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AULA 06 D. CONSTITUCIONAL II

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DIREITO CONSTITUCIONAL II
solonmariz@gmail.com 
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DIREITO CONSTITUCIONAL II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS
ACESSO AOS SERVIÇO PÚBLICO
 Pode-se ingressar no serviço público por meios distintos: eleição, convite ou concurso público.
Os dois primeiros geram um vínculo precário com o poder público: no caso de eleição, o vínculo irá durar pelo tempo do mandato, ao passo que, em relação ao convite, irá permanecer até que ocorra a exoneração do cargo.
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DOS SERVIDORES PÚBLICOS
Por meio de concurso público, a pessoa poderá ser investida em cargo público e adquirir estabilidade.
2. ESTABILIDADE E PERDA DE CARGO
O servidor público nomeado para cargo de provimento efetivo em virtude de concurso público adquirirá estabilidade após três anos de efetivo exercício. 
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DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
Para adquirir a estabilidade no serviço público, o servidor deverá se submeter obrigatoriamente à avaliação especial de desempenho, a qual será feita por uma comissão instituída para essa finalidade.
Adquirida a estabilidade, o servidor público não poderá ser exonerado do cargo, admitindo-se exceções previstas na Constituição. 
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DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
São exceções a sentença judicial transitada em julgado; o afastamento por meio de processo administrativo; mediante processo de avaliação periódica de desempenho de suas atividades; por ato normativo motivado, nos termos do art. 169, § 4º, CF, e da Lei 9.801/99 (Necessidades econômicas motivadas). 
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DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
3. CUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS
 A Constituição veda a cumulação remunerada de dois ou mais cargos públicos.
A proibição de cumular cargos públicos deve ser compreendida em sentido amplo, de modo a abranger, também, empregos e funções, valendo, também, para toda Administração Indireta.
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DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
Há exceções à vedação de cumulação de cargos públicos, quais sejam: dois cargos de professor; um cargo de professor e outro de natureza técnica ou científica; dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas.
4. MANDADO ELETIVO
O servidor público da administração direta, autárquica ou fundacional poderá eleger-se para mandato, aplicando-se as seguintes regras: 
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DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
se for eleito para mandato federal, estadual ou distrital, ficará afastado de seu cargo, emprego ou função, enquanto estiver no mandato;
se for investido no mandato de prefeito, o servidor será afastado do cargo, emprego ou função, pelo tempo que exercer o mandato eletivo, facultando-lhe optar pela remuneração que entender;
investido no mandato de vereador, quando em horários compatíveis, perceberá as duas remunerações; em horários incompatíveis, o servidor será afastado do cargo, podendo optar por sua remuneração.
 
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DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
d) em qualquer das hipóteses em que o servidor público for obrigado a se afastar do cargo, emprego ou função para exercer o mandato, seu tempo de serviço será contado para todos os efeitos legais, exceto promoção por mérito; 
e) na hipótese de afastamento para exercer mandato, os valores relativos ao benefício previdenciário do servidor público serão determinados como se estivesse em exercício.
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DIREITO CONSTITUCIONAL II
DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
5. SINDICALIZAÇÃO E DIREITO DE GREVE
A Constituição Federal assegura ao servidor público a liberdade de pertencer a uma associação sindical.
A Constituição também assegurou aos servidores públicos o direito de greve, assim como já havia feito em relação aos trabalhadores em geral, entretanto, tal direito há de ser exercido nos limites definidos em lei específica.
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DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
Em face da omissão legislativa de não haver sido editada tal lei específica, presidente da República editou o Decreto 1.480, de 03 de maio de 1995, dispondo sobre procedimentos a serem adotados em casos de paralisações dos serviços públicos federais.
Para José Afonso da Silva, enquanto a lei não vem, o direito há de prevalecer em sua amplitude constitucional. 
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DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
O direito de greve, porém, ao ser exercido, não deve resultar em prejuízos para a população consumidora de serviços públicos.
Pode-se argumentar, então, que os serviços públicos considerados essenciais precisam ser mantidas, mesmo na vigência da greve.
O STF reconheceu o direito de greve aos servidores públicos, aplicando ao caso a Lei 7.783/1989, até que sobrevenha a lei específica regulamentadora.
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DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
6. A PREVIDÊNCIA SOCIAL
A Constituição de 1988 criou amplo sistema de seguridade social, abrangendo saúde, previdência e assistência social (arts. 194 a 204).
Relativamente aos servidores públicos, deu à matéria tratamento detalhado (art. 40), especialmente após reformas constitucionais (EC 20/1998 e 41/2003). 
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DOS SERVIDORES PÚBLICOS 
 Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado o regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mantido por contribuição do ente, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas.
