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1 - https://www.euvoupassar.com.br Adeildo Júnior – Língua Portuguesa Resolução de Questões – Traçando o Perfil da Banca – Fundação Carlos Chagas Atenção: O texto abaixo refere-se às questões de números 1 a 9. TEXTO I Na margem esquerda do rio Amazonas, entre Manaus e Itacoatiara, foram encontrados vestígios de inúmeros sítios indígenas pré-históricos. O que muitos de nós não sabemos é que ainda existem regiões ocultas situadas no interior da Amazônia e um povo, também desconhecido, que teria vivido por aquelas paragens, ainda hoje não totalmente desbravadas. Em 1870, o explorador João Barbosa Rodrigues descobriu uma grande necrópole indígena contendo vasta gama de peças em cerâmica de incrível perfeição; teria sido construída por uma civilização até então desconhecida em nosso país. Utilizando a língua dos índios da região, ele denominou o sítio de Miracanguera. A atenção do pesquisador foi atraída primeiramente por uma vasilha de cerâmica, propriedade de um viajante. Este informante disse tê-la adquirido de um mestiço, residente na Vila do Serpa (atual Itacoatiara), que dispunha de diversas peças, as quais teria recolhido na Várzea de Matari. Barbosa Rodrigues suspeitou que poderia se tratar de um sítio arqueológico de uma cultura totalmente diferente das já identificadas na Amazônia. Em seu interior as vasilhas continham ossos calcinados, demonstrando que a maioria dos mortos tinham sido incinerados. De fato, a maior parte dos despojos dos miracangueras era composta de cinzas. Além das vasilhas mortuárias, o pesquisador encontrou diversas tigelas e pratos utilitários, todos de formas elegantes e cobertos por uma fina camada de barro branco, que os arqueólogos denominam de “engobe”, tão perfeito que dava ao conjunto a aparência de porcelana. Uma parte das vasilhas apresentava curiosas decorações e pinturas em preto e vermelho. Outro detalhe que surpreendeu o pesquisador foi a variedade de formas existentes nos sítios onde escavou, destacando-se certas vasilhas em forma de taças de pés altos, as quais lembram congêneres da Grécia Clássica. Havia peças mais elaboradas, certamente para pessoas de posição elevada dentro do grupo. A cerâmica do sítio de Miracanguera recebia um banho de tabatinga (tipo de argila com material orgânico) e eventualmente uma pintura com motivos geométricos, além da decoração plástica que destacava detalhes específicos, tais como seres humanos sentados e com as pernas representadas. João Barbosa Rodrigues faleceu em 1909. Em 1925, o famoso antropólogo Kurt Nimuendaju tentou encontrar Miracanguera, mas a ilha já tinha sido tragada pelas águas do rio Amazonas. Arqueólogos americanos também vasculharam áreas arqueológicas da Amazônia, inclusive no Equador, Peru e Guiana Francesa, no final dos anos de 1940. Como não conseguiram achar Miracanguera, “decidiram” que a descoberta do brasileiro tinha sido “apenas uma subtradição de agricultores andinos”. Porém, nos anos de 1960, outro americano lançou nova interpretação para aquela cultura, concluindo que o grupo indígena dos miracangueras não era originário da região, como já dizia Barbosa Rodrigues. Trata-se de um mistério relativo a uma civilização perdida que talvez não seja solucionado nas próximas décadas. Em pleno século 21, a cultura miracanguera continua oficialmente “inexistente” para as autoridades culturais do Brasil e do mundo. (Adaptado de: Museu Nacional do Rio de Janeiro. Disponível em: https://saemuseunacional.wordpress.com. SILVA, Carlos Augusto da. A dinâmica do uso da terra nos locais onde há sítios arqueológicos: o caso da comunidade Cai N’água, Maniquiri-AM / (Dissertação de Mestrado) – UFAM, 2010) 1. De acordo com o texto I, (A) o fato de se ter perdido o contato com os índios Miracanguera não diminui sua importância para o desenvolvimento da arte cerâmica entre os povos da região amazônica. (B) os índios Miracanguera, identificados por Nimuendaju no início do século XX, seriam nômades, como prova a cerâmica indígena procedente desse povo, encontrada às margens do rio Amazonas, na ilha que lhes empresta o nome. (C) é perceptível a influência grega na cerâmica Miracanguera, o que não impediu que ainda hoje seja considerada uma derivação da arte praticada por agricultores andinos, que, por serem nômades, teriam descido à planície amazônica. (D) peças de cerâmica indígena, encontradas junto ao rio Amazonas, no sítio que posteriormente se denominou Miracanguera, indicam que ali teria se desenvolvido uma cultura diversa das hoje existentes na região, ora desaparecida. (E) a decisão arbitrária de que os miracangueras não guardavam originalidade enquanto povo parte do fato de que sua cultura não demonstra traços distintivos em relação aos povos que habitavam regiões como a Guiana e o Equador. 2 - https://www.euvoupassar.com.br 2. Encontra-se o mesmo tipo de complemento que o sublinhado no segmento Arqueólogos americanos também vasculharam áreas arqueológicas da Amazônia... (5º parágrafo) em: (A) Uma parte das vasilhas apresentava curiosas decorações e pinturas em preto e vermelho. (B) ... que dispunha de diversas peças... (C) ... ainda existem regiões ocultas situadas no interior da Amazônia... (D) João Barbosa Rodrigues faleceu em 1909. (E) ...a cultura miracanguera continua oficialmente “inexistente”... 3. A flexão do verbo em negrito deve-se ao termo sublinhado em: (A) ...a descoberta do brasileiro tinha sido “apenas "uma subtração... (B) Outro detalhe que surpreendeu o pesquisador foi a variedade... (C) ...além da decoração plástica que destacava detalhes específicos... (D) ... Barbosa Rodrigues suspeitou que poderia se tratar de um sítio arqueológico... (E) A atenção do pesquisador foi atraída primeiramente por uma vasilha... 4. Atente para as frases abaixo. I. No segmento ...tabatinga (tipo de argila com material orgânico)... (4º parágrafo), os parênteses poderiam ser substituídos por travessões, por isolarem uma explicação do termo imediatamente anterior. II. No segmento ... destacando-se certas vasilhas em forma de taças de pés altos, as quais lembram congêneres da Grécia Clássica (3º parágrafo), os verbos sublinhados possuem o mesmo sujeito. III. No segmento ... além da decoração plástica que destacava detalhes específicos... (4º parágrafo) pode-se acrescentar uma vírgula imediatamente após o termo "plástica", mantendo-se a correção e o sentido originais. Está correto APENAS o que se afirma em: (A) III. (B) I e III. (C) II e III. (D) I e II. (E) I. 5. Mantendo-se o sentido original, na frase Como não conseguiram achar Miracanguera... (5º parágrafo), o elemento sublinhado pode ser corretamente substituído por: (A) Por mais que (B) Conforme (C) Ainda que (D) De modo que (E) Uma vez que 6. Caso o segmento Arqueólogos americanos também vasculharam áreas arqueológicas da Amazônia... seja transposto para a voz passiva, a forma verbal resultante será: (A) tinham vasculhado (B) foram vasculhadas (C) vasculhavam-se (D) eram vasculhadas (E) foram vasculhando 7. A forma verbal que pode ser flexionada indiferentemente no singular e no plural encontra-se em: (A) ... as quais lembram congêneres da Grécia Clássica. (B) Havia peças mais elaboradas, certamente para pessoas de posição mais elevada... (C) ...o grupo indígena dos miracangueras não era originário da região... (D) ...a variedade de formas existentes nos sítios onde escavou... (E) De fato, a maior parte dos despojos dos miracangueras era composta de cinzas. 8. Este informante disse tê-la adquirido de um mestiço... Ao desenvolver a oração reduzida presente no segmento acima, tem-se: (A) Esteinformante disse que a tinha adquirido de um mestiço... (B) Este informante a disse ter adquirido de um mestiço... (C) Este informante disse como ela fora adquirida de um mestiço... (D) Este informante a disse quando tinha adquirido de um mestiço... (E) Este informante disse que a tivesse adquirido de um mestiço... 9. ... que os arqueólogos denominam de “engobe”... (3º parágrafo)... onde escavou, destacando-se certas vasilhas... (3º parágrafo)... que dispunha de diversas peças... (2º parágrafo) Os pronomes sublinhados nas frases acima referem-se, respectivamente, a: (A) formas elegantes - formas - Vila do Serpa (B) fina camada de barro branco - sítios - mestiço (C) tigelas e pratos utilitários - sítios - mestiço (D) tigelas e pratos utilitários - sítios - Vila do Serpa (E) fina camada de barro branco - formas - mestiço Atenção: O texto abaixo refere-se às questões de números 10 a 19. TEXTO II O primeiro... problema que as árvores parecem propor-nos é o de nos conformarmos com a sua mudez. Desejaríamos que falassem, como falam os animais, 3 - https://www.euvoupassar.com.br como falamos nós mesmos. Entretanto, elas e as pedras reservam-se o privilégio do silêncio, num mundo em que todos os seres têm pressa de se desnudar. Fiéis a si mesmas, decididas a guardar um silêncio que não está à mercê dos botânicos, procuram as árvores ignorar tudo de uma composição social que talvez se lhes afigure monstruosamente indiscreta, fundada que está na linguagem articulada, no jogo de transmissão do mais íntimo pelo mais coletivo. Grave e solitário, o tronco vive num estado de impermeabilidade ao som, a que os humanos só atingem por alguns instantes e através da tragédia clássica. Não logramos comovê-lo, comunicar-lhe nossa intemperança. Então, incapazes de trazê-lo à nossa domesticidade, consideramo-lo