os cheques do dono, este estará os liquidando.
2) Cartão de credito = artigo quase monetário.
Os artigos monetários correspondem entre 25% e 30% dos artigos financeiros dos países desenvolvidos. A grande maioria, isto é, o restante (entre 75% e 70%), corresponde aos artigos quase monetários, em virtude de: segurança do sistema, modernidade do sistema, confiança nas instituições...
Países com economia com problemas tendem a ter maiores percentuais de artigos financeiros monetários. Em casos extremos, de total desorganização econômica, gera-se um efeito de aversão à moeda,quando as pessoas, por absoluta insegurança, regridem aos escambos, etc.
No Brasil, os artigos financeiros quase monetários mais comuns são: títulos da dívida pública, certificados de depósitos bancários (os chamados CDBs), certificados de depósito de poupança, títulos hipotecários, letras de câmbio...
(IV) - A velocidade da circulação da moeda é a velocidade da oferta e da procura da moeda, assim como dos custos de oportunidade de retenção de saldos monetários. É dada pela transição (a procura normal para realização de trocas, para possibilitar/acelerar as trocas), pela precaução (reserva de valor, precaver situações/necessidades futuras) e pela especulação (proporcionar ganhos especulativos relacionados aos juros). Um dos fatores que influenciam a procura por moeda são fatores em longo prazo: expectativas futuras em relação à economia (índice de desconfiança do consumidor...), usos e costumes do mercado (existem mercados que preferem mais a moeda a outros), a maturidade do sistema financeiro (confiabilidade no banco central, nas agencias de regulação) e as condições estruturais (recursos naturais, capacidade da indústria).
Custos de oportunidade de retenção de saldos monetários: Quanto mais altos os custos de oportunidade de retenção, menor a preferência por liquidez. A VCM está relacionada ao comportamento médio de todos os agentes econômicos.
Média histórica de circulação da moeda no Brasil: em uma escala de 1 a 100 20.
No governo Collor (período de hiperinflação): mais ou menos 75 (em escala de 1 a 100), o que mostra a grande circulação.
(V) - A preocupação da teoria econômica é como se relaciona o setor real e o setor monetário. Dito de outra maneira: como a oferta e a demanda de moeda definem os juros, a liquidez geral da economia, o nível geral de preços e o desempenho real. Essa preocupação não é nova: no Século XVI, Jean Bodin já identifica o aumento geral dos preços com o aumento do ouro e prata (primeiro caso de inflação, desconfiança). No Século XVIII, John Locke vai estabelecer a primeira ideia de VCM relacionada com o aumento dos preços. Somente no século XX é que se vai chegar à EQUAÇÃO DE FISCHER.
Equação de Fischer: Relaciona a economia monetária com os preços. Essa equação é comprovada historicamente. Havendo a expansão da moeda, haverá a expansão do preço. Em longo prazo, é preciso acompanhar a expansão monetária e dos preços (que se encontram/evoluem mais ou menos em paralelo) e fazer ajustes sucessivos. Essa evolução junta/em paralela ocorre porque a oferta monetária não influencia apenas nos preços, mas também nos juros, e, com isso, no setor real da economia. Liquidez e juros transmitem-se para o setor real: quantos mais juros, mais esforços para pagá-los, e os preços, por sua vez, refletem-se no estado geral da liquidez. Esse é o fenômeno que faz com que as linhas de expansão monetária e preços caminhem em paralelo em médio e longo prazo. Diz:
Ouro e prata, VCM, estoques monetários: parte abstrata
MV = PY
M = oferta monetária
V = velocidade de circulação
P = índice de preços
Y = Volume Geral de produção
(VI) - A estabilidade da economia não é uma regra, visto que ocorre excepcionalmente. O sistema econômico funciona baseado em movimentos de desajuste e de correção.
Inflação: é a persistente alta de preços. Fenômeno complexo com varias causas, embora seja sempre um fenômeno monetário. Seus efeitos, porém, vão além das fronteiras monetárias. Características da inflação:
- Redução da moeda retida: acelera-se a velocidade de circulação da moeda.
- Reajuste frequente dos preços.
- Maior variabilidade dos preços relativos.
- Alterações da tributação: distorções tributárias.
- Redistribuição arbitrária da riqueza.
