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TJ SP - Escrevente

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TJ-SP/TJ_SP_14_XEST_administrativoestatuto_marcos_Aula 00.pdf
Aula 00
Direito Administrativo (Estatuto dos funcionários de SP) p/ TJ-SP - Escrevente
Professor: Marcos Van Acker
00367633221 - Rodrigo Alves Mesquita
Lei 10.261/68 p/ TJ-SP 
Teoria e exercícios comentados 
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AULA 00: Introdução à Lei 10.261/68 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Apresentação 1 
2. Cronograma 2 
3. Introdução 3 
4. Aplicabilidade do Estatuto hoje 6 
5. Noções essenciais 7 
6. Questões comentadas 11 
7. Lista das questões apresentadas 18 
8. Gabarito 21 
 
 
Olá, amigos. 
 
Para mim é um grande prazer estar aqui, no ESTRATÉGIA CONCURSOS, 
para conversar com vocês a respeito da Lei 10.261/68, que é o Estatuto 
dos Servidores Públicos Civis do Estado de São Paulo, em mais uma etapa 
de preparação para o concurso do Tribunal de Justiça do Estado de São 
Paulo. 
 
Estudar a Lei 10.261/68 é fundamental, por duas razões ± uma, para 
enfrentar a prova e conseguir a aprovação; outra porque, depois de 
aprovado, sua vida funcional será regida por este diploma, que estabelece 
uma série de direitos e obrigações para todo servidor público do Estado 
de São Paulo. 
 
Gostaria de me apresentar. Meu nome é Marcos Van Acker, sou servidor 
público do Estado de São Paulo há mais de 10 anos, atualmente sou 
Agente Fiscal de Rendas, da Secretaria da Fazenda, aprovado no último 
concurso de 2009. Anteriormente, trabalhei na Assembléia Legislativa do 
Estado de São Paulo, aprovado no concurso de 1999; em todo este 
período no setor público trabalhei em áreas relacionadas à Gestão de 
Recursos Humanos. Minha área de formação é em Letras, bacharelado 
pela FFLCH-USP, licenciado pela FEUSP. 
 
 
 
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Nosso curso sobre a Lei 10.261/68 ± extensão e objetivos 
 
A Lei 10.261/68 procura regular todos os aspectos da vida funcional do 
servidor público, sendo por isso extensa, com mais de 300 artigos. 
 
Neste curso, não vamos abordar toda a lei; vamos tratar dos artigos mais 
importantes, e que têm mais chance de serem alvo de questões da banca 
examinadora. Na medida do possível, usaremos questões de concursos 
anteriores. Nossa intenção é revelar a simplicidade do assunto, e tratá-lo 
de forma objetiva. 
 
Vamos estudar a matéria de forma a tratar dos pontos mais importantes, 
para que ninguém seja surpreendido na prova para o Tribunal de Justiça! 
 
Cronograma 
 
Aula 0 - 06/06/2014 
 
O que é o estatuto. Sua extensão. Aplicabilidade. Noções esseciais do 
Estatuto ± cargo, carreira. 
 
 
Aula 1 ± 20/06/2014 
 
Formas de Provimento e Vacância. Posse e Exercício. 
Direitos e Deveres do Servidor Público. 
 
Aula 2 ± 04/07/2014 
 
Vedações. Apuração Preliminar. Processo Administrativo Disciplinar. 
Penalidades. 
 
 
Nota: Nesta aula inicial, de demonstração, vamos tratar de noções 
introdutórias ao Estatuto, por isso a aula tem uma extensão um pouco 
menor; as seguintes terão conteúdo mais extenso, e mais questões de 
prova. Inclusive, nas aulas seguintes, teremos a participação 
especialíssima do Prof. CYONIL BORGES, comentando diversas questões de 
prova! Trata-se de um excelente professor, referência no Direito 
Administrativo. Pois bem, meus amigos, então vamos ao Estatuto! 
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1 INTRODUÇÃO 
 
1.1 O que, afinal, é o Estatuto? 
 
A Lei 10.261, de 28 de outubro de 1968, instituiu o Estatuto dos 
Servidores Públicos Civis do Estado de São Paulo. Que nome comprido, 
não? 
 
Estatuto é um conjunto de regras de organização; pode ser aplicado, por 
exemplo, às regras de organização de uma associação. No nosso caso, a 
Lei 10.261/68 estabelece regras relativas a um certo grupo social. 
 
Este é um uso comum da palavra. Ouvimos todos os dias falar em 
Estatuto do Idoso, Estatuto da Criança e do Adolescente. No nosso caso, 
o grupo social objeto das regras estatutárias é composto de Servidores 
Públicos. Especificamente, os do Estado de São Paulo. E, entre estes, 
apenas os civis, ou seja, excetuados os policiais militares (que têm lei 
própria). 
 
O nome é comprido, mas o conceito é simples, não? 
 
Para facilitar, a partir deste ponto, para nos referirmos ao Estatuto dos 
Servidores Públicos Civis do Estado de São Paulo, diremos apenas 
³(VWDWXWR´��RX�³()3´�� 
 
'D�PHVPD� IRUPD�� TXDQGR� QRV� UHIHULUPRV� D� ³VHUYLGRUHV´�� HQWHQGDP�TXH�
falamos sobre os servidores civis. 
 
Vimos então que o EFP é genérico, trata em princípio de todos os 
servidores públicos paulistas. 
 
Isto é estabelecido em seu Artigo 1°: 
Artigo 1º ² Esta lei institui o regime jurídico dos funcionários 
públicos civis do Estado. 
Parágrafo único ² As suas disposições, exceto no que colidirem com 
a legislação especial, aplicam-se aos funcionários dos 3 Poderes do 
Estado e aos do Tribunal de Contas do Estado 
 
1.2 Alcance do Estatuto 
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O Estatuto é o regime jurídico dos servidores públicos. 
 
Em outras palavras, o Estatuto rege, regula a relação jurídica existente 
entre a Administração Pública, o Estado, e seus servidores. Esta relação 
é plenamente compreendida se recordarmos dois princípios da 
administração pública, que vocês, concursandos atentos, lembram-se 
bem: 
 
- Princípio da supremacia do interesse público, segundo o qual o interesse 
público, entendido como interesse de toda a coletividade, tem 
preponderância sobre os interesses particulares; 
 
- Princípio da legalidade, segundo o qual a ação da autoridade pública tem 
de contar com permissão legal para ser válida. 
 
Pois bem, a relação estatutária entre servidor e Estado é de Direito 
Público, e por meio dela o servidor, ao ser investido em cargo público, 
assume deveres legais, todos os que a Lei prescreve. Assim, no exercício 
do cargo o servidor tem deveres aos quais não pode furtar-se, sendo os 
primeiros os decorrentes dos princípios acima nomeados. 
 
Além disso, ao assumir os deveres do cargo, que não são outros que os 
do Estado, o servidor público passa a fazer parte de uma relação 
contratual unilateral, em que seus direitos estão previamente 
estabelecidos por Lei, e não podem ser objetos de negociação. 
 
Vejam como isso tem relação direta com os princípios da legalidade e da 
impessoalidade. 
 
Notem a diferença em relação à relação trabalhista de caráter privado, 
entre empresa e trabalhador, que pode, em tese, ser negociada, com 
direitos e deveres estipulados por meio de livre negociação entre as 
partes. 
 
1.3 ± O Estatuto é universal 
 
Vemos, no parágrafo único do artigo 1°, que o Estatuto, no Estado de São 
Paulo, aplica-se a todos os servidores dos 3 poderes do Estado. 
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As exceções ficam para os casos em que leis específicas dispuserem em 
contrário do Estatuto. Assim, temos que o Estatuto tem aplicação 
universal, e é genérico, seus dispositivos não descem ao nível de minúcia 
que uma lei específica, por exemplo, reguladora de uma carreira, pode 
chegar. Se houver conflito nesse caso, prevalece a lei específica. A 
previsão consta do Estatuto. 
 
Assim, aplicam-se as normas do Estatuto a todos os servidores da 
administração direta dos 3 poderes; em princípio, não são regidos pela 
norma estatutária os servidores da administração indireta, ou seja, de 
autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia 
mista, a não ser que haja previsão legal específica. 
 
Esta delimitação encontra-se no Artigo 2° do Estatuto. 
 
Artigo 2º ² As disposições desta lei não se aplicam aos empregados 
das autarquias, entidades paraestatais e serviços públicos de 
natureza industrial, ressalvada a situação daqueles que, por lei 
anterior, já tenham a qualidade de funcionário público. 
Parágrafo único ² Os direitos, vantagens e regalias dos funcionários 
públicos só poderão ser estendidos aos empregados das entidades a 
que se refere este artigo na forma e condições que a lei estabelecer. 
 
Com isso, vimos o alcance das normas do Estatuto, que é fundamental 
para compreender a lei. 
 