um elemento da paisagem, e pintamo-lo. Ele pende, lápis ou óleo, de nossa parede, mas esse artifício não nos ilude, não incorpora a árvore à atmosfera de nossos cuidados. O fumo dos cigarros, subindo até o quadro, parece vagamente aborrecê-la, e certas árvores de Van Gogh, na sua crispação, têm algo de protesto. De resto, o homem vai renunciando a esse processo de captura da árvore através da arte. Uma revista de vanguarda reúne algumas dessas representações, desde uma tapeçaria persa do século IV, onde aparece a palmeira heráldica, até Chirico, o criador da árvore genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título: Decadência da Árvore. Vemos através desse documentário que num Claude Lorrain da Pinacoteca de Munique, Paisagem com Caça, a árvore colossal domina todo o quadro, e a confusão de homens, cães e animal acuado constitui um incidente mínimo, decorativo. Já em Picasso a árvore se torna raríssima, e a aventura humana seduz mais o pintor do que o fundo natural em que ela se desenvolve. O que será talvez um traço da arte moderna, assinalado por Apollinaire, ao escrever: "Os pintores, se ainda observam a natureza, já não a imitam, evitando cuidadosamente a reprodução de cenas naturais observadas ou reconstituídas pelo estudo... Se o fim da pintura continua a ser, como sempre foi, o prazer dos olhos, hoje pedimos ao amador que procure tirar dela um prazer diferente do proporcionado pelo espetáculo das coisas naturais". Renunciamos assim às árvores, ou nos permitimos fabricá-las à feição dos nossos sonhos, que elas, polidamente, se permitem ignorar. (Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. "A árvore e o homem", em Passeios na Ilha, Rio de Janeiro: José Olympio, 1975, p. 7-8) 10. Depreende-se do texto II: (A) a pintura, como forma artística, se torna mais eficaz do que as iniciais tentativas de comunicação, haja vista quadros como os do pintor Van Gogh, em que a natureza parece falar. (B) o mutismo das árvores é rompido pouco a pouco com o recurso da arte, uma característica humana que nos põe em contato com a natureza. (C) o silêncio das árvores contrasta com a ânsia humana por estabelecer elos de comunicação, a ponto de a arte paulatinamente renunciar à simples imitação da natureza. (D) a diferente abordagem de um e outro pintor faz com que uns consigam estabelecer efetiva comunicação com a natureza, e outros não, como é o caso de Picasso. (E) a pintura, bidimensional, não recupera o volume nem as demais características essenciais da natureza, resultando em quadros que recorrem à exageração, como árvores colossais. 11. No segmento ...hoje pedimos ao amador que procure tirar dela um prazer diferente..., a oração sublinhada complementa o sentido de um (A) substantivo, e pode ser substituída por um verbo. (B) verbo, e pode ser substituída por outro verbo. (C) substantivo, e pode ser substituída por um adjetivo. (D) verbo, e pode ser substituída por um substantivo. (E) verbo, e pode ser substituída por um adjetivo. 12. Uma redação alternativa para a frase Os pintores, se ainda observam a natureza, já não a imitam, evitando cuidadosamente a reprodução de cenas naturais..., em que e mantém a correção e, em linhas gerais, o sentido, encontra-se em: (A) Muito embora os pintores ainda a observem, não mais imitam a natureza, de maneira que se acautelam da reprodução de cenas naturais... (B) Os pintores, quando observam a natureza, não mais a imitam, de modo a resguardar-se cuidadosamente para a reprodução de cenas naturais... (C) Embora ainda a observem, os pintores já não imitam a natureza, nem evitam a reprodução cuidadosa de cenas naturais... (D) Se a natureza é observada pelos pintores, não é por eles imitada, uma vez que ela se furta cuidadosamente à reprodução de suas cenas... (E) Tendo observado a natureza, os pintores já não a imitam, por mais que evitem cuidadosamente a reprodução de cenas naturais... 13. Na frase Desejaríamos que falassem, como falam os animais..., caso o verbo em negrito assuma o mesmo tempo e modo que o sublinhado, teremos as seguintes formas verbais no segmento inicial: (A) Desejam que falassem (B) Desejamos que falem (C) Desejemos que falam 4 - https://www.euvoupassar.com.br (D) Desejam que falem (E) Desejamos que falassem 14. Identifica-se um efeito e sua causa, respectivamente, nos segmentos: (A) decididas a guardar um silêncio que não está à mercê dos botânicos // procuram as árvores ignorar tudo (1º parágrafo) (B) Renunciamos assim às árvores // ou nos permitimos fabricá-las (4º parágrafo) (C) que talvez se lhes afigure monstruosamente indiscreta // fundada que está na linguagem articulada (1º parágrafo) (D) incapazes de trazê-lo à nossa domesticidade // consideramo-lo um elemento da paisagem (2º parágrafo) (E) a aventura humana seduz mais o pintor // do que o fundo natural em que ela se desenvolve (3º parágrafo) 15. Atente para as frases abaixo sobre a pontuação do texto. I. No segmento ...genealógica do sonho, e dá a tudo isso o título... (3º parágrafo), a vírgula pode ser corretamente suprimida, uma vez que é seguida da conjunção aditiva "e". II. No segmento ...nossa intemperança. Então, incapazes de trazê-lo... (2º parágrafo), o ponto final pode ser corretamente substituído por ponto e vírgula, feita a alteração entre maiúscula e minúscula. III. No segmento ...seduz mais o pintor do que o fundo natural... (3º parágrafo), o acréscimo de uma vírgula imediatamente após "pintor" acarretaria a separação equivocada do verbo e seu complemento. Está correto o que se afirma APENAS em (A) I e II. (B) III. (C) II. (D) II e III. (E) I. 16. O sinal indicativo de crase pode ser corretamente suprimido em: (A) ...nos permitimos fabricá-las à feição dos nossos sonhos... (B) ...não está à mercê dos botânicos...(C) ...não incorpora a árvore à atmosfera de nossos cuidados... (D) ...incapazes de trazê-lo à nossa domesticidade... (E) Renunciamos assim às árvores... 17. Desempenha a mesma função que o segmento através da tragédia clássica (2º parágrafo), o que está sublinhado em: (A) ...certas árvores de Van Gogh, na sua crispação, têm algo de protesto. (B) ...e dá a tudo isso o título... (C) O que será talvez um traço da arte moderna... (D) Ele pende, lápis ou óleo, de nossa parede... (E) ...o homem vai renunciando a esse processo de captura da árvore... 18. Mantendo-se o sentido, o trecho sublinhado em Não logramos comovê-lo, comunicar-lhe nossa intemperança pode ser substituído por: (A) nossa ousadia. (B) nossa intempérie. (C) nosso infortúnio. (D) nossa falta de tempo. (E) nosso descomedimento. 19. O elemento em destaque está empregado corretamente em: (A) As obras de arte de que se tenta retratar a natureza, emprestam-lhe voz humana. (B) A árvore é símbolo recorrente com que fazemos uso para falar de meio ambiente. (C) A natureza, por cuja preservação lutamos, nega-se, no entanto, a ser domesticada. (D) Natureza e arte não são elementos estanques, esta faz a que melhor compreendamos aquela. (E) Cada vez mais o mundo tecnológico nos afasta da natureza em que fazemos parte. Atenção: As questões de números 20 a 27 referem-se ao texto que segue. TEXTO III O fim dos álbuns de fotografias Quando me pergunto o que deverá desaparecer nos próximos anos, por conta dos avanços tecnológicos que mudam ou suprimem hábitos e valores tradicionais, incluo os álbuns de fotografias. Na verdade, são as fotografias mesmas, aquelas reveladas em papel, que estão desaparecendo para dar lugar às imagens arquivadas num celular ou num computador. Não é mais o tempo que as torna apagadas ou amareladas; é o nosso súbito desinteresse que as remove de vez ao toque de um “delete”. Nem pensar em armazená-las naqueles álbuns de capa dura e folhas de papelão, alguns encadernados em pano, álbuns de família, que se acumulavam em baús ou velhos armários. São monumentos remotos, de um tempo em que a memória ia longe, chegava aos avós e os bisavós. Pergunto-me se não é a qualidade mesma da nossa memória, do nosso interesse pelas recordações, se não é o valor mesmo da memória que está mudando de 5 - https://www.euvoupassar.com.br forma radical. Parece estar havendo um crescente desprestígio de tudo o que se refere ao passado, ainda quando esse passado seja recente. Com isso, o tempo se reduz ao instante que está passando e ao aguardado amanhã, do qual se exigem novas revelações, novos milagres. Um álbum de fotografias, nessa velocidade, é um objeto de museu, testemunha de tempos mais ingênuos e de imagens paralisadas. Enquanto não morrem de vez, ainda me detenho em alguns desses álbuns. Quase sempre são de gosto duvidoso, com capas pretensiosas, ilustradas com flores coloridas, gatinhos meigos, paisagens poéticas e outros mimos. Dentro deles surpreendo a vida que já foi, os olhares que nos apanham em nossa vez de ser modernos. Aí me ocorre que nossas imagens não irão parar em álbuns caprichosos, talvez nem mesmo em arquivos digitais: não estarão em lugar nenhum. É o preço que se paga pelo desapego à memória. (Vitório Damásio, inédito) 20. O autor estabelece uma relação de causa e efeito entre (A) o desprestígio por que momentaneamente passam os álbuns de fotografias e o mau gosto das capas que passaram a ostentar. (B) a perda da memória familiar, entre os que se iludem com o avanço tecnológico, e a possibilidade da restauração de hábitos outrora prestigiados. (C) a nova tecnologia aplicada ao arquivamento de imagens e o crescente desinteresse pela revelação de fotos e por sua conservação em álbuns próprios. (D) o preço que se deve pagar pelo desapego à memória e o hábito, arraigado entre nós, de conservar em álbuns as velhas fotografias de família. (E) o desprestígio que vêm atingindo as lembranças do passado recente e a revalorização das lembranças registradas num tempo mais remoto. 