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Comparacao Sutes Matupa TelesPires

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CENTRO UNIVERSITÁRIO MONTE SERRAT 
 
ALINE FERREIRA MARINHO DA SILVA 
CLEBERSON CARLOS FERREIRA DA SILVA 
LUCAS MIGUEL FORCINETTI 
MARCELO MARTINATTI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comparação entre a petrografia, geoquímica, gênese e possíveis 
mineralizações das Suítes Intrusivas Matupá e Teles Pires - MT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santos 
2015
ALINE FERREIRA MARINHO DA SILVA 
CLEBERSON CARLOS FERREIRA DA SILVA 
LUCAS MIGUEL FORCINETTI 
MARCELO MARTINATTI 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comparação entre a petrografia, geoquímica, gênese e possíveis 
mineralizações das Suítes Intrusivas Matupá e Teles Pires - MT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao Centro 
Universitário Monte Serrat como exigência 
para a disciplina “Projeto Integrador V”, 
integrada ao curso de graduação em 
Geologia. 
 
Orientador: Marcelo Galé 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Santos 
2015
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Forcinetti, Lucas Miguel; Martinatti, Marcelo; Silva, Aline Ferreira 
Marinho da; Silva, Cleberson Carlos Ferreira da. 
 Comparação entre a petrografia, geoquímica, gênese e possíveis 
mineralizações das Suítes Intrusivas Matupá e Teles Pires - MT. / 
Forcinetti, Lucas Miguel; Martinatti, Marcelo; Silva, Aline Ferreira 
Marinho da; Silva, Cleberson Carlos Ferreira da. – Santos : [s.n], 
2015. 
 27 f.: il. color. 
 
 Orientador: Marcelo Galé. 
 Trabalho de Projeto Integrador V - Centro Universitário Monte 
Serrat, Curso de Graduação em Geologia. 
 
 
1. Suíte Intrusiva Matupá. 2. Suíte Intrusiva Teles Pires. 3. 
Petrografia. 4. Geoquímica. 5. Geotectônica 
 
 
 
 
 
 
ALINE FERREIRA MARINHO DA SILVA 
CLEBERSON CARLOS FERREIRA DA SILVA 
LUCAS MIGUEL FORCINETTI 
MARCELO MARTINATTI 
 
 
 
 
 
 
 
 
Comparação entre a petrografia, geoquímica, gênese e possíveis 
mineralizações das Suítes Intrusivas Matupá e Teles Pires - MT. 
 
 
 
 
Trabalho apresentado ao Centro 
Universitário Monte Serrat como exigência 
para a disciplina “Projeto Integrador V”, 
integrada ao curso de graduação em 
Geologia. 
 
Orientador: Marcelo Galé 
 
 
 
 
 
EXAMINADORES: 
 
 
 
Nome do examinador: 
Titulação: 
Instituição: 
 
 
 
Nome do examinador: 
Titulação: 
Instituição: 
 
 
Centro Universitário Monte Serrat 
Data da aprovação: _____/_____/_____
 
RESUMO 
As suítes intrusivas Matupá e Teles Pires estão localizadas no sudoeste do 
Cráton Amazônico, dentro das Províncias Geocronológicas Tapajós-Parima, 
Juruena e Rondônia, e regionalmente na Província Aurífera Alta Floresta 
(PAAF). A Suíte Teles Pires possui afloramentos em outras localidades além 
da PAAF, entretanto, o estudo apresentado será restrito às rochas desta 
região. O presente trabalho tem como objetivo a caracterização petrográfica, 
geoquímica, geotectônica e metalogenética das suítes, para posterior análise 
comparativa entre as mesmas. As Suítes Matupá e Teles Pires, por estarem 
localizadas na PAAF, possuem importância metalogenética, porém este não 
será o enfoque de estudo. Petrograficamente a Suíte Matupá apresenta quatro 
fácies prevalecendo monzogranitos e monzodioritos. Geoquimicamente, possui 
características cálcio-alcalina, peraluminoso a levemente metaluminoso, 
semelhantes a granitos tipo I, gerados em ambiente de arco vulcânico e sin-
colisional. Possui depósitos auríferos associados a alteração hidrotermal. A 
Suíte Teles Pires é composta basicamente por rochas graníticas, sienogranito, 
álcali-feldspato granito e subordinadamente monzogranitos. Geoquimicamente 
apresenta características álcali-cálcica, metaluminoso a peraluminoso, 
associados a granitos tipo A. A caracterização geotectônica sugere ambiente 
pós-colisional a intra-placa. Com relação a definição metalogenética, ainda não 
há consenso entre os autores. Por fim, com base na análise comparativa entre 
as suítes e suas respectivas assinaturas petrográficas e geoquímicas foi 
possível compreender os processos geotectônicos responsáveis pela formação 
das suítes, proporcionando narrar a história evolutiva de cada uma delas. 
 
Palavras chave: Suíte Intrusiva Matupá. Suíte Intrusiva Teles Pires. 
Petrografia. Geoquímica. Geotectônica. 
 
 
ABSTRACT 
The Matupá Intrusive Suite and Teles Pires Intrusive Suite are located in the 
southwest of the Amazonian Craton, geochronological provinces within the 
Tapajós-Parima, Juruena and Rondônia, and regionally at Alta Floresta Gold 
Province. The Teles Pires Suite has outcrops in other locations besides the Alta 
Floresta Gold Province, however, the study is restricted to rocks of this region. 
The scope of this work is to develop petrographic characterization, 
geochemical, tectonic and metallogenic characterization of the suites in order to 
comparatively analyse them. Because they are located at the Alta Floresta Gold 
Province, they have metallogenic importance, however this is not discussed in 
this study. The Matupá Suite is petrographically characterized by four facies in 
which monzogranites and monzodiorites prevail; geochemical features are calc-
alkaline, peraluminous- metaluminous, similar to granite type I, generated in 
volcanic arc and syn-collisional environment. It has gold deposits associated 
with hydrothermal alteration. The Teles Pires Suite is composed mainly of 
granitic rocks, syenogranite, alkali-feldspar granite and subordinate 
monzogranites, geochemical features are alkali-calcic, metaluminous-
peraluminous, associated with granites type A. The tectonic characterization 
suggests post-collisional intraplate environment. Scientists still argue about its 
metallogenic features. Lastly based on comparative analysis and their 
petrographic and geochemical characteristcs, it is possible to understand the 
tectonic processes involved in the formation of the suites, allowing a discription 
of the evolutionary history of each one of the suites. 
 
Keywords: Matupá Intrusive Suite. Teles Pires Intrusive Suite. Petrography. 
Geochemistry. Geotectonics. 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1- Propostas de compartimentação do Cráton Amazônico. .................. 11 
Figura 2– Localização Geográfica da Província Aurífera, de Alta Floresta 
(PAAF). ............................................................................................................ 12 
Figura 3 - Província Mineral de Alta Floresta ou Província Aurífera, de Alta 
Floresta (PAAF). ............................................................................................... 13 
Figura 4 – Esboço geológico final do Projeto Alta Floresta. ............................. 14 
Figura 5 - Mapa da área de ocorrência da Suíte Intrusiva Matupá. .................. 15 
Figura 6 - Fotomicrografia mostrando cristal de hornblenda associado a biotita 
e magnetita.. ..................................................................................................... 16 
Figura 7 - Fotomicrografia mostrando cristal de monazita primária. ................. 16 
Figura 8 - Autólitos e/ou enclaves de composição básica, de formas diversas e 
dimensões centimétricas a métricas. ............................................................... 17 
Figura 9 - Fotomicrográficas: A e B mostrando quartzo; C mostrando biotita 
alterando para clorita; D mostrando microclina. ............................................... 18 
Figura 10 - Biotita granito rosa da Suíte Matupá. ............................................. 20 
Figura 11 - Mapa de ocorrência da unidade Teles Pires na área estudada. .... 21 
Figura 12 – Foto do granito pórfiro exibindo textura rapakivi e antirapakivi. .... 23 
Figura 13 – Foto do granito com textura rapakivi e pórfiros de quartzo azulados.
 .........................................................................................................................23 
Figura 14 – Microfotografias do Batólito Terra Nova. ....................................... 24 
Figura 15 – Diagramas de Harker mostra a variação dos elementos maiores e 
traço da Suíte Matupá. ..................................................................................... 27 
Figura 16 – Diagrama multielementar (spidergrams) elementos traço e terras 
raras da suíte Matupá normalizado para o manto primitivo de Sun e 
McDonough, 1989. ........................................................................................... 28 
Figura 17 – Diagrama (spidergrams) elementos terras raras normalizado pelo 
modelo REE manto primitivo de Sun e McDonough, 1989. ............................. 28 
Figura 18 – Diagramas propostos por Frost et al., 2001. ................................. 29 
Figura 19 – Diagrama de ambiência tectônica proposto por Pearce et al., 1984.
 ......................................................................................................................... 30 
Figura 20 – Diagramas propostos por Gorton e Schandl, 2000 e Schandl e 
Gorton, 2002. ................................................................................................... 30 
Figura 21 – Diagramas de Harker com a variação dos elementos maiores e 
traço da Suíte Teles Pires (Granito Teles Pires). ............................................. 32 
Figura 22– Diagrama multielementar (spidergrams) normalizado pelo modelo 
manto primitivo; de McDonough e Sun, 1989................................................... 33 
Figura 23 – Diagramas proposto por Frost et al., 2001. ................................... 34 
 