O tema pode ser cobrado em provas, como na questão a seguir: 
 
1) 1. (FCC/Casa Civil/Executivo Público/2010 - adaptada) Com relação ao 
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo ( Lei n° 
10.261/68), considere as seguintes proposições: 
 
I. As disposições do Estatuto não se aplicam aos empregados das 
autarquias, entidades paraestatais e serviços públicos de natureza 
industrial, ressalvada a situação daqueles que, por lei anterior, já tenham 
a qualidade de funcionário público. 
II. A norma Estatutária tem caráter de lei geral, e portanto não derroga 
leis específicas que regulem carrerias ou cargos públicos específicos 
III. Os funcionários de uma autarquia estadual não serão nunca sujeitos 
dos direitos que o EFP garante aos funcionários públicos. 
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São proposições CORRETAS 
 
a) I e III 
b) II e III 
c) I e II 
d) Somente I 
_______________ 
Comentários: 
 
Vamos analisar cada uma das proposições para encontrarmos a 
alternativa correta. 
 
A proposição I reproduz literalmente o caput do Artigo 2° do EFP, veja a 
transcrição mais acima; portanto está correta. 
 
A proposição II está correta, vimos que o EFP é universal e genérico para 
os servidores públicos de SP; no caso de lei especial ou específica, se 
houver conflito, o EFP pode ser derrogado pela lei especial, apenas para 
os servidores regidos por tal lei, continuando plenamente válido para os 
demais! 
 
$� SURSRVLomR� ,,,� WUD]� XPD� ³SHJDGLQKD´�� SRLV� GH� IDWR� RV� IXQFLRQiULRV�
autárquicos não têm garantidos os direitos assegurados pelo EFP aos 
servidores, mas a proposição diz que eles não serão nunca sujeitos 
desses direitos, e há a ressalva do parágrafo único do Artigo 2º, que 
garante a esses servidores tais direitos, se houver previsão legal para 
tanto. 
 
Assim, a proposição não está correta. Temos como corretas as 
proposições I e II, o que nos leva à alternativa c. 
 
Gabarito: C 
 
2. Aplicabilidade do Estatuto hoje 
 
O concursando atento já percebeu que a Lei 10.261/68 tem mais de 
quarenta anos de idade. No entanto, continua em pleno vigor. 
 
Em grande parte, isso se deve ao fato de ser uma lei de princípios, geral. 
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Em muitos pontos, evidentemente, o Estatuto já foi derrogado por outras 
leis, mais recentes. Por exemplo, havia previsão, na redação original do 
EFP, da prisão administrativa. Era uma forma de penalidade; a autoridade 
administrativa poderia recorrer à prisão de servidor faltoso. Estava 
prevista nos artigos 264 e seguintes, cuja redação foi totalmente alterada 
pela LC 942/2003. 
 
Muito embora a revogação expressa destes dispositivos só se tenha dado 
em 2003, é evidente que tais artigos não tinham sido recepcionados pela 
Constituição Federal. Notem que o EFP entrou em vigor em ordem 
constituicional anterior à vigente, sob a Constituição de 1967, durante o 
regime militar. 
 
Em outros pontos, não houve revogação formal, mas há debate sobre se 
certos dispositivos podem ser recepcionados pela CF/88. Por exemplo, a 
forma de provimento chamada acesso (art. 11, IV) é por vezes alvo dessa 
discussão. Os defensores de sua não-recepção apegam-se ao fato de que 
o acesso é uma forma de provimento diversa da do concurso público, 
prevista na CF. 
 
Não nos aprofundaremos nesse tipo de discussão, pois foge do escopo do 
edital. 
 
Devemos reter o seguinte, o Estatuto continua em pleno vigor, e só pode 
ser alterado por Lei Complementar. Diz-se que ele tem eficácia de lei 
complementar, embora não seja originalmente uma lei complementar, já 
que essa espécie legislativa nem existia quando foi promulgado. Mas é a 
previsão do item 10 do parágrafo único do Artigo 23 da Constituição 
Estadual. A competência para propôr leis relativas a cargos e funcionários 
públicos é do governador. 
 
3. Noções Essenciais do Estatuto 
 
As noções de Funcionário, Cargo e Carreira são importantíssimas na 
organização interna do EFP, e são definidas uma em função da outra. 
Vejamos como. 
 
3.1 Funcionário Público 
 
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Funcionário Público, segundo o EFP, é a pessoa legalmente investida em 
cargo público. Chegamos agora a uma noção pessoal. Uma das hipóteses 
de investidura é a aprovação em concurso público. Sim, meus amigos! 
Agora o Estatuto está falando de vocês!! Futuros aprovados no concurso 
do TJ-SP!! 
 
Veremos logo, logo as diversas formas de investidura; se a pessoa que 
assume cargo público pelas formas legais de investidura torna-se 
Funcionário Público, para o EFP, precisamos entender o que é o tal cargo 
público. Mas antes faz-se necessário um parêntese. 
 
3.1.1. Distinção entre Servidor Público e Funcionário Público 
 
Simplesmente não há distinção entre servidor e funcionário público. Este 
último é o termo consagrado pelo Estatuto; a CF, por sua vez, preferiu o 
WHUPR� ³VHUYLGRU´��3DUD�TXH�QmR haja confusão ou receio, deixemos bem 
claro isso. Ambos serão os ocupantes dos cargos públicos. Vamos em 
frente? 
 
3.2 Cargo 
 
O EFP reza que cargo público é o conjunto de atribuições e 
responsabilidades cometidas a um funcionário. Somos tentandos a 
acrescentar que tais atribuições e responsabilidades são necessariamente 
previstas em lei, na lei de regência do cargo ± a tal legislação especial do 
parágrafo único do Art. 1º. 
 
Portanto, o cargo público é um feixe de deveres que assumimos ao tomar 
posse. O cargo público só pode ser criado por Lei. Em São Paulo, Lei 
Complementar de iniciativa do Governador. 
 
Vejam que as noções do Estatuto são simples, não cabe complicá-las ou 
montar teorias a respeito. É necessário compreender cada passo, e logo 
teremos uma visão do conjunto. 
 
Então, o EFP trata o cargo como conjunto de responsabilidades
cometidas 
a funcionário, investido nessa condição por meio legalmente previsto. 
 
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Importante também relembrar noções que você já aprendeu no Direito 
Administrativo, e que o EFP não se preocupa em definir à minúcia, mas 
são importantes: 
 
 
Cargo efetivo é o assim definido em lei, 
e provido mediante realização de 
concurso público. 
Cargo em comissão é aquele para cuja 
nomeação a autoridade competente 
tem ampla discricionariedade, bem 
como para a exoneração; diz-se cargo 
demissível ad nutum, ou seja, 
instantaneamente. 
Função comissionada é também uma 
subespécie de cargo, pois a ela devem 
estar associadas responsabilidades e 
atribuições; é atribuível a quem ocupa 
cargo efetivo, para o exercício de 
funções de direção, chefia e 
assessoramento. 
 
3.2.1 Classe, Carreira e Quadro 
 
Trata-se de conjuntos formados a partir da unidade Cargo Público. 
 
Classe é o conjunto de cargos da mesma denominação. Suponhamos que 
haja um cargo de Supervisor de Obras Públicas, da Secretaria de Obras. 
Todos os cargos de Supervisor de Obras Públicas pertencem à mesma 
Classe. 
 
Carreira para o EFP é o conjunto de classes da mesma natureza de 
trabalho, escalonadas segundo o nível de complexidade e o grau de 
responsabilidade. 
 
Quadro é o conjunto de carreiras e de cargos isolados. Entenda-se cargos 
isolados aqueles que não estão agrupados em carreira. 
 
Geralmente o quadro está relacionado a órgãos, ou entes, p.ex, o Quadro 
do TJ, o Quadro da Secretaria da Cultura abriga tais e tais carreiras, etc. 
 
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Existe um conceito estranho ao Estatuto, que é o de emprego público, 
introduzido no ordenamento jurídico pela EC 19/98, no âmbito da 
FKDPDGD�³UHIRUPD�GR�(VWDGR´�j�pSRFD�HPSUHHQGLGD��XPD�IRUPD�KtEULGD��
à qual se pretendia cometer atribuições de cargos públicos submetida no 
HQWDQWR� D� UHJLPH� GH� WUDEDOKR� FRQWUDWXDO� GD� &/7�� QXPD� UHODomR� ³TXDVH�
SULYDGD´��+DYLD�j�pSRFD�D� LQWHomR�GH�SROtWLFD de descaracterizar o cargo 
público, igualando o trabalhador do setor público aos demais. 
 
Notar que o Estatuto qualifica e define o servidor público como tal. 
Lembrar que emprego público é instituto diverso do cargo público, não 
são a mesma coisa. 
 
3.3 Lotação 
 
A definição dada pelo próprio EFP consta do seu Artigo 58, que diz: 
 
Entende-se por lotação, o número de funcionários de carreira e de cargos 
isolados que devam ter exercício em cada repartição ou serviço. 
 
Lotação é a quantidade desejável de cargos ocupados por funcionários, 
em cada sub-XQLGDGH��RX�³UHSDUWLomR´��GH�XP�yUJmR�S~EOLFR� 
 
Enquanto tal número não é atingido, temos por consequência cargos 
vagos naquela unidade administrativa. Não se admite excesso de lotação, 
ou seja, número superior ao estipulado. 
 
