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Prévia do material em texto

1 - https://www.euvoupassar.com.br 
 
Adeildo Júnior – Língua 
Portuguesa 
Resolução de Questões – Traçando o Perfil da 
Banca – Fundação Carlos Chagas 
 
 
Atenção: O texto abaixo refere-se às questões de 
números 1 a 9. 
 
TEXTO I 
 
Na margem esquerda do rio Amazonas, entre 
Manaus e Itacoatiara, foram encontrados vestígios de 
inúmeros sítios indígenas pré-históricos. O que muitos de 
nós não sabemos é que ainda existem regiões ocultas 
situadas no interior da Amazônia e um povo, também 
desconhecido, que teria vivido por aquelas paragens, 
ainda hoje não totalmente desbravadas. 
Em 1870, o explorador João Barbosa Rodrigues 
descobriu uma grande necrópole indígena contendo vasta 
gama de peças em cerâmica de incrível perfeição; teria 
sido construída por uma civilização até então 
desconhecida em nosso país. Utilizando a língua dos 
índios da região, ele denominou o sítio de Miracanguera. 
A atenção do pesquisador foi atraída primeiramente por 
uma vasilha de cerâmica, propriedade de um viajante. 
Este informante disse tê-la adquirido de um mestiço, 
residente na Vila do Serpa (atual Itacoatiara), que 
dispunha de diversas peças, as quais teria recolhido na 
Várzea de Matari. Barbosa Rodrigues suspeitou que 
poderia se tratar de um sítio arqueológico de uma cultura 
totalmente diferente das já identificadas na Amazônia. 
Em seu interior as vasilhas continham ossos 
calcinados, demonstrando que a maioria dos mortos 
tinham sido incinerados. De fato, a maior parte dos 
despojos dos miracangueras era composta de cinzas. 
Além das vasilhas mortuárias, o pesquisador encontrou 
diversas tigelas e pratos utilitários, todos de formas 
elegantes e cobertos por uma fina camada de barro 
branco, que os arqueólogos denominam de “engobe”, tão 
perfeito que dava ao conjunto a aparência de porcelana. 
Uma parte das vasilhas apresentava curiosas decorações 
e pinturas em preto e vermelho. Outro detalhe que 
surpreendeu o pesquisador foi a variedade de formas 
existentes nos sítios onde escavou, destacando-se certas 
vasilhas em forma de taças de pés altos, as quais 
lembram congêneres da Grécia Clássica. 
Havia peças mais elaboradas, certamente para 
pessoas de posição elevada dentro do grupo. A cerâmica 
do sítio de Miracanguera recebia um banho de tabatinga 
(tipo de argila com material orgânico) e eventualmente 
uma pintura com motivos geométricos, além da decoração 
plástica que destacava detalhes específicos, tais como 
seres humanos sentados e com as pernas representadas. 
João Barbosa Rodrigues faleceu em 1909. Em 
1925, o famoso antropólogo Kurt Nimuendaju tentou 
encontrar Miracanguera, mas a ilha já tinha sido tragada 
pelas águas do rio Amazonas. Arqueólogos americanos 
também vasculharam áreas arqueológicas da Amazônia, 
inclusive no Equador, Peru e Guiana Francesa, no final 
dos anos de 1940. Como não conseguiram achar 
Miracanguera, “decidiram” que a descoberta do brasileiro 
tinha sido “apenas uma subtradição de agricultores 
andinos”. 
Porém, nos anos de 1960, outro americano lançou 
nova interpretação para aquela cultura, concluindo que o 
grupo indígena dos miracangueras não era originário da 
região, como já dizia Barbosa Rodrigues. Trata-se de um 
mistério relativo a uma civilização perdida que talvez não 
seja solucionado nas próximas décadas. Em pleno século 
21, a cultura miracanguera continua oficialmente 
“inexistente” para as autoridades culturais do Brasil e do 
mundo. 
(Adaptado de: Museu Nacional do Rio de Janeiro. Disponível em: 
https://saemuseunacional.wordpress.com. SILVA, Carlos Augusto da. A 
dinâmica do uso da terra nos locais onde há sítios arqueológicos: 
o caso da comunidade Cai N’água, Maniquiri-AM / 
(Dissertação de Mestrado) – UFAM, 2010) 
 
1. De acordo com o texto I, 
(A) o fato de se ter perdido o contato com os índios 
Miracanguera não diminui sua importância para o 
desenvolvimento da arte cerâmica entre os povos da 
região amazônica. 
(B) os índios Miracanguera, identificados por Nimuendaju 
no início do século XX, seriam nômades, como prova a 
cerâmica indígena procedente desse povo, encontrada às 
margens do rio Amazonas, na ilha que lhes empresta o 
nome. 
(C) é perceptível a influência grega na cerâmica 
Miracanguera, o que não impediu que ainda hoje seja 
considerada uma derivação da arte praticada por 
agricultores andinos, que, por serem nômades, teriam 
descido à planície amazônica. 
(D) peças de cerâmica indígena, encontradas junto ao rio 
Amazonas, no sítio que posteriormente se denominou 
Miracanguera, indicam que ali teria se desenvolvido uma 
cultura diversa das hoje existentes na região, ora 
desaparecida. 
(E) a decisão arbitrária de que os miracangueras não 
guardavam originalidade enquanto povo parte do fato de 
que sua cultura não demonstra traços distintivos em 
relação aos povos que habitavam regiões como a Guiana 
e o Equador. 
 
 
 
2 - https://www.euvoupassar.com.br 
 
2. Encontra-se o mesmo tipo de complemento que o 
sublinhado no segmento Arqueólogos americanos 
também vasculharam áreas arqueológicas da Amazônia... 
(5º parágrafo) em: 
(A) Uma parte das vasilhas apresentava curiosas 
decorações e pinturas em preto e vermelho. 
(B) ... que dispunha de diversas peças... 
(C) ... ainda existem regiões ocultas situadas no interior 
da Amazônia... 
(D) João Barbosa Rodrigues faleceu em 1909. 
(E) ...a cultura miracanguera continua oficialmente 
“inexistente”... 
 
3. A flexão do verbo em negrito deve-se ao termo 
sublinhado em: 
(A) ...a descoberta do brasileiro tinha sido “apenas "uma 
subtração... 
(B) Outro detalhe que surpreendeu o pesquisador foi a 
variedade... 
(C) ...além da decoração plástica que destacava detalhes 
específicos... 
(D) ... Barbosa Rodrigues suspeitou que poderia se tratar 
de um sítio arqueológico... 
(E) A atenção do pesquisador foi atraída primeiramente 
por uma vasilha... 
 
4. Atente para as frases abaixo. 
I. No segmento ...tabatinga (tipo de argila com material 
orgânico)... (4º parágrafo), os parênteses poderiam ser 
substituídos por travessões, por isolarem uma explicação 
do termo imediatamente anterior. 
II. No segmento ... destacando-se certas vasilhas em 
forma de taças de pés altos, as quais lembram 
congêneres da Grécia Clássica (3º parágrafo), os verbos 
sublinhados possuem o mesmo sujeito. 
III. No segmento ... além da decoração plástica que 
destacava detalhes específicos... (4º parágrafo) pode-se 
acrescentar uma vírgula imediatamente após o termo 
"plástica", mantendo-se a correção e o sentido originais. 
 
Está correto APENAS o que se afirma em: 
(A) III. (B) I e III. 
(C) II e III. (D) I e II. 
(E) I. 
 
5. Mantendo-se o sentido original, na frase Como não 
conseguiram achar Miracanguera... (5º parágrafo), o 
elemento sublinhado pode ser corretamente substituído 
por: 
(A) Por mais que (B) Conforme 
(C) Ainda que (D) De modo que 
(E) Uma vez que 
 
6. Caso o segmento Arqueólogos americanos também 
vasculharam áreas arqueológicas da Amazônia... seja 
transposto para a voz passiva, a forma verbal resultante 
será: 
(A) tinham vasculhado (B) foram vasculhadas 
(C) vasculhavam-se (D) eram vasculhadas 
(E) foram vasculhando 
 
7. A forma verbal que pode ser flexionada 
indiferentemente no singular e no plural encontra-se em: 
(A) ... as quais lembram congêneres da Grécia Clássica. 
(B) Havia peças mais elaboradas, certamente para 
pessoas de posição mais elevada... 
(C) ...o grupo indígena dos miracangueras não era 
originário da região... 
(D) ...a variedade de formas existentes nos sítios onde 
escavou... 
(E) De fato, a maior parte dos despojos dos 
miracangueras era composta de cinzas. 
 
8. Este informante disse tê-la adquirido de um mestiço... 
Ao desenvolver a oração reduzida presente no segmento 
acima, tem-se: 
(A) Esteinformante disse que a tinha adquirido de um 
mestiço... 
(B) Este informante a disse ter adquirido de um mestiço... 
(C) Este informante disse como ela fora adquirida de um 
mestiço... 
(D) Este informante a disse quando tinha adquirido de um 
mestiço... 
(E) Este informante disse que a tivesse adquirido de um 
mestiço... 
 
9. ... que os arqueólogos denominam de “engobe”... (3º 
parágrafo)... onde escavou, destacando-se certas 
vasilhas... (3º parágrafo)... que dispunha de diversas 
peças... (2º parágrafo) Os pronomes sublinhados nas 
frases acima referem-se, respectivamente, a: 
(A) formas elegantes - formas - Vila do Serpa 
(B) fina camada de barro branco - sítios - mestiço 
(C) tigelas e pratos utilitários - sítios - mestiço 
(D) tigelas e pratos utilitários - sítios - Vila do Serpa 
(E) fina camada de barro branco - formas - mestiço 
 
 
Atenção: O texto abaixo refere-se às questões de 
números 10 a 19. 
 
