Buscar

Aula 04

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
Direito Ambiental
Tema: Direito Ambiental Internacional -
*
O Direito Internacional Ambiental surge entre as décadas de 60 e 70 juntamente com a construção do paradigma do desenvolvimento sustentável.
No entanto, desde os anos 30 já existem normas internacionais que relacionam proteção a natureza e desenvolvimento
Exemplos:
1883 - Convenção para a proteção de focas de pele do mar Behring  objetivo era regular apenas os períodos de captura dos animais sem impedir a morte das focas que sempre foram muito valorizadas para o mercado de peles
1911 - Convenção de Paris  visava proteger as “Aves Úteis à Agricultura”  não garantindo proteção às aves consideradas “inúteis” ou prejudiciais.
 
1933 - Convenção relativa à preservação da fauna e da flora
1946 - Convenção internacional para a regulação da caça de baleias
1949 - Acordos para o estabelecimento de um Conselho geral das pescas para o Mediterrâneo
Os primórdios do Direito Internacional Ambiental: 
as primeiras regulamentações internacionais
*
Essas normas não podem ser consideradas normas ambientais pois a regulamentação ocorria por interesse meramente econômico e não por haver interesse primordial de preservação dos recursos naturais. 
Essas normas foram criadas para regulamentar SITUAÇÕES EMERGENCIAIS ou catastróficas, envolvendo, especialmente, questões transfronteiriças, de onde se verifica não haver uma preocupação prévia a ocorrência desse tipo de situação. 
As obrigações existentes possuíam um CARÁTER OBRIGACIONAL MUITO FRACO, tendo em vista que as normas eram criadas mais no sentido de impor obrigações de não fazer (não matar certas espécies) do que de fazer (agir em respeito a natureza). 
Eram normas que não impunham grandes sanções em caso de descumprimento, bem como eram formuladas através de orientações no sentido de que os Estados deveriam considerar a possibilidade de estabelecerem determinadas condutas.
EXEMPLO: art. 2 da Convenção sobre a Poluição Atmosférica Transfronteiriça a Longa Distância, firmada em Genebra em 1979. O art. 2 refere-se, em síntese, que as Partes Contratantes encontram-se decididas a empregar os melhores esforços para a limitação e, “tanto quanto possível”, redução gradual da poluição atmosférica. 
 Em vista dessas peculiaridades, os temas ambientais eram abordados de forma FRAGMENTADA e não de forma ampla e em conjunto. 
Os primórdios do Direito Internacional Ambiental
*
Fases histórias da internacionalização da proteção ao meio ambiente
*
trata-se de um campo desordenado do direito  a sua formação não é nem linear, nem organizada. 
VÁRIOS FATORES CONTRIBUEM PARA ESTA COMPLEXIDADE:
 não é possível identificar diretamente o nível de obrigação contido nas normas ou sua hierarquia. 
 normas de níveis e de características diferentes são produzidas por várias fontes, contendo diferentes esferas de eficácia, e acumulam-se na regulamentação de mesmo assunto.
Diferentes lógicas de regulação: às vezes antropocêntrica, às vezes biocêntrica, contribui à formação de um direito de predeterminação difícil. 
Não existe uma instituição coordenadora, mas uma profusão de instituições que regulam vários acordos internacionais de maneira heterogênea  É UM DIREITO DE DIFÍCIL IMPLEMENTAÇÃO PRÁTICA.
A formação do Direito Internacional Ambiental:
características elementares
*
O caso era referente a uma fundição de cobre e zinco localizada no Canadá que expelia substâncias tóxicas que atingiam cidades dos Estados Unidos  foi a primeira arbitragem internacional referente a questões de proteção ambiental, que envolveu ESTADOS UNIDOS E CANADÁ 
Até aquele momento histórico, prevalecia no Direito Internacional a idéia de que o Estado soberano não tinha nenhuma limitação de ordem jurídica ao permitir a utilização de seu território da forma como bem entendesse.
