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Análise e Exercício referente à obra Doação com Encargo e Causa Contratual

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Prévia do material em texto

Faculdade de Direito de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
Vitor Benine Basso
Trabalho de Direito Civil
Carta sobre a Obra Doação com Encargo e Causa Contratual
Contrato Hercúlio
Ribeirão Preto – 2013
Vitor Benine Basso
Rua Campos Sales, 330, apt. 54
CEP: 14015-110
Ribeirão preto, 01 de Novembro de 2013
Prezado Prof. Dr. Luciano de Camargo Penteado,
Esta carta tem por intuito expor de maneira sintética o conteúdo abordado em sua obra, de forma a propor uma ambientalização ao novo leitor, bem como externar minhas impressões e acerca do conteúdo explorado. Acrescentado a isso, arrisco-me a contribuir um pouco para o debate, com comentários e aprendizados passados. 
Primeiramente abordando o aspecto formal, muito embora essa obra se dedique com profundo afinco a uma nova visão acerca de um instrumento jurídico, pressupondo do leitor certo conhecimento prévio, a tese se mostra convidativa ao ser construída com um léxico acessível ao público majoritário. Isso foi determinante para a acepção de seu conteúdo.
O livro objetiva estudar as diversas implicações da causa, como figura jurídica, nos negócios jurídicos, sendo conferida maior atenção às doações com encargo. Para tanto, o autor evoca e utiliza, com singular destreza, diversas obras e visões de diferentes autores, o que comprova a relevância do assunto em várias atmosferas. O livro inicia uma reflexão acerca da causa, julgando necessário compreender corretamente essa partícula para buscar nela um princípio.
Nesse ínterim, inicia-se uma pesquisa histórica e o papel atribuído à causa nos diferentes movimentos que formaram o pensamento jurídico, instaurando um debate que resultou no conceito de grego de sinalagma, aproveitando conceitos expostos na obra de Aristóteles, mais especificamente aqueles relacionados ao agir virtuoso. A partir de então, é dada continuidade à discussão analisando a importância da causa no direito romano. Para tanto, foca-se na contribuição advinda do modo como eram realizados esses contratos e suas respectivas consequências: Segundo a exposição, a maneira encontrada pelos romanos para conferir maior segurança jurídica e possibilidade de ação em caso de inadimplemento foi elementar para a evolução de tal instituto. 
A Figura da Stipulatio contribuiu para o enrijecimento da forma desses contratos, o que posteriormente serviu como um argumento para justificar a tutela do direito frente ao inadimplemento, haja vista que a forma é hoje um dos elementos determinantes de uma doação. Somado a isso, a determinação de uma forma fixa contribuiu para evitar acidentes e vícios nesses negócios jurídicos.
No período medieval, é quando surge a teoria jurídica da causa e, paralelamente, o desenvolvimento de uma mentalidade direcionada ao cumprimento das obrigações contratuais (o dever de consciência). A partir disso me foi possível enxergar uma relação íntima entre o ordenamento jurídico e uma disposição moral requerida, fato esse que o senhor expôs em sala de aula, contrariando o meu prévio entendimento que as cláusulas contratuais como “lei” entre as partes seria resultado de um estudo romano.
Assim que concluído esse raciocínio, uma diferente nuance foi alvo de meditações: trata-se dos diferentes entendimentos de causa, suas origens e conceptores. Aqui são evocadas as figuras das doações e encargos propriamente, que acompanharão a discussão durante toda a pesquisa. Além disso é exposto os entendimentos desses institutos jurídicos nos diferentes países, fazendo valer os estudos de variados doutrinadores que comprovam a pertinência do assunto em questão.
A Segunda Parte da Obra foi aquela que mais despertou meu interesse, influenciado principalmente pela minha inaptidão em responder à questão levantada no auditório naquela noite: “qual a diferença entre um acordo de cavalheiros e um contrato? O que confere a esse juridicidade e possibilidade de tutela do ordenamento jurídico frente aquele?”. O modo como o senhor construiu a apresentação foi essencial para a absorção do conteúdo. 
Além de confrontar teorias e problematizar discussões, essa parte ambientaliza o vislumbre das figuras de doação e semelhantes como uma renúncia de direitos, como uma “dádiva”. Gostaria de abrir um parêntese, para pontuar uma questão que julgo relevante. Zygmunt Bauman, no Aprendendo a pensar com a Sociologia, de co-autoria de Tim May, discorre também sobre esse conceito, onde dicotomiza questões relevantes no que tange os conceitos de troca e dádiva. Para Bauman, a dádiva, em sua forma extrema, seria totalmente desinteressada e ofertada independentemente das qualidades de quem a recebe. Desinteresse significa inexistência de remuneração de qualquer modo ou forma. Julgada pelos padrões comuns de posse e troca, a pura dádiva é pura perda.
Nesse sentido, quando espelha-se a figura da doação à figura da dádiva, nasce daí uma ampliação do conceito de doação, um olhar e uma tutela diferenciada do ordenamento jurídico. Isso decorre, ao meu ver, do reconhecimento de uma ação nobre (é no mínimo nobilitante dispor de pertences sem qualquer segurança ou contraprestação atrelada ao ato) do Direito. Quando tantas transações são levadas a cabo em contextos impessoais, as relações pessoais decorrentes de certos negócios jurídicos (doações) deve receber um tratamento diferenciado. Esse tratamento singular é objetivado quando respeitados aqueles princípios que protegem o donatário no que tange cânones interpretativos e requisitos de forma nesse tipo de negócio.
Compondo essa Segunda Parte da tese, há uma questão levantada visando enquadrar esse ato de justiça em umas das suas partes componentes. Segundo consta na obra, a virtude principal evocada no ato de doar é a liberdade, e é ela a causa da obrigação nos contratos gratuitos. Dão-se os nomes de Justiça Distributiva e Comutativa às partes que compõem a Justiça. Pelo que pude desprender do texto, a justiça distributiva esta relacionada a distribuição e divisão proporcional dos bens a cada um, em função do seu respectivo mérito ou necessidade. Colocando em destaque, eu suponho, o indivíduo. Já a Justiça Comutativa consiste na igualdade que se obtém nas trocas voluntárias, atribui um valor aos objetos da troca.
Um ponto que não ficou devidamente claro para mim foi quando o senhor abordou a dificuldade em se classificar uma doação, principalmente no que tange o Direito Processual. Isso talvez derive do raso conhecimento de que disponho.
Nas últimas partes a obra se dedica a uma discussão que foca a análise de contratos mistos com negócios indiretos, apontando as semelhanças e diferenças existentes entre eles. A diferença é que no negócio indireto não há a configuração perfeita de uma prestação típica de outro negócio, não há fusão de tipos, o tipo é um só, misturado com outro efeito.
CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇO
 DAS PARTES
Pelo presente instrumento particular de CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, celebrado, de um lado, por EURISTEU, Rei de Micenas e Tirinto, filho de ESTÊNELO e NICIPE, neto de PERSEU, doravante denominado(a) CONTRATANTE e, de outro lado, por HÉRCULES, herói e semideus, filho de ZEUS e ALCMENA , doravante denominado(a) CONTRATADO(A), estabelecem as partes, de comum acordo, as seguintes disposições: 
 