TEXTO II 
 
O primeiro... problema que as árvores parecem 
propor-nos é o de nos conformarmos com a sua mudez. 
Desejaríamos que falassem, como falam os animais, 
 
 
3 - https://www.euvoupassar.com.br 
 
como falamos nós mesmos. Entretanto, elas e as pedras 
reservam-se o privilégio do silêncio, num mundo em que 
todos os seres têm pressa de se desnudar. Fiéis a si 
mesmas, decididas a guardar um silêncio que não está à 
mercê dos botânicos, procuram as árvores ignorar tudo de 
uma composição social que talvez se lhes afigure 
monstruosamente indiscreta, fundada que está na 
linguagem articulada, no jogo de transmissão do mais 
íntimo pelo mais coletivo. 
Grave e solitário, o tronco vive num estado de 
impermeabilidade ao som, a que os humanos só atingem 
por alguns instantes e através da tragédia clássica. Não 
logramos comovê-lo, comunicar-lhe nossa intemperança. 
Então, incapazes de trazê-lo à nossa domesticidade, 
consideramo-lo um elemento da paisagem, e pintamo-lo. 
Ele pende, lápis ou óleo, de nossa parede, mas esse 
artifício não nos ilude, não incorpora a árvore à atmosfera 
de nossos cuidados. O fumo dos cigarros, subindo até o 
quadro, parece vagamente aborrecê-la, e certas árvores 
de Van Gogh, na sua crispação, têm algo de protesto. 
De resto, o homem vai renunciando a esse 
processo de captura da árvore através da arte. Uma 
revista de vanguarda reúne algumas dessas 
representações, desde uma tapeçaria persa do século IV, 
onde aparece a palmeira heráldica, até Chirico, o criador 
da árvore genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título: 
Decadência da Árvore. Vemos através desse 
documentário que num Claude Lorrain da Pinacoteca de 
Munique, Paisagem com Caça, a árvore colossal domina 
todo o quadro, e a confusão de homens, cães e animal 
acuado constitui um incidente mínimo, decorativo. Já em 
Picasso a árvore se torna raríssima, e a aventura humana 
seduz mais o pintor do que o fundo natural em que ela se 
desenvolve. 
O que será talvez um traço da arte moderna, 
assinalado por Apollinaire, ao escrever: "Os pintores, se 
ainda observam a natureza, já não a imitam, evitando 
cuidadosamente a reprodução de cenas naturais 
observadas ou reconstituídas pelo estudo... Se o fim da 
pintura continua a ser, como sempre foi, o prazer dos 
olhos, hoje pedimos ao amador que procure tirar dela um 
prazer diferente do proporcionado pelo espetáculo das 
coisas naturais". Renunciamos assim às árvores, ou nos 
permitimos fabricá-las à feição dos nossos sonhos, que 
elas, polidamente, se permitem ignorar. 
 
(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. "A árvore e o 
homem", em Passeios na Ilha, Rio de Janeiro: José Olympio, 
1975, p. 7-8) 
 
 
10. Depreende-se do texto II: 
(A) a pintura, como forma artística, se torna mais eficaz do 
que as iniciais tentativas de comunicação, haja vista 
quadros como os do pintor Van Gogh, em que a natureza 
parece falar. 
(B) o mutismo das árvores é rompido pouco a pouco com 
o recurso da arte, uma característica humana que nos põe 
em contato com a natureza. 
(C) o silêncio das árvores contrasta com a ânsia humana 
por estabelecer elos de comunicação, a ponto de a arte 
paulatinamente renunciar à simples imitação da natureza. 
(D) a diferente abordagem de um e outro pintor faz com 
que uns consigam estabelecer efetiva comunicação com 
a natureza, e outros não, como é o caso de Picasso. 
(E) a pintura, bidimensional, não recupera o volume nem 
as demais características essenciais da natureza, 
resultando em quadros que recorrem à exageração, como 
árvores colossais. 
 
11. No segmento ...hoje pedimos ao amador que procure 
tirar dela um prazer diferente..., a oração sublinhada 
complementa o sentido de um 
(A) substantivo, e pode ser substituída por um verbo. 
(B) verbo, e pode ser substituída por outro verbo. 
(C) substantivo, e pode ser substituída por um adjetivo. 
(D) verbo, e pode ser substituída por um substantivo. 
(E) verbo, e pode ser substituída por um adjetivo. 
 
12. Uma redação alternativa para a frase Os pintores, se 
ainda observam a natureza, já não a imitam, evitando 
cuidadosamente a reprodução de cenas naturais..., em 
que e mantém a correção e, em linhas gerais, o sentido, 
encontra-se em: 
(A) Muito embora os pintores ainda a observem, não mais 
imitam a natureza, de maneira que se acautelam da 
reprodução de cenas naturais... 
(B) Os pintores, quando observam a natureza, não mais a 
imitam, de modo a resguardar-se cuidadosamente para a 
reprodução de cenas naturais... 
(C) Embora ainda a observem, os pintores já não imitam 
a natureza, nem evitam a reprodução cuidadosa de cenas 
naturais... 
(D) Se a natureza é observada pelos pintores, não é por 
eles imitada, uma vez que ela se furta cuidadosamente à 
reprodução de suas cenas... 
(E) Tendo observado a natureza, os pintores já não a 
imitam, por mais que evitem cuidadosamente a 
reprodução de cenas naturais... 
 
13. Na frase Desejaríamos que falassem, como falam os 
animais..., caso o verbo em negrito assuma o mesmo 
tempo e modo que o sublinhado, teremos as seguintes 
formas verbais no segmento inicial: 
(A) Desejam que falassem 
(B) Desejamos que falem 
(C) Desejemos que falam 
 
 
4 - https://www.euvoupassar.com.br 
 
(D) Desejam que falem 
(E) Desejamos que falassem 
 
14. Identifica-se um efeito e sua causa, respectivamente, 
nos segmentos: 
(A) decididas a guardar um silêncio que não está à mercê 
dos botânicos // procuram as árvores ignorar tudo (1º 
parágrafo) 
(B) Renunciamos assim às árvores // ou nos permitimos 
fabricá-las (4º parágrafo) 
(C) que talvez se lhes afigure monstruosamente indiscreta 
// fundada que está na linguagem articulada (1º parágrafo) 
(D) incapazes de trazê-lo à nossa domesticidade // 
consideramo-lo um elemento da paisagem (2º parágrafo) 
(E) a aventura humana seduz mais o pintor // do que o 
fundo natural em que ela se desenvolve (3º parágrafo) 
 
15. Atente para as frases abaixo sobre a pontuação do 
texto. 
I. No segmento ...genealógica do sonho, e dá a tudo isso 
o título... (3º parágrafo), a vírgula pode ser corretamente 
suprimida, uma vez que é seguida da conjunção aditiva 
"e". 
II. No segmento ...nossa intemperança. Então, incapazes 
de trazê-lo... (2º parágrafo), o ponto final pode ser 
corretamente substituído por ponto e vírgula, feita a 
alteração entre maiúscula e minúscula. 
III. No segmento ...seduz mais o pintor do que o fundo 
natural... (3º parágrafo), o acréscimo de uma vírgula 
imediatamente após "pintor" acarretaria a separação 
equivocada do verbo e seu complemento. 
Está correto o que se afirma APENAS em 
(A) I e II. 
(B) III. 
(C) II. 
(D) II e III. 
(E) I. 
 
16. O sinal indicativo de crase pode ser corretamente 
suprimido em: 
(A) ...nos permitimos fabricá-las à feição dos nossos 
sonhos... 
(B) ...não está à mercê dos botânicos...(C) ...não incorpora a árvore à atmosfera de nossos 
cuidados... 
(D) ...incapazes de trazê-lo à nossa domesticidade... 
(E) Renunciamos assim às árvores... 
 
17. Desempenha a mesma função que o segmento 
através da tragédia clássica (2º parágrafo), o que está 
sublinhado em: 
(A) ...certas árvores de Van Gogh, na sua crispação, têm 
algo de protesto. 
(B) ...e dá a tudo isso o título... 
(C) O que será talvez um traço da arte moderna... 
(D) Ele pende, lápis ou óleo, de nossa parede... 
(E) ...o homem vai renunciando a esse processo de 
captura da árvore... 
 
18. Mantendo-se o sentido, o trecho sublinhado em Não 
logramos comovê-lo, comunicar-lhe nossa intemperança 
pode ser substituído por: 
(A) nossa ousadia. 
(B) nossa intempérie. 
(C) nosso infortúnio. 
(D) nossa falta de tempo. 
(E) nosso descomedimento. 
 
19. O elemento em destaque está empregado 
corretamente em: 
(A) As obras de arte de que se tenta retratar a natureza, 
emprestam-lhe voz humana. 
(B) A árvore é símbolo recorrente com que fazemos uso 
para falar de meio ambiente. 
(C) A natureza, por cuja preservação lutamos, nega-se, no 
entanto, a ser domesticada. 
(D) Natureza e arte não são elementos estanques, esta 
faz a que melhor compreendamos aquela. 
(E) Cada vez mais o mundo tecnológico nos afasta da 
natureza em que fazemos parte. 
 
 
Atenção: As questões de números 20 a 27 referem-se 
ao texto que segue. 
 
TEXTO III 
O fim dos álbuns de fotografias 
 
Quando me pergunto o que deverá desaparecer 
nos próximos anos, por conta dos avanços tecnológicos 
que mudam ou suprimem hábitos e valores tradicionais, 
incluo os álbuns de fotografias. Na verdade, são as 
fotografias mesmas, aquelas reveladas em papel, que 
estão desaparecendo para dar lugar às imagens 
arquivadas num celular ou num computador. Não é mais 
o tempo que as torna apagadas ou amareladas; é o nosso 
súbito desinteresse que as remove de vez ao toque de um 
“delete”. Nem pensar em armazená-las naqueles álbuns 
de capa dura e folhas de papelão, alguns encadernados 
em pano, álbuns de família, que se acumulavam em baús 
ou velhos armários. São monumentos remotos, de um 
tempo em que a memória ia longe, chegava aos avós e os 
bisavós. 
Pergunto-me se não é a qualidade mesma da 
nossa memória, do nosso interesse pelas recordações, se 
não é o valor mesmo da memória que está mudando de 
 
 
5 - https://www.euvoupassar.com.br 
 
forma radical. Parece estar havendo um crescente 
desprestígio de tudo o que se refere ao passado, ainda 
quando esse passado seja recente. Com isso, o tempo se 
reduz ao instante que está passando e ao aguardado 
amanhã, do qual se exigem novas revelações, novos 
milagres. Um álbum de fotografias, nessa velocidade, é 
um objeto de museu, testemunha de tempos mais 
ingênuos e de imagens paralisadas. 
Enquanto não morrem de vez, ainda me detenho 
em alguns desses álbuns. Quase sempre são de gosto 
duvidoso, com capas pretensiosas, ilustradas com flores 
coloridas, gatinhos meigos, paisagens poéticas e outros 
mimos. Dentro deles surpreendo a vida que já foi, os 
olhares que nos apanham em nossa vez de ser modernos. 
Aí me ocorre que nossas imagens não irão parar em 
álbuns caprichosos, talvez nem mesmo em arquivos 
digitais: não estarão em lugar nenhum. É o preço que se 
paga pelo desapego à memória. 
 