Os servidores abrangidos por esse sistema poderão aposentar-se por invalidez permanente; compulsoriamente; voluntariamente.
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DO PODER LEGISLATIVO 
FUNÇÕES
1.1 Função constituinte
 Quando atua investido de poderes constituintes (CF, art. 60), o Poder Legislativo produz normas constitucionais, que ingressam no plano da Constituição assumindo posição hierárquica superior às demais normas do ordenamento jurídico. 
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DO PODER LEGISLATIVO 
O projeto de emenda constitucional deve ser aprovado por três quintos dos votos duas vezes na Câmara e duas no Senado. 
1.2 Função legislativa
O Poder Legislativo cria o direito infraconstitucional, elaborando e aprovando projetos de leis complementares e de leis ordinárias, atuando em conjunto com o chefe do Executivo que sanciona, promulga e publica a lei.
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DO PODER LEGISLATIVO 
Ainda no exercício dessa função, o Legislativo fixa, por meio de resolução, os termos da delegação de poderes para o presidente da República editar leis delegadas; elabora, aprova e publica decretos legislativos e resoluções; aprecia medidas provisórias, aprovando, alterando ou rejeitando seu texto. 
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DO PODER LEGISLATIVO 
1.3 Função fiscalizadora
 Fiscaliza as atividades do Poder Executivo e os atos administrativos do Poder Judiciário e do próprio Legislativo, contando com o auxílio do Tribunal de Contas da União nessa tarefa.
No exercício da função fiscalizadora, os parlamentares têm independência e são protegidos pela inviolabilidade, por suas opiniões, palavras e votos.
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DO PODER LEGISLATIVO 
1.4 Função investigativa
 Investiga atos do Poder Executivo e atos do Poder Judiciário, bem como do próprio Legislativo.
O principal instrumento de investigação são as comissões parlamentares de inquérito, as quais podem ser instaladas na Câmara dos Deputados, no Senado Federal ou no Congresso Nacional (CPI mista), sempre para apurar fato determinado, tendo em vista o interesse público. 
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DO PODER LEGISLATIVO 
1.5 Função julgadora
É no Poder Legislativo que se desenvolve o processo de impeachment.
O Senado Federal, após a autorização da Câmara dos Deputados, processa e julga o presidente e o vice-presidente da República, nos crimes de responsabilidade, e os ministros de Estado, os comandantes
da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos crimes da mesma natureza conexo com aqueles.
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DO PODER LEGISLATIVO 
Também processa e julga, mas sem autorização da Câmara dos Deputados, os ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de Justiça, os membros do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da República e o advogado-geral da União nos crimes de responsabilidade (arts. 51, I, e 52, I e II). 
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DO PODER LEGISLATIVO 
2. ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO
 o Poder Legislativo, estruturado e organizado pela Constituição Federal, o qual é composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal.
Cada Casa Legislativa tem uma Diretoria própria, bem como a previsão de Comissões Parlamentares.
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2.1 Congresso Nacional
 O Poder Legislativo brasileiro é exercido pelo Congresso nacional, o qual tem a atribuição constitucional para legislar sobre todas as matérias de competência da União (art. 48).
2.2 Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados é composta por representantes do povo, quais sejam os deputados federais, eleitos pelo sistema proporcional, em cada Estado, em cada Território e no Distrito Federal (art. 45).
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DO PODER LEGISLATIVO 
O número total de deputados federais é fixado por lei complementar, levando-se em consideração a população de cada Estado, de cada Território e do Distrito Federal.
Nesse sentido, a Câmara dos Deputados, composta por 513 parlamentares, terá o mínimo de oito e o máximo de setenta representantes de cada Estado.
O Distrito Federal tem oito deputados federais, dispondo a Constituição que os Territórios – ora inexistentes – elegerão quatro deputados federais. 
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2.3 Senado Federal
Embora possa existir em Estado unitário, o Senado é uma instituição típica do Estado Federal.
Nesse tipo de Estado, os senadores representam os Estados federados e, também, o Distrito Federal.
Em face do princípio da igualdade entre os membros do pacto federativo, cada Estado e o Distrito Federal têm igual representação no Senado, quais sejam três Senadores, com dois suplentes cada, sendo tal representação renovada de quatro em quatro anos, alternadamente por um e dois terços.
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2.4 Mesas Diretoras
 Cada Casa Legislativa tem administração própria, assim há mesas diretoras da Câmara, do Senado e do Congresso Nacional, com os respectivos cargos e atribuições previstas no correspectivo regimento interno de cada Casa Legislativa e na Constituição Federal.
As reuniões das Casas Legislativas serão realizadas de 2 de fevereiro a 17 de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro, são dois períodos que compõem a sessão legislativa.