21. Atente para as seguintes afirmações: I. No 1º parágrafo, estabelece-se uma clara oposição entre as expressões imagens arquivadas num celular ou num computador e as imagens nos álbuns que se acumulavam em baús ou velhos armários, evidenciando- se assim uma significativa mudança de hábitos. II. No 2º parágrafo, ao se valer da expressão um objeto de museu, o autor mostra que é aceitável e justa a depreciação crescente dos álbuns de fotografias, uma vez que se trata de registros familiares, sem interesse público. III. No 3º parágrafo, a expressão em nossa vez de ser modernos acusa, com alguma ironia, o fato de que também o nosso momento é passageiro, que não podemos alimentar a pretensão de estarmos sempre no mesmo passo em que ocorrem as novidades. Em relação ao texto está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) I e II. (C) II. (D) III. (E) I e III. 22. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em: (A) por conta dos avanços tecnológicos (1º parágrafo) = a despeito dos progressos da ciência. (B) para dar lugar às imagens arquivadas (1º parágrafo) = para ocupar o espaço de fotos classificadas. (C) um crescente desprestígio (2º parágrafo) = uma resistente desagregação. (D) testemunha de tempos mais ingênuos (2º parágrafo) = que assistiu a épocas mais simples. (E) não irão parar em álbuns caprichosos (3º parágrafo) = não deterão arquivos presunçosos. 23. Na frase É o preço que se paga pelo desapego à memória, que finaliza o texto, a expressão sublinhada está se referindo ao fato de que (A) é custoso desviar nossa atenção das velhas fotografias e dos velhos álbuns. (B) as imagens de nós mesmos talvez não sejam preservadas de forma alguma. (C) os velhos álbuns são testemunhos do mau gosto de uma época. (D) costumam ser enganosas as imagens guardadas em álbuns. (E) os registros em arquivos de papel estão longe de ser confiáveis. 24. Está inteiramente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto: (A) Os álbuns de família, que para muita gente parece apenas uma relíquia inútil, estariam condenados à desaparecer, em função de seu descrédito em nome da tecnologia. (B) Ser negligente com nossa memória, tal como parece estar ocorrendo em nossos dias, implica negligenciar o próprio sentido da nossa história, a própria formação da nossa identidade. (C) Os instantâneos obtidos por celulares, ao contrário dos antigos álbuns fotográficos, dispensam de serem revelados, ao passo que nestes ainda exigem um papel especial. D) Se continuarmos a desleichar com nossa documentação através de fotografias, haverá de chegarmos ao momento onde nenhuma memória de nós resistirá ao tempo. 6 - https://www.euvoupassar.com.br (E) O fraglante de uma cena familiar pode ser precioso, ao documentar um momento cuja lembrança ninguém poderá se esquecer, eternizando para sempre uma situação especial. 25. As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na seguinte frase: (A) Já quase não se coleciona em álbum, em função das técnicas digitais, as fotografias familiares que tanto contavam de nossa história. (B) Para muita gente já não são mais necessários conservar os velhos álbuns de fotografias, substituídos que foram pelos arquivos digitais. (C) Aquelas velhas fotos não convêm ninguém desprezar, estão sendo cada vez mais raras, e algum dia acabará por converter-se num precioso documento. (D) Uma sucessão de fotos pode ilustrar um segmento importante de uma história familiar, à qual pertenceram aqueles velhos rostos e expressões.(E) A todas as pessoas deveriam caber, em respeito aos que as antecederam, conservar as imagens de outro tempo, de outros hábitos. 26. Os tempos e modos verbais encontram-se adequadamente articulados na frase: (A) Se alguém me perguntasse a respeito da necessidade de se preservar em álbuns as fotos familiares, não hesitarei em lhe dizer que eu alimentasse grande simpatia por esse hábito. (B) A cada vez que alguém me perguntar se estou entusiasmado com as novas técnicas digitais, eu teria dito que não, que tenho preferência pelas velhas fotos em papel. (C) Quando eu me punha a examinar os velhos álbuns de fotografia, era tomado por uma grande nostalgia, e passava a reconstituir histórias até então esquecidas. (D) Caso todos prefiram aderir aos arquivos de computador, as velhas fotografias teriam sido relegadas a um cruel desaparecimento. (E) Talvez ainda venha a ocorrer a revalorização das velhas fotografias, caso as pessoas percebessem que estas contam uma história preciosa. 27. Transpondo-se para a voz passiva a forma verbal sublinhada na frase Dentro deles surpreendo a vida que já foi, obtém-se a expressão (A) tenho surpreendido. (B) fora surpreendida. (C) estou surpreendendo. (D) será surpreendida. (E) é surpreendida. Atenção: As questões de números 28 a 34 referem-se ao texto que segue. TEXTO IV Lições dos museus Os museus, ao contrário do que se imagina, são uma invenção moderna: nasceram durante a Revolução Francesa, no final do século XVIII. Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres e se serviram de bens, mobiliário e objetos de arte. O quebra- quebra era um jeito de decretar que acabara o tempo dos privilégios. A Assembleia Nacional debateu durante meses para chegar à conclusão de que os restos do luxo dos aristocratas deviam ser considerados patrimônio da nação. Seriam, portanto, reunidos e instalados em museus que todos visitariam, preservando agradavelmente a lembrança de tempos anteriores. A questão em debate era a seguinte: será que fazia sentido preservar o passado, uma vez que estava começando uma nova era em que os indivíduos não mais seriam julgados por sua origem, mas por sua capacidade e potencialidades pessoais? Não seria lógico destruir os vestígios de épocas injustas para começar tudo do zero? Prevaleceu o partido segundo o qual era bom conservar os restos do passado iníquo e transformá-los em memórias coletivas. Dessa escolha nasceram os museus e, logo depois, a decisão de preservar os monumentos históricos. Na mesma época, na Europa inteira, ganhou força o interesse pela História. A justificativa seria: lembrar para não repetir. Não deu muito certo, ao que tudo indica, pois nunca paramos de repetir o pior. No fundo, não queremos que o passado decida nosso destino: o que nos importa, em princípio, é sempre o futuro. (Adaptado de: CALLIGARIS, Contardo. Terra de ninguém. São Paulo: Publifolha, 2004, p. 330-331) 28. Os museus nasceram durante a Revolução Francesa e foram criados depois de debates da Assembleia Nacional, findos os quais se concluiu que (A) a guarda dos bens da aristocracia deveria caber provisoriamente ao Estado, que decidiria o futuro do que pertencia aos antigos aristocratas. (B) os bens dos antigos aristocratas deveriam ser mantidos como um patrimônio coletivo, prestando-se à conservação da memória histórica. (C) a destruição de todos os vestígios da antiga nobreza era necessária para a preservação das liberdades conquistadas pelos revolucionários. 7 - https://www.euvoupassar.com.br (D) o futuro, embora se anunciasse melhor do que o passado, deveria ser alimentado pela memória dos privilégios de que os nobres eram merecedores. (E) o passado, apesar das amplas lições que pode inspirar em tempos futuros, só deve ser preservado quando documenta os feitos dos cidadãos comuns. 29. Atente para as seguintes afirmações: I. Da leitura do 1º parágrafo, depreende-se que, a princípio, os bens dos nobres passaram às mãos de revolucionários, configurando-se então uma apropriação de caráter particular, ainda não público. II. No 2º parágrafo, informa-se que a posição vencida nos debates da Assembleia Nacional foi a de quem advogava em favor da preservação dos bens apreendidos, para que não se perdesse a memória dos méritos da aristocracia. III. No 3º parágrafo, manifestando uma opinião pessoal, o autor do texto julga imprescindível a existência de museus, uma vez que eles acabam exercendo uma função educativa, cuja importância há muito vem se demonstrando. Em relação ao texto, está correto o que se afirma APENAS em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. 30. A frase Será que fazia sentido preservar o passado, uma vez que estava começando uma nova era? tem seu sentido preservado numa nova e correta redação em: (A) Teria sentido caso se conserve o passado na medida em que começa um novo tempo? (B) Que sentido poderia haver o passado quando se preserva numa nova etapa histórica? (C) Assim que se principia um novo tempo, faria sentido ainda quando se preservasse o passado? (D) Em virtude dos novos tempos que estavam chegando, faria sentido manter vivo o passado? (E) Porque faria sentido alimentar velhos tempos, conquanto uma nova era principiasse? 31. A frase em que ambos os elementos sublinhados exercem a função de núcleo do sujeito é: (A) Os bens dos aristocratas deviam ser considerados patrimônio de quem os tomou. (B) Os parisienses revoltados arrebentaram as casas dos nobres. (C) Os museus, ao contrário do que se imagina, são uma invenção moderna. (D) Muitos acham que não é justo apagar os vestígios do passado. (E) Dessa escolha da Assembleia Nacional nasceram os museus. 