Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
22/04/2016 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 1/6 5. A atividade econômica nacional. – Conceitos básicos: PIB, renda, investimento. Nas contas nacionais, consideramse apenas bens e serviços finais. Os custos referemse à remuneração dos fatores de produção, descartandose as despesas de matérias primas e demais produtos intermediários. Medese a produção corrente de um período determinado, bem como as transações que se deram neste intervalo de tempo. Não são considerados os valores de transações financeiras. Observese que a moeda é neutra, apenas servindo como unidade de medida e meio de troca. O Produto Bruto é o valor do conjunto de todos os bens e serviços produzidos por um sistema econômico ao longo de um dado período, normalmente um ano. São computados nesse cálculo apenas os bens finais, que não mais serão transformados ou absorvidos em outros produtos (não necessariamente os bens de consumo). No conjunto das atividades produtivas de um país, distinguemse os seguintes setores: Primário: agricultura, pecuária. Em países subdesenvolvidos, este setor é o principal responsável pelo produto e a renda; Secundário: extração de minérios, transformação industrial dos produtos; Terciário: diversos serviços. O Produto Interno Bruto é tudo quanto foi produzido em bens finais em um país no período de um ano. Por sua vez, o Produto Nacional Bruto corresponde ao PIB menos a remuneração de fatores de produção, cujos titulares são residentes no exterior (investimentos estrangeiros). O conceito de Renda Nacional ou Produto a Custo dos Fatores seria a somatória dos rendimentos pagos aos fatores de produção (salários, alugueres e lucros). Também é importante entender o que se pretende dizer por valor adicionado. Este resulta do valor de um produto transformado, subtraindose o valor do produto original, isto é, que passou pela transformação. 22/04/2016 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 2/6 Vejase o exemplo abaixo: Estágios da produção do pão Vendas do período (1) Custo dos bens intermediários (2) Valor adicionado (1 – 2) Empresa A: trigo 140 0 140 Empresa B: farinha 245 140 105 Empresa C: pão 390 245 145 Valor adicionado final = produto final Total: 390 O conceito de valor adicionado destinase a captar a contribuição líquida trazida pelos vários estágios de produção de um bem, desde a matéria prima até ele sair da loja para as mãos do consumidor. Seu significado econômico é denso, sendo inclusive utilizado para demarcar a política industrial dos países e a cobrança de tributos, como, no Brasil, o ICMS (Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços). Quanto aos investimentos, é importante entender o que significa poupança agregada e investimento agregado. O primeiro conceito referese à parcela da Renda Nacional que não é consumida no período analisado (renda consumo). O investimento agregado ou total é a somatória da variação de estoques e do que se aplicou em bens de capital, altamente necessários à formação bruta de capital fixo. Neste sentido, bancos são importantes atores na utilização da poupança nacional, pois exercem uma função fundamental: acumulam recursos daqueles que os possuem em excesso e os canalizam para quem não dispõe e, ao mesmo tempo, necessita de tais recursos. O fenômeno da depreciação, isto é, desgaste do equipamento de capital da economia, condiciona o cálculo do investimento líquido e do Produto Nacional Líquido. O primeiro corresponderia ao investimento bruto menos a depreciação, e o segundo seria o Produto Nacional Bruto subtraindose também a depreciação. Para se aprofundar no conceito de investimento. – A distribuição da renda nacional. 