Figura 24 – Diagramas de ambiência tectônica proposto por Pearce et al., 
1984. ................................................................................................................ 34 
Figura 25 – Diagramas de distinção de granitóides tipo A proposto por Whalen 
et al.,1987......................................................................................................... 35 
Figura 26 – Diagramas de discriminação geodinâmica de granitóides do tipo A, 
proposto por Eby, 1992. ................................................................................... 36 
Figura 27 – Diagrama binário razão Rb/Sr vs. SiO2, a seta mostra a tendência 
de evolução e de fracionamento. ..................................................................... 36 
Figura 28– Evolução tectônica do Arco magmático Juruena (1,85 Ga-1,75 Ga), 
no Cráton Amazônico. ...................................................................................... 39 
Figura 29 – Modelo esquemático para a gênese e evolução da mineralização 
de ouro de Serrinha. ......................................................................................... 42 
Figura 30 – Campo de inserção das Suítes Matupá e Teles Pires no Diagrama 
QAP. ................................................................................................................. 45 
Figura 31 – Diagramas de Harker mostrando as variações de elementos 
maiores nas suítes Matupá e Teles Pires. ....................................................... 46 
Figura 32 – Diagramas de Harker mostrando as variações de elementos 
maiores nas suítes Matupá e Teles Pires, conforme proposto por Frost et al., 
2001. ................................................................................................................ 47 
Figura 33 – Diagramas de distinção de granitóides tipo A proposto por Whalen 
et al., 1987........................................................................................................ 47 
Figura 34 – Diagramas de ambiência tectônica de Pearce et al.(1984) 
comparando as Suítes Matupá e Teles Pires. .................................................. 48 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 9 
2 GEOLOGIA REGIONAL ................................................................................ 10 
2.1 CRÁTON AMAZÔNICO .......................................................................... 10 
2.2 PROVÍNCIA AURÍFERA DE ALTA FLORESTA – PAAF ........................ 12 
3 PETROGRAFIA ............................................................................................. 15 
3.1 SUÍTE INTRUSIVA MATUPÁ ................................................................. 15 
3.2 SUÍTE INTRUSIVA TELES PIRES ......................................................... 20 
4 GEOQUÍMICA ............................................................................................... 25 
4.1 SUÍTE INTRUSIVA MATUPÁ ................................................................. 25 
4.2 SUÍTE INTRUSIVA TELES PIRES (GRANITO TELES PIRES) ............. 31 
5 GÊNESE E EVOLUÇÃO TECTÔNICA ......................................................... 37 
6 RECURSOS MINERAIS ................................................................................ 41 
6.1 SUÍTE INTRUSIVA MATUPÁ ................................................................. 41 
6.2 SUÍTE INTRUSIVA TELES PIRES ......................................................... 42 
7 DISCUSSÃO E COMPARAÇÃO ENTRE AS SUÍTES INTRUSIVAS MATUPÁ 
E TELES PIRES ........................................................................................... 44 
CONCLUSÃO ................................................................................................... 50 
REFERÊNCIAS ................................................................................................ 51 
APENDICE A – Resumo comparativa entre a Suíte Intrusiva Matupá e a Suíte 
Intrusiva Teles Pires. .................................................................................... 55 
ANEXO A – Dados litoquímicos Granito Matupá (MOURA, 2002). .................. 56 
ANEXO B – Dados litoquímicos Granito Teles Pires (RAMOS, 2011). ............ 57 
 
9 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Por definição, as suítes intrusivas consistem de duas ou mais unidades de 
rochas ígneas constituídas de diversos tipos de uma classe de rocha intrusiva, 
definidas como uma unidade litoestratigráfica formal, discriminadas por 
características texturais, mineralógicas ou composição química (IBGE, 1999). 
O presente trabalho propõe uma análise comparativa, a partir de consultas 
bibliográficas, das características petrográficas, geoquímicas, geotectônicas e 
metalogenéticas entre as Suítes Intrusivas Matupá e Teles Pires, ambas localizadas 
ao norte do estado de Mato Grosso. 
Antes de descrever as características individuais de cada suíte, 
primeiramente faz-se necessário descrever o contexto geológico regional ao qual 
ambas estão inseridas (capítulo 2). 
Conforme a definição descrita acima, as suítes intrusivas são delimitadas 
conforme sua textura, mineralogia e composição química. Seguindo essa lógica, no 
capítulo 3 será feita a discussão das características petrográficas, seguido pelo 
capítulo 4 que abordará os atributos geoquímicos individuais de cada suíte. 
Após a apresentação desses dados, tem-se embasamento para discutir a 
tectônica envolvida na gênese e respectivos ambientes de formação das Suítes 
Matupá e Teles Pires (capítulo 5), além da avaliação das condições e potencial 
metalogênéticos de ambas (capítulo 6). Com essas suítes devidamente 
caracterizadas, o capítulo 7 irá apresentar uma comparação entre elas dentro de 
cada item exposto anteriormente. 
 
 
10 
 
2 GEOLOGIA REGIONAL 
 
A Suíte Intrusiva Matupá está situada na Província Mineral de Alta Floresta, 
mais conhecida como Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF), que será o termo 
usado neste trabalho. A Suíte Intrusiva Teles Pires, por sua vez, está inserida entre 
as bacias paleozoicas do Parecis, Alto Tapajós e preferencialmentena PAAF. Essas 
bacias paleozoicas estão inseridas no Cráton Amazônico, que é divido em 
Províncias Geocronológicas em sua porção aflorante e em bacias sedimentares, 
onde ele é recoberto por sedimentos fanerozoicos. (SOUZA et al., 2004; PRADO et 
al., 2013). 
Neste trabalho, para descrição da Suíte Intrusiva Teles Pires será dado 
enfoque apenas em sua porção inserida na PAAF, região onde faz interface com a 
Suíte Intrusiva Matupá, de modo que as porções contidas nas bacias paleozoicas do 
Parecis e Alto Tapajós não serão citadas. 
 
 
2.1 CRÁTON AMAZÔNICO 
 
O Cráton Amazônico é composto por pequenas porções de rochas arqueanas 
e predominantemente paleoproterozóicas, que estão expostas na região norte do 
Brasil. Dois modelos são atribuídos à gênese do Cráton Amazônico: o modelo fixista 
e o modelo mobilista. Por ser o modelo mais recente e com maior embasamento 
geológico, neste trabalho será considerado apenas o modelo mobilista que, de modo 
geral, será abordado no capítulo 5 durante a contextualização geotectônica das 
suítes (BRAUN, 1974 apud SOUZA et al., 2004; ALMEIDA et al., 1976 apud SOUZA 
et al., 2004; ALMEIDA, 1978 apud SOUZA et al., 2004). 
Com base no modelo mobilista vários autores fizeram diferentes propostas de 
compartimentação regional do Cráton Amazônico (Figura 1). Uma das primeiras 
propostas de compartimentação foi apresentada por Suszczynski (1970), que 
reconheceu, baseado nos poucos dados geológicos existentes na época, faixas 
paralelas (direção NW) diferenciadas em sua constituição litológica e evolução. Mas 
foi através de centenas de datações de K-Ar e algumas de Rb-Sr que Amaral (1974) 
apud Hasui et al. (2012) embasou de forma mais ampla o processo de 
compartimentação geotectônica do Cráton Amazônico. 
11 
 
 
Figura 1- Propostas de compartimentação do Cráton Amazônico. (A): modelo de Cordani et 
al. (1979). (B): modelo de Tassinari e Macambira (2004), elaborado com datações 
multimodos. (C): modelo de Santos (2003a), precursor de (D), que é o de Santos et al. 
(2008), baseado em datações U-Pb e Pb-Pb, e dados geológicos. Nesses modelos foi 
admitida a extensão dos compartimentos de um ao outro lado da Bacia do Amazonas; em 
(B) e (D), estão traçadas as conexões sob essa bacia. 
Fonte: Hasui et al., 2012. 
 
 
 
Segundo Souza et al. (2004), com a obtenção de dados geológicos e 
geoquímicos mais precisos e avaliação de dados bibliográficos, foi possível 
reconhecer o domínio orogênico denominado Arco Magmático Juruena de idade U-
Pb 1,85 a 1,75 Ga, como parte de um arco colisional acrescionário ao Continente 
Atlântica. Isso contribuiu para dar mais suporte ao modelo mobilista. 
12 
 
2.2 PROVÍNCIA AURÍFERA DE ALTA FLORESTA – PAAF 
 
A Província Aurífera de Alta Floresta localiza-se geograficamente no centro-
norte do Estado do Mato Grosso, configurando uma área de direção NW-SE (Figura 
2). Ela está limitada a norte pelo Gráben do Cachimbo, a sul pelo Gráben dos 
Caiabis e Chapada dos Dardanelos (SOUZA et al., 2004; PAES DE BARROS, 2007; 
SILVA e ABRAM, 2008). 
 
 
Figura 2– Localização Geográfica da Província Aurífera, de Alta Floresta (PAAF). 
Fonte: Souza et al., 2004. 
 
 
 
Conforme modelo de compartimentação de Santos et al. (2000) apud Souza 
et al. (2004), a PAAF se insere em três Províncias Geotectônicas do Cráton 
Amazônico, são elas: Tapajós-Parima, Juruena e Rondônia, (Figura 3). 
13 
 
 
Figura 3 - Província Mineral de Alta Floresta ou Província Aurífera, de Alta Floresta (PAAF). 
Fonte: Souza et al., 2004. 
 