Com a inflação alta e persistente, o setor financeiro hipertrofia-se (ilusão de ganhos especulativos). O setor real sofre com o desestímulo à produção (o dinheiro não é aplicado ao setor produtivo) e o mercado perde o seu papel orientador de preços. Portanto, a inflação ataca três das questões-chaves da economia: eficiência produtiva (mercado desmotivado), eficácia alocativa (os preços mudam toda a hora e ninguém sabe quanto vale) e a justiça distributiva.
PLANO-REAL: O único que deu certo na sua época. Suas bases são as seguintes:
- Abarcava a responsabilidade fiscal: Lei Complementar 51 (?).
- Abarcava a aversão à inflação: era vital criar a ideia nas pessoas da importância da estabilidade dos preços.
- Independência do Banco Central. Este era pressionado a emitir moeda pelo governo para pagar as dívidas do próprio governo. O BC ficava mais seguro para não ceder às pressões políticas do governo.
- Aversão social à inflação; criar a ideia na população de que a inflação é um mal a ser combatido por todos e que a estabilidade econômica é um bem público. A inflação é contrária ao interesse de todos: independe de discussões político-partidárias. Deve-se pensar como Estado, pensar nas gerações futuras.
A inflação alta acirra os conflitos inter-classes, exacerba a pobreza e corrói as bases morais da convivência civilizada.
Deflação: volta à linha da estabilidade. Queda generalizada dos preços associada á estagnação econômica. É pior do que a inflação. O Brasil só teve deflação na crise de 1929.
Reflação: volta à estabilidade geral antes e após a deflação.
O SISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA
I - Setor real e setor financeiro
II - A intermediação financeira
III - Instituições bancárias e não-bancárias
IV - Sistema financeiro nacional
 (I) - Setor real e setor financeiro
SETOR REAL: formado por artigos reais. Gera produtos tangíveis (bens, coisas) e intangíveis (serviços). Subdivide-se em cinco categorias: extração (minas, madeira), transformação (indústria), construção (civil, naval), movimentação (logística) e comercialização (todo o setor do comércio). Sua segmentação se dá pelos ramos de atividade e de gênero (setor alimentício, indústria química, do comércio). Essa segmentação tem importância prática. A finalidade do setor real é formação de capital ou consumo. Este, por sua vez se divide: consumo durável, semi-durável e imediato.
SETOR FINANCEIRO: formado por artigos financeiros monetários e quase-monetários. Gera apenas produtos intangíveis (serviços). Subdivide-se em quatro operações básicas: custódia (sistemas de seguros, penhor), intermediação (toda troca de títulos, duplicatas de bens, de serviços), compensação (sistema de compensação para cheques: créditos e débitos e líquidos certos e exigíveis. É o setor mais utilizado nos bancos. Baseado no "plano de contas", técnica matemática algébrica) e liquidação (setor de cobrança das dívidas). A segmentação se dá pelo ativos, operações, prazos e finalidades. As finalidades do setor financeiro são: liquidação/realização de transações, manutenção de reservas e aplicações especulativas.
ATUAÇÃO DO ESTADO NOS DOIS SETORES:
	Como o Estado intervém no setor real? De forma direta, exemplos são a intervenção na Petrobras e na comercialização dos estoques reguladores. De forma indireta, o Estado intervém nos contratos (contrato de compra e venda, de empreitada, de trabalho, de locação, de seguro).
Estado compra e vende títulos -> intervenção direta no setor financeiro.
Contrato de compra e vende de títulos -> intervenção indireta no setor financeiro.
O Estado tem como papel fiscalizar e regular (leis, etc), tanto no setor financeiro quanto no setor real.
Sem regulariadade nos pesos e nas medidas não se tem comércio. O Estado é quem estabelece essas medidas, além de pesos, padrões. É fundamental uma padronização de rotulagem para o comércio.
(II) - Intermediação financeira:
	As pessoas podem trocar o seu patrimônio real por um conjunto de ativos (reais e financeiros) e passivos (dividas) que facilitam as trocas. Com os ativos e passivos elas fazem previsões.
	Assim como existem pessoas que têm reserva de moeda, há pessoas que têm necessidade de moeda. Os orçamentos dos indivíduos podem ser: deficitários, superavitários ou equilibrados. Os orçamentos se subdividem em: orçamentosde planejamento e de execução. Se todos os orçamentos de todas as pessoas fossem equilirbados, nao haveria necessidade de intermediação financeira. Só vai haver a intermediação porque alguém precisa de dinheiro e alguém tem dinheiro para emprestar. Aqui surge, então, a noção de crédito: os detentores de orçamentos superavitários emprestam os seus artigos monetários para os detentores de orçamentos deficitários. Entre esses, deve ser pactuado um prazo (podendo ser este único ou diferido no tempo, que é o parcelamento) para devolução. Para cobrir os custos de oportunidade do empréstimo surgem os juros, visto que todo empréstimo gera um custo de oportunidade. Aqui surge um problema: devo cobrar juros? Quanto de juros devo cobrar? Os juros devem ter uma limitação ("Parábola dos Talentos", no livro de Mateus e Marcos).
