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TRABALHO ESTACIO

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FALCULDADE NOSSA CIDADE
BACHARELADO EM DIREITO
TURMA: 2° SEMESTRE PERÍODO: MATUTINO
	
DIREITO CIVIL II
CARAPICUIBA/SP
SETEMBRO/2016
GEOVANE JESUS DE MORAES R.A. 92556
CAUSAS DE NULIDADE E ANULABILIDADE DO 
NEGÓCIO JURÍDICO
Direito Civil II, apresentado ao Curso de Direito da Faculdade Estácio/Nossa Cidade, sob orientação do Prof. Vinicius Barboza.
CARAPICUIBA/SP
SETEMBRO/2016
Dedico este trabalho a meus familiares, esposa, filhas e demais pessoas que sempre nos amparam em todos os momentos e também ao amigo e prestativo Professor Vinicius Barboza.
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Vinicius Barboza, professor de Direito Civil II, que sempre nos incentiva a estudar mais para dar maior qualidade ao trabalho.
A Deus pela força e oportunidade de mais uma conquista.
Aos nossos entes queridos pela confiança e motivação.
Aos amigos de sala pela força e vibração em relação a este trabalho.
A todos que, com boa intenção, colaboram para a realização e finalização deste trabalho.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO.....................................................................................................................................
1. Conceito de negócio jurídico........................................................................................................7
2. Nulidade do negócio jurídico........................................................................................................9
2.1. Causas de nulidade................................................................................................................9-10
3. Anulabilidade do negócio jurídico..............................................................................................11
3.1. Causas de anulabilidade...........................................................................................................11
REFERÊNCIAS
INTRODUÇÃO
No contexto cotidiano demundo tão consumista, materialista e capitalista, é normal ver em qualquer lugar uma “barraquinha” de comércio ambulante ou itinerante, sempre aptos a nos oferecer algo ou alguma coisa.
Portanto, não é difícil presenciar em qualquer lugar um ato jurídico¹, neste caso, nas maiorias das vezes, um negócio jurídico². O setor imobiliário, automobilístico, de alimentos etc, são os principais seguimentos de uma sociedade cada vez mais “sedenta” por consumir, sem a preocupação se o produto adquirido seja lhe útil ou não. As empresas de marketing consomem-se entre si, com propagandas que praticamente nos obrigam a adquirir algo que nem sempre precisamos.
Diante de um consumismo voraz, não é difícil – acredito que até seja impossível - o surgimento e a extinção de inúmeros negócios jurídicos a cada momento, a compra de uma Tv, a venda de um automóvel, a aquisição de imóvel, etc. São, portanto, fatos comuns em nosso cotidiano, mesmo envoltos em uma crise financeira sem perspectivas vindouras, os fatos e atos jurídicos estão longes de serem inibidos a um ponto de cessarem, pelo contrário, como já expus.
Portanto, em uma “avalanche” de manifestações de vontade que ocorrem o tempo todo, surgem também as falhas, sendo denominada de “vícios” jurídicos, particularmente ligados a invalidade de um negócio jurídico. As causas de um negócio jurídico ter êxito ou não é fruto do estudo deste trabalho, mas precisamente a nulidade e anulabilidade de um negócio jurídico, quais as premissas legais que tornam um negócio jurídico invalido, se em alguns casos há a possibilidade de sua convalidação jurídica ou não. 
Assim exponho o início deste trabalho que de maneira alguma esgota o assunto aqui abordado. Sendo apenas um breve resumo de uma matéria tão complexa de nosso Código do Direito Civil. 
1- ato jurídico é a atuação humana, dependente da vontade, para que se realizem atos com consequências jurídicas. É toda ação humana capas de criar, extinguir, manter, alterar ou transferir direitos. São os atos humanos que causam consequências jurídicas. (Artigo extraído de www.jus.com.br/duvidas/17637/ato-juridico-fato-juridico-negocio-juridico)
2- Negócio jurídico é a relação entre duas ou mais pessoas determinadas, causando os efeitos do ato jurídico. Pode ser um contrato de compra e venda, de aluguel, de empréstimo, de doação, etc. (Artigo extraído de www.jus.com.br/duvidas/17637/ato-juridico-fato-juridico-negocio-juridico)
CONCEITO DE NEGÓCIO JURÍDICO:
Naturalmente toda pessoa que goze de suas faculdades mentais plena, um dia em sua vida terá que tomar importantes decisões; a hora de sair de casa; morar sozinho ou casar; qual profissão a seguir etc. Dentro deste ditame, é inevitável que nossas ações não sejam somente naturais, mas muitas vezes implicando em caráter jurídico, sendo assim, temos um fato jurídico (negócio jurídico) assim definido por CARLOS R. GONÇALVES:
O primeiro tratamento legal ao negócio jurídico deu-se no Código Civil alemão (BGB), quando se lhe conferiu um regime jurídico específico. O referido diploma permitiu, segundo Karl Larenz, que se formulasse o seguinte conceito: “Negócio jurídico é um ato, ou uma pluralidade de atos, entre si relacionados, quer sejam de uma ou de várias pessoas, que tem por fim produzir efeitos jurídicos, modificações nas relações jurídicas no âmbito do Direito Privado”.