 
 
Essas Províncias Geocronológicas possuem características distintas, 
marcadas pela abundância de rochas graníticas associadas a vulcânicas ácidas a 
intermediárias. A Província Tapajós-Parima (Sm-Nd 2,3 Ga e U-Pb 1,9 Ga) é 
caracterizada, por gnaisses do Complexo Cuiú-Cuiú, granitóides pouco deformados 
da Suíte Intrusiva Matupá e rochas básicas da Suíte Intrusiva Flor da Serra. Pode 
representar um prolongamento do Arco Magmático Cuiú-Cuiú com granitos 
orogênicos e pós-orogênicos (VASQUES et al., 2002 apud SOUZA et al., 2004). 
Abrangendo a maior parte da área da PAAF, a Província Juruena (Sm-Nd de 
2,1 Ga e U-Pb entre 1,85 Ga e 1,75 Ga) caracteriza-se por dois seguimentos 
crustais distintos, denominados de Arco Magmático Juruena, com direção geral NW-
SE. O primeiro seguimento é plutovulcânico pouco deformado, em regime rúptil a 
rúptil-dúctil (Suítes Juruena, Paranaíta, Colíder, Alcalina Cristalino e Granitos 
Nhandu e Teles Pires). O segundo seguimento é de médio a alto grau metamórfico, 
de domínio dúctil (Complexos Bacaeri-Mogno e Nova Monte Verde, Suíte Vitória e 
granitos São Pedro, São Romão e Apiacás) (SOUZA et al., 2004). 
Sendo constituído por um provável arco magmático acrescionário, a Província 
Rondônia é caracterizada por um terreno metavulcano-sedimentar, deformado em 
14 
 
regime dúctil e representado por uma bacia do tipo retro-arco (Grupo São Marcelo-
Cabeça). Essa bacia é correlacionada ao Grupo Roosevelt e está associada com 
intrusões graníticas meso a epizonais, peraluminosas (Suíte Nova Canaã) 
(RIZZOTO et al., 1995 apud SOUZA et al., 2004). 
A PAAF (Figura 4) é constituída por granitoides que hospedam 
mineralizações auríferas, sendo descritas como similares a do tipo Cu-Au pórfiro e 
orogenético ou lode mesotermal. Essas mineralizações estão presentes em veios de 
quartzo, brechas e stockworks. Os depósitos primários de ouro estão relacionados a 
um mega sistema de cisalhamento sinistral rúptil e rúptil-dúctil de direção NNW/ESE, 
formado por uma compressão principal N50°E. Esses depósitos estão localizados 
em fraturas subsidiárias extensionais e de cisalhamento de direções N-S, NW e 
N50°E e são associados a processos hidrotermais, ricos em filossilicatos (muscovita, 
sericita e clorita), acompanhados de quartzo, epidoto, sulfetos e óxido de ferro. As 
Suítes Matupá, Flor da Serra, Paranaíta, Colíder e Nova Canaã, o Granito Nhandu e 
o Grupo São Marcelo-Cabeça são as mais importantes unidades hospedeiras dos 
principais depósitos da PAAF (COUTINHO et al., 1998 apud DIAS, 2012; SOUZA et 
al., 2004; PRADO et al., 2013). 
 
 
Figura 4 – Esboço geológico final do Projeto Alta Floresta. 
Fonte: Souza et al., 2004. 
 
15 
 
3 PETROGRAFIA 
 
Segundo Winge et al. (2001) a petrografia estuda macro e microscopicamente as 
rochas e seus minerais, definindo as texturas e estruturas, a mineralogia e a 
classificação da rocha em geral. Neste capítulo será abordado a petrografia das 
Suítes Intrusivas Matupá e Teles Pires. 
 
 
3.1 SUÍTE INTRUSIVA MATUPÁ 
 
A Suíte Intrusiva Matupá (Figura 5) é composta por quatro litofácies. A Fácies 
1 é constituída de biotita granitos e biotita monzogranitos de cores rosa a cinza e 
textura equigranular media a grossa e porfirítica. Os minerais essenciais são o 
quartzo, plagioclásio zonado (An20 a An40), biotita e hornblenda (Figura 6), tendo 
como minerais acessórios a magnetita, ilmenita, titanita, zircão, fluorapatita, allanita 
e monazita (Figura 7). O maciço é cortado por diques cogenéticos de composição 
riolítica, com direção N70°W a E-W e espessura métrica, além de diques máficos, 
com características químicas de basaltos toleíticos continentais. Os diques máficos 
são distiguindos em dois tipos, um é predominante porfirítico, com fenocristais de 
plagioclásio sericitizados imersos em matriz ofítica, com a presença de material 
vítreo, o outro possui composição mineralógica similar ao primeiro, entretanto 
apresentando textura granular, hipidiomórfica, média a fina e subofítica (MOURA, 
1998; MOURA e BOTELHO, 2002; SOUZA et al., 2004; SILVA e ABRAM, 2008). 
 
 
Figura 5 - Mapada área de ocorrência da Suíte Intrusiva Matupá. 
Fonte: Souza et al., 2004. 
16 
 
 
Figura 6 - Fotomicrografia mostrando cristal de hornblenda associado a biotita e magnetita. 
Fonte: Moura, 1998. 
 
 
 
 
Figura 7 - Fotomicrografia mostrando cristal de monazita primária. 
Fonte: Moura, 1998. 
 
 
 
A Fácies 2 ocorre na forma de dois batólitos compostos por rochas de cor 
cinza a cinza-azulado ou arroxeadas com tonalidades lilás, isótropas, maciças, de 
textura granular média a grossa. Porções mais finas, centimétricas e irregulares, 
17 
 
caracterizando autólitos e enclaves de composição mais básica (Figura 8), de 
formas diversas e dimensões centimétricas a métricas são comuns. A presença 
constante de hornblenda são características desta fácies, como hornblenda 
monzogranitos, hornblenda monzodioritos e biotita-hornblenda monzonitos. Ela 
ainda é cortada pelos Granitos Teles Pires, diques e stocks da Suíte Flor da Serra, 
além de ser recoberta pela unidade Colíder (SILVA et al., 1980 apud SOUZA et al., 
2004; LACERDA FILHO et al., 2004; SILVA e ABRAM, 2008). 
 
 
Figura 8 - Autólitos e/ou enclaves de composição básica, de formas diversas e dimensões 
centimétricas a métricas. 
Fonte: Souza et al., 2004. 
 
 
 
Rambo (2014) em seu trabalho descreveu quatro lâminas delgadas para 
caracterização da Fácies 2, sendo compostas mineralogicamente por quartzo, 
feldspato potássico, plagioclásio, biotita, clorita, sericita e epidoto. Ao contrário de 
outros autores, como os citados no parágrafo anterior, para ele a hornblenda ocorre 
raramente, enquanto que os minerais traços são compostos por zircão, apatita, 
titanita e opacos. 
Segundo Rambo (2014) o quartzo geralmente apresenta cristais em torno de 
2 mm, com texturas granulares com extinção ondulante (Figura 9A e B). Sendo 
observadas várias inclusões no cristal de quartzo, as mais significativas são as 
inclusões de epidoto, cristais de titanita e de rutilo. O feldspato potássico ocorre com 
hábitos subedrais e anedrais, geralmente prismáticos, com granulação variado entre 
18 
 
1 a 5 mm, sendo descritos 3 tipos de feldspato potássico: microclina (Figura 9D), 
ortoclásio e pertita. O plagioclásio ocorre como cristais em torno de 1 a 2 mm, hábito 
euedral e subedral, estes cristais geralmente estão saussuritizados e levemente 
sericitizados, sendo que o processo de saussuritização é marcado pelo 
desenvolvimento de epídoto, com hábitos euedrais. As cloritas possuem cor verde, 
sugerindo composições ricas em ferro, variam em granulação de 0,5 a 1mm e 
ocorrem sempre associadas aos plagioclásios alterados, substituindo biotitas 
primarias, adquirindo uma pseudoforma desse mineral (Figura 9C). A biotita primária 
foi substituída em sua maioria por clorita e geralmente está associada a pequenos 
cristais de epidoto. Podem ser observados cristais formados sobre um regime de 
intercrescimento de clorita + biotia. 
 
 
Figura 9 - Fotomicrográficas: A e B mostrando quartzo; C mostrando biotita alterando para 
clorita; D mostrando microclina. 
Fonte: Rambo, 2014. 
 
 
 
19 
 
Na Fácies 3 os corpos ígneos apresentam-se em forma de batólitos e stocks 
de contornos irregulares que ocorrem em região de topografia plana dominada por 
solos argilosos vermelhos, ricos em magnetita. Essa Fácies é composta por 
clinopiroxênio–hornblenda monzogranito e clinopiroxênio–hornblenda monzodiorito 
magnético. Tais rochas demonstram composição intermediária entre as rochas 
básicas da Suíte Intrusiva Flor da Serra e as fácies mais graníticas da Suíte Intrusiva 
Matupá, o que pode ser resultado de um processo de mistura de magmas. Essa 
hipótese é reforçada pela presença de xenólitos com contornos variando de nítidos e 
abruptos a graduais e difusos, além da composição mineralógica (SOUZA et al., 
2004; LACERDA FILHO et al., 2004). 
As rochas da Fácies 3 são constituídas predominantemente por cristais 
prismático-tabulares de plagioclásio, euédricos a subeuédricos, geminados e 
geralmente saussuritizados, e feldspato potássico pertítico, xenomórfico e 
intersticial. Cristais de quartzo fragmentados ou em fenocristais de hornblenda 
verde, prismática a tabular, associada a cristais tabulares xenomórficos de 
clinopiroxênio. Opacos são os minerais acessórios mais abundantes. Essas rochas 
também são maciças, isótropas e não deformadas. Possuem cor rosa-avermelhado 
com pintas verde-acinzentadas herdadas dos minerais máficos e sua textura é 
granular a inequigranular, fina a média, sendo raramente porfirítica (SOUZA et al., 
2004; LACERDA FILHO et al., 2004; SILVA e ABRAM, 2008). 
A Fácies 4 tem uma maior distribuição geográfica do que as demais, 
ocorrendo sob a forma de um extenso batólito em contato tectônico com as demais 
fácies desta suíte, sendo intrudido pelos granitos da Suíte Teles Pires e pela Suíte 
Flor da Serra, e encaixado por restos de gnaisses do Complexo Cuiú-Cuiú. Em seu 
limite leste ela é recoberta por sedimentos da Formação Dardanelos e por rochas 
vulcânicas da Suíte Colíder e na parte oeste é limitado por rochas da Suíte Intrusiva 
Juruena e do Granito Nhandu. Os sedimentos aluvionares da bacia do rio Peixoto de 
Azevedo recobrem esta Fácies. As principais rochas são os granitos, biotita granitos 
(Figura 10) e monzogranitos, com microgranitos e granófiros. Tais rochas 
apresentam cor cinza-claro com tonalidades rosadas, estrutura variando de maciça e 
homogênea até suborientada e fortemente orientada nas faixas de influência de 
falhas ou de zonas de cisalhamento, onde os processos de alteração hidrotermal 
evidenciam rochas metamórficas cataclásticas, miloníticas e ultramiloníticas (SOUZA 
et al., 2004; LACERDA FILHO et al., 2004). 
20 
 
 
Figura 10 - Biotita granito rosa da Suíte Matupá. 
Fonte: Moura, 1998. 
 
