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DIREITO ADMINISTRATIVO PARA AFRFB ATRFB AFT

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AFRFB/ATRFB/AFT 2012 
DIREITO ADMINISTRATIVO 
PROFESSOR LUCIANO OLIVEIRA - AULA 03 
Olá, concurseiros! Vamos à nossa aula 03 para Auditor Fiscal e 
Analista Tributário da Receita Federal e Auditor Fiscal do Trabalho. Hoje 
falaremos sobre poderes administrativos, poderes e deveres do 
administrador público e uso e abuso do poder. 
1. Poderes Administrativos 
Muito bem: a primeira coisa aqui é não confundir poderes 
administrativos com Poderes do Estado (Legislativo, Executivo e 
Judiciário). Tá bom, Luciano! Mas o que são, então, esses poderes 
administrativos? 
É o seguinte: para bem atender ao interesse público, a 
Administração é dotada de poderes administrativos (chamados 
também de competências administrativas), que são repartidos entre 
os cargos existentes na estrutura de seus órgãos, cabendo uma parcela 
desse poder a cada ocupante de cargo público. Tais poderes são 
verdadeiros instrumentos de trabalho, adequados à realização das 
tarefas administrativas. 
Os poderes administrativos nascem com a Administração e se 
apresentam diversificados, segundo as exigências do serviço público. 
Representam verdadeiros poderes-deveres, pois não se autoriza ao 
agente público deixar de exercê-los (por isso é que esses poderes são, 
também, deveres!). Estudaremos os seguintes: poder vinculado, 
poder discricionário, poder hierárquico, poder disciplinar, poder 
regulamentar e poder de polícia. Vamos lá? 
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2. Poder Vinculado 
Poder vinculado ou regrado é o que a lei confere ao 
administrador para a prática de atos de sua competência, 
determinando todos os requisitos necessários à sua 
formalização. Neste caso, o administrador não possui margem 
decisória para a análise da conveniência e oportunidade de praticar o 
ato, devendo se ater estritamente aos termos legais. Existente a 
hipótese legal, deve o agente praticar o ato. Não estando ela presente, 
fica ele proibido de praticá-lo. 
Um exemplo é a concessão de licença para dirigir. Se o particular 
atender a todos os requisitos necessários para a obtenção da licença, 
não poderá o delegado de trânsito se negar a concedê-la. Por outro 
lado, se o administrado não preencher tais requisitos, será vedada a 
concessão da carteira. 
O poder administrativo do agente, nestes casos, restringe-se ao 
de praticar o ato com todas as minúcias especificadas na lei, e somente 
nesta hipótese. Se o praticar de maneira diversa, o ato será inválido, 
podendo ser anulado pela própria Administração ou pelo Judiciário. 
Nos atos vinculados, todos os seus elementos, quais sejam, 
competência (sujeito competente), finalidade, forma, motivo e objeto 
(veremos esses elementos na aula de atos administrativos), são 
vinculados. Quanto aos três primeiros, eles sempre o serão, até 
mesmo nos atos discricionários (aqueles em que o agente tem maior 
liberdade de decidir), pois a lei deve definir, em qualquer caso, o agente 
competente para a prática do ato, a finalidade a que o ato se destina e 
a forma de que ele se reveste (em geral, forma escrita, podendo ser um 
decreto, uma portaria, uma resolução etc.). 
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Já em relação ao motivo e ao objeto, apenas nos atos 
vinculados eles serão totalmente regrados em lei. No exemplo da 
licença para dirigir, o motivo do ato é o preenchimento dos requisitos 
para a obtenção da licença pelo particular e o objeto, a própria 
concessão da licença. Como se vê, ambos os elementos são definidos 
em lei, sem margem para o administrador. 
3. Poder Discricionário 
4. Aqui a coisa é diferente: nem sempre a lei estabelece 
rigidamente todos os elementos do ato; algumas vezes, ela deixa uma 
margem de liberdade ao administrador. O poder discricionário, 
portanto, é o poder concedido à Administração para a prática de atos 
com liberdade de escolha quanto à conveniência e à oportunidade 
de sua prática, ou ao seu conteúdo. 
É importante ressaltar que poder discricionário não se 
confunde com poder arbitrário. Discricionariedade é liberdade de 
ação, nos limites definidos em lei. Arbitrariedade, ao contrário, 
significa extrapolar a lei, gerando, portanto, ato ilegal. 
Conforme dito acima, em relação à competência, à finalidade e à 
forma, mesmo os atos discricionários são vinculados. Apenas no que 
tange ao motivo e ao objeto do ato existe discricionariedade do 
gestor público. Vale lembrar que a finalidade de qualquer ato 
administrativo é sempre o atendimento ao interesse público. 
Conveniência significa escolher se o ato será praticado ou não. 
Oportunidade, decidir sobre o melhor momento para a sua prática. Já 
o conteúdo expressa o próprio objeto do ato. 
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Olhem só esse exemplo: a lei pode conferir ao agente público 
poder para autorizar a utilização de vias e praças públicas para a 
instalação de pequenos negócios, como bancas de jornal ou barracas de 
lanche, deixando a seu cargo a decisão de efetivamente realizar ou não 
o ato (conveniência) e o melhor momento para sua prática 
(oportunidade). Caberá ao administrador, ainda, optar por conceder a 
autorização a uma banca de jornal, a uma barraca de lanche ou a outro 
negócio semelhante (conteúdo). 
Neste caso, o administrador poderá declarar como motivo para a 
prática do ato, por exemplo, a conveniência de haver uma barraca de 
lanches em determinada praça pública, pois se trata de lugar 
frequentado por várias famílias nos finais de semana. 
A atividade discricionária concedida pela lei justifica-se pela 
impossibilidade de o legislador prever todas as situações possíveis de 
ocorrer na prática, deixando ao administrador a necessária liberdade 
para a prática do ato, de maneira a melhor atender a cada caso 
concreto. Afinal, apenas o administrador, por estar em contato com a 
realidade, possui condições de bem apreciar as circunstâncias 
existentes para a prática do ato, análise impossível ao legislador, que 
opera no mundo abstrato. 
Agora, embora possua liberdade para a valoração do motivo e a 
escolha do objeto, o administrador não se pode afastar dos princípios 
administrativos, no desempenho da atividade, sob pena de produzir 
ato inválido. Um ato produzido com ofensa à moralidade administrativa 
ou à proporcionalidade, por exemplo, poderá ser considerado nulo. 
5. Poder Hierárquico 
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Hierarquia é a relação de subordinação existente entre os 
vários órgãos e agentes da Administração Pública, com a distribuição 
vertical de funções e a gradação da autoridade de cada um. Poder 
hierárquico é, assim, o poder de que dispõe a Administração para 
distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, estabelecendo os 
vínculos de subordinação entre os servidores de seus quadros. 
O poder hierárquico tem por fim ordenar, coordenar, 
supervisionar, controlar e corrigir as atividades administrativas, no 
âmbito da Administração Pública. Uma decorrência desse
poder é o 
dever de obediência, imposto aos agentes administrativos em geral. 
A hierarquia impõe ao subalterno a estrita obediência às ordens 
superiores, que devem ser cumpridas fielmente, a menos que sejam 
manifestamente ilegais. Neste caso, é necessário que a ordem seja 
evidentemente contrária às leis e aos regulamentos, não bastando a 
simples opinião ou suspeita do subalterno quanto à ilegalidade da 
ordem. 
Além disso, o poder hierárquico permite ainda o exercício dos 
institutos da delegação e da avocação de competência. Delegar é 
conferir a outrem atribuições que inicialmente competiam ao delegante. 
Já avocar significa chamar a si funções originariamente atribuídas ao 
subordinado. 
A delegação é decorrência natural do poder hierárquico, e pode 
ser revogada a qualquer tempo pelo agente delegante. Ela é, 
entretanto, vedada nos casos de competência para elaboração de atos 
normativos, de decisão de recursos administrativos e de 
competência exclusiva do agente (artigo 13 da Lei 9.784/1999). Os 
atos oriundos de delegação são de responsabilidade do delegado, que é 
quem efetivamente os executa. 
A avocação, por poder representar desprestígio para o 
subordinado, deve possuir caráter temporário e ocorrer apenas em 
casos excepcionais, devidamente motivados. 
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Outra decorrência do poder hierárquico é a possibilidade de 
revisão dos atos praticados pelo subordinado. Rever atos significa 
reapreciá-los em todos os seus aspectos, para mantê-los, invalidá-los 
ou reformá-los (modificá-los), de ofício ou a requerimento do 
interessado. A revisão só é possível enquanto o ato não se tornou 
definitivo para a Administração, nem criou direitos subjetivos para o 
particular. 