A noção de lotação tem relação com racionalizar e quantificar as 
necessidades de pessoal. 
 
: lotação não é o mesmo que o número de cargos; o 
quantitativo de cargos está determinado na Lei de sua criação e regência. 
A partir daí, tais cargos podem ser distribuídos nas unidades 
administrativas dos órgãos para os quais o cargo foi criado. 
 
Imaginemos um exemplo, uma Secretaria de Esportes; dentro dela, 
imaginemos uma sub-unidade chamada Divisão de Apoio ao Esporte 
$PDGRU��³UHSDUWLomR´�~QLFD��VHP�PDLV�VXEGLYLV}HV�� 
 
Ora, a Lei n° XXXX criou 100 cargos de Técnico Esportivo, a ser provido 
em caráter efetivo. 
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A lotação da nossa Divisão, conforme Resolução do Secretário, é de 20 
Técnicos Esportivos, e mais 05 Auxiliares Administrativos, cargo regido 
por Lei diversa. Além disso, a nossa unidade administrativa conta com 3 
ocupantes da função comissionada de Supervisor de Esporte, privativa de 
ocupantes do cargo de Técnico Esportivo, e um cargo em comissão de 
Diretor de Divisão, de livre provimento. 
 
A lotação da nossa Divisão compreende todos os cargos enumerados, e 
totaliza 29 servidores (20 + 5 + 3 + 1). 
 
Muito bem, compreendemos algumas questões essenciais do Estatuto 
nessa aula introdutória. 
 
Seguem algumas questões para você rever a matéria. 
 
Questões Comentadas 
 
2. (FCC/TRT 8ª/Técnico Judiciário ± adm /2010) Sobre cargo público é 
correto afirmar: 
 
A) Cargo público e emprego público são expressões sinônimas. 
B) Os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei e aos estrangeiros, na forma da lei. 
C) Cargo em Comissão pode ser provido em caráter permanente. 
D) Nem todo cargo tem função, mas a toda função corresponde um 
cargo. 
E) A criação de cargo pode se feita por decreto do Chefe do Poder 
Executivo. 
________________ 
Comentário: 
 
Examinemos todas as alternativas. A primeira trata como sinônimos cargo 
público e emprego público. Definitivamente, não são a mesma coisa. O 
emprego público foi introduzido no ordenamento pela EC 19/98, e 
permanece estranho ao EFP. A afirmativa portanto é incorreta. 
 
A alternativa seguinte está correta, é mandamento constitucional 
relacionado ao cargo público, embora estranho ao EFP. Importante que 
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conheçamos o Artigo 37 e seguintes da CF, a alternativa reproduz o inciso 
I do art. 37. Está correta portanto. 
 
Continuemos nosso exame. A alternativa c trata do provimento de cargo 
em comissão, que, como vimos, é alvo de grande discricionariedade da 
autoridade competente para nomeação, sendo demissível ad nutum. 
Portanto, não tem caráter permanente. Vê-se que a alternativa não está 
correta. 
 
A afirmativa seguinte contém uma armadilha. Função é uma subespécie 
de cargo, como vimos, quanto à função comissionada; o ocupante de 
cargo pode não ocupar função, e geralmente as funções são destinadas a 
quem ocupa cargo. Há no entanto regimes em que há contratos 
temporários para desempenho de funções; esses regimes tendem à 
extinção hoje. Em São Paulo, tivemos a Lei 500/74, que permitia a 
contratação para desempenho de funções. A alternativa está incorreta. 
 
Por fim, a alternativa e menciona a criação de cargo por meio de decreto. 
Isso é impossível, o cargo público só pode ser criado por Lei, e em São 
Paulo por Lei Complementar de iniciativa do Governador, como vimos. 
Incorreta a alternativa, ficamos então com a opção b. 
 
Gabarito: B 
 
3. Os servidores públicos obedecem a normas constitucionais e 
infraconstitucionais, como o Estatuto. Acerca disso, analise as proposições 
e indique a correta 
 
a) O Estatuto como lei específica pode derrogar as normas constitucionais 
acerca dos servidores públicos em geral 
b) A CF/88 recepcionou integralmente o Estatuto, que por isso tem pleno 
vigor 
c) O Estatuto tem plena vigência hoje, apenas acerca de alguns 
dispositivos pode haver
discussão acerca de sua recepção face à CF; 
d) A CF/88 inovou grandemente em relação aos servidores públicos, e 
com isso não recepcionou a maioria dos dispositivos do Estatuto, o que o 
torna praticamente inaplicável hoje em dia 
 
_______________ 
Comentários: 
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A primeira alternativa faz um pequeno jogo com conceitos para atrapalhar 
o candidato. De fato, mencionamos que a lei específica pode derrogar a 
lei geral, mas o Estatuto, norma infraconstitucional, não pode derrogar a 
norma da Lei Maior. Está portanto incorreta a proposição. 
 
A proposição seguinte faz supor que o Estatuto foi recepcionado 
integralmente pela CF, o que não é o caso, como vimos; demos inclusive 
o exemplo da prisão administrativa. 
 
A alternativa seguinte atenua a afirmação anterior, ao dizer que a 
recepção pela CF de alguns de seus dispositivos ainda pode ser discutida; 
outros já foram derrogados por leis mais recentes. É afirmativa correta. 
 
Com isso, a derradeira proposição fica evidentemente inválida; a CF aliás 
não inovou tanto em matéria de servidor público, houve antes uma 
consolidação de direitos já anteriores à própria Carta. Inovação houve 
alguma com a EC 19/98, que no entanto não invalidou de forma alguma o 
EFP, que continua em pleno vigor. 
 
Gabarito: C 
 
4. A norma relativa ao servidor público no Estado de São Paulo 
I- Está inscrita necessariamente no Estatuto do Servidor Público 
II ± que constar do EFP aplica-se aos servidores dos 3 poderes 
III - que altere direitos para servidor, de qualquer que seja dos 3 
Poderes, é de iniciativa do Governador do Estado 
IV - de caráter específico pode derrogar o Estatuto, e é de iniciativa do 
Titular do Poder, caso trate específicamente de servidores de um dos 
Poderes. 
 
Estão incorretas as proposições 
a ± I e IV 
b ± II e III 
c ± III e IV 
d - I e III 
_________________ 
Comentário: 
 
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Vamos analisar as proposições. A primeira contém uma generalização, 
armadilha conhecida do concursando experiente: sabemos já que nem 
toda norma relativa a servidor público estará no Estatuto, que tem caráter 
de lei geral. Incorreta portanto. 
 
A alternativa seguinte nos relembra apenas da aplicabilidade do EFP aos 
servidores dos 3 poderes do Estado, que aprendemos no Artigo 1° da lei. 
Está correta. A iniciativa da legislação que altere o EFP, conforme 
aprendemos, é do Governador; no entanto, se for legislação específica 
para os servidores de outros poderes que não o Executivo, a iniciativa 
caberá então ao titular do Poder: ao Presidente do Tribunal de Justiça, ou 
à Mesa Diretora da Assembléia Legislativa. De outra forma, teríamos 
ingerência de um Poder sobre outro, ferindo o princípio constitucional da 
serparação dos poderes. Assim, está incorreta a proposição. 
 
A última proposição nos faz relembrar que a norma específica pode 
derrogar o Estatuto, a própria Lei o prevê no parágrafo único de seu 
Artigo 1°, e da questão da iniciativa legislativa tratada acima: via de 
regra, é do Governador; se tratar-se apenas de servidores de um dos 
Poderes que não o Executivo, será do Titular do Poder. Está correta, 
portanto. 
 
A questão pede as alternativas incorretas; vimos que são a I e a III, o 
que nos leva à alternativa d. 
 
Gabarito: d 
 
5. A Lei 10.261/68 é uma lei ordinária criada sob a égide da Constituição 
de 1967. Podemos dizer que essa Lei 
 
I- pode ser alterada por lei ordinária, de iniciativa do Governador; 
 
II- embora tenha eficácia de lei complementar, formalmente é lei 
ordinária, e pode ser alterada por norma dessa espécie; 
 
III- pode ser alterada por Decreto do Governador, pelo fato de a 
Constituição de 1967 prever a figura do Decreto-Lei; 
 
IV- pode ser alterada por lei de iniciativa de qualquer dos titulares de um 
dos Poderes do Estado. 
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Quantas afirmativas acima estão corretas? 
 
a) nenhuma 
b) uma 
c) duas 
d) todas 
_______________ 
Comentário: 
 
Uma questão que pede a análise de todas as afirmativas oferecidas. A 
primeira, devemos compreender que o Estatuto é formalmente lei 
ordinária, com eficácia de lei complementar; embora sua alteração seja 
de iniciativa do Governador, deve ser feita por lei complementar. Está 
incorreta a afirmativa. 
 
A segunda, pelo fundamento visto acima, está incorreta; de fato, o EFP 
tem eficácia de lei complementar, e é por isso mesmo que deve ser 
alterado por outra lei complementar. 
 
