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Norma de desempenho de edifícios

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O QUE SÃO AS NORMAS DE 
DESEMPENHO E COMO 
ENTRARÃO EM VIGOR?
Sinduscon-Rio
Estrutura da apresentação
 O que é a NBR 15575 - Edifícios 
Habitacionais de até cinco pavimentos -
Desempenho?
 Quais são as implicações para o setor da 
construção civil?
 O que precisamos fazer para atender à 
Norma?
 Considerações finais
NBR 15575 - Edifícios Habitacionais de até cinco 
pavimentos - Desempenho - Partes 1 a 6
 Publicada em 12 de maio de 2008, vigência a partir 
de 12 de maio de 2010
 Estabelece o nível de desempenho mínimo que deve 
ser atendido ao longo de uma vida útil, para alguns 
sistemas dos edifícios. Composta por 6 Partes:
ABORDAGEM 
PRESCRITIVA
ABORDAGEM 
DESEMPENHO
 Modelo normativo brasileiro e 
mundial;
 Define prescrições e soluções 
baseadas em experiências 
passadas: evita-se o que deu 
errado e repete-se o que deu 
certo;
 Não define os resultados 
desejados explicitamente, mas 
traz um desempenho 
implícito nas soluções 
adotadas.
 Define os resultados que se 
deseja atingir e não a forma 
como obtê-los. Exemplo: nível 
de desempenho térmico de 
um ambiente ou de segurança 
estrutural de um edifício;
Segue uma tendência mundial de mudança na 
forma de se elaborar Normas Técnicas
•Melhor forma de se atender 
aos usuários de imóveis
•Estímulo à inovação 
tecnológica
•Base para sustentabilidade.
Metodologia consolidada: requisitos de 
desempenho – ISO 6241
 Desempenho Estrutural;
 Segurança contra incêndio;
 Segurança no uso e operação;
 Estanqueidade;
 Desempenho térmico;
 Desempenho acústico;
 Desempenho lumínico;
 Durabilidade e manutenibilidade;
 Conforto tátil e antropodinâmico;
 Adequação ambiental.
Apresenta de 
maneira técnica e 
objetiva as 
necessidades dos 
usuários
Estrutura clássica da abordagem de 
desempenho adotada na NBR 15575 
Edifício e 
suas partes
Requisitos
Critérios
Métodos de 
avaliação
QUALITATIVOS: 
Segurança contra incêndio 
- evitar, sobreviver em 
caso de, evitar danos 
QUANTITATIVOS: 
Exemplo - Proteção 
contra descargas 
atmosféricas, existência 
de rotas de fuga etc.
Análises de projeto, 
ensaios laboratoriais, 
em protótipos, in loco, 
simulações em 
computador etc.) 
Condições de 
Exposição
Necessidades 
dos usuários
Alguns Requisitos da NBR 15575
SISTEMA REQUISITO CRITÉRIO MÉTODO DE 
AVALIAÇÃO
Estrutura Estabilidade e 
resistência
estrutural
Estado limite último Atendimento às
Normas NBR 6118, 
NBR 6122, NBR 7190, 
NBR 8800 e outras
Segurança no 
Uso e Operação 
(todos os 
sistemas)
Segurança das 
instalações
Segurança na utilização 
dos sistemas, que não 
devem apresentar 
rupturas, partes expostas, 
cortantes ou perfurantes, 
deformações ou defeitos 
etc.
Análise de Projeto ou 
inspeção em 
protótipo
Desempenho 
Acústico
Isolação 
acústica entre 
ambientes
Isolação ao som aéreo 
entre paredes internas e 
externas
Ensaio especificado 
na NBR 10152
Uma síntese da NBR 15575
Tem como objetivo atender às necessidades 
dos usuários de imóveis, dentro de 
determinadas condições de exposição, ao 
longo de uma vida útil de projeto e no 
contexto do ambiente regulatório, 
econômico e social brasileiro.