A Fundição foi condenada a pagar indenizações às vítimas em decorrência de sentenças de tribunais canadenses e estadunidenses, contudo, a poluição ainda continuava. 
Diante dessa circunstância, o governo dos Estados unidos postulou uma série de reivindicações em nome próprio. 
Por meio de um Tribunal ad hoc, em 11 de março de 1941, foi proferida a sentença arbitral que reconheceu que “nenhum Estado tem o direito de usar ou de permitir o uso de seu território de tal modo que cause dano em razão do lançamento de emanações no ou até o território de outro. 
A primeira manifestação de reconhecimento público quanto a existências de normas ambientais internacionais: CASO DA FUNDIÇÃO TRAIL
*
 Essa decisão é apontada pela doutrina internacionalista como o primeiro passo em direção a formulação do princípio 21 da Declaração de Estocolmo adotado em 1972 e reafirmado no princípio 2 da Declaração do Rio em 1992, nos seguintes termos: 
Principio 21 - Em conformidade com a Carta das Nações Unidas e com os princípios de direito internacional, os Estados têm o direito soberano de explorar seus próprios recursos em aplicação de sua própria política ambiental e a obrigação de assegurar-se de que as atividades que se levem a cabo, dentro de sua jurisdição, ou sob seu controle, não prejudiquem o meio ambiente de outros Estados ou de zonas situadas fora de toda jurisdição nacional. 
A primeira manifestação de reconhecimento público quanto a existências de normas ambientais internacionais: CASO DA FUNDIÇÃO TRAIL
*
 A ONU possui um papel de extrema importância na criação e desenvolvimento do Direito Ambiental Internacional 
 criada em 1945, sempre teve como compromisso a busca e a defesa da paz. 
 com o passar dos anos surgiram novos desafios que conduziram a adaptações institucionais 
 foram criadas novas estruturas para tratar dos mais diversos assuntos, dentre os quais, um programa relacionado ao meio, o PNUMA – Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.
 Foi responsável pela idealização e organização de grandes conferências que discutiram e regulamentaram a proteção internacional ao meio ambiente
O papel da ONU na criação e efetivação do Direito Internacional Ambiental
*
PRINCIPAIS RESULTADOS: 
divulgação de uma declaração de princípios denominada de Declaração das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano (Declaração de Estocolmo)
estabelecimento de um Plano de Ação para o Meio Ambiente e a criação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). 
A Declaração de Estocolmo constitui um marco para o Direito Ambiental Internacional, tendo em vista que a consciência acerca dos dilemas ambientais emergiu na década de 70. 
MUITO EMBORA NÃO SEJA UM DOCUMENTO OBRIGATÓRIO JURIDICAMENTE, CONDUZIU A MUDANÇAS POLÍTICAS DECORRENTES DE SUA FORÇA MORAL. 
Através da Declaração de Estocolmo consegue-se formalizar, num documento escrito, metas a serem seguidas pelos países para que se consiga alcançar um nível de desenvolvimento econômico e ambiental de forma a um não interferir negativamente no outro. 
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano – Estocolmo-72
*
Preparativos para a Conferência: Publicação do Relatório Brundtland  documento que deu o “tom” pedindo a união necessária entre desenvolvimento e meio ambiente  não trouxe grandes mudanças sobre o estado da questão, mas reuniu as principais teorias que demonstravam a possibilidade de desenvolvimento sustentável e as conseqüências de sua não adoção.
CONFERÊNCIA DO RIO  PRINCIPAIS RESULTADOS:
Assinatura de duas convenções multilaterais: 
Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima
Convenção sobre a Diversidade Biológica. 
Firmados três documentos indicadores de condutas futuras (soft law) a serem seguidas pelos Estados: 
Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento
 Declaração de Princípios sobre as Florestas
Agenda 21. 
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio-92
*
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio-92
*
Realizada em Washington (EUA) no ano de 1973  entrou em vigor em 1975. 