(Vitório Damásio, inédito) 
 
20. O autor estabelece uma relação de causa e efeito 
entre 
(A) o desprestígio por que momentaneamente passam os 
álbuns de fotografias e o mau gosto das capas que 
passaram a ostentar. 
(B) a perda da memória familiar, entre os que se iludem 
com o avanço tecnológico, e a possibilidade da 
restauração de hábitos outrora prestigiados. 
(C) a nova tecnologia aplicada ao arquivamento de 
imagens e o crescente desinteresse pela revelação de 
fotos e por sua conservação em álbuns próprios. 
(D) o preço que se deve pagar pelo desapego à memória 
e o hábito, arraigado entre nós, de conservar em álbuns 
as velhas fotografias de família. 
(E) o desprestígio que vêm atingindo as lembranças do 
passado recente e a revalorização das lembranças 
registradas num tempo mais remoto. 
 
21. Atente para as seguintes afirmações: 
I. No 1º parágrafo, estabelece-se uma clara oposição 
entre as expressões imagens arquivadas num celular ou 
num computador e as imagens nos álbuns que se 
acumulavam em baús ou velhos armários, evidenciando-
se assim uma significativa mudança de hábitos. 
II. No 2º parágrafo, ao se valer da expressão um objeto de 
museu, o autor mostra que é aceitável e justa a 
depreciação crescente dos álbuns de fotografias, uma vez 
que se trata de registros familiares, sem interesse público. 
III. No 3º parágrafo, a expressão em nossa vez de ser 
modernos acusa, com alguma ironia, o fato de que 
também o nosso momento é passageiro, que não 
podemos alimentar a pretensão de estarmos sempre no 
mesmo passo em que ocorrem as novidades. 
 
Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS 
em 
(A) I. (B) I e II. (C) II. (D) III. (E) I e III. 
 
22. Considerando-se o contexto, traduz-se 
adequadamente o sentido de um segmento do texto em: 
(A) por conta dos avanços tecnológicos (1º parágrafo) = a 
despeito dos progressos da ciência. 
(B) para dar lugar às imagens arquivadas (1º parágrafo) = 
para ocupar o espaço de fotos classificadas. 
(C) um crescente desprestígio (2º parágrafo) = uma 
resistente desagregação. 
(D) testemunha de tempos mais ingênuos (2º parágrafo) 
= que assistiu a épocas mais simples. 
(E) não irão parar em álbuns caprichosos (3º parágrafo) = 
não deterão arquivos presunçosos. 
 
23. Na frase É o preço que se paga pelo desapego à 
memória, que finaliza o texto, a expressão sublinhada 
está se referindo ao fato de que 
(A) é custoso desviar nossa atenção das velhas 
fotografias e dos velhos álbuns. 
(B) as imagens de nós mesmos talvez não sejam 
preservadas de forma alguma. 
(C) os velhos álbuns são testemunhos do mau gosto de 
uma época. 
(D) costumam ser enganosas as imagens guardadas em 
álbuns. 
(E) os registros em arquivos de papel estão longe de ser 
confiáveis. 
 
24. Está inteiramente clara e correta a redação deste livre 
comentário sobre o texto: 
(A) Os álbuns de família, que para muita gente parece 
apenas uma relíquia inútil, estariam condenados à 
desaparecer, em função de seu descrédito em nome da 
tecnologia. 
(B) Ser negligente com nossa memória, tal como parece 
estar ocorrendo em nossos dias, implica negligenciar o 
próprio sentido da nossa história, a própria formação da 
nossa identidade. 
(C) Os instantâneos obtidos por celulares, ao contrário 
dos antigos álbuns fotográficos, dispensam de serem 
revelados, ao passo que nestes ainda exigem um papel 
especial. 
D) Se continuarmos a desleichar com nossa 
documentação através de fotografias, haverá de 
chegarmos ao momento onde nenhuma memória de nós 
resistirá ao tempo. 
 
 
6 - https://www.euvoupassar.com.br 
 
(E) O fraglante de uma cena familiar pode ser precioso, 
ao documentar um momento cuja lembrança ninguém 
poderá se esquecer, eternizando para sempre uma 
situação especial. 
 
25. As normas de concordância verbal estão plenamente 
respeitadas na seguinte frase: 
(A) Já quase não se coleciona em álbum, em função das 
técnicas digitais, as fotografias familiares que tanto 
contavam de nossa história. 
(B) Para muita gente já não são mais necessários 
conservar os velhos álbuns de fotografias, substituídos 
que foram pelos arquivos digitais. 
(C) Aquelas velhas fotos não convêm ninguém desprezar, 
estão sendo cada vez mais raras, e algum dia acabará por 
converter-se num precioso documento. 
(D) Uma sucessão de fotos pode ilustrar um segmento 
importante de uma história familiar, à qual pertenceram 
aqueles velhos rostos e expressões.(E) A todas as pessoas deveriam caber, em respeito aos 
que as antecederam, conservar as imagens de outro 
tempo, de outros hábitos. 
 
26. Os tempos e modos verbais encontram-se 
adequadamente articulados na frase: 
(A) Se alguém me perguntasse a respeito da necessidade 
de se preservar em álbuns as fotos familiares, não 
hesitarei em lhe dizer que eu alimentasse grande simpatia 
por esse hábito. 
(B) A cada vez que alguém me perguntar se estou 
entusiasmado com as novas técnicas digitais, eu teria dito 
que não, que tenho preferência pelas velhas fotos em 
papel. 
(C) Quando eu me punha a examinar os velhos álbuns de 
fotografia, era tomado por uma grande nostalgia, e 
passava a reconstituir histórias até então esquecidas. 
(D) Caso todos prefiram aderir aos arquivos de 
computador, as velhas fotografias teriam sido relegadas a 
um cruel desaparecimento. 
(E) Talvez ainda venha a ocorrer a revalorização das 
velhas fotografias, caso as pessoas percebessem que 
estas contam uma história preciosa. 
 
27. Transpondo-se para a voz passiva a forma verbal 
sublinhada na frase Dentro deles surpreendo a vida que 
já foi, obtém-se a expressão 
(A) tenho surpreendido. 
(B) fora surpreendida. 
(C) estou surpreendendo. 
(D) será surpreendida. 
(E) é surpreendida. 
 
Atenção: As questões de números 28 a 34 referem-se 
ao texto que segue. 
 
TEXTO IV 
Lições dos museus 
 
Os museus, ao contrário do que se imagina, são 
uma invenção moderna: nasceram durante a Revolução 
Francesa, no final do século XVIII. Os parisienses 
revoltados arrebentaram as casas dos nobres e se 
serviram de bens, mobiliário e objetos de arte. O quebra-
quebra era um jeito de decretar que acabara o tempo dos 
privilégios. A Assembleia Nacional debateu durante 
meses para chegar à conclusão de que os restos do luxo 
dos aristocratas deviam ser considerados patrimônio da 
nação. Seriam, portanto, reunidos e instalados em 
museus que todos visitariam, preservando 
agradavelmente a lembrança de tempos anteriores. 
A questão em debate era a seguinte: será que 
fazia sentido preservar o passado, uma vez que estava 
começando uma nova era em que os indivíduos não mais 
seriam julgados por sua origem, mas por sua capacidade 
e potencialidades pessoais? Não seria lógico destruir os 
vestígios de épocas injustas para começar tudo do zero? 
Prevaleceu o partido segundo o qual era bom conservar 
os restos do passado iníquo e transformá-los em 
memórias coletivas. 
Dessa escolha nasceram os museus e, logo 
depois, a decisão de preservar os monumentos históricos. 
Na mesma época, na Europa inteira, ganhou força o 
interesse pela História. A justificativa seria: lembrar para 
não repetir. Não deu muito certo, ao que tudo indica, pois 
nunca paramos de repetir o pior. No fundo, não queremos 
que o passado decida nosso destino: o que nos importa, 
em princípio, é sempre o futuro. 
 
(Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São 
Paulo: Publifolha, 2004, p. 330-331) 
 
28. Os museus nasceram durante a Revolução Francesa 
e foram criados depois de debates da Assembleia 
Nacional, findos os quais se concluiu que 
(A) a guarda dos bens da aristocracia deveria caber 
provisoriamente ao Estado, que decidiria o futuro do que 
pertencia aos antigos aristocratas. 
(B) os bens dos antigos aristocratas deveriam ser 
mantidos como um patrimônio coletivo, prestando-se à 
conservação da memória histórica. 
(C) a destruição de todos os vestígios da antiga nobreza 
era necessária para a preservação das liberdades 
conquistadas pelos revolucionários. 
 
 
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(D) o futuro, embora se anunciasse melhor do que o 
passado, deveria ser alimentado pela memória dos 
privilégios de que os nobres eram merecedores. 
(E) o passado, apesar das amplas lições que pode inspirar 
em tempos futuros, só deve ser preservado quando 
documenta os feitos dos cidadãos comuns. 
 
29. Atente para as seguintes afirmações: 
I. Da leitura do 1º parágrafo, depreende-se que, a 
princípio, os bens dos nobres passaram às mãos de 
revolucionários, configurando-se então uma apropriação 
de caráter particular, ainda não público. 
II. No 2º parágrafo, informa-se que a posição vencida nos 
debates da Assembleia Nacional foi a de quem advogava 
em favor da preservação dos bens apreendidos, para que 
não se perdesse a memória dos méritos da aristocracia. 
III. No 3º parágrafo, manifestando uma opinião pessoal, o 
autor do texto julga imprescindível a existência de 
museus, uma vez que eles acabam exercendo uma 
função educativa, cuja importância há muito vem se 
demonstrando. 
 
Em relação ao texto, está correto o que se afirma 
APENAS em 
(A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 
 
30. A frase Será que fazia sentido preservar o passado, 
uma vez que estava começando uma nova era? tem 
seu sentido preservado numa nova e correta redação em: 
(A) Teria sentido caso se conserve o passado na medida 
em que começa um novo tempo? 
(B) Que sentido poderia haver o passado quando se 
preserva numa nova etapa histórica? 
(C) Assim que se principia um novo tempo, faria sentido 
ainda quando se preservasse o passado? 
(D) Em virtude dos novos tempos que estavam chegando, 
faria sentido manter vivo o passado? 
(E) Porque faria sentido alimentar velhos tempos, 
conquanto uma nova era principiasse? 
 
31. A frase em que ambos os elementos sublinhados 
exercem a função de núcleo do sujeito é: 
(A) Os bens dos aristocratas deviam ser considerados 
patrimônio de quem os tomou. 
(B) Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos 
nobres. 
(C) Os museus, ao contrário do que se imagina, são uma 
invenção moderna. 
(D) Muitos acham que não é justo apagar os vestígios do 
passado. 
(E) Dessa escolha da Assembleia Nacional nasceram os 
museus. 
 
32. Está plenamente adequada a pontuação da seguinte 
frase: 
(A) Depois de muitos debates, os membros da Assembleia 
Nacional instalada pela Revolução Francesa, decidiram 
criar museus públicos, para preservar o passado. 
(B) Embora muitos imaginem, que os museus são 
instituições antiquíssimas, eles de fato nasceram, tão 
somente no século da Revolução Francesa. 
(C) Se era para começar tudo do zero, mais lógico seria 
naquele momento revolucionário, deixar que se 
apagassem todos os vestígios do passado. 
(D) Não apenas os museus como também os 
monumentos históricos, constituem formas de uma 
memória histórica, que não se deseja perder. 
(E) Sempre haverá quem acredite que a memória do 
passado histórico, quando bem preservada, ajuda-nos a 
evitar os graves erros que foram outrora cometidos. 
 
33. Está correto o emprego do elemento sublinhado na 
seguinte frase: 
(A) Os debates da Assembleia Nacional, à que se refere 
o autor, foram calorosos. 
(B) As casas dos nobres de cujas se lançaram os 
revoltosos foram saqueadas. 
(C) O tempo com que frequentemente nos importamos 
não é o passado, mas o futuro. 
(D) Há no passado muitas lições históricas em cujas 
podemos aprender. 
(E) Os museus e os monumentos são instituições aonde 
algum aprendizado da história sempre se dá. 
 
34. Está plenamente correta a redação da seguinte frase: 
(A) Não se sabe o por quê de tanto desprezo em relação 
ao passado, que tanto poder-nos-iam ensinar. 
(B) Sim, sabe-se que privilégios sempre existem, e lhes 
desfrutam e os abusam os que chegam ao poder. 
(C) Aos franceses, a Revolução propiciou-os afastar 
privilégios de quem lhes gozava injustamente. 
(D) Quanto ao lema “lembrar para não repetir”, muitos lhe 
adotam por que acreditam na pedagogia da História. 
(E) Cabe aos museus a preservação de obras de arte; 
sempre haverá quem as ame e por elas se interesse. 
 
 
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às 
questões de números 35 a 39. 
 
TEXTO V 
Escola de bem-te-visMuita gente já não acredita que existam pássaros, 
a não ser em gravuras ou empalhados nos museus - o que 
é perfeitamente natural, dado o novo aspecto da terra, 
 
 
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que, em lugar de árvores, produz com mais abundância 
blocos de cimento armado. Mas ainda há pássaros, sim. 
Existem tantos, ao redor da minha casa, que até agora 
não tive (nem creio que venha a ter) tempo de saber seus 
nomes, conhecer suas cores, entender sua linguagem. 
Porque evidentemente os pássaros falam. Há muitos, 
muitos anos, no meu primeiro livro de inglês, se lia: “Dizem 
que o sultão Mamude entendia a linguagem dos pássaros 
...” 
Quando ouço um gorjeio nestas mangueiras e 
ciprestes, logo penso no sultão e nessa linguagem que ele 
entendia. Fico atenta, mas não consigo traduzir nada. No 
entanto, bem sei que os pássaros estão conversando. 
O papagaio e a arara, esses aprendem o que lhes 
ensinam, e falam como doutores. E há o bem-te-vi, que 
fala português de nascença, mas infelizmente só diz o 
próprio nome, decerto sem saber que assim se chama. 
[...] 
Os pais e professores desses passarinhos devem 
ensinar-lhes muitas coisas: a discernir um homem de uma 
sombra, as sementes e frutas, os pássaros amigos e 
inimigos, os gatos - ah! principalmente os gatos ... Mas 
essa instrução parece que é toda prática e silenciosa, 
quase sigilosa: uma espécie de iniciação. Quanto a ensino 
oral, parece que é mesmo só: “Bem-te-vi! Bem-te-vi!”, que 
uns dizem com voz rouca, outros com voz suave, e os 
garotinhos ainda meio hesitantes, sem fôlego para as três 
sílabas. 
 
(MEIRELES, Cecília. O que se diz e o que se entende. Rio 
de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 95-96) 
 
35. Infere-se corretamente do texto 
(A) confiança na preservação de algumas espécies de 
aves, especialmente aquelas que já se encontram 
adaptadas às diferentes situações de perigo existentes 
em núcleos urbanos. 
(B) valorização das facilidades da vida urbana, mesmo 
que esta implique diminuição na variedade de espécies de 
aves, com predomínio de somente algumas delas. 
(C) crítica à destruição do meio ambiente, mediante 
referência ao aumento de construções, simbolizadas nos 
blocos de cimento armado, em substituição aos 
elementos da natureza. 
(D) preocupação quanto ao fato de que seja possível 
encontrar pássaros em uma cidade e de que eles 
consigam sobreviver em razão das condições 
desfavoráveis da vida urbana. 
(E) curiosidade em relação aos hábitos de certas aves, 
principalmente no ambiente urbano, que lhes dificulta 
conhecimentos necessários à sua sobrevivência. 
 
 
36. De acordo com o texto, a afirmativa correta é: 
(A) O último parágrafo aborda uma instrução toda prática 
e silenciosa, de modo semelhante ao que ocorre 
costumeiramente, ou seja, as gerações mais velhas são 
incumbidas de transmitir conhecimentos úteis aos mais 
novos. 
(B) No 3º parágrafo, a referência ao papagaio e à arara, 
que falam como doutores, vem reforçar a noção de que 
essas duas espécies, como representantes da fauna 
brasileira, são superiores aos simples bem-te-vis, 
pássaros bastante comuns nas cidades. 
(C) A forma como a autora reproduz, no 1º parágrafo, o 
que constava do livro de inglês - Dizem que o sultão 
Mamude -, não deixa dúvida de que, segundo a narrativa, 
esse sultão realmente conseguia entender a linguagem 
dos pássaros. 
(D) No 2º parágrafo, é possível perceber que a autora 
também consegue, com atenção e algum esforço, 
comunicar-se com os pássaros que costuma observar, 
principalmente com os bem-te-vis, porque falam 
português de nascença. 
(E) A autora confessa, no 1º parágrafo, que não tem 
interesse nem tempo suficiente para observar os pássaros 
que eventualmente aparecem em sua casa, nem saber 
seus nomes, conhecer suas cores, entender sua 
linguagem. 
 
37. - ah! principalmente os gatos ... (4º parágrafo) 
Explica-se o sentido do segmento transcrito acima como 
uma 
(A) dúvida súbita, relacionada ao senso comum. 
(B) observação de caráter imediatista. 
(C) preocupação quanto à exatidão do que se afirma. 
(D) lembrança inusitada, embora necessária. 
(E) reflexão com base em conhecimento geral. 
 
38. (nem creio que venha a ter) 
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se 
encontra o sublinhado acima está em: 
(A) ... que existam pássaros ... 
(B) ... que ele entendia ... 
(C) ... o que lhes ensinam ... 
(D) ... que assim se chama. 
(E) ... que uns dizem com voz rouca ... 
 
39. Os diferentes verbos empregados nas frases 
transcritas do texto, que apresentam o mesmo sentido, 
encontram-se no par: 
(A) Quando ouço um gorjeio nestas mangueiras e 
ciprestes ... (2º parágrafo) 
... mas não consigo traduzir nada. (2º parágrafo) 
(B) ... tempo de saber seus nomes... (1º parágrafo) 
... entender sua linguagem. (1º parágrafo) 
 
 
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(C) Mas ainda há pássaros, sim. (1º parágrafo) 
Existem tantos, ao redor da minha casa ... (1º parágrafo) 
(D) ... que os pássaros estão conversando. (2º parágrafo) 
 ... e falam como doutores. (3º parágrafo) 
(E) ... que fala português de nascença ... (3º parágrafo) 
Dizem que o sultão Mamude ... (1º parágrafo) 
 
 
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às 
questões de números 40 a 44. 
 
TEXTO VI 
 
É indiscutível que no mundo contemporâneo o 
ambiente do futebol é dos mais intensos do ponto de vista 
psicológico. Nos estádios a concentração é total. Vive-se 
ali situação de incessante dialética entre o metafórico e o 
literal, entre o lúdico e o real. O que varia conforme o 
indivíduo considerado é a passagem de uma condição a 
outra. Passagem rápida no caso do torcedor, cuja 
regressão psíquica do lúdico dura algumas horas e 
funciona como escape para as pressões do cotidiano. 
Passagem lenta no caso do futebolista profissional, que 
vive quinze ou vinte anos em ambiente de fantasia, que 
geralmente torna difícil a inserção na realidade global 
quando termina a carreira. A solução para muitos é a 
reconversão em técnico, que os mantém sob holofote. 
Lothar Matthäus, por exemplo, recordista de partidas em 
Copas do Mundo, com a seleção alemã, Ballon d’Or de 
1990, tornou-se técnico porque “na verdade, para mim, o 
futebol é mais importante do que a família”. [...] 
Sendo esporte coletivo, o futebol tem implicações 
e significações psicológicas coletivas, porém calcadas, 
pelo menos em parte, nas individualidades que o 
compõem. O jogo é coletivo, como a vida social, porém 
num e noutra a atuação de um só indivíduo pode 
repercutir sobre o todo. Como em qualquer sociedade, na 
do futebol vive-se o tempo inteiro em equilíbrio precário 
entre o indivíduo e o grupo. O jogador busca o sucesso 
pessoal, para o qual depende em grande parte dos 
companheiros; há um sentimento de equipe, que depende 
das qualidades pessoais de seus membros. O torcedor 
lúcido busca o prazer do jogo preservando sua 
individualidade; todavia, a própria condição de torcedor 
acaba por diluí-lo na massa. 
 