32. Está plenamente adequada a pontuação da seguinte frase: (A) Depois de muitos debates, os membros da Assembleia Nacional instalada pela Revolução Francesa, decidiram criar museus públicos, para preservar o passado. (B) Embora muitos imaginem, que os museus são instituições antiquíssimas, eles de fato nasceram, tão somente no século da Revolução Francesa. (C) Se era para começar tudo do zero, mais lógico seria naquele momento revolucionário, deixar que se apagassem todos os vestígios do passado. (D) Não apenas os museus como também os monumentos históricos, constituem formas de uma memória histórica, que não se deseja perder. (E) Sempre haverá quem acredite que a memória do passado histórico, quando bem preservada, ajuda-nos a evitar os graves erros que foram outrora cometidos. 33. Está correto o emprego do elemento sublinhado na seguinte frase: (A) Os debates da Assembleia Nacional, à que se refere o autor, foram calorosos. (B) As casas dos nobres de cujas se lançaram os revoltosos foram saqueadas. (C) O tempo com que frequentemente nos importamos não é o passado, mas o futuro. (D) Há no passado muitas lições históricas em cujas podemos aprender. (E) Os museus e os monumentos são instituições aonde algum aprendizado da história sempre se dá. 34. Está plenamente correta a redação da seguinte frase: (A) Não se sabe o por quê de tanto desprezo em relação ao passado, que tanto poder-nos-iam ensinar. (B) Sim, sabe-se que privilégios sempre existem, e lhes desfrutam e os abusam os que chegam ao poder. (C) Aos franceses, a Revolução propiciou-os afastar privilégios de quem lhes gozava injustamente. (D) Quanto ao lema “lembrar para não repetir”, muitos lhe adotam por que acreditam na pedagogia da História. (E) Cabe aos museus a preservação de obras de arte; sempre haverá quem as ame e por elas se interesse. Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 35 a 39. TEXTO V Escola de bem-te-visMuita gente já não acredita que existam pássaros, a não ser em gravuras ou empalhados nos museus - o que é perfeitamente natural, dado o novo aspecto da terra, 8 - https://www.euvoupassar.com.br que, em lugar de árvores, produz com mais abundância blocos de cimento armado. Mas ainda há pássaros, sim. Existem tantos, ao redor da minha casa, que até agora não tive (nem creio que venha a ter) tempo de saber seus nomes, conhecer suas cores, entender sua linguagem. Porque evidentemente os pássaros falam. Há muitos, muitos anos, no meu primeiro livro de inglês, se lia: “Dizem que o sultão Mamude entendia a linguagem dos pássaros ...” Quando ouço um gorjeio nestas mangueiras e ciprestes, logo penso no sultão e nessa linguagem que ele entendia. Fico atenta, mas não consigo traduzir nada. No entanto, bem sei que os pássaros estão conversando. O papagaio e a arara, esses aprendem o que lhes ensinam, e falam como doutores. E há o bem-te-vi, que fala português de nascença, mas infelizmente só diz o próprio nome, decerto sem saber que assim se chama. [...] Os pais e professores desses passarinhos devem ensinar-lhes muitas coisas: a discernir um homem de uma sombra, as sementes e frutas, os pássaros amigos e inimigos, os gatos - ah! principalmente os gatos ... Mas essa instrução parece que é toda prática e silenciosa, quase sigilosa: uma espécie de iniciação. Quanto a ensino oral, parece que é mesmo só: “Bem-te-vi! Bem-te-vi!”, que uns dizem com voz rouca, outros com voz suave, e os garotinhos ainda meio hesitantes, sem fôlego para as três sílabas. (MEIRELES, Cecília. O que se diz e o que se entende. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980, p. 95-96) 35. Infere-se corretamente do texto (A) confiança na preservação de algumas espécies de aves, especialmente aquelas que já se encontram adaptadas às diferentes situações de perigo existentes em núcleos urbanos. (B) valorização das facilidades da vida urbana, mesmo que esta implique diminuição na variedade de espécies de aves, com predomínio de somente algumas delas. (C) crítica à destruição do meio ambiente, mediante referência ao aumento de construções, simbolizadas nos blocos de cimento armado, em substituição aos elementos da natureza. (D) preocupação quanto ao fato de que seja possível encontrar pássaros em uma cidade e de que eles consigam sobreviver em razão das condições desfavoráveis da vida urbana. (E) curiosidade em relação aos hábitos de certas aves, principalmente no ambiente urbano, que lhes dificulta conhecimentos necessários à sua sobrevivência. 36. De acordo com o texto, a afirmativa correta é: (A) O último parágrafo aborda uma instrução toda prática e silenciosa, de modo semelhante ao que ocorre costumeiramente, ou seja, as gerações mais velhas são incumbidas de transmitir conhecimentos úteis aos mais novos. (B) No 3º parágrafo, a referência ao papagaio e à arara, que falam como doutores, vem reforçar a noção de que essas duas espécies, como representantes da fauna brasileira, são superiores aos simples bem-te-vis, pássaros bastante comuns nas cidades. (C) A forma como a autora reproduz, no 1º parágrafo, o que constava do livro de inglês - Dizem que o sultão Mamude -, não deixa dúvida de que, segundo a narrativa, esse sultão realmente conseguia entender a linguagem dos pássaros. (D) No 2º parágrafo, é possível perceber que a autora também consegue, com atenção e algum esforço, comunicar-se com os pássaros que costuma observar, principalmente com os bem-te-vis, porque falam português de nascença. (E) A autora confessa, no 1º parágrafo, que não tem interesse nem tempo suficiente para observar os pássaros que eventualmente aparecem em sua casa, nem saber seus nomes, conhecer suas cores, entender sua linguagem. 37. - ah! principalmente os gatos ... (4º parágrafo) Explica-se o sentido do segmento transcrito acima como uma (A) dúvida súbita, relacionada ao senso comum. (B) observação de caráter imediatista. (C) preocupação quanto à exatidão do que se afirma. (D) lembrança inusitada, embora necessária. (E) reflexão com base em conhecimento geral. 38. (nem creio que venha a ter) O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o sublinhado acima está em: (A) ... que existam pássaros ... (B) ... que ele entendia ... (C) ... o que lhes ensinam ... (D) ... que assim se chama. (E) ... que uns dizem com voz rouca ... 39. Os diferentes verbos empregados nas frases transcritas do texto, que apresentam o mesmo sentido, encontram-se no par: (A) Quando ouço um gorjeio nestas mangueiras e ciprestes ... (2º parágrafo) ... mas não consigo traduzir nada. (2º parágrafo) (B) ... tempo de saber seus nomes... (1º parágrafo) ... entender sua linguagem. (1º parágrafo) 9 - https://www.euvoupassar.com.br (C) Mas ainda há pássaros, sim. (1º parágrafo) Existem tantos, ao redor da minha casa ... (1º parágrafo) (D) ... que os pássaros estão conversando. (2º parágrafo) ... e falam como doutores. (3º parágrafo) (E) ... que fala português de nascença ... (3º parágrafo) Dizem que o sultão Mamude ... (1º parágrafo) Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 40 a 44. TEXTO VI É indiscutível que no mundo contemporâneo o ambiente do futebol é dos mais intensos do ponto de vista psicológico. Nos estádios a concentração é total. Vive-se ali situação de incessante dialética entre o metafórico e o literal, entre o lúdico e o real. O que varia conforme o indivíduo considerado é a passagem de uma condição a outra. Passagem rápida no caso do torcedor, cuja regressão psíquica do lúdico dura algumas horas e funciona como escape para as pressões do cotidiano. Passagem lenta no caso do futebolista profissional, que vive quinze ou vinte anos em ambiente de fantasia, que geralmente torna difícil a inserção na realidade global quando termina a carreira. A solução para muitos é a reconversão em técnico, que os mantém sob holofote. Lothar Matthäus, por exemplo, recordista de partidas em Copas do Mundo, com a seleção alemã, Ballon d’Or de 1990, tornou-se técnico porque “na verdade, para mim, o futebol é mais importante do que a família”. [...] Sendo esporte coletivo, o futebol tem implicações e significações psicológicas coletivas, porém calcadas, pelo menos em parte, nas individualidades que o compõem. O jogo é coletivo, como a vida social, porém num e noutra a atuação de um só indivíduo pode repercutir sobre o todo. Como em qualquer sociedade, na do futebol vive-se o tempo inteiro em equilíbrio precário entre o indivíduo e o grupo. O jogador busca o sucesso pessoal, para o qual depende em grande parte dos companheiros; há um sentimento de equipe, que depende das qualidades pessoais de seus membros. O torcedor lúcido busca o prazer do jogo preservando sua individualidade; todavia, a própria condição de torcedor acaba por diluí-lo na massa. (JÚNIOR, Hilário Franco. A dança dos deuses: futebol, cultura, sociedade. São Paulo: Companhia das letras, 2007, p. 303-304, com adaptações) *Ballon d’Or 1990 - prêmio de melhor jogador do ano 40. O desenvolvimento do texto salienta (A) o esquecimento público em relação a alguns jogadores que, mesmo tendo obtido renome, encontram dificuldades em outra atividade após abandonarem os campos. (B) a importância do torcedor nos estádios de futebol, na medida em que ele constitui um dos elementos da massa que valoriza cada um dos jogadores. (C) os elementos de permanente fantasia que mantêm certos jogadores em evidência, mesmo após haverem perdido o brilhantismo que acompanhou sua atuação. (D) a presença de elementos que se desencadeiam mutuamente, quer na esfera individual,quer na coletiva, assinalando a dinâmica que caracteriza o futebol. (E) a predominância da individualidade de jogadores, cuja atuação talentosa acaba sendo fator determinante para a vitória, essencial para toda a coletividade. 