NBR 15575 -Algumas características 
importantes
 Seção incumbências dos intervenientes – esclarece o papel 
de cada agente para obtenção do desempenho ao longo da 
vida útil (sócios do desempenho);
 As 6 Partes da Norma remetem à 157 Normas prescritivas 
existentes (brasileiras) – desempenho implícito nas 
soluções adequado;
 Pode ser utilizada para edifícios com mais de cinco 
pavimentos para itens que não dependem da altura;
 Níveis de Desempenho diferentes: Mínimo (obrigatório), 
Intermediário e Superior.
“HIGIÊNICO” –
adotado para não 
aumentar o custo das 
obras neste momento
Desempenho acústico – “o mais badalado”
Desempenho inadequado: potencial conflito
 Os projetistas e as construtoras historicamente não 
concebem e constroem para atender a um nível de 
desempenho acústico;
 Há empreendimentos de alto padrão com baixo 
desempenho acústico: falta de conhecimento e falta de 
cuidados básicos;
 Clientes estão mais sensíveis aos ruídos (em todos os 
níveis sócio-econômicos) - riscos de processos 
judiciais por baixo desempenho tendem a aumentar 
bastante.
Desempenho acústico – “o mais badalado”
Problemas mais comuns:
 Ruídos entre pavimentos;
 Tubulações hidráulicas – prumadas pressurizadas de 
água e descarga;
 Sistemas de Exaustão e Ventilação: “pontes 
acústicas”;
 Geradores: poderosas fontes de ruído
 Ruídos externos;
 Casas de máquinas de elevadores;
 Motobombas e equipamentos de piscina.
Desempenho acústico – algumas questões
 Habitações situadas em locais com baixos níveis de 
ruído de fundo necessitam de menor isolamento 
acústico;
 Países com clima frio levam vantagem: bom 
desempenho térmico induz a bom desempenho 
acústico
 Desempenho acústico e conforto acústico são 
diferentes: nível de tolerância subjetivo
Comparação: Desempenho acústico 
Fonte:VI Congreso Iberoamericano de Acústica - FIA 2008 
Maria de Fatima Ferreira Neto, Stelamaris Rolla Bertoli.
Implicações da NBR 15575 
A questão temporal
 Quanto tempo deve durar 
uma edificação?
 Como projetar uma edificação 
para uma determinada vida 
útil?
 Que conhecimento os 
projetistas devem ter para 
projetar para uma vida útil?
 Qual a durabilidade dos 
sistemas e materiais 
utilizados nas construções?
 Qual a responsabilidade dos 
construtores e projetistas 
durante a vida útil do edifício?
A importância da Vida útil na abordagem de 
Desempenho – Vários aspectos
 Econômico - Visão de longo prazo é essencial 
Custo global = construção + uso e operação
 < Custo construção - nunca é o menor custo global
 > Custo de construção - pode não ser o menor custo global
 Vida útil definida no nível do projeto tende a diminuir o custo 
global, sem regra definida o construtor tende a construir pelo 
menor custo de construção.
 Ambiental
 Humano
 Bom para o consumidor, protege os usuários de baixa renda.
Vida útil é 
essencial para a 
abordagem de 
desempenho 
Vida útil é 
essencial para a 
Sustentabilidade –
Análise de Ciclo de 
Vida
Vida útil e Desempenho: Aspecto técnico -
Valorização do Projeto
 Exige uma forma de se conceber e projetar edifícios –
Capacitação, Metodologia e Sistema técnico de informações
 Caracterização das necessidades dos usuários e das condições 
de exposição no local da construção;
 Especificação de Sistemas com desempenho conhecido ou 
avaliação do potencial de desempenho no caso de sistemas 
inovadores;
 Obtenção de informações sobre o desempenho dos elementos e 
componentes e sua ligação com o desempenho dos sistemas;
 Orientação aos usuários sobre como elaborar e implementar 
programas de manutenção corretiva e preventiva e sobre os 
cuidados de uso e operação dos sistemas.