(JÚNIOR, Hilário Franco. A dança dos deuses: futebol, 
cultura, sociedade. São Paulo: Companhia das letras, 2007, 
p. 303-304, com adaptações) 
 
*Ballon d’Or 1990 - prêmio de melhor jogador do ano 
 
 
 
40. O desenvolvimento do texto salienta 
(A) o esquecimento público em relação a alguns 
jogadores que, mesmo tendo obtido renome, encontram 
dificuldades em outra atividade após abandonarem os 
campos. 
(B) a importância do torcedor nos estádios de futebol, na 
medida em que ele constitui um dos elementos da massa 
que valoriza cada um dos jogadores. 
(C) os elementos de permanente fantasia que mantêm 
certos jogadores em evidência, mesmo após haverem 
perdido o brilhantismo que acompanhou sua atuação. 
(D) a presença de elementos que se desencadeiam 
mutuamente, quer na esfera individual,quer na coletiva, 
assinalando a dinâmica que caracteriza o futebol. 
(E) a predominância da individualidade de jogadores, cuja 
atuação talentosa acaba sendo fator determinante para a 
vitória, essencial para toda a coletividade. 
 
41. A referência ao jogador da seleção alemã constitui, no 
texto, exemplo que 
(A) comprova a afirmativa sustentada pelo autor, quanto 
às dificuldades de readaptação de um jogador à realidade, 
depois de viver certo tempo em constante evidência, em 
situação de incessante dialética entre o metafórico e o 
literal, entre o lúdico e o real. 
(B) reafirma a percepção equivocada, embora seja geral, 
de que no futebol predomina o sentimento de equipe, pois 
a premiação se destina somente a um ou a outro jogador, 
aparentemente confirmando a visão de que este busca o 
sucesso pessoal, acima dos interesses do grupo. 
(C) minimiza a importância de certos prêmios 
conquistados por futebolistas, como o Ballon d’Or de 1990 
recebido por Lothar Matthäus, ao considerar que esses 
apenas reproduzem o mundo distante da realidade, de 
fantasia, em que vivem habitualmente os jogadores. 
(D) aborda a dificuldade encontrada pelo jogador de 
inserção na realidade global quando termina a carreira, 
momento em que busca qualquer possibilidade de se 
manter sob holofotes, especialmente depois de ter sido 
premiado por sua atuação excepcional. 
(E) insiste na certeza de que o futebol tem implicações e 
significações psicológicas coletivas, observação que dilui 
a aceitação habitual da genialidade de grandes nomes do 
futebol, que acabam perdendo sua condição de ídolos, 
ainda que sejam imprescindíveis para as vitórias do time. 
 
42. As normas de concordância verbal e nominal estão 
inteiramente respeitadas em: 
(A) As torcidas organizadas, muitas vezes objeto de 
críticas por um comportamento violento e antissocial, tem 
sido alvo de intervenções do poder público, no sentido de 
que se evite brigas que resultam, habitualmente, em morte 
de torcedores de times rivais. 
 
 
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(B) Nem sempre é aceitável, para um torcedor apaixonado 
por seu time, os reveses durante uma partida de futebol, 
visto que uns poucos minutos de jogo pode definir um 
resultado negativo inesperado e contrariar todas as 
expectativas de sucesso. 
(C) O noticiário de jornais, especialmente os esportivos, 
dão conta dos múltiplos interesses que envolvem times, 
dirigentes, atletas, além do espetáculo, por vezes 
dramático, de jogadores que, estimulados pela torcida, 
busca atingir seu momento de glória. 
(D) A brilhante atuação de um jogador em campo torna 
realizáveis todos os sonhos da grande massa fiel de 
torcedores que veem, encantados, materializar-se a 
conquista das metas estabelecidas, em cada 
campeonato, pelos dirigentes de seu time favorito. 
(E) Certos jogadores conseguem, em momentos do jogo, 
que passa a ser considerado quase mágica, fazer a bola 
descrever curvas inesperadas que ludibriam barreiras e, 
principalmente, goleiros, que resulta no gol que hipnotiza 
os torcedores mais apaixonados. 
 
43. O jogador busca o sucesso pessoal ... 
A mesma relação sintática entre verbo e complemento, 
sublinhados acima, está em: 
(A) É indiscutível que no mundo contemporâneo... 
(B) ... o futebol tem implicações e significações 
psicológicas coletivas ... 
(C) ... e funciona como escape para as pressões do 
cotidiano. 
(D) A solução para muitos é a reconversão em técnico ... 
(E) ... que depende das qualidades pessoais de seus 
membros. 
 
44. A busca da vitória a qualquer preço não existe apenas 
no futebol. 
A busca da vitória é sentimento difundido na sociedade 
capitalista. 
A profissão dos futebolistas é conseguir vitórias 
celebradas por todos. 
Sucessos e fracassos dos futebolistas despertam amores 
e ódios amplamente disseminados. 
 
As frases isoladas acima compõem um único período, 
com clareza e lógica, em: 
(A) Porque não existe apenas no futebol, a busca da 
vitória a qualquer preço é sentimento difundido na 
sociedade capitalista, e com futebolistas; que a profissão 
é conseguir vitórias celebradas por todos e, assim sendo, 
sucessos e fracassos despertam amores e ódios 
amplamente disseminados. 
(B) Por ser sentimento difundido na sociedade capitalista, 
a busca da vitória a qualquer preço não existe apenas no 
futebol, mas, como a profissão dos futebolistas é 
conseguir vitórias celebradas por todos, seus sucessos e 
fracassos despertam amores e ódios amplamente 
disseminados. 
(C) A busca da vitória a qualquer preço, como sentimento 
difundido na sociedade capitalista, não existe apenas no 
futebol; com os futebolistas, pela profissão que é 
conseguir vitórias celebradas por todos, despertando, 
com os sucessos e fracassos, amores e ódios 
amplamente disseminados. 
(D) Sentimento que é difundido na sociedade capitalista, 
a busca da vitória a qualquer preço não existe apenas no 
futebol; e com a profissão dos futebolistas de conseguir 
vitórias celebradas por todos, como sucessos e fracassos 
que despertam amores e ódios amplamente 
disseminados. 
(E) Como a profissão dos futebolistas é conseguir vitórias 
celebradas por todos, com sucessos e fracassos que 
despertam amores e ódios amplamente disseminados; a 
busca da vitória a qualquer preço não existe apenas no 
futebol, mesmo que seja sentimento difundido na 
sociedade capitalista. 
 
 
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às 
questões de números 45 a 47. 
 
TEXTO VII 
 
A vida é uma tapeçaria que elaboramos, enquanto 
somos urdidos dentro dela. Aqui e ali podemos escolher 
alguns fios, um tom, a espessura certa, ou até colaborar 
no desenho. 
Linhas de bordado podem ser cordas que 
amarram ou rédeas que se deixam manejar: nem sempre 
compreendemos a hora certa ou o jeito de as segurarmos. 
Nem todos somos bons condutores; ou não nos 
explicaram direito qual o desenho a seguir, nem qual a 
dose de liberdade que podíamos – com todos os riscos – 
assumir. 
 
(LUFT, L. O rio do meio. São Paulo: Mandarim, 1997, 3. ed, p. 105) 
 
45. O texto VII aponta para 
(A) a liberdade do ser humano em estabelecer os rumos 
de sua própria vida, sem deixar de reconhecer a 
existência de limites e dificuldades nesse direcionamento. 
(B) os conflitos que aparecem durante as primeiras fases 
da vida de uma pessoa, impedindo-a de se transformar 
num adulto consciente e capaz de resolver seus próprios 
problemas. 
(C) as falhas de uma formação inadequada a que estão 
sujeitos os seres humanos, impossibilitando-lhes um 
 
 
11 - https://www.euvoupassar.com.br 
 
direcionamento dos rumos de sua vida segundo 
parâmetros socialmente aceitáveis. 
(D) o pleno desenvolvimento de potencialidades atingido 
por algumas pessoas, ainda que elas estejam 
subordinadas a estruturas sociais preestabelecidas. 
(E) o papel das normas sociais aceitas pelo grupo na 
determinação da vontade de cada um em relação aos 
objetivos de sua própria vida, normas que sempre 
preponderam sobre decisões de cunho pessoal. 
 
46. Entende-se corretamente que, no 2º parágrafo, a 
autora aborda 
(A) a determinação no traçado de objetivos que possam 
nortear, desde o início, as escolhas que se colocam na 
vida de cada pessoa, impostas pelos valores cultivados no 
meio social em que se insere. 
(B) os problemas decorrentes de uma formação 
incompleta, ou até mesmo deformada, que resultam em 
futuros empecilhos na condução de uma vida menos 
subordinada às imposições do meio social. 
(C) a plena independência que deve constituir o legado de 
cada pessoa, possibilitando-lhe escolhas livres, 
desvinculadas das normas de comportamento adotadas 
pelo grupo social a que pertence. 
(D) as múltiplas maneiras de construção da melhor forma 
de viver, ou porque se deseja liberdade plena nas opções 
feitas, ou porque se torna maisfácil optar pelo 
pertencimento a um determinado grupo. 
(E) as dificuldades surgidas ao longo da vida, que podem 
resultar em avanços à medida que são superadas ou 
acabam se transformando em obstáculos 
verdadeiramente intransponíveis. 
 
47. ... enquanto somos urdidos dentro dela. 
O verbo urdir na frase acima está transposto para a voz 
passiva. Dentre as opções abaixo, o verbo que admite 
essa transposição está em: 
(A) A vida é, para todos, comparável a uma tapeçaria de 
desenho, cores e espessura individuais. 
(B) Necessitamos, habitualmente, de orientação segura 
na tomada de decisões corretas em nossa vida. 
(C) Pessoas próximas colaboram conosco na definição de 
projetos ao longo de toda a vida. 
(D) Durante toda a vida, estamos sempre fazendo opções 
acerca de nossos objetivos. 
(E) As cores escolhidas para o bordado parecem ser o 
propósito definitivo de uma vida. 
 
 
 
 
 
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às 
questões de números 48 a 51. 
 
 
TEXTO VIII 
De gramática e de linguagem 
 
E havia uma gramática que dizia assim: 
“Substantivo (concreto) é tudo quanto indica 
Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta.” 
Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!... 
As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam- 
[se em excesso. 
As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com 
[ninguém. 
Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre, 
Ovo pode estar choco: é inquietante...) 
As cousas vivem metidas com as suas cousas. 
E não exigem nada. 
Apenas que não as tirem do lugar onde estão. 
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta. 
Para quê? não importa: João vem! 
E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão, 
Amigo ou adverso ... João só será definitivo 
Quando esticar a canela. Morre, João... 
Mas o bom, mesmo, são os adjetivos, 
Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto. 
Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso. 
Sonoro. Lento. Eu sonho 
Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos 
Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais. 
Ainda mais: 
Eu sonho com um poema 
Cujas palavras sumarentas escorram 
Como a polpa de um fruto maduro em tua boca, 
Um poema que te mate de amor 
Antes mesmo que tu lhe saibas o misterioso sentido: 
Basta provares o seu gosto... 
 