Por que aparecem intermediários entre o portador dos detentores de orçamentos superavitários e dos detentores de orçamentos deficitários? As instituições financeiras são intermediárias dessa relação. Os empréstimos, por exemplo, acabam possibilitando a realização de negócios que sem as instituições financeiras não seria possível. Pode-se dizer, assim, que as instituições financeiras aumentam os fluxos reais da economia. A medida de tudo está na quantidade de juros cobrados: por isso que o governo, quando quer estimular a economia, baixa as taxas de juros.
Por que algumas pessoas preferem colocar seus investimentos no banco, etc?
Características do sistema de intermediação financeira:
- Formam-se canais permanentes de crédito, ou seja, promove-se a facilidade no acesso.
- Especialização: pessoas se especializam para fazer certas coisas.
- Segurança e diluição de riscos: banqueiros precisam de cofres, de guardas...
- Cadastro e informação: as pessoas que investem/se especializam conhecem os seus clientes.
- Ganhos de eficácia: se há especialização, há maior produtividade.
- Aceleração dos fluxos reais (parte boa do sistema de intermediação financeira).
QUATRO TIPOS DE MERCADOS FINANCEIROS:
- Monetário: operações de curto e de curtíssimo prazo.
- Crédito: operações de médio e longo prazo.
- Capitais: são as ações.
- Câmbio: são as moedas estrangeiras.
(III) - Instituições bancárias e não-bancárias
As instituições bancárias são os bancos comerciais e as caixas econômicas.
As instituição não-bancárias são os bancos de desenvolvimento, de investimento, sociedades de crédito de investimento, sociedades de crédito imobiliária, isntituções de mercado de capitais, etc.
Pode haver instituições autorizadas a atuar nas duas pontas (ora como bancos ora como essas instituições. intermediárias): são os bancos múltiplos.
Bancos criados por grandes conglomerados industriais: Volkswagen. São enquadrados como instituições ...............................
Terceirização dos serviços bancários: na lotérica, faz-se muitos serviços que se fariam em bancos (?). A lotérica funciona, assim, como um "correspondente bancário". É uma forma que os bancos encontraram de repassar os seus custos (horas extras, água, luz).
(IV) - Sistema financeiro nacional (Ver Rosseti)
Subdive-se em: subsistema normativo e subsistema de intermediação.
Subsistema normativo: são os órgãos de regulação e de fiscalização do sistema financeiro. O primeiro órgão é o Conselho Monetário Nacional (define as principais diretrizes do sistema, as chamadas "linhas de macroeconomia". É o órgão que mais se aproxima da Economia Política). O segundo é o Banco Central do Brasil, que é um órgão técnico. Existem ainda: Comissão de Valores Mobiliários, que é responsável pelo mercado de ações; a Superintendência de Seguros Privados e a Secretaria de Previdência Complementar (não confundir com a previdência pública).
Subsistema de intermediação: é composto por instituições financeiras captadoras de depósitos à vista, as quais são compostas por: bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas e cooperativas de crédito.
Bancos de investimento, de desenvolvimento, agências de fomento, companhias hipotecárias, etc --> Outras inst. financeiras.
Instituições auxiliares: bolsas de mercadorias de futuro, sociedades de capitalização, soc. seguradoras, soc. de arrendamento mercantil, entidades de previdencia privada, etc.
AS RELAÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS
I - Fatores Determinantes das Trocas Internacionais
II - Interdependência das Nações - Teoria das Trocas Internacionais (1. vantagens unilaterais 2. benefícios recíprocos 3. teoria estruturalista 4. teorias atuais)
III – Globalização
 (I) - FATORES DETERMINANTES DAS TROCAS COMERCIAIS
Diferenças nas lotações de recursos naturais: 
	Alguns países têm áreas territoriais distintas e, por isso, os recursos naturais não são distribuídos de forma uniforme no globo terrestre. Exemplos: 85% do petróleo mundial está no Oriente Médio não apenas em quantidade, mas também em qualidade (leve e mais valioso). Cerca de 90% do urânio do mundo está nos EUA, CAN, etc. Além disso, 3/4 da produção mundial de ouro está na África do Sul.