DAS CLÁUSULAS
Cláusula Primeira: O objeto do presente Contrato é a prestação de serviços do(a) Contratado(a) ao(a) Contratante, visando prestar assessoramento dentro da sua área de atuação profissional no que tange os 10 (dez) trabalhos propostos ao (a) Contratado(a), na qualidade de Semideus e Herói Grego. 
Cláusula Segunda: O(a) Contratado(a) cumprirá a carga horária necessária correspondente à realização dos trabalhos a que o(a) Contratado(a) foi designado. 
Cláusula Terceira: O presente Instrumento Contratual vigorará pelo ininterrupto período correspondente ao total cumprimento das atividades aferidas ao(a) Contratado(a).
Cláusula Quarta: Fica estipulado a Reconquista da Honra e a Imortalidade a título decontraprestação ao(a) Contratado(a), em virtude do adimplemento contratual, devendo essas serem concedidas pelo(a) Contratante em virtude dos poderes, por Hera, a ele concebidos, com o término dessa relação contratual.
Cláusula Quinta: o Contratante não necessariamente propiciará todas as condições para o bom desempenho do(a) Contratado(a), sendo algumas dessas condições alheias, independentes e/ou desconhecidas por ambas ou uma das partes. 
Cláusula Sexta: Uma vez vigente, o presente Contrato não poderá ser rescindido por nenhuma das partes, mesmo que haja a comunicação formal no prazo mínimo de 30(trinta) dias, anteriores ao distrato. 
Cláusula Sétima: Cabe ao(a) Contratado(a) a tarefa de eliminar o Leão da Nemeia, na região do Peloponeso, podendo o(a) Contratado(a) utilizar-se de todos meios necessários para tal. 
Parágrafo Único: Para ser reconhecida a efetivação da tarefa, é de responsabilidade do(a) Contratado(a) a apresentação da pele da besta ao final da atividade, sendo facultativo o uso desse objeto para fins de sobrevivência por parte do(a) Contratado(a) até o total cumprimento da prestação de serviço. 
Cláusula Oitava: É de responsabilidade inalienável e intransferível do(a) Contratado(a) aniquilar a Hidra de Lerna.
Parágrafo Primeiro: Qualquer assistência advinda de terceiros para a realização da tarefa implicará em não reconhecimento de tal.
Parágrafo Segundo: O não reconhecimento do cumprimento da atividade em questão por parte do Contratante implicará ao(a) Contratado(a) a tarefa de colher os Pomos de Ouro do Jardim das Hespérides, protegido pelo dragão de 100 (cem) cabeças. Acorda-se lícito sobre essa cláusula o auxílio de terceiros sem quaisquer restrições quanto à origem titânica de tal assistência. 
Cláusula Nona: Cabe ao(a) Contratado(a) a tarefa de capturar com vida a  Corça de Cerineia, não sendo vetada por esta cláusula a utilização de quaisquer instrumentos para o cumprimento de tal obrigação.
Parágrafo Único: Para ser reconhecido o cumprimento total da tarefa, o(a) Contratado(a) deve levar e apresentar o animal com vida ao Contratante.
Cláusula Décima: É de responsabilidade do(a) Contratado(a) a captura do Javalí de Erimanto, sendo necessário a apresentação da besta ao Contratante.
Parágrafo Primeiro: Não será considerada completa a tarefa caso o animal pereça durante o intervalo de tempo entre a captura e a apresentação.
Parágrafo Segundo: Somente se dará por completa a tarefa quando o(a) Contratado(a) expor as presas do animal capturado no templo de Apolo, localizado na cidade de Cumas. 
Cláusula Décima Primeira: É designado ao(a) Contratado(a) a missão de limpar os estábulos do rei Aúgias, da cidade de Elis, em, no máximo, 24 (vinte e quatro) horas, computadas a partir do momento em que o(a) Contratado(a) chegar no curral.
Parágrafo Primeiro: A aceitação de qualquer contraprestação ou pagamento que não advindas deste instrumento contratual em virtude dos serviços prestados implicará em não reconhecimento do cumprimento desta cláusula. 
Parágrafo Segundo: O não reconhecimento do cumprimento dessa tarefa por parte do(a) Contratante acarretará ao(a) Contratado(a) a missão de trazer do Hades, para a presença do(a) Contratante, a besta tricéfala responsável pela guarda dos portões do submundo. Para contemplar o triunfo dessa missão o(a) Contratado(a) deve fazê-lo sem o auxílio de armas. 
	