(QUINTANA, M. Prosa e verso. Porto Alegre: Globo, 1978, p. 94) 
 
48. Atente para os versos abaixo: 
 
E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta. 
 Para quê? não importa: João vem! 
 E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão, 
 Amigo ou adverso ... 
 
Considerando-se o poema e, especialmente, os versos 
acima, é correto afirmar que o poeta 
(A) demonstra expectativa com a chegada de alguém, que 
lhe bata à porta a qualquer momento, embora não esteja 
disponível para bem acolher o visitante, pois está preso a 
divagações despertadas por antigas lições de gramática, 
e de ânimo bem pouco sociável. 
 
 
12 - https://www.euvoupassar.com.br 
 
(B) se mostra descrente de que as interações sociais 
possam transcorrer normalmente, pois estão sujeitas a 
situações que causam desconforto, como a interferência 
inesperada de alguém, a interromper divagações em torno 
de antigas lembranças. 
(C) induz o leitor à conclusão de que os seres humanos, 
sujeitos a inúmeras variações de humor de acordo com as 
circunstâncias da vida, nem sempre se encontram 
disponíveis para os relacionamentos sociais, ainda que 
tenham aprendido as lições de bom comportamento. 
(D) aborda as imposições sociais que se encontram 
usualmente na sociedade, determinando que as pessoas 
se comportem segundo certas normas de educação 
estabelecidas por todo o grupo, sendo inaceitável 
transgredi-las como, por exemplo, invadindo o espaço 
alheio. 
(E) tece considerações, a partir de uma lição de 
gramática, a respeito de possíveis relacionamentos 
humanos e da instabilidade que caracteriza estados de 
espírito a que estão habitualmente submetidas as 
pessoas, nos mais diferentes momentos da vida. 
 
49. As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. 
Multiplicam-se em excesso. / As cousas são quietas. 
Bastam-se. Não se metem com ninguém. 
Os versos acima devem ser entendidos, considerando-se 
o teor do poema, como 
(A) explicações a respeito de que há um misterioso 
sentido nas palavras. 
(B) verdades poéticas que costumam contrariar o sentido 
comum, registrado em uma gramática. 
(C) questionamento da constatação de que o bom, 
mesmo, são os adjetivos. 
(D) tentativa de aproximação da linguagem das plantas e 
dos animais. 
(E) propósito de justificar a preferência expressa pelo 
poeta em relação às cousas. 
 
50. (Ovo, nem sempre, Ovo pode estar choco: é 
inquietante...) 
O segmento isolado por parênteses introduz, no poema, 
(A) hipótese que contradiz o conhecimento tradicional 
popular. 
(B) objeção decorrente de uma pressuposição 
sobrevinda. 
(C) verdade inconteste, diante da repetição de um fato 
comum. 
(D) exagero ao constatar a ocorrência de um fato habitual. 
(E) dúvida que se sobrepõe ao que é aceito pelo senso 
comum. 
 
 
 
51. E havia uma gramática... 
O verbo que possui o mesmo tipo de complemento que o 
verbo grifado acima está empregado em: 
(A) João só será definitivo... 
(B) Estão em toda parte. 
(C) E não exigem nada. 
(D) Eu sonho com um poema ... 
(E) As pessoas atrapalham. 
 
 
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às 
questões de números 52 a 56. 
 
TEXTO IX 
 
Escrever sobre as mulheres do Sul não significa 
traçar um perfil único que as identifique e as diferencie das 
outras mulheres do restante do país. No Sul encontramos 
diferentes perfis femininos nos diversos períodos 
históricos: mulheres oriundas de etnias e classes sociais 
várias. 
[...] 
A idealização das mulheres em seus papéis 
familiares é muito semelhante àquelas idealizações 
divulgadas no final do século XVIII e início do século XX 
nos grandes centros europeus. Nas cidades do Sul, 
imagens idealizadas foram frequentes a partir da segunda 
metade do século XIX, durante a formação das elites nos 
centros urbanos. 
O crescimento das áreas urbanas, em meados do 
século XIX, foi impulsionado com a inclusão da região no 
comércio agrário-exportador brasileiro como subsidiária, 
ou seja, como fornecedora de alimentos para o mercado 
interno. Os altos preços do café no mercado externo e a 
destinação da mão de obra escrava para a produção 
cafeeira provocaram o aumento da procura por alimentos 
e a consequente elevação de preços. Esse fato propiciou 
o surgimento de um novo grupo de pessoas mais 
abastadas nos centros urbanos da região Sul. 
Em cada capital do Sul, esses grupos assumiram 
configurações diferentes. [...] 
Num futuro próximo, esses grupos iriam promover 
os jornais responsáveis pela divulgação de modelos de 
comportamento, especialmente para as mulheres. Os 
jornais pareciam veicular um projeto civilizador com 
pretensão de construir novos homens e mulheres, 
divulgando imagens idealizadas para ambos os sexos. [...] 
Embora os jornais sulistas reproduzissem 
estereótipos existentes há séculos, faziam-no em um 
contexto específico, respondendo a uma conjuntura 
determinada, na qual a demonstração de distinção e a 
exposição de um certo verniz social implicavam em 
moldar as mulheres de uma determinada classe. Nas 
 
 
13 - https://www.euvoupassar.com.br 
 
imagens dos jornais das cidades do Sul, e provavelmente 
em outras cidades do restante do país, as mães seriam 
responsáveis pelo progresso e a civilização, pois eram 
consideradas criadoras e educadoras das novas 
gerações. 
 
(Adaptado de: PEDRO, J. M. Mulheres do Sul. In: DEL PRIORE, M. (org.). 
História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2012, p. 278-282) 
 
52. No texto IX, a autora 
(A) alude a dificuldadesde manutenção da sociedade 
conjugal, já durante o século XIX, devido à constante 
ausência da figura masculina, fato que resultava em maior 
liberdade para as mulheres. 
(B) insiste no papel predominante da figura masculina 
como mantenedora de atividades produtivas no Sul do 
país, apesar de inúmeros conflitos, enquanto a mulher 
seria responsável pela harmonia familiar. 
(C) salienta a importância da imprensa em certa época, no 
Sul do país, como incentivadora e divulgadora de modelos 
ideais de comportamento e, principalmente, de uma nova 
imagem da mulher. 
(D) atesta a responsabilidade dos produtores de café, na 
época, em relação ao aumento da desigualdade social, 
como consequência do encarecimento desse produto no 
mercado externo. 
(E) condena os estereótipos que os jornais sulistas há 
séculos reproduziam, ao defenderem que as mulheres só 
podiam alcançar realização pessoal se tivessem muitos 
filhos. 
 
53. Identifica-se, no texto, distinção entre 
(A) as normas de comportamento adotadas por uma 
sociedade já instalada em áreas urbanas desenvolvidas e 
os costumes tradicionais, próprios das áreas rurais. 
(B) as mulheres dedicadas à vida familiar, como se 
propunha costumeiramente nessa época, e outras, 
liberadas, cuidando de seus próprios afazeres. 
(C) o conteúdo publicado em jornais do Sul em relação a 
modelos de comportamento e o que se encontrava nas 
demais publicações existentes no restante do país. 
(D) os grupos sociais mais abastados, principalmente de 
imigrantes, e a população de origem escrava, empregada 
no cultivo do café. 
(E) a economia baseada na exportação, que caracterizou 
algumas regiões brasileiras, e a da região Sul do país, 
voltada para o mercado interno. 
 
54. ... ou seja, como fornecedora de alimentos para o 
mercado interno. 
A relação estabelecida entre os termos constantes do 
segmento sublinhado acima está reproduzida no 
segmento, também sublinhado, em: 
(A) Nas cidades do Sul ... 
(B) ... e a exposição de um certo verniz social ... 
(C) ... implicavam em moldar as mulheres de uma 
determinada classe. 
(D) Nas imagens dos jornais das cidades do Sul ... 
(E) Os altos preços do café no mercado externo ... 
 
55. A idealização das mulheres em seus papéis familiares 
é muito semelhante àquelas idealizações divulgadas no 
final do século XVIII e início do século XX nos grandes 
centros europeus. 
Mantém-se a correção no emprego do sinal indicativo de 
crase se o segmento grifado na frase acima for substituído 
por: 
(A) à uma determinada idealização divulgada. 
(B) à cada uma das idealizações divulgadas. 
(C) à algumas idealizações divulgadas. 
(D) à típica idealização divulgada. 
(E) à qualquer das idealizações divulgadas. 
 
56. O povoamento do Rio Grande do Sul atraiu uma 
população masculina eminentemente nômade. 
A economia do Rio Grande do Sul baseava-se na pecuária 
extensiva. 
A ocorrência de inúmeros conflitos e batalhas propiciava 
a ausência dos homens. 
As mulheres assumiram a direção dos empreendimentos 
familiares. 
As mulheres transpuseram os limites das tarefas definidas 
usualmente para seu sexo. 
 
As frases acima se organizam em um único parágrafo, 
mantendo-se a correção e a clareza, em: 
(A) O povoamento do Rio Grande do Sul, cuja economia 
se baseava na pecuária extensiva, atraiu uma população 
masculina eminentemente nômade. A ocorrência de 
inúmeros conflitos e batalhas também propiciava a 
ausência dos homens. Ao assumir, então, a direção dos 
empreendimentos familiares, as mulheres transpuseram 
os limites das tarefas definidas usualmente para seu sexo. 
(B) Com uma população masculina eminentemente 
nômade, que povoou o Rio Grande do Sul, baseando-se 
na pecuária extensiva, cujas batalhas e conflitos 
propiciaram a ausência dos homens, as mulheres 
assumiram, não obstante, a direção dos 
empreendimentos familiares. Assim, elas transpuseram 
os limites das tarefas definidas usualmente para seu sexo. 
(C) A economia do Rio Grande do Sul baseava-se na 
pecuária extensiva, com um povoamento de população 
masculina eminentemente nômade. Além, ainda, da 
ocorrência de inúmeros conflitos e batalhas. As mulheres 
assumiram, contudo, a direção dos empreendimentos 
 
 
14 - https://www.euvoupassar.com.br 
 
familiares, onde transpuseram os limites das tarefas 
definidas usualmente para seu sexo. 
(D) As mulheres do Rio Grande do Sul, com uma 
população masculina eminentemente nômade e de 
economia baseada na pecuária extensiva, participando, 
além disso, de inúmeros conflitos e batalhas. Elas 
transpuseram assim os limites das tarefas definidas 
usualmente para seu sexo, ao assumir a direção dos 
empreendimentos familiares, com a constante ausência 
dos homens. 
(E) A população masculina, eminentemente nômade, do 
Rio Grande do Sul, onde a economia baseava-se na 
pecuária extensiva, além da ocorrência de inúmeros 
conflitos e batalhas. As mulheres assumiram a direção 
dos empreendimentos familiares, transpondo os limites 
das tarefas definidas usualmente para seu sexo, cuja 
causa foi propiciada pela constante ausência dos homens. 
 
