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Conduta Nutricional nas Ostomias Nutricionista Ms Sônia Alscher Objetivos de Aprendizagem Identificar os tipos de ostomias e os aspectos nutricionais envolvidos Identificar os indivíduos candidatos à terapia nutricional por ostomias Conhecer os procedimentos básicos de administração e monitoramento de terapia nutricional nas ostomias de nutrição Conhecer a conduta nutricional em pacientes ostomizados Tipos de Estoma Estomas de nutrição – nutrição enteral: gastrostomia e jejunostomia Drenagem e eliminação: colostomia, ileostomia e urostomia Transitórias ou permanentes Nutrição Enteral: Indicações Desnutridos ou em risco nutricional; Quando a via oral não for possível, estiver contra-indicada ou não for suficiente para atingir as necessidades nutricionais (< 60% das necessidades nutricionais). Terapia Nutricional: risco nutricional Perda de peso não intencional > 10-15% em seis meses; IMC < 18,5 kg/m2; Classificação C na Avaliação Subjetiva Global; Albumina sérica < 3,0 mg/dL (sem evidência de disfunção hepática ou renal). Ostomias de Nutrição (nutrição enteral) Posição gástrica (gastrostomia): aceita dietas com maior osmolaridade Posição pós-pilórica (jejunostomia): aceita osmolaridade menor, gotejo controlado. Conduta nutricional nas ostomias de eliminação: colostomia e ileostomia Procedimento que acompanha alguns tipos de cirurgias no trato intestinal Observar a sintomatologia presente (individualizada) Evolução da dieta no pós-operatório Repercussões dependem do segmento intestinal ressecado Absorção dos nutrientes Principais complicações: odor desagradável; diarréia; flatulência; irritação da pele constipação Colostomia Ileostomia Lado inferior direito do abdômen Resíduos líquidos ou pastosos Drenagem imprescindível/ esvaziada com freqüência Muito irritante para a pele Principais complicações: odor desagradável; diarréia; flatulência; irritação da pele Perdas nutricionais segundo o segmento ressecado Região ressecada Ileostomia (cólon e reto ) Colostomia em cólon ascendente Colostomia em cólon transverso Colostomia em cólon descendente/ sigmóide Perdas nutricionais Ca, Mg, água, vit B12, Fe, vit A, D, E, K, gordura, proteína, ácido fólico, sais biliares Água, Na, K, enzimas digestivas Água, vitamina K Pouca ou nenhuma Objetivos do Cuidado Nutricional em Ostomias Normalizar a quantidade e a consistência das fezes Diminuir a formação de gases Evitar a diarréia ou constipação intestinal Diminuir o odor das fezes A dieta deve ser equilibrada, de consistência normal, fracionada em 5 ou 6 refeições ao dia, com correção dos hábitos e tabus alimentares incorretos, visando uma reabilitação nutricional e reintegração do ostomizado à família e à sociedade Evolução Dietoterápica (dietas de evolução) Dieta de prova: chá, água de coco, gelatina com adição moderada de sacarose Dieta líquida com mínima formação de resíduos Dieta líquida pastosa hipofermentativa Dieta leve ou branda Dieta geral Progressão de dietas nas colostomias Jejum Água + chá + gelatina Sinais de trânsito intestinal (+) Líquida/ baixo resíduo Diarréia (+) Líquido pastosa/ hipofermentativa Líquido pastosa obstipante Leve obstipante Branda obstipante Leve Branda Geral Dieta branda Indicação: pacientes com dificuldade de mastigação e/ ou digestão no pós operatório Transição para a dieta geral Consistência: tecido conectivo e celulose atenuados pelo cozimento ou ação mecânica Dieta leve Indicação: pacientes com dificuldade de mastigação e/ ou deglutição, pré ou pós operatório ou alterações gastrointestinais Transição para a dieta branda e geral. Os alimentos devem ser bem cozidos ou sofrer ação mecânica para serem oferecidos moídos ou desfiados Consistência: semi-sólida Dieta líquida pastosa Indicação: pacientes com dificuldade de mastigação e/ ou deglutição mais severas, em pós operatório ou em decorrência de tratamentos como QT ou RT Consistência: semilíquida a pastosa, liquidificados ou coados quando necessário Dieta líquida Indicação: pacientes com dificuldade de mastigação e/ ou deglutição em determinados exames, pré ou pós operatório ou em decorrência de tratamentos como QT ou RT Não é completa, isto é, não deve ser mantida por tempo prolongado Consistência: líquidos coados de rápida digestão Recomendações Gerais para Colostomizados Fracionamento das refeições: intervalos regulares de 2 em 2 ou de 3 em 3 horas Evitar: alimentos gordurosos, condimentos industrializados e produtos embutidos Hidratação: em média 2 litros de líquidos/ dia Introdução gradativa dos alimentos conforme as etapas Observar as complicações do trato