6. Poder Disciplinar 
Poder disciplinar é a faculdade de punir internamente as 
infrações funcionais praticadas pelos agentes que estejam sujeitos à 
disciplina interna da Administração (vínculo especial), como os alunos 
de uma escola pública, os presos de um presídio do Estado ou os 
servidores públicos. 
O poder disciplinar decorre do poder hierárquico, mas com ele 
não se confunde, pois este tem por fim ordenar e controlar as 
atividades administrativas. Somente quando surgem irregularidades 
passíveis de punição, caracteriza-se o campo de atuação do poder 
disciplinar. 
Não de deve confundir o poder disciplinar com o poder punitivo do 
Estado, realizado por meio da Justiça Penal (atividade jurisdicional), que 
alcança todo aquele que praticar crime ou contravenção criminal. O 
poder disciplinar abrange as faltas praticadas pelos agentes 
administrativos relacionadas com o serviço e é exercido diretamente 
pela Administração, sem necessidade de interferência do Poder 
Judiciário. 
Agora, atenção: pode haver aplicação de penalidades fora do 
âmbito do poder disciplinar. A aplicação de uma multa de trânsito a um 
cidadão, por exemplo, fundamenta-se no poder de polícia, pois não 
existe vínculo especial entre o cidadão e o agente público, neste caso, 
mas apenas o chamado vínculo geral. 
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As punições disciplinares podem ser aplicadas cumulativamente 
com as penas criminais, pois as instâncias administrativa e penal são 
independentes entre si. O mesmo vale para a esfera cível. Um 
agente pode, por exemplo, ser condenado, na esfera civil, a ressarcir 
um dano patrimonial causado à Administração, cumulativamente com 
as sanções administrativa (ex.: demissão) e penal (ex.: reclusão ou 
detenção), se for o caso. 
O superior hierárquico, ao tomar conhecimento de uma falta 
funcional de seu subordinado, tem o dever de apurar o fato e aplicar a 
pena respectiva ao agente faltoso, razão pela qual o poder disciplinar é 
exemplo típico do poder-dever de agir do administrador público. A 
condescendência (tolerância) na punição é considerada crime contra a 
Administração Pública (artigo 320 do Código Penal). 
Todavia, ao aplicar a penalidade ao agente, muitas vezes, o 
superior tem discricionariedade para escolher uma das sanções 
definidas em lei, de acordo com a gravidade e a repercussão do ato, 
os antecedentes do faltoso e outros aspectos do caso concreto. O que 
não se admite é a punição do agente com sanção não prevista em lei, 
pois isso caracterizaria arbitrariedade, não discricionariedade. 
É importante ressaltar que, na escolha da penalidade, o superior 
deve ficar atento aos princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade, para não selecionar sanção desnecessariamente 
pesada, desproporcional à falta praticada pelo agente, sob o risco de 
produzir ato inválido. 
Além disso, todos os atos que imponham sanções ao agente 
devem ser devidamente motivados pelo superior hierárquico, inclusive 
para possibilitar a interposição de recursos por parte do punido. 
7. Poder Regulamentar 
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Vejamos agora o poder regulamentar! Conhece este? É a 
faculdade de que dispõem os chefes do Poder Executivo de explicar a 
lei para sua correta execução. Para o exercício deste poder, eles se 
utilizam dos regulamentos, que são expedidos sob a forma de 
decretos. 
Veja bem: as leis são normas abstratas, de caráter geral, que 
apresentam, frequentemente, conceitos vagos, que necessitam de um 
maior detalhamento para seu completo entendimento. Os decretos 
cumprem esse papel, explicitando os conceitos legais até um nível 
adequado à sua correta aplicação pelo administrador. 
O poder regulamentar é um tipo de poder normativo da 
Administração. Este tem sentido mais amplo, pois compreende toda 
competência para edição de ato normativo (geral e abstrato) pelos 
órgãos e entidades públicas, como Resoluções do Banco Central e das 
agências reguladoras, Instruções Ministeriais, Portarias da Receita 
Federal etc. Já o poder regulamentar refere-se apenas à atividade 
normativa materializada pela expedição dos regulamentos (decretos). 
Doutrinariamente, os decretos podem ser classificados em 
decretos de execução (ou regulamentares) e decretos 
autônomos (ou independentes). Os primeiros são os que cumprem a 
tarefa já citada: explicitar as leis para permitir a sua fiel execução (art. 
84, IV, CF/88). Os segundos são os que suprem as lacunas das leis, 
regulando situações ainda não disciplinadas em norma legal. 
Em função do princípio da legalidade, segundo o qual ninguém 
será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude 
de lei, não se admite, em regra, a figura do decreto autônomo em 
nosso país, pois somente a lei pode limitar direitos e estabelecer 
obrigações aos cidadãos. Existem apenas duas situações em que a 
Constituição Federal autoriza o Presidente da República a expedir 
decretos autônomos (art. 84, VI, CF/88): 
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1) para a organização e o funcionamento da Administração Federal, 
quando não implicar aumento de despesa nem criação ou 
extinção de órgãos públicos; 
2) para a extinção de funções ou cargos públicos, quando
vagos. 
Fora dessas hipóteses, introduzidas pela Emenda Constitucional 
32/2001, só se admitem os decretos de execução em nosso 
ordenamento jurídico. 
Os decretos de execução, como já dito, têm a função de detalhar 
as normas legais para seu fiel cumprimento. Eles devem se limitar a 
explicar como se dará o cumprimento das regras legalmente previstas, 
não podendo disciplinar situações não constantes das leis. 
Explicam-nas, mas não vão além delas. Além disso, são atos 
hierarquicamente inferiores às leis, não podendo contrariá-las. 
Os decretos de execução são classificados como atos 
normativos secundários ou derivados, pois as normas que 
estabelecem derivam das que são previstas nas leis. Estas, por sua vez, 
são atos normativos primários ou originários, decorrentes 
diretamente da Constituição e com capacidade de inovar na ordem 
jurídica. 
8. Poder de Polícia 
Poder de polícia administrativa é a faculdade de que dispões a 
Administração Pública para condicionar e restringir o exercício dos 
direitos individuais, em prol da harmonia social. Segundo Hely Lopes 
Meirelles, ele incide sobre bens, atividades e direitos individuais, 
em benefício da coletividade ou do próprio Estado. O fundamento do 
poder de polícia é o vínculo geral que existe entre a Administração e 
os administrados, os membros da sociedade. 
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Cuidado: a polícia administrativa não se confunde com a 
polícia judiciária, nem com a polícia de manutenção da ordem 
pública. Estas incidem sobre pessoas, aquela, sobre bens, atividades 
ou direitos. A polícia judiciária (polícia federal e polícia civil) realiza 
ações de investigação para fins de instrução processual penal. A 
polícia de manutenção da ordem pública (polícia militar) realiza, entre 
outras atribuições, o policiamento ostensivo das vias públicas. 
O poder de polícia pressupõe a capacidade de ditar e executar 
medidas restritivas do direito individual, em benefício do bem-estar da 
coletividade e da preservação do próprio Estado. É inerente a toda a 
Administração e se reparte entre todas as esferas administrativas da 
União, dos estados e dos municípios. 
O artigo 78 do Código Tributário Nacional (CTN) nos traz uma 
definição legal de poder de polícia. Segundo o dispositivo: 
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da administração 
pública que, limitando ou disciplinando direito, interesse ou liberdade, 
regula a prática de ato ou abstenção de fato, em razão de interesse 
público concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à 
disciplina da produção e do mercado, ao exercício de atividades 
econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, 
à tranqüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos 
individuais ou coletivos. 
Parágrafo único. Considera-se regular o exercício do poder de polícia 
quando desempenhado pelo órgão competente nos limites da lei 
aplicável, com observância do processo legal e, tratando-se de atividade 
que a lei tenha como discricionária, sem abuso ou desvio de poder. 
O policiamento administrativo decorre de uma das funções 
primordiais do Estado, que é a manutenção da harmonia da convivência 
social, fazendo com que cada administrado exerça seus direitos nos 
limites legais, sem afrontar os direitos dos demais indivíduos, pois o 
regime em que vivemos assegura o exercício normal dos direitos 
individuais, mas não autoriza o abuso, nem o exercício antissocial 
desses direitos. 
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São exemplos de atos de polícia administrativa as concessões de 
alvarás de funcionamento, as inspeções da vigilância sanitária, as 
autorizações para porte de arma, as limitações ao direito de construir 
etc. 
O poder de polícia é exteriorizado por meio das seguintes fases: 
ordem de polícia (leis e atos normativos); consentimento de polícia 
(licenças, autorizações etc.), fiscalização de polícia e sanção de 
polícia (multas, apreensão de mercadorias, demolição de obra irregular 
etc.). Essas fases compõem o chamado ciclo de polícia. As três 
primeiras fases possuem caráter preventivo, para evitar que ocorra o 
ilícito. A última, cunho repressivo, para reparar ou compensar a 
irregularidade gerada com o descumprimento da ordem de polícia. 
Desse modo, o poder de polícia abrange a edição de leis e atos 
normativos que estabelecem regras a serem observadas pelos 
administrados, no exercício de seus direitos e na administração de seus 
bens. Em alguns casos, ocorre a autorização para o exercício de 
atividades ou adequada utilização de bens. Compreende ainda as 
vistorias e fiscalizações empreendidas pelos agentes públicos, a fim de 
se verificar o cumprimento dessas regras. Finalmente, em caso de 
descumprimento, o poder de polícia atua repressivamente, multando, 
interditando estabelecimentos, aprendendo mercadorias ou efetivando 
outras medidas necessárias ao fiel cumprimento das normas 
estabelecidas. 
Vale notar ainda que incumbe ao Poder Público tanto a criação 
como a aplicação das normas de polícia administrativa. Desse modo, o 
poder de polícia pode ser tomado em sentido amplo e em sentido 
restrito. 
Em sentido amplo (lato sensu), o poder de polícia compreende 
as atividades do Poder Legislativo e do Poder Executivo. Assim, 
engloba: 
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- a atividade legislativa de criação de leis que condicionam e 
restringem o exercício dos direitos individuais, feita pelo Poder 
Legislativo; e 
- a atividade normativa infralegal, exercida por meio da 
criação de atos normativos complementares às restrições 
estabelecidas em lei (decretos, portarias etc.) e, ainda, a típica 
atividade administrativa, materializada na aplicação das 
normas (legais ou infralegais) aos casos concretos, por meio de 
atos administrativos (licenças, multas, interdições etc.), sendo 
essas duas atividades, em geral, desempenhadas pelo Poder 
Executivo. 
Já em sentido estrito (stricto sensu), o poder de polícia refere-
se apenas às atividades realizadas pelo Poder Executivo. Quando nada 
for dito, a expressão "poder de polícia" deve ser entendida em seu 
sentido restrito. 
O exercício do poder de polícia permite à entidade federativa a 
instituição do tributo chamado taxa, nos termos do art. 145, II, da 
CF/88. 
8.1. Atributos do Poder de Polícia 
O poder de polícia tem atributos específicos, que o caracterizam. 
Estes atributos são a discricionariedade, a coercibilidade e a 
autoexecutoriedade. 
8.1.1. Discricionariedade 
A discricionariedade traduz-se pela livre escolha pelo 
administrador (nos limites da lei) da oportunidade e da conveniência 
de exercer o poder de polícia, bem como de selecionar sanções a serem 
aplicadas e empregar os meios necessários para atingir o fim desejado, 
que é a manutenção do interesse público, bem-estar social e dos 
direitos da coletividade. 
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Por exemplo, se um estabelecimento comercial expõe à venda 
mercadorias deterioradas,
com risco para a saúde pública, pode o 
agente fiscalizador, dependendo da situação, optar por apreender as 
mercadorias impróprias, multar o estabelecimento ou mesmo interditar 
o local, até que se apure adequadamente a gravidade do fato. 
Ressalte-se que as medidas a serem tomadas devem estar 
previstas em lei, sob pena de se promover ato arbitrário. A 
discricionariedade, como já dito, tem como limites os preceitos da 
norma legal que conferiu o poder de polícia à Administração Pública. 
Desrespeitados estes limites, configurar-se-á situação de abuso de 
poder. 
8.1.2. Coercibilidade 
A coercibilidade é a imposição coativa das medidas adotadas 
pela Administração. O ato de polícia administrativa, em geral, é de 
observância obrigatória para seu destinatário, admitindo-se a 
aplicação de multas (meios indiretos) e até o emprego de força 
pública (meios diretos) para seu cumprimento, quando resistido pelo 
administrado. 
8.1.3. Autoexecutoriedade 
OK, Luciano, o ato de polícia é de observância obrigatória pelo 
particular. Mas, e se este simplesmente resolver desobedecer? E aí? 
Fica por isso mesmo? 
Claro que não! Neste caso, entra em cena o atributo da 
autoexecutoriedade, que permite à Administração, em caso de 
resistência do particular, a execução direta dos atos de polícia 
administrativa por seus próprios meios, sem necessidade de 
intervenção do Poder Judiciário. A Administração pode impor 
diretamente as medidas ou sanções necessárias à contenção da 
atividade antissocial que ela pretende inibir. 
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Agora, isso não significa que o administrado, se se sentir 
prejudicado, não poderá buscar a proteção judicial para afastar 
eventual ilegalidade administrativa ou exigir do Poder Público a 
indenização que se faça pertinente ao caso, em caso de abuso de poder. 
O que este atributo autoriza é a prática do ato sem a necessidade de 
mandado judicial, sem ofender, contudo, o direito individual do 
administrado de livre acesso ao Judiciário, garantido 
constitucionalmente. 
A autoexecutoriedade pode ser promovida com o uso de meios 
indiretos, que forcem o próprio administrado a cumprir a determinação 
(ex.: multas), caracterizando a exigibilidade do ato; ou pode ser 
realizada por intermédio de meios diretos, em que a própria 
Administração executa o ato expedido (ex.: apreensão de mercadorias, 
interdição de estabelecimento), situação que representa a 
executoriedade propriamente dita do ato. 
A autoexecutoriedade do ato só existe quando expressamente 
prevista em lei ou em situações de emergência. 
Não se deve confundir a autoexecutoriedade das sanções de 
polícia com a punição sumária e sem defesa. Ainda que prescinda de 
intervenção judicial, os atos de polícia administrativa que imponham 
sanções devem ser precedidos, salvo em situações de emergência, do 
regular processo administrativo, em que o prejudicado tenha a 
chance de se manifestar, expondo seus argumentos e tentando 
provar que não cometeu nenhuma irregularidade, em respeito aos 
princípios do contraditório e da ampla defesa. 
Claro está, ainda, que pode não ser viável assegurar previamente 
esses direitos em situações de emergência, como a interdição de um 
estabelecimento comercial que está prestes a desabar. Entretanto, tão 
logo a situação o permita, deve ser facultada ao particular a 
oportunidade de se manifestar a respeito da situação (contraditório e 
ampla defesa diferidos). 
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Deve-se ter atenção para se utilizar somente a força 
estritamente necessária ao cumprimento do ato administrativo de 
polícia. O uso desproporcional da força física caracteriza abuso de 
poder e nulidade do ato, podendo inclusive originar a 
responsabilidade civil e criminal do responsável pelo abuso. 
Finalmente, cabe ressaltar uma importante exceção ao princípio 
da autoexecutoriedade: a cobrança de multas, quando não pagas 
espontaneamente pelo particular. Neste caso, as multas só poderão ser 
executadas por via judicial. 
8.2. Sanções de Polícia 
Várias sanções podem ser adotadas pelo poder de polícia, desde 
que previstas em lei. Entre elas, citamos a multa, a interdição de 
atividade, o fechamento de estabelecimento, a demolição de 
construção, o embargo administrativo de obra e a apreensão de 
mercadorias. 
Qualquer medida necessária para se restabelecer a harmonia 
social e o respeito aos direitos da coletividade, como a moral, a saúde e 
a segurança pública, pode ser adotada pela Administração, desde que 
prevista em lei e observados os princípios da razoabilidade e da 
proporcionalidade, OK? 
9. Poderes e Deveres do Administrador Público 
Muito bem, vistos os poderes administrativos, vejamos agora esta 
matéria que costuma ser cobrada em provas de concurso: os poderes 
e deveres do administrador público. 
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Cada agente administrativo é investido, por lei, da necessária 
parcela de poder público para o desempenho de suas atribuições. Este 
poder deve ser usado normalmente, como atributo do cargo, e não 
como privilégio da pessoa que o exerce. 
Por ser atributo do cargo, a atribuição não pode ser exercida 
quando o agente estiver fora do exercício de suas funções, sob pena de 
abuso de poder. Quando estiver no desempenho do cargo, por outro 
lado, tem o administrador o dever de exercê-la, razão pela qual se diz 
que o poder de agir se constitui também em um dever para o gestor 
público. 
Os poderes genericamente atribuídos ao agente público são: o 
poder-dever de agir, o dever de eficiência, o dever de probidade 
e o dever de prestar contas. 
9.1. Poder-dever de Agir 
Como dito, o poder conferido ao administrador tem o sentido de 
um dever para ele, pois não se admite que ele abra mão desse poder, 
deixando de praticar atos de sua competência funcional. Daí falar-se em 
poder-dever de agir. Isso decorre do princípio da indisponibilidade 
do interesse público. 