	O Brasil tem uma imensa área apta para a agricultura, ao contrário dos outros países do mundo, como a Rússia (imensas áreas desertificadas).
	* Ver no que o Brasil é o maior produtor, etc.
Atributos construídos:
	É a relação de cada país com os seus fatores de produção (terra, trabalho e capital [tecnologia]). Cada país tem uma história de desenvolvimento cultural, educacional, logístico, etc. O Japão não tem grandes riquezas minerais, mas é um dos grandes produtores de aço.
Observações gerais:
	Há uma relação mais ou menos usual entre o percentual das importações e das exportações com o tamanho do país: países com grande extensão territorial e com grande população apresentam menor percentual de importações e de exportações em relação ao seu PIB. Em contrapartida, países pequenos (exemplo: Uruguai, onde não há uma fábrica de eletrodomésticos, etc.) dependem mais do comércio exterior e das trocas internacionais.
(II) - INTERDEPENDÊNCIA DAS NAÇÕES - TEORIA DAS TROCAS INTERNACIONAIS (1. Vantagens unilaterais 2. Benefícios recíprocos 3. Teoria estruturalista 4. Teorias atuais)
	Após a Revolução Industrial, o comércio foi se desenvolvendo, mas desde sempre houve trocas internacionais. Olhando para a Antiguidade, dá para constatar as atividades dos fenícios, dos gregos, etc.
* Por que se formam os fluxos de comércio internacional?
 1. Pela especialização (ganhos de escala e reduções de custos. Adam Smith foi o primeiro economista a falar sobre isso).
2. Ganhos de eficiência (se dá pela concorrência, aceleramento da competitividade).
3. Mudanças qualitativas na tecnologia.
4. Maior diversidade de produtos e maior qualidade de vida.
1. Vantagens unilaterais
Desenvolvida no mercantilismo nos séculos XVI ao XVIII. Vem de um contexto de acumulação metalista, colonialismo, controle de câmbio, nacionalismo e protecionismo. O saldo da balança comercial de um país decorre do déficit de outro (fortalecimento de alguns Estados em detrimento de outros). É a ideia de Portugal e sua colônia, Brasil (na colônia não podia haver concorrência, etc para Portugal lucrar em cima). Isso fez gerar algumas guerras, como a guerra entre Inglaterra e Portugal, e as guerras napoleônicas.
Também caracterizado pelo controle centralizado das operações cambiais, com o intuito de favorecer o acúmulo de moeda. Essa é a velha política do metalismo.
2. Benefícios recíprocos:
	Já na época do mercantilismo, começam a aparecer autores como:
David Hume, o qual foi o primeiro a propor a hipótese dos benefícios recíprocos, ainda que não de forma “oficial”.
Adam Smith, em "A Riqueza das Nações", é quem vai propor a hipótese dos benefícios recíprocos. Diz ele: "Desde que determinada nação, atendendo às suas vocações naturais, às suas habilidades e aos seus recursos abundantes, possa produzir dado produto a custos comparativamente mais baixos que os de outras nações, ela deverá especializar-se em sua produção, trocando-os pelos produtos em que suas vantagens absolutas são inferiores". Essasvantagens para Adam Smith são absolutas.
	O comércio internacional não se baseia na troca só de dois produtos. O comércio internacional pode ser dado por vantagens absolutas (comparando produto com produto) ou vantagens relativas (comparando portfólios de produtos). É preciso uma visão de conjunto dos produtos comercializados. As vantagens relativas estão nas obras de David Ricardo e de John Stuart Mill. Em resumo, sempre que houver vantagens absolutas ou comparativas na produção de bens entre dois países, ambos poderão beneficiar-se da especialização e da divisão internacional do trabalho, ou seja, sai mais barato, para um país, especializar-se e realizar trocar externas do que buscar a autossuficiência em todos os produtos sem trocas externas. As trocas internacionais favorecem o aumento da renda dos países.
Crítica à teoria dos benefícios recíprocos: 
- críticas conceituais e formais
Primeira crítica: fator único. Para comparar o comércio internacional, não posso me basear apenas em um fator único. Os termos comparativos não podem se fundamentar exclusivamente no fator trabalho - como dizia a teoria clássica - porque é preciso levar os outros fatores de produção em conta, como os ganhos de capital e os recursos naturais.