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2.5 Comissões parlamentares
 Exercem funções previstas na Constituição Federal e nos respectivos regimentos internos.
Tendo em vista as matérias de sua competência, cabe a elas discutir e votar projeto de lei que dispensar a competência do Plenário, salvo recurso de um décimo dos membros da Casa; realizar audiências públicas com entidades da sociedade civil; convocar ministros de Estado para prestar informações sobre assuntos inerentes a suas atribuições.
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DO PODER LEGISLATIVO 
Cabendo as Comissões ainda receber petições, reclamações, representações ou queixas de qualquer pessoa contra atos ou omissões das autoridades ou entidades públicas; solicitar depoimento de qualquer autoridade ou cidadão; apreciar programas de obras, planos nacionais, regionais e setoriais de desenvolvimento e sobre eles emitir parecer. 
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2.5.1 Comissões permanentes
As comissões permanentes, segundo José Afonso da Silva, são as que subsistem através das legislaturas, existindo tanto na Câmara quanto no Senado.
No Senado Federal são oito, destacando-se a de Constituição, Justiça e Cidadania; na Câmara há vinte comissões, com destaque para a de Constituição, Justiça e Cidadania.
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DO PODER LEGISLATIVO 
 As comissões permanentes podem votar e aprovar projetos de lei sobre certas matérias, dispensando-se a atuação do Plenário da Câmara e do Senado.
2.5.2 Comissões temporárias
Podem ser formadas na Câmara, no Senado ou no Congresso, extinguindo-se nas seguintes hipóteses: término da legislatura; conclusão de sua tarefa; término do prazo fixado para sua duração.
Têm como exemplos as comissões representativas e parlamentares de inquérito.
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2.5.2.1 Comissão representativa
Será composta por sete senadores e dezesseis deputados federais, eleitos em suas respectivas Casas, na última sessão ordinária do período legislativo.
Sua composição deverá reproduzir, tanto quanto possível, a proporcionalidade da representação partidária na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, atuando no recesso parlamentar e extinguindo-se no início do período legislativo seguinte. 
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2.5.2.2 Comissão parlamentar de inquérito
 Tiveram origem na Inglaterra, no século XVI, sendo utilizadas ao longo da História, em diversos países.
No Brasil, estiveram previstas nas Constituições de 1934, 1946, 1967/69 e foi bastante fortalecida na Carta de outubro de 1988 (art. 58, § 3º).
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DO PODER LEGISLATIVO 
Podem ser criadas na Câmara, no Senado ou no Congresso, exigindo a convergência de alguns requisitos: requerimento assinado por, no mínimo, um terço dos membros da Casa Legislativa; apuração de fato determinado; prazo certo de duração; interesse público da investigação.
Podem ser instaladas por requerimento assinado por um terço dos parlamentares da Casa Legislativa, sem necessidade de aprovação do Plenário. 
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As comissões parlamentares de inquérito têm amplos poderes para exercer suas atividades, podendo convocar autoridades, inclusive ministros de Estado, tomando seus depoimentos, intimando e inquirindo testemunhas, ainda, intimando e ouvindo indiciados.
Podem requisitar de órgãos públicos informações ou documentos de qualquer natureza, bem como requerer ao TCU a realização de inspeções e auditorias, além de realizar diligências que entender necessárias, postular em juízo e sugerir inovação legislativa. 
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Não podem ultrapassar os poderes da Casa Legislativa que as constituiu.
Não podem investigar o presidente da República, o Poder Judiciário, o Ministério Público, a Câmara dos Deputados, o Senado Federal e as autoridades vinculadas a outros membros do pacto federativo (Estados, Distrito Federal e Municípios), além da vida particular das pessoas. 
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Não julgam para aplicar sanções penais, nem podem condenar ao pagamento de indenizações por danos havidos.
Têm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais (art. 58, § 3º), com competências para condução coercitiva de testemunhas e imposição do crime de falso testemunho, no caso de falta de verdade, conforme entendimento do Ministro Luís Roberto Barroso. 
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DO PODER LEGISLATIVO 
A comissão parlamentar de inquérito não pode ordenar a busca e apreensão de uma pessoa, salvo testemunha, sob vara.
Apesar de vacilante, a doutrina majoritária é favorável à possibilidade de quebra do sigilo bancário de pessoas e empresas pelas CPIs.
As comissões parlamentares de inquérito não podem quebrar o sigilo telefônico de uma pessoa, podendo, todavia, requererem em juízo tal quebra. 
Tal vedação também alcança o sigilo fiscal da pessoa física ou jurídica.
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Se a comissão identificar atos danosos ao erário, suas conclusões devem ser remetidas ao Ministério Público para este promover ação criminal e/ou cível contra os infratores, se for o caso.
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