O poder de agir do administrador público é, ao mesmo tempo, 
uma obrigação de atuar, em benefício da comunidade. Sua renúncia 
seria fazer liberalidade com o direito alheio, já que a razão de existir tal 
poder é a satisfação do interesse público. 
9.2. Dever de Eficiência 
Atualmente erigido à categoria de princípio constitucional da 
Administração Pública (artigo 37, caput, CF/88), a eficiência 
corresponde ao dever de boa administração dos recursos públicos, 
atuando o gestor com parcimônia em sua utilização, buscando sempre a 
melhor relação entre custo e benefício. 
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A eficiência administrativa abrange não só a produtividade 
daquele que exerce o cargo, como a perfeição do trabalho e sua 
adequação aos fins visados pela Administração. Atinge, portanto, os 
aspectos qualitativo e quantitativo do serviço. 
9.3. Dever de Probidade 
Probidade é sinônimo de honestidade. O dever de probidade 
está intimamente ligado à conduta do administrador público
como 
elemento essencial à legitimidade de seus atos. 
Os atos de improbidade administrativa acarretam inúmeras 
sanções ao agente, como a perda da função pública e a suspensão 
dos direitos políticos, além do ressarcimento de eventual dano 
causado ao erário, sem prejuízo das ações penais cabíveis (artigo 37, § 
4.o, CF/88) 
A Lei n.° 8.429/1992 trata dos atos de improbidade 
administrativa, definindo atos que importam em enriquecimento 
ilícito, atos que causam prejuízo ao erário e atos que atentam 
contra os princípios da Administração Pública, definindo as 
respectivas sanções. 
Na Lei n.° 8.112/1990 (Regime Jurídico dos Servidores Públicos 
Civis da União) encontramos também disposições que proíbem a 
improbidade do servidor no desempenho de suas funções, 
sujeitando-o à responsabilização administrativa, civil e criminal. 
9.4. Dever de Prestar Contas 
Por fim, temos o dever de prestar contas do administrador 
público! Tal dever é corolário da forma republicana de governo. O 
administrador público é um gestor de bens e interesses da coletividade, 
e não dos seus próprios, razão pela qual deve demonstrar aos 
administrados que procedeu corretamente em suas atividades, em 
benefício da sociedade. 
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A prestação de contas não se refere apenas aos dinheiros 
públicos, à gestão financeira, mas a todos os atos de governo e de 
administração, alcançando aspectos de legalidade, legitimidade e 
eficiência. 
O dever de prestar contas atinge inclusive quem não é agente 
público, desde que utilize ou gerencie recursos públicos sob 
qualquer forma, como as empresas particulares que recebem 
subvenções estatais para aplicação determinada. 
A fiscalização contábil, financeira e orçamentária da Administração 
Pública Federal é feita pelo Congresso Nacional, mediante controle 
externo, com o auxílio do Tribunal de Contas da União. Além disso, 
os órgãos de controle interno de cada Poder verificam a legalidade, a 
eficácia e a eficiência da atividade administrativa e o cumprimento das 
metas de governo, no âmbito do respectivo Poder. Semelhante modelo 
é adotado nas esferas estadual e municipal. Teremos uma aula 
específica para aprofundar o assunto de controle da administração 
pública. 
10. Uso e Abuso de Poder 
Nos Estados de Direito, como o nosso, a Administração Pública 
deve obediência à lei em todas as suas manifestações. Mesmo nas 
atividades discricionárias, o uso do poder pelo administrador sujeita-se 
aos limites legais, não podendo esses limites ser extrapolados, sob pena 
de se praticar arbitrariedade. 
O poder administrativo que a lei concede à autoridade pública tem 
limites bem definidos e forma correta de utilização. O uso do poder 
deve estar em conformidade com a lei, com a moral administrativa e 
com a finalidade pública. Sem estes requisitos, o ato administrativo 
praticado expõe-se à nulidade, por abuso de poder. 
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O abuso de poder tanto pode revestir a forma comissiva (por 
ação) como a omissiva (por omissão), pois ambas são capazes de 
afrontar a lei e causar lesão a direito individual do administrado. Tanto 
a inércia da Administração, quando existente o dever legal de agir, 
como sua atuação abusiva são capazes de lesar o patrimônio jurídico 
individual. 
Para combater o abuso de poder, temos o mandado de 
segurança, remédio constitucional cabível contra atos de ilegalidade ou 
de abuso de poder praticados por autoridade pública (art. 5.°, LXIX, 
CF/88) (e que será estudado futuramente). 
10.1. Excesso de Poder 
O abuso de poder pode ocorrer de duas maneiras. A primeira 
delas acontece quando a autoridade extrapola sua competência 
legal. Neste caso, temos o chamado excesso de poder, primeira 
modalidade do abuso de poder. 
O excesso de poder ocorre não só quando o administrador age 
fora dos limites de suas atribuições, mas também quando realiza um 
ato dentro de sua competência, porém conferindo-lhe efeitos que não é 
apto a produzir. 
Como exemplo dessa segunda forma de excesso de poder, 
citamos a edição de um decreto pelo Presidente da República, 
estabelecendo obrigações sem previsão legal. Embora o Presidente seja 
o agente competente para a expedição do decreto, este diploma não 
possui força para criar obrigações, prerrogativa conferida apenas à lei 
em sentido estrito. 
10.2. Desvio de Poder 
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A segunda modalidade de abuso de poder chama-se desvio de 
poder (ou desvio de finalidade). Ela ocorre quando o agente, ainda 
que atuando nos limites da competência, afasta-se do fim almejado 
pela lei. 
O desvio de poder pode ocorrer mesmo quando algum interesse 
público é atendido, nos casos em que o ato é praticado visando a um 
fim público, porém diverso do especificamente determinado para o ato. 
Um exemplo dessa segunda hipótese de desvio de finalidade é o 
caso de um administrador público decidir punir um servidor pela prática 
de uma falta com sua remoção de ofício para localidade distante. 
Embora a punição do servidor faltoso seja de interesse público, o ato de 
remoção não possui essa finalidade legal, pois este instituto tem o fim 
de ajustar o quadro funcional de unidades carentes de pessoal. Para a 
punição do servidor, existem outros mecanismos previstos em lei, como 
a advertência, a suspensão ou a demissão. 
Muito bem! Vista a teoria, vamos agora aos nossos gloriosos 
exercícios comentados! Tentem resolver a lista seca, ao final, antes de 
lerem os comentários! 
11. Exercícios 
1) (Esaf/Susep/Analista Técnico/2010) A partir da Emenda 
Constitucional n. 32, de 2001, parte significativa dos administrativistas 
passou a aceitar a possibilidade de edição, pelo Chefe do Poder 
Executivo, de espécie de decreto autônomo. Nesse contexto, é matéria 
a ser disciplinada por meio de tal modalidade de decreto: 
a) criação de órgãos públicos, desde que sem aumento imediato de 
despesas. 
b) extinção de órgãos públicos, mas apenas do Poder Executivo. 
c) extinção de entidades vinculadas aos Ministérios. 
d) criação de funções ou cargos públicos, desde que sem aumento 
imediato de despesas. 
e) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
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Conforme o art. 84, VI, da CF/88, com a redação dada pela EC 
32/2001, compete privativamente ao Presidente da República dispor, 
mediante decreto, sobre: organização e funcionamento da 
administração federal, quando não implicar aumento de despesa nem 
criação ou extinção de órgãos públicos; e extinção de funções ou cargos 
públicos, quando vagos. Segundo parte da doutrina, esse dispositivo 
prevê as hipóteses de decreto autônomo em nosso ordenamento. 
Assim, o gabarito é a letra E. 
2) (Esaf/SMF-RJ/Agente de Fazenda/2010) Sobre o Poder de Polícia, 
assinale a opção correta. 
a) A Administração poderá implantar preço público em razão do 
exercício do Poder de Polícia. 
b) Todas as pessoas federativas
(União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios) possuem, em tese, atribuição para exercer o Poder de 
Polícia, a ser realizado, entretanto, nos limites das suas respectivas 
competências. 
c) Todos os atos de Poder de Polícia autorizam a imediata execução pela 
Administração, sem necessidade de autorização de outro Poder, em face 
do atributo da auto-executoriedade. 
d) Inexiste, no Ordenamento Jurídico Pátrio, conceito expresso de Poder 
de Polícia. 
e) Não há distinção entre Polícia Administrativa e Polícia Judiciária. 
Letra A: errada, porque o exercício do poder de polícia autoriza a 
cobrança de taxa, espécie de tributo. O preço público é a retribuição 
devida pela prestação de serviços públicos de utilização não obrigatória 
para o usuário (ex.: telefone, energia elétrica). 