O Estatuto, tendo sido recepcionado pela CF/88, hoje faz parte da ordem 
constitucional atual, não importando a ordem constitucional vigente 
durante sua aprovação. Está incorreta alternativa, então. 
 
O Estatuto é, como vimos, norma geral sobre os servidores públicos; 
como tal, só pode ser alterado por projeto de iniciativa do Governador. Os 
titulares dos outros Poderes poderão criar leis sobre servidores desde que 
específicas para os servidores daqueles Poderes, nunca normais gerais 
sobre os servidores dos 3 Poderes. Assim, a afirmativa é incorreta. Com 
isso, nenhuma das afirmativas está correta, o que nos leva à alternativa 
a. 
 
Gabarito: A 
 
6. João ocupa um cargo em caráter efetivo, e Maria um cargo em 
comissão na mesma repartição. O superior hierárquico deles decide 
designar João para uma função comissionada. Visto isso, assinale a 
alternativa correta: 
 
a) Maria terá de ser exonerada de seu cargo, ad nutum. 
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b) João terá de pedir exoneração de seu cargo. 
c) Maria poderia ter sido designada para a função para a qual João será 
designado. 
d) A função a ser desempenhada por João será de direção, chefia ou 
assessoramento. 
_________________ 
Comentário: 
 
Para resolver essa questão simples, basta relembrar que cargo efetivo é o 
assim definido em lei, e provido mediante realização de concurso público; 
Cargo em comissão é aquele para cuja nomeação a autoridade 
competente tem ampla discricionariedade, bem como para a exoneração; 
diz-se cargo demissível ad nutum, ou seja, instantaneamente. Função 
comissionada é também uma subespécie de cargo, pois a ela devem estar 
associadas responsabilidades e atribuições; é atribuível a quem ocupa 
cargo efetivo, para o exercício de funções de direção, chefia e 
assessoramento. 
 
Assim, a designação de João para uma função comissionada não tem 
relação com o exercício por Maria de cargo em comissão, visto serem 
coisas distintas cargo em comissão e função comissionada. 
 
A função comissionada não é um novo cargo efetivo, representa antes um 
número adicional de responsabilidades que o servidor assume, mantendo 
as que já assumira com o cargo. Cessada a designação, o servidor volta 
ao exercício do seu cargo automaticamente. Assim, João não precisa 
exonerar-se para assumir a função comissionada. Aliás, se fosse 
exonerado,
aí é que não poderia assumir a função comissionada, que é 
privativa do ocupante de cargo efetivo. 
 
Por esse motivo, Maria não poderia assumir a função, uma vez que ocupa 
cargo em comissão. 
 
A última alternativa, por fim, é a correta, pois como vimos a função 
comissionada é atribuível a quem ocupa cargo efetivo para exercer 
funções de direção, chefia ou assessoramento. 
 
Gabarito: D 
 
 
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7. A Divisão de Estudos Especiais da Secretaria de Assuntos Especiais do 
Estado da Pampônia conta com efetivo de 2 ocupantes de cargo em 
comissão e 21 servidores efetivos, além de que 3 ocupam função 
comissionada. A lotação da repartição é de 35 servidores. Portanto, 
 
a) Há nove cargos vagos 
b) Há 12 cargos vagos 
c) Pode haver mais de 35 servidores na Divisão de Estudos Especiais 
d) Há 14 cargos vagos 
 
Uma questão sobre o lotação, noção estudada na aula, com a qual já 
introduzimos a noção de Provimento, que será estudada na próxima aula! 
Vimos que a criação de cargos, e sua quantificação, é feita por Lei. Ora, 
nem todos os cargos criados são providos automaticamente! Cargos 
criados e não exercidos por um funcionário são cargos vagos. Assim 
também, cargo exercido por um funcionário que se aposenta, por 
exemplo, torna-se novamente vago. 
 
Vimos que lotação é o número de funcionários de carreira e de cargos 
isolados que devam ter exercício em cada repartição ou serviço. Vimos 
também que não se admite excesso de lotação, não podem ser alocados 
mais servidores que o previsto na unidade. 
 
Assim, de cara descartamos a alternativa c, pois o enunciado já nos diz 
que a lotação é de 35 servidores. No entanto, o total de cargos 
efetivamente exercido é de 2 + 21 + 3 = 26.Assim, da lotação total 
encontram-se vagos nove cargos, o que nos leva à alternativa a. 
 
Gabarito: A 
 
 
 
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Lista de questões apresentadas nesta aula 
 
1) 1. (FCC/Casa Civil/Executivo Público/2010 - adaptada) Com relação ao 
Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo ( Lei n° 
10.261/68), considere as seguintes proposições: 
 
I. As disposições do Estatuto não se aplicam aos empregados das 
autarquias, entidades paraestatais e serviços públicos de natureza 
industrial, ressalvada a situação daqueles que, por lei anterior, já tenham 
a qualidade de funcionário público. 
II. A norma Estatutária tem caráter de lei geral, e portanto não derroga 
leis específicas que regulem carrerias ou cargos públicos específicos 
III. Os funcionários de uma autarquia estadual não serão nunca sujeitos 
dos direitos que o EFP garante aos funcionários públicos. 
 
São proposições CORRETAS 
 
a) I e III 
b) II e III 
c) I e II 
d) Somente I 
 
 
2. (FCC/TRT 8ª/Técnico Judiciário ± adm /2010) Sobre cargo público é 
correto afirmar: 
 
A) Cargo público e emprego público são expressões sinônimas. 
B) Os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros que preencham os 
requisitos estabelecidos em lei e aos estrangeiros, na forma da lei. 
C) Cargo em Comissão pode ser provido em caráter permanente. 
D) Nem todo cargo tem função, mas a toda função corresponde um 
cargo. 
E) A criação de cargo pode se feita por decreto do Chefe do Poder 
Executivo. 
 
3. Os servidores públicos obedecem a normas constitucionais e 
infraconstitucionais, como o Estatuto. Acerca disso, analise as proposições 
e indique a correta 
 
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a) O Estatuto como lei específica pode derrogar as normas constitucionais 
acerca dos servidores públicos em geral 
b) A CF/88 recepcionou integralmente o Estatuto, que por isso tem pleno 
vigor 
c) O Estatuto tem plena vigência hoje, apenas acerca de alguns 
dispositivos pode haver discussão acerca de sua recepção face à CF; 
d) A CF/88 inovou grandemente em relação aos servidores públicos, e 
com isso não recepcionou a maioria dos dispositivos do Estatuto, o que o 
torna praticamente inaplicável hoje em dia. 
 
4. A norma relativa ao servidor público no Estado de São Paulo 
I- Está inscrita necessariamente no Estatuto do Servidor Público 
II ± que constar do EFP aplica-se aos servidores dos 3 poderes 
III - que altere direitos para servidor, de qualquer que seja dos 3 
Poderes, é de iniciativa do Governador do Estado 
IV - de caráter específico pode derrogar o Estatuto, e é de iniciativa do 
Titular do Poder, caso trate específicamente de servidores de um dos 
Poderes. 
 
Estão incorretas as proposições 
a ± I e IV 
b ± II e III 
c ± III e IV 
d - I e III 
 
5. A Lei 10.261/68 é uma lei ordinária criada sob a égide da Constituição 
de 1967. Podemos dizer que essa Lei 
 
I- pode ser alterada por lei ordinária, de iniciativa do Governador; 
II- embora tenha eficácia de lei complementar, formalmente é lei 
ordinária, e pode ser alterada por norma dessa espécie; 
III- pode ser alterada por Decreto do Governador, pelo fato de a 
Constituição de 1967 prever a figura do Decreto-Lei; 
IV- pode ser alterada por lei de iniciativa de qualquer dos titulares de um 
dos Poderes do Estado. 
 
6. João ocupa um cargo em caráter efetivo, e Maria um cargo em 
comissão na mesma repartição. O superior hierárquico deles decide 
designar João para uma função comissionada. Visto isso, assinale a 
alternativa correta: 
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a) Maria terá de ser exonerada de seu cargo, ad nutum. 
b) João terá de pedir exoneração de seu cargo. 
c) Maria poderia ter sido designada para a função para a qual João será 
designado. 
d) A função a ser desempenhada por João será de direção, chefia ou 
assessoramento. 
 
7. A Divisão de Estudos Especiais da Secretaria de Assuntos Especiais do 
Estado da Pampônia conta com efetivo de 2 ocupantes de cargo em 
comissão e 21 servidores efetivos, além de 3 que ocupam função 
comissionada. A lotação da repartição é de 35 servidores. Portanto, 
 
a) Há nove cargos vagos 
b) Há 12 cargos vagos 
c) Pode haver mais de 35 servidores da Divisão de Estudos Especiais 
d) Há 14 cargos vagos 
 
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Gabarito 
 
Questão Alternativa 
1 C 
2 B 
3 C 
4 D 
5 A 
6 D 
7 A 
 
 
 
Pessoal, espero que tenham gostado. Como observamos no início, foi uma 
aula demonstrativa, introdutória, e por isso um pouco mais breve. 
Preparem-se para as próximas, em que poderemos apresentar conteúdo 
mais extenso e mais questões de prova. 
 