 
 
Souza et al. (2004) fizeram análises petrográficas nas principais rochas da 
Fácies 4, indicando a seguinte composição mineralógica média: feldspato potássico 
pertítico (35%), com geminações Carlsbad e polissintética cruzada; quartzo (30%) 
com extinção ondulante e intersticial aos feldspatos; plagioclásio (25%), geminado 
segundo a lei da Albita. Epidoto, sericita, clorita, muscovita e argilominerais estão 
relacionados aos processos de hidrotermalização, assumindo a posição de minerais 
essenciais nas zonas de cisalhamento. Os microgranitos e granófiros são 
subordinados e apresentam textura fina a média, subvulcânica e às vezes mostram 
textura porfirítica em matriz granular fina e pórfiros de feldspato potássico com 
textura rapakivi e antirapakivi. Em contrapartida ocorre também, em partes 
localizadas, granito grosso e porfirítico, incluindo cristais de feldspatos com 
dimensões de até 5cm. 
 
 
3.2 SUÍTE INTRUSIVA TELES PIRES 
 
O termo “Teles Pires”, Granito Teles Pires, Suíte Teles Pires, Suíte Intrusiva 
Teles Pires, Suíte Vulcano-plutônica Teles Pires, vem sendo atribuído a uma série 
21 
 
de granitoides, que estão preferencialmente inseridos na PAAF. Essa variação de 
nomenclatura ocorre por divergências interpretativas e temporais, sendo que a 
maioria dos autores o denominam apenas como Granito Teles Pires (Figura 11) 
(LACERDA FILHO et al., 2004; PAES DE BARROS, 2007; PRADO, 2013). 
 
 
Figura 11 - Mapa de ocorrência da unidade Teles Pires na área estudada. 
Fonte: Souza et al., 2004. 
 
 
 
Paes de Barros (2007) compartimentou a Suíte Vulcano-Plutônica Teles Pires 
nas seguintes unidades: (a) vulcânicas Teles Pires (VTP), que consistem de 
derrames de lavas félsicas a intermediárias; (b) tufos Braço Sul (TBS); (c) 
sedimentos Braço Sul (SBS), contendo ortoquartzitos, arenitos arcoseanos, arenitos 
lito-feldspáticose grauvacas líticas e; (d) granitos do tipo Teles Pires. Para ele a 
Suíte Teles Pires agrupa litotipos de natureza sub-alcalina a alcalina. 
Em seu trabalho Paes de Barros (2007) destaca apenas o Granito Teles 
Pires. Ele usou assinaturas geofísicas reportas por Moura (2004), em combinação 
com observações de campo e dados petrográficos e geoquímicos, para identificar 
três tipos de Granitos Teles Pires. 
TP1 são rochas em sua maioria equigranulares, com matriz de granulação 
média a grossa, coloração rósea a branco e composição modal de álcali-feldspato 
granito a sienogranito; de forma subordinada, monzogranito. A matriz contém 
microfenocristais de microclínio, sendo composta de biotita com 3% a 5%, e 
hospedando encraves de microgranito. Os monzogranitos mostram microfenocristais 
zonados de plagioclásio. 
22 
 
TP2 são corpos de álcali-granito de granulação fina, de cor vermelha intensa, 
com matriz contendo menos de 2% de minerais máficos e textura porfirítica, com 
fenocristais de feldspato potássico, quartzo bipiramidado, anfibólio sódico 
(arfvedsonita) de hábito tabular, assim como encraves máficos microgranulares. 
TP3 apresenta corpos de composição sienogranítica e textura equigranular 
fina a média, com cores róseas, ocorrendo na matriz microfenocristais de feldspato 
potássico de cor creme; os minerais máficos como a biotita, possuem concentrações 
menores que 5 %. 
Lacerda Filho et al. (2004) e Souza et al. (2004) descrevem o Granito Teles 
Pires como uma associação de corpos graníticos intrusivos e subvulcânicos, com 
tendência alasquítica, anorogênicos, quase sempre exibindo feições circulares e 
relacionados geneticamente à Formação Iriri, e ao Grupo Uatumã. Os corpos 
graníticos aparecem na forma de stocks e batólitos subcirculares a elipsoidais e 
distribuem-se por toda a área da PAAF, ao longo da estruturação regional (WNW-
ESE). Estes corpos encontram-se intrusivos preferencialmente nas rochas 
vulcânicas da Suíte Colíder e nos granitos Matupá. 
As principais litologias são biotita granitos e granitos porfiríticos, de cor cinza-
avermelhado a vermelho-tijolo e com texturas equigranulares a inequigranulares, 
localmente porfiríticas, de granulação média a grossa e as estruturas são maciças a 
discretamente foliadas. Os feldspatos potássicos apresentam-se como cristais 
tabulares, xenomórficos a subidiomórficos, pertíticos e localmente zonados. Os 
minerais de plagioclásios exibem-se como cristais prismáticos, tabulares e 
idiomórficos, enquanto o quartzo forma agregados de cristais xenomórficos 
intersticiais aos feldspatos. Minerais máficos são representados por lamelas de 
biotitas esverdeadas a pardas e são frequentemente alteradas para clorita, 
aparecendo raramente. Nos granitos porfiríticos as texturas mais comuns são 
rapakivi, antirapakivi (Figura 12) e pórfiros de quartzo azulado (Figura 13) (SILVA et 
al., 1980 apud SOUZA et al., 2004). 
23 
 
 
Figura 12 – Foto do granito pórfiro exibindo textura rapakivi e antirapakivi. 
Fonte: Souza et al., 2004. 
 
 
 
 
Figura 13 – Foto do granito com textura rapakivi e pórfiros de quartzo azulados. 
Fonte: Souza et al., 2004. 
 
 
 
Dentro dos corpos pertencentes ao Granito Teles Pires, Vitório (2009) 
descreve em seu trabalho o Batólito Terra Nova (Figura 14). As rochas desse 
24 
 
batólito se caracterizam por apresentar textura porfirítica grossa dominada por 
fenocristais de feldspato potássico avermelhado, com cristais de quartzo e 
plagioclásio subordinados, relativamente menores e menos abundantes. A 
composição modal é de sienogranito; com biotita, apatita, zircão e fluorita ocorrendo 
em quantidades muito subordinadas e com origem primária, sendo com isso 
considerados minerais acessórios. Tendo também origem primária, a magnetita 
representa a fase opaca do Batólito Terra Nova. 
 
 
Figura 14 – Microfotografias do Batólito Terra Nova. (A): microclina com lamelas de 
plagioclásio (centro) e ortoclásio. (B): biotita cloritizada, próxima aos acessórios magnetita e 
fluorita, além dos minerais félsicos. 
Fonte: Vitório, 2009. 
 
 
 
25 
 
4 GEOQUÍMICA 
 
 Winge et al. (2001) define a geoquímica como sendo o ramo da geologia que 
estuda a composição química de constituintes do nosso planeta e de outros corpos 
celestes, desenvolvendo modelos com proposições científicas sobre a origem, 
migração e fixação de elementos químicos e seus isótopos, permitindo aplicações 
diversas como o estudo e a localização de concentrações de minérios, estudos 
ambientais e paleoambientais, datações de rochas, condições termodinâmicas de 
formação de minerais e rochas. 
Neste capítulo será feita uma breve descrição das composições geoquímicas 
das Suítes Intrusivas Matupá e Teles, sendo que na Suíte Teles Pires a descrição 
será feita no Granito Teles Pires. 
 
 
4.1 SUÍTE INTRUSIVA MATUPÁ 
 
Segundo Moura e Botelho (2002) o maciço granítico Matupá é classificado no 
diagrama QAPF de Streckeisen (1976) como monzogranito, entretanto, conforme já 
citado no capítulo anterior, Moreton e Martins (2003); Souza et al. (2004) e Ramos 
(2011) o classificam como uma suíte intrusiva, com agrupamento de quatro fácies, 
prevalecendo a Fácies biotita monzogranito. 
A tabela com os dados litoquímicos da Suíte Intrusiva Matupá usados na 
elaboração dos diagramas a seguir encontra-se no ANEXO A. 
A análise dos elementos maiores nos diagramas de Harker, com teores de 
SiO2 entre 64 e 77%, permite observar uma relação inversa ao aumento do conteúdo 
de SiO2 em relação ao TiO2, Al2O3, FeO(t), CaO, MgO e P2O5 (RAMOS, 2011) (Figura 
15). 
Em relação aos elementos traço, de modo geral, há aumento de Rb 
proporcional ao aumento de SiO2 e o inverso ocorre com o Sr e Ba (MOURA e 
BOTELHO, 2002; SOUZA et al., 2004; RAMOS, 2011) (Figura 14). 
No diagrama multielementar normalizado no modelo de manto primitivo 
publicado por Sun & McDonough (1989), amostras do Granito Matupá caracterizam-
se por acentuadas anomalias negativas de Nb, Sr, P e Ti, Yb, pequena anomalia 
negativa de Ba e ausência de anomalia de Y (MOURA E BOTELHO, 2002) (Figura 
16). 
26 
 
A Suíte Matupá mostra enriquecimento em ETRL e menor em ETRP com 
relação ao manto primitivo, com padrões fortemente fracionados (LaN/YbN ~=30), e 
presença de anomalia negativa de Eu (Eu/Eu*~= 0,35). A suposição de plagioclásio 
residual pode explicar a anomalia negativa de Eu no granito (EMMERMAN et al., 
1975 apud MOURA e BOTELHO, 2002; RAMOS, 2011) (Figura 17). 
Baseado na classificação de Peacock (1931) para séries magmáticas, o 
Granito Matupá tende a cálcio-alcalino e encontra-se próximo ao limite álcali-cálcico 
e cálcio-alcalino, assim como no diagrama proposto por Frost et al. (2001) (Figura 
18). Entretanto, suas características petrográficas e químicas, como a presença de 
hornblenda, titanita e allanita, composição da biotita e ausência de anfibólio ou 
piroxênio alcalino, o definem como cálcio-alcalino, sendo semelhante aos granitos 
do tipo I (CHAPPELL e WHITE, 1992 apud MOURA e BOTELHO, 2002; SOUZA et 
al., 2004; RAMOS, 2011). 
 