 
Atenção: Para responder às questões de números 57 
a 66, considere o texto abaixo. 
 
TEXTO X 
 
O termo saudade, monopólio sentimental da 
língua portuguesa, geralmente se traduz em alemão pela 
palavra “sehnsucht”. No entanto, as duas palavras têm 
uma história e uma carga sentimental diferentes. A 
saudade é um sentimento geralmente voltado para o 
passado e para os conteúdos perdidos que o passado 
abrigava. Embora M. Rodrigues Lapa, referindo-se ao 
sentimento da saudade nos povos célticos, empregue 
esse termo como “ânsia do infinito”, não é esse o uso mais 
generalizado. Emprega-se a palavra, tanto na linguagem 
corrente como na poesia, principalmente com referência a 
objetos conhecidos e amados, mas que foram levados 
pela voragem do tempo ou afastados pela distância. 
A “sehnsucht” alemã abrange ao contrário tanto o 
passado como o futuro. Quando usada com relação ao 
passado, é mais ou menos equivalente ao termo 
português, sem que, contudo, lhe seja inerente toda a 
escala cromática de valores elaborados durante uma 
longa história de ausências e surgidos em consequência 
do temperamento amoroso e sentimental do português. 
Falta à palavra alemã a riqueza etimológica, o eco múltiplo 
que ainda hoje vibra na palavra portuguesa. 
A expressão “sehnsucht”, todavia, tem a sua 
aplicação principal precisamente para significar aquela 
“ânsia do infinito” que Rodrigues Lapa atribuiu à saudade. 
No uso popular e poético emprega-se o termo com 
frequência para exprimir a aspiração a estados ou objetos 
desconhecidos e apenas pressentidos ou vislumbrados, 
os quais, no entanto, se julgam mais perfeitos que os 
conhecidos e os quais se espera alcançar ou obter no 
futuro. 
Assim, a saudade parece ser, antes de tudo, um 
sentimento do coração envelhecido que relembra os 
tempos idos, ao passo que a “sehnsucht” seria a 
expressão da adolescência que, cheia de esperanças e 
ilusões, vive com o olhar firmado num futuro incerto, mas 
supostamente prometedor. Ambas as palavras têm certa 
equivalência no tocante ao seu sentido intermediário, ou 
seja, à sua ambivalência doce-amarga, ao seu oscilar 
entre a satisfação e a insatisfação. Mas, como algumas de 
suas janelas dão para o futuro, a palavra alemã é 
portadora de um acento menos lânguido e a insatisfação 
nela contida transforma-se com mais facilidade em mola 
de ação. 
 
(Adaptado de: ROSENFELD, Anatol. Doze estudos. São Paulo, Imprensa oficial 
do Estado, 1959, p. 25-27) 
 
57. O texto X 
(A) compara Portugal e Alemanha a partir do estudo da 
tradução de uma palavra alemã para o português, 
concluindo que o povo alemão não é dado a expansões 
de sentimentos. 
(B) desenvolve-se principalmente com base na 
comparação entre asdiferenças e as similaridades 
contidas nos significados das palavras “saudade” e 
“sehnsucht”. 
(C) critica a tendência portuguesa de evocar o passado 
em vez de partir para a ação, costume que se reflete no 
amplo uso, tanto na poesia como no cotidiano, da palavra 
saudade. 
(D) mostra que os sentidos de “saudade” e “sehnsucht” 
são completamente antagônicos, o que impossibilita a 
tradução de “sehnsucht” para o idioma português. 
(E) apresenta semelhanças entre o povo alemão e o 
português a partir do estudo de duas palavras, “saudade” 
e “sehnsucht”, cujos significados são praticamente 
idênticos. 
 
58. Considerando-se as informações apresentadas no 
texto X, depreende-se que a palavra “sehnsucht” NÃO 
assume o sentido de 
(A) obstinação. 
(B) ânsia do infinito. 
(C) aspiração a estados ou objetos desconhecidos. 
(D) esperança. 
(E) ilusão com relação ao futuro. 
 
59. Embora M. Rodrigues Lapa [...] empregue esse termo 
como “ânsia do infinito”... (1º parágrafo) 
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o 
grifado acima está empregado em: 
 
 
15 - https://www.euvoupassar.com.br 
 
(A) ... que Rodrigues Lapa atribuiu à saudade. (3º 
parágrafo) 
(B) ... e para os conteúdos perdidos que o passado 
abrigava. (1º parágrafo) 
(C) ... sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala 
cromática de valores... (2º parágrafo) 
(D) ... que relembra os tempos idos... (4º parágrafo) 
(E) ... ao passo que a “sehnsucht” seria a expressão da 
adolescência... (4º parágrafo) 
 
60. Ambas as palavras têm certa equivalência no tocante 
ao seu sentido intermediário... (último parágrafo) 
Mantendo-se o sentido e a correção gramatical, o 
segmento destacado acima pode ser substituído, sem que 
nenhuma outra alteração seja feita na frase, por: 
(A) quanto à 
(B) com relação a 
(C) já que 
(D) uma vez que 
(E) salvo 
 
61. ... sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala 
cromática de valores... (2º parágrafo) 
... um sentimento do coração envelhecido que relembra 
os tempos idos (4º parágrafo) 
... a insatisfação nela contida transforma-se com mais 
facilidade em mola de ação. (4º parágrafo) 
 
Os elementos destacados acima referem-se, no contexto, 
respectivamente, a: 
(A) “sehnsucht” alemã - tempos idos - mola de ação 
(B) termo português - saudade - palavra alemã 
(C) escala cromática de valores - tempos idos - 
insatisfação 
(D) “sehnsucht” alemã - coração envelhecido - palavra 
alemã 
(E) escala cromática de valores - coração envelhecido -
mola de ação 
 
62. Uma redação alternativa para um segmento do texto, 
em que se mantêm a correção gramatical e a lógica, 
encontra-se em: 
(A) O uso que M. Rodrigues Lapa faz do significado da 
palavra “saudade”, como sendo “ânsia do infinito” quando 
se refere ao sentimento da saudade manifestados nos 
povos célticos, não é o uso mais comum. 
(B) Embora a palavra “sehnsucht” costuma ser usada 
significando “ânsia do infinito”, principalmente, esse era 
exatamente o sentido no qual Rodrigues Lapa considerou 
correto sobre a saudade. 
(C) Popularmente, e também no uso poético esse termo é 
empregado, frequentemente, para exprimir o desejo de 
chegar à estados ou obter objetos desconhecidos que 
apenas se pressente ou se vislumbra. 
(D) A saudade é um sentimento no qual costuma estar 
voltado para o tempo passado e por meio da qual as 
lembranças e os conteúdos perdidos que o passado 
abrigava vem à tona. 
(E) A palavra “saudade” é empregada, na linguagem 
corrente e na poesia, principalmente com referência a 
objetos conhecidos e amados, mas afastados pela 
distância ou consumidos pelo tempo. 
 
63. No entanto, as duas palavras têm uma história e uma 
carga sentimental diferentes. (1º parágrafo) 
O elemento destacado acima introduz, no contexto, uma 
(A) consequência. 
(B) concessão. 
(C) finalidade. 
(D) causa. 
(E) oposição. 
 
64. No uso popular e poético emprega-se o termo com 
frequência para exprimir a aspiração a estados ou objetos 
desconhecidos e apenas pressentidos ou vislumbrados, 
os quais, no entanto, se julgam mais perfeitos que os 
conhecidos e os quais se espera alcançar ou obter no 
futuro. (3º parágrafo) 
 
Os elementos sublinhados acima podem ser substituídos, 
sem prejuízo da clareza e da correção gramatical, 
respectivamente, por: 
(A) que - onde 
(B) que - que 
(C) onde - cujos 
(D) cujos - que 
(E) onde - de que 
 
65. A respeito da pontuação do texto, considere: 
I. Mantendo-se a correção, uma pontuação alternativa 
para um segmento do texto é: A “sehnsucht” alemã 
brange, ao contrário, tanto o passado como o futuro. (2º 
parágrafo) 
II. Sem prejuízo do sentido e da correção, uma vírgula 
pode ser inserida imediatamente após lânguido, no 
segmento ... a palavra alemã é portadora de um acento 
menos lânguido e a insatisfação nela contida transforma-
se com mais facilidade em mola de ação. (final do texto) 
III. Sem prejuízo da coesão textual e do sentido original, o 
segmento ... é um sentimento geralmente voltado para o 
passado... pode ser isolado por vírgulas. (1º parágrafo) 
 
Está correto o que consta APENAS em 
(A) II e III. 
(B) I e III. 
 
 
16 - https://www.euvoupassar.com.br 
 
(C) I e II. 
(D) I. 
(E) II. 
 
66. Ninguém ignora a enorme influência que simples 
palavras ...... na história do pensamento e do sentimento 
dos povos. 
Preenche corretamente a lacuna da frase acima: 
(A) exercem 
(B) a transmitam 
(C) possuíssem 
(D) sejam desempenhadas 
(E) apresentem-se 
 
 
Atenção: Para responder às questões de números 67 
a 70, considere o poema abaixo. 
 
TEXTO XI 
 
“Você não está mais na idade 
de sofrer por essas coisas” 
 
Há então a idade de sofrer 
e a de não sofrer mais 
por essas, essas coisas? 
 
As coisas só deviam acontecer 
para fazer sofrer 
na idade própria de sofrer? 
 
Ou não se devia sofrer 
pelas coisas que causam sofrimento 
pois vieram fora de hora, e a hora é calma? 
 
E se não estou mais na idade de sofrer 
é porque estou morto, e morto 
é a idade de não sentir as coisas, essas coisas? 
 