Obrigado a vocês, e até a próxima aula! 
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AULA 01: Direitos e Deveres do Servidor 
 
SUMÁRIO PÁGINA 
1. Introdução 1 
2. Provimento 2 
3. Investidura e posse em cargo público 5 
4. Vacância 8 
5. Exercício 10 
6. Remoção 15 
7. Deveres do funcionário 16 
8. Um direito/dever 17 
9. Direitos do funcionário 18 
10. Encerramento 26 
11. Questões comentadas 27 
8. Lista das questões apresentadas 54 
9. Gabarito 62 
 
1. Introdução 
 
Olá, pessoal. Espero que tenha sido proveitosa para vocês a nossa 
primeira aula sobre a Lei 10.261/68, o Estatuto dos Funcionários Públicos 
Civis do Estado de São Paulo. Como já temos certa intimidade com a Lei, 
depois da primeira aula, podemos chamá-la mais simplesmente de 
Estatuto, ou EFP, certo? 
 
Nesta aula, vamos trabalhar um conteúdo um pouco mais extenso do que 
na primeira. Relembremos: na aula anterior, vimos que o Estatuto é a lei 
geral dos servidores públicos do Estado; regula a relação entre o servidor 
e a Administração. Entendemos também as noções de cargo, funcionário 
e de lotação. São noções essenciais para entender todo o resto. 
 
Hoje vamos tratar inicialmente das formas de provimento de cargo. 
Provimento é o ato pelo qual se preenche o cargo público, com a 
designação de seu ocupante. Após o provimento, vamos abordar o 
do cargo público; isso mesmo, é a motivação de vocês todos 
que estão fazendo esse curso! Preparando-se para o exercício de cargo 
público efetivo! Antes disso, vem a necessária posse, que será estudada 
também nessa aula. Além disso, trataremos de duas decorrências lógicas, 
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e legais, do exercício do cargo público: os direitos e os deveres do 
servidor público. 
 
Além disso, também trataremos do oposto do provimento, que é a 
do cargo. E, ao final, teremos questões comentadas, inclusive 
com uma inestimável contribuição do Prof. CYONIL, referência no mundo 
dos concursos, que contribui com diversas questões comentadas!!! 
 
Bem, então vamos à aula de hoje! 
 
2. Provimento 
 
Provimento é o ato pelo qual se preenche o cargo público, com a 
designação do seu ocupante. 
 
As formas de provimento previstas no artigo 11 do EFP são: 
 
I ² nomeação; 
II ² transferência; 
III ² reintegração; 
IV ² acesso; 
V ² reversão; 
VI ² aproveitamento; e 
VII ² readmissão 
 
A mais importante forma de provimento é a nomeação. 
 
Os tratadistas do direito administrativo costumam dividir as formas de 
provimento em originárias ou iniciais e derivadas. 
 
O provimento inicial ou originário é a primeira vinculação do servidor ao 
cargo, que se concretiza mediante nomeação. Por isso dissemos que a 
nomeação é a forma mais importante de provimento. O servidor não tem 
vínculo prévio com o serviço público, ou, se o tem, exerce outro cargo, 
diverso, e presta novo concurso. Da mesma forma, em ambos os casos 
trata-se de provimento originário. 
 
Provimento derivado é o que depende de um vínculo anterior do servidor 
com a administração. O provimento derivado ocorre por meio de 
reintegração, reversão ex officio, aproveitamento e acesso. 
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Já tivemos a oportunidade de mencionar que, com a promulgação da 
Constituição de 1988, certos dispositivos do EFP ficaram sem aplicação. É 
o caso de algumas das formas de provimento de cargos previstas. 
Algumas estão em desuso. Veremos resumidamente as formas de 
provimento, mesmo as que hoje não se aplicam. As formas de provimento 
em desuso merecerão essa observação. 
 
2.1 Formas de provimento do EFP 
 
Nomeação 
 
É a forma de provimento dos cargos efetivos, mas não só; o Estatuto, em 
seu artigo 13, estabeleceu que as nomeações são feitas: 
 
- em caráter vitalício, nos casos expressamente previstos na Constituição 
do Brasil; observe-se que a CF/88 manteve tal regime, com relação a 
magistrados e outras carreiras jurídicas. 
 
- em comissão, quando se tratar de cargo que em virtude de lei assim 
deva ser provido; relembre que estudamos na aula passada o que são 
cargos em comissão, cuja nomeação e exoneração pode ser feita com 
grande margem de discricionariedade pelo administrador. 
 
- em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de provimento dessa 
natureza. 
 
O provimento em caráter efetivo só pode ser feito mediante realização de 
concurso público. 
 
Transferência 
 
No EFP, transferência era forma de provimento sem a necessidade de 
concurso público. Era feita para atender à necessidade do serviço de uma 
secretaria, e dependia da existência de vagas para ser concretizada. 
Instituto em desuso. Por vezes usa-se o termo para caracterizar o ato 
administrativo que transfere cargo e seu ocupante de um Quadro para 
outro, p.ex, entre duas Secretarias de Estado. Não é a mesma coisa, 
trata-se neste caso apenas arranjo relativo a lotação, e não de forma de 
provimento. Apenas por curiosidade, anote-se que já a LC 180/78 tomou 
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o instituto nessa acepção última, e desde então sua aplicação é essa, 
aplicação aliás bem restrita. Dá-se a transferência por decreto do 
Governador. 
 
Reintegração 
 
Reingresso no serviço público decorrente de decisão judicial passada em 
julgado, com ressarcimento de prejuízos resultantes do afastamento. A 
reintegração é feita no cargo anteriormente ocupado e, se este houver 
sido transformado, no cargo resultante. Pressupõe um desligamento do 
servidor, posteriormente considerado ilegal pelo Judiciário para que venha 
a ocorrer. A Anistia, por exemplo, concedida pela Lei 6683/79, provocou 
uma série de reintegrações no serviço público, reparando demissões 
injustas ocorridas durante o regime militar no Brasil. 
 
Verifica-se também administrativamente a ocorrência da reintegração, 
muito embora o EFP mencione expressamente decisão judicial como 
motivadora da reintegração. É que, constatada a ilegalidade, não pode a 
administração furtar-se a anular o ato eivado de vícios. 
 
Acesso 
 
Elevação do funcionário, dentro do respectivo quadro, a cargo da mesma 
natureza de trabalho, do maior grau de responsabilidade e maior 
complexidade de atribuições. Instituto também em desuso. 
 
Reversão 
 
Ato pelo qual o aposentado reingressa no serviço público a pedido ou ex 
officio. Na ordem jurídica atual, é discutível a reversão a pedido. Na 
modalidade de ofício ocorre, e é comum no caso de penalidade a servidor 
aposentado, se esta implicar na perda do cargo, como veremos na 
próxima aula. Pode ocorrer também no caso de aposentadoria por 
invalidez, quando verificada a insubsistência da doença que a motivou. 
 
Aproveitamento 
 
Reingresso ao serviço público do servidor em disponibilidade. Merece 
algumas observações a disponibilidade. 
 
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O servidor estável, qualidade alcançada pelo servidor efetivo após 3 anos 
de exercício, cumprido o necessário estágio probatório, é, em última 
análise, estável no serviço público, e não no exercício do cargo, uma vez 
que a Administração pode vir a redefinir, alterar ou mesmo extinguir 
cargos e classes, dado que, como vimos, sobrepõe-se o interesse público 
ao privado. No caso de extinção, o servidor estável pode, constatada sua 
momentânea desnecessidade, ficar à disposição, ou seja, vinculado à 
Administração, mas sem trabalhar. Nesse caso, o Estatuto prevê que o 
servidor deve receber vencimentos proporcionais ao tempo de serviço. 
 
Vê-se que é hipótese custosa para a administração, pois o servidor ganha 
sem trabalhar. Assim, o EFP prevê ainda que o aproveitamento desse 
servidor é obrigatório, nas vagas existentes, sendo que não pode vir a 
ocupar cargo que implique em vencimentos maiores; se vier a ocupar 
cargo de vencimentos menores, fará jus à diferença entre estes e os 
vencimentos de seu cargo original. 
 
Readmissão 
 
Ato pelo qual o ex-funcionário (efetivo), demitido ou exonerado, 
reingressa no serviço público, sem direito a ressarcimento dos prejuízos, 
ficando-lhe assegurada, no entanto, a contagem de tempo de serviço em 
cargos anteriores, para efeito de aposentadoria e disponibilidade. 
Também discutível sua aplicabilidade face à CF/88. Verifique a diferença 
em relação à reintegração, que ocorre por medida judicial, ou mesmo 
administrativamente. No entanto, a motivação é importante, no caso da 
readmissão não há relação com a eventual nulidade ou ilegalidade do 
desligamento anterior. 
 
