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Anjos e Santos A arte Sacra nas Coleções dos Palácios Anjos e Santos Arte Sacra nas Coleções dos Palácios PROPOSTA educativA Sumário * Apresentação *Conversando com o professor * Aproximações Pedagógicas * Modelando a religiosidade Apresentação: proximadamente 400 obras compõem a coleção de arte sacra dos Palácios do Governo, adquiridas em sua maioria na década de 1960, quando era comum a compra A de objetos sacros para decorar e representar a religiosidade nos espaços domésticos. Imagens e peças de mobiliário de origem brasileira e européia, provenientes de antigas igrejas e capelas de fazendas, são referências ao passado glorioso dos ateliês barrocos. A exposição Anjos e Santos Arte Sacra na Coleção dos Palácios reúne 75 obras do Palácio dos Bandeirantes e do Palácio Boa Vista. Dentre elas, 37 obras provenientes do Palácio Campos Elíseos estão sob a guarda da Curadoria do Acervo Artístico- Cultural dos Palácios, desde o ano de 2006. Esses valiosos objetos patrimoniais requerem compromisso e responsabilidade em sua conservação para que sejam transmitidos a gerações futuras. Preservar é, antes de tudo, catalogar e pesquisar. Para cumprir essa missão, convidamos um especialista em arte sacra, o pesquisador e professor Percival Tirapeli, com quem está sendo desenvolvida uma importante etapa de investigação. Pode-se, assim, estabelecer um jogo de relações entre os valores históricos, estéticos e simbólicos, e celebrar a oportunidade de olhar e desvendar os códigos presentes em cada imagem. Ana Cristina Carvalho Curadora do Acervo Artístico-Cultural dos Palácios Caro Professor: O tema “Anjos e Santos” sugere uma viagem ao passado de nossa terra e possibilita a compreensão da religiosidade como ação inerente ao homem de todos os tempos. Por meio das manifestações artísticas podemos entender o homem, sua época, seu pensamento, seu imaginário coletivo. A exposição “Anjos e Santos - Arte Sacra nas Coleções dos Palácios”, descortina o passado e nos proporciona um novo olhar à arte sacra. A fé e a devoção se mostram tangíveis pela beleza das peças concebidas por mestres anônimos, permitindo o desenvolver de sentimentos de humanidade e respeito e o refletir sobre a importância da preservação e difusão deste patrimônio cultural às gerações futuras. Para tanto, passamos às suas mãos esta Proposta Educativa, que sugere, possibilidades de integração com os PCNs, além de propor o fazer artístico e ressaltar a importância de trazer à sala de aula as questões sugeridas no percurso, estabelecendo relações com o entorno dos alunos. A Equipe Integrações Pedagógicas com os PCNs. Aspectos Artísticos: Artes Plásticas * Linguagens plásticas: pintura e escultura *Gêneros artísticos:temas bíblicos *Movimentos artísticos: renascimento, barroco *Temática: arte e religiosidade Música *Música sacra barroca Literatura *Estilos: Narração e Poesia Temas Transversais: pluralidade cultural *Festas Populares ( São João, Congada) Aspectos Históricos: *Brasil Colonial (Ciclos do açucar e do ouro, Bandeirantes) Aspectos Geográficos: *Paisagem do século 17 e 18 Ciências: *Flora e Fauna do Brasil Colonial Modelando a Religiosidade Conhecendo: A arte de modelar os Anjos e Santos, chegou ao Brasil com os padres jesuítas, beneditinos e franciscanos nos séculos 17 e 18. A técnica das imagens feitas em barro cozido, permanece até os dias de hoje como fonte de renda em muitas cidades brasileiras como Juazeiro do Norte, no Ceará. A tradição das imagens de barro em São Paulo A cidade paulista de Embu das Artes tem sua história escrita em torno da Igreja Jesuítica de Nossa Senhora do Rosário onde no século 17, o padre Belchior de Pontes foi o precursor da arte santeira jesuítica, esculpindo a imagem de Nossa Senhora, que até hoje se encontra no altar da igreja. A tradição de santeiros foi retomada nos anos 30 com o escultor Cassio M’Boy. Na década de 60 um lavrador japonês, Tadakiyo Sakay, sob orientação do mestre M’Boy torna-se conhecido por sua obra sacra. Pequena biografia de Sakay de Embu Nascido em terras japonesas, Sakay imigrou para o Brasil aos 14 anos de idade. Da província de Nagasaki para São Paulo veio acompanhado de seu pai em busca de tempos melhores e de balsamo para os