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Letra B: correta (gabarito), já que a Constituição da República atribui 
competências públicas a todos os entes federativos, e o exercício dessas 
atribuições compreende o poder de fiscalizar o cumprimento das 
determinações delas oriundas. Por exemplo, o art. 23, VI, da Carta 
Magna diz que é competência comum da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios proteger o meio ambiente e combater a 
poluição em qualquer de suas formas. Assim, todas essas pessoas 
políticas podem adotar medidas de polícia para assegurar essa 
proteção. 
Letra C: falsa, pois os atos de polícia só serão autoexecutórios quando 
houver previsão legal ou em situação de emergência. Um exemplo de 
ato sem autoexecutoriedade é a cobrança de multas pela 
Administração, que deve ser feita em juízo. 
Letra D: incorreta, pois, como visto, o artigo 78 do CTN apresenta uma 
definição legal de poder de polícia. 
Letra E: errada, porque a polícia administrativa não se confunde com a 
polícia judiciária, cuja função é realizar ações de investigação de crimes 
e contravenções penais, para fins de instrução processual penal. 
3) (Esaf/SMF-RJ/Fiscal de Rendas/2010) Em relação aos Poderes da 
Administração, assinale a opção incorreta. 
a) Apesar do nome que lhes é outorgado, os Poderes da Administração 
não podem ser compreendidos singularmente como instrumentos de 
uso facultativo e, por isso, parte da doutrina os qualifica de "deveres-
poderes". 
b) O Poder de Polícia possui um conceito amplo e um conceito estrito, 
sendo que o sentido amplo abrange inclusive atos legislativos abstratos. 
c) O Poder Hierárquico não é restrito apenas ao Poder Executivo. 
d) O exercício do Poder Disciplinar é o fundamento para aplicação de 
sanções a particulares, inclusive àqueles que não possuem qualquer 
vínculo com a Administração. 
e) Poder Regulamentar configura a atribuição conferida à Administração 
de editar atos normativos secundários com a finalidade de 
complementar a lei, possibilitando a sua eficácia. 
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Letra A: correta, pois os poderes administrativos representam um dever 
para o administrador, que deve exercê-los, em atendimento ao princípio 
da indisponibilidade do interesse público. Por isso são chamados de 
"poderes-deveres" ou "deveres-poderes". 
Letra B: verdadeira, porque, em sentido amplo, o poder de polícia 
abrange as atividades dos Poderes Legislativo e Executivo; em sentido 
restrito, apenas as atividades deste último. 
Letra C: certa, pois existe atividade administrativa em todos os Poderes 
e, onde há atividade administrativa, há hierarquia funcional entre os 
agentes administrativos, há poder hierárquico. 
Letra D: errada (gabarito), porque o fundamento da aplicação de 
sanções a particulares sem vínculo com a Administração (apenas com o 
chamado vínculo geral) é o poder de polícia, não o poder disciplinar, 
que fundamenta a aplicação de penalidades aos servidores públicos e a 
outros agentes com um vínculo especial com a Administração. 
Letra E: certa, pois o poder regulamentar consiste na expedição de 
decretos de execução, que complementam a lei que regulamentam, 
possibilitando sua adequada aplicação aos casos concretos. Como são 
expedidos em função da lei (ato normativo primário), os decretos de 
execução são atos normativos secundários. 
4) (Esaf/MTE/AFT/2010) Ao exercer o poder de polícia, o agente 
público percorre determinado ciclo até a aplicação da sanção, também 
chamado ciclo de polícia. Identifique, entre as opções abaixo, a fase que 
pode ou não estar presente na atuação da polícia administrativa. 
a) Ordem de polícia. 
b) Consentimento de polícia. 
c) Sanção de polícia. 
d) Fiscalização de polícia. 
e) Aplicação da pena criminal. 
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O poder de polícia é exteriorizado por meio das seguintes fases: ordem 
de polícia (leis e atos normativos); consentimento de polícia 
(licenças, autorizações etc.), fiscalização de polícia e sanção de 
polícia (multas, apreensão de mercadorias, demolição de obra irregular 
etc.). Essas fases compõem o chamado ciclo de polícia. Agora veja: 
caso a ordem de polícia seja uma proibição absoluta, não haverá a fase 
de consentimento de polícia, que só existe quando a ordem permite 
fazer alguma coisa, sob determinadas condições. Exemplo: a proibição 
de portar arma de fogo de grosso calibre é absoluta; não haverá 
consentimento de polícia para isso. Já a proibição de portar arma de 
pequeno porte é relativa, pois, atendidas certas condições, a 
Administração pode consentir o porte ao particular. Assim, o gabarito é 
a letra B. Por fim, a aplicação da pena criminal (letra E) não faz parte 
do ciclo de polícia administrativa, pois é procedimento do Direito 
Processual Penal. 
5) (Esaf/Receita Federal/ATRFB/2009) O poder hierárquico e o poder 
disciplinar, pela sua natureza, guardam entre si alguns pontos 
característicos comuns, que os diferenciam do poder de polícia, eis que 
a) a discricionariedade predominante nos dois primeiros fica ausente 
neste último, no qual predomina o poder vinculante. 
b) entre os dois primeiros pode haver implicações onerosas de ordem 
tributária, o que não pode decorrer deste último. 
c) o poder regulamentar predomina nas relações entre os dois 
primeiros, mas não é exercido neste último. 
d) os dois primeiros se inter-relacionam, no âmbito interno da 
Administração, enquanto este último alcança terceiros, fora de sua 
estrutura funcional. 
e) não existe interdependência funcional entre os dois primeiros, a qual 
é necessária neste último, quanto a quem o exerce e quem por ele é 
exercido. 
Letra A: errada, pois há discricionariedade, em regra, nos atos 
decorrentes do poder de polícia, assim como muitos atos derivados dos 
poderes hierárquico e disciplinar são de natureza vinculada. 
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Letra B: falsa, porque é poder de polícia que pode acarretar implicações 
onerosas de ordem tributária, decorrentes da cobrança de taxa, uma 
das espécies de tributos prevista na Constituição (art. 145, II), que 
pode ter por fato gerador justamente o exercício do poder de polícia.
Letra C: incorreta, pois o exercício do poder regulamentar (expedição 
de decretos para a regulamentação das leis) pode ocorrer tanto em 
relação a normas legais que regulem os poderes hierárquico e 
disciplinar, como quanto às que disponham sobre o poder de polícia. 
Letra D: verdadeira (gabarito), já que o poder disciplinar decorre do 
poder hierárquico, sendo a autoridade superior o agente público 
responsável pela aplicação de penalidades a seus subordinados. Já o 
poder de polícia rege as relações entre a Administração e os 
administrados em geral, ligados ao Poder Público apenas pelo chamado 
vínculo geral, e não por algum vínculo especial, como ocorre com o 
servidores públicos. 
Letra E: errada, pois a interdependência funcional (materializada pela 
hierarquia) existe nos poderes hierárquico e disciplinar, mas não no 
poder de polícia, já que os cidadãos em geral, somente por tal condição 
(de cidadãos), não se submetem àqueles poderes da Administração 
(hierárquico e disciplinar). 
6) (Esaf/Receita Federal/AFRFB/2009) São elementos nucleares do 
poder discricionário da administração pública, passíveis de valoração 
pelo agente público: 
a) a conveniência e a oportunidade. 
b) a forma e a competência. 
c) o sujeito e a finalidade. 
d) a competência e o mérito. 
e) a finalidade e a forma. 
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Os elementos competência (sujeito competente), finalidade e forma dos 
atos administrativos são sempre vinculados, quer se trate de atos 
vinculados, quer se cuide de atos discricionários. Assim, as letras B, C, 
D e E estão erradas. O gabarito é a letra A, pois a discricionariedade 
consiste na valoração do mérito administrativo, quanto à conveniência e 
à oportunidade para a prática do ato. O mérito administrativo existe nos 
atos discricionários, quanto aos seus elementos motivo e objeto, 
conforme veremos futuramente na aula de atos administrativos. 
7) (Esaf/Natal/Auditor do Tesouro Municipal/2008) Marque a opção 
incorreta, quanto aos Poderes Administrativos. 
a) O poder regulamentar ou normativo é uma das formas pelas quais se 
expressa a função normativa do Poder Executivo. 
b) A Administração Pública, no uso do Poder disciplinar, apura infrações 
e aplica penalidades não só aos servidores públicos como às demais 
pessoas sujeitas à disciplina administrativa. 
c) A Administração Pública não pode, ao fazer uso do Poder de Polícia, 
restringir os direitos individuais dos cidadãos, sob pena de infringir a 
Constituição Federal. 
d) A organização administrativa é baseada em dois pressupostos 
fundamentais: a distribuição de competências e a hierarquia. 
e) O Poder de Polícia tanto pode ser discricionário como vinculado. 