Readaptação 
 
Readaptação é a investidura em cargo mais compatível com a capacidade 
do funcionário e dependerá sempre de inspeção médica. A readaptação 
não acarretará diminuição, nem aumento de vencimento ou remuneração. 
Fala-se muitas vezes em readaptação apenas como mudança de 
atribuições, no exercício do mesmo cargo, sempre por motivo de saúde. 
Exemplo: o cargo exige certas capacidades, que o servidor perde, por 
motivo de doença. Deve ser reaproveitado exercendo novas funções. De 
qualquer forma, o EFP prevê a readaptação como modo de investidura em 
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cargo, nos artigos 41 e 42, embora esta forma não conste na enumeração 
do artigo 11. 
 
Portanto, em resumo, podemos dizer que as formas de provimento 
válidas hoje, entre as relacionadas no EFP, são a nomeação, a 
reintegração, a reversão e o aproveitamento. Há ainda a substituição, que 
não deixa de ser uma forma de provimento, ainda que temporária. 
 
Substituição 
 
Quando uma pessoa assume uma função desempenhada por outra, 
durante o impedimento desta, há substituição. O Estatuto prevê que 
haverá substituição no impedimento legal e temporário do ocupante de 
cargo de chefia ou de direção. Este caráter temporário da substituição 
pode se estender, há inclusive a previsão de que, em caso de vacância, o 
substituto passará a responder pela função até o provimento do cargo. 
 
Casos comuns de impedimento são as férias ou eventuais licenças; 
depreende-se disso que sempre há substituição dos titulares de função de 
chefia e direção. O substituto deve ser pertencente ao Quadro do órgão, e 
geralmente da unidade. A substituição, quando não for automática, 
dependerá da expedição de ato de autoridade competente. 
 
O substituto, durante todo o tempo em que exercer a substituição, terá 
direito a perceber os vencimentos inerentes ao cargo do substituído, sem 
naturalmente adicioná-las a seus próprios vencimentos, que deixa de 
receber neste período. 
 
Existe ainda a hipótese de opção pelos vencimentos do próprio cargo, se 
ao substituto não interessar receber os vencimentos do substituído. 
Geralmente, os cargos de chefia e direção correspondem a vencimentos 
superiores, mas às vezes, no serviço público, isso não se verifica. Daí a 
ressalva da opção pelos vencimentos. Também existe a possibilidade de 
opção pelos vencimentos para o titular de cargo efetivo designado para 
exercer cargo ou função comissionada, quando assim desejar. 
 
3. Investidura e posse em cargo público 
 
A investidura do servidor em cargo público ocorre com a . A posse 
confere ao servidor as prerrogativas, os direitos e os deveres do cargo. 
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Sem ela, o provimento não se completa, e portanto não pode haver o 
exercício da função pública. 
 
3.1 Requisitos para a posse em cargo público 
 
- Aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos; 
- Ser brasileiro nato ou naturalizado (pela redação dada pela EC n.º 
19/1998, os cargos, funções e empregos públicos são também acessíveis 
aos estrangeiros, na forma a ser estabelecida em lei); 
- Ter completado dezoito anos de idade; 
- Estar em dia com as obrigações militares; 
- Estar no gozo dos direitos políticos; 
- Ter boa conduta; 
- Gozar de boa saúde, comprovada em inspeção realizada em órgão 
médico oficial 
- Possuir aptidão para o exercício do cargo; 
- Ter atendido às condições especiais prescritas para o cargo. 
 
A posse fica configurada por meio de assinatura de termo, a ser lavrado 
em livro próprio e assinado pela autoridade competente. 
 
A autoridade que der posse deverá verificar, sob pena de 
responsabilidade, se foram satisfeitas as condições estabelecidas para a 
investidura do cargo. Geralmente se exige que o servidor certifique a 
veracidade das informações que presta para a posse. 
 
3.2 Prazos para posse 
 
A posse no cargo público deve ocorrer no prazo de 30 (trinta dias), 
contados da data da publicação do ato de provimento do cargo. 
 
O prazo de trinta dias poderá ser prorrogado por igual período, a critério 
da administração, desde que requerido pelo candidato ao cargo. O prazo 
inicial para posse do servidor em férias ou licença será contado da data 
em que voltar ao serviço. 
 
A contagem do prazo para a posse poderá ser suspensa até o máximo de 
120 dias, a pedido do órgão médico encarregado da perícia, a partir da 
data em que o candidato apresentar guia a este órgão. 
 
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Além disso, admite-se a posse por procuração, no caso de servidor em 
missão fora do território do Estado, e, nos demais casos, a critério da 
autoridade competente. 
 
Dados todos os prazos, se a posse não vier a ocorrer, o ato do 
provimento será tornado sem efeito. 
 
Cumprida a formalidade da posse, o servidor está pronto para finalmente 
começar a exercer o cargo público, que agora é seu de pleno direito! É 
isso aí, meus amigos, vão se acostumando com a ideia, afinal, todo este 
esforço é para isso. Tenho a certeza de que vocês chegarão lá. 
Mentalizem isso, a assinatura do seu termo de posse, com calma, sem 
ansiedade, e continuemos o estudo do Estatuto! 
 
4. Vacância 
 
Vacância é o oposto da investidura do cargo.
Há administrativistas que 
falam, de fato, em desinvestidura. Ocorre a vacância quando o servidor 
deixa de exercer cargo, função ou emprego público. A principal forma de 
vacância é a exoneração. Curioso notar que o termo contém a si a ideia 
de que o servidor livra-se de um ônus, deixa de lado uma carga, ao 
deixar o exercício do cargo público. Como vimos, o cargo público é antes 
de tudo um feixe de responsabilidades que carregamos. 
 
De acordo com o EFP, a vacância do cargo público decorre de: 
Exoneração; Demissão (constitui penalidade decorrente da prática de 
ilícito administrativo, tendo por finalidade desligar o servidor dos quadros 
do serviço público); Aposentadoria e Falecimento. 
 
4.1 Formas de Exoneração 
 
I. A pedido do servidor. O servidor, tendo entrado voluntariamente no 
serviço público, tem simetricamente o direito de deixá-lo. Por meio de 
requerimento formal, pode pedir sua exoneração. Deverá aguardar em 
exercício a concessão da exoneração, até o máximo de quinze dias a 
contar da apresentação do requerimento. Não havendo prejuízo para o 
serviço público, a permanência em exercício deve ser dispensada. 
 
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II. A critério da administração, quando se tratar de cargo em comissão. 
Trata-se de ato de ofício, com ampla discricionariedade da autoridade 
responsável, como já vimos. 
 
Quando o servidor não entrar em exercício dentro do prazo legal, aplica-
se-lhe a exoneração de ofício. Vimos que a posse não efetivada leva à 
revogação do ato de nomeação; agora, o caso é diferente: se o servidor 
toma posse, mas não entra em exercício no prazo legal, ocorre sua 
exoneração. Isso decorre de que, como vimos, a posse é a investidura no 
cargo. Como o servidor de direito já ocupa o cargo, só se admite a 
vacância por meio de exoneração. 
 
Há outras hipóteses de exoneração, não constantes do Estatuto. De fato, 
é cabível a exoneração quando comprovado no estágio probatório que o 
servidor público não satisfaz as exigências legais da administração ou que 
seu desempenho é insatisfatório. Evidentemente que nesse caso a 
exoneração tem de ser devidamente motivada, e só pode ocorrer 
respeitando-se os princípios do devido processos legal, do contraditório e 
da ampla defesa. É ponto pacífico, inclusive constante da Súmula 21 do 
STF�� ³)XQFLRQiULR� HP� HVWiJLR� SUREDWyULR� QmR� SRGH� VHU� H[RQHUDGR� QHP�
demitido sem inquérito ou sem as formalidades legais de apuração de sua 
FDSDFLGDGH´� 
 
Além disso, inovações constitucionais preveem a exoneração do servidor 
estável, por insuficiência de desempenho (CF, art. 41, §1º, III), e na 
hipótese de ultrapassagem do limite máximo de despesa com pessoal 
inativo, na forma da lei (CF, art. 169, §4°), dispositivo que veio a ser 
regulamentado pela chamada Lei de Responsabilidade Fiscal (LC 
101/2000). Evidentemente que tais cogitações são estranhas ao EFP. 
 
4.2 Demais formas de Vacância 
 
A demissão, como mencionado acima, é forma de penalidade, e a 
estudaremos na próxima aula, quando tratarmos das penalidades. Por 
ora, é importante reter que demissão difere de exoneração, e que 
demissão para o EFP é algo diferente do sentido comum, na relação de 
trabalho privada. É uma penalidade, e grave. Condena o servidor a deixar 
o exercício do cargo. 
 
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Exoneração e Demissão são institutos 
diversos para o Estatuto, assim como 
no Direito Administrativo em geral. 
São formas de vacância; a 
exoneração pode ser voluntária, a 
pedido do próprio ocupante do cargo, 
ou de ofício, motivadamente, por 
interesse da administração ou por 
determinação legal, ou ainda de 
imediato, ad nutum, para os 
ocupantes de cargo em comissão. A 
demissão, por sua vez, é forma de 
vacância resultante de penalidade. 
 