corações entristecidos pela perda da mãe e da irmã de apenas 20 anos. No Brasil, Sakay se viu sozinho pois seu pai faleceu antes de completar um ano de imigração. Assim continuou a busca por tempos melhores dedicando-se a sericultura (criação do bicho da seda) e a agricultura, além de ministrar aulas de artes marciais. Sakay foi um grande pesquisador da cultura popular de nossa terra. Sua concepção de mundo fez com que estipulasse paralelos entre a arte primitiva japonesa e a arte indígena brasileira. Nesta época a amizade e a orientação do pintor e escultor Cássio M'Boi foi de grande vali, pois com o mestre , aprendeu a técnica primitiva da cerâmica que lhe possibilitou modelar Trabalhando com a técnica de modelagem dos jasuitas da região, modelou anjos, santos e cenas bíblicas, tornando-se conhecido pelos baixo relevos da Via Sacra. figuras que misturavam o Japão e o Brasil, o samurai e o caboclo, a natureza e o santos católicos. Nos anos 70 o artista, junto a seus alunos, criou o grupo Sakay de Embu, que tinha o objetivo contar as lendas do Embu por meio de baixo relevos em terracota. Após sua morte, as obras criadas pelo grupo foram expostas ao ar livre num testemunho de agradecimento da cidade que ele tanto amou. A tradição de modelar santos é cultivada até os dias de hoje na pequena cidade de Embu das Artes. Tradição iniciada pelos jesuitas que ali chegaram no século 17. São Francisco Sakai de Embu - terracota - dec. De 40 Coleção do Palácio dos Bandeirantes Pesquisando Programe uma visita à cidade do Embu das Artes para conhecer: - a Igreja de N. Senhora do Rosário e obeservar a imagem esculpida pelo Padre Belchior de Pontes - o Museu de Arte Sacra dos Jesuítas - a Fundação Sakay de Embu, e observar as obras do mestre e o ateliê de cerâmica. Proponha uma pesquisa sobre a obra sacra do Padré Belchior de Pontes, do padre Macaré e de Sakay de Embu, afim de estabelecer relações estéticas. Procure saber se em sua região há um ateliê de cerâmica ou se existem relatos de ceramistas tradicionais como os Santeiros do Embu, do Juazeiro do Norte, Caruaru e as Figureiras de Taubaté. Caso haja, proponha uma visita ao ateliê para conhecer o trabalho e entrevistar o artista. Criando com os alunos: Proponha a seus alunos modelar, segundo sua religiosidade, uma imagem mística usando a técnica de modelagem abaixo descrita: Preparo 1 Escolha uma argila que ao toque esteja fácil de modelar 2 Amasse bem para tirar as bolhas de ar 3 Quando o barro estiver bem maleável comece a modelar 4 Utilize uma esponja úmida para umidecer a argila sempre que necessário Modelagem 1 Faça uma bola 2 Comece a dar a forma que escolheu 3 Umedeça a mão sempre que necessário 4 Terminada a modelagem, passe a mão molhada por toda a peça externa e internamente, para deixa-lá lisa Secagem Deixe a peça secar em lugar sombreado por mais ou menos uma semana. A peça vai ficar em “ponto de osso” ou seja pronta para ser lixada Acabamento Passe uma lixa bem fininha para tirar todas as imperfeições Queima em Forno artesanal de serragem Material necessário:1 Lata vazia de óleo de 30litros 2 Prego grande e grosso 3 Serragem fina 4 Tijolos Como fazer: 1 Pegue a lata de óleo e lave bem 2Com o prego grande e grosso faça duas carreiras de perfuração de cada lado da lata para ventilar 3 Coloque a lata sobre a base de tijolos 4 Pegue a serragem e intercale com as peças, terminando com serragem 5 Com fósforos queime a camada superior de serragem 6 Deixe queimar.até terminar toda a serragem da lata 7 Cuide para que a serragem não apague. Caso aconteça queime de novo a camada superior 8 Depois de queimar toda a serragem, deixe esfriar por dois dias e então retire as peças das cinzas 9 Lave bem em água corrente e deixe secar por algumas horas Polimento Com uma flanela dê polimento na peça Ilustração do Forno Artesanal Para você saber mais: * Barroco Memória Viva - Arte Sacra Colonial. org. Percival Tirapeli. São Paulo, Imprensa Oficial, 2005. *A imaginária Paulista. Carlos Lemos. São Paulo, Imprensa Oficial, 2000. Para seus alunos *Arte Colonial Barroco e Rococó do séc.16 ao 18. Percival Tirapeli. São Paulo, Nacional, 2007. *A história de Jesus através da Arte. Douglas Tufano. São Paulo, Moderna, 2003
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