41. A referência ao jogador da seleção alemã constitui, no texto, exemplo que (A) comprova a afirmativa sustentada pelo autor, quanto às dificuldades de readaptação de um jogador à realidade, depois de viver certo tempo em constante evidência, em situação de incessante dialética entre o metafórico e o literal, entre o lúdico e o real. (B) reafirma a percepção equivocada, embora seja geral, de que no futebol predomina o sentimento de equipe, pois a premiação se destina somente a um ou a outro jogador, aparentemente confirmando a visão de que este busca o sucesso pessoal, acima dos interesses do grupo. (C) minimiza a importância de certos prêmios conquistados por futebolistas, como o Ballon d’Or de 1990 recebido por Lothar Matthäus, ao considerar que esses apenas reproduzem o mundo distante da realidade, de fantasia, em que vivem habitualmente os jogadores. (D) aborda a dificuldade encontrada pelo jogador de inserção na realidade global quando termina a carreira, momento em que busca qualquer possibilidade de se manter sob holofotes, especialmente depois de ter sido premiado por sua atuação excepcional. (E) insiste na certeza de que o futebol tem implicações e significações psicológicas coletivas, observação que dilui a aceitação habitual da genialidade de grandes nomes do futebol, que acabam perdendo sua condição de ídolos, ainda que sejam imprescindíveis para as vitórias do time. 42. As normas de concordância verbal e nominal estão inteiramente respeitadas em: (A) As torcidas organizadas, muitas vezes objeto de críticas por um comportamento violento e antissocial, tem sido alvo de intervenções do poder público, no sentido de que se evite brigas que resultam, habitualmente, em morte de torcedores de times rivais. 10 - https://www.euvoupassar.com.br (B) Nem sempre é aceitável, para um torcedor apaixonado por seu time, os reveses durante uma partida de futebol, visto que uns poucos minutos de jogo pode definir um resultado negativo inesperado e contrariar todas as expectativas de sucesso. (C) O noticiário de jornais, especialmente os esportivos, dão conta dos múltiplos interesses que envolvem times, dirigentes, atletas, além do espetáculo, por vezes dramático, de jogadores que, estimulados pela torcida, busca atingir seu momento de glória. (D) A brilhante atuação de um jogador em campo torna realizáveis todos os sonhos da grande massa fiel de torcedores que veem, encantados, materializar-se a conquista das metas estabelecidas, em cada campeonato, pelos dirigentes de seu time favorito. (E) Certos jogadores conseguem, em momentos do jogo, que passa a ser considerado quase mágica, fazer a bola descrever curvas inesperadas que ludibriam barreiras e, principalmente, goleiros, que resulta no gol que hipnotiza os torcedores mais apaixonados. 43. O jogador busca o sucesso pessoal ... A mesma relação sintática entre verbo e complemento, sublinhados acima, está em: (A) É indiscutível que no mundo contemporâneo... (B) ... o futebol tem implicações e significações psicológicas coletivas ... (C) ... e funciona como escape para as pressões do cotidiano. (D) A solução para muitos é a reconversão em técnico ... (E) ... que depende das qualidades pessoais de seus membros. 44. A busca da vitória a qualquer preço não existe apenas no futebol. A busca da vitória é sentimento difundido na sociedade capitalista. A profissão dos futebolistas é conseguir vitórias celebradas por todos. Sucessos e fracassos dos futebolistas despertam amores e ódios amplamente disseminados. As frases isoladas acima compõem um único período, com clareza e lógica, em: (A) Porque não existe apenas no futebol, a busca da vitória a qualquer preço é sentimento difundido na sociedade capitalista, e com futebolistas; que a profissão é conseguir vitórias celebradas por todos e, assim sendo, sucessos e fracassos despertam amores e ódios amplamente disseminados. (B) Por ser sentimento difundido na sociedade capitalista, a busca da vitória a qualquer preço não existe apenas no futebol, mas, como a profissão dos futebolistas é conseguir vitórias celebradas por todos, seus sucessos e fracassos despertam amores e ódios amplamente disseminados. (C) A busca da vitória a qualquer preço, como sentimento difundido na sociedade capitalista, não existe apenas no futebol; com os futebolistas, pela profissão que é conseguir vitórias celebradas por todos, despertando, com os sucessos e fracassos, amores e ódios amplamente disseminados. (D) Sentimento que é difundido na sociedade capitalista, a busca da vitória a qualquer preço não existe apenas no futebol; e com a profissão dos futebolistas de conseguir vitórias celebradas por todos, como sucessos e fracassos que despertam amores e ódios amplamente disseminados. (E) Como a profissão dos futebolistas é conseguir vitórias celebradas por todos, com sucessos e fracassos que despertam amores e ódios amplamente disseminados; a busca da vitória a qualquer preço não existe apenas no futebol, mesmo que seja sentimento difundido na sociedade capitalista. Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 45 a 47. TEXTO VII A vida é uma tapeçaria que elaboramos, enquanto somos urdidos dentro dela. Aqui e ali podemos escolher alguns fios, um tom, a espessura certa, ou até colaborar no desenho. Linhas de bordado podem ser cordas que amarram ou rédeas que se deixam manejar: nem sempre compreendemos a hora certa ou o jeito de as segurarmos. Nem todos somos bons condutores; ou não nos explicaram direito qual o desenho a seguir, nem qual a dose de liberdade que podíamos – com todos os riscos – assumir. (LUFT, L. O rio do meio. São Paulo: Mandarim, 1997, 3. ed, p. 105) 45. O texto VII aponta para (A) a liberdade do ser humano em estabelecer os rumos de sua própria vida, sem deixar de reconhecer a existência de limites e dificuldades nesse direcionamento. (B) os conflitos que aparecem durante as primeiras fases da vida de uma pessoa, impedindo-a de se transformar num adulto consciente e capaz de resolver seus próprios problemas. (C) as falhas de uma formação inadequada a que estão sujeitos os seres humanos, impossibilitando-lhes um 11 - https://www.euvoupassar.com.br direcionamento dos rumos de sua vida segundo parâmetros socialmente aceitáveis. (D) o pleno desenvolvimento de potencialidades atingido por algumas pessoas, ainda que elas estejam subordinadas a estruturas sociais preestabelecidas. (E) o papel das normas sociais aceitas pelo grupo na determinação da vontade de cada um em relação aos objetivos de sua própria vida, normas que sempre preponderam sobre decisões de cunho pessoal. 46. Entende-se corretamente que, no 2º parágrafo, a autora aborda (A) a determinação no traçado de objetivos que possam nortear, desde o início, as escolhas que se colocam na vida de cada pessoa, impostas pelos valores cultivados no meio social em que se insere. (B) os problemas decorrentes de uma formação incompleta, ou até mesmo deformada, que resultam em futuros empecilhos na condução de uma vida menos subordinada às imposições do meio social. (C) a plena independência que deve constituir o legado de cada pessoa, possibilitando-lhe escolhas livres, desvinculadas das normas de comportamento adotadas pelo grupo social a que pertence. (D) as múltiplas maneiras de construção da melhor forma de viver, ou porque se deseja liberdade plena nas opções feitas, ou porque se torna maisfácil optar pelo pertencimento a um determinado grupo. (E) as dificuldades surgidas ao longo da vida, que podem resultar em avanços à medida que são superadas ou acabam se transformando em obstáculos verdadeiramente intransponíveis. 47. ... enquanto somos urdidos dentro dela. O verbo urdir na frase acima está transposto para a voz passiva. Dentre as opções abaixo, o verbo que admite essa transposição está em: (A) A vida é, para todos, comparável a uma tapeçaria de desenho, cores e espessura individuais. (B) Necessitamos, habitualmente, de orientação segura na tomada de decisões corretas em nossa vida. (C) Pessoas próximas colaboram conosco na definição de projetos ao longo de toda a vida. (D) Durante toda a vida, estamos sempre fazendo opções acerca de nossos objetivos. (E) As cores escolhidas para o bordado parecem ser o propósito definitivo de uma vida. Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 48 a 51. TEXTO VIII De gramática e de linguagem E havia uma gramática que dizia assim: “Substantivo (concreto) é tudo quanto indica Pessoa, animal ou cousa: João, sabiá, caneta.” Eu gosto é das cousas. As cousas, sim!... As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam- [se em excesso. As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com [ninguém. Uma pedra. Um armário. Um ovo. (Ovo, nem sempre, Ovo pode estar choco: é inquietante...) As cousas vivem metidas com as suas cousas. E não exigem nada. Apenas que não as tirem do lugar onde estão. E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta. Para quê? não importa: João vem! E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão, Amigo ou adverso ... João só será definitivo Quando esticar a canela. Morre, João... Mas o bom, mesmo, são os adjetivos, Os puros adjetivos isentos de qualquer objeto. Verde. Macio. Áspero. Rente. Escuro. Luminoso. Sonoro. Lento. Eu sonho Com uma linguagem composta unicamente de adjetivos Como decerto é a linguagem das plantas e dos animais. Ainda mais: Eu sonho com um poema Cujas palavras sumarentas escorram Como a polpa de um fruto maduro em tua boca, Um poema que te mate de amor Antes mesmo que tu lhe saibas o misterioso sentido: Basta provares o seu gosto... (QUINTANA, M. Prosa e verso. Porto Alegre: Globo, 1978, p. 94) 48. Atente para os versos abaixo: E João pode neste mesmo instante vir bater à nossa porta. Para quê? não importa: João vem! E há de estar triste ou alegre, reticente ou falastrão, Amigo ou adverso ... Considerando-se o poema e, especialmente, os versos acima, é correto afirmar que o poeta (A) demonstra expectativa com a chegada de alguém, que lhe bata à porta a qualquer momento, embora não esteja disponível para bem acolher o visitante, pois está preso a divagações despertadas por antigas lições de gramática, e de ânimo bem pouco sociável. 12 - https://www.euvoupassar.com.br (B) se mostra descrente de que as interações sociais possam transcorrer normalmente, pois estão sujeitas a situações que causam desconforto, como a interferência inesperada de alguém, a interromper divagações em torno de antigas lembranças. (C) induz o leitor à conclusão de que os seres humanos, sujeitos a inúmeras variações de humor de acordo com as circunstâncias da vida, nem sempre se encontram disponíveis para os relacionamentos sociais, ainda que tenham aprendido as lições de bom comportamento. (D) aborda as imposições sociais que se encontram usualmente na sociedade, determinando que as pessoas se comportem segundo certas normas de educação estabelecidas por todo o grupo, sendo inaceitável transgredi-las como, por exemplo, invadindo o espaço alheio. (E) tece considerações, a partir de uma lição de gramática, a respeito de possíveis relacionamentos humanos e da instabilidade que caracteriza estados de espírito a que estão habitualmente submetidas as pessoas, nos mais diferentes momentos da vida. 49. As pessoas atrapalham. Estão em toda parte. Multiplicam-se em excesso. / As cousas são quietas. Bastam-se. Não se metem com ninguém. Os versos acima devem ser entendidos, considerando-se o teor do poema, como (A) explicações a respeito de que há um misterioso sentido nas palavras. (B) verdades poéticas que costumam contrariar o sentido comum, registrado em uma gramática. (C) questionamento da constatação de que o bom, mesmo, são os adjetivos. (D) tentativa de aproximação da linguagem das plantas e dos animais. (E) propósito de justificar a preferência expressa pelo poeta em relação às cousas. 50. (Ovo, nem sempre, Ovo pode estar choco: é inquietante...) O segmento isolado por parênteses introduz, no poema, (A) hipótese que contradiz o conhecimento tradicional popular. (B) objeção decorrente de uma pressuposição sobrevinda. (C) verdade inconteste, diante da repetição de um fato comum. (D) exagero ao constatar a ocorrência de um fato habitual. (E) dúvida que se sobrepõe ao que é aceito pelo senso comum. 51. E havia uma gramática... O verbo que possui o mesmo tipo de complemento que o verbo grifado acima está empregado em: (A) João só será definitivo... (B) Estão em toda parte. (C) E não exigem nada. (D) Eu sonho com um poema ... (E) As pessoas atrapalham. Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 52 a 56. TEXTO IX Escrever sobre as mulheres do Sul não significa traçar um perfil único que as identifique e as diferencie das outras mulheres do restante do país. No Sul encontramos diferentes perfis femininos nos diversos períodos históricos: mulheres oriundas de etnias e classes sociais várias. [...] A idealização das mulheres em seus papéis familiares é muito semelhante àquelas idealizações divulgadas no final do século XVIII e início do século XX nos grandes centros europeus. Nas cidades do Sul, imagens idealizadas foram frequentes a partir da segunda metade do século XIX, durante a formação das elites nos centros urbanos. O crescimento das áreas urbanas, em meados do século XIX, foi impulsionado com a inclusão da região no comércio agrário-exportador brasileiro como subsidiária, ou seja, como fornecedora de alimentos para o mercado interno. Os altos preços do café no mercado externo e a destinação da mão de obra escrava para a produção cafeeira provocaram o aumento da procura por alimentos e a consequente elevação de preços. Esse fato propiciou o surgimento de um novo grupo de pessoas mais abastadas nos centros urbanos da região Sul. Em cada capital do Sul, esses grupos assumiram configurações diferentes. [...] Num futuro próximo, esses grupos iriam promover os jornais responsáveis pela divulgação de modelos de comportamento, especialmente para as mulheres. Os jornais pareciam veicular um projeto civilizador com pretensão de construir novos homens e mulheres, divulgando imagens idealizadas para ambos os sexos. [...] Embora os jornais sulistas reproduzissem estereótipos existentes há séculos, faziam-no em um contexto específico, respondendo a uma conjuntura determinada, na qual a demonstração de distinção e a exposição de um certo verniz social implicavam em moldar as mulheres de uma determinada classe. Nas 13 - https://www.euvoupassar.com.br imagens dos jornais das cidades do Sul, e provavelmente em outras cidades do restante do país, as mães seriam responsáveis pelo progresso e a civilização, pois eram consideradas criadoras e educadoras das novas gerações. (Adaptado de: PEDRO, J. M. Mulheres do Sul. In: DEL PRIORE, M. (org.). História das mulheres no Brasil. São Paulo: Contexto, 2012, p. 278-282) 52. No texto IX, a autora (A) alude a dificuldadesde manutenção da sociedade conjugal, já durante o século XIX, devido à constante ausência da figura masculina, fato que resultava em maior liberdade para as mulheres. (B) insiste no papel predominante da figura masculina como mantenedora de atividades produtivas no Sul do país, apesar de inúmeros conflitos, enquanto a mulher seria responsável pela harmonia familiar. (C) salienta a importância da imprensa em certa época, no Sul do país, como incentivadora e divulgadora de modelos ideais de comportamento e, principalmente, de uma nova imagem da mulher. (D) atesta a responsabilidade dos produtores de café, na época, em relação ao aumento da desigualdade social, como consequência do encarecimento desse produto no mercado externo. (E) condena os estereótipos que os jornais sulistas há séculos reproduziam, ao defenderem que as mulheres só podiam alcançar realização pessoal se tivessem muitos filhos. 53. Identifica-se, no texto, distinção entre (A) as normas de comportamento adotadas por uma sociedade já instalada em áreas urbanas desenvolvidas e os costumes tradicionais, próprios das áreas rurais. (B) as mulheres dedicadas à vida familiar, como se propunha costumeiramente nessa época, e outras, liberadas, cuidando de seus próprios afazeres. (C) o conteúdo publicado em jornais do Sul em relação a modelos de comportamento e o que se encontrava nas demais publicações existentes no restante do país. (D) os grupos sociais mais abastados, principalmente de imigrantes, e a população de origem escrava, empregada no cultivo do café. (E) a economia baseada na exportação, que caracterizou algumas regiões brasileiras, e a da região Sul do país, voltada para o mercado interno. 54. ... ou seja, como fornecedora de alimentos para o mercado interno. A relação estabelecida entre os termos constantes do segmento sublinhado acima está reproduzida no segmento, também sublinhado, em: (A) Nas cidades do Sul ... (B) ... e a exposição de um certo verniz social ... (C) ... implicavam em moldar as mulheres de uma determinada classe. (D) Nas imagens dos jornais das cidades do Sul ... (E) Os altos preços do café no mercado externo ... 55. A idealização das mulheres em seus papéis familiares é muito semelhante àquelas idealizações divulgadas no final do século XVIII e início do século XX nos grandes centros europeus. Mantém-se a correção no emprego do sinal indicativo de crase se o segmento grifado na frase acima for substituído por: (A) à uma determinada idealização divulgada. (B) à cada uma das idealizações divulgadas. (C) à algumas idealizações divulgadas. (D) à típica idealização divulgada. (E) à qualquer das idealizações divulgadas. 56. O povoamento do Rio Grande do Sul atraiu uma população masculina eminentemente nômade. A economia do Rio Grande do Sul baseava-se na pecuária extensiva. A ocorrência de inúmeros conflitos e batalhas propiciava a ausência dos homens. As mulheres assumiram a direção dos empreendimentos familiares. As mulheres transpuseram os limites das tarefas definidas usualmente para seu sexo. As frases acima se organizam em um único parágrafo, mantendo-se a correção e a clareza, em: (A) O povoamento do Rio Grande do Sul, cuja economia se baseava na pecuária extensiva, atraiu uma população masculina eminentemente nômade. A ocorrência de inúmeros conflitos e batalhas também propiciava a ausência dos homens. Ao assumir, então, a direção dos empreendimentos familiares, as mulheres transpuseram os limites das tarefas definidas usualmente para seu sexo. (B) Com uma população masculina eminentemente nômade, que povoou o Rio Grande do Sul, baseando-se na pecuária extensiva, cujas batalhas e conflitos propiciaram a ausência dos homens, as mulheres assumiram, não obstante, a direção dos empreendimentos familiares. Assim, elas transpuseram os limites das tarefas definidas usualmente para seu sexo. (C) A economia do Rio Grande do Sul baseava-se na pecuária extensiva, com um povoamento de população masculina eminentemente nômade. Além, ainda, da ocorrência de inúmeros conflitos e batalhas. As mulheres assumiram, contudo, a direção dos empreendimentos 14 - https://www.euvoupassar.com.br familiares, onde transpuseram os limites das tarefas definidas usualmente para seu sexo. (D) As mulheres do Rio Grande do Sul, com uma população masculina eminentemente nômade e de economia baseada na pecuária extensiva, participando, além disso, de inúmeros conflitos e batalhas. Elas transpuseram assim os limites das tarefas definidas usualmente para seu sexo, ao assumir a direção dos empreendimentos familiares, com a constante ausência dos homens. (E) A população masculina, eminentemente nômade, do Rio Grande do Sul, onde a economia baseava-se na pecuária extensiva, além da ocorrência de inúmeros conflitos e batalhas. As mulheres assumiram a direção dos empreendimentos familiares, transpondo os limites das tarefas definidas usualmente para seu sexo, cuja causa foi propiciada pela constante ausência dos homens. Atenção: Para responder às questões de números 57 a 66, considere o texto abaixo. TEXTO X O termo saudade, monopólio sentimental da língua portuguesa, geralmente se traduz em alemão pela palavra “sehnsucht”. No entanto, as duas palavras têm uma história e uma carga sentimental diferentes. A saudade é um sentimento geralmente voltado para o passado e para os conteúdos perdidos que o passado abrigava. Embora M. Rodrigues Lapa, referindo-se ao sentimento da saudade nos povos célticos, empregue esse termo como “ânsia do infinito”, não é esse o uso mais generalizado. Emprega-se a palavra, tanto na linguagem corrente como na poesia, principalmente com referência a objetos conhecidos e amados, mas que foram levados pela voragem do tempo ou afastados pela distância. A “sehnsucht” alemã abrange ao contrário tanto o passado como o futuro. Quando usada com relação ao passado, é mais ou menos equivalente ao termo português, sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala cromática de valores elaborados durante uma longa história de ausências e surgidos em consequência do temperamento amoroso e sentimental do português. Falta à palavra alemã a riqueza etimológica, o eco múltiplo que ainda hoje vibra na palavra portuguesa. A expressão “sehnsucht”, todavia, tem a sua aplicação principal precisamente para significar aquela “ânsia do infinito” que Rodrigues Lapa atribuiu à saudade. No uso popular e poético emprega-se o termo com frequência para exprimir a aspiração a estados ou objetos desconhecidos e apenas pressentidos ou vislumbrados, os quais, no entanto, se julgam mais perfeitos que os conhecidos e os quais se espera alcançar ou obter no futuro. Assim, a saudade parece ser, antes de tudo, um sentimento do coração envelhecido que relembra os tempos idos, ao passo que a “sehnsucht” seria a expressão da adolescência que, cheia de esperanças e ilusões, vive com o olhar firmado num futuro incerto, mas supostamente prometedor. Ambas as palavras têm certa equivalência no tocante ao seu sentido intermediário, ou seja, à sua ambivalência doce-amarga, ao seu oscilar entre a satisfação e a insatisfação. Mas, como algumas de suas janelas dão para o futuro, a palavra alemã é portadora de um acento menos lânguido e a insatisfação nela contida transforma-se com mais facilidade em mola de ação. (Adaptado de: ROSENFELD, Anatol. Doze estudos. São Paulo, Imprensa oficial do Estado, 1959, p. 25-27) 57. O texto X (A) compara Portugal e Alemanha a partir do estudo da tradução de uma palavra alemã para o português, concluindo que o povo alemão não é dado a expansões de sentimentos. (B) desenvolve-se principalmente com base na comparação entre asdiferenças e as similaridades contidas nos significados das palavras “saudade” e “sehnsucht”. (C) critica a tendência portuguesa de evocar o passado em vez de partir para a ação, costume que se reflete no amplo uso, tanto na poesia como no cotidiano, da palavra saudade. (D) mostra que os sentidos de “saudade” e “sehnsucht” são completamente antagônicos, o que impossibilita a tradução de “sehnsucht” para o idioma português. (E) apresenta semelhanças entre o povo alemão e o português a partir do estudo de duas palavras, “saudade” e “sehnsucht”, cujos significados são praticamente idênticos. 58. Considerando-se as informações apresentadas no texto X, depreende-se que a palavra “sehnsucht” NÃO assume o sentido de (A) obstinação. (B) ânsia do infinito. (C) aspiração a estados ou objetos desconhecidos. (D) esperança. (E) ilusão com relação ao futuro. 59. Embora M. Rodrigues Lapa [...] empregue esse termo como “ânsia do infinito”... (1º parágrafo) O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo que o grifado acima está empregado em: 15 - https://www.euvoupassar.com.br (A) ... que Rodrigues Lapa atribuiu à saudade. (3º parágrafo) (B) ... e para os conteúdos perdidos que o passado abrigava. (1º parágrafo) (C) ... sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala cromática de valores... (2º parágrafo) (D) ... que relembra os tempos idos... (4º parágrafo) (E) ... ao passo que a “sehnsucht” seria a expressão da adolescência... (4º parágrafo) 60. Ambas as palavras têm certa equivalência no tocante ao seu sentido intermediário... (último parágrafo) Mantendo-se o sentido e a correção gramatical, o segmento destacado acima pode ser substituído, sem que nenhuma outra alteração seja feita na frase, por: (A) quanto à (B) com relação a (C) já que (D) uma vez que (E) salvo 61. ... sem que, contudo, lhe seja inerente toda a escala cromática de valores... (2º parágrafo) ... um sentimento do coração envelhecido que relembra os tempos idos (4º parágrafo) ... a insatisfação nela contida transforma-se com mais facilidade em mola de ação. (4º parágrafo) Os elementos destacados acima referem-se, no contexto, respectivamente, a: (A) “sehnsucht” alemã - tempos idos - mola de ação (B) termo português - saudade - palavra alemã (C) escala cromática de valores - tempos idos - insatisfação (D) “sehnsucht” alemã - coração envelhecido - palavra alemã (E) escala cromática de valores - coração envelhecido - mola de ação 62. Uma redação alternativa para um segmento do texto, em que se mantêm a correção gramatical e a lógica, encontra-se em: (A) O uso que M. Rodrigues Lapa faz do significado da palavra “saudade”, como sendo “ânsia do infinito” quando se refere ao sentimento da saudade manifestados nos povos célticos, não é o uso mais comum. (B) Embora a palavra “sehnsucht” costuma ser usada significando “ânsia do infinito”, principalmente, esse era exatamente o sentido no qual Rodrigues Lapa considerou correto sobre a saudade. (C) Popularmente, e também no uso poético esse termo é empregado, frequentemente, para exprimir o desejo de chegar à estados ou obter objetos desconhecidos que apenas se pressente ou se vislumbra. (D) A saudade é um sentimento no qual costuma estar voltado para o tempo passado e por meio da qual as lembranças e os conteúdos perdidos que o passado abrigava vem à tona. (E) A palavra “saudade” é empregada, na linguagem corrente e na poesia, principalmente com referência a objetos conhecidos e amados, mas afastados pela distância ou consumidos pelo tempo. 63. No entanto, as duas palavras têm uma história e uma carga sentimental diferentes. (1º parágrafo) O elemento destacado acima introduz, no contexto, uma (A) consequência. (B) concessão. (C) finalidade. (D) causa. (E) oposição. 64. No uso popular e poético emprega-se o termo com frequência para exprimir a aspiração a estados ou objetos desconhecidos e apenas pressentidos ou vislumbrados, os quais, no entanto, se julgam mais perfeitos que os conhecidos e os quais se espera alcançar ou obter no futuro. (3º parágrafo) Os elementos sublinhados acima podem ser substituídos, sem prejuízo da clareza e da correção gramatical, respectivamente, por: (A) que - onde (B) que - que (C) onde - cujos (D) cujos - que (E) onde - de que 65. A respeito da pontuação do texto, considere: I. Mantendo-se a correção, uma pontuação alternativa para um segmento do texto é: A “sehnsucht” alemã brange, ao contrário, tanto o passado como o futuro. (2º parágrafo) II. Sem prejuízo do sentido e da correção, uma vírgula pode ser inserida imediatamente após lânguido, no segmento ... a palavra alemã é portadora de um acento menos lânguido e a insatisfação nela contida transforma- se com mais facilidade em mola de ação. (final do texto) III. Sem prejuízo da coesão textual e do sentido original, o segmento ... é um sentimento geralmente voltado para o passado... pode ser isolado por vírgulas. (1º parágrafo) Está correto o que consta APENAS em (A) II e III. (B) I e III. 16 - https://www.euvoupassar.com.br (C) I e II. (D) I. (E) II. 66. Ninguém ignora a enorme influência que simples palavras ...... na história do pensamento e do sentimento dos povos. Preenche corretamente a lacuna da frase acima: (A) exercem (B) a transmitam (C) possuíssem (D) sejam desempenhadas (E) apresentem-se Atenção: Para responder às questões de números 67 a 70, considere o poema abaixo. TEXTO XI “Você não está mais na idade de sofrer por essas coisas” Há então a idade de sofrer e a de não sofrer mais por essas, essas coisas? As coisas só deviam acontecer para fazer sofrer na idade própria de sofrer? Ou não se devia sofrer pelas coisas que causam sofrimento pois vieram fora de hora, e a hora é calma? E se não estou mais na idade de sofrer é porque estou morto, e morto é a idade de não sentir as coisas, essas coisas? (ANDRADE, Carlos Drummond de. Essas coisas. As impurezas do branco. Rio de Janeiro: José Olympio, 3. ed., 1976, p.30) 67. Infere-se corretamente do poema que (A) a alegria é maior nas horas calmas da vida. (B) na vida há uma idade apropriada para sofrer por certas coisas. (C) quando se é jovem, o sofrimento deve ser evitado. (D) a ausência de sofrimento só é possível na morte. (E) o sofrimento é mais comum na velhice do que na juventude. 