22/04/2016 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 3/6 A distribuição de renda é frequentemente considerada como uma questão de equidade. Entretanto, o modo pelo qual a renda nacional é distribuída exerce certos efeitos sobre outras variáveis econômicas. Assim, na teoria do crescimento, é importante perceber quais os efeitos da distribuição da renda sobre a poupança, isto é, a tendência a se poupar dinheiro, evitandose o gasto. Os preços de produtos praticados no mercado quase sempre estão acima do valor de remuneração aos fatores de produção, ou seja, aqueles que são necessários à sua produção. Essa afirmação decorre do fato de que, ao preço que o consumidor paga por um produto, estão incorporados impostos indiretos (Pis, Cofins, ICMS e IPI). Para os produtos considerados “bens de primeira necessidade”, tais como o arroz e o feijão, o governo reduz ou elimina os impostos indiretos. Em outros casos, o governo subsidia o preço de determinado produto de modo que o preço pelo qual ele é vendido ao consumidor seja inferior ao seu custo, como é o caso do trigo. Com isto, tornase necessário, para um melhor entendimento, distinguir os conceitos de custo de fatores e preços de mercado. Custo de fatores é aquele que uma empresa paga aos fatores de produção (salários, juros, aluguéis e lucros) acrescido dos impostos indiretos e subtraindose os subsídios. Apenas os impostos indiretos são relevantes nessa diferenciação, isto porque os impostos diretos (Imposto de Renda, contribuição social, etc.) não representam uma diferença ente os custos de fatores e o preço final de venda, já que quem os paga são os proprietários dos fatores de produção e não a empresa. Por exemplo: sobre os salários incidem IRF, INSS; estes impostos, embora recolhidos pela empresa, são descontados dos salários pagos aos empregados. Portanto, não são um custo da empresa. Por sua vez, o preço de mercado é o preço final pago na venda pelo consumidor. Assim, partindose da Renda Nacional Liquida (RNL ou PNL) a custo de fatores, para se chegar ao PNL a preços de mercado, temse: PNL a preços de mercado = (RNL a custo de fatores) + (impostos indiretos) – (subsídios) Renda pessoal disponível Este conceito procura aferir a parcela da renda gerada no processo econômico que permanece em poder das famílias. Partindo da Renda Nacional Líquida a custo de fatores, já descontada a depreciação, é preciso deduzir os lucros retidos (não distribuídos) pelas empresas para os investimentos, pois, apesar dessa parcela da renda se encontrar em posse 22/04/2016 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 4/6 das empresas, não é transferida de imediato às famílias. Devese deduzir, ainda, os impostos diretos e as contribuições previdenciárias pagas pelas famílias e empresas ao governo. Sendo assim, a renda pessoal disponível mede o quanto sobra para as famílias decidirem gastar na compra de bens e serviços, ou então poupar. – Objetivos e instrumentos de política econômica: política fiscal, política monetária, política cambial. A presença do Estado no sistema econômico não se origina apenas da constatação das deficiências intrínsecas ou estruturais do mercado. A essa motivação alinhase a de impor ao setor privado e ao setor público padrões de desempenho em acordo com preferências politicamente definidas. Os objetivos de uma política econômica podem ser ativos ou restritivos. São ativosquando se referem a novos padrões a serem impostos para o desempenho do sistema, e restritivos quando mantêm limites a fim de não se romperem situações de equilíbrio. O Estado pode adotar as seguintes políticas econômicas: • Política fiscal: corresponde aos instrumentos do governo para arrecadar tributos (política tributária) e controlar despesas (política de gastos). • Política monetária: atuação do governo sobre moeda e títulos públicos. Instrumentos: emissões, reservas compulsórias, compra e venda de títulos públicos, redescontos e regulamentação sobre crédito e juros. • Políticas cambial e comercial: referese à taxa de câmbio e os instrumentos de incentivos às exportações e/ou estímulos ou desestímulos às exportações, respectivamente. – O setor público na economia. O direito e a economia não são áreas completamente afastadas, mas sim correlacionadas. Se, por um lado, no mundo real, as normas jurídicas determinam a moldura da análise econômica, por outro, o surgimento de novas questões econômicas é responsável por mudar o arcabouço jurídico. Para entender o direito econômico, é importante conhecer com precisão como o mercado, verdadeiro conjunto de fluxos da vida material, relaciona se com o Estado e outros aspectos relevantes da vida social. 22/04/2016 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 5/6 No Brasil, o caput do artigo 173, da Constituição Federal estabelece um papel secundário e supletivo no desenvolvimento da atividade econômica – tal princípio, chamado de princípio da subsidiariedade, é um dos pilares da ordem econômica brasileira. Leiase: “Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.”