27 
 
 
Figura 15 – Diagramas de Harker mostra a variação dos elementos maiores e traço da Suíte 
Matupá. 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
28 
 
 
Figura 16 – Diagrama multielementar (spidergrams) elementos traço e terras raras da suíte 
Matupá normalizado para o manto primitivo de Sun e McDonough, 1989. 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
 
 
 
 
Figura 17 – Diagrama (spidergrams) elementos terras raras normalizado pelo modelo REE 
manto primitivo de Sun e McDonough, 1989. 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
 
29 
 
Analisando o índice desaturação em alumina, Moura e Botelho (2002) 
definem o Granito Matupá como peraluminoso a levemente metaluminoso, devido a 
modificações pós-magmáticas nos teores de Na2O e K2O (Figura 17). 
 
 
Figura 18 – Diagramas propostos por Frost et al., 2001. 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
 
 
 
Os diagramas Yb-Ta e (Yb+Ta)-Rb na Figura 19 marcam a ambiência 
tectônica das amostras do Granito Matupá, que se inserem no topo do campo dos 
VAG, chegando ao início do domínio dos syn-COLG, comportamento semelhante ao 
esperado em granitos pós-colisionais (PEARCE et al., 1984). 
Gorton e Schandl (2000) e Schandl e Gorton (2002) também propõem 
diagramas que discriminam os ambientes tectônicos, neste caso através de razões 
entre Th, Ta, Yb, Y e Hf (Figura 20). Aplicando-os à Suíte Matupá observa-se 
inserção no campo de margem continental ativa. 
Datações para idade de cristalização apontam para 1.872 ± 12Ma (método 
Pb/Pb em zircão) e idades-modelo (TDM) entre 2,34 e 2,47Ga com εNd (t) entre –2,7 
e –4,3 obtidos por Moura (1998). 
 
30 
 
 
Figura 19 – Diagrama de ambiência tectônica proposto por Pearce et al., 1984. Abreviações: 
granito cordilheira oceânica (ORG), granitos intra-placa (WPG), granito de arco vulcânico 
(VAG) e granitos syn-colisionais (Syn-colg). 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
 
 
 
Figura 20 – Diagramas propostos por Gorton e Schandl, 2000 e Schandl e Gorton, 2002. 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
31 
 
4.2 SUÍTE INTRUSIVA TELES PIRES (GRANITO TELES PIRES) 
 
De acordo Ramos (2011) e Prado (2013) o Granito Teles Pires é classificado 
no diagrama QAPF de Streckeisen (1976) como álcali-feldspato granito, 
apresentando alta concentração de SiO2, K2O e com teores de Al2O3 (11,65-13,43 
%), TiO2 (0,09-0,26%), FeO (0,17- 0,41%) e CaO (0,07- 0,8%). A tabela com os 
dados litoquímicos da Suíte Intrusiva Teles Pires usados na elaboração dos 
diagramas a seguir encontra-se no ANEXO B. 
A análise de elementos maiores mostra uma variação com o aumento de 
sílica, sendo que TiO2, FeOt, MgO, Al2O3, CaO e P2O5 apresentam relação inversa a 
sílica, o que não ocorre com Na2O e K2O. A redução do Al2O3 e P2O5 pode ser 
reflexo da participação de apatita na evolução do Granito Teles Pires (RAMOS, 
2011; PRADO, 2013) (Figura 21). 
Para os elementos traço observa-se concentrações menores para La, Ba, Sr 
e Ce. Há aumento do Rb e redução do Ba, ambos com o aumento da sílica 
(RAMOS, 2011) (Figura 21). 
 
32 
 
 
Figura 21 – Diagramas de Harker com a variação dos elementos maiores e traço da Suíte 
Teles Pires (Granito Teles Pires). 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
 
 
 
Os padrões dos elementos terras raras normalizados pelo manto primitivo 
(McDonough e Sun, 1995) (Figura 22), apresenta anomalias negativas de Ba, Nb, 
Sr, P e Ti e positiva de K e Pb. Os ETRL mostram maior fracionamento, contrário 
aos ETRP com fracionamento menor. A razão (La/Lu)N apresenta valores entre 
4,85-23,85 diagnóstico de um alto grau de fracionamento dos ETR (SOUZA et al., 
2004; RAMOS, 2011). 
Souza et al. (2004) e Ramos (2011) relatam de discreta a nenhuma anomalia 
negativa de Eu no Granito Teles Pires, provavelmente controlada pelo fracionamento 
33 
 
de plagioclásio e feldspato alcalino, pois ambos admitem Ba e Sr na estrutura 
cristalina e nota-se a concentração destes elementos com a diminuição de SiO2. 
 
 
Figura 22– Diagrama multielementar (spidergrams) normalizado pelo modelo manto 
primitivo; de McDonough e Sun, 1989. 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
 
 
 
Seguindo o diagrama proposto por Frost et al., (2001), o Granito Teles Pires é 
classificado como granitóide ferroso (Figura 23a); granitos enriquecidos em FeOt se 
relacionam com magmas graníticos do tipo A, diferente dos granitóides de arcos 
vulcânicos que possuem baixos percentuais de FeOt (LACERDA FILHO, 2004; 
ASSIS, 2011). Portanto, o Granito Teles Pires apresenta característica específica de 
série granítica anorogênica. Com base no índice de alcalinidade, define-se 
assinatura álcali-cálcica (Figura 23b). 
O diagrama de índice de saturação em alumina, apresentado por Frost et al., 
(2001), exibe padrão tanto metaluminoso e peraluminoso, mas dentro do campo 
delimitado por Maniar e Piccoli (1989) para as séries graníticas pós-colisionais 
(Figura 22c) (SOUZA et al., 2004; RAMOS, 2011). 
 
34 
 
 
Figura 23 – Diagramas proposto por Frost et al., 2001. 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
 
 
 
Considerando os diagramas para caracterização de ambiência tectônica 
proposto por Pearce et al. (1984), nota-se que o Granito Teles Pires está 
relacionado a magmas graníticos gerados em ambiente pós-colisional a intra-placa 
(Figura 24), ou seja, representa o estágio pós-colisional do Arco Magmático Juruena 
(1,8-1,75 Ga) (RAMOS, 2011; PRADO, 2013). 
 
 
Figura 24 – Diagramas de ambiência tectônica proposto por Pearce et al., 1984. 
Abreviações: granito cordilheira oceânica (ORG), granitos intra-placa (WPG), granito de arco 
vulcânico (VAG) e granitos syn-colisionais (Syn-colg). 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
 
 
 
Nos diagramas de Whalen et al. (1987), observa-se uma tendência 
geoquímica para granitos anorogênicos (Figura 25). 
 
35 
 
 
Figura 25 – Diagramas de distinção de granitóides tipo A proposto por Whalen et al.,1987. 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
 
 
 
De acordo com Ramos (2011) para suítes graníticas que se inserem no 
campo dos granitóides intra-placa de Pearce et al. (1984) e de granitos do tipo A 
(WHALEN et al., 1987), faz-se necessário o uso dos diagramas de Eby (1992) 
conforme Figura 26, para discriminação de ambiente pós-orogênico para granitos do 
tipo A. 
Portanto, seguindo o diagrama de Eby (1992), observa-se que o Granito Teles 
Pires incide no campo A2, cuja fonte apresenta características mais crustais, a 
exemplo das margens continentais ativas (RAMOS, 2011; PRADO, 2013). 
Datações geocronológicas estimam idade U-Pb em zircão de 1.757 ± 16Ma e 
idade-modelo Sm/Nd de 2.100 Ma (SANTOS, 2000 apud SOUZA et al., 2004; 
PRADO, 2013). 
O diagrama binário da razão K/Rb em função da sílica mostra que o Granito 
Teles Pires tem um aumento destas razões proporcionalmente a sílica, que sugere a 
tendência de cristalização fracionada (RAMOS, 2011) (Figura 27). 
 