(ANDRADE, Carlos Drummond de. Essas coisas. As 
impurezas do branco. Rio de Janeiro: José Olympio, 
3. ed., 1976, p.30) 
 
67. Infere-se corretamente do poema que 
(A) a alegria é maior nas horas calmas da vida. 
(B) na vida há uma idade apropriada para sofrer por certas 
coisas. 
(C) quando se é jovem, o sofrimento deve ser evitado. 
(D) a ausência de sofrimento só é possível na morte. 
(E) o sofrimento é mais comum na velhice do que na 
juventude. 
 
68. Considerando-se que elipse é a supressão de um 
termo que pode ser subentendido pelo contexto 
linguístico, pode-se identificá-la no verso: 
(A) As coisas só deviam acontecer 
(B) Ou não se devia sofrer 
(C) e a de não sofrer mais 
(D) é a idade de não sentir as coisas, essas coisas? 
(E) Você não está mais na idade 
 
69. é porque estou morto 
O elemento sublinhado acima também pode ser 
corretamente empregado na lacuna da frase: 
(A) Não entendi o ...... da sua atitude na reunião. 
(B) Percebi logo ...... ele demorou para chegar. 
(C) ...... você não confia nas suas ideias? 
(D) Esclareça o ...... da necessidade desse procedimento. 
(E) Os jovens às vezes erram ...... são muito ansiosos. 
 
70. pois vieram fora de hora, e a hora é calma? 
Considerando-se o contexto, o elemento sublinhado 
acima pode ser substituído, sem prejuízo do sentido e da 
lógica, por: 
(A) visto que 
(B) portanto 
(C) porém 
(D) então 
(E) desse modo 
 
 
Atenção: Leia a notícia que segue para responder à 
questão de número 71. 
 
TEXTO XII 
 
 A Universidade Jiujiang, da província chinesa de 
Jiangxi, realizou a primeira aula dada por uma professora 
robô do país. 
Xiaomei, como é chamada a professora robô, 
organizou sua primeira aula em uma apresentação de 
PowerPoint* e,enquanto ensinava a lição, gesticulava 
com seus braços articulados e se deslocava pela sala. 
A robô, projetada por uma equipe de pesquisa da 
universidade, é capaz não só de ensinar as lições para as 
quais foi programada, mas também de estabelecer 
interações simples com os estudantes que formam sua 
audiência. 
 
(Disponível em: htttp://exame.abril.com.br/tecnologia/ noticias/universidade-
chinesa-realiza-1a-aula-ministrada-por-umrobo. Acesso em: 04.06.2015) 
 
* PowerPoint: programa de computador que permite a criação de 
materiais que podem ser apresentados por meio de um projetor. 
 
 
 
17 - https://www.euvoupassar.com.br 
 
71. O assunto central da notícia diz respeito ao fato de ter 
sido a primeira vez que 
(A) os chineses aprimoram seus robôs, com o acréscimo 
de programas de computador a uma professora robô, 
possibilitando-lhe travar diálogos complexos com 
humanos. 
(B) pesquisadores chineses programam um robô capaz 
de se deslocar e efetuar interações simples com o meio, 
como demonstrado na sala de aula da Universidade 
Jiujiang. 
(C) as aulas da Universidade Jiujiang, da província 
chinesa de Jiangxi, passam a ser integralmente dadas por 
um robô, que explica o conteúdo com o uso de 
PowerPoint. 
(D) pesquisadores chineses obtêm sucesso na criação de 
um robô articulado, o qual foi apresentado ao público 
durante uma aula dada por uma professora-robô. 
(E) uma aula é ministrada na China por uma professora 
robô, capaz de ensinar, movimentar-se e interagir, ainda 
que de maneira simples, com seus alunos. 
 
72. A frase escrita corretamente, no que se refere ao 
emprego dos sinais de pontuação, é: 
(A) A aula de Xiaomei a professora robô, foi organizada a 
partir de um programa de computador chamado 
PowerPoint e apresentada, aos alunos da Universidade 
Jiujiang. 
(B) A Universidade Jiujiang fica na província chinesa de 
Jiangxi; e foi lá que ocorreu a aula dada por uma 
professora robô, Xiaomei. 
(C) Xiaomei a professora-robô, gesticulava com seus 
braços articulados e se deslocava pela sala. Enquanto 
ensinava a lição. 
(D) Projetada por uma equipe de pesquisa da 
universidade; a robô Xiaomei é capaz de ensinar as lições 
para as quais foi programada, além de deslocar-se pela 
sala. 
(E) A robô (Xiaomei) é capaz também, de estabelecer 
interações simples com os estudantes que formam sua 
audiência. 
 
73. Está redigida corretamente, quanto à ortografia e à 
acentuação gráfica, a frase: 
(A) A louza tradicional foi substituída por uma exposição 
em PowerPoint na aula que teve como expectadores uma 
equipe de insignes cientistas chineses. 
(B) O intuito da aula de Xiaomei consistiu em exibir as 
habilidades da robô, que, além de dispor de um notável 
repertório de informações, traz funções de interação. 
(C) O evento ocorrido na Universidade Jiujiang deve 
sucitar não apenas a curiosidade dos sinólogos, 
estudiosos da cultura chinesa, mas do publico de um 
modo geral. 
(D) Xiaomei concluiu sua aula de maneira exitosa e os 
cientistas julgaram que a robô não teve um mal 
desempenho, embora ainda existam alguns ítens a ser 
aprimorados. 
(E) O juri de cientistas que examinaram a atuação de 
Xiaomei era restrito, mas, graças às redes sociais, a 
notícia da robô se extendeu rapidamente pelo mundo 
todo. 
 
 
Atenção: A questão de número 74 refere-se à tira 
abaixo. 
 
TEXTO XIII 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
(André Dahmer, Folha de S.Paulo, 31.12.2014) 
 
74. É correto afirmar que o efeito cômico da tira está 
associado à 
(A) quebra da expectativa que a fala do palestrante no 
último quadrinho produz com relação ao que ele afirma 
anteriormente. 
(B) descrição do modo como o trabalho dentro da 
empresa foi sendo paulatinamente otimizado com a 
contribuição da mobilidade tecnológica. 
(C) ausência de expressões temporais, o que faz com que 
a fala do palestrante adquira um tom de provérbio, 
equivalendo a uma verdade universal. 
 
 
18 - https://www.euvoupassar.com.br 
 
(D) maneira pessimista com que o progresso tecnológico 
é representado, como se este tivesse tornado as pessoas 
mais ociosas. 
(E) sugestão, na fala do palestrante, de que a mobilidade 
tecnológica não alterou o comportamento das pessoas 
com relação ao trabalho. 
 
75. Há ocorrência de verbos na voz passiva na seguinte 
frase: 
(A) Antigamente, os empregadores solicitavam aos 
funcionários que se empenhassem em concluir suas 
tarefas dentro da empresa. 
(B) Antigamente, os trabalhadores detinham-se em suas 
tarefas em um horário fixo e só deveriam operar dentro da 
empresa. 
(C) Antigamente, os trabalhadores dedicavam-se às suas 
tarefas somente enquanto estavam dentro da empresa, e 
não fora dela. 
(D) Antigamente, perdiam-se horas dentro da empresa, 
visto que o trabalho não podia ser feito em outro ambiente. 
(E) Antigamente, operar fora da empresa era incomum e 
os trabalhadores orgulhavam-se de concluir seu trabalho 
em um horário fixo. 
 
 
Atenção: As questões de números 76 a 78 referem-se 
à entrevista que segue. 
 
TEXTO XIV 
Zygmunt Bauman: “Vivemos o fim do futuro” 
 
Em 1963, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman 
foi censurado e afastado da Universidade de Varsóvia por 
causa de suas ideias, tidas como subversivas no 
comunismo. Hoje, aos 88 anos, é considerado um dos 
pensadores mais eminentes do declínio da civilização. 
Nesta entrevista, ele fala sobre como a vida mudou nos 
últimos 20 anos. 
 
ÉPOCA – De acordo com sua análise, as pessoas vivem 
um senso de desorientação. Perdemos a fé em nós 
mesmos? 
 
Zygmunt Bauman – Durante toda a era moderna, nossos 
ancestrais viveram voltados para o futuro. Eles avaliavam 
a virtude de suas realizações pelo modelo da sociedade 
que queriam estabelecer. A visão do futuro guiava o 
presente. Nossos contemporâneos vivem sem esse 
futuro. Estamos mais descuidados, ignorantes e 
negligentes quanto ao que virá. 
 
ÉPOCA – Os jovens podem mudar e salvar o mundo? Ou 
nem os jovens podem fazer algo para alterar a história? 
Bauman – Sou tudo, menos desesperançoso. Confio que 
os jovens possam consertar o estrago que os mais velhos 
fizeram. Mas, para isso, precisam recuperar a consciência 
da responsabilidade compartilhada para o futuro do 
planeta e seus habitantes. Também precisam trocar o 
mundo virtual pelo real. 
 
(Adaptado de: GIRON, Luís Antônio. In: Época. São Paulo, Globo, 19.02.2014) 
 
76. Zygmunt Bauman expressa a opinião de que 
(A) o declínio da sociedade atual é resultado da postura 
negligente que os jovens têm com relação ao 
fortalecimento de ideias comunistas. 
(B) o futuro do planeta depende de um diálogo mais 
saudável entre os jovens e os mais velhos, o qual não 
deve prescindir da interação virtual. 
(C) os jovens poderão alterar positivamente o curso da 
história, com a condição de passarem a se dedicar às 
relações da vida real. 
(D) o planeta e seus habitantes estão ameaçados, pois 
não há como esperar que os jovens desenvolvam uma 
postura responsável quanto ao seu futuro. 
(E) os jovens têm se mostrado tão negligentes com o 
futuro quanto seus ancestrais, e isso fará recrudescer o 
declínio da civilização. 
 
77. Considere a seguinte passagem do texto: 
 ... nossos ancestrais viveram voltados para o futuro. Eles 
avaliavam a virtude de suas realizações pelo modelo da 
sociedade que queriam estabelecer. A visão do futuro 
guiava o presente. 
Essa passagem está corretamente reescrita, 
preservando-se o sentido e as relações sintáticas e 
coesivas, em: 
(A) ... nossos ancestrais viveram voltados para o futuro, 
ao avaliar a virtude de suas realizações pelo modelo da 
sociedade que queriam estabelecer. Caso a visão do 
futuro guiasse o presente. 
(B) ... nossos ancestrais viveram voltados para o futuro, à 
medida

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