O Estatuto também trata da Aposentadoria, nos artigos de 222 a 232; 
não estão recepcionados pela ordem constitucional vigente, após as ECs 
20, 41 e 47. Hoje a aposentadoria é matéria de direito constitucional. Mas 
é evidente que, com a passagem à inatividade, o servidor desinveste-se 
do cargo exercido por longos anos. 
 
Bem assim o falecimento, este fora da alçada do direito administrativo, e 
muitas vezes além da nossa rasa compreensão. De qualquer forma, notar 
que o instituto da pensão por morte não é tratado pelo EFP, existe lei 
própria a respeito. 
 
5. Exercício 
 
Com a aprovação no concurso, a nomeação, a posse, chegamos enfim ao 
exercício do cargo público, grande objetivo de todos nós. O artigo 57 do 
Estatuto assim o define: 
 
Artigo 57 ² O exercício é o ato pelo qual o funcionário assume as 
atribuições e responsabilidades do cargo. 
 
Vejam, meus amigos, que o Estatuto continua a relacionar o exercício do 
cargo público aos deveres a ele inerentes. Como já dissemos, do ponto de 
vista do interesse público, o cargo corresponde a uma série de deveres 
que o servidor tem de cumprir. 
 
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A consequência lógica e óbvia do exercício é que o servidor tem de 
continuamente afirmá-lo, retomá-lo; o exercício é contínuo, diário, até a 
vacância do cargo. Relembre o princípio da continuidade do serviço 
público; aplica-se até ao mais humilde servidor. 
 
O servidor empossado tem até 30 dias para entrar em exercício, prazo 
prorrogável por mais 30 dias, a requerimento do interessado. Superado o 
prazo, inclusive eventual prorrogação, sem entrada em exercício, o 
servidor será exonerado, ficando portanto o cargo vago, como vimos. 
 
É competente para dar exercício ao servidor o chefe da unidade em que 
estiver lotado, ou alocado; o Estatuto prevê que ninguém pode ter 
exercício em unidade diversa daquela em que estiver lotado, salvo 
previsão legal expressa ou autorização do Governador. 
 
Assim, uma vez exercendo o cargo, nesta condição o servidor 
permanecerá, exceto nos casos previstos de afastamento. 
 
5.1 Afastamento no Estatuto. 
 
Com o afastamento, cessa o exercício mas não sobrevém a vacância do 
cargo. O exercício fica como que suspenso, e pode ser retomado em 
momento posterior. A lei prevê em muitos casos a manutenção de vários 
direitos durante o afastamento. Vamos ver as espécies previstas no EFP. 
 
5.1.1 Afastamento para participar de congressos e certames culturais 
técnicos ou científicos (artigo 69). Esse afastamento será autorizado 
desde que observadas certas condições, garantindo-se que os objetivos 
sejam de relevante interesse para a administração; as atribuições do 
cargo ou da função sejam diretamente relacionadas com o objetivo do 
evento; o afastamento de um ou mais servidores não prejudique o 
andamento do trabalho, e outras. 
 
O período de afastamento é considerado como de efetivo exercício para 
todos os efeitos legais, incluindo-se os dias necessários ao trânsito, se o 
evento se realizar fora da sede de exercício do servidor. 
 
5.1.2 Afastamento para participar de provas de competições desportivas 
dentro ou fora do Estado de São Paulo (artigo 75). 
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Esse afastamento será autorizado se houver requisição justificada do 
órgão desportista competente convocando o servidor atleta, e poderá ser 
autorizado: 
I Sem prejuízo de vencimentos ± quando o servidor atleta representar o 
Brasil ou o Estado de São Paulo em competições desportivas oficiais; 
II Com prejuízo de vencimentos ± nos demais casos. 
 
5.1.3 Afastamento para missão ou estudo de interesse do serviço público. 
Está previsto no artigo 68 do EFP, pode ser autorizado com ou sem 
prejuízo de vencimentos ou salários. Inclusive pode realizar-se no exterior 
a missão ou o estudo motivadores do afastamento. 
 
5.1.4 Afastamento junto a entidades conveniadas ao Estado, acordo com 
as normas do Convênio (Artigo 67). 
 
Poderá ser concedido com ou sem prejuízo de vencimentos. 
A autoridade competente para autorizar esse afastamento é o titular da 
Pasta de origem do servidor. Nesse caso, o afastamento é decorrência de 
convênio celebrado entre o Estado de São Paulo e outro ente público - ou 
SULYDGR��2�()3�PHQFLRQD�JHQHULFDPHQWH�³HQWLGDGHV´��FDEH�D�UHVVDOYD�GH�
que convênio com entidade privada prevendo cessão de servidor público é 
de legalidade discutível. O que se verifica geralmente são convênios com 
entes públicos, prefeituras p.ex. 
 
5.1.5 Afastamento para exercer mandatos eletivos 
O servidor que exercer mandato eletivo federal, estadual ou distrital será 
afastado do cargo, emprego ou da função-atividade (artigo 38 da CF/88 ± 
art. 72 do EFP); 
Ѝ Exercício de mandato de Prefeito Municipal: o servidor será afastado do 
cargo, emprego ou função-atividade, sendo-lhe facultado optar entre o 
vencimento/salário de servidor e o de prefeito municipal (artigo 38 da 
CF/88); 
Ѝ Exercício de mandato de Vereador: se houver compatibilidade de 
horários, poderá exercer ambas as funções, com vencimentos, salários ou 
remuneração, a título de acúmulo de cargo, emprego ou função-
atividade; porém, se não houver compatibilidade de horários, deverá se 
afastar do cargo, sendo-lhe facultado optar pelos vencimentos, salários 
ou remuneração (artigo 38 da CF/88). 
 
5.2 Prejuízo dos vencimentos 
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Quando o Estatuto menciona afastamento sem prejuízo dos vencimentos, 
significa que o servidor pode ser autorizado a afastar-se do exercício, e 
continuar a receber seu salário normalmente, como se estivesse em 
exercício. A outra hipótese é de afastamento com prejuízo dos 
vencimentos, mantidas as demais vantagens do cargo, ou seja, o servidor 
não recebe, mas tem direito a contar o tempo de afastamento, para fins 
de adicional, aposentadoria etc. 
 
5.3 Sede de Exercício 
 
Este ponto não está no Estatuto, mas como na seção relativa aos 
afastamentos menciona-VH� R� FRQFHLWR� GH� ³VHGH� GH� H[HUFtFLR´�� YDPRV�
esclarecer, embora não caia na prova. Há órgãos públicos complexos, que 
têm competências e ramificações em todo o território do Estado. Uma 
definição de sede de exercício tendo como base as competências do órgão 
pode ser complicada. Para resolver, está definido que sede de exercício é 
o município em que se localiza a repartição, ou unidade administrativa, 
em que o servidor está lotado. 
 
5.4 Horário, frequência 
 
O primeiro dever decorrente do exercício é a frequência; o servidor deve 
frequentar a unidade na qual está lotado! A assiduidade é dever do 
servidor. O meio de apurar a frequência é o ponto, registro diário do 
comparecimento; já o EFP previa preferencialmente o meio mecânico para 
registro de frequência. Hoje há dispositivos eletrônicos, etc., convivendo 
ainda com o registro em livro, manualmente. 
 
A jornada de trabalho não é fixada no EFP, geralmente vem determinada 
na lei de regência do cargo. No caso dos cargos de provimento efetivo, é 
comum que o edital dos concursos mencione a jornada. Predominam as 
jornadas de 40 e 30 horas semanais. 
 
5.5 Contagem de tempo 
 
Com o exercício, inicia-se a contagem de tempo de serviço, que implica 
em vantagens que veremos a seguir, nesta mesma aula. Os dias de 
efetivo exercício, registrados no ponto, como vimos, serão computados. 
Além disso, o Estatuto traz uma série de exceções, de hipóteses em que, 
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mesmo não havendo efetivo exercício, ou seja, o servidor não esteve 
presente na unidade em que está lotado, aquele dia, ou dias, deve(m) ser 
contados como se fossem de efetivo exercício. É a previsão do artigo 
78: 
 
Artigo 78 ² Serão considerados de efetivo exercício, para todos os efeitos 
legais, os dias em que o funcionário estiver afastado do serviço em 
virtude de: 
I ² férias; 
II ² casamento, até 8 (oito) dias; 
III ² falecimento do cônjuge, filhos, pais e irmãos, até 8 (oito) dias; 
IV ² falecimento dos avós, netos, sogros, do padrasto ou madrasta, até 2 
(dois) dias; 
V ² serviços obrigatórios por lei; 
VI ² licença quando acidentado no exercício de suas atribuições ou 
atacado de doença profissional; 
VII ² licença à funcionária gestante; 
VIII ² licenciamento compulsório, nos termos do art. 206; 
IX ² licença-prêmio; 
X ² faltas abonadas nos termos do parágrafo 1º do art. 110, observados 
os limites ali fixados; 
XI ² missão ou estudo dentro do Estado, em outros pontos do território 
nacional ou no estrangeiro, nos termos do art. 68; 
XII ² nos casos previstos no art. 122; 
XIII ² afastamento por processo administrativo, se o funcionário for 
declarado inocente ou se a pena imposta for de repreensão ou multa; e, 
ainda, os dias que excederem o total da pena de suspensão efetivamente 
aplicada; 
XIV ² trânsito, em decorrência de mudança de sede de exercício, desde 
que não exceda o prazo de 8 (oito) dias; e 
XV ² provas de competições desportivas, nos termos do item I, do § 2º, 
do art. 75. 
XVI ² licença-paternidade, por 5 (cinco) dias; 
 
Algumas observações: o art. 206 a que faz referência o inciso VIII prevê 
uma espécie de licença sanitária, compulsória para os possíveis 
portadores de enfermidades contagiosas; o art. 122 mencionado no inciso 
XII estimula o servidor a doar sangue aos bancos de sangue estatais ou 
conveniados. 
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As faltas abonadas mencionadas no inciso X são ausências consentidas, 
previstas no §1º do art. 110, segundo o qual o superior imediato, em 
razão de problemas de saúde ou outro motivo relevante, pode abonar, ou 
seja tornar boas, converter em presença faltas ao serviço, até o máximo 
de seis por ano, a requerimento do funcionário. O requerimento tem de 
ser feito no primeiro dia útil subsequente ao da falta. 
 