Cláusula Décima Segunda: Cabe ao(a) Contratado(a) a missão de viajar até o lago Estínfalo e expulsar daquela região os pássaros que interceptam os raios solares ao voarem. Acorda-se lícito sobre essa cláusula o auxílio de quaisquer instrumentos bélicos por parte do(a) Contratado(a), bem como objetos e substâncias adquiridas durante o cumprimento de suas obrigações.
	
Cláusula Décima Terceira: O(a) Contratado(a) deve levar o Touro de Creta vivo até a presença do(a) Contratante, para que esse o apresente para Hera, esposa de Zeus. Não é especificado por esta cláusula o modo como o(a) Contratado(a) deve percorrer o percurso de volta, cabendo a ele decidir sobre como deve ser percorrido o trajeto.
Cláusula Décima Quarta: É incumbido ao(a) Contratado(a) a responsabilidade de castigar Diómedes, Rei de Trácia, filho de Ares, por sua política com relação a estrangeiros.
Parágrafo Único: Para ser reconhecido o cumprimento total dessa cláusula, o castigo deve atender aos moldes propostos previamente pelo(a) Contratante.
	Cláusula Décima Quinta: É conferida ao(a) Contratado(a) a possibilidade de utilizar de todos os meios necessários para apossar-se do cinturão mágico de Hipólita, rainha das amazonas.
Parágrafo Único: Não será reconhecido o adimplemento da obrigação disposta na cláusula supra caso o utensílio seja apresentado ao(a) Contratante danificado.
	Cláusula Décima Sexta: É atribuída ao(a) Contratado(a) a missão de tomar para si os 2 (dois) bois do gigante Gerião, guardados por 2 (duas) bestas. O fim de tais bestas é de livre escolha do(a) Contratado(a), não dispondo esse contrato em contrário.
Hércules (Contratado)
Euristeu (Contratante)
Testemunha 1
Testemunha 2
Micenas, décimo quarto ano do reinado de Euristeu.