Miguel Reale, por sua vez, preleciona que “negócio jurídico é aquela espécie de ato jurídico que, além de se originar de um ato de vontade, implica a declaração expressa da vontade, instauradora de uma relação entre dois ou mais sujeitos tendo em vista um objetivo protegido pelo ordenamento jurídico. Tais atos, que culminam numa relação intersubjetiva, não se confundem com os atos jurídicos em sentido estrito, nos quais não há acordo de vontade, como, por exemplo, se dá nos chamados atos materiais, como os da ocupação ou posse de um terreno, a edificação de uma casa no terreno apossado etc. Um contrato de compra e venda, ao contrário, tem a forma específica de um negócio jurídico...”. 
Antônio Junqueira de Azevedo, depois de criticar teoria voluntarista que dá ênfase à manifestação de vontade como elemento fundamental do negócio jurídico, também a teoria objetivista, que vislumbra no negócio jurídico antes um meio concedido pelo ordenamento jurídico para produção de efeitos jurídicos que propriamente um ato de vontade (Willenstheorie) e a teoria da declaração (Erklarungstheorie) -, conceitua o negócio jurídico, sob o critério estrutural e encarando-o como fato jurídico concreto, como “todo fato jurídico consistente em declaração de vontade, a que o ordenamento jurídico atribui os efeitos designados como queridos, respeitados os pressupostos de existência, validade e eficácia impostos pela norma jurídica que sobre ela incide”.
[...] No negócio jurídico manifestação da vontade tem finalidade negocial, que abrange a aquisição, conservação, modificação ou extinção de direitos.
O art. 81 do Código Civil de 1916 dizia que “todo o ato lícito, que tenha por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar ou extinguir direitos, se denomina ato jurídico”. Na verdade, hoje denomina-se negócio jurídico, por haver o intuito negocial.³
Conforme essa definição, podemos ver o quanto estamos inseridos no direito, bastando apenas uma mera conduta para que um simples fato se torne em um negócio jurídico, mas sem se aprofundar nesse assunto, pois não se faz o objeto de estudo deste trabalho, faz-se, porém necessário o entendimento para a clara compreensão do tema presente a ser discutido, que vem a ser, a invalidade de tal negócio jurídico.
³ Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, parte geral, v.1, p. 327-330.
NULIDADE DO NEGÓCIO JURÍDICO
Definido o que venha a ser um negócio jurídico, percebemos que nem sempre é possível que este seja realizado com eficácia, advindo falhas jurídicas em sua celebração. Assim rege o nosso Código Civil:Art. 166. É nulo o negócio jurídico quando: I - celebrado por pessoa absolutamente incapaz; II - for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; III - o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; IV - não revestir a forma prescrita em lei; V - for preterida alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; VI - tiver por objetivo fraudar lei imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. (negrito meu)
Segundo Carlos R. Gonçalves, nulidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócio jurídicos realizados sem observância dos requisitos essenciais, impedindo-os de produzir os efeitos que lhes são próprios. 
O negócio é nulo quando ofende preceitos de ordem pública, que interessam a sociedade. Assim, quando o interesse público é lesado, a sociedade o repele, fulminando-o de nulidade, evitando que venha a produzir os efeitos esperados pelo agente. 
Ainda sob doutrina do doutrinador em tela, sabemos que a nulidade se divide em espécies:
Absoluta e relativa;
Total e parcial;
Textual e virtual; 4 
Nulidade absoluta: quando há nulidade absoluta, deve ser proposta uma ação declaratória de nulidade que segue em regra geral, o rito ordinário. Essa ação diante de sua natureza predominantemente declaratória é imprescritível.