Letra A: foi considerada correta pela Esaf, mas o enunciado é sujeito a 
críticas. É que poder regulamentar não é sinônimo de poder normativo 
(como parece pretender a redação desta alternativa), pois este é mais 
amplo que aquele, abrangendo, além dos regulamentos presidenciais 
(poder regulamentar), os demais atos normativos editados pelo Poder 
Público. Como há duas alternativas incorretas (A e C), entendo que a 
questão deveria ter sido anulada. 
Letra B: verdadeira, porque o poder disciplinar alcança todos que estão 
sob a disciplina interna da Administração, sejam os servidores públicos, 
sejam outros indivíduos, como os alunos das escolas públicas e os 
presos das penitenciárias do Estado. 
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Letra C: errada, foi o gabarito. No exercício do poder de polícia, a 
Administração Pública pode, sim, restringir direitos individuais dos 
cidadãos, desde que tal restrição esteja previamente estabelecida em 
lei. O que não pode é o ato de polícia criar obrigação nova, não prevista 
em norma legal. A simples aplicação da lei ao caso concreto, porém, 
não ofende a Constituição Federal. 
Letra D: certa, pois toda organização administrativa pressupõe a 
distribuição de competências entre órgãos, entidades e cargos públicos 
e a existência de vínculo hierárquico entre os cargos. 
Letra E: correta, pois, embora a discricionariedade seja característica 
predominante do poder de polícia, também existem atos de polícia de 
caráter vinculado, quando a lei não dá liberdade ao agente para decidir 
no caso concreto (ex.: determinação ao agente de fechamento do 
estabelecimento, em determinada situação específica, prevista em lei). 
8) (Esaf/Receita Federal/AFRF/2005) A Emenda Constitucional n. 32, 
de 2001, à Constituição Federal, autorizou o presidente da República, 
mediante Decreto, a dispor sobre: 
a) extinção de funções públicas, quando vagas. 
b) extinção de cargos e funções públicas, quando ocupados por 
servidores não estáveis. 
c) funcionamento da administração federal, mesmo quando implicar em 
aumento de despesa. 
d) fixação de quantitativo de cargos dos quadros de pessoal da 
Administração Direta. 
e) criação ou extinção de órgãos e entidades públicas. 
Vejam como a Esaf gosta de repetir questões. Conforme o art. 84, VI, 
da CF/88, com a redação dada pela EC 32/2001, compete 
privativamente ao Presidente da República dispor, mediante decreto, 
sobre: organização e funcionamento da administração federal, quando 
não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos 
públicos; e extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
Segundo parte da doutrina, esse dispositivo prevê as hipóteses de 
decreto autônomo em nosso ordenamento. Assim, o gabarito é a letra 
A. 
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9) (Esaf/Receita Federal/AFRF/2005) Considerando-se os poderes 
administrativos, relacione cada poder com o respectivo ato 
administrativo e aponte a ordem correta. 
1- poder vinculado 
2- poder de polícia 
3- poder hierárquico 
4- poder regulamentar 
5- poder disciplinar 
( ) decreto estadual sobre transporte intermunicipal 
( ) alvará para construção de imóvel comercial 
( ) aplicação de penalidade administrativa a servidor 
( ) avocação de competência por autoridade superior 
( ) apreensão de mercadoria ilegal na alfândega 
a) 3/2/5/4/1 
b) 1/2/3/5/4 
c) 4/1/5/3/2 
d) 2/5/4/1/3 
e) 4/1/2/3/5 
Um decreto estadual é decorrente do exercício do poder regulamentar 
pelo Governador do Estado. Um alvará para construção materializa o 
poder de polícia (consentimento de polícia), sendo também uma 
atividade vinculada (poder vinculado), pois, preenchidos os requisitos 
pelo particular, a Administração deve conceder o alvará. A aplicação de 
penalidade a servidor decorre do poder disciplinar. O fenômeno da 
avocação tem por fundamento o poder hierárquico, que permite ao 
superior avocar temporariamente atribuição do subordinado. A 
apreensão de mercadoria ilegal advém do poder de polícia (sanção de 
polícia). Assim, a ordem correta pode ser 4-2-5-3-2 ou 4-1-5-3-2, 
sendo esta a melhor opção, por não repetir os números. Gabarito: letra 
B. 
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10)(Esaf/IRB/Advogado/2006) Considerando
que o poder de polícia 
pode incidir em duas áreas de atuação estatal, a administrativa e a 
judiciária, relacione cada área de atuação com a respectiva 
característica e aponte a ordem correta 
(1) Polícia Administrativa 
(2) Polícia Judiciária 
( ) Atua sobre bens, direitos ou atividades. 
( ) Pune infratores da lei penal. 
( ) É privativa de corporações especializadas. 
( ) Atua preventiva ou repressivamente na área do ilícito administrativo. 
( ) Sua atuação incide apenas sobre as pessoas. 
a) 1/2/2/1/2 
b) 2/1/2/1/2 
c) 2/2/2/1/1 
d) 1/2/1/1/2 
e) 1/2/2/2/1 
A polícia administrativa incide sobre bens, direitos ou atividades, 
podendo ocorrer de forma preventiva aos ilícitos (ordem, consentimento 
e fiscalização de polícia) ou repressiva (sanção de polícia). Já a polícia 
judiciária incide sobre pessoas, para a investigação e repressão de 
infrações penais cometidas. Enquanto a polícia administrativa é exercida 
por diversos órgãos e entidades do Estado, a polícia judiciária é 
realizada por corporações especializadas (Polícia Federal e Polícias 
Civis). Desse modo, a sequência correta é 1-2-2-1-2 (letra A). 
11)(Esaf/Sefaz-MG/Gestor Fazendário/2005) No que tange aos poderes 
administrativos, assinale a opção correta. 
a) Em face do poder hierárquico, um órgão consultivo que integre a 
estrutura do Poder Executivo, por exemplo, deve exarar manifestação 
que se harmonize com o entendimento dado à matéria pelo chefe de tal 
Poder. 
b) Por sua natureza, a Secretaria de Receita Estadual não tem poder de 
polícia, que é característico da Secretaria de Segurança do Estado. 
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c) Uma vez que o Direito não admite lacunas legislativas, e a 
Administração Pública deve sempre buscar atender o interesse público, 
o poder regulamentar, como regra, autoriza que o Poder Executivo 
discipline as matérias que ainda não foram objeto de lei. 
d) Em vista da grande esfera de atuação do Poder Executivo, o poder 
regulamentar se distribui entre diferentes autoridades que compõem tal 
poder, que expedem portarias e instruções normativas, conforme a área 
de especialização técnica de cada qual. 
e) Nem sempre as medidas punitivas aplicadas pela Administração 
Pública a particulares terão fundamento no poder disciplinar. 
Letra A: errada, pois os órgãos consultivos não fazem parte da cadeia 
hierárquica, são órgãos de assessoria ou de staff, sendo vinculados aos 
órgãos de linha (que compõem a cadeia de subordinação) apenas para 
efeitos administrativos. Assim, os órgãos de assessoria têm liberdade 
para exarar seus pareceres, que, em regra, podem ou não ser acatados 
pela autoridade assessorada. 
Letra B: falsa, porque tanto a Secretaria de Receita Estadual como a 
Secretaria de Segurança do Estado são órgãos públicos integrantes da 
Administração Direta do estado-membro e podem exercer poder de 
polícia, já que fazem parte de uma pessoa jurídica de direito público (o 
estado-membro). 
Letra C: incorreta, já que, como regra, o poder regulamentar não 
autoriza que o Poder Executivo discipline matérias que ainda não foram 
objeto de lei. Apenas nas excepcionais hipóteses previstas na CF/88 
(art. 84, VI), admite-se atualmente a expedição dos chamados decretos 
autônomos. 
Letra D: errada, pois o poder regulamentar é privativo do chefe do 
Poder Executivo, para a expedição de decretos para a fiel execução das 
leis. A edição de portarias e instruções normativas pelas demais 
autoridades públicas é expressão do poder normativo, em sentido 
amplo, mas não do poder regulamentar. 
Letra E: verdadeira (gabarito), porque pode haver aplicação de 
penalidades administrativas fora do âmbito do poder disciplinar. A 
aplicação de uma multa de trânsito a um cidadão, por exemplo, 
fundamenta-se no poder de polícia, pois não existe vínculo especial 
entre o cidadão e o agente público, neste caso, mas apenas o chamado 
vínculo geral. 