. Dessa forma, a economia considera que haveria um papel a ser desempenhado pelo Estado quando o mercado não funcionar corretamente. Isso se verificaria diante das falhas de mercado. Dentre as falhas de mercado, encontramse: a. Assimetria informacional: Existe assimetria de informação, quando um dos agentes econômicos possui todas as informações necessárias para a tomada de decisões e o outro não as possui, ou possui de forma parcial. Desprovidos do acesso à melhor informação, os agentes econômicos não têm condições de tomar as decisões corretas e, desta forma, o mercado não funciona corretamente. Neste sentido, a legislação de defesa do consumidor torna imperativo divulgar claramente, por exemplo, o prazo de validade dos produtos e seus padrões de qualidade. Da mesma forma, a legislação de mercado de capitais impõe certos deveres de disclosure a respeito de informações comercialmente sensíveis para os preços das ações. Assim, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) estabeleceu recentemente regulamentações para a divulgação de dados relevantes aos negócios desse campo. a. Poder econômico: Como se sabe, a concorrência é o regime em que a geração de riquezas é máxima. Fora da concorrência, à medida que os produtores adquirem poder econômico, sua capacidade de agir unilateralmente aumenta. Isso ocorre se o produtor aumenta os preços (ou diminui a quantidade dos produtos), se deteriora a qualidade ou a variedade de produtos ou serviços, ou se reduz o ritmo de inovações para aumentar os lucros. A situação extrema é a do monopólio: se o monopolista aumentar seus preços, os consumidores simplesmente não possuem alternativas – ou deixam de comprar, ou compram menos, ou compra pagando mais. Este tipo de falha de mercado decorre de economias de escala, as quais surgem como algo positivo em princípio: afinal, quando há economias de escala significativas, o custo médio dos produtos e serviços diminui à medida que o volume de produção aumenta – não confunda esse conceito com o de economias de escopo, as quais geram economias de custos quando aumenta a variedade de produtos e serviços produzidos na mesma empresa. Para atingir as economias de escala, é necessário que a empresa seja muito grande isso pode acontecer pelo crescimento natural da empresa ou pelo processo de fusão e aquisição. 22/04/2016 UNIP Universidade Paulista : DisciplinaOnline Sistemas de conteúdo online para Alunos. http://online.unip.br/imprimir/imprimirconteudo 6/6 ou pelo processo de fusão e aquisição. A partir de certo ponto, porém, as economias de escala tendem a desaparecer e pode ser o caso de os custos de produção até mesmo aumentarem: estáse diante das deseconomias de escala. a. Externalidades: São efeitos não pretendidos no desenvolvimento de uma atividade econômica, pelos quais o empresário normalmente não se responsabilizaria ou se aproveitaria. Com esta falha, existe uma limitação à capacidade de autocorreção do mercado (o automatismo da mão invisível de Adam Smith). Quando um empresário investe numa região e gera progresso, sua intenção nunca foi a de melhorar a região, mas isso pode acontecer – tratase de externalidade positiva. Quando a fábrica aberta por este empresário polui, ele não queria poluir, mas isso acaba sendo um efeito negativo da atividade econômica – tratase de externalidade negativa. b. Ausência de mobilidade de fatores de produção: Com essa falha de mercado, existe uma limitação à capacidade de autocorreção do mercado, o automatismo da mão invisível de Adam Smith. O cafeicultor não pode simplesmente deixar de produzir café de um momento para outro: o pé de café leva 2 anos para começar a produzir e sua mudança antes de esgotada a vida útil prejudicaria a rentabilidade da lavoura. c. Bens coletivos: devido à falta de incentivos para a sua produção, que é altamente requisitada pela sociedade por ser útil à mesma, bens coletivos tendem a ser abastecidos de maneira insuficiente. Podese citar como exemplos desta falha de mercado o fornecimento de vacinas e, segundo a ótica do planejamento urbano, a dinâmica dos transportes coletivos, em conflito com a atual priorização do transporte individual, no que tange à produção econômica. Isto se explica pela expansão do mercado do automóvel no Brasil, notadamente nos últimos vinte anos.
Compartilhar