Segunda crítica: custos constantes. Os custos de oportunidade não permanecem constantes. Se cada país especializar-se em um único produto, cedo ou tarde esbarrará em custos de oportunidades crescentes, os quais poderão descompensar as vantagens comparativas, podendo levar à formação de castas, etc
Terceira crítica: dois países dois produtos. Modelos simplificados não retratam com fidelidade as vantagens comparativas. Quanto mais produtos trocados, mais complexas as interpretações de custo-benefício.
3. Teoria estruturalista: 
É uma revisão das teorias clássicas.
	Nos anos 50, há uma revisão das teorias do comércio internacional, o qual passa a ser visto como uma extensão para fora das atividades econômicas desenvolvidas por determinado país. A intensidade dos fluxos de comércio entre países, para os estruturalistas, é derivadas dos esforços empresariais em estender os padrões da procura interna para além da fronteira de seu próprio país. Isto é, o esgotamento do mercado interno alarga o horizonte do comércio (lato sensu, = indústria) e os empreendedores percebem oportunidades de ganhos em outros países. Quanto menor o país de origem, maior a probabilidade de as exportações aumentarem sua participação na oferta agregada (mercado da Holanda e do Brasil, por exemplo, e as multinacionais).
	Os estruturalistas começam a perceber que se forma uma divisão desigual entre os países industrializados de alta renda (produtores de manufaturados de tecnologia) e os de baixa renda [exportadores (..........)] em relação aos ganhos do comércio exterior. Isso se chama "deterioração das relações de troca entre centro e periferia". Isso pode levar a dificuldades cumulativas e pode evoluir, ainda, para estados crônicos. O que era para ser bom, isto é, levantar a renda, acaba ampliando a distância relativa dos padrões de riqueza. Para combater essa realidade, propõem-se políticas de substituição de importações (o que revela certo grau de protecionismo e nacionalismo) e industrialização intensiva para poder construir algum tipo de competitividade.
4. Teorias atuais:
Paul Krugman: Afirma que a competividade nas trocas internacionais centra-se mais, atualmente, nos atributos construídos do que nas lotações naturais de cada país. Portanto, a competividade de cada país é criada, e não herdada. Ela não roda nos atributos geoeconômicos, mas na capacidade de inovação e de competição a que suas empresas estão submetidas. Dito de outra maneira: países, para serem fortes internacionalmente, precisam ser fortes internamente também.
Para melhorar internamente:
- Recursos humanos qualificados: nenhum país se desenvolve economicamente sem desenvolver a sua educação.
- Investimento em tecnologia: pesquisa, laboratórios, universidades.
- Estratégia global de acesso a recursos naturais.
- Mercado interno exigente e atento às inovações e tendências mundiais.
- Cadeias de suprimento
(III) - GLOBALIZAÇÃO
É um fenômeno recente: a partir da Segunda-Guerra mundial, mais ou menos nos anos 80 do Século XXI.
Características:
- Integração econômica: consolidam-se mercados compostos por vários países (mercado global). Pode ser vista nos grandes blocos econômicos (Nafta, Mercosul, etc).
- Empresas transnacionais: descentralizam a produção. Exemplo: indústria automobilística. Tende a localizar diferentes operações [produção em certo lugar, montagem em outro lugar, etc] com a intenção de aproveitar as vantagens comparativas de cada local, o que só é possível porque se barateia os custos alfandegários.
- Tecnologia em áreas-chave: a globalização só é possível com o desenvolvimento tecnológico dos transportes, das comunicações, do processamento e da transmissão de dados, pois isto permite a administração.
- Desregulamentação e liberalização: homogeneização dos estandartes jurídicos. Isso leva a maior semelhança dos sistemas nacionais e a uma convergência dos mecanismos de regulação (leis, decretos, regulamentos). É a velha questão da segurança jurídica. Como consequência disso, ocorre uma maior influencia de organismos multilaterais (tribunais de comércio, organização mundial do comércio, tribunal do Mercosul, etc) e a perda de parte da soberania nacional (moeda única: por exemplo a União Europeia) e maior importância de temas supranacionais (modelos de integração, organismos multilaterais, meio ambiente, migrações, livre circulação de trabalhadores, discriminação, xenofobia).
- Reorientação das nações e dos governos: é um desafio político compatibilizar as políticas nacionais com as internacionais.

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