 
36 
 
 
Figura 26 – Diagramas de discriminação geodinâmica de granitóides do tipo A, proposto por 
Eby, 1992. 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
 
 
 
 
Figura 27 – Diagrama binário razão Rb/Sr vs. SiO2, a seta mostra a tendência de evolução e 
de fracionamento. 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
37 
 
5 GÊNESE E EVOLUÇÃO TECTÔNICA 
 
A Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF), localizada no estado de Mato 
Grosso, encontra-se inserida na porção centro-sul do Cráton Amazônico. Conforme 
mencionado no capítulo 2, a história geológica da região é ainda controversa no que 
diz respeito a sequência evolutiva do cráton, sendo mais aceita atualmente a 
hipótese do modelo mobilista que propõe a ocorrência de processos de subducção 
de litosfera oceânica, com desenvolvimento de sucessivos arcos magmáticos que se 
agregaram progressivamente ao protocráton formado pela Província Amazônica, 
acompanhados pelo choque de massas continentais durante o Arqueano e 
Paleoproterozoico (CORDANI et al., 1979; TEIXEIRA et al., 1989; TASSINARI et al., 
1996; TASSINARI e MACAMBIRA, 1999 apud TREVISAN, 2012). 
Tassinari (1996) apud Moura (1998), baseado em dados isotópicos, considera 
a gênese geológica da região como a evolução de um protocráton de idade 
arqueana a partir da agregação progressiva de microcontinentes queteriam sido 
soldados através de processos orogênicos colisionais ocorridos durante o 
Proterozoico. Tais processos também promoveram o retrabalhamento parcial das 
antigas porções crustais e geraram magmas por fusão parcial da base da crosta 
durante os processos de subducção. 
A compartimentação das Províncias Geotectônicas abrangidas pela PAAF já 
foi discutida anteriormente ao se enfocar a Geologia Regional (capítulo 2). Assim, o 
enfoque principal neste capítulo é a evolução geotectônica das áreas específicas 
que teriam sido geradas nesse ambiente de arco magmático e que se relacionam 
com as suítes intrusivas em estudo no presente trabalho, ou seja, os seguimentos 
crustais inseridos nos terrenos plutovulcânicos. 
Desse modo, no contexto regional da PAAF, Souza et al. (2004) destacam 
inicialmente o desenvolvimento do Arco Magmático Juruena, entre 1,85 Ga e 1,75 
Ga, acrescionário ao Arco Magmático Cuiú-Cuiú, com idade de 2,1 Ga a 1,95 Ga. 
Segundo esses autores, dados geofísicos de gravimetria sugerem que durante o 
processo colisional de convergência de rochas supracrustais ocorreu espessamento 
crustal na área, com geração de magmas híbridos e ascendentes nas zonas de 
subducção. As características heterogêneas desses magmas decorrem da interação 
de fontes mantélicas e crustais, gerando os granitos diferenciados do Arco 
Magmático Juruena. 
38 
 
Silva et al. (2008) em seu trabalho de revisão da proposta evolutiva da área, 
também relacionam a gênese das suítes intrusivas e vulcano-plutônicas presentes 
na PAAF, geradas a partir de magmas calcioalcalinos de margem continental ativa, 
com a sequência de desenvolvimento dos arcos magmáticos Cuiú-Cuiú e Juruena. 
Segundo Ramos (2011) os ambientes de arcos vulcânicos a pós-colisionais 
são representados por múltiplas intrusões graníticas e se relacionam ao 
desenvolvimento das suítes mais antigas da PAAF (entre 1,9 Ga a 1,87 Ga), 
enquanto que os granitos mais recentes (1,75 Ga), teriam sido gerados em ambiente 
pós-colisional a intra-placa. 
Na Figura 28 é representada a evolução tectônica do Arco Magmático 
Juruena, descrita por Souza et al. (2004). Pode-se observar um primeiro estágio 
evolutivo denominado pré-arco (1,9 Ga a 1,85 Ga), controlado por uma fase 
compressiva, onde a convergência de blocos continentais força o fechamento de 
crosta oceânica com a movimentação da placa oceânica em direção a um segmento 
de crosta continental pré-colisional (representada pelo Arco Magmático Cuiú-Cuiú). 
Nesse estágio, associado aos ambientes de arco vulcânico, sin e pós-colisional, 
ocorrem os granitos da Suíte Intrusiva Matupá, com idade de 1.872 ±12 Ma 
(MOURA, 1998; TREVISAN, 2012). 
A sequência desse processo promove o rompimento, subducção e consumo 
da placa oceânica com a geração de uma diversidade de rochas graníticas 
pertencentes ao Arco Magmático Juruena (SOUZA et al.; 2004). 
 
39 
 
 
Figura 28– Evolução tectônica do Arco magmático Juruena (1,85 Ga-1,75 Ga), no Cráton 
Amazônico. 
Fonte: Souza et al., 2004. 
 
 
 
O segundo estágio (1,85 Ga a 1,75 Ga) é marcado por processos pós-
colisionais de ajustamento de blocos crustais, provocados por grandes movimentos 
40 
 
horizontais e oblíquos. Esse estágio, de acordo com Souza et al. (2004) se constitui 
como a principal fase de geração de crosta continental no qual irão se diferenciar 
algumas outras unidades vulcano-plutônicas que não são objetos de estudo do 
presente trabalho, como por exemplo a Suíte Intrusiva Paranaíta, Alcalinas Rio 
Cristalino, Granito Nhandu, Suíte Colíder, entre outras. 
Por fim, em um estágio pós-orogênico ocorre um conjunto de corpos 
graníticos calcioalcalinos de alto potássio, indicando magmas de origem mantélica 
com grande interação de material crustal, denominado por Suíte Intrusiva Teles 
Pires, com idade de 1.757 ±16 Ma (SOUZA et al., 2004). Tais corpos graníticos 
distribuem-se em stocks e batólitos subcirculares a elipsoidais, intrusivos 
preferencialmente em rochas vulcânicas da Suíte Colíder e nos granitos Matupá 
(LACERDA FILHO et al., 2004). 
Outros dois segmentos crustais foram descritos por Souza et al. (2004). O 
Terreno Acrescionário de Médio a Alto Grau Metamórfico (formado por rochas 
predominantemente mais alteradas pelo metamorfismo) e o Terreno Metavulcano-
Sedimentar (bacia do tipo retro-arco interpretada como provável arco magmático 
acrescionário, denominado Arco Roosevelt), os quais não abrigam ocorrências das 
Suítes Intrusivas Matupá ou Teles Pires na PAAF, de modo que não serão 
abordados neste trabalho. 
 
 
41 
 
6 RECURSOS MINERAIS 
 
Algumas características de magmas graníticos como composição e estado de 
oxidação influenciam diretamente no desenvolvimento de depósitos minerais 
considerados de associação granítica, principalmente mineralizações de Au e Au-Cu 
(MOURA e BOTELHO, 2002). 
Dada a localização das Suítes Matupá e Teles Pires, inseridas dentro de uma 
província mineral (PAAF), é de interesse caracterizar ambas as suítes em um 
contexto metalogenético, apesar do assunto não ser o foco principal deste trabalho. 
 
 
6.1 SUÍTE INTRUSIVA MATUPÁ 
 
As mineralizações de ouro da Suíte Intrusiva Matupá ocorrem de maneira 
constante nas fácies constituídas por biotita granitos, biotita monzogranitos (Fácies 
1, conforme capítulo 4), hornblenda monzogranitos, hornblenda monzodioritos e 
biotita-hornblenda monzonitos (Fácies 2, conforme explicado no capítulo 4), sendo 
essas fácies cortadas pelos granitos da Suíte Teles Pires (SILVA e ABRAM, 2008). 
Nessa suíte localiza-se o depósito de ouro Serrinha, considerado o depósito-
tipo, hospedado de forma disseminada e restrita às áreas de intensa alteração 
hidrotermal do Granito Matupá, com associação de pirita, sericita, clorita e/ou albita 
(MOURA, 1998; MOURA e BOTELHO, 2002; SILVA e ABRAM, 2008). Os corpos 
das mineralizações auríferas não possuem forma definida, mas são notoriamente 
associados a sistemas de cisalhamento e falhas, com grande densidade de 
superfícies estriadas (MOURA, 1998). Esse e outros depósitos de ouro 
disseminado/stockwork relacionados à granitos oxidados do tipo I, na Província 
aurífera Juruena-Teles Pires se assemelham a outros depósitos disseminados 
classificados como do tipo ouro pórfiro (BOTELHO e MOURA, 1998; DARDENNE e 
SCHOBBENHAUS, 2001; MOURA e BOTELHO, 2002). 
Segundo os estudos de Moura (1998), a alteração hidrotermal do Granito 
Matupá, responsável pelo depósito de Serrinha, se iniciou provavelmente com a 
circulação dos fluidos H2O-NaCl-KCl, oxidados, altamente salinos e ácidos, 
exsolvidos do magma granítico e aprisionados a 423ºC e 1,3 kbar, sendo esses 
responsáveis pelo transporte inicial do ouro. A diminuição da temperatura do fluido 
42 
 
durante sua ascensão, que passa a ser uma mistura de H2O-NaCl-CO2-CH4 
aprisionados a 330ºC e 0,5-1,3 kbar, imiscibilidade ou aumento do pH pode ter 
propiciado a precipitação do ouro. A diluição e/ou desmistura do fluido salino, devido 
a circulação de fluidos ricos em Ca e meteóricos, podem ter ocasionado a deposição 
da segunda geração de ouro (Figura 29). 
 
 
Figura 29 – Modelo esquemático para a gênese e evolução da mineralização de ouro de 
Serrinha. 
Fonte: Oliveira e Albuquerque (2003), modificado de Moura 1998. 
 
 
 
O ouro encontrado na Suíte Intrusiva Matupá ocorre em estado nativo, 
formando uma ligação metálica com a prata (entre 3,53% e 19,63% de Ag), sob a 
forma de inclusões principalmente em pirita ou preenchendo faturas, sem a 
presença de veios de quartzo. Ocorre também outros sulfetos como calcopirita 
(CuFeS2), esfalerita (ZnS), pirrotita (FeS), cubanita (CuFe2S3), bismutita (Bi2S3)e 
galena (PbS), além de magnetita hidrotermal e rutilo; todos esses minerais estão 
inclusos ou associados a pirita; no entanto, esses não possuem interesse econômico 
até o momento (MOURA, 1998; DARDENNE e SCHOBBENHAUS, 2001). 
 