gastrointestinal. Orientar: cardápio/ alimentos laxativos; constipantes/ formadores de gases; formadores de gases e odores desagradáveis/ redutores de odores Alimentos laxativos Frutas cruas em geral com casca Leguminosas como feijão, lentilha, ervilha seca e grão de bico Frutas oleaginosas como nozes, castanhas, avelã, coco e amendoim Produtos integrais como aveia, farelo de trigo, gérmen de trigo, linhaça Verduras cruas ou cozidas em geral Queijos gordurosos (parmesão, gorgonzola, etc.) Leite, coalhada e iogurte Muita água! Alimentos obstipantes Ricota, queijo branco, Batata, mandioca, cará, inhame Cenoura, chuchu, abobrinha e berinjela sem casca e sem semente Maisena, sagu, semolina, creme de arroz, arrozina, tapioca Arroz branco Sucos ou frutas sem casca com pouco açúcar (cozidas ou em purê), banana maçã, banana prata, pêra, maçã sem a casca, goiaba, limão, melão, melancia, caju. Alimentos que produzem odores desagradáveis Peixes em geral Frutos do mar Carnes em conservas, temperadas ou defumadas Ovo cozido ou frito Repolho, brócolis, couve-flor, cebola, alho cru, milho Alimentos formadores de gases Frutos do mar (camarão, mexilhão, mariscos e ostras) Leguminosas como feijão, ervilha seca, lentilha, grão de bico Repolho, brócolis, couve-flor, couve, alho, cebola crua, rabanete, pimentão, pepino, batata doce, nabo, aspargo Ovo cozido ou frito Queijos muito gordurosos Excesso de açúcar, doces concentrados Bebidas alcoólicas e gasosas Frituras e embutidos Alimentos que eliminam odores desagradáveis Chá de salsinha, salsão hortelã e erva-doce Frutas perfumadas sem casca e maduras: pêssego, maçã, ameixa e banana maçã Iogurte ou coalhada sem soro Progressão de dietas nas ileostomias Jejum Água + chá + gelatina Sinais de trânsito intestinal (+) Líquida/ baixo resíduo Leve/ Baixo resíduo Branda/ Baixo resíduo Líquido pastosa/ baixo resíduo Evolução Dietoterápica para ileostomizados Dieta de prova: chá, água de coco, gelatina com adição moderada de sacarose Dieta líquida para ileostomizado: líquida, coada, isenta de lactose e sacarose, hipocalórica, hperglicídica e hipolipídica Dieta líquida pastosa para ileostomizado: líquida engrossada, isenta de lactose e sacarose, hiperglicídica e hipolipídica Dieta leve para ileostomizado: introduzir consistência semi-sólida, macia, sem casca e sem sementes, isenta de lactose, moderada em sacarose, hiperproteica e hiperlipídica Dieta branda para ileostomizado: introdução de alimentos sólidos, sem casca e sem sementes, baixo teor de lactose, quantidade moderada de sacarose, hiperproteica e hipolipídica Recomendações Gerais para Ileostomizados Fracionamento das refeições: intervalos regulares de 2 em 2 ou de 3 em 3 horas Hidratação: de 2 a 2,5 litros de líquidos/ dia, conforme o débito da ileostomia Legumes e frutas sem casca e sem sementes Frutas permitidas: goiaba, pera, melão, banana maçã, maracujá, maçã, melancia, limão Evitar: Verduras e leguminosas, alimentos gordurosos, alto teor de sacarose, condimentos industrializados e embutidos Introdução gradativa dos alimentos conforme as etapas. Introduzir baixo teor de lactose, leites e queijos com baixo teor Recomendações Gerais paraIleostomizados Mastigação adequada para evitar obstrução da ileostomia Suplementação de vitamina B12, conforme orientação médica Suplementação de fibras solúveis para regular o trânsito intestinal, se necessário Observar as complicações do trato gastrointestinal. Orientar: cardápio/ alimentos laxativos; constipantes/ formadores de gases; formadores de gases e odores desagradáveis/ redutores de odores Após a 5ª. Etapa, introduzir gradativamente alimentos com maior teor de lactose, fibras insolúveis, e sacarose Nutricionista Ms Sônia Alscher Nutrição na cicatrização de feridas Fatores de risco Ingestão alimentar reduzida Dependência para alimentar-se Má nutrição Desidratação PREVALÊNCIA Unidades hospitalares: 5%-15% Casas de repouso: 15% a 20% Centros de reabilitação: 20-30% Doenças Crônicas Imobilidade no leito Uso de corticóides Estratégias de prevenção: seis elementos fundamentais Avaliar à admissão Reavaliar diariamente Inspecionar a pele Controlar a umidade da pele Adequar a nutrição e a hidratação Minimizar a pressão sobre as áreas corporais Fatores relacionados à Nutrição: Anorexia (IMC < 18,5 kg/m2), Hipoalbuminemia e anemia, Alterações imunológicas Associação com GI e câncer 1. Screening (Rastreamento) Nutricional Triagem e avaliação de cada paciente no momento da admissão hospitalar (ou instituição de longa permanência), no seguimento/progressão do fechamento da ferida. (C) Referir todos os indivíduos com UP a um nutricionista para avaliação e intervenção nutricional precoces. (C) Avaliar o peso do paciente, determinando a história de perda de peso não intencional em relação ao peso usual (mudanças > 5% em 30 dias ou > 10% em 6 meses (C) Avaliar a adequação da ingestão alimentar total/dia (alimentos, líquidos, suplementos orais, nutrição enteral/parenteral) . (C) 2. Fornecer energia (calorias) adequadamente (B) A terapia nutricional deverá garantir o adequado aporte nutricional para pacientes com UP. Recomenda-se 30 a 35 kcal/kg/dia Revisar e modificar restrições dietéticas quando estas limitações resultam em ingestão alimentar diminuída. Insto deve ser feito pelo nutricionista ou médico.