PALAVRA CHAVE
ESPECIFICAÇÃO
Vida útil e Desempenho: 
A responsabilidade legal dos vários agentes
 É essencial, do ponto de vista técnico, que a Vida útil seja 
considerada no nível do projeto: 50% do desempenho dos 
edifícios depende do projeto; 
 No entanto, para ser obtido ao longo da vida útil, o 
desempenho requerido depende de questões que estão fora 
da governabilidade dos incorporadores, projetistas e 
construtores:
 Implementação de programas de manutenção corretiva e 
preventiva;
 Cuidados no uso e na operação dos sistemas;
 Mudanças nas premissas de projeto: clima, mudanças de uso 
dos edifícios, etc.
Como fica então a questão da responsabilidade 
legal?
 EOTA- European Organisation for Technical Approvals 
- Cláusula 5.2 - “ a vida útil de um produto não pode ser 
interpretada como uma garantia dada pelo fabricante, 
mas como um meio de se escolher os produtos corretos 
em relação a vida útil esperada e economicamente 
razoável dos edifícios” 
 A vida útil assumida de um produto deve ser considerada 
como uma referência básica para a definição do tipo e 
grau de severidade dos métodos de verificação e 
previsões relativas à durabilidade
A especificação da vida útil de 
um sistema ou a durabilidade de 
um produto não é uma garantia, 
mas uma referência técnica
Vidas úteis de projeto mínimas - NBR 15575
SISTEMA VUP MÍNIMA (EM ANOS)
Estrutura ≥40
Pisos Internos ≥13
Vedação vertical externa ≥40
Vedação vertical interna ≥20
Cobertura ≥20
Hidrossanitário ≥20
NBR 15575 e a presunção técnica –
bom senso
Cláusula 14.2.1.1 - NBR 15575-1
 Caso os requisitos de desempenho desta Norma 
tenham sido atendidos e não surjam patologias 
significativas nos sistemas nela previstos depois de 
decorridos 50% dos prazos de vida útil de projeto 
(VUP) conforme tabela 4, contados a partir do auto 
de conclusão da obra, considera-se atendido o 
requisito de vida útil de projeto (VUP), salvo prova 
objetiva em contrário.
O que precisamos fazer para atender a Norma
 Incorporadores: identificar riscos previsíveis na época do 
projeto, providenciar estudos, quando necessário, e alimentar 
os projetistas: riscos ambientais, nível excessivo de ruído 
externo etc.;
 Projetistas: Nova metodologia de projetar;
 Fabricantes de materiais: Conhecer e informar o 
desempenho de seus produtos: padronização das informações 
(durabilidade por exemplo);
 Construtores: seguir rigorosamente o projeto, dominar 
técnicas construtivas e adquirir materiais e sistemas por preço 
e desempenho;
 Consumidores e Administradores Pós-Obra: elaborar e 
implementar programas de manutenção corretiva e 
preventiva.
Na página do PBQP-H 
na internet é possível 
verificar, para os 
diversos setores que 
possuem Programa de 
Garantia da Qualidade, 
as relações dos 
fabricantes que 
produzem em 
conformidade e em não 
conformidade às 
Normas Técnicas da 
ABNT.
Algumas ferramentas para os projetistas
Fonte: Tesis
Desempenho: Economia de água x 
Estanqueidade dos componentes
O consumo médio mensal de água 
de uma pessoa é de 
aproximadamente 6.000 litros/mês. 
 o desperdício mensal de água de 
uma torneira com vazamento 
contínuo poderia abastecer uma 
pessoa pelo mesmo período de 
tempo.
Fonte: Departamento Municipal de Água, 
Esgoto e Saneamento - DMAES – Ponte 
Nova/MG
Fonte: Tesis
24
PSQ
Comprometimento 
da durabilidade do 
produto
Durabilidade dos produtos – Exemplo: 
Resistência à corrosão
Fonte: Tesis
Especificação de fechaduras em função do 
desempenho informado pelo fabricante
Freqüência de uso Utilização da fechadura
tráfego intenso Residências, consultórios, escritórios, hospitais, shopping centers etc.
tráfego médio Residências, consultórios, escritórios etc.
tráfego leve Residências, comunicação entre cômodos etc.