 
6.2 SUÍTE INTRUSIVA TELES PIRES 
 
A Suíte Teles Pires é reconhecida por diversos autores, como Moreton e 
Martins (2004), apud Assis et al. (2012), Souza et al. (2004), Paes de Barros (2007), 
e Silva e Abram (2008) por não hospedar mineralizações de ouro. Paes de Barros 
(2007) a definiu como o marco do final do evento metalogenético na PAAF. 
43 
 
Entretanto, existem outros trabalhos que mostram que essa Suíte não é tão 
estéril quanto o afirmado anteriormente. Moura (1998) reconhece o Granito Teles 
Pires como hospedeiro de algumas ocorrências auríferas, no entanto, acredita que 
as mesmas não possuem relação genética com as intrusões graníticas. Assis et al. 
(2012), porém, embasados em dados de contexto geológico e litogeoquímicos, 
propõem à Suíte Teles Pires um potencial para hospedar e/ou participar de 
processos formadores de mineralizações auríferas associadas a metais de base. Os 
depósitos de ouro nessa suíte ocorrem geralmente na forma de stockworks ou veios 
de quartzo, controlados por lineamentos regionais ou zonas de cisalhamento 
(DARDENNE e SCHOBBENHAUS, 2001; PORTO et al., 2002). 
Além do potencial aurífero, o Granito Teles Pires possui alto potencial de 
portar mineralizações de cassiterita, columbita e fluorita, conforme indícios como os 
altos valores de Nb, Y, ETRs, valores anômalos de Sn, além da presença de fluorita 
(MOURA, 1998; STROPPER et al., 2011). O reforço do potencial mineral estanífero 
está na correlação com granitos tipo A das províncias Rondônia-Juruena e 
Amazônia Central (STROPPER et al., 2011). 
 
 
44 
 
7 DISCUSSÃO E COMPARAÇÃO ENTRE AS SUÍTES INTRUSIVAS MATUPÁ E 
TELES PIRES 
 
Neste capítulo serão comparadas as Suítes Matupá e Teles Pires a partir dos 
aspectos abordados nos capítulos anteriores. 
Em termos petrográficos a Suíte Intrusiva Matupá é composta em sua maioria 
por monzogranitos variando a rochas monzodioríticas e graníticas. As rochas 
monzograníticas em algumas litofácies recebem o prefixo biotita e hornblenda por 
apresentarem esses minerais com valores iguais ou superiores a 5% em sua 
composição, assim como o monzodiorito recebe os prefixos clinopiroxênio e 
hornblenda. Os granitos aparecem nas intrusões ígneas, onde a Suíte Matupá é 
cortada por rochas das Suítes Teles Pires e Flor da Serra. 
Entretanto, a Suíte Intrusiva Teles Pires (Granito Teles Pires) é composta 
basicamente por rochas graníticas metaluminosas com composições de 
sienogranito, álcali-feldspato granito e, subordinadamente, monzogranitos. Essas 
rochas estão na forma de corpos intrusivos (batólitos e stocks) que cortam 
preferencialmente as rochas vulcânicas da Suíte Colíder e a Suíte Matupá. 
Os dados geoquímicos mostram que essas duas suítes possuem algumas 
similaridades entre suas características litogeoquímicas, entretanto, será apontado 
suas principais distinções, conforme definidas no capítulo 4. 
De modo geral, a classificação das rochas no diagrama QAPF de Streckeisen 
(1976) aponta as rochas da Suíte Matupá como sendo monzogranitos e as da Suíte 
Teles Pires como sendo álcali-feldspato granitos (Figura 30) 
45 
 
 
Figura 30 – Campo de inserção das Suítes Matupá e Teles Pires no Diagrama QAP. 
Fonte: Modificado de Streckeisen (1976), a partir dos dados de Ramos, 2011. 
 
 
 
De acordo com Moura e Botelho (2002), a Suíte Matupá tem teores de SiO2 
entre 68-75%, enquanto que a Suíte Teles Pires possui teores de 70-77% (PRADO, 
2013). As elevadas concentrações de SiO2 na Suíte Teles Pires sugerem um forte 
fracionamento ígneo, o qual pode ter relação com a presença de quartzo na matriz. 
Considerando as análises nos diagramas de Harker, ambas possuem uma 
tendência compatível dos elementos maiores com o aumento de SiO2, com exceção 
do K2O na Suíte Matupá, que se apresenta linear e, portanto, nota-se uma 
concentração maior de K2O na Suíte Teles Pires em relação a Suíte Matupá. Para 
Moura e Botelho (2002); Ramos (2011) e Prado (2013) altos percentuais de K2O 
comprovam sua assinatura mais evoluída, com abundância em feldspato alcalino 
(Figura 31). 
Segundo Moura e Botelho (2002) e Ramos (2011) a diminuição de TiO2, MgO 
e FeO em relação às composições mais ricas em SiO2 se deve, provavelmente, à 
remoção de biotita, titanita e magnetita durante a evolução e cristalização fracionada 
do magma granítico. 
 
46 
 
 
Figura 31 – Diagramas de Harker mostrando as variações de elementos maiores nas suítes 
Matupá e Teles Pires. 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011 
 
 
 
O Granito Matupá contém elevados teores de Ba e Sr, quantidades 
moderadas de Zr e Rb e baixos conteúdos de Nb, Y, Ta, Ga, Zn, F, C e Li, além de 
apresentar anomalia negativa de Eu (SOUZA et al., 2004; RAMOS, 2011). No 
Granito Teles Pires os elementos traço tem concentrações menores para La, Ba, Sr 
e Ce, aumento do Rb e redução do Ba, ambos com o aumento da sílica. Possui 
ainda ausência ou discreta anomalia de Eu (SOUZA et al., 2004; RAMOS, 2011). 
Nos diagramas propostos por Frost et al. (2001) a Suíte Matupá tem uma 
classificação de granitos magnesianos com assinatura cálcico-alcalina e varia entre 
metaluminoso a peraluminoso, enquanto a Suíte Teles Pires apresenta granitos 
47 
 
ferrosos a magnesianos, álcali-cálcicos e também variam de metaluminosos a 
peraluminosos (Figura 32). 
 
 
Figura 32 – Diagramas de Harker mostrando as variações de elementos maiores nas suítes 
Matupá e Teles Pires, conforme proposto por Frost et al., 2001. 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
 
 
 
De acordo com os diagramas apresentados na Figura 33 e na Figura 34, 
pode-se relacionar a Suíte Matupá a granitos do tipo I, associados a ambientes 
orogênicos de arco vulcânico ou pós-colisionais (PEARCE, 1984; SOUZA et al., 
2004; MOURA e BOTELHO, 2002; RAMOS, 2011). Por sua vez, a Suíte Teles Pires 
pode ser relacionada a granitos do tipo A, vinculados a um evento anorogênico ou 
pós-colisionais/pós-orogênicos (LACERDA FILHO, 2004; ASSIS, 2011; RAMOS, 
2011; PRADO 2013). 
 
 
Figura 33 – Diagramas de distinção de granitóides tipo A proposto por Whalen et al., 1987. 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
 
 
 
48 
 
 
Figura 34 – Diagramas de ambiência tectônica de Pearce et al.(1984) comparando as Suítes 
Matupá e Teles Pires. Abreviações: granito cordilheira oceânica (ORG), granitos intra-placa 
(WPG), granito de arco vulcânico (VAG) e granitos syn-colisionais (Syn-colg). 
Fonte: Modificado de Ramos, 2011. 
 
 
 
Ramos (2011) sugere que o magmatismo responsável pela formação da Suíte 
Teles Pires é tardio em relação ao evento orogenético que teria atuado na PAAF, 
logo, representa o estágio pós-colisional do Arco Magmático Juruena (1,8 Ga a 1,75 
Ga). 
Considerando o contexto de evolução geotectônica na comparação das 
Suítes Intrusivas Matupá e Teles Pires, pode-se verificar que ambas ocorrem dentro 
de um mesmo processo orogenético, porém com intervalos (aproximadamente 110 
Ma) e ambientes tectônicos distintos. Fator confirmado pelas análises geoquímicas, 
através do posicionamento dos granitos nos diagramas apresentados na Figura 33 e 
na Figura 34. 
Apesar das Suítes Matupá e Teles Piles estarem inseridas na PAAF, elas 
demostram diferenças metalogenéticas. A Suíte Intrusiva Matupá é rica em recursos 
minerais metálicos, enquanto a Suíte Intrusiva Teles Pires, apesar do potencial 
citado no capítulo 6, não apresenta tal enriquecimento, sendo considerada por 
muitosautores uma suíte estéril em recursos minerais metálicos. Esse fato pode ser 
explicado pela diferença de idade e ambiente geotectônico entre essas suítes, sendo 
que a Teles Pires (rochas alcalinas ácidas fortemente evoluídas) representa o 
encerramento do evento orogenético (ASSIS et al., 2012). 
49 
 
O granito Matupá, hospedeiro do depósito de Serrinha, é bem estudado e 
característico da suíte homônima à qual está inserido, o que permite afirmar que o 
mesmo é responsável pela geração dos depósitos que hospeda. No caso da Suíte 
Intrusiva Teles Pires, muitos dos corpos mineralizados considerados anteriormente 
pertencentes a ela têm recebido novas denominações ou reposicionamento 
estratigráfico devido novos estudos, sendo excluídos dessa suíte, o que dificulta a 
determinação do seu real potencial metalogenético. 
O resumo comparativo entre as Suítes Matupá e Teles Pires está exposto no 
Apêndice A. 
 
