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Resenha descritiva sobre a licitação, modalidade pregão. Reginaldo da Silva Pujol Professor: Paulo Régis Rosa da Silva SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................................1 01- AMBITO DE INCIDÊNCIA.......................................................................................2 02- PRINCÍPIO DA ORALIDADE E INFORMALIDADE ..........................................2 03- OBJETO DA CONTRATAÇÃO.......................................................................…….3 04- FASE INTERNA.................................................................…………………………..3 05- FASE EXTERNA....................................…………………………………………......4 06- VEDAÇÕES............................................................................................................…...6 07- SANÇÕES.......................................................................................................................6 08- DESFAZIMENTO..........................................................................................................7 09- FORMALIZAÇÃO E CONTROLE.............................................................................7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................................8 UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL CURSO DE DIREITO – ULBRA GUAÍBA Guaíba, 2016/02. INTRODUÇÃO A Lei nº 8.666/93, que instituiu as modalidades licitatórias no âmbito da administração pública constantemente era alvo de criticas devido aos entraves burocráticos, o que acabava prejudicando principalmente licitantes interessados em contratos menores, ou de mais rápida conclusão, que acabavam se sentindo prejudicados pela excessiva burocracia, própria do processo regular de licitação. Para tentar corrigir esses problemas foi editada a lei nº 10.520/2002, que instituiu o pregão como nova modalidade de licitação. A referida lei instituiu procedimentos próprios, visando acelerar e dinamizar o processo de escolha de futuros contratos da administração pública, nas hipóteses em que é permitida sua aplicação. Âmbito de incidência As medidas provisórias que deram origem à lei restringiram de forma inexplicável a atuação do pregão, ao dizer que tal modalidade licitatória deveria ser adotada apenas no âmbito da União. Tal efeito gerou muita controvérsia, uma vez que, também nos Estados, Distrito Federal e municípios clamava-se por mais agilidade nos processos licitatórios. O próprio doutrinador, Carvalho Filho, defendeu a ideia de que os demais entes federativos poderiam sim utilizar a modalidade de pregão, uma vez que, segundo a Constituição Federal, em seu art. 22, XXII, existe a previsão da competência da União para editar normas gerais sobre licitações e contratos e, segundo essa interpretação, os demais entes poderiam regulamentar normas específicas legislando complementarmente sobre o tema. Tal controvérsia, porém, foi eliminada com a entrada em vigor da lei nº 10.520/2002, que em sua ementa expressa que o pregão poderá dar-se no âmbito da União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Cumpre ressaltar que a nova lei buscou complementar a lei nº 8.666/93, mantendo-se, porém, inalterado o arcabouço fundamental da lei primitiva, e ficando explicito que se aplicam subsidiariamente as normas da lei 8.666/93 à modalidade de pregão. Princípio da oralidade e informalidade Visando à celeridade e desburocratização, a modalidade de pregão prevê a adoção parcial do princípio da oralidade, dessa forma, os participantes poderão oferecer propostas também verbalmente na sessão pública à escolha das propostas vencedoras. Também é admitida a atuação dos interessados por meio de lances, que são ofertas sucessivas e progressivas apresentadas uma após a outra, com o objetivo de chegar-se ao menor preço ofertado para a compra ou serviço. Outra característica que se buscou com formulação do pregão, tanto quanto possível, foi adotar o princípio da informalidade, todavia, o referido princípio não pode ser adotado de forma plena, por tratar-se de atividade administrativa, que deve obrigatoriamente ser revestida de certas formalidades, porém, o legislador introduziu alguns métodos e técnicas compatíveis, em especial aproveitando os mesmos meios de comunicação, principalmente utilizando-se dos recursos da informática, sobretudo no pregão eletrônico. Objetos da contratação A modalidade pregão destina-se à aquisição de bens, e à contratação de serviços comuns, conforme dispõe o art. 1º da referida lei. Porém a definição legal sobre o que são bens e serviços comuns é um tanto quanto vaga, motivo pelo qual a lei usa como parâmetro a seguinte definição: “Bens e serviços cujos padrões de desempenho e qualidade posam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais do mercado”. Para especificar e regulamentar a lei foi expedido o decreto nº 3.555/2000 definindo, por meio de uma lista, uma gama de bens e serviços considerados comuns. Outra inovação trazida pelo pregão foi quanto ao valor, não há restrição quanto ao valor a ser pago, diferentemente do que previa a lei geral das licitações. A lei do pregão também passou a disciplinar a contratação de bens e serviços na área da saúde, suprindo uma lacuna existente na legislação anterior. Fase interna A fase interna é composta por um conjunto de atos preparatórios desempenhados pelo órgão administrativo, que antecedem a realização das atividades que irão contar com a participação do público externo. Fazem parte dessa etapa do processo, por exemplo: a) A justificativa acerca da necessidade de contratação daquele bem ou serviço; b) A definição do objeto da contratação; c) Os critérios exigidos para habilitação; d) Os critérios para a aceitação das propostas; e) A antecipação das cláusulas contratuais; f) As sanções para a hipótese de inadimplemento; g) A avaliação prévia dos bens e serviços a serem contratados... Alei trouxe também como inovação a figura do pregoeiro, a quem incumbe dirigir os trabalhos, tais como: Receber e analisar as propostas e lances, verificar a aceitabilidade, classificação, bem como proceder a adjudicação do objeto do pregão ao licitante vencedor. Para bem exercer suas funções, o pregoeiro conta com uma equipe de apoio formada, em sua maioria por servidores, preferencialmente, do quadro permanente. O pregoeiro substituiu a Comissão de licitação, órgão colegiado incumbido da direção dos trabalhos prevista na legislação anterior. Fase Externa A fase externa, como o nome já indica, é constituída de atos e atividades dos quais participam, além da administração, também terceiros. É nessa fase que se consuma o processo de escolha da melhor proposta. A fase externa é composta por uma série de atos, alguns deles: A convocação que se dá por meio de aviso na imprensa oficial ou, não havendo órgão de publicação oficial, também em jornal de circulaçãolocal ou, em alguns casos, de grande circulação, podendo, também, complementarmente, a convocação ser feita por meios eletrônicos. A sessão, que é a reunião entre o pregoeiro e os participantes da licitação, que visa possibilitar a escolha dos futuros fornecedores de bens ou serviços. A sessão deve ser pública, podendo participar tanto interessados como terceiros. A apresentação dos documentos de habilitação e propostas, que deverão ser apresentados em envelopes separados. É permitida a participação de empresas reunidas em consórcio para participar dos certames. Abertos os envelopes e feita o julgamento, deverá o pregoeiro verificar se estão em conformidade com os requisitos do edital, estando em desconformidade, será o licitante desclassificado. Uma vez verificadas as propostas formais e escritas vem a inovação da lei, o autor da oferta de valor mais baixo, e os das demais propostas, com valor até dez por cento maiores poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até que se chegue ao vencedor. Vemos aí a aplicação do princípio da oralidade, complementando o formalismo da proposta escrita. A lei prevê que, nesta fase, o único critério seja o preço, porém, podem ser observados outros aspectos previstos no edital, tais como, prazo de fornecimento, especificações técnicas e padrões mínimos de desempenho e qualidade. Julgadas e classificadas as propostas, o pregoeiro examinará e decidirá, motivadamente, sobre sua aceitabilidade. Outro aspecto interessante previsto na lei é que, uma vez escolhido o vencedor, o pregoeiro poderá negociar diretamente com este para obter um preço ainda melhor, visando o interesse público, que é o objetivo final do pregão. No que diz respeito à análise e habilitação das propostas, visando à otimização e celeridade do processo, houve uma inversão na ordem e, só serão analisados os documentos dos concorrentes vencedores. Classificação final e recursos: A classificação final permite que o pregoeiro declare o vencedor final do pregão, desde que este tenha cumprido os requisitos. Tal declaração pode ser objeto de recurso, e este deve ser de imediato, tão logo o pregoeiro faça a declaração do vencedor, sob pena de preclusão. O recurso deve ser motivado. Tal previsão tem o objetivo de evitar a interposição de recursos sem fundamentos objetivos. Eventual provimento do recurso implica a invalidação somente dos atos que não puderem ser aproveitados. Adjudicação e homologação: A adjudicação, na nova lei precede a homologação. Diz a lei que, uma vez decididos os recursos, a autoridade competente fará a adjudicação ao licitante vencedor. Após será convocado à assinar o contrato designado no edital Vedações A lei do pregão indica três condutas vedadas: a) Não pode ser estabelecida qualquer garantia de proposta; b) Fica proibido condicionar a participação dos interessados à aquisição do edital; c) Proibição do pagamento de taxas e emolumentos, à exceção do valor correspondente ao custo de produção gráfica do edital, bem como eventuais custos com a utilização de recursos de tecnologia da informação, quando for o caso. Sanções Com o objetivo de evitar a participação de modo indevido ou fraudulento foram previstas sanções para comportamentos considerados como infrações administrativas. Algumas das condutas consideradas ilícitas: 01- O vencedor não celebrar o contrato, quando convocado à fazê-lo, dentro do prazo de validade de sua proposta; 02- Deixar de exibir a documentação exigida para o certame; 03- Apresentar documentação falsa; 04- Dar causa ao retardamento da execução no objeto do contrato; 05- Não manter a proposta; 06- Falhar ou fraudar na execução do contrato; 07- Assumir comportamento inidôneo; 08- Cometer fraude fiscal. Tais infrações, se confirmadas e, após garantido o contraditório, ensejam a aplicação de várias sanções administrativas. Entre as mais severas estão o impedimento e a suspensão de licitar e contratar com a administração, por um prazo de até cinco anos, enquanto subsistirem os motivos da punição. Outra sanção prevista é o descredenciamento do infrator do SICAF, que é o sistema de cadastramento unificado de fornecedores do Poder Executivo Federal, bem como em sistemas análogos adotados nos Estados, Distrito Federal e municípios. Desfazimento A lei nº 10.520/2002 não previu expressamente regras para o desfazimento da licitação, porém, o decreto nº 3.555 previu a anulação do procedimento em caso de ilegalidade e a revogação, por razões de interesse público. Por se tratar de uma norma de incidência supletiva do art. 49 da lei nº 8.666/93, tais institutos, com base no referido decreto, aplicam-se aos pregões realizados pelas demais entidades federativas. No caso de revogação, porém, o administrador continua não tendo total liberdade de desfazer o processo, pois a eventual revogação fica condicionada, ou seja, só pode ocorrer se os motivos administrativos forem originados de fato superveniente e devidamente comprovados. Formalização e controle Apesar da simplificação no procedimento do pregão, com relação às modalidades previstas no estatuto geral, para propiciar o controle exige-se que os atos essenciais ao pregão, mesmo os oriundos dos meios eletrônicos,sejam devidamente formalizados no processo administrativo respectivo, para preservar a observância do princípio da publicidade e facilitar a função de auditoria e controle exercida pelos órgãos competentes. REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS José dos Santos Carvalho Filho, “Manual de Direito Administrativo”, São Paulo: Atlas. Hely Lopes Meirelles, “Direito Administrativo Brasileiro”, São Paulo: Malheiros
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