Grau de segurança Utilização da fechadura
Máxima Porta externa, interna e banheiro
Alta Porta externa, interna e banheiro
Média Porta externa, interna e banheiro
Baixa Porta externa, interna e banheiro
Mínima Porta interna e banheiro
Grau de Resistência à corrosão Utilização da fechadura
4 Com condições severas quanto à umidade e intempéries
(ex: regiões litorâneas e industriais)
3 Com umidade e intempéries (ex: áreas externas urbanas e rurais)
2 Com umidade e sem intempéries (ex: cozinhas e banheiros)
1 Sem umidade e sem intempéries (ex: salas e dormitórios)
Fonte: Tesis
Telha Reciclada, após 2 anos
Fonte: prof Vanderley John
SBCS 08 set 2008
Especificação: material reciclado pode não 
ser ecoeficiente (durabilidade inadequada)
Algumas razões para o Setor adotar a 
Norma
 Normas técnicas têm caráter obrigatório e esta Norma tem 
mais chance de ser exigida: Mídia e rastreabilidade: todos 
os requisitos têm método de avaliação claro: será referência 
para ações judiciais;
 Conceito de desempenho é a ferramenta conceitual para a 
construção sustentável;
 Adoção da Norma torna o ambiente técnico e a 
concorrência no setor mais saudável;
 Protege o consumidor e otimiza a utilização dos recursos 
públicos (quase 50% de todo o financiamento bancário no 
Brasil está com a CEF): visão de longo prazo;
Queda de 15 sacadas do Edifício Dom Gerônimo -
Maringá (2008) “Desempenho puro”
1ª. Medida da Defesa Civil: análise de projeto para verificação 
do cumprimento de Normas - rastreabilidade (impressão 
digital no local do crime)
Prédio chinês que “caiu de costas” em 2009 –
estava em fase final de construção
O prédio que “dormiu”
O prédio que “dormiu”
Clientes dos prédios vizinhos não querem mais 
morar nos prédios
Excelente desempenho da estrutura e péssimo 
desempenho das fundações”
Normalização é um dos caminhos
 Precisamos cumprir e desenvolver Normas Técnicas:
 Existem Normas desatualizadas e que são inexeqüíveis, portanto o 
cumprimento de Normas é relativo
 Normas tem caráter obrigatório e o setor precisa se mobilizar para 
corrigir e eliminar as distorções existentes nas Normas: todos os 
países desenvolvidos foram por este caminho
 Criação de metas setoriais para a Normalização técnica 
brasileira. Algumas normas para elaboração e ou revisão
 Coordenação Modular
 Elaboração de Programas de manutenção corretiva e preventiva
 Padronização na forma de apresentação do desempenho dos 
materiais: requisitos essenciais
 Norma de Desempenho – correção e desenvolvimento
Considerações finais
 Oportunidade de maior articulação do setor e evolução da qualidade das 
construções brasileiras: sócios do desempenho.
 Evolução e não revolução – metas de longo prazo
 fabricantes de materiais precisam de tempo para padronizar o sistema de 
informações sobre os produtos que fabricam
 projetistas e construtores precisam se capacitar para o atendimento da 
Norma
 Criação de legislação específica sobre a responsabilidade na construção 
civil – caminho adotado em outros países
 Capacitação do meio técnico para o cumprimento da NBR 15575 – da 
conscientização para a prática
 Cursos, seminários etc.
 Exigência do cumprimento de Normas – Caixa Econômica Federal tem 
um papel importante:
 Auditorias em projeto, ensaios laboratoriais
 Ranking de empresas com bom desempenho: incentivos como menor taxa de 
juros
Considerações finais
O segredo é investir no 
projeto: 50 a 60% do 
desempenho depende do 
projeto
Carlos Alberto de Moraes Borges
caborges@tarjab.com.br
2009
Atualização de normas ABNT - 2013

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