Nulidade relativa (anulabilidade): Envolve preceitos de ordem privada, de interesse das partes, o que altera totalmente o seu tratamento legal, se confrontada com a nulidade absoluta. 5
2.1. CAUSAS DE NULIDADE
Carlos Roberto Gonçalves, explica: “os incisos I, II, IV e V do art. 166 do Código Civil estão atrelados ao art. 104, que elenca os requisitos de validade do negócio jurídico [...]. Estabelecem, portanto, a sanção para a inobservância dos aludidos requisitos.
 4 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, parte geral, v.1, p. 483.
5 Âmbito jurídico, (http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8611
O inciso III do art. 166 e preceito novo. Confere relevância jurídica ao motivo determinante, fulminando de nulidade o negócio jurídico quando, sendo comum a ambas as partes, for ilícito. A expressão utilizada guarda coerência com a terminologia empregada no art. 140, que não faz menção à causa, como o fazia o art. 90 do código de 1916, mas ao motivo, que vicia a declaração de vontade quando expresso como razão determinante. O inciso III em foco trata de situação de maior gravidade, em que o motivo determinante, comum às partes, é ilícito, não admitindo o ordenamento jurídico, por isso, que produza qualquer efeito.
Quanto ao inciso VII do art. 166, observa-se que algumas vezes, com efeito, a lei expressamente declara nulo determinado negócio (exs.: art. 48. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço; e ainda: arts. 548, 549, 1.428, 1.475, 1.548 ect). Nesses casos, como já mencionado, diz-se que a nulidade é expressa ou textual. Outras vezes a lei não declara expressamente a nulidade do ato, mas proíbe a sua prática ou submete a sua validade à expressões “não pode” (art. 426 e 1.521), “não se admite” (art. 380, “ficará sem efeito” (arts. 483 e 485) etc. em tais hipóteses, dependendo da natureza da disposição violada, a nulidade está subtendida, sendo chamada de virtual ou implícita, como dito no item anterior”.6
Podemos observar, portanto, para que um negócio jurídico seja tido como nulo há a necessidade de previsão legal, ficando estabelecida a sua nulidade em forma especial, não havendo possibilidade de ser vista como forma livre, ou seja, tornando-se difícil a sua convalidação. 
6 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, parte geral, v.1, p. 483.
Anulabilidade do negócio jurídico 
A anulabilidade é também chamada de nulidade relativa, assim disposta em nosso Código Civil:
Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
O prazo geral para pedir desfazimento (anular) ato anulável é de três anos (Art. 178 do CCB), mas tal prazo só é usado em falta de prazo especial (o prazo para anular casamento com erro, por exemplo, é de três anos).
Assim, como rege a norma, podemos afirmar que um negócio jurídico se torna anulável quando ocorre um dos “vícios” explicitados no inciso II, ou ainda quando uma das partes for relativamente incapaz.
Carlos R. Gonçalves, assim define: “anulabilidade é a sanção imposta pela lei aos atos e negócios jurídicos realizados por pessoa relativamente incapaz ou eivados de algum vício do consentimento ou vício social”.
3.1. Causas de anulabilidade
Por Carlos R. Gonçalves: [...] embora não mencionada, é também causa de anulabilidade a falta de assentimento de outrem que lei estabeleça como requisito de validade, como, por exemplo, nos casos que um cônjuge só pode praticar com a anuência do outro, ou que o ascendente do consentimento do descente. O art. 4° do Código Civil, com a declaração dada pela Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015, elenca as pessoas relativamente incapazes, sujeitas à tutela (art. 1.728) e à curatela (art. 1.767): os maiores de 16 e menores de 18 anos; os ébrios habituais e os viciados em tóxico; aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; e os pródigos. Os defeitos do negócio jurídico mencionado no inciso II do citado art. 171 estão disciplinados nos arts. 138 a 165 do Código Civil, anotando-se que a simulação, que integrava esse rol no diploma de 1916, foi deslocada para o capítulo ora em estudo, como causa de nulidade do negócio jurídico (CC, art. 167) 7
 Então, entendemos que nulidade é o ato falho do negócio jurídico, não cabendo ser sanada pela confirmação, nem suprimida pelo juiz. Já a anulabilidade pode ser suprimida pelo juiz, a requerimento das partes, ou sanada, expressa ou tacitamente, pela confirmação.
7 Carlos Roberto Gonçalves, Direito Civil Brasileiro, parte geral, v.1, p. 486-487.
Referências
http://www.ambitojuridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=8611
Gonçalves, Carlos Roberto
Direito civil brasileiro, volume I: parte geral / Carlos Roberto Gonçalves. – 14. ed. – São Paulo : Saraiva, 2016.

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