A contagem de tempo tem relação íntima com vantagens relacionadas ao 
tempo de serviço, que veremos a seguir: Adicional por Tempo de Serviço, 
Sexta-Parte, Licença-Prêmio e Aposentadoria. Sobre esta última, as 
disposições do Estatuto já não têm recepção ante a Constituição Federal. 
 
6. Remoção 
 
Remoção representa a possibilidade do servidor vir a exercer seu cargo 
em local diferente da sua lotação inicial. Pode ser motivada
pelo interesse 
do servidor, quando se fala em remoção a pedido, ou por interesse da 
administração, que visa com a medida o adequado dimensionamento e 
distribuição dos recursos humanos, consoante as reais necessidades das 
unidades administrativas; neste caso, trata-se de remoção de ofício ou ex 
officio. A remoção ocorre quando o cargo passa de uma para outra 
unidade administrativa de um mesmo órgão, observada sempre a lotação 
das unidades envolvidas. 
 
A remoção está prevista nos artigos 42 a 45 do EFP, segundo os quais 
I. A remoção, a pedido ou ex officio será feita de uma para outra unidade 
administrativa da mesma Secretaria, respeitada a lotação. 
II. A remoção ex officio será processada em caso de comprovada 
necessidade de serviço. 
III. A remoção por permuta será processada a requerimento dos 
interessados, com anuência dos respectivos chefes. No caso das 
permutas, não há alteração da lotação das unidades, apenas dos 
ocupantes. 
 
([LVWH��WDPEpP��D�UHPRomR�FKDPDGD�³SRU�XQLmR�GH�F{QMXJHV´��SUHYLVWD�QD�
Constituição Estadual (artigo 130), disciplinada na Lei n. 10.261/68 
(artigos 234 a 238), segundo os quais é assegurado ao servidor o direito 
de remoção para igual cargo no local de residência do cônjuge, se esse 
também for servidor, condicionada à existência de vaga. 
 
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7. Deveres do Funcionário 
 
O artigo 241 do Estatuto traz uma enumeração de deveres do servidor 
público, bastante abrangente. 
 
Artigo 241 ² São deveres do funcionário: 
I ² ser assíduo e pontual; 
II ² cumprir as ordens superiores, representando quando forem 
manifestamente ilegais; 
III ² desempenhar com zelo e presteza os trabalhos de que for 
incumbido; 
IV ² guardar sigilo sobre os assuntos da repartição e, especialmente, 
sobre despachos, decisões ou providências; 
V ² representar aos superiores sobre todas as irregularidades de que 
tiver conhecimento no exercício de suas funções; 
VI ² tratar com urbanidade as pessoas; 
VII ² residir no local onde exerce o cargo ou, onde autorizado; 
VIII ² providenciar para que esteja sempre em ordem, no assentamento 
individual, a sua declaração de família; 
IX ² zelar pela economia do material do Estado e pela conservação do 
que for confiado à sua guarda ou utilização; 
X ² apresentar -se convenientemente trajado em serviço ou com 
uniforme determinado, quando for o caso; 
XI ² atender prontamente, com preferência sobre qualquer outro serviço, 
às requisições de papéis, documentos, informações ou providências que 
lhe forem feitas pelas autoridades judiciárias ou administrativas, para 
defesa do Estado, em Juízo; 
XII ² cooperar e manter espírito de solidariedade com os companheiros 
de trabalho, 
XIII ² estar em dia com as leis, regulamentos, regimentos, instruções e 
ordens de serviço que digam respeito às suas funções; e 
XIV ² proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a 
função pública. 
 
É uma lista de regras de conduta, evidentemente válida até hoje. 
Lembremos do fato de que o Estatuto é uma lei de normas gerais, 
aplicáveis a todos os servidores; os deveres mais específicos são aqueles 
relacionados às atribuições do cargo ocupado; estes, como vimos, serão 
definidos pela lei de regência do cargo. Notar que geralmente estas 
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atribuições legais do cargo vem replicadas no edital dos concursos, ainda 
que resumidamente, até para conhecimento dos futuros ocupantes. 
 
Hoje inescapável que a realidade é diferente, o desempenho do servidor 
público é alvo de avaliação, durante o estágio probatório, e depois dele, 
por quanto tempo exercer cargo público. Assim, é dever da administração 
formar um juízo periódico a respeito do desempenho do servidor em 
relação às atribuições de seu cargo. Ora, não é esse, como vimos, o 
primeiro dos deveres do servidor? De qualquer forma, é importante 
conhecer a lista do artigo 241, que tem plena vigência hoje. 
 
8. Um direito/dever 
 
O direito de petição é tratado no Estatuto. Em relação ao servidor público, 
trata-se ao mesmo tempo de um direito, pois o funcionário pode, e deve 
exercê-lo, mas também um dever, pois o servidor pode ver-se incumbido 
de processar e dar andamento a petições encaminhadas pelos cidadãos, é 
um dever importante; vejamos os artigos do EFP a respeito: 
 
Do Direito de Petição 
Artigo 239 ² É assegurado a qualquer pessoa, física ou jurídica, 
independentemente de pagamento, o direito de petição contra ilegalidade 
ou abuso de poder e para defesa de direitos. 
§ 1º ² Qualquer pessoa poderá reclamar sobre abuso, erro, omissão ou 
conduta incompatível no serviço público. 
§ 2º ² Em nenhuma hipótese, a Administração poderá recusar-se a 
protocolar, encaminhar ou apreciar a petição, sob pena de 
responsabilidade do agente. 
Artigo 240 ² Ao servidor é assegurado o direito de requerer ou 
representar, bem como, nos termos desta lei complementar, pedir 
reconsideração e recorrer de decisões, no prazo de 30 (trinta) dias, salvo 
previsão legal específica. 
 
Podemos dizer que o artigo 239 trata do direito do cidadão de requerer 
direitos perante a administração, e de representar contra ilegalidade, 
direito geral, a que a administração não pode colocar obstáculo, e pelo 
qual não pode solicitar pagamento. 
 
O artigo 240 assegura ao servidor, nessa condição, o amplo direito de 
petição; o direito do servidor é de requerer ante o órgão no qual trabalha, 
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em relação a ele seus direitos serão específicos. O direito de representar 
ou requerer ante outros órgãos é assegurado pelo art. 239. A 
representação motivada por ilegalidade de que o servidor teve 
conhecimento é um dever do servidor, como acabamos de ver. 
 
9. Direitos do Funcionário 
 
Os direitos do funcionário estão delimitados ao exercício do cargo, do que 
decorre, como vimos, uma série de deveres; e aos vencimentos e demais 
vantagens pecuniárias resultantes do exercício do cargo. O direito ao 
exercício do cargo não torna o servidor dono do cargo, pois a 
administração pode transformar ou extinguir o cargo; neste caso, o 
ocupante do cargo, se estável, tem direito a exercer novo cargo, por meio 
do instituto do Aproveitamento, já estudado nesta aula, como forma de 
provimento derivado. Com, isso, pode-se perceber outro direito do 
servidor, o direito à estabilidade. O Estatuto cuidou do assunto, vejamos 
como. 
 
9.1 Estabilidade 
 
Artigo 217 ² É assegurada a estabilidade somente ao funcionário que, 
nomeado por concurso, contar mais de 2 (dois) anos de efetivo exercício. 
Artigo 218 ² O funcionário estável só poderá ser demitido em virtude de 
sentença judicial ou mediante processo administrativo, assegurada ampla 
defesa. 
Parágrafo único ² A estabilidade diz respeito ao serviço público e não ao 
cargo, ressalvando-se à Administração o direito de aproveitar o 
funcionário em outro cargo de igual padrão, de acordo com as suas 
aptidões. 
 
Reproduzi os artigos acima pelo fato de o instituto da estabilidade estar 
todo aí; importante notar que: 
 
O período de exercício prévio para 
estabilidade é de

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