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12)(Esaf/TRT-7/Juiz do Trabalho/2005) O exercício do poder 
regulamentar pode ensejar abusos por parte da Administração, ao 
eventualmente inovar no ordenamento jurídico e, portanto, descumprir 
o basilar princípio da legalidade. Ao analisar o tema, Celso Antonio 
Bandeira de Mello arrola as hipóteses nas quais os regulamentos são 
compatíveis com a legalidade. Assinale, entre as opções abaixo, aquela 
que não se enquadra dentro dos regulares propósitos da norma 
regulamentar. 
a) Dispor sobre o procedimento de operação da Administração nas 
relações que decorrerão com os administrados quando da execução da 
lei. 
b) Limitar a discricionariedade administrativa. 
c) Caracterizar fatos, situações ou comportamentos enunciados na lei 
mediante conceitos vagos. 
d) Decompor analiticamente o conteúdo de conceitos sintéticos, 
mediante discriminação integral do que neles se contém. 
e) Estabelecer critérios objetivos de atuação da Administração, em face 
de omissão da norma legal. 
Letra A: correta, pois é função do regulamento explicitar os 
procedimentos de execução da lei, quando de sua operacionalização. 
Por exemplo, a lei pode prever a cobrança de multa por determinada 
infração; o regulamento, a forma de cobrança dessa penalidade. 
Letra B: verdadeira, porque, ao detalhar a lei, o regulamento determina 
qual a interpretação que deve ser dada ao texto legal, reduzindo a 
margem de discricionariedade do Poder Público na aplicação da lei. 
Letra C: certa, pois o regulamento pode ser utilizado para densificar 
(esclarecer) o sentido dos termos apresentados de forma vaga no texto 
legal. Por exemplo, a lei pode dizer que determinada conduta deve ser 
adotada em caso de comoção interna; o regulamento pode definir, de 
forma mais específica, que situações representam comoção interna. 
Letra D: correta, porque o regulamento pode detalhar determinados 
conceitos sinteticamente apresentados na lei. Por exemplo, a lei pode 
dizer que determinadas drogas alucinógenas devem ser de consumo 
proibido; o regulamento pode trazer a relação expressa dessas drogas. 
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Letra E: falsa (gabarito), pois o regulamento não pode estabelecer 
critérios de atuação da Administração, quando não houver anterior 
previsão legal. A Administração só pode agir quando a lei determinar ou 
autorizar, não podendo o decreto suprir a lacuna da lei em sentido 
formal. 
13)(Esaf/MTE/AFT/2010) Sabendo-se que o agente público, ao utilizar-
se do poder que lhe foi conferido para atender o interesse público, por 
vezes o faz de forma abusiva; leia os casos concretos abaixo narrados e 
assinale: (1) para o abuso de poder na modalidade de excesso de 
poder; e (2) para o abuso de poder na modalidade de desvio de poder. 
Após, assinale a opção que contenha a sequência correta. 
( ) Remoção de servidor público, ex officio, com o intuito de afastar o 
removido da sede do órgão, localidade onde também funciona a 
associação sindical da qual o referido servidor faz parte; 
( ) Aplicação de penalidade de advertência por comissão disciplinar 
constituída para apurar eventual prática de infração
disciplinar; 
( ) Deslocamento de servidor público, em serviço, com o consequente 
pagamento de diárias e passagens, para a participação em suposta 
reunião que, na realidade, revestia festa de confraternização entre os 
servidores da localidade de destino; 
( ) Agente público que, durante a fiscalização sanitária, interdita 
estabelecimento pelo fato de ter encontrado no local inspecionado um 
único produto com prazo de validade expirado. 
a) 2 / 1 / 2 / 1 
b) 1 / 1 / 2 / 2 
c) 1 / 2 / 1 / 2 
d) 2 / 2 / 1 / 2 
e) 2 / 1 / 1 / 2 
Primeiro item: remover o servidor para afastá-lo da localidade onde 
exerce suas atribuições em associação sindical é nítido caso de desvio 
de poder, pois a autoridade administrativa usou de sua competência 
legal para fim diverso do previsto em lei e sem relação com o interesse 
público. 
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Segundo item: se a comissão foi constituída apenas para apurar a 
prática da infração, ela não poderia ter aplicado diretamente a 
penalidade. Houve excesso de poder, pois a comissão ultrapassou os 
limites de sua competência. 
Terceiro item: o afastamento do servidor, com pagamento de diárias e 
passagens, para participar de festa de confraternização representa 
desvio de poder, pois tais tipos de afastamentos devem ocorrer para 
atender a necessidades de interesse público. 
Quarto item: neste caso, houve nítida falta de razoabilidade, pois o fato 
de haver um único produto com prazo de validade expirado não deveria 
ser motivo para a interdição do estabelecimento. Assim, houve excesso 
de poder na atuação do agente. 
Desse modo, a sequência correta é 2-1-2-1 (letra A). 
14)(Esaf/Susep/Analista Técnico/2010) No desvio de poder, ocorre o 
seguinte fenômeno: 
a) o agente, que tem competência para a prática do ato, o realiza, 
contudo, com finalidade diversa daquela prevista em lei. 
b) o agente pratica um ato para o qual não tem competência. 
c) o agente pratica um ato com objeto ou motivo diverso do 
originalmente previsto em lei. 
d) o agente deixa de praticar um ato vinculado. 
e) o agente pratica um ato discricionário com motivo diverso do 
previsto em lei. 
O desvio de poder significa justamente a prática de um ato por um 
agente que, ainda que possua competência para o ato, o realiza com 
finalidade diferente da estabelecida em lei. Por isso, o gabarito é a letra 
A. 
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LISTA DE QUESTÕES DA AULA 03 
1) (Esaf/Susep/Analista Técnico/2010) A partir da Emenda 
Constitucional n. 32, de 2001, parte significativa dos administrativistas 
passou a aceitar a possibilidade de edição, pelo Chefe do Poder 
Executivo, de espécie de decreto autônomo. Nesse contexto, é matéria 
a ser disciplinada por meio de tal modalidade de decreto: 
a) criação de órgãos públicos, desde que sem aumento imediato de 
despesas. 
b) extinção de órgãos públicos, mas apenas do Poder Executivo. 
c) extinção de entidades vinculadas aos Ministérios. 
d) criação de funções ou cargos públicos, desde que sem aumento 
imediato de despesas. 
e) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. 
2) (Esaf/SMF-RJ/Agente de Fazenda/2010) Sobre o Poder de Polícia, 
assinale a opção correta. 
a) A Administração poderá implantar preço público em razão do 
exercício do Poder de Polícia. 
b) Todas as pessoas federativas (União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios) possuem, em tese, atribuição para exercer o Poder de 
Polícia, a ser realizado, entretanto, nos limites das suas respectivas 
competências. 
c) Todos os atos de Poder de Polícia autorizam a imediata execução pela 
Administração, sem necessidade de autorização de outro Poder, em face 
do atributo da auto-executoriedade. 
d) Inexiste, no Ordenamento Jurídico Pátrio, conceito expresso de Poder 
de Polícia. 
e) Não há distinção entre Polícia Administrativa e Polícia Judiciária. 
3) (Esaf/SMF-RJ/Fiscal de Rendas/2010) Em relação aos Poderes da 
Administração, assinale a opção incorreta. 
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a) Apesar do nome que lhes é outorgado, os Poderes da Administração 
não podem ser compreendidos singularmente como instrumentos de 
uso facultativo e, por isso, parte da doutrina os qualifica de "deveres-
poderes". 
b) O Poder de Polícia possui um conceito amplo e um conceito estrito, 
sendo que o sentido amplo abrange inclusive atos legislativos abstratos. 
c) O Poder Hierárquico não é restrito apenas ao Poder Executivo. 
d) O exercício do Poder Disciplinar é o fundamento para aplicação de 
sanções a particulares, inclusive àqueles que não possuem qualquer 
vínculo com a Administração. 
e) Poder Regulamentar configura a atribuição conferida à Administração 
de editar atos normativos secundários com a finalidade de 
complementar a lei, possibilitando a sua eficácia. 
4) (Esaf/MTE/AFT/2010) Ao exercer o poder de polícia, o agente 
público percorre determinado ciclo até a aplicação da sanção, também 
chamado ciclo de polícia. Identifique, entre as opções abaixo, a fase que 
pode ou não estar presente na atuação da polícia administrativa. 
a) Ordem de polícia. 
b) Consentimento de polícia. 
c) Sanção de polícia. 
d) Fiscalização de polícia. 
e) Aplicação da pena criminal. 