68. Considerando-se que elipse é a supressão de um termo que pode ser subentendido pelo contexto linguístico, pode-se identificá-la no verso: (A) As coisas só deviam acontecer (B) Ou não se devia sofrer (C) e a de não sofrer mais (D) é a idade de não sentir as coisas, essas coisas? (E) Você não está mais na idade 69. é porque estou morto O elemento sublinhado acima também pode ser corretamente empregado na lacuna da frase: (A) Não entendi o ...... da sua atitude na reunião. (B) Percebi logo ...... ele demorou para chegar. (C) ...... você não confia nas suas ideias? (D) Esclareça o ...... da necessidade desse procedimento. (E) Os jovens às vezes erram ...... são muito ansiosos. 70. pois vieram fora de hora, e a hora é calma? Considerando-se o contexto, o elemento sublinhado acima pode ser substituído, sem prejuízo do sentido e da lógica, por: (A) visto que (B) portanto (C) porém (D) então (E) desse modo Atenção: Leia a notícia que segue para responder à questão de número 71. TEXTO XII A Universidade Jiujiang, da província chinesa de Jiangxi, realizou a primeira aula dada por uma professora robô do país. Xiaomei, como é chamada a professora robô, organizou sua primeira aula em uma apresentação de PowerPoint* e,enquanto ensinava a lição, gesticulava com seus braços articulados e se deslocava pela sala. A robô, projetada por uma equipe de pesquisa da universidade, é capaz não só de ensinar as lições para as quais foi programada, mas também de estabelecer interações simples com os estudantes que formam sua audiência. (Disponível em: htttp://exame.abril.com.br/tecnologia/ noticias/universidade- chinesa-realiza-1a-aula-ministrada-por-umrobo. Acesso em: 04.06.2015) * PowerPoint: programa de computador que permite a criação de materiais que podem ser apresentados por meio de um projetor. 17 - https://www.euvoupassar.com.br 71. O assunto central da notícia diz respeito ao fato de ter sido a primeira vez que (A) os chineses aprimoram seus robôs, com o acréscimo de programas de computador a uma professora robô, possibilitando-lhe travar diálogos complexos com humanos. (B) pesquisadores chineses programam um robô capaz de se deslocar e efetuar interações simples com o meio, como demonstrado na sala de aula da Universidade Jiujiang. (C) as aulas da Universidade Jiujiang, da província chinesa de Jiangxi, passam a ser integralmente dadas por um robô, que explica o conteúdo com o uso de PowerPoint. (D) pesquisadores chineses obtêm sucesso na criação de um robô articulado, o qual foi apresentado ao público durante uma aula dada por uma professora-robô. (E) uma aula é ministrada na China por uma professora robô, capaz de ensinar, movimentar-se e interagir, ainda que de maneira simples, com seus alunos. 72. A frase escrita corretamente, no que se refere ao emprego dos sinais de pontuação, é: (A) A aula de Xiaomei a professora robô, foi organizada a partir de um programa de computador chamado PowerPoint e apresentada, aos alunos da Universidade Jiujiang. (B) A Universidade Jiujiang fica na província chinesa de Jiangxi; e foi lá que ocorreu a aula dada por uma professora robô, Xiaomei. (C) Xiaomei a professora-robô, gesticulava com seus braços articulados e se deslocava pela sala. Enquanto ensinava a lição. (D) Projetada por uma equipe de pesquisa da universidade; a robô Xiaomei é capaz de ensinar as lições para as quais foi programada, além de deslocar-se pela sala. (E) A robô (Xiaomei) é capaz também, de estabelecer interações simples com os estudantes que formam sua audiência. 73. Está redigida corretamente, quanto à ortografia e à acentuação gráfica, a frase: (A) A louza tradicional foi substituída por uma exposição em PowerPoint na aula que teve como expectadores uma equipe de insignes cientistas chineses. (B) O intuito da aula de Xiaomei consistiu em exibir as habilidades da robô, que, além de dispor de um notável repertório de informações, traz funções de interação. (C) O evento ocorrido na Universidade Jiujiang deve sucitar não apenas a curiosidade dos sinólogos, estudiosos da cultura chinesa, mas do publico de um modo geral. (D) Xiaomei concluiu sua aula de maneira exitosa e os cientistas julgaram que a robô não teve um mal desempenho, embora ainda existam alguns ítens a ser aprimorados. (E) O juri de cientistas que examinaram a atuação de Xiaomei era restrito, mas, graças às redes sociais, a notícia da robô se extendeu rapidamente pelo mundo todo. Atenção: A questão de número 74 refere-se à tira abaixo. TEXTO XIII (André Dahmer, Folha de S.Paulo, 31.12.2014) 74. É correto afirmar que o efeito cômico da tira está associado à (A) quebra da expectativa que a fala do palestrante no último quadrinho produz com relação ao que ele afirma anteriormente. (B) descrição do modo como o trabalho dentro da empresa foi sendo paulatinamente otimizado com a contribuição da mobilidade tecnológica. (C) ausência de expressões temporais, o que faz com que a fala do palestrante adquira um tom de provérbio, equivalendo a uma verdade universal. 18 - https://www.euvoupassar.com.br (D) maneira pessimista com que o progresso tecnológico é representado, como se este tivesse tornado as pessoas mais ociosas. (E) sugestão, na fala do palestrante, de que a mobilidade tecnológica não alterou o comportamento das pessoas com relação ao trabalho. 75. Há ocorrência de verbos na voz passiva na seguinte frase: (A) Antigamente, os empregadores solicitavam aos funcionários que se empenhassem em concluir suas tarefas dentro da empresa. (B) Antigamente, os trabalhadores detinham-se em suas tarefas em um horário fixo e só deveriam operar dentro da empresa. (C) Antigamente, os trabalhadores dedicavam-se às suas tarefas somente enquanto estavam dentro da empresa, e não fora dela. (D) Antigamente, perdiam-se horas dentro da empresa, visto que o trabalho não podia ser feito em outro ambiente. (E) Antigamente, operar fora da empresa era incomum e os trabalhadores orgulhavam-se de concluir seu trabalho em um horário fixo. Atenção: As questões de números 76 a 78 referem-se à entrevista que segue. TEXTO XIV Zygmunt Bauman: “Vivemos o fim do futuro” Em 1963, o sociólogo polonês Zygmunt Bauman foi censurado e afastado da Universidade de Varsóvia por causa de suas ideias, tidas como subversivas no comunismo. Hoje, aos 88 anos, é considerado um dos pensadores mais eminentes do declínio da civilização. Nesta entrevista, ele fala sobre como a vida mudou nos últimos 20 anos. ÉPOCA – De acordo com sua análise, as pessoas vivem um senso de desorientação. Perdemos a fé em nós mesmos? Zygmunt Bauman – Durante toda a era moderna, nossos ancestrais viveram voltados para o futuro. Eles avaliavam a virtude de suas realizações pelo modelo da sociedade que queriam estabelecer. A visão do futuro guiava o presente. Nossos contemporâneos vivem sem esse futuro. Estamos mais descuidados, ignorantes e negligentes quanto ao que virá. ÉPOCA – Os jovens podem mudar e salvar o mundo? Ou nem os jovens podem fazer algo para alterar a história? Bauman – Sou tudo, menos desesperançoso. Confio que os jovens possam consertar o estrago que os mais velhos fizeram. Mas, para isso, precisam recuperar a consciência da responsabilidade compartilhada para o futuro do planeta e seus habitantes. Também precisam trocar o mundo virtual pelo real. (Adaptado de: GIRON, Luís Antônio. In: Época. São Paulo, Globo, 19.02.2014) 76. Zygmunt Bauman expressa a opinião de que (A) o declínio da sociedade atual é resultado da postura negligente que os jovens têm com relação ao fortalecimento de ideias comunistas. (B) o futuro do planeta depende de um diálogo mais saudável entre os jovens e os mais velhos, o qual não deve prescindir da interação virtual. (C) os jovens poderão alterar positivamente o curso da história, com a condição de passarem a se dedicar às relações da vida real. (D) o planeta e seus habitantes estão ameaçados, pois não há como esperar que os jovens desenvolvam uma postura responsável quanto ao seu futuro. (E) os jovens têm se mostrado tão negligentes com o futuro quanto seus ancestrais, e isso fará recrudescer o declínio da civilização. 77. Considere a seguinte passagem do texto: ... nossos ancestrais viveram voltados para o futuro. Eles avaliavam a virtude de suas realizações pelo modelo da sociedade que queriam estabelecer. A visão do futuro guiava o presente. Essa passagem está corretamente reescrita, preservando-se o sentido e as relações sintáticas e coesivas, em: (A) ... nossos ancestrais viveram voltados para o futuro, ao avaliar a virtude de suas realizações pelo modelo da sociedade que queriam estabelecer. Caso a visão do futuro guiasse o presente. (B) ... nossos ancestrais viveram voltados para o futuro, à medida
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