 
50 
 
CONCLUSÃO 
 
A análise comparativa das Suítes Intrusivas Matupá e Teles Pires, inseridas 
preferencialmente na Província Aurífera de Alta Floresta (PAAF), aponta diferenças 
petrográficas, geoquímicas e metalogenética entre elas. 
Confrontando os dados obtidos entre as suítes, foi possível constatar 
principalmente através de dados geoquímicos que ambas foram formadas em 
idades e ambientes geotectônicos diferentes. 
Tais constatações estão relacionadas ao trend evolutivo do ambiente 
geodinâmico. Os granitos da Suíte Matupá estão relacionados a magmas mais 
primitivos, que indicam ambientes geotectônicos de arco vulcânico, sin-colisional e 
pós-colisional, com afinidade para granitos do tipo I, ou seja, menos evoluídos. 
Entretanto, os granitos da Suíte Teles Pires representam intrusões graníticas mais 
evoluídas, classificadas como granitóides do tipo A, alojados em ambiente pós-
colisional a intra-placa. 
Desse modo, é possível concluir que um dos principais fatores determinantes 
para a gênese dessas suítes, está relacionado às diferentes fontes de magmas, que 
são gerados em ambientes tectônicos distintos. 
 
51 
 
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55 
 
APENDICE A – RESUMO COMPARATIVO ENTRE A SUÍTE INTRUSIVA MATUPÁ E A SUÍTE INTRUSIVA TELES PIRES. 
 
Suíte Intrusiva Matupá Suíte Intrusiva Teles Pires
Litologia
Monzogranito variando a monzodioritos
e granitos
Sienogranitos, álcali-feldspato granitos
e monzogranitos (forma subordinada)
Minerais essenciais
Fácies 1: Quatzo, Plagioclasio zonado, 
Biotita, Hornblenda
Fácies 2: Feldspato potássico, 
Plagioclasio, Biotita, Hornblenda,
Quartzo
Fácies 3: Plagioclasio, Feldspato potássico 
e Quartzo
Fácies 4: Feldspato potássico, Quartzo, 
Plagioclasio
TP 1: Plagioclasio zonado
TP 2: Feldspato potássico, Quartzo, 
Anfibólio sódico
TP 3: Feldspato potássico
Minerais acessórios
Fácies 1: Magnetita, Ilmenita, Titanita, 
Zircão e Flouropatita, Allanita,
Monazita
Fácies 2: Clinopiroxenio, Titanita,
Zircão
Fácies 3: Opacos
Fácies 4: Epidoto, Sericita, Muscovita, 
Clorita
TP 1, TP 2, TP 3:
Minerais máficos (biotita)
Classificação QAPF 
Monzogranito
Monzodiorito
Álcali-feldspato granito
Relação entre teor de SiO2 e 
elementos maiores
Relação inversa ao aumento de SiO2 para 
TiO2, Al2O3, FeO(t), CaO, MgO e P2O5
Relação inversa ao aumento de SiO2 para 
TiO2, Al2O3, FeO(t), CaO, MgO e P2O5 e 
proporcional para Na2O e K2O
Relação entre teor de SiO2 e 
elementos traço
Aumento de Rb proporcional ao de SiO2, 
com inverso para Sr e Ba 
Concentrações menores para La, Ba, Sr e 
Ce
 Aumento de Rb proporcional ao de SiO2 
com inverso para Ba
Normatização multielementar 
pelo modelo manto primitivo 
de McDonough e Sun
Acentuadas anomalias negativas para Nb, 
Sr, P e Ti, Yb
Baixa anomalia negativa para Ba
Ausência de anomalia para Y
Maior enriquecimento ETRL
Menor enriquecimento ETRP
Anomalia negativa de Eu (Eu/Eu*~= 0,35)
Anomalias negativas de Ba, Nb, Sr, P e Ti 
Anomalias positivas de K e Pb
Maior fracionamento ETRL
Menor fracionamento ETRP
Discreta a nenhuma anomalia negativa de 
Eu
Classificação para séries 
magmáticas
Granito cálcio-alcalino
(semelhança aos granitos do Tipo I)
Granitóide ferroso álcali-cálcico
(semelhança aos granitos do Tipo A)
Índice de saturação em 
alumina 
Peraluminoso a levemente
metaluminoso
Metaluminoso e peraluminoso
Idade
1.872 ±12 Ma
 (método Pb/Pb em zircão)
 1.757 ±16 Ma
(método U/Pb em zircão)
Ambiente geotectônico
Arco vulcânico
Sin-colisional
Pós-colisional
(margem continental ativa)
Pós-orogênico a
Intra-placa
Depósitos primários de Au/Ag com 
ocorrência de sultetor diversos
Não há consenso sobre o potencial 
metalogenético
G
E
O
Q
U
Í
M
I
C
A
G
E
O
T
E
C
T
Ô
N
I
C
A
P
E
T
R
O
G
R
A
F
I
A
MINERALIZAÇÕES
56 
 
ANEXO A – DADOS LITOQUÍMICOS GRANITO MATUPÁ (MOURA, 2002). 
 
 
 
 
 
 
Elemento Unidade LD SEIIA2 SEIIIA2 SEPEI2 SEVVA2 Elemento Unidade LD SEIIA2 SEIIIA2 SEPEI2 SEVVA2
SiO2 % 0,01 75,09 71 74,09 67,35 Co ppm 0,2 n.a. n.a. n.a. n.a.
Al2O3 % 0,01 13,85 14,36 13,23 15,47 Cs ppm 0,1 n.a. n.a. n.a. n.a.
Fe2O3 % 0,04 0,63 1,3 0,33 1,21 Ga ppm 0,5 n.a. 11 10 10
MgO % 0,01 0,4 0,89 0,57 1,54 Hf ppm 0,1 3,6 5,3 4,4 5,4
CaO % 0,01 1,12 2,08 1,55 2,89 Nb ppm 0,1 6,00 12,00 16,00 20,00
Na2O % 0,01 3,07 3,62 2,73 3,65 Rb ppm 0,1 196 176 184 148
K2O % 0,01 4,13 4,16 4,3 4,09 Sn ppm 1 n.a. n.a. n.a. n.a.
TiO2 % 0,01 0,17 0,36 0,34 0,57 Sr ppm 0,5 139 184 171 277
P2O5 % 0,01 0,06 0,13 0,1 0,17 Ta ppm 0,1 1,4 1,2 1,3 2,1
MnO % 0,01 0,03 0,06 0,03 0,07 Th ppm 0,2 29 21 24 13
LOI % -5,1 0,53 0,77 0,53 0,98 U ppm 0,1 5 7 4 4
Sum % 0,01 100,04 100,12 99,41 100,18 V ppm 8 23 28 34 55
Mo ppm 0,1 n.a. n.a. n.a. n.a. W ppm 0,5 0,4 0,4 0,4 0,4
Cu ppm 0,1 3 4 8 18 Zr ppm 0,1 138 148 135 225
Pb ppm 0,1 n.a. n.a. n.a. n.a. Y ppm 0,1 29 39 23 36
Zn ppm 1 30 53 39 56 La ppm 0,1 48,9 103,8 35,7 47,3
Ni ppm 0,1 n.a. n.a. n.a. n.a. Ce ppm 0,1 93,7 161,8 79,8 104,9
Ni ppm 20 1 n.a. 2,5 13 Pr ppm 0,02 10,3 17,2 8,9 11,9
As ppm 0,5 n.a. n.a. n.a. n.a. Nd ppm 0,3 36,2 61,1 31,6 42,2
Cd ppm 0,1 n.a. n.a. n.a. n.a. Sm ppm 0,05 7,3 9,5 5,6 7,1
Sb ppm 0,1 n.a. n.a. n.a. n.a. Eu ppm 0,02 0,9 1,2 0,6 0,9
Bi ppm 0,1 n.a. n.a. n.a. n.a. Gd ppm 0,05 6 8 5,2 6,9
Ag ppm 0,1 n.a. n.a. n.a. n.a. Tb ppm 0,01 0,9 1,1 0,7 0,9
Au ppm 0,5 n.a. n.a. n.a. n.a. Dy ppm 0,05 5,6 6,3 3,7 4,9
Hg ppm 0,01 n.a. n.a. n.a. n.a. Ho ppm 0,02 1 1,3 0,6 0,8
Tl ppm 1 n.a. n.a. n.a. n.a. Er ppm 0,03 3 3,5 1,8 2,5
Se ppm 5 n.a. n.a. n.a. n.a. Tm ppm 0,01 0,5 0,5 0,2 0,3
Sc ppm 1 n.a. n.a. n.a. n.a. Yb ppm 0,05 2,9 3,1 1,5 2,1
Ba ppm 1 501 718 813 1302 Lu ppm 0,01 0,5 0,5 0,2 0,3
Be ppm 1 3 3 3 3
57 
 
ANEXO B – DADOS LITOQUÍMICOS GRANITO TELES PIRES (RAMOS, 2011). 
 
 
 
Elemento Unidade LD GR 25 GR 33 GR 42 GR 45 GR 57 Elemento Unidade LD GR 25 GR 33 GR 42 GR 45 GR 57
SiO2 % 0,01 76,23 75,44 75,83 74,26 76,71 Co ppm 0,2 0,6 0,4 0,4 1,8 0.2
Al2O3 % 0,01 11,65 12,30 12,32 13,43 12,54 Cs ppm 0,1 1,2 0,4 0,5 1,9 1,5
Fe2O3 % 0,04 1,42 1,59 1,25 1,35 0,65 Ga ppm 0,5 17,6 19,6 20,8 18,1 19,9
MgO % 0,01 0,29 0,23 0,24 0,31 0,06 Hf ppm 0,1 7,1 9,4 8,6 4,7 4,4
CaO % 0,01 0,07 0,24 0,12 0,80 0,25 Nb ppm 0,1 22,9 17,5 17,7 17,8 26,9
Na2O % 0,01 1,91 4,05 3,91 3,72 3,88 Rb ppm 0,1 217,5 162,0 182,0 224,1 277,1
K2O % 0,01 6,97 5,15 5,34 5,10 5,08 Sn ppm 1 3 3 2 2 2
TiO2 % 0,01 0,26 0,26 0,19 0,20 0,09 Sr ppm 0,5 19,5 11,5 10,1 141,9 11,7
P2O5 % 0,01 0,01 0,02 0,02 0,05 0,02 Ta ppm 0,1 1,6 1,0

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