5) (Esaf/Receita Federal/ATRFB/2009) O poder hierárquico e o poder 
disciplinar, pela sua natureza, guardam entre si alguns pontos 
característicos comuns, que os diferenciam do poder de polícia, eis que 
a) a discricionariedade predominante nos dois primeiros fica ausente 
neste último, no qual predomina o poder vinculante. 
b) entre os dois primeiros pode haver implicações onerosas de ordem 
tributária, o que não pode decorrer deste último. 
c) o poder regulamentar predomina nas relações entre os dois 
primeiros, mas não é exercido neste último. 
d) os dois primeiros se inter-relacionam, no âmbito interno da 
Administração, enquanto este último alcança terceiros, fora de sua 
estrutura funcional. 
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e) não existe interdependência funcional entre os dois primeiros, a qual 
é necessária neste último, quanto a quem o exerce e quem por ele é 
exercido. 
6) (Esaf/Receita Federal/AFRFB/2009) São elementos nucleares do 
poder discricionário da administração pública, passíveis de valoração 
pelo agente público: 
a) a conveniência e a oportunidade. 
b) a forma e a competência. 
c) o sujeito e a finalidade. 
d) a competência e o mérito. 
e) a finalidade e a forma. 
7) (Esaf/Natal/Auditor do Tesouro Municipal/2008) Marque a opção 
incorreta, quanto aos Poderes Administrativos. 
a) O poder regulamentar ou normativo é uma das formas pelas quais se 
expressa a função normativa do Poder Executivo. 
b) A Administração Pública, no uso do Poder disciplinar, apura infrações 
e aplica penalidades não só aos servidores públicos como às demais 
pessoas sujeitas à disciplina administrativa. 
c) A Administração Pública não pode, ao fazer uso do Poder de Polícia,
restringir os direitos individuais dos cidadãos, sob pena de infringir a 
Constituição Federal. 
d) A organização administrativa é baseada em dois pressupostos 
fundamentais: a distribuição de competências e a hierarquia. 
e) O Poder de Polícia tanto pode ser discricionário como vinculado. 
8) (Esaf/Receita Federal/AFRF/2005) A Emenda Constitucional n. 32, 
de 2001, à Constituição Federal, autorizou o presidente da República, 
mediante Decreto, a dispor sobre: 
a) extinção de funções públicas, quando vagas. 
b) extinção de cargos e funções públicas, quando ocupados por 
servidores não estáveis. 
c) funcionamento da administração federal, mesmo quando implicar em 
aumento de despesa. 
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d) fixação de quantitativo de cargos dos quadros de pessoal da 
Administração Direta. 
e) criação ou extinção de órgãos e entidades públicas. 
9) (Esaf/Receita Federal/AFRF/2005) Considerando-se os poderes 
administrativos, relacione cada poder com o respectivo ato 
administrativo e aponte a ordem correta. 
1- poder vinculado 
2- poder de polícia 
3- poder hierárquico 
4- poder regulamentar 
5- poder disciplinar 
( ) decreto estadual sobre transporte intermunicipal 
( ) alvará para construção de imóvel comercial 
( ) aplicação de penalidade administrativa a servidor 
( ) avocação de competência por autoridade superior 
( ) apreensão de mercadoria ilegal na alfândega 
a) 3/2/5/4/1 
b) 1/2/3/5/4 
c) 4/1/5/3/2 
d) 2/5/4/1/3 
e) 4/1/2/3/5 
10)(Esaf/IRB/Advogado/2006) Considerando que o poder de polícia 
pode incidir em duas áreas de atuação estatal, a administrativa e a 
judiciária, relacione cada área de atuação com a respectiva 
característica e aponte a ordem correta 
(1) Polícia Administrativa 
(2) Polícia Judiciária 
( ) Atua sobre bens, direitos ou atividades. 
( ) Pune infratores da lei penal. 
( ) É privativa de corporações especializadas. 
( ) Atua preventiva ou repressivamente na área do ilícito administrativo. 
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( ) Sua atuação incide apenas sobre as pessoas. 
a) 1/2/2/1/2 
b) 2/1/2/1/2 
c) 2/2/2/1/1 
d) 1/2/1/1/2 
e) 1/2/2/2/1 
11)(Esaf/Sefaz-MG/Gestor Fazendário/2005) No que tange aos poderes 
administrativos, assinale a opção correta. 
a) Em face do poder hierárquico, um órgão consultivo que integre a 
estrutura do Poder Executivo, por exemplo, deve exarar manifestação 
que se harmonize com o entendimento dado à matéria pelo chefe de tal 
Poder. 
b) Por sua natureza, a Secretaria de Receita Estadual não tem poder de 
polícia, que é característico da Secretaria de Segurança do Estado. 
c) Uma vez que o Direito não admite lacunas legislativas, e a 
Administração Pública deve sempre buscar atender o interesse público, 
o poder regulamentar, como regra, autoriza que o Poder Executivo 
discipline as matérias que ainda não foram objeto de lei. 
d) Em vista da grande esfera de atuação do Poder Executivo, o poder 
regulamentar se distribui entre diferentes autoridades que compõem tal 
poder, que expedem portarias e instruções normativas, conforme a área 
de especialização técnica de cada qual. 
e) Nem sempre as medidas punitivas aplicadas pela Administração 
Pública a particulares terão fundamento no poder disciplinar. 
12)(Esaf/TRT-7/Juiz do Trabalho/2005) O exercício do poder 
regulamentar pode ensejar abusos por parte da Administração, ao 
eventualmente inovar no ordenamento jurídico e, portanto, descumprir 
o basilar princípio da legalidade. Ao analisar o tema, Celso Antonio 
Bandeira de Mello arrola as hipóteses nas quais os regulamentos são 
compatíveis com a legalidade. Assinale, entre as opções abaixo, aquela 
que não se enquadra dentro dos regulares propósitos da norma 
regulamentar. 
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a) Dispor sobre o procedimento de operação da Administração nas 
relações que decorrerão com os administrados quando da execução da 
lei. 
b) Limitar a discricionariedade administrativa. 
c) Caracterizar fatos, situações ou comportamentos enunciados na lei 
mediante conceitos vagos. 
d) Decompor analiticamente o conteúdo de conceitos sintéticos, 
mediante discriminação integral do que neles se contém. 
e) Estabelecer critérios objetivos de atuação da Administração, em face 
de omissão da norma legal. 
13)(Esaf/MTE/AFT/2010) Sabendo-se que o agente público, ao utilizar-
se do poder que lhe foi conferido para atender o interesse público, por 
vezes o faz de forma abusiva; leia os casos concretos abaixo narrados e 
assinale: (1) para o abuso de poder na modalidade de excesso de 
poder; e (2) para o abuso de poder na modalidade de desvio de poder. 
Após, assinale a opção que contenha a sequência correta. 
( ) Remoção de servidor público, ex officio, com o intuito de afastar o 
removido da sede do órgão, localidade onde também funciona a 
associação sindical da qual o referido servidor faz parte; 
( ) Aplicação de penalidade de advertência por comissão disciplinar 
constituída para apurar eventual prática de infração disciplinar; 
( ) Deslocamento de servidor público, em serviço, com o consequente 
pagamento de diárias e passagens, para a participação em suposta 
reunião que, na realidade, revestia festa de confraternização entre os 
servidores da localidade de destino; 
( ) Agente público que, durante a fiscalização sanitária, interdita 
estabelecimento pelo fato de ter encontrado no local inspecionado um 
único produto com prazo de validade expirado. 
a) 2 / 1 / 2 / 1 
b) 1 / 1 / 2 / 2 
c) 1 / 2 / 1 / 2 
d) 2 / 2 / 1 / 2 
e) 2 / 1 / 1 / 2 
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14)(Esaf/Susep/Analista Técnico/2010) No desvio de poder, ocorre o 
seguinte fenômeno: 
a) o agente, que tem competência para a prática do ato, o realiza, 
contudo, com finalidade diversa daquela prevista em lei. 
b) o agente pratica um ato para o qual não tem competência. 
c) o agente pratica um ato com objeto ou motivo diverso do 
originalmente previsto em lei. 
d) o agente deixa de praticar um ato vinculado. 
e) o agente pratica um ato discricionário com motivo diverso do 
previsto em lei. 
Gabarito 
1e 2b 3d 4b 5d 6a 7c 8a 9c 10a 11e 12e 
13a 14a 
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AFT_administrativo_luciano_oliveira_Aula 04.pdf
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Olá, concurseiros! Vamos à nossa aula 04 para Auditor Fiscal e 
Analista Tributário da Receita Federal e Auditor Fiscal do Trabalho. Hoje 
falaremos sobre atos administrativos. 
1. Atos Administrativos 
Na atividade pública temos três categorias de atos inconfundíveis: 
os atos legislativos, os atos judiciais e os atos administrativos. O 
Direito Administrativo estuda apenas estes últimos, ficando os dois 
primeiros a cargo do Direito Constitucional e do Direito Processual, 
respectivamente. 
Vale lembrar que os órgãos judiciais e legislativos

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