(C) Prover alimentos enriquecidos e/ou suplementos orais entre as refeições, se necessário. (B) Considerar suporte nutricional (enteral ou parenteral), quando a ingestão oral é inadequada. (C) 3. Prover proteínas para promover o balanço nitrogenado positivo (B) Fornecer 1,25 – 1,5 g de proteína/g de peso corporal quando compatível com os objetivos de cuidado. (B) Avaliar a função renal para assegurar níveis de proteína apropriadas ao indivíduo (C) 4. Prover e encorajar a ingestão diária adequada de líquidos/ hidratação (C) Monitorar sinais e sintomas de desidratação: mudanças de peso, tugor da pele, débito urinário, sódio sérico elevado. (C) Prover líquidos adicionais para pacientes desidratados, com temperatura elevada, vômitos, sudorese profusa, diarréia ou feridas com grande drenagem de líquidos. (C) 5. Prover quantidade adequada de vitaminas e minerais (B) Encorajar o consumo de uma dieta balanceada que inclui fontes ricas em vitaminas e minerais (B) Oferecer suplementos vitaminicominerais quando a ingestão alimentar é insuficiente ou haja suspeita de deficiência destes. (B) Monitoramento do estado nutricional: contribuição do enfermeiro Controle da ingestão oral (registro em porções) Identificar risco nutricional Minimizar as complicações relacionadas ao suporte nutricional enteral e parenteral Assegurar a aderência aos protocolos de suporte nutricional Using nutritional screening tools to identify malnourished patients 6 January, 2009 Identifying malnourished or 'at risk' patients is not always easy, this article looks at the the correct use of nutritional screening tools Lin Perry, PhD, MSc, RGN, RNT is Senior Research Fellow, Newcastle Institute of Public Health, University of Newcastle, New South Wales. Why do we need screening tools? Many acutely or chronically unwell people experience dietary difficulties and deficiencies related to or resulting from their illness. Nutritional screening aims to identify those who are malnourished or 'at risk' of becoming so (Bond, 1997). There are a wide variety of signs and symptoms of nutritional problems. Keeping a record of what is eaten may be useful but accurate records can be difficult and time-consuming. Body measurements and biochemical tests can be used but many are difficult to undertake with bed-bound or disabled people and are affected by disease. No single test is adequate. To address this problem composite screening tools have been developed, and a bewildering array is available. Avaliação Subjetiva Global A avaliação global subjetiva é a forma mais indicada de avaliar o estado nutricional de pacientes com UP(B). Circunferência do Braço CLASSIFICAÇÃO (Frisancho, 1990) p 0 – 5 Magro p5,1 - 15 Abaixo da Média p15,1 – 85 Normal p85,1 – 85 Acima da Média p85,1 – 100 Excesso de peso Com os braços soltos para os lados e as palmas das mãos viradas para as coxas, aplique a fita ao redor do braço, no nível mediano entre o processo acromial da escápula e o ponto radial Circunferência do Braço (cm) Circunferência do Braço (cm) Monitoramento do estado nutricional: sinais de disfagia Indicadores Evidentes Indicadores Menos Evidentes Mastigação ou deglutição difícil ou dolorosa Mudança no padrão de respiração Regurgitação de alimentos não digeridos Picos de temperatura inexplicáveis Dificuldade de controlar alimentos líquidos na boca Voz úmida Voz rouca Xerostomia Tosse ou sufocamento antes, durante e depois da deglutição Queimação Regurgitação nasal Mudanças no padrão de alimentação – por exemplo, comer lentamente ou evitar ocasiões sociais Sensação de obstrução Pigarro freqüente Perda de peso não intencional Infecções respiratórias recorrentes Adaptado de: National Institute for Health and Clinical Excellance (2006). Nutritional support in adults: Oral Nutrition Support, Enteral Tube Feeding, and Parenteral Nutrition Clinical Guideline 32. NICE, London.
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