Foi assinada por 21 países e atualmente já conta com a participação de 166 países, dentre eles o Brasil.
OBJETIVO é controlar o comércio internacional de fauna e flora silvestres através do controle e fiscalização baseados num sistema de licença e certificados. 
COMPOSIÇÃO: composta por três anexos onde são discriminadas as espécies impedidas de serem comercializadas por se encontrarem em extinção (Anexo I) ou por correrem risco de isso acontecer (Anexo II) ou, ainda, por carecerem de um tipo de regulamentação especial para impedir ou restringir a sua exploração (Anexo III). 
Esses anexos podem ser alterados conforme for se modificando o estado de recuperação ou degradação das espécies protegidas e, especialmente, para a inclusão de novas espécies a serem protegidas. 
A cada dois anos é realizada uma Conferência das Partes onde são discutidas, dentre outros assuntos, as atualizações de seu conteúdo, razão pela qual, pode ser considerada como a técnica mais perfeita do que temos do denominado de nova engenharia normativa, pela importância conferida aos seus anexos.
Convenção sobre Comércio Internacional de Espécies de Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção – CITES
*
Reconhece que a mudança do clima é uma preocupação comum da humanidade e os Estados signatários devem elaborar uma estratégia global para proteger o sistema climático para as presentes e futuras gerações. 
A Convenção cria instrumentos e mecanismos para promover a gestão sustentável e demais condições que possibilitem alcançar uma estabilização das concentrações dos gases causadores do efeito estufa na atmosfera em patamares que não interfiram de maneira perigosa no sistema climático. 
Periodicamente é instituído um órgão supremo que realiza reuniões – Conferência das Partes (COP) – cujo objetivo é manter um exame constante acerca da implementação da Convenção.
 
Na terceira COP, foi firmado o Protocolo de Quioto 
O Protocolo exige que os países desenvolvidos reduzam suas emissões em 5,2% em relação aos níveis de poluição de 1990.
Essas metas deverão ser atingidas no primeiro período de compromisso do Protocolo, entre 2008 e 2012.
Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima
*
O Protocolo de Quioto instituiu mecanismos de flexibilização para serem utilizados no cumprimento da Convenção, esses mecanismos proporcionam o cumprimento das metas por meio de atividades diversificadas, sendo elas:
a) IMPLEMENTAÇÃO CONJUNTA  implantação de projetos de redução de emissões de gases do efeito estufa (GEEs) entre países que apresentam metas a cumprir (Países do Anexo I) 
b) COMÉRCIO DE EMISSÕES ` pode ocorrer quando um país, que tenha diminuído suas emissões acima de sua meta, transfere o excesso de suas reduções para outro país que não tenha alcançado tal condição;
c) MECANISMO DE DESENVOLVIMENTO LIMPO  realizados em países que não têm metas de reduções de emissões de gases causadores do efeito estufa (caso do Brasil)
 visa o alcance do desenvolvimento sustentável em países em desenvolvimento a partir da implantação de tecnologias mais limpas nestes países, e a contribuição para que os países do Anexo I (desenvolvidos e poluidores) cumpram suas reduções de emissão  MERCADO DE CRÉDITOS DE CARBONO
 exemplo de MDL: utilização de energias renováveis e estimulo a processos de eficiência energética (redução de consumo)
primeiro projeto de MDL, aprovado pela ONU, no Mundo, foi o do aterro sanitário de Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Janeiro, Brasil, que utiliza tecnologias bem precisas de engenharia sanitária, tendo os créditos de carbono sido negociados diretamente com a Holanda. 
Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima e o PROTOCOLO DE QUIOTO
*
Legenda :
Verde : Países que ratificaram o protocolo. 
Amarelo : Países que ratificaram, mas ainda não cumpriram o protocolo. 
Vermelho : Países que não ratificaram o protocolo. 
Cinzento : Países que não assumiram nenhuma posição no protocolo.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando