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Curso Ênfase Magistratura e MP Federal Prof. Ana Paula Vieira de Carvalho TIPICIDADE tipo: modelo abstrato de comportamento proibido A evolução do conceito: 1. Beling: distinguiu tipicidade da antijuridicidade e culpabilidade 2. Mayer: o tipo como indício da antijuridicidade ( ratio cognoscendi) 3. Mezger: a tipicidade é um juízo de desvalor condicionado ( ratio essendi) -a teoria dos elementos negativos do tipo ( Hellmuth von Weber) • concepções: • 1) formal • 2) material- tipo com expressão de danosidade social. Utiliza-se dos princípios: • a) adequação social • b) insignificância • A jurisprudência do STF e STJ sobre insignificância • tipicidade conglobante (Zaffaroni): Investiga a afetação do bem jurídico e o contraste entre o tipo e as demais normas constantes do ordenamento jurídico casos de atipicidade conglobante: cumprimento de um dever jurídico, o consentimento do ofendido, as cirurgias com fins terapêuticos ( as sem fins terapêuticos são típicas, mas justificadas no limite do consentimento e das normas regulamentares), lesões desportivas, se dentro das normas, atividades perigosas fomentadas, insignificância; • ELEMENTOS DO TIPO: • a) objetivos- descritivos(verificação sensorial) e normativos(recurso a valores culturais) • os elementos normativos podem ser: • 1. De valoração jurídica: conceitos jurídicos ou referentes a normas jurídicas: cheque, documento, casamento • 2. de valoração extra-jurídica ou empírico-cultural: juízos de valor fundados na experiência na sociedade ou na cultura ( ato obsceno, mulher honesta) • P/ Luís Régis Prado e Roxin, alguns elementos, como “indevidamente”, “sem justa causa”, diriam respeito à possível presença de causas de justificação, não sendo elementos normativos - relevância para o estudo do erro. • b) subjetivos- dolo + elementos subjetivos especiais do tipo • - para os causalistas não existia tipo subjetivo. • Classificação : • a) Crimes materiais, formais e de mera conduta • b) tipos congruentes e incongruentes • c) tipos básicos e derivados, simples e mistos ( cumulativos e alternativos) • d) tipos normais e anormais, fechados e abertos • e) instantâneos e permanentes • f) habituais • g) de lesão e de perigo • delitos de perigo concreto: constatação ex post de perigo • delitos de perigo abstrato: constatação ex ante de perigo • h) comuns, próprios e de mão própria CRIME DOLOSO •Dolo:Consciência e vontade para a realização do tipo •elementos: cognitivos e volitivos •é natural: não porta a consciência da antijuridicidade •O momento decisivo para a existência do dolo do tipo é o cometimento do fato •dolo subsequens- sem importância finalidade- diferente de motivo( preexiste ao delito) • não se estende às condições objetivas de punibilidade • Classificações: 1. dolo: direto ou de 1º grau 2. dolo de consequências necessárias ou de 2º grau 3. dolo eventual • dolo geral- Aplica-se ao grupo de casos em que há acontecimentos em dois atos. O sujeito acredita ter produzido o resultado na primeira parte da ação, quando em realidade o resultado só tem lugar com a segunda parte da ação. • Zaffaroni: haverá crime consumado na hipótese de unidade de conduta, que pressupõe plano unitário. Se há dois planejamentos sucessivos da causalidade, haverá dois crimes. • Roxin: posição próxima. Analisa a questão à luz da imputação subjetiva. Além do dolo, a imputação subjetiva exige que o resultado obtido corresponda ao plano do autor. • Diferença entre dolo eventual e culpa consciente: a) teoria do consentimento b) teoria da probabilidade c) teoria eclética: MIR PUIG, JESCHECK e JUAREZ CIRINO DOS SANTOS. • Os elementos subjetivos especiais do tipo: • a) delitos de intenção ou de tendência interna transcendente • a1- delitos de resultado cortado ou separado- o resultado que se pretende alcançar independe de nova intervenção do autor(ex.art159 do CP) • a2- delitos mutilados de dois atos- o resultado fica fora do tipo, embora o autor pretenda realizá-lo quando realiza a conduta típica . O agente realiza uma conduta como passo prévio de outra.(ex. art.289 do CP) • b) delitos de tendência ou de tendência peculiar • ERRO DE TIPO • o erro de tipo e o aspecto cognitivo do dolo • conhecimento significa percepção sensorial das circunstâncias descritivas do fato e compreensão intelectual das normativas. • Efeitos ( art. 20 do CP): • A) se invencível, exclui dolo e culpa; • B) se vencível, exclui dolo, mas permite punição a título de culpa. • O erro de subsunção- irrelevante • Basta que o conteúdo do significado social do conceito tenha sido compreendido ao agente
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